Desenvolvimento Sustentável O atual modelo de produção capitalista acabou gerando uma série de desequilíbrios em diversos aspectos. A cada dia que passa, o ritmo de produção aumenta, gerando riqueza e novas tecnologias, porém a desigualdade social, a degradação e a poluição tornam-se cada vez mais presentes. O sistema de produção vigente é caracteristicamente contraditório e excludente, pois favorece apenas uma pequena parcela da população mundial, que consome demasiadamente, sem preocupação com os efeitos ambientais e com a desigualdade social gerada pela crescente concentração de renda na sociedade. O consumo exagerado, o rápido esgotamento das riquezas naturais e a poluição fazem parte do contexto do sistema capitalista. Diante desta observação, surgiu a idéia de se criar um sistema que concilia desenvolvimento econômico, igualdade social e preservação ambiental. O desenvolvimento sustentável consiste em criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e inclusão social preservando o meio ambiente. O principal objetivo do desenvolvimento sustentável é procurar satisfazer as necessidades presentes de produção e consumo sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades e sem comprometer o equilíbrio ambiental do planeta. Os conceitos dessa ideologia transparecem a discrepância entre o conceito de crescimento e o de desenvolvimento. O primeiro não conduz à igualdade e justiça social, procurando apenas gerar riquezas; já o segundo propõe, teoricamente, a geração de riquezas e a melhora na qualidade de vida de toda a sociedade. Ou seja, o desenvolvimento sustentável busca o desenvolvimento econômico, científico e social sem exaurir os recursos naturais do mundo. Assim sendo, dentro do contexto teórico do desenvolvimento sustentável, os setores industriais devem controlar a emissão de poluentes, os setores agrícolas devem preocupar-se com a preservação do meio ambiente e os países devem buscar a diminuição da desigualdade social e da miséria. O processo de produção capitalista tem causado diversos reflexos em países como o Brasil, onde a adoção de conceitos de produção capitalista está associada à exclusão social das classes populares que não têm acesso à educação e não conseguem atingir o nível de formação exigido pelo mercado. Da mesma forma, da marginalização socioeconômica resulta que um significativo contingente populacional passa a viver graças aos recursos naturais, causando assim um grande impacto sobre o meio ambiente. No Brasil, a consolidação do processo de implantação do conceito de desenvolvimento sustentável segue o direcionamento da Agenda 21, elaborada na Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio Eco 92). A Agenda 21 propõe uma nova relação entre produção, meio ambiente e desenvolvimento econômico inspirada em uma noção de sustentabilidade baseada na visão econômica de preservação ambiental. A Agenda 21 representa uma proposta para a implementação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável quanto à exploração dos recursos naturais e preservação da biodiversidade. Sua estratégia conjuga crescimento econômico com progresso técnico capaz de poupar recursos materiais, mas sem restrição aos ritmos da acumulação capitalista. Ou seja, a Agenda 21 estabeleceu parâmetros sociais, econômicos e ambientais sobre desenvolvimento sustentável. Porém, existe ainda uma série de dúvidas sobre a implantação de tal sistema e qual a diretriz a ser seguida, pois até agora não ficou estabelecida qual é a fronteira entre exploração de recursos naturais auto sustentável e exploração ambiental. Prof. Márcio Vasconcelos [email protected] www.editoraferreira.com.br