O calvário das empresas de capital aberto | Valor Econômico 1 de 3 http://www.valor.com.br/empresas/2726066/o-calvario-das-empresas-... Assine (http://assinaturas valor com br/Default aspx) (/) Cadastre se (/leitor/cadastre se) Login (/login) Buscar Home (/) Brasil (/brasil) Política (/politica) Internacional (/internacional) Empresas (/empresas) Cultura & Estilo (/cultura) Finanças (/financas) Opinião (/opiniao) HÁ 7 HORAS E 19 MINUTOS Destaques (/ultimasnoticias/node/) Apontado com um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, o agronegócio ainda não conseguiu transformar as expectativas nele depositados em ganhos na bolsa de valores. O investidor que decidiu apostar nas empresas do setor que abriram seu capital na BM&FBovespa na onda de IPOs de 2005 a 2008 colheu muito mais decepções do que dividendos até o momento, apesar da recuperação observada neste ano (ver gráfico). Segundo o Valor Data, das 13 empresas que fizeram suas ofertas iniciais de ações no período, apenas três - Cosan, São Martinho e SLC Agrícola - viram seus papéis se valorizarem. Outras dez - JBS, Marfrig, Minerva, Heringer, BrasilAgro, Guarani (hoje, Tereos Internacional), Renar Maçãs, Nutriplant, Brasil Ecodiesel (hoje, Vanguarda Agro) e Agrenco - perderam valor de mercado. De modo geral, a aventura das companhias do agronegócio no mercado de capitais esbarrou em inúmeros percalços, da euforia desmedida em relação aos mercados de grãos, carnes e biocombustíveis a problemas de gestão e governança, tudo agravado pela crise financeira de 2008. "A maioria das empresas abriu seu capital em um período de boom do agronegócio, quando as expectativas em relação ao setor estavam superestimadas. O dinheiro estava chovendo, as empresas eram pressionadas a investir e muitos fundos entraram sem conhecer a dinâmica e os riscos do negócio", afirma José Carlos Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Agro. Últimas (#destaques-ultimas-news) Lidas (#destaques-lidas) Comentadas (#destaques-comentadas) Compartilhadas (#destaques-compartilhadas) Linha do BNDES para plásticos atinge meta (/brasil/2726096/linha-do-bndes-para-plasticosatinge-meta) Há 7 horas e 18 minutos Queda de commodities afetará Brasil (/brasil /2726090/queda-de-commodities-afetara-brasil) Há 7 horas e 18 minutos Apesar de reajuste, gasolina ainda é mais cara no exterior (/brasil/2726098/apesar-de-reajustegasolina-ainda-e-mais-cara-no-exterior) Há 7 horas e 18 minutos BIS aponta risco em excessiva dependência das exportações (/brasil/2726094/bis-aponta-riscoem-excessiva-dependencia-das-exportacoes) Há 7 horas e 18 minutos Ver todas as notícias (/ultimas-noticias) Os anos que antecederam a quebra do Lehman Brothers, em 2008, foram marcados por uma forte ascensão nos preços das commodities diante do aumento da demanda pelos países emergentes. Além disso, o debate sobre o aquecimento global e a necessidade de se buscarem alternativas aos combustíveis fósseis atingiu seu ponto mais estridente, turbinando as projeções sobre o futuro do etanol e do biodiesel. A combinação de expectativas elevadas com excesso de liquidez no mercado internacional provocou uma corrida por oportunidades de investimento na produção e exploração de recursos naturais, e acabou por aproximar o mercado financeiro do agronegócio, que começou a sair do ostracismo. Até 2004, o setor se fazia representar com apenas três empresas na bolsa: a pioneira Sadia, que abriu seu capital em 1971, Perdigão (1980) e Fosfértil (1992). Nos três anos seguintes, mais de uma dúzia de empresas ligadas ao setor abriram seu capital na bolsa. Para se ter uma medida do apetite dos investidores, a BrasilAgro, uma empresa de terras e produção agrícola, captou R$ 550 milhões em sua oferta inicial de ações, em abril de 2006, tendo apenas um plano de negócios em mãos. Hoje, com 177,3 mil hectares de terra própria - 65,6 mil deles ValorRI Relações com Investidores Veja os resultados publicados pelas principais empresas do país e as mais importantes operações de mercado de capitais no ValorRI. Acesse (/valor-ri) 25/6/2012 07:22 O calvário das empresas de capital aberto | Valor Econômico 2 de 3 http://www.valor.com.br/empresas/2726066/o-calvario-das-empresas-... cultivados com cana-de-açúcar, grãos e algodão -, suas ações valem 21,2% menos do que no IPO. No meio do caminho, as empresas bateram de frente com a crise internacional, que afugentou os investidores, estancou o crédito e fez disparar as dívidas em dólar das empresas em um momento de contração da demanda. "Ninguém trabalhava com o cenário de ruptura que se observou após o estouro da bolha americana. Por isso acho difícil falar em erro de análise", pondera Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria. O resultado mais amargo foi o da Agrenco, uma trading de soja que captou R$ 666 milhões em uma oferta de recibos de ações (BDRs) em outubro de 2007 com o objetivo de saldar dívidas e financiar a construção de fábricas para a produzir farelo e biodiesel. Afundada em dívidas e paralisada desde 2011, a empresa vive um conturbado processo de recuperação judicial e suas ações valem apenas 2,7% do valor inicial. A aposta na Brasil Ecodiesel, empresa que captou R$ 378 milhões em novembro de 2006 para investir na incipiente e desregulamentada produção de biodiesel no Brasil, também foi um fracasso retumbante. Em uma trajetória marcada por disputas societárias, mudanças de controle e fusões, as ações da companhia - que agora se chama Vanguarda Agro e passou a produzir apenas grãos - desabaram 95,6%. Entre as companhias com mais liquidez na bolsa, os frigoríficos foram os mais castigados pelo investidor, desapontado com a sucessão de prejuízos e as dívidas que sobraram do processo de consolidação e internacionalização do setor. Os papéis da JBS, que abriu seu capital em março de 2007, acumulam queda de 25,1% - no mesmo período, o Ibovespa subiu 24,6%. A Marfrig, que fez sua oferta três meses depois, viu suas ações despencarem 42,3%, enquanto a bolsa avançou 2,4%. Já o Minerva perdeu 50,9% de seu valor de mercado desde que se lançou à bolsa, em julho daquele ano, em comparação a uma queda de 4,6% no Ibovespa. Amaryllis avalia que os frigoríficos patinam diante da estagnação do mercado externo e do crescimento apenas tímido das vendas no Brasil. "As exportações ainda dependem muito da União Europeia, onde o consumo não cresce, e da Rússia, que impõe barreiras", pondera. A indústria de carnes também sofreu com o ciclo desfavorável da pecuária brasileira nos últimos anos, com queda na oferta de gado para abate e aumento no preço da matéria-prima. Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, observa que os frigoríficos enfrentam níveis ainda muito altos de concorrência e informalidade. "O peso da crise internacional sobre um mercado concorrencial, que cresce pouco e possui dívidas em dólar foi enorme", afirma o consultor. Segundo ele, o setor ainda precisa de um rearranjo, com novas consolidações, para ganhar rentabilidade. Já os investidores que apostaram nas usinas sucroalcooleiras se deparam com a questionável política do governo para o setor e as sucessivas frustrações de safra. Além da incerteza sobre o percentual de mistura de etanol na gasolina, alterado de tempos em tempos, o governo há nove anos mantém congelado o preço da gasolina, o que impõe um teto aos preços do etanol vendido na bomba. Além disso, o setor entrou na bolsa "vendendo" açúcar e etanol e, ao longo do caminho, agregou outros negócios. Alguns agradaram os investidores, como a Cosan, que trouxe para o volátil mercado de açúcar e etanol a estabilidade de caixa do negócio de distribuição de combustíveis (a partir da compra da Esso e da associação com a Shell) e outros negócios de energia e infraestrutura. A tacada foi decisiva para a valorização de 103,2% dos papéis da companhia desde seu IPO, em 2005. Sua valorização superou a do Ibovespa (78,33%) no mesmo intervalo. Outros negócios incorporados pelas usinas não gozaram de tanta simpatia. Quem apostou na Açúcar Guarani, que em julho de 2007 levantou R$ 665,75 milhões em seu IPO, foi informado três anos depois que esses papéis seriam substituídos pelas ações da controladora da companhia, a francesa Tereos. Mais do que uma mera substituição de papéis, a operação agregou o negócio de amidos e cereais, até então desconhecido dos investidores - que não viram vantagem na operação. Pressionados pelas mudanças de rumo e pelo desempenho operacional, os papéis da Açúcar Guarani caíram 67,4% até a substituição das ações pelas da Tereos, em agosto de 2010. De lá para Captações externas (valordata/internacional/mercadoexterno) Operações mais recentes Tomador Valor* Meses Retorno** Odebrecht 400 360 7,25% Odebrecht 600 120 5,2% BRF Brasil Foods 250 120 5,5% Banco do Brasil 750 127 6% Embraer 500 120 5,15% BRF Brasil Foods 500 120 6% Veja as tabelas completas no ValorData (valor-data/internacional/mercado-externo) Fonte: Instituições financeiras e agências internacionais. Elaboração: Valor Data.. * Em milhões de dólares ** No lançamento do título ValorInveste (/valorinveste) Casa das Caldeiras (/valor-investe /casa-das-caldeiras) Por Redação Na conta (/valor-investe/casa-das-caldeiras /2725182/na-conta) O Consultor Financeiro (/valorinveste/o-consultor-financeiro) Por Marcelo D'Agosto Tesouro Direto é bom a partir de R$ 1 mil (/valor-investe/o-consultor-financeiro /2725146/tesouro-direto-e-bom-partirde-r-1-mil) O Estrategista (/valor-investe /o-estrategista) Por André Rocha Atualização do ranking dos 20 maiores dividend yields de 2012 (/valor-investe /o-estrategista/2723756/atualizacaodo-ranking-dos-20-maiores-dividend-yieldsde-2012) Petróleo (valordata/commodities/minerais) (em dólares por barril) WTI (#wti) Brent (#brent) WTI Meses Ajuste Ago/12 79,76 Osc. 1,56 Set 80,14 1,58 Out 80,51 1,56 Nov 80,94 1,54 Dez 81,32 1,49 Jan/13 81,70 1,44 Veja as tabelas completas no ValorData (valor-data/commodities/minerais) Fonte: NYMEX, IPE e Bloomberg 25/6/2012 07:22 O calvário das empresas de capital aberto | Valor Econômico 3 de 3 http://www.valor.com.br/empresas/2726066/o-calvario-das-empresas-... cá, cederam mais 35,25%. A única empresa que se manteve "pura" na sua atividade de açúcar e etanol foi a São Martinho. Mesmo não tendo registrado uma grande expansão em sua produção - sua moagem de cana cresceu em apenas 1 milhão de toneladas desde 2007, para 10,6 milhões - a companhia foi uma das poucas do agronegócio a registrar valorização de seus papéis desde o IPO (13,23%), graças aos sólidos resultados operacionais. Newsletter (/newsletter) O melhor conteúdo em economia, negócios e finanças gratuitamente direto em seu e-mail. Receba Gratuitamente Amaryllis observa que o agronegócio brasileiro ainda não se fez representar na BM&FBovespa com seu segmento mais bem-sucedido nos últimos anos. "Se tivéssemos as grandes empresas de soja abrindo seu capital na bolsa, certamente o resultado seria mais positivo", afirma. A SLC é o exemplo mais evidente: a empresa, considerada exemplo de boa governança e de entrega de resultados sólidos, viu suas ações se valorizarem 49,9% desde o IPO, em junho de 2007 - superando, de longe, o Ibovespa, que evoluiu apenas 3,2% no período. Para Barros, da MB Agro, as empresas do agronegócio também tiveram dificuldade para se adaptar aos padrões de governança exigidos. "Muitas ainda são controladas pelas famílias fundadoras, o que gera alguma desconfiança pelo investidor, que teme disputas societárias". Ele afirma, porém, que a relação vem melhorando. "O mercado conhece melhor o agronegócio hoje do que há alguns anos. Há convergência entre expectativas e realidade." Compartilhar (/compartilhar1/do?share=empresas%2F2726066%2Fo-calvario-das-empresasEnviar por e-mail (/printmail/2726066?ajax=1&page_type=noticia_impresso) de-capital-aberto&ajax=1) Imprimir () BALANÇO DA EMPRESA (http://www.valor.com.br/search/apachesolr_search/BALANÇO DA EMPRESA?solrsort=created%20desc) VALOR SERVIÇOS ValorInveste (/valor-investe) Seminários Realizados (/seminarios/seminarios-realizados) Valor Data (/valor-data) Próximos Seminários (/seminarios/proximos-seminarios) ValorRI (http://valor-ri.valor.com.br/valor_ri) Simuladores (/valor-investe/ferramentas) Vídeos (/videos) Articulistas & Blogs (/indice-articulista) PRODUTOS VALOR COM VOCÊ Assinaturas (http://www.valor.com.br/Assinatura/Default.aspx) RSS (/pagina/rss) Análise Setorial (http://setorial.valor.com.br/) Newsletter (/newsletter) Anuncie (http://www.valor.com.br/midiakit/index.aspx) Celular (/celular) Livros (/livros) Site móvel (/celular/site-movel) Licenciamento (/licenciamento) iPad (http://www.valor.com.br/ipad) Reimpressão (/reimpressao) iPhone (/celular/iphone) Edição Impressa (/impresso) Revistas & Suplementos (/especiais) Blackberry (/celular/blackberry) Twitter (http://twitter.com/valor_economico) ATENDIMENTO SOBRE NÓS Fale Conosco (/atendimento/fale) Expediente (/expediente) Atendimento on-line (http://www12.directtalk.com.br/chat?idd=FAAA0074439F301383E2) Termos de uso (/termos-de-uso) Auto-atendimento (/auto-atendimento) Política de privacidade (/politica-de-privacidade) Perguntas frequentes (/atendimento/perguntas) CENTRAL DO LEITOR Login (/login) 25/6/2012 07:22