Aspectos que Afetam a Gestão das Empresas Familiares
Considerando a imensidão de empresas familiares existentes, nas mais diversas
áreas, tamanho, localidade, mercados, é impossível determinar um modelo de gestão
apropriado a todas as organizações, sem distinção.
O que é possível registrar são alguns aspectos peculiares das empresas familiares
que afetam a sua gestão e, conseqüentemente, seus resultados. Como a gestão é
realizada por pessoas, o primeiro aspecto diz respeito à presença de familiares na
gestão de uma empresa familiar.
O questionamento sobre o melhor modelo de gestão ganha maior importância dentro
das empresas familiares, ademais porque se discute se os membros da família devem
fazer parte da gestão da empresa, surgindo muitas controvérsias nas respostas a esse
tipo de indagação. Nenhum posicionamento é totalmente correto ou completamente
errado. A participação de familiares na gestão da empresa é um assunto delicado,
devendo ser estabelecidos critérios para o ingresso na empresa, um plano de carreira
e por fim, a saída da empresa.
O importante é que as famílias proprietárias cheguem a um consenso e deixem
estabelecidas todas as regras relacionadas a esse assunto, evitando o surgimento de
conflitos no futuro. A ausência de regras claras proporciona maiores possibilidades da
ocorrência de conflitos, especialmente à medida que as famílias cresçam.
Um segundo aspecto que afeta a gestão das empresas familiares é a tomada de
decisão. Existem diversas técnicas que podem melhorar a tomada de decisão para a
solução de um problema, mas todas se resumem a reconhecer o problema e se
empenhar para solucioná-lo.
Para uma boa tomada de decisões é necessária a existência de um sistema de
informações funcional. Uma excelente ferramenta para obter dados internos sobre a
organização é a contabilidade da empresa. Entretanto, esse instrumento somente é
útil para as empresas que não adotam práticas ilegais como sonegação fiscal ou
mantêm escriturações que não espelham a realidade.
Portanto, é parte de uma boa gestão o respeito às normas tributárias vigentes, que se
convertem em vantagem, como a obtenção de demonstrativos e informações
relevantes para a tomada de decisões.
Outro importante aspecto inserido na gestão organizacional das empresas familiares
está relacionado com a ética e responsabilidade social.
É fundamental que qualquer organização mantenha uma postura responsável com
todas as pessoas a ela relacionadas, não praticando qualquer tipo de discriminação.
Não deixa de ser louvável a participação das empresas em atividades sociais, porém é
necessário esclarecer como esse assunto deve ser bem gerenciado dentro das
organizações.
Responsabilidade social não é apenas caridade, mas também a condução dos
negócios de forma transparente e ética perante todos os grupos de influência: a
comunidade, os funcionários, os consumidores, o Governo e outros.
Quando uma empresa funciona e gera riqueza, ela está contribuindo com diversos
aspectos sociais, como a criação de novas vagas de emprego, a remuneração digna
de seus colaboradores, o pagamento de tributos, que servem para manter os
programas sociais patrocinados pelo Governo, o crescimento e aquecimento da
economia, e outras diversas ações, que, mesmo involuntárias, colaboram com o
desenvolvimento social da comunidade.
As empresas familiares, especialmente as mais antigas e conhecidas pela
comunidade (normalmente da segunda geração em diante), costumam dar maior
ênfase aos assuntos relacionados com ética e responsabilidade social.
Adotar uma gestão pautada na ética e responsabilidade social é ainda mais relevante
para as empresas familiares em função da confusão que a comunidade faz entre os
familiares e a organização.
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