EXCLEXCLUSIVO: PRESIDENTE DO CGD BRASIL DIZ QUE INFRAESTRUTURA NO PAÍS E ÁFRICA É FOCO ESTRATÉGICO São Paulo, 11/03/2013 - O setor de infraestrutura brasileiro e africano está no foco dos negócios da Caixa Geral de Depósitos do Brasil e dos interesses do banco estatal português CGD, seu controlador. Atualmente, os negócios feitos pelo CGD Brasil neste segmento respondem por 40% das receitas totais de R$ 87,5 milhões da subsidiária brasileira obtidas no ano passado. Embora a instituição não tenha como meta aumentar essa participação em detrimento de outras áreas, a ideia é fortalecer a presença do CGD em projetos no Brasil e estar junto das companhias que se antecipam para participar de obras futuras de infraestrutura na África de língua portuguesa. "O Brasil é visto como um polo de integração da rede internacional de subsidiárias do CGD, presente em 24 países. Há um grande número de empresas brasileiras que estão se internacionalizando e esperamos atendê-las principalmente nos países na África portuguesa", disse a executiva chefe do CGD no Brasil, Deborah Vieitas. Segundo a executiva, o CGD possui subsidiárias em Angola, Moçambique, Cabo Verde e na África do Sul - que mesmo não sendo de língua portuguesa tem elevada migração portuguesa. Deborah está no comando da instituição brasileira desde 2009, quando o CGD retomou suas atividades no País como banco de atacado e de investimento. No final da década de 1990, o CGD encerrou suas atividades no segmento de varejo com a venda do Banco Bandeirantes ao Unibanco. Localmente, o CGD Brasil quer expandir sua atuação em negócios principalmente nas áreas de saneamento e logística (portos, aeroportos e rodovias), assim como nos segmentos de turismo, petróleo e gás e no setor imobiliário para operações de mercado de capitais, com a oferta de mais serviços e produtos nessas áreas. O banco tem atuado nos três principais pilares dos financiamentos de projetos: assessoria ao financiamento de projetos; busca de capital junto a investidores e agencias multilaterais; e na concessão do próprio financiamento, por meio de empréstimo ponte, repasses do BNDES e empréstimos diretos. Em 2012, O CGD assessorou o consórcio formado pela Odebrecht Saneamento e pela Águas do Brasil (controlada pela Carioca Engenharia e pela Queiroz Galvão) no leilão para a concessão de saneamento da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro durante 30 anos, um empréstimo ponte de R$ 105 milhões e estruturou um empréstimo complementar ao do BNDES, por meio da emissão de dívida subordinada junto a um fundo. O projeto envolve investimentos de R$ 2,6 bilhões pelo consórcio. Também em 2012, foi fechado o financiamento de um terminal de contêineres no porto de Santos chamado Embraport, pertencente a Odebrecht Transport e a Dubai Autorithy, onde o CGD participou do sindicato organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que forneceu o empréstimo complementar ao BNDES para o projeto. O CGD Brasil aposta também na assessoria de estruturação de negócios e assessoria financeira de empresas estrangeiras, especialmente, da Península Ibéria, que querem fazer negócios e se estabelecer no Brasil. Segundo a executiva, o número de companhias da península Ibérica com interesse em se estabelecer no País cresceu em 30% desde 2009, em parte por decorrência da crise europeia. Deborah diz que são companhias de médio (50 milhões de euros em faturamento anual) a grande porte (500 milhões de euros), principalmente dos setores imobiliário, de infraestrutura, turismo e educação. A ideia é continuar crescendo e elevar em mais 20% o lucro do banco, segundo Deborah. A CGD fechou o ano de 2012 com um lucro líquido de R$ 13,3 milhões, 6,8% abaixo de 2011. O resultado foi comprometido por um prejuízo da corretora CGD Investimentos, em meio ao mal momento vivido mercado acionário. A corretora foi adquirida em 2012 pelo grupo, sendo que a CGD Brasil tem 50% e a Caixa Banco de Investimento, sediada em Portugal e controlada pelo banco português, os outros 50%. "Nossa meta para 2013 é reverter o prejuízo da corretora e obter um crescimento de 20% no lucro do banco isoladamente", disse a executiva. "Excluindo as perdas da corretora, o lucro do banco teria sido 16% maior (R$ 15,42 milhões)", acrescentou. Segundo ela, além de dar continuidade aos investimentos já feitos para fortalecer a cobertura da área de infraestrutura no Banco de Investimento, o CGD deve centrar forças também na corretora. De acordo com Deborah, uns dos principais objetivos da corretora é ser um canal de atração de investidores europeus para o Brasil. No início de fevereiro, a corretora passou a distribuir avaliação sobre 33 empresas brasileiras para um público de mais de 1 mil investidores institucionais na Europa, por meio da associação que o grupo português pertence formada por nove bancos europeus. O CGD Brasil é o único no grupo a distribuir análises de companhias do Brasil dentro desse pool. A executiva disse ainda que, beneficiando-se do fato de ser um dos cinco maiores canais de home broker do Brasil, a corretora espera distribuir um volume maior de ações originadas na área de banco para pulverizar a distribuição de ações para pessoas físicas. (Cynthia Decloedt - [email protected]) Cynthia Decloedt / Empresas e Setores / Agência Estado Tel. (5511) 3457-8660 • Cel. (5511) 8958-6857 Av. Prof. Celestino Bourroul, 68 • 02710-000 - São Paulo - SP - Brasil