Como um fenômeno humano, a religião é
estudada pela Teologia, pela Filosofia, pela
História, pela Psicologia,
Sociologia ...
Não se sabe com exatidão quando o pensamento
religioso surgiu na espécie humana.
“Funerais em que os mortos eram
sepultados com flores ou amuletos são indícios
claros de manifestações religiosas, talvez as mais
antigas na história da humanidade”, diz o
historiador Walter Burkert, da Universidade de
Zurique (Suíça), autor do livro “A criação do
sagrado”
.
Os sepultamentos mais antigos de que
se tem notícia datam de 30 mil anos.
Fala-se de descobertas arqueológicas
de 60 mil anos, que mostram sinais de
sepultamentos com indícios de ritos
religiosos
“Encontram-se no passado, e se encontram até hoje,
sociedades que não possuem ciência, nem artes, nem
filosofia. Mas nunca existiu sociedade sem religião”.
Religião:
uma característica
essencialmente humana.
Há várias etimologias (origem):
Vem de RE-LEGERE RE- (RELER): considerar o que
pertence ao culto divino, ler de
novo, ou então reunir;
Ou ainda, RE-LIGARE (re-ligar):
ligar o homem de novo a Deus.
O homem vai a Deus e Deus vai
ao homem;
Agostinho fala em REE-LIGERE .(re-eleger): tornar a
escolher Deus, perdido pelo pecado.
.
Batista Mondin define religião como “um
conjunto de conhecimentos, de ações e de
estruturas com que o homem exprime
reconhecimento, dependência, veneração em
relação ao Sagrado”
Rubem Alves afirma:
“A linguagem científica pretende descrever o mundo e a
linguagem religiosa exprime como o homem vive, em
relação ao mundo... A religião não é uma hipótese
acerca da questão filosófica da existência dos deuses...
Separemos, portanto, de uma vez por todas, a questão
da existência de Deus –que é uma questão filosófica –
da experiência religiosa.
A primeira é uma hipótese acerca do objeto. A outra é
uma paixão subjetiva”
Elementos constitutivos da religião:
DOUTRINA (crença, dogma): toda
religião tem sua doutrina, que fala sobre
a origem de tudo: sentido da vida, da
dor, da matéria, do além.
RITOS (cerimônias): o homem não vive
sem símbolos, sem ritos, sem
estruturas visíveis. Os ritos unem os
homens de uma determinada
comunidade religiosa.
ÉTICA(leis): cada religião traz consigo as conseqüências de sua
doutrina, ensinando o que é certo e o que é errado, dentro de sua
cosmovisão. Os preceitos mais importantes são: lei da natureza, lei
do amor e lei do bom senso.
COMUNIDADE OU ADEPTOS: toda religião tende a formar uma
comunidade, tende a manifestar a sua fé junto de outros. Não de
trata de um sentimento individualista.
RELÃÇÃO EU-TU – é a relação da pessoa com um diferente, um Tu
mais elevado, superior. Toda religião antes de possuir ritos e
doutrinas é uma relação pessoal com Deus.
PRIMITIVAS: Animismo, Politeísmo,
Xamanismo, Totemismo
SAPIENCIAIS: Hinduísmo, Budismo...
PROFÉTICAS: Judaísmo, Cristianismo,
Islamismo
ESPIRITUALISTAS: Espiritismo, Cultos Afro
Brasileiros e Umbanda
Primitivas é o nome dado às crenças
religiosas e as práticas daquelas tradicionais,
muitas vezes isoladas, pré-culturas que não
tenham se desenvolvido tecnologicamente.
As primitivas incluem as religiões tradicionais
da África, Oceania, algumas regiões da Ásia e
os povos primitivos das Américas (indígenas)
De modo geral, as religiões primitivas que sobrevivem
atualmente são as religiões de sociedades nãoalfabetizadas, em algumas Nações Africanas e outras
em vários Continentes, normalmente sociedades
Tribais.
Embora não possuem fontes escritas, isso não
significa que não tenham história ou sejam, de algum
modo, são remanescentes “fossilizados” de uma outra
era passada, tendo como principal maneira, como
sendo, de boca/ouvido e visual.
Manifestação religiosa na qual se atribui a
todos os elementos do cosmos (Sol, Lua,
estrelas), a todos os elementos da
natureza (rio, oceano, montanha, floresta,
rocha), a todos os seres vivos (animais,
árvores, plantas) e a todos os fenômenos
naturais (chuva, vento, dia, noite) um
princípio vital e pessoal, chamado de
"ânima“ (alma).
Todos esses elementos são passíveis de possuírem: sentimentos,
emoções, vontades ou desejos, e até mesmo inteligência.
Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas
são Vivas", "Todas as coisas são Conscientes", ou "Todas as
coisas têm ânima“. (alma)
Do grego polus= vários +
théos= Deus) Religião que
admite vários deuses.
Consiste na crença em mais do
que uma divindade de gênero
masculino, feminino ou
indefinido, sendo que cada uma
é considerada uma entidade
individual e independente.
Exemplos:
Religião Grega,
egípcia, Asteca, Maia,
hinduísmo etc.
Nesta religião essencialmente primitiva, os
adeptos se julgam associados a seres
animais e vegetais ou mesmo a fenômenos e
elementos naturais como o sol, a água, o
trovão, o raio, etc. Todos se crêem ligados
entre si, na pessoa de um antepassado
heróico, que tanto pode ser um homem,
como um animal, como uma planta. Formamse assim agrupamentos, clãs, mais ou
menos numerosos denominados, por
exemplo: clã do corvo, clã da serpente, clã
do pinheiro, etc.
Adoradores de símbolos, brasões ou armas que cada família faz. O
brasão era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados.
Esculpiam seus símbolos em pedras, umas empilhadas em cima das
outras, com imagens de animais sobre seus brasões
É uma experiência mística própria de
religiões primitivas, centrada na pessoa
do xamã, que se acredita capaz de curar
e de se comunicar com os espíritos. O
xamã exerce as funções de curandeiro,
sacerdote e condutor de almas. Os povos
que admitem o xamanismo acreditam
que a doença é provocada pela perda da
alma. Assim, o xamã deve de início
descobrir onde se encontra a alma
perdida ou seqüestrada por algum
espírito do mal.
Etimologicamente falando, o
termo panteísmo deriva das
palavras gregas pan ("tudo") e
teísmo ("crença em deus"),
sustentando a idéia da crença
em um Deus que está em tudo,
ou a de muitos deuses
representados pelos múltiplos
elementos divinizados da
natureza e do universo.
“Religiões sapienciais”, são aquelas que se
baseiam na sabedoria humana e na
experiência da vida. Em geral, mostram ao
homem um caminho a seguir, acentuando a
meditação e a sabedoria. Às vezes, nessas
religiões, é difícil discernir o que é religião e o
que é filosofia ou sabedoria. Acentuam a
compaixão, a contemplação, o
autoconhecimento, possuindo, de modo
genérico, um elevado ideal ético.
As principais são: Budismo e Hinduísmo
Sistema ético, religioso e filosófico fundado
pelo príncipe hindu Sidarta Gautama (563-483
a.C.), ou Buda, por volta do século VI. O relato
da vida de Buda está cheia de fatos reais e
lendas, as quais são difíceis de serem
distinguidas historicamente entre si.
O Budismo consiste no ensinamento de como superar o
sofrimento e atingir o nirvana (estado total de paz e plenitude)
por meio da disciplina mental e de uma forma correta de vida.
Também crêem na lei do carma, segundo a qual, as ações de
uma pessoa determinam sua condição na vida futura. A
doutrina é baseada nas Quatro Grandes Verdades de Buda:

A existência implica a dor -- O nascimento, a idade, a
morte e os desejos são sofrimentos.

A origem da dor é o desejo e o afeto -- As pessoas
buscam prazeres que não duram muito tempo e buscam
alegria que leva a mais sofrimento.
 O fim da dor -- só é possível com o fim do desejo.

A Quarta Verdade -- se prega que a superação da dor
só pode ser alcançada através de oito passos:
 Compreensão
 Pensamento
 Linguagem
correta
correto
correta
 Comportamento
 Modo
correto
de vida correto
 Esforço
correto
 Desígnio
correto
 Meditação
correta
Dentre todas as religiões orientais, o hinduísmo,
que compreende grande variedade de elementos
heterogêneos, é a de mais difícil apreensão pela
mentalidade ocidental. Sua expressão ultrapassa
os limites da religião e percorre toda a estrutura
social, dos atos comuns da vida diária até a
literatura e a arte.
É uma das religiões mais antigas do mundo.
Eles acreditam que nós temos muitas vidas
diferentes, e que nós aprendemos lições
espirituais através da nossa experiência na terra.
Acreditam em karma, que é um sistema que cada
ação feita aqui na terra será refletida de alguma
forma no nosso futuro. A pessoa comete um ato
bom ou ruim, não parece ter resultado
imediatamente no presente, mas no futuro seus
atos irão refletir em coisas boas ou ruins.
O hinduísmo estabeleceu as bases para muitas outras correntes
religiosas e filosóficas e passou por várias etapas, desde o
hinduísmo védico, bramânico e filosófico, até certos movimentos
sectários e reformadores, entre os quais se incluem o budismo e
o jainismo, surgidos no século VI a.C.
Por “religiões proféticas” entendemos aquelas em
cuja origem se encontra um profeta, que comunica a
revelação recebida de Deus e denuncia as injustiças.
Por “profeta” entendemos um porta-voz de Deus.
Também chamadas religiões
monoteístas (do grego mónos,
"único" e theós, "Deus”) É a
crença em um só Deus, diferente
do politeísmo que conceitua a
natureza de vários deuses.
São elas: Judaísmo,
Cristianismo, Islamismo
O judaísmo é considerado a primeira
religião monoteísta a aparecer na
história.
Tem como crença principal a
existência de apenas um Deus, o
criador de tudo. Para os judeus, Deus
fez um acordo com os hebreus,
fazendo com que eles se tornassem o
povo escolhido e prometendo-lhes a
terra prometida.
Atualmente a fé judaica é praticada em
várias regiões do mundo, porém é no
estado de Israel que se concentra um
grande número de praticantes
Cristãos acreditam que Jesus Cristo foi
filho de Deus. Ele nasceu em Belém na
Judéia e começo seu ensinamento
depois de seu batismo no Rio Jordão.
Escolheu doze discípulos seus
seguidores, fez muitos milagres,
inclusive curou pessoas.
Por fim, Jesus foi crucificado, colocaram
ele em uma cruz por pessoas que tinham
medo de seus poderes e do poder de
seus seguidores. Depois de três dias que
Jesus morreu, ressuscitou, apareceu
para seus seguidores e subiu para o céu.
Muitas das histórias sobre Deus e Jesus
Cristo estão narradas na Bíblia.
Neste período, a religião Cristã se expandiu através da vida
e pregações realizadas pelos doze apóstolos de Jesus
Cristo (André, Bartolomeu, Felipe, Tiago, Tiago filho de
Alfeu, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus,
Pedro, Tadeu e Tomás).
O Islamismo é a religião fundada
pelo profeta Maomé no início do
século VII, na região da Arábia.
O Islã é o conjunto dos povos de
civilização islâmica, que
professam o islamismo; em
resumo, é o mundo dos
seguidores dessa religião. O
muçulmano é o seguidor da fé
islâmica, também chamado por
alguns de islamita.
Em árabe, a palavra Islã significa
"rendição" ou "submissão" e se
refere à obrigação do muçulmano
de seguir a vontade de Deus.
O termo está ligado a outra palavra
árabe salam, que significa "paz" - o
que reforça o caráter pacífico e
tolerante da fé islâmica. O termo
surgiu por obra do fundador do
islamismo, o profeta Maomé, que
dedicou a vida à tentativa de
promover a paz em sua Arábia natal.
Espiritualistas são as que seus seguidores acreditam na
manifestação e intervenção dos espíritos.
Acreditam que cada ser neste Universo é conectado de
alguma maneira à um centro poderoso fora desta planeta.
Eles acreditam que parte das pessoas vivem depois da morte
e conseguem se comunicar com pessoas que já morreram
através de um médium.
Os Espiritualistas recebem mensagens de pessoas mortas ou
do passado e passam para os membros da congregação.
Eles também curam pessoas, colocando suas mãos sobre o
paciente.
Entre elas, destacam-se o espiritismo, as religiões afrobrasileiras e a umbanda.
Origem
No século 19 um fenômeno agitou a Europa: “as
mesas girantes”. Nos salões elegantes, após os
saraus, as mesas eram alvo de curiosidade e de
extensas reportagens, pois moviam-se, erguiamse no ar e respondiam a questões mediante
batidas no chão .
O fenômeno chamou a atenção de um pesquisador
sério : Hippolyte Leon Denizard Rivail.
Rivail, pedagogo francês, fluente em diversos idiomas,
autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método
de investigação científica, não aceitou de imediato os
fenômenos das mesas girantes, mas estudou-os
atentamente, observou que uma força inteligente as
movia e investigou a natureza dessa força, que se
identificou como: os “Espíritos dos homens” que
haviam morrido. Rivail fez centenas de perguntas aos
Espíritos, analisou as respostas, comparou-as e
codificou-as, tudo submetendo ao crivo da razão, não
aceitando e não divulgando nada que não passasse por
esse crivo. Assim nasceu O Livro dos Espíritos. O
professor Rivail imortalizou-se adotando o pseudônimo
de Allan Kardec. A Doutrina codificada por ele tem
caráter científico, religioso e filosófico.
Segundo a visão espírita, os fenômenos mediúnicos são
registrados em diversos lugares e épocas da História,
desde a Antiguidade, sob diversas formas. Como exemplo
dessa visão de realidade religiosa, refere-se:
• A prática ancestral de culto aos antepassados
• Na cultura da Grécia Antiga, a crença em que as almas
dos mortos habitavam o submundo e que era possível
entrar em contacto com eles
• Os povos Celtas acreditavam que os espíritos
regressavam ao mundo dos vivos em certas ocasiões
• Os xamãs dos povos "primitivos" da Ásia e Oceania,
também afirmam ter o dom de comunicação com o além.
Fundamentos gerais
 O espiritismo, apesar das diversas
variações, de um modo geral fundamentase nos seguintes pontos:
 Crença num mundo dos espíritos;
 Possibilidade de os vivos entrarem em
contacto com o espírito dos mortos;
 Essa comunicação é realizada com o
auxílio de pessoas com determinadas
capacidades - os médiuns, como por
exemplo a chamada "escrita automática"
(psicografia).
Não encontramos no espiritismo uma
doutrina específica sobre a natureza de Deus
e dos espíritos, mas um sincretismo bastante
superficial, em que se justapõe elementos
orientais (lei do Karma) e elementos Cristãos
(lei da caridade)
UMBANDA
O QUE É?
É uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira
que sincretiza elementos vários, inclusive de outras
religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões
afro-brasileiras.
ORIGEM: No período colonial chegaram ao Brasil os
primeiros africanos de origem Yorubá, um povo que
ocupava a região onde hoje ficam Nigéria, Benin e Togo.
A religião dos Yorubás era o candomblé, mas eles
aportaram no Brasil como escravos e não podiam cultuar
suas divindades livremente - a religião oficial do país era o
catolicismo.
• Por causa dessa proibição, os escravos
começaram a associar suas divindades com os
santos católicos para exercerem sua fé
disfarçadamente. Como os santos católicos são bem
numerosos, existem divindades que são
identificadas com mais de um santo. Por exemplo:
Oxossi, o rei da caça, é associado a São Jorge e a
São Sebastião.
A palavra Umbanda é derivada da palavra
AUM-(Deus)BHAN (conjunto)-DAN (leis) - que
significa o Conjunto das Leis Divinas.
Orixás, dentro do culto Umbandista são
espíritos de grande força espiritual, de grande
luz, que trabalham sob as ordens de um
determinado Orixá. A cada Orixá está
associada uma personalidade e um
comportamento. Cada pessoa recebe a
influência do Orixá que será seu protetor por
toda a vida.
Sincretismo entre Orixás e Santos Católicos:
Oxalá= Jesus Cristo
Yemanjá = Virgem Maria
Oxossi = São Sebastião e São Jorge
Ibeji = Cosme e São Damião
Locunêdê = Santo Expedito
Logun= São Miguel
Oxum= Nossa Sra. Aparecida
Xangô= São Francisco de Assis
O sincretismo é a tentativa de
conciliar crenças diferentes ou
mesmo opostas.
O termo é mais comumente
utilizado como referência
religiosa, como tratado religioso
tradicional da Bahia, onde há
influência de crenças de
religiões tradicionais africanas
em rituais da Igreja Católica
O sincretismo entre religiões de origem africana e a religião
católica, segundo José Beniste, "valeu como poderosa arma
para os negros manterem suas tradições. Sem ele,
provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços
religiosos que ainda hoje se conservam.
CANDOMBLÉ
O QUE É?
O candomblé é uma
religião africana trazida
para o Brasil no período
em que os negros
desembarcaram para
serem escravos, cultua os
Orixás e tem origem
familiar e tribal.
ORIGEM:
A origem do Candomblé se deu na cidade de Ife na África,
e foi trazida para o Brasil pelos negros Yorubas.
Candomblé é uma palavra derivada da língua bantu:
ca [ka]= uso, costume - ndomb =negro, preto e
lé=lugar, casa, terreiro e/ou pequeno atabaque.
A reunião dos três vocábulos resulta em "lugar de
costume dos negros", por extensão, lugar de
tradições negras, tradições entre as quais, destacamse, no sentido atual as práticas religiosas que incluem
a música percussiva
Outra interpretação informa que
kandombele significa "adorar"
O Candomblé no Brasil, nasceu da necessidade dos
negros escravos realizarem seus rituais religiosos, que no
princípio eram proibidos pelos senhores de escravos. Para
burlar essa proibição, eles faziam seus assentamentos e
se escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no
chão, cobrindo-o, por cima colocavam o santo católico e
dançavam para seus Orixás, dizendo que estavam
cantando e dançando em homenagem àquele santo
católico; daí nasceu o sincretismo religioso, que foi
abandonado mais tarde pela maioria dos adeptos do
Candomblé tradicional, com o “término" da escravidão e
mais concretamente quando o Candomblé foi aceito como
religião com a liberdade de culto garantida pela
Constituição Brasileira.
O candomblé tem como objetivo a adoração aos
Orixás, considerados como espíritos da Natureza,
provenientes dos elementos terra, fogo, água e ar.
São deuses guerreiros, protetores da caça, da
maternidade, dos reis e rainhas da África, e outros, que
vivem nos corações de seus descendentes.
Eles são venerados em iniciações secretas e em
festas de um ciclo anual, dedicadas a cada um
deles. Nas festas, abertas ao público - homem de
um lado, mulher de outro - os filhos-de-santo e
adeptos dançam vestidos com as roupas e cores
características, ao som de atabaques, entrando em
transe e incorporando os espíritos dos orixás.
Os Orixás são os encantados, ou seja, a força da
natureza de cada um, com um potencial
diferenciado pela energia do elemento que o
mesmo comanda.
Alguns Orixás
OGUM: Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil,
é conhecido como deus guerreiro.
Elemento: ferro.
Personalidade: impaciente,
obstinado, conquistador e volúvel.
Dia da semana: terça-feira.
Colar: azul-marinho.
Roupa: azul, verde escuro, vermelho
Sacrifício: galo e bode avermelhados.
Oferendas: feijoada, xinxim, acarajé
e inhame.
OXOSSI: Deus da caça, da fartura e da colheita, está
sempre descobrindo algo novo. É o grande patrono do
candomblé brasileiro.
Elemento: florestas.
Personalidade: intuitivo e emotivo.
Dia da semana: quinta-feira.
Colar: azul claro.
Roupa: azul ou verde claro.
Sacrifício: galo e bode avermelhados e porco.
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas,
arroz, feijão e abóbora.
Exu: Orixá mensageiro entre o homem e os deuses,
guardiões da porta da rua, das esquinas e das encruzilhadas.
O lado feminino de Exu é a Pomba-Gira, que dança
freneticamente, com cabelos soltos, saias rodadas e flores
na cabeça.
Elemento: fogo.
Personalidade: atrevido e agressivo.
Dia da semana: segunda-feira.
Roupa: vermelha e preta.
Sacrifício: bode e galo preto.
Oferendas: farofa com dendê, feijão, pimenta, charutos,
água, mel e aguardente.
No tempo da escravidão, os escravos
faziam muitas oferendas ao Orixá Exu,
para que este abrisse os caminhos
dos escravos que tanto sofriam. Mas a
igreja católica, junta com os senhores
de engenho, que obrigava os escravos
a seguirem o catolicismo, descobriram
este Orixá, e, o associaram ao
Demônio da igreja católica. Sendo que
depois disso, a imagem de Exu ficou
bastante deturpada, onde hoje, aqui no
Brasil, o Orixá Exu, ainda é associado
a um Demônio que não existe.
No início da colonização, os rituais do candomblé eram
praticados nas próprias senzalas e nos terreiros das
fazendas, onde trabalhavam os escravos africanos e
seus descendentes. O mais antigo terreiro de
Candomblé da Bahia nasceu há 450 anos, é conhecido
como Engenho Velho ou Casa Branca.
Diferenças entre o Candomblé e a Umbanda:
Um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens
de santos católicos (estes representando os orixás) e
imagens das entidades (marinheiros, caboclos
ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também
podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo
Agostinho, Santo Expedito, etc.
Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar,
como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos
do orixá.
A música também é bem diferente, uma vez que no
Candomblé vai depender de que nação é, já na
Umbanda os cânticos são todos cantados em
português.
“O diálogo inter-religiosos
é capaz de compreender
outros vínculos com o
mistério e deixar-se
enriquecer por ele, sem
quebrar o vínculo com
minha tradição religiosa. A
medida que eu aprofundo a
minha tradição, mais eu me
abro ao outro.”
Faustino Teixeira
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