Trabalho Submetido para Avaliação - 30/08/2012 14:04:17 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA E AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS EM DIFERENTES CULTIVARES DE MILHO CRIOULO JAMILA DOS SANTOS ALVES ([email protected]) / Curso Superior de Tecnologia em Alimentos / Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS ORIENTADOR: PATRÍCIA MEDIANEIRA GRIGOLETTO LONDERO ([email protected]) / Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos / Universidade Federal de Sa, Santa Maria - RS CAMILA SOMAVILLA KELLING ([email protected]) / Curso Superior de Tecnologia em Alimentos / Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS LIA REJANE REINIGER SILVEIRA ([email protected]) / Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia / Universidade Federal de Santa Maria , Santa Maria - RS ALINE BOLZAN ([email protected]) / Técnica de Laboratório do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos / Universidade Federal , Santa Maria - RS JEFERSON GIEHL ([email protected]) / Agronomia / Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS IANA SOMAVILLA ([email protected]) / Agronomia / Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS Palavras-Chave: MILHO CRIOULO, PROTEÍNA, RENDIMENTO DE GRÃOS O milho (Zea mays L.) é cultivado em quase todos os continentes, e sua importância econômica caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia (PAES, 2006). As cultivares crioulas são essenciais para a sobrevivência dos pequenos agricultores, para a segurança alimentar de suas famílias, para a manutenção da história, da cultura e dos costumes das comunidades locais, além de conservar um valioso germoplasma, patrimônio genético da humanidade, e uma reserva de variabilidade genética não encontrada nas cultivares melhoradas, tampouco nos bancos de germoplasma de milho. Em vista disso, o presente trabalho foi conduzido com o objetivo de determinar o teor de proteína presente em grãos de cultivares crioulas de milho bem como avaliar o rendimento de grãos, como forma de resgatar e valorizar essas cultivares. Para isso, foram utilizadas amostras de 15 cultivares crioulas de milho e 2 testemunhas (um híbrido simples – BRS 1002 e uma cultivar de polinização aberta – BRS Missões), provenientes do ensaio de campo, conduzido em delineamento blocos ao acaso com três repetições no município de Ibarama, RS, durante a safra agrícola 2010/2011. O teor de proteína bruta (PB) dos grãos foi determinado pelo método de micro-Kjeldahl (N x 6,25), conforme a metodologia recomendada pela AOAC (1995). Os dados analíticos foram obtidos em triplicata e os resultados finais expressos em base seca. Para o cálculo do rendimento de grãos de cada cultivar, os mesmos foram pesados em gramas por parcela e após os valores transformados em kg.ha-1. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias das cultivares foram comparadas entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro. Foram observadas diferenças significativas entre as cultivares para teor proteína bruta (PB) e rendimento de grãos. Os teores de PB, nos grãos de milho variaram de 6,19 (híbrido simples - BRS 1002) a 8,75% (cultivar Ferro). Esses resultados estão dentro da faixa de variação normalmente encontrada para diferentes tipos de milho (6 a 12% na base seca). As diferenças observadas no presente estudo, podem ser atribuídas à variação genética entre as cultivares quanto à eficiência de utilização do nitrogênio do solo (SANTOS et al., 1998). As cultivares crioulas Cateto Amarelo, Bico de Ouro, Mato Grosso, Cinquentinha e Ferro apresentam maiores teores de PB quando comparadas as duas cultivares comerciais. Para o rendimento de grãos, houve a formação de dois grupos: um com produtividade de 3580,19 kg ha-1 (BRS 1002) e o segundo com amplitude de variação na produtividade de 543,70kg ha-1 (cultivar Palha Roxa) a 1773,15 kg ha-1 (cultivar Lombo Baio). Neste grupo foram enquadradas todas as cultivares crioulas estudadas e, também a testemunha melhorada BRS Missões. A outra testemunha, o híbrido BRS 1002, apesar de se apresentar superior em relação às demais, não conseguiu alcançar o seu máximo em produtividade que é considerado ser de aproximadamente 9100 kg ha-1 (EMYGDIO et al., 2008). Esses resultados corroboram com a idéia amplamente aceita que o uso de cultivares híbridas, por produtores que adotam baixo nível tecnológico, não é recomendado, em função da impossibilidade de expressão do seu potencial produtivo (EMYDGIO, 2006). A produtividade está não somente ligada a fatores genéticos, mas, também, aos fatores ambientais. No presente estudo, é possível inferir que os fatores ambientais não diferiram, sendo o que mais influenciou a produtividade de grãos foi a expressão genética de cada cultivar. Diante disso, pode-se concluir que a cultivar crioula Ferro destacou-se quanto ao teor de proteína e pode ser indicada para compor dietas saudáveis e utilização em programas de melhoramento. Quanto ao rendimento de grãos, as cultivares crioulas apresentam produtividade semelhante ao da testemunha melhorada BRS Missões. REFERÊNCIAS: EMYGDIO, Beatriz Marti; PEREIRA, Luiz Ricardo ; BRS Missões: nova cultivar de milho para a região Sul do Brasil. ; Pesquisa Agropecuária Brasileira; 41; 545-547; 2006. EMYGDIO, Beatriz Marti; TEIXEIRA, Mauro César Celaro; ACOSTA, Adão ; BRS 1002: nova cultivar de milho para o Sul do Brasil. ; Pesquisa Agropecuária Brasileira; 43; 1437-1440; 2008. PAES, Maria Cristina Dias; Aspectos Físicos, Químicos e Tecnológicos dos Grãos do Milho; Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS (CIRCULAR TÉCNICA); Número 75; 6 p.; 2006. SANTOS, Manoel Xavier dos; GUIMARÃES, Paulo Evaristo de Oliveira; PACHECO, Cleso Antônio Patto; FRANÇA, Gonçalo Evangelista; PARENTONI, Sidney Netto; GAMA,Elto Eugenio Gomes e; LOPES,Maurício Antônio ; Melhoramento interpopulacional no Sintético Elite NT para solo pobre em nitrogênio. I. Parâmetros genéticos de produção; Pesquisa Agropecuária Brasileira; 33; 55-61; 1998. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC; Official methods of analysis of the AOAC International.; VA; Arlington; 1995.