O que você deve saber sobre A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA Nas primeiras três décadas da colonização da América, a Coroa portuguesa não se fez efetivamente presente em sua colônia em razão da ausência de metais preciosos e de outros produtos do interesse de Lisboa. A chegada de representantes de outras metrópoles foi decisiva para mudar a postura dos reis portugueses. Terra Brasilis, de Lopo Homem, da obra Atlas Miller, 1515-1519. Manuscrito iluminado sobre pergaminho, 41,5 x 59 cm A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA MAPOTECA DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, RIO DE JANEIRO A exploração colonial da América Portuguesa A exploração colonial da América Portuguesa 1500 e 1530: exploração do pau-brasil Método de concessão: arrendatário pagava o quinto Mão de obra: indígena Caráter predatório Princípio do uti possidetis: disputa pelas terras 1532: cultura da cana-de-açúcar e sistema das capitanias hereditárias Coroa: soberania territorial Donatários: participação na renda da exploração do pau-brasil e dos metais A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA Transferência hereditária ou por sesmarias A exploração colonial da América Portuguesa Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente conseguiram sucesso na exploração da cana, fazendo Portugal optar por uma reforma administrativa na colônia A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA I. O governo-geral 1548: novo sistema administrativo Poder centralizado Viabilização do comércio Catequização indígena Ocupação territorial Criação de câmaras municipais Homens-bons 1 juiz e 3 vereadores A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA I. O governo-geral 1549 a 1553: Governador-mor Tomé de Sousa Cultura da cana e oferta de mão de obra escrava Salvador: capital da colônia Contribuição para centralização administrativa E... Rivalidade entre metrópole e câmaras A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA II. A cultura da cana-de-açúcar Mão de obra escrava Engenhos: maior parte da área destinada à cana. A pequena parte destinada aos alimentos era ampliada quando o preço do açúcar caía na Europa. Engenho (detalhe), séc. XVII. Óleo sobre madeira. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA GALERIA NACIONAL DA IRLANDA, DUBLIN Sistema de cultivo: monocultura III. A mão de obra escrava Tráfico de escravos: negócio lucrativo praticado pela Coroa portuguesa desde 1448. Senhores de engenho: habitavam a casa-grande. Escravos: habitavam a senzala. • Escravos domésticos: serviam na casa-grande e tinham melhores condições de vida. • Escravos do eito: trabalhavam na lavoura em um ritmo bastante intenso. Trabalhadores livres: pequenos e médios proprietários, exerciam diversas funções. Escravidão indígena: não obteve êxito. Séculos XVI e XVII: mais de um milhão de africanos trazidos ao Brasil. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA COLEÇÃO SÉRGIO FADEL, RIO DE JANEIRO IV. A rebeldia dos escravos Fuga de escravos, 1859, de François Biard A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA IV. A rebeldia dos escravos Formas de rebelião Banzo Aborto Fugas Quilombos Quilombo dos Palmares: entre os estados de Pernambuco e Alagoas. Não havia propriedade privada e a produção era distribuída de acordo com a necessidade de cada família. Resistiu a 17 ataques realizados no século XVII. Em 1630 tinha aproximadamente 30 mil habitantes. 1675: o rei Ganga-Zumba negociou a paz com o governo colonial, mas Zumbi, o sobrinho do rei, recusou-se a firmar o acordo. Seguiram-se 15 anos de guerras contínuas, nas quais as tropas coloniais acumularam experiência para lutar contra os quilombolas. 1694: tropas lideradas pelo paulista Domingos Jorge Velho cercam Palmares. Zumbi e alguns escravos fogem, tentando reorganizar uma resistência. Novembro de 1695: o Quilombo é derrotado. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA V. As invasões holandesas 1621: criação da Companhia das Índias Ocidentais 1624: expedição de invasão rumo a Salvador 1625: expulsão de Salvador 1630: ataque à cidade de Recife 1637: expansão para Sergipe e Fortaleza, já tendo sido conquistados a Paraíba e o Rio Grande do Norte. 1644: Nassau foi afastado da administração dos negócios na América. 1645: conflitos com colonos 1654: Portugal intercede e expulsa os holandeses. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA V. As invasões holandesas Crise econômica na colônia de Portugal Guerra dos Mascates (1709-1710) COLEÇÃO PARTICULAR Holandeses se estabelecem nas Antilhas: nova produção açucareira Vista da Cidade Maurícia (Mauritsstadt e Recife), 1653. Óleo sobre madeira, 48 x 84 cm A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 (Fuvest-SP) O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as terras americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três primeiros séculos da colonização. a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez nessas terras. RESPOSTA: Desde a chegada de espanhóis e portugueses às terras americanas, a França sempre mostrou interesse em participar dessa expansão colonial, porém teve suas intenções frustradas pelo Tratado de Tordesilhas, que garantiu aos países ibéricos o monopólio de exploração daqueles territórios. Naquele momento, a França vivia um processo de centralização política fortemente marcado pelos conflitos religiosos entre católicos e huguenotes. Estes estavam interessados na expansão comercial e na conquista de novas terras, que poderiam servir também de refúgio para professarem sua religião. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América Portuguesa. RESPOSTA: Outra incursão francesa ao território português na América ocorreu entre 1612 e 1615 no litoral do atual Maranhão, onde um grupo de franceses católicos fundou o Forte de São Luís. O governo francês era controlado pelo cardeal Richelieu, de tendência absolutista, que garantia apoio àqueles que buscassem expandir domínios coloniais, desde que possuíssem vínculos políticos e religiosos com o Estado. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 (UEL-PR) Leia atentamente o texto do século XVIII: É reparo singular dos que contemplam as cousas naturais ver que as que são de maior proveito ao gênero humano não se reduzem à perfeição sem passarem primeiro por notáveis apertos (...) o vemos na fábrica de açúcar, o qual, desde o primeiro instante de se plantar, até chegar às mesas e passar entre os dentes a sepultar-se no estômago dos que o comem, leva uma vida cheia de tais e tantos martírios que os que inventaram os tiranos lhes não ganham vantagem. (...) E, ainda assim, sempre doce e vencedor de amarguras, vai dar gosto ao paladar dos seus inimigos nos banquetes, saúde nas mezinhas aos enfermos e grandes lucros aos senhores de engenho e aos lavradores que o perseguiram e aos mercadores que o compraram e o levaram degredado nos portos e muito maiores emolumentos à Fazenda Real nas alfândegas. ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 143-145. Considere as afirmativas a seguir: I. O texto descreve o empreendimento colonial nas Américas, destacando os maus-tratos pelos quais passam os trabalhadores no cultivo do açúcar, em especial no Brasil e nas Antilhas. II. É possível caracterizar a produção açucareira como um dos primeiros empreendimentos fabris no Brasil, dada a complexidade do processo que vai do plantio da cana até o produto final. III. A prosa colonial, na pena de Antonil, pode ser caracterizada como barroca na medida em que se interessa pelos lucros do empreendimento econômico, no caso do comércio do açúcar. IV. O fetichismo da mercadoria ocupa o primeiro plano do discurso, revelando a mentalidade mercantil do autor, que se interessa pela produção e comercialização do açúcar. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. RESPOSTA: C A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 6 A raiz do dilema (UEL-PR) Analise a figura, leia o texto e responda à questão. A opinião pública tem sido informada de que o surto da fome está ligado à escassez de produtos agrícolas, que decorre das más colheitas provocadas pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas, do aumento de consumo de cereais na Índia e na China, do aumento dos custos dos transportes e da crescente reserva de terras para a produção dos agrocombustíveis. Todas essas causas têm contribuído para o problema, mas não são suficientes para explicá-lo. Esses aumentos especulativos, tal como os preços do petróleo, resultam de o capital financeiro ter começado a investir fortemente nos mercados internacionais de produtos agrícolas depois da crise do investimento no setor imobiliário. SANTOS, B. S. Transnacionais de alimentos lucram com aumento da fome. Carta Maior, Economia, 7 maio 2008. (Adaptado.) Os biocombustiveis inibem a produção de alimentos nos Estados Unidos, onde a produção de etanol já utiliza já utiliza um terço da área plantada de milho. No Brasil, apenas 1% da área agricultável é utilizada para produzir o combustivel de cana-de-açucar. Area total do Brasil 850 milhões de hectares Terras aráveis 355 milhões de hectares Área plantada 20,2% do total de terras aráveis (72 milhões de hectares) Área de plantação de cana para etanol 1% do total de terras aráveis (3,6 milhões de hectares) No Brasil, são produzidos 7.500 litros de etanol por hectares plantado de cana Área total dos Estados Unidos* 800 milhões de hectares Terras aráveis 270 milhões de hectares Área plantada 64,8% no total de terras aráveis (175 milhões de hectares) Área da plantação de milho para o etanol 3,7% do total de terras aráveis (10 milhões de hectares) * Excluindo o Alasca A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR nos Estados Unidos, são produzidos 3.000 litros de etanol por hectares plantado de milho EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 6 Um dos problemas que a população brasileira enfrentou no período colonial foi a constante escassez de alimentos. Isso ocorria, entre outros fatores, porque: a) a partir de meados do século XIX, o aumento dos preços do café no mercado internacional provocou uma expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a uma queda na produção de itens de subsistência. b) devido à carência de mão de obra, os escravos eram utilizados na exploração mineradora, na madeireira e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da produção de alimentos e a formação de um mercado interno nacional. c) a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro representou um aumento no consumo de produtos alimentícios, causando um colapso na economia de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal. d) quando a exportação de açúcar se encontrava em uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo de outros produtos alimentícios. e) em meados do século XVIII, o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção pernambucana de algodão destinado à exportação, o que resultou na redução da área de plantio de produtos alimentares. RESPOSTA: D A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 8 (UFBA, adaptado) Leia o texto e responda à questão. O poder político na colônia estava descentralizado, situado nas unidades produtoras que iam surgindo. Toda a máquina governamental – muito precária, por sinal – aqui implantada visava aos interesses da classe proprietária de terras e de escravos, a classe dominante colonial. Essa classe estava voltada para as suas fazendas, que muitas vezes se estendiam por mais de um município – a divisão político-administrativa das capitanias. Seu poder e prestígio aparecia nas câmaras dos “homens-bons”, isto é, donos de terras, milícia, clero. O mundo da cruz, que impunha com a espada sua civilização. ALENCAR, 1996. p. 26. Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre a relação público-privada na história do Brasil, pode-se afirmar: (01) A máquina administrativa do poder público no Brasil Colonial, rigidamente organizada a partir da metrópole, controlava cargos e funções públicas, mantendo sob controle a sociedade que então se formava. (02) O poder privado, no Período Colonial, esteve representado pelas sesmarias, enquanto o poder público, a partir da segunda metade do século XVIII, esteve representado pelas Capitanias Gerais e Capitanias Subalternas. A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 8 (04) As câmaras dos “homens-bons” expressavam o entrelaçamento entre os interesses privados e o poder público no Brasil Colonial, fenômeno que, com algumas modificações, transferiu-se para o Brasil Monárquico. (08) As oligarquias estaduais, na República Velha, a partir do controle do poder econômico e da posse de propriedades, garantiam a dominação do poder político, fundamentada no sistema eleitoral do voto aberto. (16) A consolidação do poder do Estado Novo dependeu, dentre outros fatores, do apoio de empresários industriais paulistas, estabelecendo uma relação de dependência entre o poder econômico e o Estado. (32) A Constituição de 1988, representativa da redemocratização brasileira pós-governos militares, garantiu cotas de participação do alto empresariado do Sudeste em órgãos do Governo Federal. (64) As câmaras municipais da atualidade, à semelhança daquelas da Época Colonial, não assumem funções legislativas, limitando-se a executar as decisões emanadas do Executivo Estadual. RESPOSTA: Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30 A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 9 (UFC-CE) Ao contrário da América espanhola, a América portuguesa não apresentou, no princípio, abundância de metais preciosos. Na falta de riqueza mineral, foi o açúcar que, em termos econômicos, tornou viáveis os primeiros passos da colonização. Sobre o contexto da produção de açúcar nos engenhos coloniais portugueses, no século XVI, assinale a alternativa correta. a) A existência de um solo ideal para o cultivo da cana-de-açúcar fez que as capitanias situadas nas atuais regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil experimentassem um maior desenvolvimento. b) A organização da produção açucareira no Brasil estava voltada para o atendimento da crescente e rentável demanda do mercado europeu, não atendida pelos engenhos da colônia portuguesa dos Açores. c) A autoridade do senhor de engenho se restringia aos limites de sua propriedade, estando, fora dela, submetida às leis e normas da Coroa portuguesa, defendidas na colônia por um forte aparato militar e judiciário. d) Os senhores de engenho, em comparação com os barões do café, tratavam seus escravos com menos violência, pois estes eram tidos como mercadorias de alto valor e de difícil reposição. e) O alto valor do açúcar no mercado internacional promoveu um grande acúmulo de riqueza na colônia, que logo superou, em volume, a economia da metrópole. RESPOSTA: B A EXPLORAÇÃO COLONIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA – NO VESTIBULAR