O que você deve saber sobre A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL O processo de Independência do Brasil foi longo e controverso. Até os dias atuais os historiadores oferecem contínuas interpretações para os eventos que culminaram na declaração feita por D. Pedro em 7 de setembro de 1822. Permanece, porém, claro o fato de que o início desse processo se deu em 1808, com a transferência da Corte. A crise do sistema colonial e a independência do Brasil 1808, vinda da Corte portuguesa para a colônia, que se tornou centro administrativo do Império português. Abertura dos portos: encerrou o exclusivo comercial. A elevação a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves deu ao Rio de Janeiro o mesmo status administrativo de Lisboa. A partir de 1815: colônia passou a ser sede administrativa e residência da família real. Mas... Nada disso caracterizou uma independência por parte da América portuguesa. Laços com a metrópole permaneciam e a autonomia estava ameaçada pelos objetivos das Cortes lisboetas. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL I. As revoltas independentistas – a Revolução Pernambucana Pode ser considerada a primeira e maior revolta independentista. Transferência da Corte: • Homem comum: nada mudou, era indiferente ser governado por Lisboa ou Rio de Janeiro. • Grandes proprietários escravistas: beneficiados pela abertura dos portos, mas distantes da vida política A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL I. As revoltas independentistas – a Revolução Pernambucana Situação em Pernambuco Comerciantes portugueses × Proprietários rurais... ...e homens livres não proprietários Participação política e liberdade econômica Monopólio português encarece os produtos de primeira necessidade. Em 1817: Areópago de Itambé: sociedade secreta anticolonial que não admitia europeus. Seminário de Olinda: a Igreja, apesar de atrelada à Coroa, não seria totalmente subordinada a ela. Elite atuante disposta a colocar em prática suas ideias. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL I. As revoltas independentistas – a Revolução Pernambucana Líderes da Revolução: Clero: padre João Ribeiro, padre Miguelinho e frei Caneca; Administração portuguesa: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (ouvidor-mor de Olinda); Comércio: Domingos José Martins; Exército: capitão José de Barros Lima, capitão Pedro Pedroso. Uma junta em Pernambuco, c. 1835, de Rugendas A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO Situação em Pernambuco I. As revoltas independentistas – a Revolução Pernambucana Situação em Pernambuco Em 6 de março de 1817 a conspiração é denunciada: Exército reprime o setor militar da revolta, mas a resistência faz triunfar o movimento. No dia seguinte líderes da revolta formam um governo provisório. Criou-se o Conselho de Estado; o governo republicano; adotou-se uma bandeira e as pessoas foram chamadas de “patriotas”. Oficialmente, Pernambuco era um novo país. Criação da Lei Orgânica: liberdade de consciência; liberdade de imprensa; tolerância religiosa; estrangeiros aderidos à República seriam “patriotas”; o governo provisório duraria até a elaboração de uma Constituição; fim dos tributos aos produtos de primeira necessidade. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL I. As revoltas independentistas – a Revolução Pernambucana Situação em Pernambuco A escravidão não fora discutida pelos revoltosos naquele momento. A Revolução Pernambucana espalhou-se rapidamente para Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Piauí, Ceará. Com a repressão do governo central, em 19 de maio de 1817 caiu o governo revolucionário de Pernambuco. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL II. As consequências da Revolução do Porto Ameaça aos benefícios políticos e econômicos aos colonos Volta de D. João VI Cortes portuguesas reivindicam a centralização de poder e a volta de D. Pedro I para Portugal. Deputados da colônia têm suas reivindicações ignoradas. Ideal de separação Partido Brasileiro: organiza uma resistência, retira o apoio e a lealdade jurada às Cortes passando-os ao príncipe regente. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL II. As consequências da Revolução do Porto D. Pedro é persuadido pela população a ficar na colônia. Dia do Fico, 9 de janeiro de 1822 Soldados portugueses que recusaram a lealdade a D. Pedro voltam a Lisboa. Soldados chegados foram impedidos de desembarcar. Criação do Gabinete Brasileiro, chefiado pelo brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, presidente da Junta Provisional de São Paulo A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL III. A concretização da Independência D. João VI Impossibilidade de interromper o processo de independência Preocupação dinástica José Bonifácio: “Patriarca da independência” D. Pedro Brasil não voltaria a ser colônia. Monarquia independente A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Independência III. A concretização da Independência Junho de 1822: Assembleia Constituinte Em 7 de setembro D. Pedro recebe: Toda lei seria aprovada pelo príncipe regente e os brasileiros seriam a maioria na Assembleia. Despachos de Lisboa que revogavam seus decretos, acusavam seus ministros de traição e exigiam sua volta a Portugal. Cartas de José Bonifácio e sua esposa aconselhando-o a romper com Portugal. ”De hoje em diante nossas relações com eles estão cortadas. Não quero mais nada com o governo de Portugal, e proclamo o Brasil separado para sempre de Portugal. Viva a independência, a liberdade e a separação do Brasil!” A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL MUSEU PAULISTA/USP, SÃO PAULO III. A concretização da Independência Independência ou morte, 1888, de Pedro Américo A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL III. A concretização da Independência 12 de outubro de 1822: D. Pedro foi proclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. da nação independente. A primeira bandeira imperial brasileira foi um projeto de José Bonifácio de Andrada e Silva e Jean-Baptiste Debret. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA BAHIA Em 10 de dezembro de 1822, foi o primeiro monarca EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 2 (UFC-CE, adaptado) Leia o texto a seguir. A imagem de D. Pedro I desembainhando a espada no alto do Ipiranga é uma das representações mais populares da história do Brasil. (...) Diante dela temos a impressão de sermos testemunhas do evento histórico, aceito naturalmente como “marco zero” da fundação da nação. No entanto, essa imagem é fruto da imaginação de um artista que nem mesmo tinha nascido no momento em que o episódio ocorreu. MATTOS, Cláudia Valladão. A invenção do grito. História Viva, ano V, n. 59, p. 67, 2008. A citação faz referência a uma famosa obra, criada entre 1885 e 1888, pelo pintor paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Melo. Responda o que se pede a seguir. Que “marco zero” da história do Brasil a obra busca legitimar? Qual a representação simbólica que o pintor faz desse evento histórico? Explique qual a conjuntura política do Segundo Reinado no momento de produção da obra. E, por fim, relacione a conjuntura política do Segundo Reinado e a representação feita por Pedro Américo. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 2 RESPOSTA: O quadro Independência ou morte retrata o “grito do Ipiranga”. Esse episódio, inventado posteriormente como “marco zero” da Independência do Brasil, é datado de 7 de setembro de 1822. O pintor representou a Independência do Brasil como resultado do voluntarismo e heroísmo do futuro imperador, expressos no seu grito de “Independência ou Morte”, aclamado por civis e militares que o acompanhavam. No momento da produção da obra, o Segundo Reinado estava nos seus últimos anos, imerso numa crise política que desencadeou a Proclamação da República, em novembro de 1889. Setores políticos e sociais que apoiavam o regime rompiam com o imperador D. Pedro II. Dentre esses, as elites contrárias à abolição, setores da Igreja e, principalmente, os militares. As campanhas em favor da República espalhavam-se por todo o Brasil. Ao valorizar a imagem do pai de D. Pedro II como líder e herói nacional, o quadro ecoava as tentativas de estabilizar um império em crise. A obra foi produzida num contexto de construção de uma memória positiva sobre o Império e a nação. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR (UFMG) Analise estas duas representações do chamado Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822: MUSEU PAULISTA/USP, SÃO PAULO Independência ou morte, de Pedro Américo (1888) Proclamação da Independência, de François-René Moreaux (1844) A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR MUSEU IMPERIAL PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 A partir da análise dessas duas representações e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que, em ambas, a) a disposição dos atores – coletivos e individuais –, bem como dos aspectos que compõem o cenário, é diferenciada e expressa uma visão particular sobre D. Pedro – na primeira, como o protagonista central; na segunda, como líder de uma ação popular. b) as mesmas concepções históricas e estéticas fundamentam e explicam a participação dos mesmos grupos sociais e personagens históricos – o príncipe, militares, mulheres, camponeses e crianças. c) D. Pedro, embora seja o protagonista, se destaca de modo diferente – na primeira, ele recebe o apoio de diversos grupos sociais; na segunda, a participação das camadas populares é mais restrita. d) os artistas conseguem causar um mesmo efeito – descrever a Independência do Brasil como um ato solene, grandioso, sem participação popular e protagonizado por D. Pedro. RESPOSTA: A A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 (UFPE, adaptado) A história política de Pernambuco foi marcada por rebeliões, tanto contra as opressões do sistema colonial, representado pelo governo português, quanto contra o centralismo político pós-1822. Destacam-se, entre essas rebeliões (julgar como verdadeiro ou falso): ( F ) a Revolução Praieira, onde prevaleceram as ideias socialistas de Marx e Engels, com a condenação da monarquia. ( V ) a Guerra dos Mascates, pela qual o Recife conseguiu maior liberdade administrativa e aumentou seu poder político. ( F ) a Revolução de 1817, na qual os rebeldes defenderam, com a participação popular, o fim da escravidão negra. ( V ) a Confederação do Equador, na qual as ideias liberais motivavam os rebeldes para combater o autoritarismo do governo de D. Pedro I. ( V ) a Conspiração dos Suassunas, composta pelas elites admiradoras das ideias liberais. A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 11 (Unesp) Leia os itens a respeito da Revolução Pernambucana de 1817. I. Possuiu forte sentimento antilusitano, resultante do aumento dos impostos e dos grandes privilégios concedidos aos comerciantes portugueses. II. Teve a participação apenas de sacerdotes e militares, não contando com o apoio de outros segmentos da população. III. Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os combates armados passando de Recife para o sertão, estendendo-se também a Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. IV. A revolta foi sufocada apenas dois anos depois por tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas, francesas e inglesas. V. Propunha a República, com a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da escravidão. É correto apenas o afirmado em a) I, II e III. b) I, III e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) II, III e V. RESPOSTA: B A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 13 (UFMG) Leia este trecho de documento: Pernambucanos (...) o povo está contente, já não há distinção entre Brasileiros, e europeus, todos se conhecem irmãos, descendentes da mesma origem (...) Um governo provisório iluminado escolhido entre todas as ordens do Estado, preside a vossa felicidade (...) Vós vereis consolidar-se a vossa fortuna, vós sereis livres do peso de enormes tributos, que gravam sobre vós; o vosso, e nosso País [= Pernambuco] subirá ao ponto de grandeza, que há muito o espera, e vós colhereis o fruto dos trabalhos e do zelo dos vossos Cidadãos. Ajudai-os com (...) a vossa aplicação à agricultura, uma nação rica é uma nação poderosa. A Pátria é a nossa mãe comum, vós sois seus filhos, sois descendentes dos valorosos Lusos, sois Portugueses, sois Americanos, sois Brasileiros, sois Pernambucanos. Proclamação do Governo Provisório Revolucionário de Pernambuco, em 9 de março de 1817. Considerando-se os princípios que fundamentam a Revolução Pernambucana de 1817, é INCORRETO afirmar que seus participantes: a) consideravam irrelevantes as questões tributárias e desigualdades existentes entre “Brasileiros”, “Pernambucanos” e “Portugueses”. b) entendiam que a riqueza tornava uma nação poderosa, sendo a agricultura vista como uma atividade econômica importante para a Pátria. c) promoveram a constituição de um Governo Provisório em Pernambuco, em oposição ao Governo Monárquico chefiado por D. João. d) reconheciam como identidades coletivas os “Pernambucanos”, os “Portugueses” e os “Brasileiros”, defendendo que todos eles eram filhos da Pátria. RESPOSTA: A A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL — NO VESTIBULAR