1 2 3 DESENVOLVIMENTO, CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE DOCE PASTOSO ELABORADO À BASE DE BAGAÇO DE CAJU E ALBEDO DO MARACUJÁ 4 RESUMO 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Nos processos de obtenção de cajuína há grandes perdas em bagaço e cascas, que comumente, são aproveitados para adubação de solo e ração animal. Nos últimos anos, devido à riqueza em fibras, carotenóides, compostos fenólicos, vitaminas e minerais contidos nesses resíduos, o aproveitamento dos mesmos tem ganhado interesse no desenvolvimento de produtos destinados à alimentação humana. O presente trabalho teve por objetivo investigar o desenvolvimento, a caracterização físico-química e a qualidade microbiológica de doce pastoso elaborado a partir do bagaço de caju e albedo do maracujá. Para a elaboração dos doces foram desenvolvidas duas formulações de doce pastoso (F1) e (F2), diferenciando-se quanto à incorporação de farinha de linhaça na (F2). Os doces caracterizaram-se por apresentar teor de sólidos solúveis totais (°Brix) situados entre (68,00% a 66,00%). A estabilidade microbiológica foi avaliada através da contagem de bolores e leveduras, coliformes a 35°C (totais) e 45°C (fecais), sendo acompanhada para os doces recémprocessados (tempo zero) e após 15 e 30 dias de armazenamento, sob refrigeração à temperatura (5°C±1). Após o processamento, a contagem de bolores e leveduras manteve-se inalterada ao longo do período de armazenamento. Não foi detectada a presença de bactérias do grupo dos coliformes. [GS1] Comentário: Alterar a percentagem por g de sólidos solúveis por 100 g (66 a 68 g de sólidos solúveis por 100 g de doce) 21 22 [GS2] Comentário: Utilizar palavras diferentes das que constam no título Palavras-chave: bagaço do caju, albedo do maracujá, doce pastoso, características. 23 24 ABSTRACT 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 In the process of obtaining cajuína there are great losses in bagasse and peels, which are commonly used for soil fertilization and animal feed. In recent years, due to the richness in fiber, carotenoids, phenolics, vitamins and minerals contained in those residues, the use of them has gained interest in the development of products intended for human consumption. This study aimed to investigate the development, physical-chemical characterization and the microbiological quality of sweet paste made from the pomace of cashew and passion fruit's albedo. For the preparation of sweets were developed two sweet Pasty formulations (F1 and F2), differing as to the incorporation of flaxseed flour in (F2). The sweets were characterised by offering total soluble solids (° Brix) situated between (68.00 66.00%%). The microbiological stability was evaluated by counting of yeasts and molds, coliforms to 35° C (total) and 45° C (human waste), being accompanied to the candy recém-processados (time zero) and after 15 and 30 days of storage, refrigerated at a temperature (5° C ± 1). After processing, the yeast and mould count remained unchanged throughout the storage period. Has not detected the presence of bacteria of the coliform group. 39 40 41 Keywords: bagasse do caju, albedo of passion fruit, sweet Pasty, features. 1 42 1. INTRODUÇÃO 43 A exploração da cajucultura é considerada uma das principais atividades 44 agroindustriais do Nordeste do Brasil, proporciona grande numero de emprego na cadeia 45 produtiva, várias alternativas de industrialização, gerando renda e divisas para o país. 46 O cajueiro (Anacardium occidentle L.) apresenta duas alternativas como matéria- 47 prima para a indústria de alimentos a castanha, o verdadeiro fruto e o pedúnculo, que é um 48 pseudo ou falso fruto, uma forma hipertrofiada do pedúnculo floral e rica em suco (ABREU 49 & NETO, 2007). 50 A castanha, que representa cerca de 10% do peso total do caju, destaca-se como o 51 principal produto gerador de divisas para os Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, 52 que são os maiores produtores nacionais de caju (PAIVA et. al. 2000). É constituída de duas 53 porções distintas: a amêndoa e a casca. A amêndoa, é rica em gorduras, proteínas, 54 carboidratos, fósforo e ferro, sendo muito apreciada como aperitivo (MOURA, 2009). 55 O pseudofruto do caju, estimado em 90% do peso do fruto, apresenta estrutura 56 carnosa e suculenta, rico em vitamina C e fibras, possui amplo potencial de aproveitamento na 57 elaboração de polpa, suco néctares, refrigerante, cajuína, diversos tipos de doces, em escala 58 industrial e/ou artesanal. Embora assim, possui baixo valor no mercado interno, 59 principalmente, no período de safra (FILHO, 2010; EMBRAPA, 1999; SOARES, 1986; 60 PAIVA et. al. 2000). 61 No tocante ao valor nutricional o pedúnculo de caju destaca-se, principalmente, pelo 62 seu elevado teor de vitamina C, variando entre (156 mg a 387 mg/100g), que pode superar em 63 até cinco vezes o valor encontrado na laranja, e pelos compostos fenólicos, aos quais são 64 atribuídas propriedades antioxidantes, capazes de proteger o organismo contra a ação dos 65 radicais livres. O pedúnculo do caju apresenta ainda teores consideráveis de açúcares, 2 66 minerais (ferro, cálcio e fósforo), vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina), 67 fibras e carotenóides (12 a 28 mg/g de fruto freso), o que torna um alimento importante do 68 ponto de vista dietético (SAMPAIO, 1990; AGUIAR et. al., 2000; ARAÚJO et. al., 2004). 69 O potencial de agroindustrialização do pedúnculo de caju permite que dele sejam 70 obtidos diversos produtos, como: polpa congelada, suco, e cajuína doce. No tocante à 71 fabricação de cajuína, nos estados do Ceará e Piauí existem várias unidades produtoras e o 72 produto tem boa aceitação. No estado do Rio Grande do Norte, embora a produção de caju 73 seja abundante o potencial de industrialização do pedúnculo de caju, não foi até o momento 74 devidamente explorado, principalmente a cajuína. Neste segmento vale frisar o interesse da 75 comunidade de Lagoa Nova-RN, em virtude do potencial de produção de caju e a busca de 76 alternativa para agregar valor ao fruto in natura e preservar a potencialidade da cajucultura 77 na região. 78 A cajuína é um suco de caju puro, clarificado, sem adição de açúcar e conservantes, 79 que é acondicionado em garrafas de vidro, tratado termicamente em banho-maria, para 80 adquirir coloração âmbar e um sabor característico. No processo de obtenção são gerados 20 a 81 30% de bagaço (ABREU e NETO 2007), cujo valor nutritivo supera o conteúdo de 82 carotenóides, substâncias fenólicas e fibras, quando comparado com o suco e a cajuína 83 (COURRY, 2005). 84 O bagaço do pedúnculo do caju tem sido amplamente utilizado na fabricação de 85 ração animal e compostagem. Nos últimos anos, devido à grande importância nutricional tem 86 despertado o interesse de várias pesquisas na área de alimentos focadas no desenvolvimento 87 de novos produtos destinados à alimentação humana, enfatizando-se a elaboração de biscoitos 88 e salgadinhos extrusados tipo snacks (ASCHERI et. al., 1999), barras de cereais (LIMA et. 89 al., 2007), hambúrguer (SILVA e SANTOS, 2007). Dentre outros produtos, o SESI, através 3 Formatado: Fonte: Itálico [GS3] Comentário: Seria melhor colocar a temperatura exata utilizada neste tratamento térmico. [GS4] Comentário: Colocar o livro de receita do Sesi como referência no final do parágrafo. 90 do programa da cozinha Brasil divulga várias formas de aproveitamento do pedúnculo e do 91 bagaço do caju na elaboração geleia, doces etc. 92 A produção de doces de frutas é considerada de grande importância comercial para a 93 indústria de alimentos brasileiros sendo, os doces em pasta ou em massa, geléias e compotas 94 os produtos de maior expressão econômica e de boa aceitação pelos consumidores. 95 Diante do potencial de produção de caju na região nordeste, do grande desperdício 96 do pedúnculo de caju e do bagaço oriundo da extração do suco para a fabricação de cajuína, o 97 aproveitamento deste resíduo apresenta-se como uma alternativa de grande importância no 98 desenvolvimento da agroindústria nordestina e como forma de agregar valor econômico na 99 cadeia produtiva do caju. 100 De acordo com a Resolução Normativa CTA n°9/78, doce em pasta ou em massa é o 101 produto resultante do processamento adequado das partes comestíveis desintegradas de 102 vegetais com açúcares, com ou sem adição de água, pectina, ajustador de pH e outros 103 ingredientes e aditivos permitidos até uma consistência apropriada, sendo finalmente, 104 acondicionado de forma a assegurar sua perfeita conservação (BRASIL, 2010). Quanto à 105 consistência, são classificados em doce cremoso ou pastoso, quando apresenta pasta 106 homogênea e consistência mole, que não oferece resistência e nem possibilidade de corte, 107 devendo apresentar teor de sólidos solúveis (°Brix) de no mínimo 55%; doce de corte, 108 quando apresenta pasta homogênea e consistência que possibilita o corte, com teor de sólidos 109 solúveis (°Brix) de no mínimo 65% (EMBRAPA, 2003). O valor nutritivo destaca-se, 110 principalmente como fonte de energia. 111 No mercado nacional, principalmente, nas regiões produtoras de caju, a exploração 112 industrial do pedúnculo, em escala artesanal e/ou industrial, visando à produção de diferentes 4 [GS5] Comentário: Essa frase não ficou adequada. Sugiro retirar ou melhorar. Formatado: Tachado 113 tipos de diferentes tipos doce já é bem difundida. No entanto, trabalhos científicos 114 objetivando a utilização do bagaço de caju ainda é restrita. 115 Pelo exposto, o trabalho proposto teve por objetivos: investigar o desenvolvimento 116 de doce pastoso elaborado a partir do bagaço de caju proveniente da extração do suco para a 117 fabricação de cajuína, com a incorporação do albedo do maracujá e outros ingredientes não 118 convencionais para doces; caracterizar o produto quanto aos parâmetros físico-químicos 119 relevantes para doces em massa e avaliar a qualidade microbiológica, visando à utilização 120 como ingrediente na elaboração de trufas de caju. 121 2. MATERIAL E MÉTODOS 122 2.1. Desenvolvimento do Doce Elaborado à Base de Bagaço de Caju e Albedo do 123 Maracujá. [GS6] Comentário: Arrumar, palavras repetidas. [GS7] Comentário: Faltou informações sobre o albedo de maracujá na introdução, suas características e benefícios. [GS8] Comentário: Foi testado em trufas? Ou é apenas sugestão???? SE for sugestão, incluam nas discussões. 124 Para a elaboração do doce coletou-se bagaço de caju e cascas do maracujá em 125 agroindústrias familiares localizadas em Lagoa Nova-RN, sendo estes resíduos originários da 126 extração do suco para a obtenção de cajuína e do processo de fabricação de polpa de 127 maracujá. Após a coleta o material foi acondicionado em sacos plásticos atóxicos, 128 transportado ao laboratório de alimentos do IFRN, campus de Currais Novos, sendo 129 congelado até o momento de sua utilização. 130 Por ocasião do processamento, o bagaço de caju foi descongelado, pesado, misturado 131 com água na proporção de (80%:20%p/p (bagaço:água) e homogeneizado em liquidificador [GS9] Comentário: O mais adequado é m/m 132 industrial durante cinco minutos. Obteve-se o albedo do maracujá com o prévio cozimento [GS10] Comentário: Indicar a temperature deste cozimento. 133 das cascas do maracujá amarelo (Passiflora war edulis. Flavicarpa), seguido de resfriamento 134 em água corrente, extração da polpa branca carnuda e homogeneização em liquidificador. As 5 135 pastas ou polpas obtidas foram caracterizadas quanto ao teor de sólidos solúveis, umidade, pH 136 e acidez. [GS11] Comentário: Seguindo qual metodologia? Informar. 137 A partir da mistura homogênea de (bagaço de caju e albedo do maracujá, nas 138 proporção proporções de 90:10% (m/m) foram desenvolvidas duas formulações de doces, 139 (F1) e (F2), diferenciando-se quanto à incorporação de 5% de farinha de linhaça na (F2). A 140 quantidade de açúcar para ambas as formulações foi igual a 80%, em relação ao peso da 141 mistura inicial, sendo utilizado 40% de açúcar cristal, 25% de açúcar mascavo e 15% de 142 xarope de glicose. Além destes ingredientes adicionou-se 15% de castanha de caju granulada, 143 3% farinha de maracujá e 5% de farinha de linhaça, por conterem fibras dietéticas, vitamina 144 E, ácidos graxos essenciais e Omega-3, aos quais são atribuídas propriedades antioxidantes, 145 prevenido contra ação dos radicais livres no organismo, além de contribuir para a redução das 146 taxas de colesterol e de glicose na corrente sanguínea (GAZZONI, 2005; MOURA, 2009). 147 A concentração dos doces foi feita realizada em panela de aço inoxidável de fundo 148 duplo até alcançar teor de sólidos solúveis variando entre 68,00% (F1) e 66,00% (F2) em 149 °Brix a 20°, determinado através de refratômetro da marca CAPLAB. O acondicionamento foi 150 feito em potes de vidro com tampa rosqueável, previamente esterilizados, seguido de 151 fechamento e inversão dos recipientes durante 5 minutos, a fim de eliminar microrganismos 152 das superfícies internas das tampas, pelo efeito da elevada temperatura dos doces. Os doces 153 foram armazenados à temperatura de refrigeração (5°C±1) por 30 dias, avaliados quanto às 154 características físico-químicas e qualidade microbiológica. 155 2.2. Caracterização Físico-Química dos Doces Obtidos. 156 Além do teor de sólidos solúveis (°Brix) foram realizadas análises de umidade 157 (estufa a 75°C); pH através do potenciômetro digital QUIMIS; acidez total titulável (ATT) 158 por titulometria com solução de NaOH 0,1N e fenolftaleína como indicador, seguindo as 6 [GS12] Comentário: A linhaça foi adicionada apenas na F2, certo? Essa informação foi escrita anteriormente. 159 normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985). Todas as análises foram realizadas em 160 triplicata e os resultados expressos em média ± desvio padrão. 161 2.3. Qualidade Microbiológica 162 Amostras das formulações de doces de caju (F1 e F2) acondicionadas em potes de 163 vidro com tampa metálica rosqueável, previamente esterilizados e secos, hermeticamente 164 fechados, devidamente identificados foram encaminhados para o laboratório de Análises 165 CLAN - Comércio de Laticínios de Natal - RN, onde foram analisadas. Após 1 dia de 166 processamento e ao longo de 15 e 30 dias de armazenamento sob refrigeração (5°C±1) foram 167 realizadas análises em triplicata de bolores e leveduras, coliformes a 45°C e a 35°C, seguindo 168 metodologia descrita em BRASIL (2003). 169 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 170 171 172 [GS13] Comentário: Padronizar como escrito anteriormente F1 ou F1 ? Os resultados das análises físico-químicas das pastas ou polpa utilizadas na elaboração dos doces estão descritos na (Tabela 1). Tabela 1: caracterização físico-química do bagaço de caju e albedo de maracujá Polpas Parâmetros físico-químicos Bagaço de caju Albedo do maracujá Sólidos Solúveis (ºBrix a 20ºC) 8,10 2,5 Umidade (% p/p) 78,51 4,76 Sólidos Totais (% p/p) 21,48 95,24 7 [GS14] Comentário: Da polpa ou pasta…. Pois assim foi descrito em métodos. pH 4,10 5,45 Acidez total em ácido cítrico %p/p 0,40 0,22 173 Alcântara et al. (2007) cita em sua pesquisa valor de pH (3,66) para bagaço de caju 174 próximo ao valor encontrado na tabela 1 (4,10). É desejável um pH inferior a 4,5 para impedir 175 a proliferação de microrganismos patogênicos no produto final. Santana & Silva (2008) 176 reporta valores de umidade (78,72) semelhantes aos da tabela acima. A umidade de um 177 produto está diretamente relacionada com os teores de matéria seca (MS), também 178 denominada de sólidos totais (ST). Quanto menor a concentração de sólidos totais, maior o 179 teor de umidade e vice versa. 180 3.1. Caracterização Físico-Química de Doce Pastoso Elaborado à Base de Bagaço de 181 Caju e Albedo do Maracujá. Os resultados das análises físico-químicas do doce pastoso elaborado com bagaço de 182 183 caju e albedo de maracujá utilizado como recheio das trufas estão descritos na Tabela 2. Tabela 2: caracterização físico-química de doce pastoso elaborado com bagaço 184 [GS15] Comentário: As trufas não são objeto de estudo deste trabalho, certo? Então recomendo tirar esta informação sobre as trufas. Deixem apenas como sugestão de uso para o doce que foi o objeto de estudo. de caju e albedo de maracujá 185 SST ATT em ST (% Formulações Umidade (ºBrix a pH p/p) [GS16] Comentário: Sugiro fazer uma análise estatística dos dados, como o teste tStudent para verificar a diferença entre as médias. ácido (% p/p) 20ºC) cítrico Média 68,00 70,66 29,34 4,63 0,40 DP 0,30 0,30 0,30 0,01 0,03 F1 [GS17] Comentário: Inserir na frente de cada valor de DP os símbolos de mais e menos ( + ) 8 F2 CV 0,00 0,09 0,09 0,00 0,00 Média 66,00 67,33 32,67 4,65 0,38 DP 0,00 0,58 0,58 0,00 0,00 CV 0,00 0,33 0,33 0,00 0,00 186 SST: sólidos solúveis totais; ST: sólidos totais; ATT: acidez total titulável. 187 F1: sem adição de farinha de linhaça; F2: com adição de farinha de linhaça. 188 Média: obtida de três repetições; DP: desvio Padrão; CV: coeficiente de variação. 189 190 Pelos dados apresentados na tabela 2 constata-se uma diferença de 2% de sólidos 191 entre as formulações testadas. No entanto, os valores médios obtidos para ambas as 192 formulações 68,00% (F1) e 66,00 % (F2) superaram o limite mínimo estabelecido para doces 193 cremosos, que de acordo com a legislação vigente para o produto (BRASIL, 2010), deve ser 194 no mínimo 55%. Considerando que, quanto maior for à concentração de açúcar no produto, 195 menor quantidade de água livre será encontrada, os resultados obtidos poderão ser 196 importantes no aspecto de conservação dos doces, em virtude da baixa atividade de água 197 limitar o crescimento microbiano, reações químicas e enzimáticas. 198 Embora os doces tenham apresentado baixa acidez, valores compreendidos entre 199 0,40 (F1) a 0,38 (F2) e pH pouco ácido 4,63 (F1) e 4,65 (F2), condições favoráveis ao 200 crescimento de bactérias (BRASIL, 2010), o sistema de armazenamento garantiram a boa 201 conservação durante o a armazenamento. 9 202 A umidade dos doces revelou valores muito próximos 32,14% (F1), 32,56 (F2) 203 enquadrando-se dentro dos limites estabelecidos para geleias de frutas (38%) para geleia extra 204 e 35% (geleia comum (BRASIL, 2010). 205 Embora os doces obtidos não tenham sido caracterizados quanto ao teor de fibras 206 dietéticas, a composição química das matérias-primas e de alguns ingredientes utilizados 207 contribuiu para a obtenção de um doce com maior aporte no teor de fibras dietéticas e 208 aumento no valor nutricional, uma vez que, os resíduos de frutas podem conter fibras, 209 minerais, substâncias fenólicas, flavonóides, carotenóides, entre outros, que podem ser 210 benéficos à saúde. 211 212 Sugere-se realizar estudo complementar com o intuito de investigar a composição em fibras dietéticas e algumas substâncias fenólicas que podem ser benéficos à saúde. 213 3.2. Qualidade Microbiológica dos Doces 214 Os resultados da avaliação microbiológica de doce pastoso elaborado com bagaço de 215 216 Tabela 3: avaliação microbiológica de doce pastoso elaborado a base de bagaço do caju e albedo do maracujá, com adição de açúcar, fibra de maracujá, farinha de 218 linhaça e castanha de caju. Formulações [GS19] Comentário: Se a análise de fibra alimentar não for realizada, podem deixar este parágrafo que sugere esta investigação. [GS20] Comentário: Novamente foi citado as trufas, mas elas não foram testadas, pois não consta nos métodos. caju e albedo de maracujá utilizado como recheio das trufas estão descritos na Tabela 3. 217 [GS18] Comentário: Seria muito interessante se pudessem fazer a análise de fibra alimentar, principalmente para verificar se a F2 irá apresentar mais fibras do que a F1 que não foi adicionada de linhaça. Se não for possível realizar a análise, retirem este parágrafo, pois são apenas hipóteses que não foram verificadas neste estudo. Tempo de Bolores e Coliformes a Coliformes a estocagem Leveduras 35°C (totais) 45°C (fecais) (dias) (UFM/mL) UFM/mL UFM/Ml 0 <1x10¹ Ausente Ausente 10 Formatado: Realce Formatado: Realce F1 F2 15 <1x10¹ Ausente Ausente 30 <1x10¹ Ausente Ausente 0 <1x10¹ Ausente Ausente 15 <1x10¹ Ausente Ausente 30 <1x10¹ Ausente Ausente <1x104 n.c n.c *Padrão BRASIL, 2001 219 *Padrão: BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.12, de 02 de 220 jan. de 2001. Regulamento Técnico sobre os padrões microbiológicos para alimentos. Diário 221 Oficial da União, Brasília, 02 de jan. 2001, p. 1-54. 222 n.c: não consta. 223 Pelos resultados apresentados na tabela 3 constata-se contagem de bolores e 224 leveduras igual a (<1x10¹), bem inferior ao padrão microbiológico estabelecido pela 225 legislação brasileira vigente (<1x104), conforme (BRASIL - Resolução – RDC n. 12 de 226 janeiro de 2001). 227 As bactérias do grupo dos coliformes, apesar da referida legislação não fazer nenhuma 228 referência para tais microrganismos, realizou-se esta determinação, uma vez que o produto foi 229 envasado manualmente, o que poderia representar algum risco de contaminação pós- 230 processamento. Em todas as amostras de doces analisadas constatou-se ausência de 231 coliformes totais e coliformes termotolerantes. 11 232 Considerando que o índice de coliformes é usado, principalmente, para avaliar as 233 condições higiênico-sanitárias dos alimentos, que altas contagens indicam contaminação pós- 234 processamento, limpeza e sanitização deficientes (Frazier e Westhoff, 1993), os resultados 235 obtidos indicam adoção de Boas Práticas de Fabricação (BPFs), durante o processamento dos 236 doces, assim como, na realização das análises. 237 238 4. CONCLUSÕES 239 Os resultados demonstram que os doces obtidos podem ser armazenados à 240 temperatura de refrigeração (5°C±1) por 30 dias, sem alterações na contagem de bolores e 241 leveduras. 242 Do ponto de vista higiênico-sanitário, os doces podem ser utilizados como 243 ingrediente para o recheio de trufas de caju, sem representar riscos aos consumidores em 244 relação à atividade de microrganismos pertencentes ao grupo dos coliformes totais e fecais. 245 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 246 ABREU, Fernando A. de; NETO, Raimundo, M. da S. Cajuína, Brasilia, Embrapa 247 Informação Tecnológica, 2007, 50p. (Coleção Agroindústria familiar). 248 AGUIAR, L.P. ß-caroteno, vitamina C e outras características de qualidade de acerola, cajá 249 e melão em utilização no melhoramento genético. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de 250 Alimentos), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2001. 87p. 251 AGUIAR, L.P., ALVES R. E.; LIMA, D.P. et. al. 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