CONCEPÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS COM RISCO PARA DEPRESSÃO
SOBRE O RELACIONAMENTO FAMILIAR1
SILVA, Doane Martins da 2
SOUZA, Andréa dos Santos 3
SILVA, Georgia Gabriella Carvalho da4
SILVA, Débora Martins da5
RIOS, Marcela Andrade6
Introdução: O aumento da população idosa no Brasil reflete em um acréscimo
importante na prevalência de transtornos psiquiátricos nesta faixa etária1. Dentre
estes transtornos, a depressão merece especial atenção por tratar-se de uma
doença comum entre os idosos, frequentemente sem diagnóstico e sem tratamento.
Face ao envelhecimento populacional também devem ser consideradas as
mudanças que ocorrem nas composições familiares dos idosos, com destaque para
a co-residência, que pode ser uma estratégia de sobrevivência tanto para os idosos
quanto para os demais membros familiares. Neste sentido, o presente estudo tem
como objetivo conhecer a concepção das pessoas idosas com risco para depressão
com as relações estabelecidas com a sua família. Metodologia: Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória realizada em Jequié - BA, no domicílio
de
pessoas
idosas
com
risco
para
depressão
em
convivência
intrafamiliar/comunitária, residentes na área de abrangência da Unidade de Saúde
da Família no Loteamento Água Branca, identificados mediante a aplicação da
Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15). Os 21 sujeitos participantes do estudo
foram localizados a partir da consulta ao cadastro das famílias – preenchido pelos
Agentes Comunitários de Saúde (FICHA A). O referido estudo foi submetido à
apreciação do CEP/UESB e aprovado mediante protocolo Nº 250/2008. A técnica
utilizada para a coleta de dados foi a entrevista semi-estruturada, gravada e
1
Pesquisa de campo.
Enfermeira.
3
Profª Assistente, Mestre – Dept de Saúde – UESB.
4
Acadêmica de Enfermagem - UESB. Email: [email protected]
5
Acadêmica de Medicina - UESB.
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Acadêmica de Enfermagem - UESB.
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posteriormente transcrita, realizadas no período de dezembro de 2009 a fevereiro de
2010 e constou de uma parte inicial com questões sociodemográficas e de uma
questão norteadora. O número de entrevistas realizadas esteve vinculado ao critério
de saturação dos dados. As informações provenientes da transcrição das entrevistas
foram submetidas à Análise de Conteúdo de Bardin (2008)2. O corpus foi constituído
por vinte e uma entrevistas submetidas a várias leituras flutuantes e em seguida a
“recortes” em unidades de sentido que foram agrupadas de acordo com conteúdos
afins. Do agrupamento de tais conteúdos emergiu a categoria “Concepção das
pessoas idosas com risco para depressão sobre o relacionamento familiar” com suas
respectivas subcategorias. Os idosos foram identificados pela letra I seguida do
número correspondente à ordem de realização das entrevistas. Resultados: Os
idosos participantes do estudo foram predominantemente do sexo feminino (71,4%),
com baixa escolaridade (76%), casados (61,9%), na faixa etária de 70-79 anos
(47,6%). Considerando o arranjo familiar, verificamos que 100% dos idosos
moravam
com
familiares,
especialmente
num
arranjo
do
tipo
idoso/cônjuge/filho/neto, com uma média de 2,2 residentes. A subcategoria
“Relacionamento harmonioso” revela uma relação harmoniosa entre os idosos e
seus familiares, como verificamos no seguinte relato: [...] Graças a Deus a nossa
vivência é boa (I16). Quanto à subcategoria “Relacionamento conflituoso” esta
revela que a relação de viver/conviver em família para os idosos com risco para
depressão é por vezes tensa e conflituosa, o que pode gerar crise na família e
contribuir para o surgimento de sintomas depressivos: [...] Tem um neto que me
contraria um pouco (I19). Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade
de (re) pensar as práticas de saúde em atenção à saúde da pessoa idosa de modo a
alcançarem à família enquanto contexto de cuidados em sua integralidade.
Descritores: Depressão, família, idoso.
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Pesquisa de campo.
Enfermeira.
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Profª Assistente, Mestre – Dept de Saúde – UESB.
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Acadêmica de Enfermagem - UESB. Email: [email protected]
5
Acadêmica de Medicina - UESB.
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Acadêmica de Enfermagem - UESB.
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Referências
1. FORLENZA O.V. Transtornos depressivos em idosos. In: Forlenza OV,
Caramelli P, editors. Neuropsiquiatria geriátrica. São Paulo: Atheneu; 2000.
p. 299-308.
2. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 4 ed. Lisboa/ Portugal: Edições 70, 2008.
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Pesquisa de campo.
Enfermeira.
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Profª Assistente, Mestre – Dept de Saúde – UESB.
4
Acadêmica de Enfermagem - UESB. Email: [email protected]
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Acadêmica de Medicina - UESB.
6
Acadêmica de Enfermagem - UESB.
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