(GXFDomRFLrQFLDHWHFQRORJLD3UR[LPLGDGHGDVSHVVRDVHGRFRQKHFLPHQWR &DUORV0HVTXLWD0RUDLV Inicia-se mais um ano e com ele chegam repetidos desejos de mudança, de sucesso, de bem-estar e de felicidades para todas as pessoas e de uma forma mais explícita para aquelas que nos são mais próximas. Desejo que cada um de nós assuma esta proximidade, fazendo por si e pelos outros o melhor possível, reconhecendo e valorizando as pessoas que partilham a mesma casa, a mesma rua, a mesma aldeia, a mesma vila, a mesma cidade, o mesmo país e o mesmo continente ou universo, independentemente da idade, da cor ou da situação social. Generalizar o conceito de proximidade não está isento de problemas e de preocupações. Saliento, como exemplo, o tipo de proximidade que pode ser considerado quando está em causa o encerramento de um elevado número de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico. Compreendo que se possa defender que cada escola deveria permanecer aberta enquanto exista pelo menos um aluno para a poder frequentar, porque as crianças estão mais próximas do seu ambiente familiar e não precisam de se deslocar. Mas, a permanente proximidade do ambiente familiar, embora seja um factor extremamente relevante, não pode justificar a impossibilidade de cada criança ter condições para interagir com outras crianças, de ter acesso ao conhecimento em condições mais benéficas e de poder aprender a fazer parte de uma sociedade que não se compadece com aqueles que a não integram em toda a sua complexidade. No dilema da proximidade de residência ou da fonte com mais possibilidades de promoção do conhecimento, opto pela segunda e não resisto a referir uma expressão recordada por um dos candidatos à presidência da república, “quando um homem perde os bens, perde pouco; quando perde a dignidade, perde muito; mas quando perde a coragem perde tudo”. Associando a coragem e a dignidade à vontade de aprender e de utilizar o que se aprende, vale a pena lutar, em cada dia, por aprender mais e melhor. Neste sentido, é sempre um desafio procurar saber qual a melhor forma de ajudar cada criança a entrar no mundo das relações humanas e do conhecimento, beneficiando da escola que frequenta, independentemente do local onde se encontre. Entre os vários papéis que a escola pode assumir, refiro o de procurar ajudar os alunos a relacionarem-se melhor consigo próprios, com os outros e com o conhecimento. Ajudar o aluno a relacionar-se consigo próprio, passa em grande parte, pela proposta de actividades individuais que promovam o desenvolvimento da sua autonomia e capacidade, conduzindo-o à necessidade de fazer cada vez melhor o que se propõe fazer, tornando-o responsável pela execução e fundamentação de cada tarefa, assim como pela sua apreciação e defesa consistente. Estimular a relação do aluno com os outros implica envolve-lo na realização de projectos e de trabalhos colaborativos, em equipa, promovendo um espírito de entreajuda, assente na interacção e no apoio aos colegas e à comunidade onde se insere, cultivando um esforço colectivo vivido e assumido de modo idêntico e empenhado por todos os membros participantes. A relação do aluno com o conhecimento passa, por vezes, pela procura de respostas às seguintes questões, que deve fazer: O que devo aprender? Como represento o que aprendi? Qual é o significado do que aprendi? Onde e como utilizo o que aprendi? São perguntas simples com respostas complexas. Como síntese, saliento que a relação de cada aluno consigo e com os outros implica uma cultura assente na autonomia e na colaboração, enquanto que a relação com o conhecimento implica a permanente preocupação com a identificação, a representação, a compreensão e a utilização dos conceitos que são objecto de estudo e de aprendizagem. A promoção do conhecimento e das relações de cada um consigo próprio e com os outros são essenciais Morais, C. (2006). Educação, ciência e tecnologia: Proximidade das pessoas e do conhecimento. 0HQVDJHLURGH%UDJDQoD, de 27 Janeiro de 2006, p.8. para se poder ser membro activo de uma sociedade que se pretende justa, esclarecida e competente. Morais, C. (2006). Educação, ciência e tecnologia: Proximidade das pessoas e do conhecimento. 0HQVDJHLURGH%UDJDQoD, de 27 Janeiro de 2006, p.8.