FUNÇÕES PSÍQUICAS II Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 12, 14, 16 e 17. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Sensopercepção Afetividade Vontade ORIENTAÇÃO IMPORTANTE P/ AVALIAR O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA!! AUTOPSÍQUICA AUTOPSÍQUICA Relação à si mesmo (3º) – revela se o sujeito sabe quem ele é. Relação ao mundo – quanto ao tempo (1º) e quanto ao tempo (2º) ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO Redução do nível de consciência (torporosa ou confusa): Há alteração da atenção, concentração, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais – Forma mais comum de desorientação!; Déficit de memória: típico em quadros demenciais; Desorientação apática ou abúlica: indivíduo torna-se desorientado devido à alteração do humor e da volição; Desorientação delirante: convicção plena que estão habitando o lugar e/ou tempo de seus delírios; ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO Por déficit intelectual: R.M. grave ou moderado; Por dissociação: desorientação histérica, c/ alteração da identidade pessoal, desdobramento da personalidade; Por desagregação: Atividade mental gravemente desorganizada, desagregação profunda do pensamento; Qto a própria idade: discrepância de 5 anos ou mais – indicativo de déficit cognitivo na esquizofrenia. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Sensopercepção Afetividade Vontade ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS Hiperestesia: aumento da intensidade e duração das percepções (sons, ruídos). Ocorre nas intoxicações por substâncias, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia) Hiperpatia: queimação dolorosa, produzida por um leve estímulo na pele -quadros neurológicos; Hipoestesia: o mundo circundante é percebido como mais escuro – quadros depressivos. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS Ilusões: Se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Ocorre em estados de rebaixamento de consciência, fadiga grave, estados afetivos alterados. São + comuns as visuais. Alucinação: Percepção de um objeto, sem que este esteja presente (voz, ruído, imagem); Alucinose: Qdo o paciente percebe a alucinação como estranha à sua pessoa. O paciente reconhece o caráter patológico do fenômeno. Frequente em quadros psicorgânicos e em intoxicações por alucinógenos. Pseudo-alucinação: Não apresenta uma imagem perceptiva real. “Parece uma voz (ou imagem)...” ou que “... É como se fosse uma voz (ou imagem), mas não é bem uma voz”. Frequente em psicoses orgânicas, estados afetivos, na fadiga, rebaixamento consciência e intoxicações. ALUCINAÇÕES Auditivas: Simples: qdo se ouve apenas ruídos. Complexa: qdo se escuta vozes, s/ estímulo real. Quase sempre de conteúdo depreciativo e/ou perseguição; Muito frequente na esquizofrenia. Tb pode ocorrer nos transtornos de humor, no alcoolismo crônico, nos transtornos de personalidade (histriônico, borderline) e transtornos dissociativos; Musicais: Audição de tons musicais, harmonias, s/ o estímulo auditivo externo; ritmos, ALUCINAÇÕES Visuais: Visões nítidas, s/ o estímulo visual. Figuras ou imagem de pessoas, de partes do corpo, de entidades, de objetos inanimados, animais ou crianças. Frequente na esquizofrenia e em quadros orgânicos; Táteis: Sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. Frequente na esquizofrenia, nos quadros histéricos, no delirium tremens e na psicoses tóxicas; ALUCINAÇÕES Olfativas ou gustativas: Raras. “Sentir” o odor de coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado. Vêm acompanhadas de forte impacto emocional. Nas gustativas, os pac. sentem na boca, o sabor de ácido, de sangue, de urina; Cenestésicas: Sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes do corpo, como sentir o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando; Cinestésicas: Sensações alteradas de movimento do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se elevando. Frequentes na esquizofrenia e nas depressões graves. TEORIAS PSICODINÂMICAS, PSICOLÓGICAS E AFETIVAS DAS ALUCINAÇÕES Necessidades e tendências afetivas, desejos e, sobretudo, conflitos inconscientes. Como mecanismo primitivo de defesa do ego; Sentimento de culpa, gratificação, autoridade dos pais (ex: verbais); Tentativa de expulsar de seu interior conteúdos conflituosos insuportáveis, material recalcado, impossível de ser aceito pelo Eu consciente. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Sensopercepção Afetividade Vontade ASPECTOS PSICODINÂMICOS (PSICANÁLISE) Angústia: Conflito entre “princípio do prazer” e “princípio da realidade”; Melancolia (depressão): Modo particular de elaboração inconsciente de perdas reais ou simbólicas. O sujeito deposita em si (no próprio Eu) todo o rancor, ódio inconscientes que guardava pelo objeto amado, surgindo as auto-acusações, os sentimentos de culpa, a autopunição em forma de descuido próprio, idéias e/ou atos suicidas. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE Distimia: Termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da exaltação; Pode ser hipotímica (melancólica) ou hipertímica (maníaca); Disforia: Distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humoradas, com forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade; ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais, sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. Frequente na esquizofrenia, nos déficits intelectuais, nos quadros histéricos; Estado de êxtase: Frequentemente experiências religiosas ou místicas; associado à Irritabilidade patológica: Qq estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage prontamente de forma disfórica. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS Apatia: Os pac. queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Está ligado ao afeto, o paciente relata espontaneamente sem referir sofrimento. Próprio dos quadros depressivos e em alguns casos de transtornos mentais; Embotamento afetivo: Perda profunda e todo tipo de vivência afetiva. É um fenômeno observável (mímica, postura, atitude). Frequente na esquizofrenia; Sentimento de falta de sentimento: O paciente refere sofrimento. Típico em depressivos graves; ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividade e experiências da vida. É central nas depressões, podendo ocorrer na esquizofrenia e nos transtornos de personalidade; Indiferença afetiva: Trata-se de certa frieza incompreensível diante dos sintomas que o pac. apresenta, que parece indicar que, no fundo, o pac. sabe que seus sintomas são psicogênicos e potencialmente reversíveis (certo exibicionismo, teatralidade) – histeria, depressão; ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS Labilidade afetiva: Mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. Presentes em quadros depressivos ou maníacos, estados graves de ansiedade, esquizofrenia e quadros psicorgânicos; Ambivalência afetiva: Sentimentos opostos a um mesmo estímulo ou objeto, de modo simultâneo. Indicativo de cisão radical do Eu, de desarmonia profunda das vivências psíquicas; ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS Neotimia: (esquizoforia) Um tipo de experiência afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e estranha, dos pacientes esquizofrênicos, no período que antecede o surgimento da revelação delirante; Fobia: São medos específicos psicopatologicamente desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. Há intensa crise de ansiedade. Ex.: Fobia simples, fobia social, agorafobia (aglomeração), claustrofobia (ambientes pequenos); ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS Pânico: Reação de intenso medo, de pavor, relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por medo intenso de morrer ou perder o controle. O paciente relata frequentemente que tinha a nítida sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um ataque do coração. FUNÇÕES PSIQUICAS Consciência Atenção Orientação Sensopercepção Afetividade Vontade ATO VOLITIVO OU ATO DE VONTADE Expressões típicas do “eu quero” ou “eu não quero”!! ALTERAÇÕES DA VONTADE Fadiga fácil Associada a apatia Dificuldade de decisão HIPOBULIA ABULIA ATOS IMPULSIVOS E ATOS COMPULSIVOS Ato impulsivo: Ações psicomotora automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévia, de tipo instantâneo e explosivo. Associado à incapacidade de tolerância à frustração. É egossintônico; Ato compulsivo: É reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. É egodistônico. Também associado à idéias obsessivas. FUNÇÕES PSIQUICAS Psicomotricidade Pensamento Júizo de realidade Linguagem Valoração do eu Personalidade Inteligência ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE Agitação psicomotora: Mais comum. Aceleração e exaltação de toda atividade motora do indivíduo, em geral secundária a taquipsiquismo acentuado. Associado à hostilidade e heteroagressividade. Frequente em quadros maníacos, esquizofrenia aguda, quadros psicorgânicos, em deficiências mentais e síndromes demenciais; Lentificação psicomotora: Profunda lentificação psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, s/ que haja paralisias ou déficit motor; ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE Estereotipias motoras: Perda do controle voluntário sobre a esfera motora. O pac. repete o mesmo gesto com as mãos dezenas ou centenas de vezes em um mesmo dia. Frequente na esquizofrenia e na deficiência mental; Maneirismo: É um tipo de estereotipia motora caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos (mímicas, gestos, linguagem). Posturas e movimentos estranhos, exagerados, afetados ou bizarros, de forma involuntária. Acentuam-se com a ansiedade. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE Conversão: Surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisias, anestesias, cegueira), de origem psicogênica. Ocorre geralmente em situações estressantes, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativos para o indivíduo. A conversão expressa a representação simbólica de um conflito psíquico em termos de manifestações motoras. Frequente na histeria e no transtorno de personalidade histriônica.