Esquizofrenia
Eduardo Padrão
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O que é ?
Para a maioria dos médicos, a
esquizofrenia é a perda do contato com a
realidade por perturbações no
pensamento ou nas emoções. Porém,
mesmo com o grande avanço da ciência a
definição exata de esquizofrenia, assim
como suas causas não são bem definidas.
Não se sabe se ela é uma única doença
ou são várias distintas.
Causas
A definição da causa da doença esquizofrenia ainda não é precisa.
No entanto, nos últimos anos, inúmeras pesquisas relataram que as principais
áreas afetadas pela doença são: sistema límbico, o córtex frontal, o cerebelo e
os gânglios basais (ver figura 1 e 2). Também relatam que caso haja alguma
disfunção em uma delas, outras áreas também enfrentarão problemas.
Sintomas e Efeitos
• Sintomas Positivos
•
•
•
•
Delírios
Alucinações
Excitação
Discurso desorganizado
• Sintomas Negativos
•
•
•
Falta de emoções
Falta de comunicação
Imobilidade
Surgimento da doença
O surgimento da doença e sua continuidade podem ser explicadas de basicamente
duas formas: a área da neurobiologia e a área psicossocial. A forma mais aceita
para a explicação do surgimento é a mistura de ambas as áreas.
Também se sabe que a esquizofrenia surge principalmente na época de
amadurecimento do cérebro e da pessoa, ou seja, na transição da fase de criança
para a fase adulta, por isso se chamava Demência Precoce (ver figura 3). Portanto
se conclui que a doença está totalmente relacionada com uma anormalidade no
neurodesenvolvimento.
Teoria Psicosocial
É a teoria estudada por Sigmund Freud e por outros
médicos.
O estresse social interfere, piorando ou melhorando o
estado do paciente. Freud dizia que a esquizofrenia
era muito mais precoce do que as outras doenças
mentais e que sua causa principal era a desintegração
do ego, que se dava como resposta a frustrações
ocorridas em relações com pessoas e objetos. A
principal frustração é com a mãe. A criança não supera
a separação da mãe na fase transitória de bebê a
criança, isso só começa a causar problemas na
adolescência, fase onde é preciso autonomia,
autoconfiança, e um ego forte
Outra explicação é que a criança, de forma irracional,
adquiri do pai e da mãe os problemas emocionais, e
que somado com outros problemas desenvolvidos pela
criança, como de relacionamentos, gera a
esquizofrenia.
Sigmund Freud
Sintomas
Os adeptos da teoria psicosocial dizem que a
esquizofrenia apresenta sintomas simbólicos para
cada paciente, mas que os delírios e as alucinações
seriam formas de criar um novo universo ou uma
forma de expressar os medos.
Hoje em dia, a teoria psicossocial ainda é usada
para explicar as causas da esquizofrenia, porém
nunca sozinha. As pesquisas atuais vem mostrando
cada vez mais que as causas são neurobiológicas,
mas que podem ser afetadas pelo psicossocial da
pessoa.
Teoria Genética
Sem dúvida a teoria genética, para explicar o surgimento da esquizofrenia não
pode ser ignorada, porém não pode ser a única em consideração.
Isso pode ser provado por estudos que mostram que quanto mais próximo o
parentesco com algum esquizofrênico, maior a chance da pessoa ter
esquizofrenia. Um forte argumento contra essa teoria era que os parentes
próximos tinham muita chance de ter esquizofrenia, pois o ambiente no qual
estavam convivendo era favorável ao desenvolvimento da doença, pois as
crianças eram criadas pela mesma família. Porém, os médicos perceberam que
gêmeos idênticos com algum esquizofrênico na família, separados e criados por
mães diferentes, em muitos casos desenvolviam a doença. Logo quebra com o
argumento que os parentes próximos tem grandes chances de adquirir a
doença por causa de um ambiente propício criado pela família e não por fatores
genéticos.
A teoria genética não pode ser levada em conta sozinha, pois a esquizofrenia
também surge em pessoas que não têm nenhum parentesco com alguém que
tenha desenvolvido a doença.
Teoria Dopaminérgica
A dopamina é um neurotransmissor estimulante, ou seja ela aumenta a
atividade cerebral. Uma quantidade em excesso pode causar
alucinações, euforia, prazer intenso, relaxamento e outros fatores. A
droga LSD tem os mesmos efeitos, e isso não é à toa, tem o efeito
sobre a dopamina.
Dados de pesquisas mostram que os esquizofrênicos apresentam uma
quantidade além do normal de receptores de dopamina D2 e D4,
também produzem quantidades maiores de dopamina, e ainda são
mais sensíveis ao neurotransmissor. Por isso vivem em delírios,
alucinações ou em estados de euforia. Os neurônios dopaminérgicos
estão ligados do mesencéfalo ao sistema límbico e o córtex cerebral.
O estímulo elétrico do sistema límbico pode levar a uma atuação forte
na amígdala e no hipotálamo, ambos levam a mudanças no
comportamento do indíviduo. Já o córtex cerebral tem várias funções,
entre elas lidar com a memória, atenção, consciência, linguagem,
percepção e pensamento. Os gânglios basais também são afetados
pela dopamina, sendo que esta parte do cérebro é responsável pelos
movimentos. Graças a ligação à essas partes do cérebro, o excesso
de dopamina causa a esquizofrenia.
Outros Neurônios
Outros neurônios também
influem na esquizofrenia
porém não tanto quanto a
dopamina. Entre eles estão o
GABA, noradrenalina,
glutamato, serotonina e
outros.
Tratamento
•
O tratamento hoje em dia é
principalmente ligado à
medicamentos, cuja função é bloquear
os receptores da dopamina. Quando o
medicamento foi descoberto, era
comum os médicos exagerarem na
dose, pois acreditavam que tinham
que inibir a maioria dos receptores D2
e D4. É interessante o fato que os
médicos davam tanto remédio que os
pacientes ficavam em estado similar
ao do Mal de Parkson, que resulta da
ausência de dopamina. Então, não era
um tratamento efetivo, pois tratava de
um problemas mas trazia outro. Hoje
em dia, as doses do remédio são
controladas para o paciente não ficar
em estado similar ao de Mal de
Parkson, mas para suficientemente
bloquear os efeitos de parte da
dopamina.
Tratamento
Tratamento
• Além disso é preciso um acompanhamento psquiátrico e hospitalar,
para que o paciente volte a ter suas habilidades sociais, autoconfiança, auto estima, habilidades práticas e principalmente as
comunicações interpessoais. Ao sair do hospital e voltar para casa,
a família do esquizofrênico deve ter cuidados especiais com o
doente, como sempre dar atenção à ele, dar tarefas do cotidiano
para ele realizar, ignorar as manifestações típicas da doença, pois
quando isso não ocorre o paciente pode ter vergonha de si e a
família também deve, principalmente, fazer isso agindo
normalmente, como se o doente fosse alguém normal, ou seja,
deve tratá-lo sem fortes emoções, sem mimá-lo demais. Vale a
pena ressaltar que a família também tem que consultar um
psiquiatra para conselhos, tirar dúvidas e se tranquilizar.
Curiosidades
Um exemplo de esquizofrenia famoso, é o
retratado no filme "Uma mente brilhante" que é
baseado em fatos reais, sobre a vida do
matemático John Nash.
Há relatos históricos que o Imperador romano
Calígula tinha esquizofrenia.
Diferentes diagnósticos de problemas
psicológicos foram dados a Van Gogh, um deles
era o de esquizofrenia.
Cientistas do século XX utilizavam LSD para
estudar a esquizofrenia devido a semelhança
dos efeitos.
Uma mente brilhante
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