ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 60
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 24,98 x 30,90 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 7
Enoturismo
Quem
disse que
o Inverno
tem de
ser época
baixa?
As vindimas já
passaram e levaram
com elas a roupagem
das vinhas e a
avalanche de turistas
que se atropelam nas
regiões vitivinícolas.
Agora que o frio anda
à solta, o enoturismo
perde em exuberância
o que ganha em
autenticidade. Com
uma lareira, uma mão
cheia de iguarias e
um copo de vinho de
cor intensa, Andreia
Marques Pereira
sugere estadias
vínicas para que o
Inverno seja do nosso
contentamento.
Saúde!
É incontornável: sabemos que
há uma época altíssima para
o enoturismo e essa acontece
em Setembro e Outubro, com
as vindimas, que provocam
um movimento inusitado entre
vinhedos e pelas estradas
circundantes, carrinhas de caixa
aberta carregada ora de cachos ora
de trabalhadores a circularem entre
camionetas de curiosos; e há uma
época alta, o Verão, que o é porque
é época alta em qualquer parte do
mundo e não há volta a dar-lhe.
Se nessa altura as vinhas estão
mais luxuriantes do que nunca,
por estes dias apresentam-se
despidas e severas como o Inverno
que se aproxima. Chamam-lhe a
época baixa porque a sua beleza é
incompreendida — imagine-se, por
exemplo, uma lareira exuberante,
um copo de vinho de cor intensa
e um vinhedo desfolhado…
Chamam-lhe época baixa,
dizíamos, e porque não aproveitála? Uma coisa é certa: os preços são
também mais baixos. E, por norma,
as multidões andam afastadas.
E, agora que pensamos, quantos
pequenos prodígios podem
acontecer num dia de Inverno?
Por exemplo, o presidente da
Comissão Vitivinícola Regional
do Dão, Arlindo Cunha, destaca
o “encanto muito particular”
que o Inverno assume no Dão.
Desde logo, “pelo enquadramento
paisagístico”, com as montanhas
e as serras (destacando-se a
serra da Estrela) a ladearem a
região demarcada onde há a
particularidade, sublinha, de
grande parte das suas vinhas
estarem protegidas por mata e
floresta. “É verdade”, concede,
“que nesta época do ano as vinhas
não se encontram com uma beleza
tão luxuriante, mas não deixa de
ser menos verdade que possuem
um outro tipo de beleza, mais crua
e austera”. E depois, continua,
há o prazer “de nos sentarmos
junto a uma lareira, seja numa
unidade de enoturismo ou num
dos bons restaurantes da região,
a apreciar um grande vinho do
Dão, entre dois dedos de conversa
ou entre iguarias que tornam a
gastronomia beirã tão apreciada,
especialmente no Inverno”. Para
os “mais aventureiros”, aponta,
“há ainda um sem-número de
propostas que convidam ao ar
livre, desde o simples passeio pelos
centros históricos de cidades e
vilas da região até aos desportos de
aventura. E quando há neve…”.
A neve é realmente um privilégio
quase exclusivo do Dão, mercê
da sua proximidade com a serra
da Estrela. Mas tudo o resto pode
ser partilhado com outras regiões
vinícolas, sobretudo aquelas onde
o Inverno mostra a sua força.
Porque, na verdade, o frio até pode
sublimar a oferta enoturística. Já
sabemos que o vinho é a razão de
ser do enoturismo, mas não tem
o palco só para si. Afinal, o vinho
não é um produto espontâneo e o
enoturismo reflecte isso mesmo,
trazendo para a berlinda as
actividades turísticas que cruzam
o vinho com a gastronomia, a
cultura, a natureza e a história
das regiões onde é produzido e
desenvolvendo simultaneamente o
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 61
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 24,80 x 25,58 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 7
CARLA CARVALHO TOMÁS
Casa de Darei
ecoturismo e o agroturismo.
Por isso, mesmo não se podendo
participar na colheita das uvas,
não se virem as costas aos destinos
enoturísticos — o vinho permanece
aí, para provar e conhecer, para
desvendar os segredos da sua
produção em visitas às vinhas
e adegas ou, quem sabe, para
inventarmos o nosso próprio. E
se juntarmos o vinho com o seu
mais natural par, a comida, e
desfrutarmos à mesa da cultura
da região? Por estes trilhos,
combinações enogastronómicas
são uma constante, misturando os
vinhos com a gastronomia, da mais
tradicional à mais contemporânea.
Claro que podemos transcender
o vinho, olhando o património,
construído e natural, que o rodeia
e, em certo sentido, o moldou:
por estes dias, o ar frio parece ser
ainda mais puro nestes recantos
rurais, onde as paisagens rudes
se adensam em mistério com
as neblinas ou se amenizam
com o fumo a sair das chaminés
que deixam imaginar lareiras
confortáveis, junto das quais
as tardes escoam devagar. De
preferência entre as paredes de
um dos muitos solares, palacetes
ou casarões tradicionais que
preenchem as regiões de memórias
antigas; ou num dos exemplos de
nova arquitectura que projectam
o futuro e que são cada vez mais
motivo de visita nestas zonas onde
o tempo parece passar ainda mais
devagar no Inverno.
E o Douro é outro bom local
para deixar o Inverno tomar conta
da paisagem Património Mundial
que se esculpiu em torno de
um rio que renova forças nesta
altura. Por exemplo, os passeios
no rio poderão estar suspensos
— ou sujeitos a avaliação das
condições atmosféricas, mas as
quintas esperam turistas e aldeias
medievais querem ser descobertas
com outro olhar. Porque, “passado
o frenesim das vindimas, a calmaria
que se estabelece no Douro torna
muito agradáveis os momentos
de proximidade familiar, em que
estar à volta da lareira com um
bom vinho propicia momentos
de encontro”, nota o presidente
do Instituto dos Vinhos do Douro
e Porto, Manuel Cabral. Além
do mais, continua, “as cores
e os aromas do Douro nesta
época são algo de absolutamente
excepcional” — por isso, “os
visitantes que tendem a preferir
alturas mais amenas para visitar a
região, não sabem o que perdem
por não virem nas estações em que
até o frio é convidativo”.
Porque o Inverno não tem,
portanto, de ser a época baixa —
pode ser a outra época — e porque
para cada época há uma razão,
como cantavam os outros, a Fugas
sugere algumas estadias vínicas
para os meses que se avizinham.
Quinta do Portal
Neste último ano, a Quinta do
Portal tem andado na boca do
mundo e, há que reconhecê-lo,
nem sequer é pelo vinho. Ou
melhor, o vinho é o início de tudo
(como é de tudo aqui neste canto
do Douro a mirar o rio Pinhão), o
fim é um novo armazém para o seu
envelhecimento, que valeu à quinta
o prémio Best of Wine Tourism, na
categoria Arquitectura e Paisagem,
atribuído pela Great Wine Capital
Global Network. Afinal, não é
qualquer projecto enoturístico
que conta com uma contribuição
de um arquitecto vencedor do
prémio Pritzker: Siza Vieira é o
autor e o resultado é um edifício
contemporâneo em harmonia
com o cenário que o rodeia, o
que significa que materiais como
xisto, que sulca o cenário duriense
sustendo os socalcos, foram usados
sem avareza.
Já antes, em Abril, o projecto
arquitectónico havia sido
distinguido (com o prémio de
Arquitectura do Douro atribuído
pela Estrutura de Missão do Douro,
para premiar as boas práticas
de arquitectura na paisagem
Património Mundial) e o projecto
enoturístico é, na verdade, uma
presença habitual nestas andanças
de prémios — ainda em 2009, a
revista Forbes considerou a quinta
um dos dez melhores destinos
enoturísticos do mundo.
No centro de tudo estão, claro,
os vinhos com a assinatura da
Quinta do Portal (DOC Douro,
tintos e brancos, Porto, moscatéis e
espumantes) em torno dos quais se
organizam desde as visitas guiadas
à adega e aos vinhedos às provas
de vinho. E à boleia de tudo isto
vêm as unidades de enoturismo,
Casa das Pipas e Casa do Lagar
(mais pequena, vocacionada para
famílias), onde a experiência
vínica se prolonga em ambiente
acolhedor — sobretudo agora, que o
frio torna a lareira da sala de estar
da primeira irresistível (ao invés da
piscina, que assume esse papel no
Verão), sempre com os olhos para
lá da parede envidraçada, onde o
cenário se faz de vinhas despidas.
A estadia nestas unidades é
garante de experiência enoturística
— os preços (desde €100, época
baixa) incluem sempre uma visita
à adega e uma prova de vinhos
— e quem a quiser aprofundar
mais tem várias actividades à sua
disposição (como cursos e jantares
vínicos, pelo chef Milton Ferreira).
Algumas destas estão incluídas
em programas especiais, como
“Romance no Douro” (uma noite,
€115 por pessoa, época baixa) e
“Fim-de-semana no Douro” (duas
noites, €150 e €170, por pessoa,
época baixa), que oferecem um
jantar vínico e um passeio de barco
no rio Douro. Este passeio também
pode ser “reservado”, sujeito às
condições do tempo, em estadias
simples, assim como pode ser
programada uma visita ao novo
armazém de envelhecimento —
ou passeios pedestres, a cavalo,
por exemplo. Quem não quiser
passar a noite, pode fazer apenas
visita e prova ou uma refeição no
restaurante gourmet (e neste caso,
visita e prova estão incluídas no
preço). C
Quinta do Portal
E.N. 323 Celeirós do Douro
5060-909 Sabrosa
Tel.: 259 937 000/ 96 951 90 21
Fax: 259 937 109
E-mail: [email protected]
www.quintadoportal.com
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 62
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,05 x 31,55 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 7
Enoturismo
PAULO PIMENTA
Quinta
da Pacheca
Quinta
do Vallado
É a imagem de marca do Douro e
por vezes parece difícil imaginar
que há mais do que vinhas em
socalcos nesta região domada pelo
engenho do homem. E, afinal,
não são uma raridade — embora,
com certeza, uma minoria — as
vinhas planas, que se estendem
para lá do mediatismo fotogénico
dos patamares de xisto. As da
Quinta da Pacheca são uma das
singularidades da propriedade,
conhecida por ter sido uma das
primeiras no Douro a engarrafar
vinhos com marca própria.
Actualmente, são vários os vinhos
que saem da quinta — de DOC
Douro de produção limitada
a vinhos do Porto e regionais
durienses — que, entretanto, abriu
as suas portas à descoberta in loco
dos seus processos de produção e
estágio.
As portas que primeiro
são portões que seguem pelo
caminho privado, por entre as
árvores a comporem arcadas,
até desembocarem no terreiro
de edifícios tradicionais, brancos
manchados por trepadeiras, com
cantaria e janelas de guilhotina.
Na Quinta da Pacheca recebem-se
visitantes na loja, que, além do
vinho (e algumas raridades),
apresenta um sortido de produtos
regionais (como compotas, azeites
e artesanato), nas caves e adegas
com o enólogo ou um dos membros
da família proprietária como guias,
nas provas de vinhos — desde
€6,84 (sem IVA, incluindo visitas).
O restaurante está disponível
mediante marcações com quatro
dias de antecedência para refeições
gourmet com prova comentada
de vinhos a acompanhar (€30
por pessoa) e o The Wine House
Hotel dispõe de 15 quartos
para quem quiser prolongar a
experiência enoturística. Nesta
altura, apresenta um programa
especial para estes dias frios, o
“Noites à Lareira”: duas noites
de alojamento, com jantar de
degustação e prova de Portos à
lareira (€135 por pessoa, em quarto
duplo).
Não são de todo casos raros na
Quinta do Vallado estas distinções
— recentemente, a revista Wine
Spectator colocou o Quinta do
Vallado Touriga Nacional 2008
na sétima posição dos melhores
vinhos do mundo —, mas são
motivações extra para se visitar esta
quinta duriense com pergaminhos.
Afinal, data de 1716 e pertenceu
à mítica D. Antónia Adelaide
Ferreira — na verdade, continua
na família da “Ferreirinha” e agora
são os seus tetranetos quem ali, nas
margens do rio Corgo, produzem
vinhos de eleição ao mesmo tempo
que desenvolvem experiências
enoturísticas.
As visitas à adega são
incontornáveis e incluem prova de
vinhos — três (€7,50 por pessoa)
ou alargada, sendo neste caso
acompanhada de prato de queijos
ou enchidos (€20 por pessoa)
—, assim como as refeições (que
integram também visita à adega
— desde €30 por pessoa). Se o dia
estiver aprazível, um piquenique
no miradouro da quinta permite
desfrutar de um cenário vintage,
com um vintage no copo, quem
sabe (€25por pessoa); ou quem
preferir pode fazer parte da
paisagem percorrendo os três
percursos que caminham pela
quinta e pelas castas que fazem o
vinho. Se for hóspede, estes trilhos
podem ser feitos a pedalar; e se for
hóspede pode ainda usufruir de um
passeio de barco com piquenique
incluído (desde €60 por pessoa),
mas só entre Março e Novembro.
Entre Novembro e Março, o que
os hóspedes têm de certeza são
pacotes promocionais, com
descontos, que podem usufruir
num dos quatro quartos ou na
suite à disposição (em breve, uma
nova unidade hoteleira vai ampliar
a oferta em mais oito quartos). A
saber: o pacote de três noites dá
direito a 50 por cento de desconto
numa delas e inclui caminhada
pelas vinhas, almoço, jantar e
visita à adega com prova de vinhos
(desde €383 quarto standard); o
pacote de cinco noites tem uma
noite de oferta e ainda uma visita
e prova gourmet, um passeio
pelas vinhas em carrinha aberta,
almoço e jantar (desde €570,
quarto standard); o pacote de sete
noites inclui duas de oferta e ainda
uma visita e prova gourmet, um
exercício de blending, um passeio
pelas vinhas, três almoços e três
jantares (a partir de €975, quarto
standard). Se é verdade que a
piscina infinity não estará muito
sedutora por estes dias, o mesmo
não se passa com o pequeno museu
da quinta por exemplo, ou a sala de
snooker na cave.
Quinta do Portal
DR
Quinta da Pacheca
ADRIANO MIRANDA
Quinta da Pacheca
Cambres
5100-424 Lamego
Tel.: 254 313 228 / 254 312 015
Fax: 254 321 359
E-mail: [email protected]
www.quintadapacheca.com
Quinta do Vallado
Vilarinhos dos Freires
5050-364 Peso da Régua
Tel: 254 323 147
Fax 254 324 326
E-mail: [email protected]
www.quintadovallado.com
Quinta do Vallado
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 63
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 24,66 x 14,68 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 4 de 7
DR
Casa da Ínsua
Os portões abrem-se numa praça
de Penalva do Castelo para uma das
propriedades mais emblemáticas
da região do Dão — a Casa da
Ínsua, o antigo solar barroco dos
Albuquerque, actualmente hotel de
charme de cinco estrelas. A silhueta
de corpo longo ladeado por dois
torreões já faz parte do horizonte
da Beira Alta desde o século XVIII
e os seus jardins oitocentistas
são motivo de romarias desde
há muito. Mais antiga, porém,
é a tradição vitivinícola — já há
registos no século XVII, embora o
impulso mais definitivo à produção
de vinhos tenha sido dado no
final do século XIX e, desde
então, vários foram os prémios
que estes receberam —, uma
herança histórica que é cultivada e
partilhada.
O vinho, na verdade, está
presente em quase todas as ofertas
do hotel, mesmo quando não é o
tema central. É-o, por exemplo, no
programa “Vindimas” (que está
delimitado temporalmente) e no
programa “Gourmet e Vinhos”
(€130 por pessoa): duas noites, com
pequeno-almoço buffet, oferta, no
quarto, de kit de vinhos Casa de
Ínsua (Tinto Reserva 2005, Branco
Colheita 2008 e dois copos),
jantar Menu de Degustação (com
vinhos incluídos, bem entendido),
entrada gratuita no Museu Grão
Vasco e visita guiada aos espaços
históricos e jardins do hotel (além
de descontos numa série de
equipamentos de lazer da zona).
Não o é, mas marca presença,
no programa “Vida Rural”, que
dá a possibilidade de passar uma
tarde na vinha, ou no programa
“Workshop de Fotografia”, que
acontece em datas específicas (o
próximo, em Março), e entre outras
actividades inclui um lanche com
degustação de produtos da quinta
(incluindo vinhos) e um jantar
gourmet acompanhado de vinhos
da casa.
Se o vinho é afamado, outros
produtos regionais da Casa da
Ínsua também o são. Compotas e
queijos gourmet são produzidos
aqui e, com marcação prévia, pode
assistir-se à sua confecção — além
de realizar provas de vinhos com os
enólogos da quinta.
Quem ficar alojado na quinta
pode optar pelos quartos do
palácio, do claustro e da ala do
arco, ou pelos apartamentos da
casa da quinta, sempre com a
certeza de que está numa casa com
história e num quarto com história.
E para melhor conhecer essa(s)
história(s), o hotel disponibiliza
uma série de roteiros temáticos.
Para descobrir nos passos em
volta. C
Hotel Casa da Ínsua
3550-126 Penalva do Castelo
Tel.: 232 642 222
Fax: 232 642 150
E-mail: casadainsua@
visabeiraturismo.com
www.casadainsua.pt
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 64
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 24,80 x 31,16 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 5 de 7
Enoturismo
DR
e as suas panelas de cobre se
mantém como originalmente, ou
a capela e a sacristia contígua —
como se perdem pelos labirintos
de buxo e flores, que desembocam
na chamada Fonte dos Cavalos,
para depois entrarem pela adega.
Edifício de traça antiga erguido em
granito, actualmente alberga uma
linha de produção perfeitamente
moderna — quando o tempo é
condescendente, as provas de
vinhos são feitas na varanda da
sala de provas. Para lá da adega,
as vinhas estendem-se por cem
hectares, e antes de voltar as
costas a tudo isto, a loja gourmet
oferece “recordações” em forma de
produtos aqui fabricados.
Ainda em Santar, a oferta
enoturística estende-se para
o Paço dos Cunhas de Santar,
recentemente recuperado (em
2008 recebeu o galardão de
Enoturismo do Ano atribuído
pela Revista de Vinhos). O edifício
seiscentista, rodeado de jardins e
terraços, alberga um restaurante,
loja de vinhos e um wine bar —
eventos enogastronómicos são
recorrentes aqui.
Casa de Darei
É um projecto enoturístico recente
para um vinho que ressurgiu
no mercado em 1999 — em
1997, a Casa de Darei era uma
propriedade de 150 hectares com
um solar setecentista em muito
mau estado de conservação,
quando foi comprado pelos
actuais proprietários. Replantadas
as vinhas, recuperada a adega
tradicional e restaurado o solar
e as antigas casas de apoio agora
transformadas em unidades
de alojamento, a Casa de Darei
apresenta-se como uma alternativa
no enoturismo da região Dão.
Não que seja apenas uma
propriedade vinícola. Na verdade,
aqui nas margens do rio Dão,
que atravessa a propriedade,
desenvolvem-se a exploração
florestal e a agro-pecuárias,
para além da vinicultura. E do
turismo, claro. Para alojamento, a
propriedade oferece a Casa do Pátio
(€150 por dia, €1000 por semana
— época baixa), três quartos e sala
com lareira em arquitectura típica
de pedra — e se por estes dias o
clima não se compadece com os
encantos da praia fluvial que a
propriedade alberga, as bicicletas
de montanha disponibilizadas
podem ser uma boa alternativa.
Na vertente do enoturismo, as
visitas à adega e vinhas e as provas
de vinho compõem a oferta deste
projecto que integra a Rota do
Dão. As visitas à adega e às vinhas
(€25, grupos de seis a oito) andam
sempre de mãos dadas — e podem
aliar-se a provas de vinhos: três
(€40), quatro (€45) ou cinco (€50);
as provas de vinhos assistidas
começam com três vinhos (€50),
podem passar por quatro (€35),
cinco (€40) e seis (€50).
Casa de Darei
Darei
3530-107 Mangualde
Tel.: 232 613 200/ 918712 499
Fax: 252 640 989
E-mail: [email protected]
www.casadedarei.pt
Casa de Santar
3520-127 Santar
Tel.: 232 942 937
E-mail: santargourmet@
casadesantar.com
www.casadesantar.com
Paço dos Cunhas de Santas
Casa de Santar
Santar (Nelas) é uma vila beirã,
com certeza, com um património
arquitectónico valioso que lhe
dá um rosto de uma fidalguia
inegável. Um desses monumentos
incontornáveis é a Casa de Santar,
residência dos condes de Santar
e produtora de vinhos da região
com uma história de mais de
quatrocentos anos (com qualidade
comprovada: a Sociedade Agrícola
de Santar SA, que actualmente
produz os vinhos Casa de Santar,
recebeu, em 2007, o prémio de
Produtor do Ano da Revista de
Vinhos). O solar, compósito de
construção seiscentista com
setecentista, está rodeado de
jardins exuberantes, tidos como
dos mais belos da Beira Alta e,
portanto, chamarizes que atraem
visitantes de todas as partes.
E a verdade é que este verdadeiro
ícone da região está aberto a
visitas (de terça a domingo,
guiadas às 11h e às 15h) que não
só percorrem alguns dos espaços
da casa que abrem verdadeiros
portais temporais — veja-se a sala
dos coches (e da liteira — século
XVII), a cozinha velha, de 1690,
que com a sua lareira de época
Paço dos Cunhas de Santar
Largo do Paço de Santar
3520-127 Santar
Tel.: +351 232 960 140
Fax: +351 232 961 203
E-mail: [email protected]
www.daosul.com
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
60 O calor das vinhas a hibernar
É Inverno e as vinhas estão prestes a despir-se da folhagem que lhes deu
cor nos meses de sol e calor. Nas adegas os mostos da última vindima
fermentam ainda e enchem o ar de aromas de frutas jovens, Suspensa a
lufa-lufa da vinha ou do lagar por estes meses, as paisagens e as casas
das quintas sugerem agora tranquilidade e recomendam o calor da
lareira. O enoturismo no Inverno exige outra atitude e proporciona outros
prazeres. Com a beleza luxuriante suspensa, está na hora de se viver a
beleza nostálgica das grandes quintas.
Tiragem: 47306
Pág: 3
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 19,34 x 4,42 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 6 de 7
ID: 38784468
26-11-2011 | Fugas
Tiragem: 47306
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 15,00 x 1,17 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 7 de 7
Enoturismo A beleza nostálgica das vinhas adormecidas
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Quem disse que o Inverno tem de ser época baixa?