m in h a m ãe livre adaptação da obra de Georges Bataille uma produção apresentação A Filmes de Abril e a Cia. Nua - Núcleo de Artes, unem-se neste projeto para a montagem do monólogo “Minha Mãe”, livre adaptação do romance homônimo de Georges Bataille. O principal objetivo da adaptação é questionar a hipocrisia de uma sociedade que prefere a segurança de uma mentira às conseqüências da verdade. A relação visceral que se estabelece entre mãe e filho, Hélène e Pierre, varia entre a loucura e o desejo, o que resulta num fenômeno social transgressor. A constante presença dos extremos deverá ser capaz de produzir no espectador uma reflexão quanto à hipocrisia social presente em qualquer tempo e em qualquer sociedade. A determinação de Hélène em conduzir o filho até a verdade do ser humano se mostra transgressora ainda hoje, quando a verdade ainda precisa ser mascarada. Trabalhar uma obra de Georges Bataille é, antes de mais nada, um enorme desafio, uma vez que constitui uma verdadeira “viagem aos confins do possível”. A peça é um convite para participar desta viagem. justificativa Segundo Bataille, o sujeito é falha, é fenda e é a consciência da negatividade que o impulsiona para a superação de seus limites. É nesse contexto que a obra original Minha Mãe se insere. A trajetória de Pierre em direção ao descaminho e aos excessos da vida torna-se ainda mais peculiar posto que é conduzida por Hélène, sua jovem mãe. Pierre e Hélène vivem num mundo, como afirmou Bataille, cheio de “alegria torturante”, uma alegria cheia de vícios e excessos, mas que - como alegria que é - incomoda uma sociedade pouco afeita às transgressões. Minha Mãe, romance inacabado, fala da relação desmedida entre uma mãe que tem como principal obra a corrupção em que conduz seu filho. Assim, a um só tempo, Georges Bataille trabalha a relação familiar e social, sempre questionando o papel do homem numa sociedade carente de verdades e apegada a crença de um Deus qualquer que sirva de parâmetro. A obra de Bataille soa bastante contemporânea, uma vez que dialoga com os novos conceitos de família e erotismo, sempre respaldados na incessante busca do homem por algo maior, algo que justifique sua própria existência. sinopse Estamos em Paris, ano de 1906 quando começamos a ouvir os relatos de prazer e angústia da personagem Hélène, que perde o marido aos 32 anos. Viúva, Hélène tem a chance de se aproximar ainda mais do filho Pierre, que achava o pai um bêbado sem valor. Aos poucos Hélène se revela e se desnuda para o filho, conduzindo-o a um mundo de vícios e excessos que faz gritar a hipocrisia de uma sociedade despreparada para conviver com a diferença. Em noites regadas a vinho e amantes, Hélène se mostra uma mulher forte e imperativa, capaz de atos de extrema humilhação com o marido, mas também disposta a amar sem medidas o que lhe dá prazer. Sua relação com o filho é pontuada por sentimentos de amor e ódio, uma vez que ele é fruto de suas entranhas, mas é também fruto de uma violência sofrida aos 13 anos de idade. a peça A adaptação para teatro do romance Minha Mãe, de Georges Bataille, tem como personagem principal Hélène, a jovem mãe de Pierre, que decide conduzi-lo para um mundo de vícios e erotismo que o assusta e o seduz, na mesma proporção. A encenação do monólogo de Hélène e sua angústia em saber ser diferente numa sociedade em que a diferença é repreendida em todos os níveis, é passível de inúmeras leituras. Após a morte do marido, Hélène decide expor suas verdades e vícios para Pierre, que não passa de um adolescente. No início, parece bastante segura quanto à decisão de só falar as verdades sobre si, e isso acaba jogando Pierre num mundo de sexo e perversidades que o assusta. No entanto, com o tempo, Pierre passa a admirar sua mãe cada vez mais, o que gera um conflito ainda maior em sua cabeça. A atraente sensação do abismo permeia toda a trajetória dessa mulher, que faz da recriação do filho sua principal obra. O romance de Georges Bataille é narrado por Pierre, que constrói a personalidade de Hélène a partir de sua imatura concepção de vida. A adaptação para o teatro dá voz a Hélène, transformando-a no centro da ação e recriando sua determinação em conduzir o filho até a verdade do ser humano. O maior desafio da adaptação é dar voz ativa a Hélène sem descaracterizar a personagem narrada por Pierre no romance. proposta de encenação A encenação exige uma proximidade com o público, que deverá ser conduzido pela personagem. A narrativa deve ser intimista o suficiente a ponto de delimitar o espaço cênico através do testemunho dessa personagem, de modo que apenas a iluminação e alguns objetos cênicos serão capazes de transformar a ambientação no espaço necessário. Assim, a encenação prescinde de grande espaços. A encenação é embasada na interpretação e construção da personagem pela atriz, que deverá propor um profundo conhecimento de Hélène. A construção de partituras físicas e internas de forma realista será capaz de cativar e conduzir o espectador, independente do ambiente em que se apresenta, afinal, trata-se de uma personagem crucial da moderna literatura francesa, sedutora e perversa, passível de contradições e, por isso mesmo, absolutamente reconhecível. Embora a narrativa se desenvolva na Paris de 1906, a caracterização do figurino e da maquiagem, de caráter realista, deverá impor o aspecto contemporâneo e transgressor do texto. A trilha sonora será executada ao vivo, por um violinista que, embora faça parte da narrativa, jamais irá interferir na trajetória da personagem. A possibilidade de adaptação dos espaços, o trabalho de atriz calcado na imersão de uma personagem atemporal, e um criativo trabalho de iluminação e movimentação irão ressaltar o caráter dinâmico e essencial dessa mulher, que será capaz de transformar e seduzir cada um dos espectadores. Por que Georges Bataille ? Georges Bataille nasceu em Billon, na França, em 1897. Adolescente, foi seminarista e quase se tornou padre. Começou a escrever por sugestão de seu psicanalista, e desde então o mundo foi abençoado com obras fundamentais. A primeira obra publicada de Bataille, A História do Olho (1928), já demonstrava o autor libertário e transgressor que se afirmaria nas obras seguintes. Ao narrar uma absurda história de descobertas e extravagâncias sexuais de dois jovens, Georges Bataille inaugura uma longa lista de admiradores que inclui Roland Barthes, Julio Cortázar e Michel Foucault, que chegou a afirmar: “Hoje nós sabemos: Bataille é um dos mais importantes escritores do nosso século.” As obras de Bataille, sejam os ensaios filosóficos ou literatura de ficção, são impregnadas de ambigüidade e incertezas, de modo que cabe ao leitor ultrapassar as aparências enganosas. Para entender a obra de Bataille não basta ler um de seus livros, é preciso compreender o mundo como algo provisório e inacabado. Seus livros são sempre um convite à ousadia. Em A Experiência Interior Bataille instiga o leitor dizendo que não pretende propor um livro, mas sim um desafio. E de fato, vários desafios foram propostos: Madame Edwarda, A Parte Maldita, Minha Mãe, O Erotismo, e tantas outras obras que fizeram a história da literatura francesa. Cada página escrita por Bataille é um abismo, um buraco no qual estamos condenados a cair por toda a vida. A hipocrisia é questionada e o erotismo explorado como experiência subjetiva e interior. A transgressão é uma constante em suas obras, de modo que o homem é capaz de romper seus limites na devassidão e no desejo, uma vez que “a sexualidade humana está limitada por proibições e o erotismo é o domínio da transgressão dessas proibições”. Importa lembrar que sua contribuição com os movimentos culturais não se restringe à literatura. Bataille colaborou – e mesmo fundou inúmeras publicações que tratavam de arte, religião, filosofia e sociologia como Documents, La Critique Sociale, além da influente Critique. “Não sou um filósofo, mas um santo, talvez um louco”. A verdade é que somente um santo louco disfarçado de filósofo poderia instigar a humanidade com tal intensidade. Por tudo isso, Georges Bataille. Ficha Técnica DIREÇÃO: INÊS ARANHA Inês Aranha formou-se pelo Piccolo Teatro di Milano, na Itália. Quando volta ao Brasil além de trabalhar como atriz começa a dar aulas de atuação no INDAC (escola para atores de São Paulo). Em 2003 cria a Cia. NUA – Núcleo de Artes e passa a dirigi-la Principais trabalhos como atriz: ORGIA, de Pier Paolo Pasolini; Direção de Roberto Lage; aplicando uma metodologia própria desenvolvida por ela em todos esses anos de estudo e pesquisa na Itália e no Brasil (leia mais no texto sobre a Cia. NUA). Dirigiu em 2004 SETE CONTRA TEBAS, de Ésquilo. (indicada ao prêmio de "Melhor Direção", do Festival de Limeira) (prêmio de 3º "Melhor Espetáculo", no Festival de Teatro de Limeira) Dirigiu em 2006 OCEANO MAR (2 meses em cartaz no SESC Ipiranga em 2006 - reestréia em março de 2007 no Centro Cultural São Paulo) adaptação de Caro Ziskind do romance homônimo de Alessandro Baricco - Prêmio de Diretora Revelação no Festival de teatro de Limeira SALOMÉ, de Oscar Wilde; Direção de Christian Duurvoort; IVANOV E MOÇO EM ESTADO DE SÍTIO, Montagens do Grupo TAPA; Dirigidas por Eduardo Tolentino Araújo; NOVA VELHA ESTÓRIA E NAS TRILHAS DA TRANSILVÂNIA, Montagens do Grupo Macunaíma; Dirigidas por Antunes Filho; O PROCESSO, de Kafka; Direção de François Kahn (na Itália); SETE CONTRA TEBAS, de Ésquilo; Direção de Gabriele Vacis (na Itália). A ATRIZ: BIA TOLEDO Ficha Técnica FORMAÇÃO: 1995/99, INDAC - Instituto de Arte e Ciência; Curso profissionalizante em Artes Dramáticas; Coordenação Maucir Campanholi. DRT 11.222 Integrante da Cia. NUA desde 2003, seus principais trabalhos em teatro são: 2000, O PRIMO BASÍLIO; Direção de Fausto Silvester. 2001, O HASHI; Direção de Ricardo Gali. 2002 , O MEDO DA SEMENTINHA, (manipulação de boneco); Direção a CIA. 2003, AERÓPAGO, de Ésquilo; Direção Ines Aranha. 2004, DESDEMONA; Direção Fernanda Maia. 2004, SETE CONTRA TEBAS, de Ésquilo; (atriz e produtora); Direção Inês Aranha. DRAMATURGIA E CO-DIREÇÃO: ELZEMANN NEVES Mestre em Direito do Estado e professor universitário exerce a profissão de escritor como atividade paralela. Escreveu a peça “Diários da Sede” com estréia confirmada para o dia 3 de maio de 2007 no N.E.X.T. “Minha Mãe” é o seu segundo trabalho de dramaturgia, além de textos teatrais, escreve também contos e se prepara para a publicação de seu primeiro livro, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2007. Ficha Técnica F I G U R I N O E V I S A G I S M O : F Á B I O N A M A TA M E Formado em Publicidade e Artes Plásticas pela FAAP, Fábio Namatame é responsável pelo figurino e visagismo de inúmeras obras para teatro, cinema e TV. Com extenso currículo, alguns de seus principais trabalhos como figurinista: MY FAIR LADY, Direção de Jorge Takla (Em cartaz). QUANDO NIETZSCHE CHOROU, Direção Ulisses Cohn (Em cartaz) SIRIMIM, Direção Fábio Namatame (Em cartaz) TRILOGIA BÍBLICA: “Paraíso Perdido”, “O Livro de Jô” e Apocalipse 1,11”. Teatro da Vertigem. Direção de Antônio Araújo. CORAÇÃO BAZAR, Direção de José Possi Neto. INTIMIDADE INDECENTE, de Regina Galdino. Para Cinema: ACQUARIA, Direção de Flávia Morais ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA, Direção de Guilherme de Almeida Prado. LIGHT DESIGNER: CARMINE D’AMORE FORMAÇÃO: Curso de técnico industrial e lighting designer em Milano, Itália. PRINCIPAIS TRABALHOS: 1994, CORPO A CORPO; Direção de Eduardo Tolentino. EU ME LEMBRO; Direção de Ulisses Cruz; Participação de Irene Ravache, 1995. 2000, SALOMÉ, ENSAIO DE UM RETRATO; Direção de Christian Duurvoort. 2000, SACROMANQUIA; Direção de Maria Thaís; (Indicado ao Prêmio Shell de Iluminação) 2002/03, A BESTA NA LUA; Direção de Maria Thaís. 2004, SETE CONTRA TEBAS, de Ésquilo; Direção de Inês Aranha; (Prêmio de "Melhor Iluminação", no Festival de Limeira, 2005) 2004, O MISTÉRIO DO FANTASMA APAVORADO; Direção de Eduardo Figueiredo. 2006, OCEANO MAR, de Caro Ziskind; Direção de Inês Aranha. Ficha Técnica Ficha Técnica C I A . N UA – N Ú C L E O D E A R T E S A Cia. NUA – Núcleo de Artes surge pelas mãos da atriz e diretora Inês Aranha. O trabalho da Cia. NUA consiste na realização de espetáculos a partir da metodologia de interpretação e encenação desenvolvida pela diretora Inês Aranha, durante os dez anos que viveu na Itália e outros nove lecionando Interpretação e Montagem no INDAC – escola para atores de São Paulo. Sua metodologia, intitulada action, consiste em estimular o ator a criar uma partitura de ações físicas, para assim garantir a formalização de uma narrativa gerada a partir de seus impulsos internos. Somadas as partituras de cada um dos atores, cria-se uma cadeia de ações, resultando na encenação. Assim como uma banda de jazz, estar em action é estar aberto ao potencial das circunstâncias, ou seja, ter domínio do próprio instrumento e da própria partitura, e por isso mesmo estar livre para a criação a cada vez que a “música” é executada. A Cia. NUA surgiu com “AERÓPAGO” em 2003. O espetáculo, composto de fragmentos de tragédias, originou-se de um trabalho de pesquisa sobre mitos gregos. Dando continuidade à esta pesquisa, o segundo espetáculo da companhia, a tragédia de Ésquilo “SETE CONTRA TEBAS”, teve duas temporadas em 2004 e 2005 e se apresentou em festivais durante o ano de 2005, passando pela cidade catarinense Blumenau, e no interior paulista, em Limeira (onde recebeu o prêmio de Melhor Iluminação para Carmine D’Amore), Americana e Pindamonhangaba. No ano seguinte estréia “OCEANO MAR” no SESC Ipiranga. A adaptação do romance italiano de Alessandro Baricco obteve indicação ao prêmios de Direção Revelação para Inês Aranha e conquistou o 3º Melhor Espetáculo no Festival de Teatro de Limeira (SP). O espetáculo tem reestréia confirmada no dia 27 de março de 2007 no Centro Cultural São Paulo. “Minha Mãe” é o primeiro monólogo da companhia. Ficha Técnica PRODUÇÃO: FILMES DE ABRIL A Filmes de Abril é uma produtora de cinema, vídeo e teatro fundada em 2005. Na área teatral venceu o concurso Myriam Muniz/FUNARTE de 2006 com a peça "SANTIDADE", direção de Marcelo Drummond e com Zé Celso Martinez Correia no elenco. Esteve em cartaz no Teatro Oficina entre maio e junho de 2007, e após o sucesso desta temporada, deve reestrear no segundo semestre. Na área de cinema, a Filmes de Abril co-produz com a Rocambole Produções o longa-metragem "Sábado a Noite", atualmente na etapa de edição. Em Agosto ocorrem as filmagens do primeiro curta metragem da produtora em 35mm, o curta "Páginas de Menina" terá direção de Monica Palazzo e conta no elenco com Vera Zimermann e Tieza Tissi. Ainda no cinema acontecem este ano as estréias dos documentários de curta metragem "Casa Tomada" de Pietro Picolomini (já rodando festivais no Brasil e exterior) e "Variante E" de Ester Fér e Pietro Picolomini. Av. Paulista, 1195/83 01311-922 - São Paulo - SP Rodrigo Diaz Diaz - Produtor fone: 11-3287 4522 / cel: 11-8193 4651 [email protected] www.filmesdeabril.com.br