TRABALHO OU DIVERSÃO? • Constantemente ouvem-se pessoas referindose ao artista como alguém que não trabalha, ou seja, encara o trabalho honrado do artista como um passa tempo ou simples divertimento. Termos pejorativos como "mexe com teatro", "teatrinho", "pecinha", "coisa de desocupado", escondem nas entrelinhas o desejo do que não foi concretizado pela pessoa que o diz. Há uma inveja velada e a vontade de ser o outro, de estar no lugar e na condição do outro, o artista, em questão. Mas isso também não seria teatro? • O incrível é que nesta época de globalização, mundialização, da quebra de fronteiras, a questão das identidades, etc...o exercício do teatro por mais fugaz que seja, desperta o "algo de novo", renasce a cada apresentação como uma fênix. E cabe ao público ávido, a perspicácia de perceber este ineditismo: estar presenciando um espetáculo único a cada apresentação. • Para que um espetáculo seja colocado de pé são necessários esforços de inúmeros profissionais que trabalham e muito. E mais ainda, colocam sua arte, que não tem como quantificar em preço, a serviço do teatro. Afinal, “o espetáculo não pode parar”. • Produzir, atuar, dirigir, desenhar e conceber os cenários e figurinos, montar os cenários, conceber os planos de luz, montar a luz, operar a iluminação, criar e preparar a trilha sonora, operar a mesa de som, elaborar os cartazes e folders, etc., encerram grandes verdades e a maior delas é a do trabalho em grupo. Afinal, qualquer tarefa em teatro, por menor que seja, é fundamental para o êxito do trabalho, desde que executem bem cada um a sua função. Mesmo sendo pequena a montagem, a equipe acaba por assumir várias funções, são polivalentes. • O "fazer" teatro é uma grande responsabilidade e uma tarefa longa que necessita antes de tudo de planejamento e trabalho de grupo. • Cabe ao diretor e assistentes, responsabilizaremse pela encenação como um todo e pela coordenação da equipe. Aos atores cabe a responsabilidade da interpretação. • Aos trabalhadores, artistas, cabe a tarefa árdua de lapidar-se constantemente para trabalhar com a coisa mais importante do mundo: o sentimento.