RELATÓRIO FINAL VIVÊNCIAS BRASIL: APRENDENDO COM O TURISMO NACIONAL 2008/2009 FOZ DO IGUAÇU – ECOTURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AGOSTO DE 2008 MINISTÉRIO DO TURISMO Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho, Ministro de Estado Secretaria Nacional de Políticas do Turismo Airton Pereira, Secretário Diretoria de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Tânia Brizolla, Diretora Coordenação Geral de Segmentação Rosiane Rockenbach, Coordenadora Fabiana Oliveira Wilken Souto SEBRAE NACIONAL – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Paulo Tarciso Okamotto, Presidente Diretoria de Administração e Finanças Carlos Alberto dos Santos, Diretor Diretoria Técnica Luiz Carlos Barboza, Diretor Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços Ricardo Guedes, Gerente Aryanna Nery Dival Schmidt Filho Lara Franco Germana Magalhães Valéria Barros BRAZTOA – Associação Brasileira das Operadoras de Turismo José Eduardo Barbosa – Presidente Monica Eliza Samia – Diretora Executiva Domenico Palma Neto – Coordenador Geral Jaqueline Gil Lilian La Luna Márcia Neves Rafael Frias Consultor técnico Daniel Spinelli 2 SUMÁRIO 1. Apresentação do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo Nacional 4 2. Apresentação institucional........................................................................... 6 3. Metodologia de benchmarking utilizada......................................................... 8 4. Participantes da viagem técnica ..................................................................13 5. Foz do Iguaçu - Ecoturismo em Unidades de Conservação..............................17 6. Boas e melhores práticas observadas ..........................................................18 6.1 Roteiro ..................................................................................................18 6.2 Práticas identificadas .............................................................................. 22 6.3 Experiências observadas em Foz do Iguaçu ...............................................27 Conclusão ....................................................................................................76 Referências bibliográficas ..............................................................................77 Este relatório é parte integrante dos resultados desta viagem técnica. Veja também o vídeo, a galeria de imagens e depoimentos dos empresários participantes – www.excelenciaemturismo.gov.br. 3 1. Apresentação do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo Nacional O Projeto Vivências Brasil: Aprendendo com o Turismo Nacional foi idealizado em 2005, no âmbito do macro-projeto “Brasil, Brasil”, cujo objetivo é proporcionar a diversificação da oferta turística a partir dos segmentos turísticos. O projeto é uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo – Braztoa. Dessa forma, os objetivos do Projeto Vivências Brasil estão contextualizados dentro das políticas públicas do Ministério do Turismo. Proporcionam aos destinos turísticos brasileiros possibilidades para o incremento na qualidade da oferta e a melhoria nas práticas da operação, por meio da realização de viagens técnicas para a observação da operação, da gestão empresarial e das estratégias de desenvolvimento de produtos turísticos segmentados, que são referência no país. A realização de viagens técnicas para as observações de experiências que representam boas práticas, na operação da atividade turística com foco na oferta segmentada, é uma forma alternativa de encorajar os atores de destinos turísticos a implementar significativas inovações em sua maneira de atuar, visando elevar a qualidade dos serviços prestados. A técnica utilizada para a observação e o aprendizado com o exemplo das boas e melhores práticas é a de benchmarking1, que permite a vivência in loco das práticas de referência almejadas. O ciclo do benchmarking perpassa essencialmente cinco etapas: observação, assimilação, comparação, adequação e implementação. A partir do Projeto Excelência em Turismo: Aprendendo com as Melhores Experiências Internacionais iniciado em 2005, foram identificadas boas oportunidades de melhorias e inovações na gestão dos destinos que tiveram empresários turísticos participantes. Assim, com aprendizado adquirido por meio do Projeto Excelência em Turismo, foi possível verificar a eminente necessidade de se trabalhar processos similares para atender regiões turísticas do Brasil que ainda não estão em estágios avançados para implementação de melhores práticas, mas que já recebem números significativos de turistas do país e do mundo. Nesse sentido, foi realizado em 2006, pela primeira vez, o Projeto Vivências Brasil, a partir de algumas regiões turísticas do país, que já trabalham o produto turístico de forma madura e satisfatória, o que pôde se constituir em exemplos de boas práticas que podem e devem ser assimiladas e replicadas nas regiões menos desenvolvidas nesse quesito. Em 2006, os segmentos contemplados foram cultural, rural, ecoturismo, mergulho, aventura e sol e praia e os destinos referência que nortearam os trabalhos nessa 1ª edição foram Estrada Real (MG), Vale do Café (RJ), Bonito (MS), Fernando de Noronha (PE), Roteiro Integrado (CE, PI, MA) e Costa dos Corais (AL), respectivamente. Cinqüenta e cinco empresários de turismo foram apoiados diretamente em 2006, favorecendo cerca de quatro mil atores da cadeia produtiva do turismo através da disseminação do aprendizado, numa previsão modesta de que cada empresário 1 Benchmarking: trata-se de um processo dinâmico e contínuo de aprimoramento e melhoria em negócios/empresas ou instituições, com base na observação e análise de outras experiências de referência, adaptações, implementações e constante avaliação. 4 participante das viagens capacita outros trinta profissionais em 3 ações de multiplicação. A partir do sucesso do projeto Vivências Brasil 2006 e do Excelência em Turismo 2005 e 2006, foi lançada a 2ª edição do Vivências Brasil, considerando os ajustes necessários a partir do aprendizado obtido nas edições anteriores. Portanto, o alcance dos resultados efetivos para o aumento da qualidade dos produtos e serviços turísticos vem ao encontro da necessidade de atender às exigências de turistas nacionais e internacionais. O Projeto 2008/09 renova a parceria entre Ministério do Turismo, Sebrae e Braztoa, e tem como segmentos prioritários para visitas Ecoturismo em Unidades de Conservação, Turismo Cultural, Turismo Rural, Turismo de Sol e Praia e Turismo Social – Melhor Idade. Os destinos selecionados são, respectivamente: Foz do Iguaçu/PR, Rio de Janeiro e Paraty/RJ, Serra Gaúcha/RS, Acolhida na Colônia/SC, Costa dos Coqueiros/BA e Caldas Novas/GO. Público-alvo Prioritariamente pequenos e médios empresários, representantes ativos da cadeia produtiva do turismo, que focam sua atuação principalmente nos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, identificados pelo MTur, e atendem especialmente ao turismo receptivo internacional, nos segmentos/temas de cada uma das viagens técnicas. Objetivo geral Identificar, observar e analisar, em destinos nacionalmente reconhecidos, boas e melhores práticas, possibilitando que outros destinos turísticos com vocações semelhantes tenham como referência as estratégias e os modelos levantados e possam adaptá-los a sua cultura e as suas peculiaridades, com vistas a uma mudança que leve o desenvolvimento da atividade turística no País a melhores resultados. Por meio da organização de seis viagens técnicas, o projeto foca na observação da operação e da estratégia de desenvolvimento de produtos turísticos nos segmentos-tema.. Enfoca também o aprendizado e o fomento à implementação das boas práticas observadas, visando o aprendizado pelos participantes e o conseqüente aprimoramento dos serviços, da qualidade e da competitividade dos produtos turísticos brasileiros. Este relatório apresenta a experiência vivenciada em Foz do Iguaçu, para observação de práticas ecoturismo em unidades de conservação. 5 2. Apresentação institucional Ministério do Turismo/EMBRATUR Tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico. Papel no projeto – Instituição Realizadora Propôs o projeto e acompanha os resultados Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE Nacional) Trabalha pelo desenvolvimento sustentável das empresas de micro e pequeno porte, promovendo cursos de capacitação, facilitando o acesso a serviços financeiros, estimulando a cooperação entre as empresas, organizando feiras e rodadas de negócios e incentivando o desenvolvimento de atividades que contribuam para a geração de emprego e renda. Papel no projeto – Instituição Realizadora Propôs o projeto e acompanha os resultados Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA) É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1989. Sua finalidade é: Promover a valorização das atividades desenvolvidas por seus associados, no País e no exterior; Promover ações que aproximem seus associados das agências de viagens e dos demais segmentos do setor turístico; Promover o aperfeiçoamento das relações comerciais entre seus associados e empresas de transporte aéreo, hotéis e demais fornecedores; Aproximar os associados de entidades congêneres nacionais internacionais, podendo participar também de suas ações promocionais; ou Promover pesquisas, capacitação e ensino, visando o desenvolvimento institucional; Promover, por meio de projetos e parcerias, a divulgação de informações, atividades e outras demandas de interesse da entidade e de seus associados em qualquer meio falado, escrito, eletrônico ou virtual, procedendo-se os eventuais registros nos órgãos competentes, se necessário. 6 Papel no projeto – Executora Executa as ações previstas no projeto 7 3. Metodologia de benchmarking utilizada O benchmarking é um procedimento de comparação contínuo e sistemático que tem como objetivo principal verificar o estado de evolução de organizações, produtos, processos, estratégias ou atividades em relação a outras com características similares e/ou passíveis desta comparação. O benchmarking também tem como objetivo criar os padrões de referência para que as organizações e pessoas possam melhorar seu rendimento (desempenho) e, portanto, obter resultados mais adequados para a diferenciação competitiva no mercado. Para o processo da aplicação de benchmarking se utilizam alguns procedimentos de pesquisa estruturados em uma metodologia adequada às necessidades do tipo de observação e análise que se está efetuando. No caso do Projeto VIVÊNCIAS BRASIL – Aprendendo com o turismo nacional, a metodologia foi estruturada considerando cinco etapas, subdivididas em ações específicas, conforme demonstra a figura 1, a seguir. 8 Figura 1. Etapas da Pesquisa 1 - Pré-viagem 2 - Pesquisa de Campo 3 - Avaliação 4 - Sistematização Final de informações técnicas 5 - Disseminação - Identificação do destino e organização da metodologia; - Realização de treinamento online sobre benchmarking; - Reunião de Pactualização com empresários - Observação das boas e melhores práticas; - Entrevistas e aplicação dos questionários. - Análise do observado, com foco nas possíveis implementações no Brasil; - Análise final; - Tabulação dos dados coletados pelos empresários; - Análise dos dados; - Organização das informações em relatório final, DVD e banco de boas práticas (website); - Disseminação do conhecimento obtido, por meio de ações de multiplicação; - Aplicação do aprendizado em empresas e instituições – implementações; 9 Na primeira etapa (chamada pré-viagem) foi identificado o destino mais adequado para observação de boas e melhores práticas para o segmento escolhido. Também foi capacitada a equipe técnica do projeto, de forma a compreender o processo de benchmarking e a aplicação das ferramentas metodológicas. Os empresários selecionados foram capacitados por meio de um treinamento online sobre o conceito do projeto e puderam se preparar para a viagem; Também foi realizada a Reunião de Pactualização, com a liderança técnica, empresários e técnicos participantes da viagem, com o objetivo de informar detalhadamente a metodologia do projeto, alinhar os conhecimentos de benchmarking e explicar os principais aspectos a serem observados ao longo da viagem, na aplicação dos questionários e na realização das entrevistas. Os principais temas selecionados para observação durante as visitas e entrevistas, estão divididos em nove temas, e são: Aspectos de Gestão – Este item é relativo ao processo de gestão dos negócios. A observação foi efetuada considerando quais os elementos do processo que apóiam ou contribuem para a boa gestão dos negócios de turismo e se tornaram boa ou melhor prática no empreendimento visitado. Aspectos de Infra-estrutura – Este item é relativo à disponibilidade do equipamento em relação à estrutura/capacidade física e de adaptação para atendimento a diversificados públicos/tipos de clientes. Refere-se, também, à apresentação, estética, decoração, acessibilidade e funcionalidade da estrutura do negócio. A sinalização é um ponto igualmente observado. Aspectos do Negócio – Produtos e Serviços Ofertados – Este item é relativo ao negócio propriamente dito, considerando as características específicas de cada equipamento turístico. É relacionado com a definição e estratégias dos 4 Ps do marketing (produto, praça, promoção e preço), e, principalmente, atendimento. Aspectos de Certificação – Este item é relativo ao processo de padronização e validação de procedimentos para a devida certificação dos produtos e/ou serviços turísticos. Corresponde a avaliação da existência de normas, regulamentos/leis e padrões mínimos para o estabelecimento de procedimentos de estruturação, avaliação e certificação dos produtos turísticos locais e/ou regionais. Aspectos de Formação e Qualificação – Este item observa as ações relativas à formação de profissionais para executar os serviços turísticos, bem como as políticas de gestão de pessoas aplicadas. Também observa a relação da formação profissional com os aspectos culturais e suas especificidades. Identifica qual a infra-estrutura de instituições de formação e qualificação profissional existente e que contribui para o desenvolvimento do turismo. Aspectos de Segurança – Neste item é importante a observação dos aspectos relativos à segurança pessoal dos turistas/clientes, sua integridade física e moral durante o período de estada no destino. Observa a segurança de equipamentos utilizados no produto turístico, a gestão de riscos das atividades e as respectivas normas de conduta. Aspectos de Parcerias - Networking – Neste item são observados os aspectos relativos à parceria entre empresas, entre o setor público e privado e as entidades de classe e representação empresarial. Também investiga e identifica as melhores práticas de articulações interinstitucionais que promoveram o desenvolvimento dos negócios do turismo no destino. Aspectos de Envolvimento da Comunidade – Este item investiga como ocorre o envolvimento e a participação da comunidade local no negócio, considerando suas características e especificidades. Observa a existência de projetos de inclusão social e desenvolvimento da comunidade. Também verifica a integração e utilização dos aspectos culturais do local nos produtos turísticos, como artesanato, costumes e outros, sob o ponto de vista da sustentabilidade social/cultural. . 10 Segmento específico - Neste item são observadas as características e detalhes específicos dos espaços e atividades relacionados ao segmento analisado, sua forma de constituição e a importância como negócio. Na segunda etapa (pesquisa de campo – durante a viagem) foram realizados os levantamentos de informações, a aplicação dos questionários, a observação das boas e melhores práticas e as respectivas entrevistas nos destinos visitados. O elemento principal da pesquisa de campo foi a busca de informações, norteada pela visão dos empresários nas experiências práticas de cada viagem. Esta etapa compreendeu a observação e análise da realidade, registro das principais boas e melhores práticas e possibilidades de implementação das mesmas em seus negócios. Na terceira etapa (chamada Avaliação) foram realizadas as respectivas tabulações e análises dos instrumentos de levantamento de informações utilizados. Nas análises quantitativas, os equipamentos foram agrupados de acordo com o tipo de atividade do negócio, sendo que as respostas foram transformadas em porcentagens. A análise das questões teve como objetivo principal validar as boas e melhores práticas identificadas no destino e nos equipamentos visitados. Na quarta etapa (chamada Sistematização final de informações técnicas) foram efetuados os cruzamentos dos dados necessários e a identificação e respectivas conclusões de cada uma das boas e melhores práticas verificadas em cada destino. Como resultado desta etapa foram constituídos um relatório final, um DVD e demais informações apresentadas no website do projeto. O presente relatório é resultado final desta quarta etapa, que descreve as boas e melhores práticas observadas em cada visita, e faz referência aos principais exemplos que caracterizam a aplicação prática da gestão no turismo, infra-estrutura, negócios e produtos turísticos, certificação e segurança nas operações de turismo, qualificação e formação de pessoas, parcerias empresariais e governamentais para desenvolver o turismo, envolvimento da comunidade no turismo e do segmento específico. Para facilitar o entendimento do leitor, destacam-se as diferenças entre boas e melhores práticas. Boas práticas são aquelas que refletem a aplicação de técnicas e ações já amplamente conhecidas em outros negócios e setores, que proporcionam algum grau de diferenciação do negócio ou destino turístico, mas que, no setor do turismo, ainda não estão totalmente disseminadas. Também é importante ressaltar que um conjunto de boas práticas poderá ajudar a construir uma melhor prática, evidenciando o processo de melhoria contínua que os negócios podem obter com uma boa gestão. Melhores práticas são aquelas que refletem uma implementação de técnicas e ações com alto grau de excelência, resultando, portanto, em uma diferenciação significativa no negócio ou destino turístico. Importante ressaltar que a prática de excelência pode tornar o negócio ou destino turístico diferenciado entre seus concorrentes, proporcionando alta competitividade empresarial (negócio turístico) e regional (destino turístico). A partir da análise das boas e melhores práticas, iniciam-se os procedimentos da última etapa (chamada Disseminação), que contempla a realização de reuniões, palestras e oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários, consultores e técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos aprendidos e informações com o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo. O grande resultado do projeto e de todas as etapas acontecem quando os empresários implementam em seus negócios as práticas de referência observadas e conseguem por meio dessas inovações, alcançar melhores resultados do ponto de vista da qualidade e da satisfação de seus clientes. Esse relatório evidencia as boas e melhores práticas observadas durante a viagem técnica a Foz do Iguaçu, seguindo as etapas apresentadas acima. 11 Para ilustrar cada prática observada, foi adaptada a seguinte iconografia: Verde - BOA PRÁTICA Azul - MELHOR PRÁTICA Gestão Qualificação e Formação Infra – Estrutura Parcerias Negócio Envolvimento da Comunidade Certificação Segmento Específico Segurança 12 4. Participantes da viagem técnica O grupo da viagem técnica foi composto por: EMPRESA PARTICIPANTE ATIVIDADES COMERCIALIZADAS DESTINO E TIPO CONTATO DE OPERAÇÃO 4 elementos Sidicley Graciano Receptivo: Ecoturismo (caminhadas, observação de fauna, outros), Cultura (cidade patrimônio), Esporte (trekking, canyoning, práticas verticais, rafting). Criciúma/SC – Receptivo local 4elementos@4elementos ecoturismo.com.br Adventura Ecoturismo Fernando Teixeira Receptivo: Ecoturismo (caminhadas, outros), Esporte (trekking, mergulho, rafting, vôo livre, canyoning, práticas verticais), Eventos de incentivo, Outros (cicloturismo e mergulho). Niterói/RJ – Receptivo local [email protected] m.br ARM Turismo Adriano Mattos Receptivo: Ecoturismo (caminhadas, outros), Cultura (cidade patrimônio, festas populares), Esporte (canyoning, práticas verticais), Outros (turismo rural). Serro/MG – Receptivo local [email protected] m Atlantis Patrick Muller Receptivo: Sol e Praia, Ecoturismo, Cultura (cidade patrimônio), Esporte (mergulho, náutico), Eventos e negócios (congressos). Natal/RN – Receptivo local [email protected]. br Sol e Praia, Ecoturismo (caminhadas, outros), Esporte (mergulho, náutico), Negócios e Maragogi/AL – Receptivo local mauro@costazulturismo. com.br Costazul Receptivo Turismo Mauro Stodolni Duarte Ribeiro de Martins 13 Eventos outros). Pousada das Araras Carla Souza Braga Pousada da Diva Vandir Junior (congressos, incentivo, Soares Ecoturismo (Caminhadas, flutuação, observação de fauna e aves), Cultura (arqueologia, outros), Esporte (mergulho, futebol), Produtos focados (bem-estar, saúde). Serranópolis/G O – Meio de hospedagem contato@pousadadasarar as.com Andrade Meio de hospedagem: Ecoturismo (Caminhadas. Espeleologia), Cultura (Cidades Patrimônio, Festas Populares), Esportes (Trekking). Iporanga/SP – Meio de hospedagem [email protected] m.br Pousada Paraíso Mariana Ferraz Lopes de Oliveira Meio de hospedagem: Ecoturismo (caminhadas, observação de fauna e aves), Esporte (práticas verticais, arco e flecha, mini golf). Petrópolis/RJ – Meio de hospedagem paraiso@pousadaparaiso .com.br Pousada Ravenala Eloisa Inês dos Santos Coêlho Meio de hospedagem: Sol e Praia, Ecoturismo (caminhadas), Cultura (cidade patrimônio, outros). Jaguaripe/BA – Meio de hospedagem [email protected] Tamanduá Ecoturismo José Guilherme Nunes Lapa Receptivo: Ecoturismo (Caminhadas, flutuação, observação de fauna e aves), Cultura (Festas populares, outros), esporte (trekking), outros (Cicloturismo, travessias com acampamento). São Roque de Minas/MG – Receptivo local tamandua@serradacanas tra.com.br de 14 INSTITUIÇÃO REPRESENTANTE ORIGEM CONTATO Ministério do Turismo Carolina Juliani de Campos Brasília/DF [email protected] Sebrae Nacional Germana Barros Magalhães Brasília/DF [email protected] Sebrae Estadual Paulo Barboza Salvador/BA [email protected] Braztoa Alexandre Flório São Paulo/SP [email protected] Consultor Daniel Spinelli Curitiba/PR [email protected] Roteirista Andrea de Mattos Quaresma São Paulo/SP [email protected] Cinegrafista Chrysthean Nylsen Leão São Paulo/SP [email protected] 15 De forma ilustrativa, as seguintes Unidades da Federação tiverem representantes durante a viagem: Participantes viagem técnica Fonte: Arquivo participantes 16 5. Foz do Iguaçu - Ecoturismo em Unidades de Conservação O município de Foz do Iguaçu é um dos principais destinos turísticos do Brasil no ranking de receptivo de turistas internacionais da EMBRATUR, e oferece boas e variadas opções de meios de hospedagem e equipamentos para atendimento de grandes fluxos turísticos. Um dos principais motivadores do turismo do município é um atrativo natural internacionalmente conhecido: o Parque Nacional do Iguaçu, que se encontra na divisa entre Brasil e Argentina e está preservada dos dois lados por parques nacionais. Até 1999, o excesso de visitação no Parque e as dificuldades de controle e organização desse fluxo turístico faziam com que o turismo fosse uma ameaça para conservação dessa Unidade de Conservação (UC). Pesquisas mostram que muitos turistas visitavam o atrativo sem sequer se dar conta de que tinham entrado em um Parque Nacional. Em uma atitude pioneira no Brasil, no ano 2000, o IBAMA (hoje Instituto Chico Mendes - ICMBio) terceirizou por meio do sistema de concessões privadas, algumas atividades do Parque, tal como a recepção dos turistas nessa UC, medida que resolveu problemas de infra-estrutura turística e também permitiu dar mais atenção à conservação da biodiversidade. Outra característica de destaque da gestão do parque é de ter criado uma relação de parceria com o parque argentino de forma que vários desafios foram encarados conjuntamente, inclusive o da terceirização de serviços turísticos. Com as exigências dos contratos de concessão, as empresas que operam dentro do parque deram início a uma série de implementações de boas práticas na gestão e operação de atividades, entre outras, de interação com o meio ambiente, principalmente caracterizada como de aventura. Considerando o desafio do atendimento de um grande fluxo turístico, característica que cria um paradoxo em relação aos preceitos básicos do turismo em áreas naturais, em especial em unidade de conservação, as empresas buscaram formas de realizar controles de impactos ambientais, gestão da segurança, interpretação da natureza e uso de tecnologias adequadas. Em paralelo, mas de uma forma integrada, outro fator relevante ao turismo de Foz do Iguaçu foi o estabelecimento no município da Usina Hidrelétrica de Itaipu. A usina passou a adotar uma série de ações de responsabilidade social que representam atualmente apoio ou realização de uma série de programas e projetos que beneficiam direta ou indiretamente o turismo na região. Considerando o momento estratégico que os segmentos do ecoturismo e do Turismo Aventura vivem hoje no Brasil, em que as empresas estão buscando profissionalização, implementando normas, promovendo discussões de forma cooperada, discutindo desafios e encontrando soluções em comuns, colocando a gestão da segurança como prioridade e percebendo, a partir disso, um mar de oportunidades e de crescimento empresarial, essa viagem técnica do projeto Vivências Brasil teve a possibilidade de se tornar um importante fator contributivo para esse processo. Os participantes puderam conhecer empresas que estão encontrando formas para trabalhar com grandes fluxos de turistas sem descaracterizar um trabalho responsável do ponto de vista ambiental e da experiência do visitante. Também conheceram o pioneirismo na gestão da segurança no Brasil, os desafios da gestão e do desenvolvimento empresarial em busca da participação num sistema de concessões, as oportunidades por trás da certificação de quem já busca a recertificação em Sistema de Gestão Ambiental, o trabalho integrado de um projeto de biologia com o respaldo de uma grande empresa de outro setor econômico, entre tantas outras experiências. 17 Também foi foco da viagem conhecer as práticas institucionais lideradas pela iniciativa pública municipal, federal e SEBRAE. Em conversas com o Conselho Municipal de Turismo, com a Secretaria Municipal de Turismo e com o Instituto Chico Mendes - ICMBio, puderam ser compreendidas experiências que lideram o processo do desenvolvimento do destino e seguramente contribuem para seu sucesso. 6. Boas e melhores práticas observadas Diante de tudo o que foi observado, registram-se as experiências de forma a compartilhar o aprendizado, conforme abaixo apresentado. 6.1 Roteiro No período de 24 a 29 de agosto de 2008, o roteiro selecionado para as visitas dos participantes foi: Data Hora Evento Objetivo/foco da visita Primeiro encontro presencial do grupo. de Apresentação dos participantes. Apresentação do projeto. Direitos e Deveres. Pactualização para resultados. Reunião 16h30 Pactualização 24 18h30 Coffee Break 19h00 Continuação da Reunião de Pactualização 21h00 Jantar 8h30 Visita Centro Visitantes Parque Cataratas S/A Parceria inter-empresarial c/ foco na de satisfação do turista, aspectos da gestão / empresarial e números de melhoria em relação ao atendimento do turista. 10h00 Administração do PNI Gestão da UC, integração com o turismo, sistema de concessão e seus resultados, envolvimento da comunidade. 12h00 Almoço Porto Canoas 25 Gestão de Fluxo, Controles Ambientais, Carro elétrico e Gerenciamento Operacional 13h30 Macuco Safári 16h00 Vôo de (Helisul) Helicóptero Avanços e benefícios trazidos pelo Sistema de Gestão Ambiental e pela certificação e operação de serviço de valor agregado. 17h30 Reunião Helisul 19h00 Deslocamento para Hotel grupo 18 19h30 Reunião de Fechamento Debate sobre as boas e melhores práticas do dia na Sala do Hotel observadas durante o primeiro dia. 21h00 Jantar 8h30 26 Controles de impactos ambientais, equipamento para observação de fauna, Entrada no Parque criação de roteiros compondo diversas atividades e gerenciamento de atividades Macuco EcoAventura simultâneas. 12h00 Almoço com reunião no Reunião com bióloga sobre visita da parte Porto Bananeiras da manhã. 13h30 Floating Canoas 14h30 Embarque no Ônibus até Canyon Iguaçu Até Porto Atividade de baixa intensidade (menos risco e mais abrangência de publico) Chegada no Canyon 15h00 Iguaçu e visita as instalações Atividades de aventura, cumprimento às exigências de uma concessão, sistema de Grupo 1 – Rapel 15h40 gestão de segurança. Grupo 2 - Arvorismo 16h40 Reunião sobre SGS 19h00 Lanche no Hotel Assistência Técnica. Processo de Certificação, Associativismo, Momento estratégico do Segmento e Agenda conjunta com ICM BIO para desenvolvimento do turismo em UC´s. 19h30 Apresentação ABETA 20h30 Reunião de Fechamento Debater as boas e melhores práticas do do dia na Sala do Hotel dia. 22h00 Jantar no Hotel 9h00 Refúgio Biológico 12h00 Deslocamento Retorno ao Hotel Construção com utilização de tecnologias adequadas, integração do trabalho com animais silvestres e turismo, parceria com grande empresa. de 13h00 Almoço 27 14h00 Abertura do Seminário 14h15 COMTUR 15h15 Integração da iniciativa pública com a privada, movimento empresarial para assumir mais controle nas decisões do turismo do município. Campanha: Foz do Iguaçu - Destino do Secretaria de Turismo Mundo e como faz a gestão do do Município relacionamento com a imprensa. 16h30 Coffee Break 19 17h00 SEBRAE Local Projeto de Artesanato Ñandeva, como foi criado, proposta e envolvimento da comunidade. 18h00 Instituto Polo Iguassu Trilha Jovem - Capacitação de jovens de baixa renda para trabalharem no turismo. 18h45 Estratégias da concessão do parque, Instituto Chico Mendes cuidados e perspectivas para o - ICMBio ecoturismo e turismo aventura em UC´s. 19h45 Reunião de Fechamento Debater as boas e melhores práticas do do dia na Sala do Hotel dia. 21h00 Jantar Argentina 7h00 Saída do Hotel em direção ao Parque Argentino 8h30 Chegada Argentino atividade Pioneiros. 9h00 * Passeio de Jeep com Boas práticas Interpretação da natureza Natureza no Parque e inicio da Ruta dos em Interpretação da Características de uma operação de Reunião com Daniel qualidade de interpretação da natureza e 10h30 Somay, diretor da dificuldades de uma pequena empresa Rainforest Expedition dentro de um sistema de concessão. 28 11h00 Caminhada pela passarela Possibilidades de atividades auto-guiadas superior do Parque no Parque. 12h00 Almoço Restaurante Iguazu Argentina da Empresa com recente certificação ISO 14.000 Visita ao Centro de Utilização do espaço do centro de Visitantes onde está a visitantes para uma exposição sobre 13h00 exposição dos painéis da fauna, flora e comportamento humano evolução do homem x relacionados á conservação. natureza. Acessibilidade. Iguazu Argentina Reunião no auditório do 13h30 Centro de Visitantes para Parque Nacional Argentina apresentações Martin Travel 15h30 Sistema de remoção das laterais da Grupo Visita Garganta do passarela para reduzir a pressão em caso Diabo de enchentes. 18h00 Saída do Parque. 19h00 Reunião de Fechamento Debater as boas e melhores práticas do do dia. dia. 20h30 Jantar 20 22h00 Retorno para Hotel 29 9h00 Reunião de Encerramento 12h00 Almoço e fim da viagem. 21 6.2 Práticas identificadas A partir de todo o aprendizado obtido nas visitas, foram selecionadas as boas e melhores práticas de cada experiência, conforme tabela abaixo: Práticas de Referência X 22 Segmento Específico Estruturação de um centro de visitantes completo com exposição, guichês para ingresso, loja de Envolvimento da Comunidade – Parcerias - Network Iguaçu Qualificação e formação Serviços Parque Nacional Cataratas S/A X Segurança e 1 Implementação de sistema de transporte coletivo na circulação interna do parque Certificação Produtos Ações Negócio Ofertados Empreendimentos/Negócios visitados Infra-estrutura Gestão Nº conveniências e presentes, banheiros, entre outras facilidades Sistema diferenciado de atendimento a guias e agências Cursos de idiomas e desenvolvimento profissional colaboradores X de aos X Parceria Inter-empresarial visando a satisfação do turista X Prioridade para contratação de serviços e mão de obra local e “Passe comunidade” Infra-estrutura adequada (sinalização, trilhas, estações de tratamento de esgoto, veículos elétricos, etc) 2 Macuco Safari X de aos Praticidade e eficiência na base de apoio e melhoria constante nos equipamentos Helisul Táxi Aéreo X Operação de volumes mantendo o baixo impacto através de controles de impacto ambiental Cursos de idiomas e desenvolvimento profissional colaboradores 3 X X X Venda CD e vídeos agregando valor ao produto. X Certificação ISO 14.001 – Sistema de Gestão Ambiental X 23 Treinamento e atualização de procedimentos constantes em busca da melhoria contínua na segurança Contratação de um biólogo responsável na empresa/ Utilização de comunicação via rádio 4 Macuco Eco Aventura Cânyon Iguaçu X Utilização de placas solares, estações de tratamento de esgoto X Utilização de casa de observação de natureza “Casa na Mata” X Criação de pacotes que integram outros produtos do parque e reduzem o custo de visitação (COMBO) X Preços diferenciados (50% desconto) para moradores de Foz do Iguaçu e municípios vizinhos ao parque e contratação de mão-deobra local X Contratação de ex-“palmiteiros”, ex-pescadores e ex-caçadores, os reintegrado a sociedade X Posicionamento estratégico, controle e manutenção de estrutura e equipamentos 5 X Utilização de estações de tratamento de esgoto e adaptação para portadores de necessidades especiais X X 24 Participação em integram outros parque pacotes que produtos do Plano de treinamento funcionários para X os X Priorização da implementação da norma NBR 15331 de Sistema de Gestão de Segurança X Desenvolvimento de uma peça metálica especifica para aumentar a segurança no arvorismo (Traquitana). Participação do complexo turístico de Itaipu 6 Itaipu Binacional Biológico Bela Vista – Refúgio Utilização de construções tecnologias adequadas 7 Iguazú - X X Integração de produto turístico com grande empresa local e um projeto biológico. Apoio a contratação profissional comunidade Parque Nacional Argentina X X com X artesãos locais; e desenvolvimento de pessoas da Sistema de rebatimento das passarelas X laterais Cadeiras de rodas e carros elétricos para pessoas com deficiência X X Oferta de produtos e serviços ao visitante dentro do atrativo X 25 Certificação em Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 Produtos diferenciados, observação de aves 8 Rainforest Expeditions Utilização especiais natureza X como X de Veículos abertos para observação da X Foco na experiência do cliente 9 Martin Travel Gestão Profisional Liderança Institucional X Contratação de mão-de-obra local Instituto Concessão Nacional 10 X X Chico Mendes de uso do parque X Secretaria Municipal de Turismo – Campanha do Destino X SEBRAE Local – Projeto Ñadeva X X Boa prática Melhor prática 26 6.3 Experiências observadas em Foz do Iguaçu 1 Parque Nacional do Iguaçu – Cataratas S/A A empresa Cataratas S/A é a concessionária do Parque Nacional do Iguaçu responsável pela recepção dos visitantes, gerenciamento da venda de ingressos, pelo transporte interno na área do Parque, pelas lojas de souvenirs, pelo complexo Porto Canoas com restaurantes e lojas, pela operação do elevador e pela manutenção nas passarelas. A empresa opera a concessão desde 1999 quando o Parque Nacional fez a primeira licitação para concessões de serviços de atendimento ao visitante. O Centro de Visitantes, local principal da visitação deste projeto e onde também funciona a administração da empresa, não é apenas um lugar de embarque e desembarque de turistas, mas uma recepção especial onde o Parque Nacional do Iguaçu dá as boas vindas a todos. O acesso ao Parque se dá por meio do Centro de Visitantes, localizado em área externa da reserva com 108 mil m² de terreno, sendo 4.000 m² de área construída e colocada à disposição dos visitantes: serviços de informações, bilheteria, postos bancários e de correio, telefones públicos, sanitários, cafeteria, loja de lembranças, exposição ambiental permanente e amplo estacionamento, além de uma sala especial para atendimento de guias e operadoras turísticas. São 50.000 m² de área de estacionamento, com capacidade para 170 ônibus, 20 vans e 676 veículos pequenos. O Centro de Visitantes conta com duas plataformas, uma interna e outra externa, para embarque e desembarque dos visitantes. Vista externa do centro de visitantes Foto: Fernando D. Teixeira 27 Práticas observadas: Implementação de sistema de transporte coletivo na circulação interna do parque: A empresa reduziu o fluxo de veículos dentro do parque em 70% colocando ônibus próprio para transporte de passageiros e tirando de circulação os veículos pequenos. Vale ressaltar que no mesmo período houve um crescimento de 50% do número de visitantes. Essa mudança melhorou a experiência do visitante que não vê grande trânsito durante sua visitação e baixou o índice de emissão de poluentes, de ruído e de atropelamento de animais. Mesmo com o crescimento do número de visitantes, a reformulação acontecida possibilitou a manutenção da estrutura de estradas já existente no Parque. Como boa prática observada que pode ser transferida para outros locais do Brasil, mesmo que não seja uma unidade de conservação, um empreendimento (atrativo turístico organizado) pode investir num bom estacionamento e oferecer o transporte interno aos clientes incluindo o mesmo como valor agregado no pacote ou taxa de visitação. Ônibus da Cataratas S/A para transporte dos passageiros dentro do Parque. Foto: Fernando D. Teixeira. Estruturação de um centro de visitantes completo com exposição, guichês para ingresso, loja de conveniências e presentes, banheiros, entre outras facilidades: Foi feito um investimento nas instalações de recepção ao turista com bilheteria para grupos, caixa eletrônico, loja de conveniência, souvenirs, local próprio para embarque e desembarque, sinalização em 3 idiomas, pontos de apoio ao turista em diversos pontos do parque e exposição interativa com a temática do parque ao lado da recepção. Nos pontos de apoio ao turista dentro do parque pode-se obter informações, comprar bebidas, roupas e artesanatos. A Cataratas S/A mostra ao 28 cliente, visitante do parque, desde o momento em que o mesmo tem o primeiro contato com o negócio, que está num local organizado e estruturado para dar uma estrutura e um atendimento de alto nível. Tudo o que um turista possa precisar para ter suas principais necessidades atendidas são oferecidas logo no centro de visitantes. Aplicável a diversos tipos de negócios, não somente em concessionários de centro de visitantes, essa boas práticas demonstradas pela Cataratas S/A são aparentemente óbvias mas remetem a uma importante reflexão pois um grande número de empreendimentos no Brasil não prioriza a melhoria das condições de recepção do turista tanto em termos de estrutura como de serviços. Centro de visitantes do Parque Nacional do Iguaçu operado pela Cataratas S.A. Foto: Fernando D. Teixeira Sistema diferenciado de atendimento a guias e agências: A empresa, frente à dificuldade com longas filas para compra de ingresso, desenvolveu um sistema de atendimento especial para grupos, onde os guias, operadoras e agências podem ser atendidos para compra de grandes volumes de ingressos de forma diferenciada, liberando da fila cerca de 78% dos visitantes. Os guias, operadoras e agências podem fazer as reservas por telefone, retirar e pagar os tíquetes dos seus grupos em uma sala de atendimento separada da bilheteria principal. Essa prática pode ser transferida para qualquer negócio que possua atendimento aos mesmos profissionais de forma a avaliar se uma separação do atendimento a grupos pode gerar uma otimização dos processos da empresa bem como da qualidade no atendimento aos clientes da cadeia de distribuição e do desafogamento da estrutura de atendimento ao consumidor final. 29 Guichês para compra de ingresso e catracas para entrada no Parque. Foto: Patrick Muller Cursos colaboradores: de idiomas e de desenvolvimento profissional aos No seu plano de treinamento a Cataratas S/A oferece cursos de idiomas e de liderança para seus funcionários de forma a promover o desenvolvimento da carreira de seus colaboradores internamente. Essa prática faz parte de uma política da empresa de desenvolvimento humano que prioriza a contratação de pessoas da comunidade investindo na qualificação das mesmas para alcançarem um nível mínimo de competência desejado bem como para manter o constante desenvolvimento. Muitos desses treinamentos acontecem no próprio horário de expediente numa sala de reuniões no prédio da administração da empresa. No caso de cursos e treinamento fora da empresa, a Cataratas S/A faz e paga a inscrição para o funcionário. Essa prática gera um alto índice de fidelização e retenção do funcionário que valoriza não somente a remuneração direta, mas a oportunidade que tem de crescimento profissional. Parceria Inter-empresarial visando a satisfação do turista: A empresa desenvolve parcerias em vários níveis com as demais empresas instaladas dentro do parque, desde a promoção conjunta, realização de pesquisa de satisfação, ações de melhoria no atendimento do turista, entre outras. A visão da empresa é de promover e cuidar do todo, pois para muitos turistas não há diferença entre um fornecedor e outro dentro do mesmo atrativo, então a Cataratas 30 S/A trabalha com a política de como se fosse responsável, perante o cliente, sobre tudo o que acontece dentro do parque. Com essa política o foco da empresa é no atendimento ao turista e dá o apoio possível aos demais fornecedores na busca da satisfação dos mesmos. Outra parceria interessante desenvolvida pela Cataratas S/A é a existente com a concessionária do parque argentino (Iguazu Argentina), de forma que ambas as concessionárias realizam esforços para fazer com que o visitante conheça os dois parques - Brasileiro e Argentino. Para se conseguir isso as empresas buscam desenvolver diferenciais em relação ao outro parque de forma combinada; por exemplo o Brasil não pretende construir uma passarela até a garganta do diabo para fazer com que o turista tenha que ir até a Argentina para vê-la. Durante sua visitação em cada um dos parques o visitante também recebe um material promocional para conhecer o outro parque. A Cataratas S/A, entre outras coisas, nos mostrou durante essa viagem uma melhor prática de visão empresarial de parceria com as demais empresas envolvidas na oferta local de serviços, mas acima de tudo, que consegue colocar em prática aquilo que acredita e prega na sua política organizacional, em forma de ações comerciais e promocionais. Prioridade para contratação de serviços e mão de obra local e “Passe comunidade”: A empresa tem, em sua política de contratação de profissionais, prioridade para pessoas das comunidades de Foz do Iguaçu e municípios lindeiros, contribuindo para a geração de emprego na região. Também faz parte da política de compras da empresa a aquisição de materiais e serviços bem como de artesanato produzidos na região. Cerca de 80 % de todas as compras realizadas pela empresa são de fornecedores locais; apenas o que não há fornecimento local é adquirido de fornecedores de outros lugares. Essa prática ajuda na geração de divisas para o município reforçando os números que fazem com que o turismo siga como prioridade para a gestão municipal. Isso também gera um efeito direto na sustentabilidade política (continuando independente das trocas na gestão). O “passe comunidade” é uma outra iniciativa que gera o envolvimento da comunidade e atrai a população para conhecer o parque. Com tarifas diferenciadas para pessoas da comunidade que se cadastrarem, a Cataratas S/A, em parceria com a Administração do Parque, traz a população local para conhecer o atrativo, com isso, entre outros benefícios, o mesmo fica mais conhecido entre pessoas locais que potencialmente darão informações de forma informal (nas ruas, no posto de gasolina, nas lojas, etc.) para os turistas, além de passarem a valorizar e cuidar do seu patrimônio. 31 “Passe Comunidade”, um beneficio para incentivar a população local a visitar o Parque. Foto: Patrick Muller Soluções Criativas Cada turista que está sendo acompanhado por um guia dentro do parque, utiliza uma pulseira que o identifica para a geração de comissionamento para o guia responsável e para a agência que realizou a venda. Esse sistema facilita o processo de parceria e contabilização de comissões e faz com que os guias priorizem levar seus grupos aos pontos de venda da empresa, uma vez que esse faturamento gera uma comissão para os mesmos; as agências também respondem a iniciativa montando programas que incluem em seus roteiros a passagem pelos pontos de venda com tempo para que o grupo realize as compras. Um cuidado especial deve ser tomado no que tange aos valores das comissões para evitar que se inflacione demasiadamente o preço de venda das mercadorias e serviços ao turista, bem como para que não se afete negativamente as margens de lucro das empresas fornecedoras. Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes 32 possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Sinalização para empreendimento; clientes com identidade visual adequada ao tema do - Criação de um espaço específico para atendimento de guias e agências; - Implantação de pulseiras para comissionamento de guias; - Parcerias com empresas da região para comercialização de produtos, aumento do envolvimento da comunidade local (utilização de serviços de alimentação/apoio); - Assumir a liderança na articulação entre os atores locais uma vez que o turismo acontece em rede e numa grande parte dos destinos brasileiros esses atores ainda estão desintegrados (iniciativas cooperadas entre público e privada por exemplo); - Treinamento, qualificação e capacitação permanentes a partir de necessidades de competência identificadas; - Otimizar com parceiros locais a participação em feiras e eventos; - Disponiblizar uma tela LCD + DVD para divulgação dos produtos no Centro de Visitantes. Contato: Cataratas S.A. (45) 3521-4400 [email protected] www.cataratasdoiguacu.com.br 2 Macuco Safári A empresa Macuco Safári é também uma concessionária do Parque Nacional do Iguaçu e atua há mais de 20 anos no segmento de turismo de aventura. A empresa é responsável pela operação do passeio mais tradicional oferecido no interior do parque. O passeio inicia no portão de entrada do Macuco Safári com o embarque em carretas abertas, puxadas por carros elétricos, que permitem uma visão geral do cenário que se descortina ao longo da trilha. Durante o percurso de três quilômetros pela selva, guias poliglotas apresentam exemplares da fauna e da flora do Parque, orquídeas, palmitos, bromélias, árvores centenárias, além de animais silvestres que de vez em quando atravessam a trilha. A segunda etapa, um trecho de 600 metros (opcional), leva o grupo numa caminhada pelas trilhas que conduzem a cachoeira batizada Salto do Macuco. O salto tem uma altura de cerca de 20 metros. O acesso se dá por escadas incrustadas em rochas. A última parada é o cais do Macuco Safari, na margem brasileira do rio Iguaçu onde é realizado o embarque. Na água, barcos infláveis bimotores fabricados de acordo com as necessidades do percurso, são embarcações seguras e eficientes. Antes do embarque, os passageiros recebem coletes salva-vidas e embalagens plásticas para a proteção de equipamentos de filmagem e fotografias. O barco sobe o rio atravessando o 33 cânyon. Pedras, animais e muito verde integram o cenário até a base das soberbas Cataratas, próximo à "grande ferradura" conhecida por "garganta do diabo". Central de recepção Macuco Safari. Foto: Patrick Muller Práticas observadas: Infra-estrutura adequada (sinalização, tratamento de esgoto, veículos elétricos, etc): trilhas, estações de A empresa possui um ponto de parada de ônibus na frente da central de recepção, estacionamento amplo aos visitantes e também tem a opção de reservas para traslado dos hotéis da cidade até o passeio no Parque Nacional do Iguaçu. Na central: instalações de recepção, informações, banheiros, vestiários e loja de souvenirs, construídas com utilização de madeira de reflorestamento e concreto em tons que se integram ao ambiente. Acompanhamento de guias bem instruídos, por trilhas adaptadas, seguras e com manutenção específica, permitindo a operação em qualquer situação meteorológica. A manutenção dessas trilhas é feita com acompanhamento de um biólogo especialista em manejo de trilhas que toma ações regulares, de técnicas de escoamento da água da trilha e redução da largura da estrada para recuperação da flora. A cada 100 metros existe um piquete onde a largura da estrada é monitorada semanalmente. A estrutura de sinalização é bastante eficiente, banheiros e lixeiras em todo passeio, inclusive na trilha. A sinalização é feita com placas de madeira de forma que não causem impacto visual na trilha, as mesmas orientam quanto a 34 comportamentos adequados na natureza e quanto a segurança. A trilha é feita por meio de passarela suspensa para permitir um grande fluxo de turistas sem deteriorar o solo e não barrar o livre trânsito dos animais na área. As melhores práticas identificadas foram: Estações de tratamento de esgoto para tratar os efluentes dos banheiros e a utilização de carrinhos elétricos, inicialmente projetados como carros de golf mas que passaram por adaptações numa empresa especializada em Foz do Iguaçu para que ganhasse mais potência e comportasse a carreta com turistas. A utilização de veículos elétricos reduziu o nível de ruído no passeio bem com o nível de emissão de carbono. Alguns veículos à combustão ainda precisaram ser mantidos para fazer o traslado das pessoas na parte mais próxima ao embarque onde há uma subida maior, mas os mesmos são a álcool. Veículo elétrico para o transporte dos visitantes. Foto: Patrick Muller Operação de volumes mantendo o baixo impacto através de controles de impacto ambiental: A empresa consegue equilibrar muito bem grandes volumes de atendimento de pessoas (400 a 1000 pessoas por dia), mantendo a característica de um passeio em contato com a natureza, com tempo para o turista apreciar a flora e a fauna local e com controles de impacto de forma a garantir a sustentabilidade ambiental do atrativo bem como a educação ambiental dos participantes. 35 Esse equilíbrio é conseguido com algumas ações interessantes e que podem ser replicadas em outras regiões do Brasil. Para facilitar esse processo seguem alguns itens identificados como mais importantes nessa boa prática: Uma bióloga é responsável pela coordenação do manejo de trilhas, pelas informações passadas pelos condutores aos turistas e pelo monitoramento de recuperação da floresta e impactos ambientais da atividade turística. A empresa hoje consegue mostrar que o ambiente está sendo recuperado em relação a quando se instalou no local, ou seja, a presença da atividade turística realizada pela empresa subsidia a recuperação da área. Os carros utilizados para conduzir os clientes são elétricos ou a álcool para reduzir o ruído e emissões de carbono. Os condutores, durante o passeio, passam informações aos turistas em relação à flora e a fauna local de forma lúdica e interessante, uma grande parte dos turistas saem do passeio sensibilizado em relação à experiência que tiveram junto a natureza. Apesar de a mesma estrada ser utilizada nos dois sentidos, existem apenas dois pontos de cruzamento de veículos para poder manter a estrada com a largura apenas para passar um veiculo. No local onde há caminhada em trilha, a trilha é suspensa para não causar impacto no solo. Nos lugares onde há declive, escadas com pedras garantem o controle contra erosão. Todas as caminhadas são feitas de forma monitorada com pessoas capacitadas para cuidar da segurança do grupo e manter as condutas de mínimo impacto. Placas de sinalização na trilha reforçam o cuidado para que as pessoas façam silêncio na trilha e não joguem lixo. As placas são com símbolos para que pessoas de várias nacionalidades possam entender. Utilização de empreendimento. estação de tratamento de esgoto nos banheiros do Um sistema de comunicação por rádio e o cuidado para manter grupos máximos (25 de cada vez) faz com que o grupo sempre tenha a sensação de que é o único que está no passeio. A empresa também oferece aos clientes um dvd com vídeos e fotos do passeio gravados por um cinegrafista que acompanha o grupo durante a parte do barco. Esse produto, além de garantir um faturamento extra para a empresa, gera mais postos de trabalho e promoção espontânea. 36 Filmagem realizada durante o passeio. Foto: José Guilherme Nunes Lapa Cursos colaboradores: de idiomas e de desenvolvimento profissional aos Outra boa prática identificada na Macuco Safári foi a forma como a empresa cuida do desenvolvimento profissional dos seus colaboradores. São realizados treinamentos comuns a todas as áreas de atuação dentro da empresa, como treinamentos ambientais, primeiros socorros, uso de extintores e combate a incêndio florestal. E outros específicos como aos pilotos de embarcações, realizados pela Marinha do Brasil fora do ambiente e horário de trabalho. A empresa também oferece gratuitamente cursos de idiomas aos funcionários logo após o horário de trabalho. Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Estabelecimento de parcerias com outras empresas da região em busca de cooperação na promoção e comercialização; 37 - Melhoria na interpretação das trilhas, bem como no seu manejo por meio da contratação dos serviços de um biólogo e utilização de placas de madeira para sinalização; - Treinamento de funcionários para melhorar qualidade das informações, sobre fauna, flora e outros; - Implementação de sistema de gestão de segurança para maior controle sobe a segurança nas operações; - Implementação de técnicas de minimização de impacto ambiental, tais como: implantação de banheiros com tratamento de esgoto nas trilhas, adaptação de veículos para álcool ou elétrico. Contato da Empresa: Macuco Safari (45) 3574-4244 [email protected] www.macucosafari.com.br 3 Helisul Táxi Aéreo A empresa Helisul Táxi Aéreo é mais uma concessionária que atua no Parque Nacional do Iguaçu e está localizada ao lado do Centro de Recepção de Visitantes do parque, oferecendo serviço de vôos panorâmicos. Conhecer as Cataratas do alto é a atração do seu passeio. A visão aérea permite apreciar as quedas de uma só vez e estas se apresentam de forma esplendorosa em meio à mata do Parque Nacional do Iguaçu. As opções de passeios são: 10 minutos de vôo sobre o Parque Nacional e Cataratas ou 35 minutos sobre o Parque Nacional, Cataratas, Usina de Itaipu e Marco das três fronteiras. A empresa se destaca por possuir certificado ISO 14001 e estar em busca da recertificação. 38 Helicóptero da Helisul na base de apoio do passeio. Foto: Patrick Muller Práticas observadas: Praticidade e eficiência na base de apoio e melhoria constante nos equipamentos: A empresa localiza-se estrategicamente próximo ao Centro de Recepção de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu, é de fácil acesso para os clientes, possui boa área de estacionamento e ótima sinalização, a empresa tomou os cuidados para que não haja possibilidade de uma pessoa entrar ou sair do Parque Nacional do Iguaçu sem notar a oferta do serviço. A estrutura de recepção aos visitantes possui banheiros, área de espera com bancos confortáveis e venda de produtos como alimentação, bebidas e souvenirs. Essa estrutura foi desenhada de acordo com os resultados da observação realizada no próprio negócio das principais necessidades do cliente levando em consideração: o tempo de espera para o vôo, o perfil do cliente e a permanência do turista na base. Ao mesmo tempo a base é simples e prática de ser operada reduzindo custos operacionais. A área externa de operação possui espaço de proteção para pousos e decolagens e hangar com ótimas áreas de serviço e manutenção, destacando-se as mesmas pelo ótimo estado de limpeza e conservação em que são mantidas. Com essa boa prática a Helisul mostra os resultados de um bom planejamento de estrutura e do investimento na qualidade do ambiente da empresa principalmente na área de operação. Na sua frota aérea, a Helisul possui aeronaves novas com tecnologia avançada que emitem uma taxa muito baixa de ruídos e também com baixo consumo de 39 combustível. A empresa possui uma política de constante renovação de frota, cujos valores estão incluídos nos custos da empresa. Essa política garante a disponibilidade de recursos para um constante investimento em novos equipamentos. O turista percebe isso quando embarca em aeronaves novas e modernas o que também aumenta a segurança e reduz o impacto gerado no meio ambiente. Aeronave moderna e vista do hangar de manutenção e serviços. Foto: Patrick Muller Venda de CD e vídeos agregando valor ao produto: Paralelamente ao seu produto principal, a Helisul agrega valores ofertando, logo após o passeio, CDs com fotos e vídeos do cliente embarcando na aeronave. Esse serviço aumenta o faturamento da empresa e a satisfação dos turistas que têm a oportunidade de levar uma lembrança da sua experiência para casa. Ao embarcar na aeronave uma pessoa faz as fotos e o vídeo. Enquanto o vôo acontece o material é editado e ao mesmo se anexa um arquivo de fotos de alta qualidade tiradas do helicóptero anteriormente. Ao desembarcar, o vídeo e as fotos são mostrados numa TV disponível na base e 2 minutos após a confirmação do pedido, os cds são entregues aos turistas. Além do valor que se agrega ao negócio com a venda de um serviço paralelo, a empresa gera visibilidade e promoção espontânea realizada pelos clientes que publicam suas fotos e vídeos em blogs e redes sociais, mostram para amigos e até mesmo imprimem as mesmas para expor em casa e no trabalho. 40 Certificação ISO 14.001 – Sistema de Gestão Ambiental: A empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental com certificado ISO 14001 e uma gestão comprometida e envolvida com a melhoria contínua na questão dos impactos ambientais gerados pela empresa. Entre outras ações importantes destacou-se durante essa viagem técnica: Realização de tratamento dos resíduos sólidos e líquidos gerados pelo seu empreendimento; Treinamentos ambientais a equipe em relação aos principais aspectos identificados no inventario de impactos ambientais e no programa de gestão ambiental; Divulgação constante por vários canais (site, editais de colaboradores, placas na base de operação, etc) das políticas ambientais aos clientes e colaboradores; Acompanhamento e monitoramento do desempenho do programa de gestão e do plano de tratamento de riscos ambientais através de treinamentos, avaliações e auditorias internas e externas. Destaca-se no seu programa de gestão ambiental: - Economia de água com metas mensais de redução acompanhamento dos resultados por gráficos e tabelas; - Gerenciamento dos resíduos gerados encaminhamento para cada tipo de resíduo; pela empresa de consumo e com planos de - Programa carbono neutro, no qual o cliente tem a possibilidade de compensar o carbono do seu vôo comprando um ticket verde (um adicional ao preço do passeio) que cobre as despesas com plantio de árvores numa área que a empresa adquiriu na região. A Helisul, entre outras coisas, nos deixou o registro de uma melhor prática e que está muito conectada ao momento que o segmento de aventura se encontra no Brasil hoje, implantando normas e buscando certificação em sistema de gestão de segurança. Apesar de todas as dificuldades iniciais de investimento e principalmente de mudança cultural (o que foi resolvido através de treinamentos e renovação de pessoal) a Helisul deixou um depoimento importante de que vale muito a pena para a empresa possuir um certificação de respaldo pois isso gera profissionalização na empresa, ajuda a ampliar os objetivos da organização para além do lucro, dá exemplo de responsabilidade empresarial, gera visibilidade para a marca e cria uma imagem positiva perante seus clientes. Treinamento e atualização de procedimentos constantes em busca da melhoria contínua na segurança: A empresa possui também em suas políticas o comprometimento com a melhoria contínua da segurança o que pode ser observado através de: - Ótima sinalização nas instalações para evitar que pessoas não autorizadas entrem em zonas de maior risco; - Desenvolvimento constante de treinamentos para a equipe para atualização e reciclagem em relação a procedimentos como: decolagem, aterrizagem, controles operacionais e manutenção; 41 - Manutenção constante nos seus equipamentos com monitoramento por fichas de controle com responsável e data. Todos os procedimentos de manutenção são documentados e fazem parte dos planos de treinamento da empresa. Manutenção dos equipamentos. Foto: Patrick Muller Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Comercialização de fotos e vídeos, disponibilizando o serviço com agilidade; - Adotar medidas de controles ambientais e reutilização de recursos, como resíduos e água; - Melhoria nas áreas de serviço e manutenção; - Implantação de um sistema de neutralização de carbono firmando parceria com a secretaria do meio ambiente do município - Busca da certificação em sistema de gestão ambiental. 42 Contato da Empresa: Helisul Táxi Aéreo Fone: 45 3529-7474 e-mail: [email protected] 4 Macuco Ecoaventura A empresa Macuco Ecoaventura é uma concessionária que atua desde 2003 no Parque Nacional do Iguaçu. A empresa é responsável por vários atrativos de turismo de aventura, são eles: Trilha do Poço Preto, Trilha das Bananeiras, Trilha da Linha Martins, Floating e Passeio Porto Canoas. Desta forma oferece aos visitantes a possibilidade de caminhar, pedalar, remar e passear de barco a motor no coração do parque. As combinações desses atrativos formam interessantes roteiros. Nessa viagem conhecemos o mais completo. Trilha Poço Preto O passeio começa numa passarela suspensa, dentro do Parque Nacional, seguida de uma trilha de 9 km em mão única, que pode ser feita a pé ou de bicicleta. Neste trecho podem ser observadas belíssimas espécies da flora e fauna nativas do Parque Nacional do Iguaçu (ao final da trilha há um pequeno intervalo para descanso) num local com estrutura rústica chamada Porto do Poço Preto. A partir deste ponto, uma ponte pênsil leva a uma trilha rústica de 500 metros, ao final da qual existe uma casa mata, erguida por uma estrutura de 10 metros de altura, de onde se tem uma vista panorâmica da floresta, com destaque para a Lagoa do Jacaré, que concentra grande diversidade de animais. Na seqüência acontece uma navegação em barco bimotor pelo alto do rio Iguaçu, passando pelo Arquipélago das Taquaras, com a opção de passeio em ducks e snorkeling para observação da vegetação aquática (todo o trajeto é feito sob o acompanhamento de guias especializados). O retorno é feito pelas corredeiras, com passagem pela Ilha dos Papagaios, onde ao nascer e pôr-do-sol acontecem revoadas de milhares de papagaios. O desembarque pode ser feito tanto no Porto Bananeiras quanto no Porto Canoas. No caso dessa viagem, alocamos no Porto Bananeiras e descemos até o Porto Canoas em botes infláveis a remo (Floating). Floating Passeio em barcos de floating, totalmente silencioso, partindo do Porto Bananeiras e chegando ao Porto Canoas. O objetivo é a contemplação da mata e das espécies aquáticas existentes. Neste trajeto os visitantes têm a opção de um contato mais estreito com a energia das águas do rio Iguaçu. 43 Todo o passeio é acompanhado por um condutor especializado neste tipo de navegação. Central de recepção do passeio Trilha do Poço Preto. Foto: Patrick Muller Práticas observadas: Contratação de um biólogo responsável na empresa e utilização de comunicação via rádio: A empresa mantém em seu quadro de funcionários um biólogo, o qual realiza treinamentos, planejamentos e monitoramentos ambientais nas estruturas e trilhas, sendo que estas informações geram um relatório para o órgão fiscalizador do parque, ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Isso é uma exigência do contrato de concessão mas foi visto como uma boa prática pelos participantes da visita técnica pois é uma característica da Gestão do empreendimento que ajuda na criação de um cultura conservacionista e a qualificar os condutores que atuam para a empresa. A implementação dessa boa prática em outras localidades do Brasil é recomendada e percebida como potencial inclusive de geração de negócios devido a qualificação do produto. Alguns itens importantes foram observados durante a visita e devem ser considerados nas implementações: O biólogo responsável desenvolve pesquisas dentro da área do empreendimento. Os dados levantados são disponibilizados aos clientes bem como a unidade gestora da unidade de conservação; Os dados levantados no empreendimento bem como as atividades de coleta desses dados e o instrumentos de pesquisa são atrativos de alto interesse aos turistas, em especial de escolas que compram pacotes de aulas vivenciais; O levantamento de espécies encontradas na área geram um treinamento para os guias que são treinados para expor ao turista as características e hábitos desses animais o que gera uma melhoria na experiência do cliente; 44 Outro produto que tornou-se viável com a presença do biólogo foi o de BirdWatching, pois trata-se de um publico exigente em relação a informações cientificas em relação as espécies; O biólogo também faz um levantamento de condutas de mínimo impacto considerando o tipo de ambiente e de atividade que são passadas aos turistas para que entendam a melhor forma de se comportarem durante o passeio de forma a reduzir o impacto da sua visitação; A execução das pesquisas bem como seus resultados são compartilhados entre outras empresas que também utilizam da mesma prática e assim integram e potencializam o desenvolvimento e a transformação desses projetos em produtos turísticos. A empresa também utiliza de forma exemplar um sistema de comunicação via rádio, com uma base central, no escritório da recepção e rádios móveis nos carros com os condutores. Utilizando um código para cada local importante por onde se passam as atividades, a pessoa da base principal responsável pelo controle sabe a qualquer tempo a localização de cada grupo em atividade pela empresa. Em caso de emergência ou de mudança de planos por causa de uma chuva, por exemplo, fica fácil de tomar as providências e manter a comunicação com os grupos. O processo é facilitado pela presença de uma repetidora na área do Parque Nacional, mas há vários outros lugares no Brasil onde um sistema de comunicação parecido poderia ajudar a elevar o grau de segurança e controle das atividades. Utilização de tecnologias adequadas (integração com o meio ambiente, adaptação ao portador de deficiência, estações de tratamento de esgoto, etc): Possui uma estrutura com ponto de ônibus em frente a bilheteria, recepção ao visitante, banheiros nas bilheterias, nas trilhas e nos portos e pontos de observação de fauna e flora. No percurso do passeio oferece bicicletas, transporte de apoio, que é elétrico ou a álcool, embarcações planejadas para o trecho do rio onde o passeio é realizado e cais de embarque e desembarque muito estáveis e seguros. Toda a equipe trabalha uniformizada passando uma imagem de cuidado com a qualidade e profissionalismo para o turista. As instalações foram construídas com madeira de reflorestamento e possuem cores que se integram ao ambiente, minimizando o impacto visual. As áreas são bem sinalizadas, inclusive aquelas onde há o acompanhamento de guias, e possuem uma estética apropriada ao ambiente. Muito presente entre as concessionárias do parque essa boa prática de tecnologias adequadas nas estruturas das empresas no Macuco Ecoaventura é um diferencial importante, pois todas as estruturas disponibilizadas pela empresa estão caracterizadas com o ambiente bem como foram produzidas com processos inteligentes de sustentabilidade. O turista com isso sente-se mais seguro, mais cuidado e tende a reconhecer o valor agregado existente no produto, se dispondo até a pagar um pouco mais pois sabe que dispõe de uma estrutura de qualidade em relação aos concorrentes. Todas as estruturas são adequadas para receber os visitantes portadores de necessidades especiais, com banheiros adaptados, rampas de acesso, corrimões entre outros. Além disso, possui sete Estações de Tratamento de Esgoto para tratar os efluentes dos banheiros. 45 Banheiros no final da trilha do Poço Preto. Foto: Fernando D. Teixeira Utilização de casa de observação de natureza - “Casa na Mata”: Como uma melhor prática na dimensão infra-estrutura os participantes da visita técnica citaram a Casa da Mata, um local que a empresa construiu em madeira a 10 metros de altura para que o cliente faça a observação da natureza. O local é um dos atrativos mais visitados e bem avaliados do empreendimento. Algumas informações coletadas na viagem para serem levadas em conta na implementação dessa boa prática: A construção é simples, feita em madeira e a casa fica a 10 metros de altura; A escada é feita em metal e é em forma de caracol; Todas as paredes laterais da casa são de ripas de encaixe de forma que possam ser retiradas enquanto o turista está na casa, sem uso de vidro para que não haja acidentes com pássaros e borboletas; O condutor disponibiliza binóculos para o grupo enquanto o mesmo está visitando a casa; Dentro da casa existem placas com o desenho dos principais animais encontrados na paisagem com seus nomes e informações gerais sobre os mesmos; A escolha do local onde a casa foi instalada foi imprescindível para o sucesso da mesma. O lugar deve ter uma paisagem bonita e oferecer a visualização de algumas espécies. No caso de Foz é possível com nível alto de certeza a observação de jacarés e garças; Por uma questão de segurança não sobem mais do que 10 pessoas de cada vez na casa da mata. 46 Casa da Mata – Local para observação da natureza (Flora e Fauna). Foto: Fernando D. Teixeira Criação de pacotes que integram outros produtos do parque e reduzem o custo de visitação (COMBO): A empresa oferece uma série de produtos conseguindo atender um maior público alvo, possui itens agregados ao seu produto, como: fotos, vídeos, alimentação durante o passeio, água, souvenirs, entre outros. A empresa também identificou uma oportunidade quando percebeu que muitos clientes que fazem visitação em menor tempo não disponibilizam de recurso de tempo e dinheiro para conhecer todas as atividades da empresa, apesar de desejarem. Percebendo isso a Macuco Ecoaventura disponibilizou um novo pacote no qual o cliente pode, gastando menos, realizar 3 atividades num curto espaço de tempo. Caminhada, Duck e passeio de barco em um roteiro de meio período. O pacote permite uma maior rotatividade de clientes e permite abranger um maior número de clientes uma vez que torna viável para um número bem maior de pessoas. A empresa vem experimentando ótimos resultados com a oferta desse pacote e vem percebendo também uma melhoria na venda de produtos complementares na loja da empresa uma vez que um número maior de pessoas circula pelo empreendimento. Preços diferenciados (50% desconto) para moradores de Foz do Iguaçu e municípios vizinhos ao parque e contratação de mão-de-obra local: Como política de envolvimento da comunidade a empresa prioriza a contratação de mão de obra local, também oferece passes a preços simbólicos (50%) para pessoas da comunidade organizadas em grupos. Essa é uma forma percebida pela empresa para fazer com que as pessoas da região se familiarizem com o produto e tenham a oportunidade também de desfrutar dos atrativos da sua cidade. Para implementar essa prática sugere-se a reflexão sobre alguns aprendizados dados pelo Macuco Ecoaventura: Começa-se criando uma tabela especial para pessoas da comunidade; 47 Negocia-se com os diferenciados nesses casos; fornecedores para que participem com preços Divulga-se para parceiros locais para que a iniciativa fique conhecida e tenha resposta como escolas, COMTUR, Secretaria Municipal de Turismo, hotéis, empresas, parceiros, assessoria de imprensa, etc; Na hora em que o grupo está realizando a atividade, cuidar para que o atendimento seja de qualidade e que informações complementares bem como materiais sejam distribuídos para que o evento também funcione como um FamTur. Contratação de ex-“palmiteiros”, ex-pescadores e ex-caçadores, os reintegrado a sociedade: A empresa possui alguns funcionários que foram “palmiteiros”, pescadores e caçadores, buscando desta forma integrar a comunidade local e disseminar a consciência ambiental. Citamos esse fato como uma melhor prática pois tira pessoas de uma cultura antiga de extrativismo e dá a elas uma oportunidade no mercado de turismo onde a cultura deve ser de conservacionismo. Isso leva um tempo de trabalho, educação, mas vale a pena pois essas pessoas têm maior conhecimento do ambiente local sabendo dar informações mais autênticas e de qualidade aos turistas. Além dos dados científicos, essas pessoas da comunidade sabem histórias e dados que somente uma pessoa com conhecimento empírico saberia contar. Importante citar que também é um processo de inclusão social pois não somente tira as pessoas que estar depredando a natureza, mas trata as mesmas com respeito, pois são vitimas de uma herança cultural dando a elas uma oportunidade de se reintegrar no mercado do trabalho. Embarcações próprias para navegação no Rio Iguaçu a montante das Cataratas. Barco guiado por um ex-pescador da região. Foto: Patrick Muller 48 Soluções criativas Desenvolvimento de carretas próprias para bicicletas, facilitando o transporte de volta à base da operação. As carretas são puxadas por jipes e tem calços onde as bicicletas ficam presas pela roda. A carreta é caracterizada com as cores e o nome da empresa. Carreta para o transporte das bicicletas. Foto: Fernando D. Teixeira Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - A oferta opcional de água e lanche durante as atividades; - Monitoramento das trilhas e outros monitoramentos ambientais; - Determinação de pontos de interpretação ambiental, como também melhoramento na sinalização nas trilhas e na recepção sobre fauna e flora; - Estruturação de passarelas e pontos de embarque e desembarque; - Uniformização completa de funcionários; - Utilização de mapas ilustrativos das atividades para facilitar as informações e detalhá-las melhor aos visitantes. Contato da Empresa: Macuco Ecoaventura (45) 3529-9626 [email protected] 49 www.macucoecoventura.com.br 5 Canyon Iguaçu A empresa Cânion Iguaçu é uma concessionária presente no Parque Nacional do Iguaçu há 6 anos. O empreendimento tem fácil acesso, estrutura de recepção de visitantes, loja de souvenirs, banheiros, armários para guardar pertences, bancos para descanso, trilhas suspensas, como também toda estrutura e segurança necessárias para a realização das atividades. A oferta de pequenos serviços de apoio como banheiros, armários, bancos e trilhas retêm os clientes mais tempo no empreendimento potencializando o gasto médio por cliente no negócio que, ficando mais tempo acaba, também comprando mais souvenirs, bebidas e alimentação. O Campo de Desafios Cânion Iguaçu desenvolve atividades de turismo de aventura, sempre procurando desenvolver a consciência ambiental aliando diversão a preservação dos ambientes visitados através da prática de Rapel, Arvorismo, Rafting, Tirolesa e Escalada em Rocha. Arvorismo O arvorismo está dividido em três áreas de atividades, os Elementos Baixos, os Elementos Altos, e o Muro de Escalada artificial. Todas as atividades do Arvorismo podem ser realizadas individualmente ou em grupos. Rapel Para realizar o rapel o visitante seguirá através de uma trilha suspensa por dentro da mata de 360 metros até a plataforma de rapel. A descida a partir da plataforma do rapel é de 55 metros com vista para as Cataratas do Iguaçu. Para a prática do rapel todos os visitantes receberão informações de condutores especializados, que irão repassar todas as instruções e normas de segurança. O rapel poderá ser realizado simultaneamente por duas pessoas. 50 Portal de acesso ao Cânion Iguaçu. Foto: Fernando D. Teixeira Práticas observadas: Posicionamento estratégico, controle e manutenção de estrutura e equipamentos: A empresa possui produtos únicos no parque, com vista privilegiada para as Cataratas do Iguaçu, apesar da concessão à Canyon Iguaçu nos deixa a lição de que um bom posicionamento (Ponto) é crucial para o sucesso de um empreendimento. A escolha do local onde a empresa vai operar seus produtos e onde vai implantar suas instalações no caso da Canyon Iguaçu trás uma vantagem competitiva influenciando no fluxo de turistas e no potencial da demanda espontânea. A empresa também utiliza de rotinas operacionais para cada atividade que oferece. Com monitoramentos e medições das estruturas e equipamentos que garantem a segurança, se tornou referência na implementação da NBR 15331 no segmento do turismo de aventura. Cada rotina estabelecida na empresa, bem como cada equipamento possui um instrumento para mensurar seu desempenho de forma que a segurança seja monitorada em períodos regulares para elevar o nível de controle operacional de segurança. Utilização de estações de tratamento de esgoto e adaptação para portadores de necessidades especiais: A empresa possui uma Estação de Tratamento de Esgoto para tratar os efluentes dos banheiros, ainda que não apareça para os olhos dos clientes de uma forma geral. A empresa além de reduzir significativamente os impactos ambientais produzidos pelos efluentes dos seus banheiros, também transmite uma imagem positiva de empresa que investe em sustentabilidade, o que é cada vez mais valorizado desde que seja autêntico. As estruturas são adaptadas para atender aos visitantes portadores de necessidades especiais. Pensando na acessibilidade não somente por uma questão 51 de inclusão social, mas também pelo mercado que se abre, a Canyon investiu em instalações acessíveis com rampas, banheiros e transportes acessíveis. Base do rapel: segurança e vista privilegiada. Foto: Fernando D. Teixeira Participação em pacotes que integram outros produtos do parque: A empresa agrega valor as suas atividades oferecendo produtos com a marca da empresa nas lojas de souviners, alimentos, bebidas, fotos, vídeos o que faz aumentar a arrecadação e a satisfação do cliente, que deseja sair do empreendimento com lembranças da experiência que acabou de viver. Os momentos que sucedem a atividade são um ponto crítico e rico em oportunidades de faturamento para a empresa e de aumentar a satisfação do cliente. A empresa exibe um vídeo explicativo aos turistas, logo na chegada, antes destes iniciarem as atividades. O vídeo com cerca de 7 minutos fala da empresa, das opções de atividade, das características naturais que poderão ser observadas e das regras de segurança. Como efeito, esse vídeo transmite confiança na empresa e atrai os clientes para mais atividades do que tinham reservado previamente. Plano de treinamento para os funcionários: A Canyon possui um amplo plano de treinamento dos seus funcionários para garantir a qualidade e a segurança na prestação de serviços. As necessidades de qualificação estão identificadas por cargo e separadas em educação, experiência e treinamento. A empresa possui um controle de cada pessoa que desempenha funções na empresa com registros de suas competências. O plano de treinamento está desenhado para elevar o nível dos colaboradores a partir das competências identificadas, colocando e mantendo os mesmos no nível de competência desejada definida pela direção. O plano de treinamento inclui cursos de atendimento ao cliente, primeiros socorros, resgate, manuseio de equipamento, gestão da segurança, mínimo impacto ambiental, entre outros. 52 Equipagem do visitante. Foto: José Guilherme Nunes Lapa Priorização da implementação da norma NBR 15331 de Sistema de Gestão de Segurança: A empresa possui um sistema de gestão de segurança implantado, sendo pioneira no Brasil nesta implementação. Já realizou duas auditorias internas e busca a melhoria contínua de seus procedimentos. Preocupa-se em utilizar equipamentos certificados no desenvolvimento de suas atividades, bem como utiliza planilhas de verificação e monitoramento para realizar seus controles. A implantação de um sistema de gestão totalmente novo no Brasil exige da empresa uma mudança cultural que está sendo conseguida através da priorização pelas lideranças da empresa e muita disciplina por parte de toda a equipe. A empresa consegue a motivação da equipe para realizar as mudanças de hábito necessárias procurando mostrar constantemente as vantagens que todos terão com a certificação e oferecendo melhores benefícios para quem participa mais ativamente do processo. Desenvolvimento de uma peça metálica específica para aumentar a segurança no arvorismo (Traquitana): A empresa possui um sistema bastante seguro na atividade de arvorismo, utilizando um equipamento chamado de “traquitana” (também conhecido como vagão), desenvolvido dentro da própria empresa, que permite ao visitante passar pelas bases do circuito sempre conectado ao cabo de segurança. A vantagem do uso da traquitana é dispensar o processo em que o cliente precisa clipar (com mosquetão) sua própria linha de auto-seguro durante as transições de uma passagem para a outra, isso aumenta exponencialmente a segurança da atividade 53 pois transfere a segurança da mão do cliente para um equipamento. Outra vantagem do uso desse equipamento é a redução do custo com mão de obra pois reduz a quantidade de condutores necessários para a operação. Mais importante do que o desenvolvimento do equipamento, como melhor prática pode ser considerada a pró-atividade do empresário em buscar constantemente melhores soluções de segurança que, nesse caso, gerou também uma redução no custo operacional. “Traquitanas”, sistema de segurança eficiente desenvolvido pela empresa. Foto: José Guilherme Nunes Lapa Soluções criativas Utilização de sala de reunião ao ar livre para atendimentos de grupos. Com essa “sala” (troncos colocados em forma de bancos em círculo numa clareira no meia da mata), os grupos de empresas e escola podem ter uma experiência mais integrada a natureza nos momentos que envolvam uma reunião, reflexão ou aula. Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: 54 - Diversificar os níveis de dificuldade do mesmo produto para atender um público diversificado; - Treinamento e motivação da equipe através de um plano de treinamento baseado nas demandas específicas de competências de cada função; - Implantação do sistema de gestão de segurança segundo a norma NBR 15.331 - Utilização de recursos áudio-visuais, como TV e DVD para apresentação dos produtos antes das atividades. Contato da Empresa: Cânion Iguaçu (45) 3529-9175 [email protected] www.campodedesafios.com.br 6 Itaipu Binacional – Refúgio Biológico Bela Vista A maior usina hidrelétrica do mundo em produção de energia, a Itaipu, é uma obra que encanta pela suas dimensões e pelos seus aspectos tecnológico e ambiental. Recordista mundial em geração de energia elétrica, foi considerada pela Sociedade Americana de Engenharia Civil uma das sete maravilhas do mundo moderno. Resultado do represamento do rio Paraná, o Lago de Itaipu abastece a usina e abrange 15 municípios. A hidrelétrica pertence ao Brasil e ao Paraguai e as visitas são monitoradas e levam os turistas a conhecer suas instalações externas, passando pela barragem e o mirante com vista do vertedouro que forma uma enorme cortina de água. O Complexo Turístico de Itaipu é composto pela Usina, Canal da Piracema, Refúgio Biológico e Ecomuseu. Esse circuito oferece uma gama de atrativos, sendo possível conhecer de perto a tecnologia utilizada na construção da Usina e também as ações ambientais realizadas na região. Refúgio Biológico De acordo com o escopo da nossa viagem, visitamos o refúgio biológico, o projeto mais antigo e bem-sucedido nessa área. O Refúgio é uma unidade de proteção criada para receber plantas e animais desalojados quando da formação do reservatório da usina. A caminho da Usina pode-se visitar esse lugar onde se abrigam as espécies da fauna e flora capturadas na região inundada pelo lago de Itaipu. São animais raros ou ameaçados de extinção, como o urubu-rei, o cachorro-vinagre e o veado bororó. O refúgio organizado como habitat natural propiciou até a procriação de algumas espécies silvestres. No Refúgio Bela Vista, o visitante pode percorrer cinco roteiros temáticos, acompanhado por guias. As trilhas envolvem educação ambiental e caminhadas na floresta nativa, onde foram construídos recintos que abrigam animais silvestres, com destaque para a onça-pintada “Juma”. O refúgio em si é uma lição de ecologia. Todas as edificações do espaço usam fontes alternativas de energia e foram construídas com base em conceitos de arquitetura verde. As atividades concentram-se na produção de mudas para 55 reflorestamento, acolhimento e reprodução de animais silvestres em cativeiro e pesquisa da fauna e flora. Também são desenvolvidas ali ações de educação ambiental voltadas a escolas e a comunidades da região. Além disso, a reserva integra uma espécie de corredor verde, que liga o Parque Nacional do Iguaçu a Guaíra, passando pelas faixas de proteção (matas ciliares) do reservatório, nas margens brasileira e paraguaia, totalizando 40 mil hectares. Refúgio Biológico Bela Vista, arquitetura verde. Foto: Fernando D. Teixeira Práticas observadas: Participação do complexo turístico de Itaipu e Integração de produto turístico com grande empresa local e um projeto biológico: A Itaipu, nesse caso, é a proponente e dona do projeto Refúgio Biológico dentro do seu complexo turístico. Mas o aprendizado gerado por essa melhor prática pode ser replicado a partir da proposição de uma empresa de ecoturismo ou aventura diante de uma grande empresa que busque investimento em projetos de preservação ambiental e que através do turismo deseje dar visibilidade ao projeto, a sua marca e/ou a uma determinada área que destine a conservação. Em linhas gerais a idéia foi integrar 3 pilares de interesses distintos num mesmo projeto como pilares componentes do mesmo: Projeto biológico e/ou de conservação ambiental – um projeto interessante que atue na conservação de fauna e/ou flora numa determinada região tocada por uma pessoa ou instituição especializada e que tenha a visão de integrar o projeto com turismo. Empresa de ecoturismo – uma empresa que transforme algumas etapas ou partes do projeto num produto turístico e faça planejamento, promoção, comercialização e operação do produto. Grande Empresa – uma empresa financiadora que coloque todo o projeto (parte ambiental e turística) como parte do seu plano de responsabilidade empresarial. A empresa em maior ou menor grau pode se envolver na captação de 56 turistas, por exemplo quando a área onde o projeto acontece é próxima a área da própria empresa, podendo assim convidar seus visitantes e funcionários a preços subsidiados para visitarem o atrativo. Algumas práticas fazem do refúgio biológico um projeto de sucesso e de visibilidade. Seguem abaixo uma lista das principais práticas identificadas na viagem técnica que fica como uma lista de recomendações a serem avaliadas para que esse tipo de projeto integrado possa ser replicado no futuro: Ao lado da portaria da empresa há uma portaria para o complexo turístico; O complexo turístico engloba visita opcional a algumas área da empresa investidora; Antes de iniciar a atividade o turista assiste a um vídeo que entre outras coisas apresenta um pouco da empresa investidora; Uma equipe de condutores altamente qualificada faz a condução dos grupos. Essa equipe é treinada pela própria pessoa/entidade responsável pelo projeto ambiental/biológico; O turista tem a possibilidade de interagir no projeto executando ações vivenciais durante sua visita, plantando árvores ou coletando água para análise, por exemplo. Isso aumenta a qualidade da experiência do visitante, gera educação ambiental e injeta recurso humano no projeto; O projeto também fica disponível para ser visitado, opcionalmente, até de uma forma mais educativa, por escolas. O custo dessa visitação pode: estar incluída no valor do investimento da empresa investidora ou paga pelas próprias escolas / alunos de forma reduzida. Ainda o recurso para viabilizar essa visitação pode vir de uma quarta empresa. Utilização de construções com tecnologias adequadas: O refúgio biológico está localizado dentro do complexo turístico da Itaipu Binacional, com proximidade também com o Parque Nacional do Iguaçu, de fácil acesso, com vias asfaltadas e circulação constante de ônibus. Possui estruturas construídas com conceito de arquitetura verde, com sanitários, sala de projeção de som e imagens, loja, todas adequadas para receber visitantes portadores de necessidades especiais. As trilhas são percorridas com a utilização de jipes e são ambientalmente monitoradas. A sinalização é eficiente e adequada, fazendo-se uso de elementos que se integram ao ambiente e muitas vezes reutilizando materiais para sua confecção. A visão do empreendimento é a sustentabilidade, integração da comunidade com o meio ambiente e a utilização de técnica de mínimo impacto e arquitetura verde nas edificações, como utilização de sistema de captação de água da chuva, telhado de grama, trocador de calor subterrâneo, utilização de madeiras certificadas, reutilização de materiais de construções, entre outros. A melhor prática observada está relacionada a capacidade demonstrada pelo refúgio biológico de colocar teorias de sustentabilidade em prática através da utilização de tecnologias construtivas adequadas e ambientalmente sustentáveis e inteligentes. Das várias tecnologias utilizadas cita-se as mais importantes: Utilização de sistema de captação de água da chuva para redução do consumo de água: A água é captada dos telhados e de algumas áreas com pisos, é acumulada em cisternas e bombeada para uma caixa de água. Nesse caminho passa por um filtro e é utilizada em vasos sanitários, tanques e torneiras de limpeza; 57 O telhado de grama é utilizado como um isolante térmico, não deixando que o forte calor na parte externa (típico da região) entre pelo telhado. A grama mantém a temperatura interna do ambiente e a umidade do ar, além de manter uma aparência menos impactante; Dentro dos ambientes são utilizadas pedras da região, reduzindo impacto com deslocamentos e preferindo um material que ajuda a reduzir a temperatura do ambiente; Em todas as construções foram utilizadas madeiras certificadas; Como se trata de uma obra realizada próxima a uma grande usina hidrelétrica que foi construída anos anteriores, muitos materiais que sobraram da construção da usina puderem ser reutilizados; Utilização de pérgula de madeira para passarela entre as edificações. A cobertura das pérgulas é com plantas trepadeiras nativas evitando a utilização de materiais de construção e mantendo as características naturais do ambiente. Jipes utilizados para percorrer as trilhas. Foto: Patrick Muller Apoio a artesãos locais; contratação e desenvolvimento profissional de pessoas da comunidade: Pessoas da comunidade, através de grupos organizados, têm acesso facilitado no empreendimento com a liberação do custo da visitação. Sob agendamento, diariamente são recebidos grupos de escolas da região para educação ambiental sem custo. A empresa oferece loja de produtos com sua marca e possui um espaço reservado especialmente para venda artesanatos locais, no caso o projeto Nandeva que além 58 de ponto de venda no complexo turístico, a empresa apóia com recursos financeiros, treinamentos e disponibilização de espaços para produção e treinamentos. O complexo turístico Itaipu também prioriza a contratação de mão-de-obra local e o desenvolvimento profissional dos seus funcionários. Realiza treinamentos constantes na qualificação do atendimento ao público e questões ambientais. Essa é uma forma que a empresa encontrou de dar retorno para comunidade local, gerando ocupação, renda e desenvolvimento na região. Os resultados desse trabalho puderam ser percebidos na nossa visita através da observação da equipe que nos recebeu. Essas pessoas são muito bem qualificadas e preparadas para o atendimento aos visitantes com muita educação, gentileza e profissionalismo. Funcionário do complexo: mão-de-obra local e qualificada. Foto: Patrick Muller Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Construção de telhado de grama nas próximas construções do empreendimento; - Criação de um vídeo institucional para ser passado a todos os visitantes do empreendimento na chegada dos mesmos ao atrativo; 59 - Utilização de placas interpretativas de flora com reaproveitamento de materiais; - Captação da água da chuva e implantação de um sistema de reutilização da água; - Melhoria na qualificação dos funcionários como forma de desenvolvimento profissional dos mesmos para retorno para a comunidade. Contato da Empresa: Complexo Turístico Itaipu - Refúgio Biológico Bela Vista www.itaipu.gov.br/ 0800 645-4645 [email protected] 7 Parque Nacional Iguazú – Argentina Um novo conceito de ecoturismo foi implementado dentro do Parque Nacional Iguaçu argentino, brindando uma estrutura de serviços de acordo com as demandas do turismo internacional e ao mesmo tempo priorizando o cuidado e conservação deste Patrimônio Natural da Humanidade (UNESCO). Desde julho de 2001, os visitantes podem usufruir das passarelas seguras e modernas que percorrem os saltos nos circuitos inferior e superior e na garganta, assim como também o extraordinário Trem Ecológico que adentra na selva para que os turistas estejam em contato direto com a natureza e tenham acesso às diferentes trilhas e trajetos. A iniciativa provém do grupo empresarial, Carlos E. Enríquez S.A. e outros UTE, que aceitaram o desafio de reestruturar as instalações do parque argentino para que visitantes de todo o mundo possam apreciar o esplendor e a beleza dos quase 300 saltos que compõem as Cataratas do Iguaçu. As obras, inauguradas no 22/07/01, demandaram um investimento superior aos 20 milhões de dólares e abarcam uma superfície de mais de 40 ha. O empreendimento tem como requisitos fundamentais: • A conservação das Cataratas do Iguaçu (um dos monumentos naturais mais importantes do mundo) e a mostra representativa da selva subtropical paranaense existente no Parque Nacional Iguaçu (ecossistema único para Argentina); • Incentivar as gerações presentes e futuras para que revivam a admiração legendária que vem despertando esta magnífica obra da natureza; 60 Entrada do Parque Nacional Iguazu. Foto: Fernando D. Teixeira Práticas observadas: Cadeiras de rodas e carros elétricos para pessoas com deficiência: Um pouco mais simples que o lado Brasileiro, a estrutura oferecida aos visitantes ao Parque Argentino pela Iguazu Argentina também atende as principais necessidades para que o turista tenha uma visitação de qualidade e uma experiência positiva no atrativo. Suas edificações são construídas com materiais que se integram ao ambiente, utilizando elementos naturais, como o bambu. A circulação é facilitada para pessoas mobilidade reduzida com adaptações nas construções, rampas em todas as edificações e em quase todas as trilhas. Para dar um atendimento ainda maior a essas pessoas a empresa disponibiliza cadeiras de rodas e carro elétrico. Criou-se um programa dentro da empresa chamado Iguazu Acesible. (ver site: http://www.iguazuargentina.com). A partir desse programa a empresa passou a receber grupos de pessoas com deficiência que buscam atrativos acessíveis para viajar, também conseguiu uma grande visibilidade na mídia pela iniciativa ainda inovadora para atrativos de ecoturismo. No lançamento do programa a empresa esperava poucos visitantes com mobilidade reduzida por dia, mas com a divulgação das adequações realizadas e da estrutura disponível, a Iguazu Argentina precisou se preparar para atender grandes grupos de pessoas com essas características, tendo já atendido grupos de até 100 pessoas ao mesmo tempo o que demandou um número suficiente de cadeiras de rodas, carros elétricos e funcionários. 61 Sistema de rebatimento laterais das passarelas: Outra boa prática identificada na Iguazu Argentina foi o sistema de rebatimento das passarelas. Por muitos anos cada vez que havia uma grande enchente nas águas do rio Iguaçu alguma parte da passarela se desprendia gerando prejuízo, impacto ambiental e paralisação das atividades. A gestão da empresa se reuniu e fez um brainstorming para resolver o problema. Dessa reunião saiu a idéia do sistema de rebatimento das passarelas, assim toda a estrutura foi trocada por um sistema que com uma chave própria um grupo de funcionários conseguem deitar as partes da passarela que oferecem mais resistência a água em algumas horas. A empresa criou um sistema de monitoramento da água do rio, quilômetros acima, de forma que toda vez que um determinado nível do rio for ser atingido, a visitação é suspensa e um grupo de funcionários faz o rebatimento da passarela. Desde a inauguração do novo sistema nunca mais houve perda de pedaços da estrutura. Mais do que o sistema em si, a boa prática a ser observada aqui é a capacidade de utilização de um grupo de pessoas internas da empresa para gerar idéias em busca de soluções para os problemas, ao invés de simplesmente conviver de forma passiva com os problemas como muitas vezes acontece nas empresas. Sinalização das trilhas do parque. Foto: Fernando D. Teixeira Marca criada para o programa de acessibilidade no Parque. 62 Oferta de produtos e serviços ao visitante dentro do atrativo: A empresa oferece uma série de produtos e serviços em suas diversas lojas e restaurantes. O visitante, enquanto caminha pelo parque argentino, passa por uma série de pontos de venda onde pode comprar souvenirs personalizados do atrativo, capas de chuva, filmes, artesanatos, refeições, etc. Um aspecto importante desses pontos de venda é a identidade rústica com que eles foram desenhados, tanto de forma totalmente integrada com as características naturais da região como com a utilização de bambus, cores neutras (marrom, verde e madeira), madeiras sem pintura, respeitando a vegetação pré-existente. Apesar da rusticidade encontrada, os serviços são de alta qualidade, o atendimento dado pelos atendentes desses locais é bastante profissional e os produtos oferecidos são atrativos, em especial do ponto de vista da qualidade e da personalização. A aplicação dessa boa prática passa necessariamente por um cuidadoso estudo do estilo arquitetônico em que qualquer estrutura vai ser instalada, por menor e mais simples que a mesma seja. O efeito desse cuidado é, além do respeito, a manutenção da característica natural do local, fazendo com que justamente isso proporcione ao turista uma experiência mais autêntica em relação ao que ele está visitando. Entrada do Restaurante principal Foto: Arquivo participantes Certificação em Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001: A Iguazu Argentina, na época em que fizemos a visita técnica, estava recebendo a certificação ISO 14001 no seu sistema de Gestão Ambiental. A empresa faz uso de técnicas para redução do impacto ambiental nas trilhas, busca a padronização dos serviços e adequação dentro das normas e leis do segmento alcançando assim, entre outros requisitos, a conformidade para a certificação ambiental. Para a empresa, segundo a gerência de marketing e desenvolvimento de produtos, essa certificação gerou uma motivação interna entre os funcionários, uma visibilidade maior na mídia e principalmente um maior controle da sustentabilidade ambiental do atrativo. 63 Um dos melhores exemplos do sistema de gestão ambiental da Iguazu Argentina é que podemos citar como melhor prática a substituição do sistema de freios dos trens que transportam os passageiros dentro do parque por freios que geram menos ruído, provocando menos impacto e que não geram resíduos tóxicos. Alguns dos resultados mais importantes obtidos pela empresa com a implementação do sistema de gestão ambiental, do ponto de vista dos gestores da empresa, são: Aumento do controle sobre os impactos ambientais (substituição de equipamentos, processos e procedimentos por menos poluentes); Gestão da sustentabilidade ambiental do atrativo (utilização de ferramentas de gestão voltados a gestão ambiental, com objetivo de conservação ambiental do atrativo); Monitoramento do desempenho dos controles de impactos ambientais (instrumentos de monitoramento que geram dados para subsidiar decisões de manutenção ou mudança na forma de como os procedimentos e controles operacionais são realizados); Desenvolvimento de um plano de emergências ambientais testado (em caso de incêndio, enchente entre outros eventos não planejados, a empresa está preparada para atuar de forma a evitar ao máximo desastres ambientais); Melhoria da imagem da empresa perante a sociedade; Geração de uma visibilidade para a empresa como modelo de negócio responsável; Melhoria da qualidade da experiência do cliente durante sua visitação (equipamentos com menor ruído, meio ambiente mais preservado, tranqüilidade em relação a minimização dos impactos da sua visita na UC) Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Implantação de trem puxado por trator para passeio; - Instalação de placas e banners em pontos estratégicos para informação aos visitantes em relação a regras de segurança e dados ambientais; - Confecção de placas de madeira para sinalização e criação de simbologia própria relacionada a identidade local para ser utilizada em toda a comunicação visual do empreendimento. Contato da Empresa: Iguazú Argentina www.iguazuargentina.com 64 8 Rainforest Expedition Empresa prestadora de serviços personalizados em turismo de aventura há mais de 15 anos, sendo a operadora mais antiga neste segmento na região. Oferece pacotes regulares, econômicos e com serviços de qualidade. Cada grupo tem a disposição um veículo e um guia de forma a dar flexibilidade aos visitantes quanto à programação desejada. Possui guias especializados, com muita experiência e domínio de idiomas. Tem a proposta de transformar o visitante em protagonista de uma experiência turística enriquecedora, para assim gerar neles uma atitude de compromisso com o meio ambiente. A empresa é uma cessionária do Parque Nacional da Argentina, é um tipo de contrato de terceirização com menos exigências do que uma concessão pois não depende de uma estrutura física fixa dentro do parque. Atualmente a Rainforet Expedition utiliza uma pequena sala na parte externa do Hotel Hilton, onde atende turistas hospedados no hotel e visitantes do parque. Também utiliza-se de um quiosque que fica numa via de grande circulação dentro do parque nacional para reserva de passeios. Práticas observadas: Produtos diferenciados, como observação de aves: A empresa oferece produtos diferenciados, como a observação de aves, fauna e flora. Há uma grande preocupação na conservação da biodiversidade. A boa prática observada nessa dimensão é que na gestão da empresa está a priorização de se trabalhar com um tipo de produto e de uma forma que se contemple a ideologia da empresa. Numa breve conversa que tivemos com os donos da empresa pudemos perceber o quanto o tipo de trabalho que realizam vai além dos objetivos empresariais de lucro. Os sócios estão conseguindo alcançar objetivos ligados a: crescimento empresarial, lucratividade, trabalhar com que gosta e realizar uma missão de conservação e educação ambiental. Para se levar essa prática observada para outras empresas, o desafio está em entender como transformar suas idéias e ideais em um negócio. De qualquer forma é necessário compreender um pressuposto básico da sustentabilidade que é o aspecto econômico do projeto. Todo e qualquer projeto para ser sustentável precisa ser viável economicamente, precisa remunerar equipe executiva (ou pelo menos parte dela) para que dure e alcance um público suficiente para que efetivamente faça diferença no destino e atinja seus objetivos. Utilização de Veículos abertos especiais para observação da natureza: A empresa investiu em veículos abertos apropriados para a observação da natureza. Este possui bancos laterais onde os turistas vão sentados e o guia/motorista vai dirigindo o veiculo e ao mesmo tempo dando informações interessantes sobre a fauna e flora local. A escolha dos veículos foi identificada como chave para o sucesso do negócio pois atende a necessidade básica do roteiro que é de observação ao mesmo tempo em que os turistas ficam numa posição fácil de olhar e entender o que o guia está explicando. Os bancos são cobertos de acolchoado e estofamento para garantir o conforto do turista. 65 Presa atrás do carro vai uma escada que é colocada na posição pelo guia toda vez que os turistas desembarcam para facilitar o embarque e desembarque e aumentar a segurança. Sistema de transporte e qualidade da experiência proporcionada também pelo conhecimento dos guias. Foto: Patrick Muller Foco na experiência do cliente: A melhor prática identificada nessa empresa foi o foco na experiência do cliente, um termo muito utilizado nas missões das empresas, nos livros e cursos de marketing, mas muito pouco visto na prática. A Rainforest consegue proporcionar uma experiência de qualidade aos seus clientes graças a uma estrutura que foi montada e planejada para que isso fosse realizado. Seguem algumas das principais características observadas no empreendimento e no roteiro que participamos para facilitar a implementação dessa prática em outras empresas: Presença de guias experientes e atenciosos, com interesse de proporcionar ao visitante a interação com o meio ambiente; A experiência do visitante é o foco da empresa; A Rainforest consegue equilibrar a ideologia do conservacionismo com um negócio de sucesso; 66 Faz-se a utilização de questionário para mensurar a satisfação dos clientes e readequar o produto quando necessário dentro de uma ideologia de melhoria contínua; Utilização de mapas estilizados dos roteiros no ponto de venda; Os guias são munidos de material gráfico sobre a fauna e flora e treinados para utilizá-los durante o passeio; Quando um guia identifica uma mudança interessante no ambiente, como por exemplo, uma pegada de um animal, ele sinaliza o local, no caso da pegada com pedaços de madeira ao redor dela, ao mesmo tempo em que explica para os clientes o que está fazendo; A empresa tem definidos pontos de parada no roteiro, e em cada uma dessas paradas, os guias mostram materiais gráficos com o desenho e nomes dos animais que estão sendo avistados. Os materiais gráficos são apostilas plastificadas com os desenhos e livros especializados na fauna local; Os guias demonstram profundo domínio do assunto que explanam e ótima habilidade no manuseio dos materiais de apoio; A empresa prioriza a contratação de guias da região, preferencialmente mateiros ou guarda parques, que já chegam com grande domínio do local e podem proporcionar mais informações interessantes aos turistas além das questões científicas das espécies; Os guias demonstram paixão pelo que fazem, falando com emoção e demonstrando comprometimento em fazer da visita do turista um momento único para os mesmos. Mapa estilizado dos roteiros. Foto: Patrick Muller 67 Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas são: - Implantação de questionários para mensurar a satisfação dos clientes; - Elaboração de material sobre a fauna e flora da região; - Utilização de material gráfico para auxiliar o trabalho dos guias; - Otimização dos treinamentos aos guias focando na qualificação em relação a informações ambientais; - Utilização de ambientes naturais para reuniões e treinamentos como um gramado ou uma clareira na floresta; - Formatação de produto no turismo de aventura com a utilização de veículos 4x4 para atender um público mais abrangente; - Criação de mapas estilizados das atividades para apresentação aos clientes. Utilização de material de apoio e identificação de mudanças no ambiente. Foto: Fernando Teixeira. 68 Contato da Empresa: Rota dos Pioneiros (54) 3757-421922/424055 - Local 16 Safaris: [email protected] Birdwatching: [email protected] Reservas Pacotes: [email protected] www.rainforestevt.com.ar 9 Martin Travel Martin Travel - Iguassu Falls é uma empresa de turismo receptivo que iniciou sua atividade na área das Cataratas do Iguaçu em 1981, tornando-se especialista nessa região. A partir de 2003 iniciou suas atividades como incoming tour operator em todo o Brasil. Possui empresas irmãs em Assunção (Intertours) e Montevidéu (Martin Travel Uruguay). Martin Travel destaca-se como líder na operação do segmento de ecoturismo como: caiaque oceânico e bicicleta, em roteiros exclusivos. Um de seus maiores focos é a criação e a implantação de novos produtos e programas originais de interesse específico como birdwatching, botânica, missões jesuíticas, agricultura convencional e orgânica, entre outros. Práticas observadas: Gestão Profisional: Empresa altamente profissional do ponto de vista da gestão pois possui planejamento estratégico e um Plano de Negócios muito bem definidos. A Martin Travel dá um exemplo de qualidade de gestão mesmo sendo uma empresa pequena e familiar. (ver site www.martintravel.com.br) A empresa possui visão e missão definidas, objetivos e metas alinhados com seu planejamento estratégico. Todo o escritório, a equipe e os processos da empresa refletem organização e cuidado com a qualidade. Isso gera na equipe motivação e, nos sócios, segurança de que as ações da empresa a levam para um caminho seguro em busca de um futuro planejado. A Martin Travel disponibiliza uma biblioteca a seus funcionários para que possam consultar e pesquisar mais informações gerais e técnicas sobre os roteiros que opera e sobre a região por onde passam. Livros de fauna, flora, geografia, mapas e história estão disponíveis para consulta. A empresa também realiza mensalmente treinamentos com funcionários e guias, e algumas vezes, pessoas especialistas são convidadas para falar aos participantes, promovendo um nível de qualificação da equipe acima da média. 69 Fotos da matriz da Martin Travel. Fotos: Divulgação Contratação de mão-de-obra local: Percebeu-se como boa prática a forma cuidadosa que os sócios têm com a comunidade local, que vai desde a política de contratação de funcionários e guias até a montagem de roteiros privilegiando fornecedores da comunidade que mantém as características regionais em seus produtos. Um exemplo de aplicabilidade dessa prática foi a escolha do restaurante que a Martin nos levou enquanto agência de receptivo responsável pela contratação dos serviços do nosso roteiro da viagem técnica. Tratava-se de um restaurante familiar, fora do circuito turístico convencional, e que oferecia um buffet com comidas típicas da região. Outra forma de se perceber a política da empresa de envolver a comunidade é a constatação da presença de roteiros em áreas indígenas como estratégia de geração de renda para a mesma. Informação sobre aplicabilidade De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesse empreendimento foram percebidas pelos empresários participantes da viagem técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo e com grandes possibilidades de gerar melhorias significativas em seus empreendimentos. Foi identificada uma prática para implementação que é: - Incorporar os produtos de receptivo da empresa a roteiros das operadoras nacionais; - Colocar na placa de espera de clientes no aeroporto a logomarca da empresa ou evento pra qual o cliente está chegando. 70 Contato da Empresa: (Falta telefone, e-mail e site) Martin Travel Tel.: 55 (45) 3523-4959 E-mail: [email protected] http://www.martintravel.com.br 10 Liderança Institucional Foz do Iguaçu se destaca no cenário turístico brasileiro também pela sua liderança institucional, caracterizada pela forte parceria com a iniciativa privada. Durante essa viagem técnica os participantes tiveram oportunidade de se encontrar com algumas dessas lideranças, as quais apresentaram suas estratégias, visões e formas de trabalho. São eles: Administração do Parque Nacional do Iguaçu (Instituto Chico Mendes) A equipe gestora do Parque Nacional mostrou grande entendimento sobre a atividade de visitação nas unidades de conservação (U.C.). Sua visão de gestão da U.C. visitada é moderna, similar nos países mais avançados em termos de turismo em unidade de conservação. Percebeu-se com isso que o entendimento sobre o tema transforma as proibições, problema que acontece em várias U.C.´s brasileiras, em medidas e controles efetivos que fazem do turismo um instrumento de apoio à pesquisa, à conservação, à educação ambiental da sociedade e à geração de recursos financeiros para a sustentação do sistema de unidades de conservação brasileiro. A terceirização dos serviços turísticos do Parque contribui para a melhoria da qualidade da visitação e da experiência do visitante e para que os controles de impacto ambiental sejam monitorados. A presença das empresas terceirizadas operando na área do parque ajuda também na parte de pesquisas e recuperação de áreas degradadas, uma vez que esse retorno é previsto no contrato. O depoimento dos gestores do parque é que a experiência de terceirização de serviços nos últimos 9 anos no Parque Nacional do Iguaçu (P.N.I.) traz um balanço positivo. Hoje a equipe técnica do Instituto Chico Mendes, responsável pelo parque, dedica uma parte da sua energia a verificação e acompanhamento dos serviços das empresas podendo se concentrar principalmente a ações ligadas a conservação. A experiência do turismo é tão positiva no P.N.I. que a direção do Parque já tem projetos em andamento de desenvolvimento turístico em outros municípios do Parque, além de Foz do Iguaçu. A conservação de áreas preservadas passa pela mudança de hábito das comunidades do seu entorno, incluindo possibilidades de criação de novos modelos de geração de renda. Vale ressaltar que o Parque Nacional do Iguaçu é membro integrante e ativo do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu. 71 COMTUR – Foz do Iguaçu O COMTUR – Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu - fez um movimento muito importante para o desenvolvimento do turismo nos últimos 2 anos. Organizou-se um COMTUR menos político e mais empresarial, com uma proposta de participação ativa nas decisões que interferem no turismo do município. Reuniões com forte participação dos membros com visão de negócios, deliberações e encaminhamentos feitos geram uma agenda positiva para o turismo no município. Um dos exemplos do fortalecimento do COMTUR foi a indicação do Secretário Municipal de Turismo do município, que exerce forte influência em todas as interfaces que afetam o turismo de Foz do Iguaçu. Apresentação COMTUR no Seminário realizado durante a Viagem Técnica Fonte: Fernando D. Teixeira Secretaria de Turismo do Município de Foz do Iguaçu A Secretaria de Turismo de Foz demonstra sua eficiência e visão de negócios a partir do planejamento estratégico e operacional que está em execução. O Secretário de Turismo também é empresário e tem uma visão prática do setor turístico, o que dá dinâmica e efetividade para as decisões e para a condução da equipe técnica da secretaria. A apresentação realizada pela Secretaria ao grupo de empresários demonstrou sua estratégia de marketing, organizada por meio do plano de Marketing desenhado a 72 partir das recentes mudanças no COMTUR e na Secretaria de Turismo. O plano é agressivo no sentido de ações para a recuperação do turismo no município. Esse plano mostra hoje (2 anos após lançado) excelentes resultados com incremento direto no fluxo turístico do município. Uma das ações realizadas a partir do plano, a campanha publicitária criada chamada Foz do Iguaçu Destino do Mundo, tem como principal norte a votação nas cataratas como uma das 7 maravilhas do mundo. Outros aspectos importantes da campanha são promoções que estimulam o turista a ficar um dia a mais no município por meio de um parceria com a rede hoteleira, e um esquema de relacionamento com a imprensa mantendo uma estratégia de combate às más notícias (que são potencialmente causadas pelas dificuldades de uma região de fronteira) e atrai jornalistas do mundo inteiro em condições especiais para que conheçam e contribuam nas estratégias de marketing local. Secretário Municipal de Turismo Sr. Felipe Gonzalez Fonte: Fernando D. Teixeira Instituto Pólo Iguassu Dentro do Instituto Pólo Iguassu, destaca-se o projeto Trilha Jovem que visa a capacitação de jovens de baixa renda preparando-os para trabalhar no turismo. Numa abordagem de desenvolvimento humano o projeto prepara o jovem como cidadão e como profissional. Parceria com várias empresas de turismo de Foz garantem a contratação de uma boa parte dos jovens formados gerando inclusão social no turismo. 73 O projeto é apoiado pela Itaipu Binacional, empresa que investe pesadamente no desenvolvimento do turismo de forma sustentável em Foz. Todos os atores envolvidos no turismo de Foz acompanham e incentivam o projeto. Foi interessante verificar durante a viagem preparatória da viagem técnica como todas as entidades visitadas recomendavam que se visitasse o projeto Trilha Jovem mostrando a coerência da estratégia de turismo de Foz. Sebrae / PR – Escritório Foz O SEBRAE, em parceria com a Itaipu Binacional, desenvolve o projeto de artesanato Ñandeva. Graças ao idealismo de Malba Aguiar e Juan Sotuyo, foi realizado em 2004 o I Worksohop de Artesanato e Desing, do qual resultaram peças de grande valor estético e cultural. Ali nascia a semente do que viria a ser o atual Programa Ñandeva, que teve como núcleo gestor o SEBRAE e o Parque Tecnológico de Itaipu. Constituído após a execução de um Plano Diretor Trinacional elaborado por 23 entidades da região, o Programa foi oficialmente instituído no dia 25 de abril de 2006. O programa visa o desenvolvimento do artesanato buscando o fortalecimento de uma identidade tri-nacional (na região de fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai) por meio da inserção de elementos e ícones que remetem à cultura destes povos. A idéia de associá-lo ao turismo é o que tem possibilitado o desenvolvimento sustentável, como também a consolidação da produção artística dos artesãos da região dos municípios lindeiros ao Lago de Itaipu, dos lados brasileiro e paraguaio, e Misiones, na Argentina. O Ñandeva não só promove a capacitação e a melhoria dos produtos desenvolvidos por artesãos, como incentiva a descoberta de valores culturais da Tríplice Fronteira. Num diálogo constante entre designers e artesãos, os produtos são desenvolvidos com o intuito de gerar renda e oportunidade às comunidades produtoras. Objetivos do programa Fortalecer a identidade tri-nacional através da produção artesanal; Contribuir para a melhoria da qualidade do artesanato; Buscar canais de comercialização dos produtos, gerando emprego e renda para os artesãos; Transferência de tecnologias aplicadas ao artesanato. A área de abrangência do programa está situada ao longo do rio Paraná, numa extensão de aproximadamente 600 km, compartilhados pelos três países. 74 No Brasil, abrange os municípios da Costa Oeste do Paraná, na Argentina, os municípios do estado de Misiones, saindo de Puerto Iguazu até Posadas e, no Paraguai, de Ciudad del Este até Encarnacion, na região compreendida pelo estado de Alto Paraná e Itapúa Apresentação Projeto Nandeva no Seminário durante a Viagem Técnica Fonte: Fernando D. Teixeira 75 Conclusão Ao final da viagem técnica de benchmarking para Foz do Iguaçu, uma grande quantidade de aprendizado voltou na bagagem dos participantes. Vimos a importância do papel das lideranças institucionais e a influência que exercem no desenvolvimento do turismo no destino. A parceria entre empresários, a gestão pública e as entidades fazem de Foz um destino turístico de estratégia integrada, metas traçadas e visão de resultados. Uma gestão moderna de unidade de conservação que já apresenta resultados e, por esse motivo, recebe visitas de vários especialistas do mundo a fim de conhecer a experiência implementada no local. Foi observada a grande responsabilidade que cada empresa assume quando da prestação dos serviços de ecoturismo e turismo de aventura aos turistas, a segurança nas atividades, a qualidade no atendimento, as estruturas adequadas ao tipo de turismo e integradas à natureza e uma grande preocupação com os impactos ambientais da atividade contingenciados por uma série de técnicas e profissionais capacitados para tal. Vimos também um projeto de inclusão social e econômica no turismo, a dedicação, a essência do ecoturismo e o amor pela natureza presente fortemente em todas as empresas visitadas. Em análise geral sobre o destino, o grupo concluiu que Foz do Iguaçu é um destino que ainda tem que seguir caminhando em busca da excelência, porém, todas as visitas e conversas realizadas demonstram que estão nesse caminho. Um dos principais ingredientes da receita do sucesso de Foz é a capacidade de enxergar suas falhas e oportunidades de melhoria e contornar os desafios que se apresentam. Os verdadeiros resultados do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo Nacional são mensurados a partir das ações que os empresários participantes realizam em suas empresas e em seus destinos de atuação no momento pósviagem técnica. Cada um dos participantes realiza, no mínimo, duas ações de multiplicação do aprendizado obtido, visando compartilhar essas ricas experiências com seus colegas profissionais e, no mínimo, duas ações de implementações inovadoras em sua empresa, de forma a deixá-la mais competitiva e oferecer um produto e serviço de melhor qualidade. Para se informar sobre a agenda de ações de multiplicação de todas as viagens do projeto, bem como obter depoimentos de empresários e inspirar-se para implementar inovações também em sua empresa e no seu destino, acesse o www.excelenciaemturismo.gov.br. 76 Referências bibliográficas Endereços eletrônicos http://www2.fozdoiguacu.pr.gov.br/portal2/home_turismo/cidade.asp http://www.sitecurupira.com.br/roteiro_eco/roteiro_eco_foz_iguacu.htm http://www.fozdoiguacudestinodomundo.com.br/ http://www.cataratasdoiguacu.com.br/ http://www.fozdoiguacu.pr.gov.br/turismo/br/atrativos/ http://www.iguazuargentina.com/ http://www.macucosafari.com.br/quadro_macuco.htm http://www.ecodestino.com.br/_pi/fozdoiguacu.htm http://www.pr.gov.br/turismo/turismo_mun_foz.shtml?turistas http://www.hoteldascataratas.com.br/web/ogua_pt/flora-fauna.jsp http://www.turismobrasil.gov.br/ http://www.caminhositaipu.com.br/modules/lago/site/mapa-animado.php http://www.ambientebrasil.com.br/ http://h2foz.com.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=159 http://www.h2foz.com.br/modules/noticias/article.php?storyid=8796 http://www.nandeva.pti.org.br/home_new/programa.php?idMenu=2 http://www.macucosafari.com.br/ http://www.helisul.com/ http://www.macucoecoaventura.com.br/ http://www.campodedesafios.com.br/conteudo_br/index.htm http://h2foz.com.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=54 http://www.iguazuargentina.com/ http://www.turismo.gov.ar/por/menu.htm 77