RELATÓRIO FINAL
VIVÊNCIAS BRASIL:
APRENDENDO COM O TURISMO NACIONAL 2008/2009
SANTA CATARINA
ACOLHIDA NA COLÔNIA – TURISMO NA AGRICULTURA
FAMILIAR
LAGES - TURISMO RURAL - FAZENDAS
ABRIL DE 2009
MINISTÉRIO DO TURISMO
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho, Ministro de Estado
Secretaria Nacional de Políticas do Turismo
Airton Pereira, Secretário
Diretoria de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico
Tânia Brizolla, Diretora
Coordenação Geral de Segmentação
Rosiane Rockenbach, Coordenadora
Fabiana Oliveira
Wilken Souto
SEBRAE NACIONAL – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Paulo Tarciso Okamotto, Presidente
Diretoria de Administração e Finanças
Carlos Alberto dos Santos, Diretor
Diretoria Técnica
Luiz Carlos Barboza, Diretor
Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços
Ricardo Guedes, Gerente
Aryanna Nery
Dival Schmidt Filho
Lara Franco
Germana Magalhães
Valéria Barros
BRAZTOA – Associação Brasileira das Operadoras de Turismo
José Eduardo Barbosa – Presidente
Monica Eliza Samia – Diretora Executiva
Domenico Palma Neto – Coordenador Geral
Jaqueline Gil
Lilian La Luna
Márcia Neves
Rafael Frias
Consultoria técnica
Otto W. Schmiedt
2
SUMÁRIO
1. Apresentação do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo Nacional 4
2. Apresentação institucional........................................................................... 6
3. Metodologia de benchmarking utilizada......................................................... 8
4. Participantes da viagem técnica ..................................................................13
5. Turismo na Agricultura Familiar – Rede TRAF, e Turismo Rural de Fazenda ......16
6. Boas e melhores práticas observadas ..........................................................18
6.1 Roteiro ..................................................................................................18
6.2 Práticas identificadas .............................................................................. 25
6.3 Experiências observadas na Acolhida na Colônia e Lages .............................29
Conclusão ....................................................................................................58
Referências bibliográficas ..............................................................................59
Endereços eletrônicos ...................................................................................59
Este relatório é parte integrante dos resultados desta viagem técnica. Veja também o vídeo, a galeria de
imagens e depoimentos dos empresários participantes – www.excelenciaemturismo.gov.br.
3
1. Apresentação do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo
Nacional
O Projeto Vivências Brasil: Aprendendo com o Turismo Nacional foi idealizado
em 2005, no âmbito do macro-projeto “Brasil, Brasil”, cujo objetivo é proporcionar
a diversificação da oferta turística a partir dos segmentos turísticos. O projeto é
uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Nacional de
Políticas de Turismo, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
– Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo –
Braztoa.
Dessa forma, os objetivos do Projeto Vivências Brasil estão contextualizados dentro
das políticas públicas do Ministério do Turismo. Proporcionam aos destinos turísticos
brasileiros possibilidades para o incremento na qualidade da oferta e a melhoria nas
práticas da operação, por meio da realização de viagens técnicas para a observação
da operação, da gestão empresarial e das estratégias de desenvolvimento de
produtos turísticos segmentados, que são referência no país.
A realização de viagens técnicas para as observações de experiências que
representam boas práticas, na operação da atividade turística com foco na oferta
segmentada, é uma forma alternativa de encorajar os atores de destinos turísticos
a implementar significativas inovações em sua maneira de atuar, visando elevar a
qualidade dos serviços prestados.
A técnica utilizada para a observação e o aprendizado com o exemplo das boas e
melhores práticas é a de benchmarking1, que permite a vivência in loco das práticas
de referência almejadas. O ciclo do benchmarking perpassa essencialmente cinco
etapas: observação, assimilação, comparação, adequação e implementação.
A partir do Projeto Excelência em Turismo: Aprendendo com as Melhores
Experiências Internacionais iniciado em 2005, foram identificadas boas
oportunidades de melhorias e inovações na gestão dos destinos que tiveram
empresários turísticos participantes. Assim, com aprendizado adquirido por meio do
Projeto Excelência em Turismo, foi possível verificar a eminente necessidade de se
trabalhar processos similares para atender regiões turísticas do Brasil que ainda
não estão em estágios avançados para implementação de melhores práticas, mas
que já recebem números significativos de turistas do país e do mundo.
Nesse sentido, foi realizado em 2006, pela primeira vez, o Projeto Vivências Brasil,
a partir de algumas regiões turísticas do país, que já trabalham o produto turístico
de forma madura e satisfatória, o que pôde se constituir em exemplos de boas
práticas que podem e devem ser assimiladas e replicadas nas regiões menos
desenvolvidas nesse quesito.
Em 2006, os segmentos contemplados foram cultural, rural, ecoturismo,
mergulho, aventura e sol e praia e os destinos referência que nortearam os
trabalhos nessa 1ª edição foram Estrada Real (MG), Vale do Café (RJ), Bonito (MS),
Fernando de Noronha (PE), Roteiro Integrado (CE, PI, MA) e Costa dos Corais (AL),
respectivamente.
Cinqüenta e cinco empresários de turismo foram apoiados diretamente em 2006,
favorecendo cerca de quatro mil atores da cadeia produtiva do turismo através da
disseminação do aprendizado, numa previsão modesta de que cada empresário
1
Benchmarking: trata-se de um processo dinâmico e contínuo de aprimoramento e melhoria em
negócios/empresas ou instituições, com base na observação e análise de outras experiências de
referência, adaptações, implementações e constante avaliação.
4
participante das viagens capacita outros trinta profissionais em 3 ações de
multiplicação.
A partir do sucesso do projeto Vivências Brasil 2006 e do Excelência em Turismo
2005 e 2006, foi lançada a 2ª edição do Vivências Brasil, considerando os
ajustes necessários a partir do aprendizado obtido nas edições anteriores. Portanto,
o alcance dos resultados efetivos para o aumento da qualidade dos produtos e
serviços turísticos vem ao encontro da necessidade de atender às exigências de
turistas nacionais e internacionais. O Projeto 2008/09 renova a parceria entre
Ministério do Turismo, Sebrae e Braztoa, e tem como segmentos prioritários para
visitas Ecoturismo em Unidades de Conservação, Turismo Cultural, Turismo
Rural, Turismo de Sol e Praia e Turismo Social – Melhor Idade. Os destinos
selecionados são, respectivamente: Foz do Iguaçu/PR, Rio de Janeiro e
Paraty/RJ, Serra Gaúcha/RS, Acolhida na Colônia/SC, Costa dos
Coqueiros/BA e Caldas Novas/GO.
Público-alvo
Prioritariamente pequenos e médios empresários, representantes ativos da cadeia
produtiva do turismo, que focam sua atuação principalmente nos 65 Destinos
Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, identificados pelo MTur, e
atendem especialmente ao turismo receptivo internacional, nos segmentos/temas
de cada uma das viagens técnicas.
Objetivo geral
Identificar, observar e analisar, em destinos nacionalmente reconhecidos, boas e
melhores práticas, possibilitando que outros destinos turísticos com vocações
semelhantes tenham como referência as estratégias e os modelos levantados e
possam adaptá-los a sua cultura e as suas peculiaridades, com vistas a uma
mudança que leve o desenvolvimento da atividade turística no País a melhores
resultados.
Por meio da organização de seis viagens técnicas, o projeto foca na observação da
operação e da estratégia de desenvolvimento de produtos turísticos nos
segmentos-tema.. Enfoca também o aprendizado e o fomento à implementação das
boas práticas observadas, visando o aprendizado pelos participantes e o
conseqüente aprimoramento dos serviços, da qualidade e da competitividade dos
produtos turísticos brasileiros.
Este relatório apresenta a experiência vivenciada em Santa Catarina, no Turismo na
Agricultura Familiar na Acolhida na Colônia e no Turismo Rural nas Fazendas de
Lages.
5
2. Apresentação institucional

Ministério do Turismo/EMBRATUR
Tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica
sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas,
proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na condução de
políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo
pensamento estratégico.
Papel no projeto – Instituição Realizadora
Propôs o projeto e acompanha os resultados

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE
Nacional)
Trabalha pelo desenvolvimento sustentável das empresas de micro e pequeno
porte, promovendo cursos de capacitação, facilitando o acesso a serviços
financeiros, estimulando a cooperação entre as empresas, organizando feiras e
rodadas de negócios e incentivando o desenvolvimento de atividades que
contribuam para a geração de emprego e renda.
Papel no projeto – Instituição Realizadora
Propôs o projeto e acompanha os resultados

Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA)
É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1989. Sua finalidade é:
Promover a valorização das atividades desenvolvidas por seus associados,
no País e no exterior;
Promover ações que aproximem seus associados das agências de viagens e
dos demais segmentos do setor turístico;
Promover o aperfeiçoamento das relações comerciais entre seus associados
e empresas de transporte aéreo, hotéis e demais fornecedores;
Aproximar os associados de entidades congêneres nacionais
internacionais, podendo participar também de suas ações promocionais;
ou
Promover pesquisas, capacitação e ensino, visando o desenvolvimento
institucional;
Promover, por meio de projetos e parcerias, a divulgação de informações,
atividades e outras demandas de interesse da entidade e de seus associados em
qualquer meio falado, escrito, eletrônico ou virtual, procedendo-se os eventuais
registros nos órgãos competentes, se necessário.
6
Papel no projeto – Executora
Executa as ações previstas no projeto
7
3. Metodologia de benchmarking utilizada
O benchmarking é um procedimento de comparação contínuo e sistemático que tem como
objetivo principal verificar o estado de evolução de organizações, produtos, processos,
estratégias ou atividades em relação a outras com características similares e/ou passíveis
desta comparação. O benchmarking também tem como objetivo criar os padrões de
referência para que as organizações e pessoas possam melhorar seu rendimento
(desempenho) e, portanto, obter resultados mais adequados para a diferenciação
competitiva no mercado.
Para o processo da aplicação de benchmarking se utilizam alguns procedimentos de
pesquisa estruturados em uma metodologia adequada às necessidades do tipo de
observação e análise que se está efetuando. No caso do Projeto VIVÊNCIAS BRASIL –
Aprendendo com o turismo nacional, a metodologia foi estruturada considerando cinco
etapas, subdivididas em ações específicas, conforme demonstra a figura 1, a seguir.
8
Figura 1. Etapas da Pesquisa
1 - Pré-viagem
2 - Pesquisa de
Campo
3 - Avaliação
4 - Sistematização
Final de
informações
técnicas
5 - Disseminação
- Identificação do destino e organização da
metodologia;
- Realização de treinamento online sobre
benchmarking;
- Reunião de Pactualização com empresários
- Observação das boas e melhores práticas;
- Entrevistas e aplicação dos questionários.
- Análise do observado, com foco nas
possíveis implementações no Brasil;
- Análise final;
- Tabulação dos dados coletados pelos
empresários;
- Análise dos dados;
- Organização das informações em relatório
final, DVD e banco de boas práticas (website);
- Disseminação do conhecimento obtido, por
meio de ações de multiplicação;
- Aplicação do aprendizado em empresas e
instituições – implementações;
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Na primeira etapa (chamada pré-viagem) foi identificado o destino mais adequado para
observação de boas e melhores práticas para o segmento escolhido. Também foi
capacitada a equipe técnica do projeto, de forma a compreender o processo de
benchmarking e a aplicação das ferramentas metodológicas. Os empresários selecionados
foram capacitados por meio de um treinamento online sobre o conceito do projeto e
puderam se preparar para a viagem;
Também foi realizada a Reunião de Pactualização, com a liderança técnica, empresários e
técnicos participantes da viagem, com o objetivo de informar detalhadamente a
metodologia do projeto, alinhar os conhecimentos de benchmarking e explicar os principais
aspectos a serem observados ao longo da viagem, na aplicação dos questionários e na
realização das entrevistas.
Os principais temas selecionados para observação durante as visitas e entrevistas, estão
divididos em nove temas, e são:
Aspectos de Gestão – Este item é relativo ao processo de gestão dos negócios. A
observação foi efetuada considerando quais os elementos do processo que apóiam ou
contribuem para a boa gestão dos negócios de turismo e se tornaram boa ou melhor
prática no empreendimento visitado.
Aspectos de Infra-estrutura – Este item é relativo à disponibilidade do
equipamento em relação à estrutura/capacidade física e de adaptação para atendimento a
diversificados públicos/tipos de clientes. Refere-se, também, à apresentação, estética,
decoração, acessibilidade e funcionalidade da estrutura do negócio. A sinalização é um
ponto igualmente observado.
Aspectos do Negócio – Produtos e Serviços Ofertados – Este item é relativo ao
negócio propriamente dito, considerando as características específicas de cada
equipamento turístico. É relacionado com a definição e estratégias dos 4 Ps do marketing
(produto, praça, promoção e preço), e, principalmente, atendimento.
Aspectos de Certificação – Este item é relativo ao processo de padronização e
validação de procedimentos para a devida certificação dos produtos e/ou serviços
turísticos. Corresponde a avaliação da existência de normas, regulamentos/leis e padrões
mínimos para o estabelecimento de procedimentos de estruturação, avaliação e certificação
dos produtos turísticos locais e/ou regionais.
Aspectos de Formação e Qualificação – Este item observa as ações relativas à
formação de profissionais para executar os serviços turísticos, bem como as políticas de
gestão de pessoas aplicadas. Também observa a relação da formação profissional com os
aspectos culturais e suas especificidades. Identifica qual a infra-estrutura de instituições de
formação e qualificação profissional existente e que contribui para o desenvolvimento do
turismo.
Aspectos de Segurança – Neste item é importante a observação dos aspectos
relativos à segurança pessoal dos turistas/clientes, sua integridade física e moral durante o
período de estada no destino. Observa a segurança de equipamentos utilizados no produto
turístico, a gestão de riscos das atividades e as respectivas normas de conduta.
Aspectos de Parcerias - Networking – Neste item são observados os aspectos
relativos à parceria entre empresas, entre o setor público e privado e as entidades de
classe e representação empresarial. Também investiga e identifica as melhores práticas de
articulações interinstitucionais que promoveram o desenvolvimento dos negócios do
turismo no destino.
Aspectos de Envolvimento da Comunidade – Este item investiga como ocorre o
envolvimento e a participação da comunidade local no negócio, considerando suas
características e especificidades. Observa a existência de projetos de inclusão social e
desenvolvimento da comunidade. Também verifica a integração e utilização dos aspectos
culturais do local nos produtos turísticos, como artesanato, costumes e outros, sob o ponto
de vista da sustentabilidade social/cultural.
10
Segmento específico - Neste item são observadas as características e detalhes
específicos dos espaços e atividades relacionados ao segmento analisado, sua forma de
constituição e a importância como negócio.
Na segunda etapa (pesquisa de campo – durante a viagem) foram realizados os
levantamentos de informações, a aplicação dos questionários, a observação das boas e
melhores práticas e as respectivas entrevistas nos destinos visitados. O elemento principal
da pesquisa de campo foi a busca de informações, norteada pela visão dos empresários nas
experiências práticas de cada viagem. Esta etapa compreendeu a observação e análise da
realidade, registro das principais boas e melhores práticas e possibilidades de
implementação das mesmas em seus negócios.
Na terceira etapa (chamada Avaliação) foram realizadas as respectivas tabulações e
análises dos instrumentos de levantamento de informações utilizados. Nas análises
quantitativas, os equipamentos foram agrupados de acordo com o tipo de atividade do
negócio, sendo que as respostas foram transformadas em porcentagens. A análise das
questões teve como objetivo principal validar as boas e melhores práticas identificadas no
destino e nos equipamentos visitados.
Na quarta etapa (chamada Sistematização final de informações técnicas) foram efetuados
os cruzamentos dos dados necessários e a identificação e respectivas conclusões de cada
uma das boas e melhores práticas verificadas em cada destino. Como resultado desta
etapa foram constituídos um relatório final, um DVD e demais informações apresentadas
no website do projeto.
O presente relatório é resultado final desta quarta etapa, que descreve as boas e melhores
práticas observadas em cada visita, e faz referência aos principais exemplos que
caracterizam a aplicação prática da gestão no turismo, infra-estrutura, negócios e produtos
turísticos, certificação e segurança nas operações de turismo, qualificação e formação de
pessoas, parcerias empresariais e governamentais para desenvolver o turismo,
envolvimento da comunidade no turismo e do segmento específico.
Para facilitar o entendimento do leitor, destacam-se as diferenças entre boas e melhores
práticas.
Boas práticas são aquelas que refletem a aplicação de técnicas e ações já
amplamente conhecidas em outros negócios e setores, que proporcionam algum grau de
diferenciação do negócio ou destino turístico, mas que, no setor do turismo, ainda não
estão totalmente disseminadas. Também é importante ressaltar que um conjunto de boas
práticas poderá ajudar a construir uma melhor prática, evidenciando o processo de
melhoria contínua que os negócios podem obter com uma boa gestão.
Melhores práticas são aquelas que refletem uma implementação de técnicas e
ações com alto grau de excelência, resultando, portanto, em uma diferenciação
significativa no negócio ou destino turístico. Importante ressaltar que a prática de
excelência pode tornar o negócio ou destino turístico diferenciado entre seus concorrentes,
proporcionando alta competitividade empresarial (negócio turístico) e regional (destino
turístico).
A partir da análise das boas e melhores práticas, iniciam-se os procedimentos da última
etapa (chamada Disseminação), que contempla a realização de reuniões, palestras e
oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários, consultores e
técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos aprendidos e informações com
o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo.
O grande resultado do projeto e de todas as etapas acontecem quando os empresários
implementam em seus negócios as práticas de referência observadas e conseguem por
meio dessas inovações, alcançar melhores resultados do ponto de vista da qualidade e da
satisfação de seus clientes.
Esse relatório evidencia as boas e melhores práticas observadas durante a viagem técnica
a Acolhida na Colônia e Lages, seguindo as etapas apresentadas acima.
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Verde - BOA PRÁTICA
Azul - MELHOR PRÁTICA
Gestão
Segurança
Infra-estrutura
Qualificação e Formação
Negócio
Parcerias
Certificação
Envolvimento da Comunidade
Segmento Específico
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4. Participantes da viagem técnica
O grupo da viagem técnica foi composto por:
EMPRESA
PARTICIPANTE
ATIVIDADES COMERCIALIZADAS
DESTINO E TIPO
CONTATO
DE OPERAÇÃO
Agência
de
Viagens
Lagos e Montanhas
Maria
Luiza
Carneiro
Russo
Campos
Turismo
Maria Glória
Bravin
Alvarez
do
Jordão
Canaltures
Helina Canal
Projeto Caminhos da
Agricultura Familiar
Fernando Cassol
Sol
e
Praia,
Ecoturismo
(Caminhadas),
Cultura
(Cidades
Patrimônio, Étnico, Festas Populares,
Estudos
e
Intercâmbio,
Paleontologia,
Outros),
Esporte (Trekking, mergulho, vôo
livre, canyoning, práticas verticais),
Negócios e eventos (Feiras, visitas
técnicas), Produtos Focados (Bemestar, saúde).
Turismo de Cultura, Negócios e
eventos (congressos e incentivo),
ecoparques.
Ecoturismo
(Caminhadas,
observação de fauna e aves,
outros),
Cultura
(Cidades
patrimônio,
festas
populares,
estudos e intercâmbio, outros),
Esporte
(Trekking,
cavalgadas,
rafting, vôo livre), Negócios e
eventos (Feiras, congressos, visita
técnica, outros), Produtos Focados
(Resorts).
Agroturismo na Agricultura Familiar
Recife/PE
lagosemontanhas@yaho
o.com.br,
marialuizarusso@yahoo.
com.br
Campos
do
Jordão / SP
gloria@camposdojordaor
eceptivo.com.br
Venda Nova do
Imigrante
[email protected]
r
Marcelino
Ramos / RS
[email protected]
om.br
13
Projeto
Roteiro
Caminho do Sertão
João Nilton
Santana
Ferreira
Comunidade produtora de Sizal
Conceição
Coité / BA
do
[email protected]
INSTITUIÇÃO
REPRESENTANTE
ORIGEM
CONTATO
Ministério do Turismo
Rosiane Rockenbach
Brasília/ DF
[email protected]
Sebrae Nacional
Mauricio Tedeschi
Brasília/ DF
[email protected]
Ministério do
Desenvolvimento Agrário
Cristiano Araújo Borges
Brasília/ DF
[email protected]
Braztoa
Márcia Neves
São Paulo/ SP
Má[email protected]
Consultor
Otto Walter Schmiedt
Florianópolis - SC
[email protected]
Roteirista
Andrea de Mattos Quaresma
São Paulo/SP
[email protected]
Cinegrafista
Chrysthean Nylsen Leão
São Paulo/SP
[email protected]
14
De forma ilustrativa, as seguintes Unidades da Federação tiverem representantes durante a
viagem:
Participantes viagem técnica
Fonte: Arquivo participantes
15
5. Turismo na Agricultura Familiar – Rede TRAF, e Turismo Rural de
Fazenda
Conhecendo um pouco a Acolhida na Colônia - SC
A Acolhida na Colônia é uma associação de agricultores integrada à Rede Accueil
Paysan (atuante na França desde 1987) que tem a proposta de valorizar o modo de
vida no campo por meio do agroturismo ecológico.
Ela foi criada no Brasil em 1998 a partir da necessidade de uma infraestrutura de
hospedagem e alimentação que atendesse a demanda criada pela Agreco
(Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral), que começou
a enviar grupos de técnicos e agricultores para visitar esta região de Santa
Catarina.
Seguindo essa necessidade e a proposta da Rede Accueil Paysan, os agricultores
familiares da região abriram suas casas para oferecer, a quem estivesse
interessado, o convívio do seu dia-a-dia. O objetivo é compartilhar com o visitante
o saber fazer, as histórias e cultura e as paisagens.
Oferecem além de hospedagens, simples e aconchegantes, conversas na beira do
fogão a lenha, a tradicional fartura das mesas e passeios pelo campo.
Cientes de sua responsabilidade para com a natureza, praticam e promovem a
agricultura orgânica como base no seu trabalho, garantindo com isso uma
alimentação saudável para suas famílias e para o visitante.
Os principais municípios do projeto original são Santa Rosa de Lima, Anitápolis,
Rancho Queimado e Urubici. Atualmente mais de 30 municípios participam desta
iniciativa.
Os princípios
A associação está pautada nos seguintes princípios:
1.
o agroturismo é parte integrante do estabelecimento rural e se constitui
num fator de desenvolvimento local;
2.
os agricultores desejam compartilhar com os turistas o ambiente onde
vivem, sendo que a recepção e convívio dos mesmos deve ocorrer num clima de
troca de experiência e respeito mútuo;
3.
o agroturismo deve praticar preços acessíveis;
4.
os serviços agroturísticos são planejados e organizados pelos agricultores
familiares, que garantem a qualidade dos produtos e serviços que oferecem;
Todas as atividades e formas de produção são acompanhadas e monitoradas por
meio do caderno de normas.
16
Considerando o momento de mudanças pelas quais passa a agricultura brasileira,
principalmente nas pequenas propriedades, a região conseguiu buscar alternativas
tanto para os agricultores como para os demais moradores que, de forma integrada
(em redes de cooperação), criam soluções para a produção e comercialização dos
produtos e serviços por eles ofertados.
A valorização e o cuidado com o meio ambiente de forma a preservá-lo e utilizar
isto como marketing positivo também fazem da região um exemplo a ser seguido.
O projeto Vivências Brasil pôde perceber que o mais importante é o sentimento de
“fazer acontecer” e de “desenvolver uma comunidade” e que este sentimento vivo
pode unir instituições, agricultores, poder público, empresários e clientes em prol
do desenvolvimento de uma região.
Os participantes puderam conhecer agricultores que estão encontrando formas para
trabalhar com pequenos fluxos de turistas sem descaracterizar um trabalho
responsável do ponto de vista ambiental e da experiência do visitante.
Também conheceram o pioneirismo na luta por uma legislação justa e adequada ao
turismo na agricultura familiar, possibilitando a comercialização dos produtos sem
a perda dos direitos do produtor rural familar.
Turismo Rural de Fazenda
A cidade de Lages/SC foi pioneira no turismo rural e ficou conhecida como a
Capital Nacional do Turismo Rural.
Conta com inúmeras fazendas abertas para o turismo, onde os visitantes podem
aproveitar o dia-a-dia de uma fazenda, experimentar a lida campeira e ser
recebidos pelas próprias famílias. Nos restaurantes das fazendas são comuns as
refeições típicas, iniciadas ao toque do sino, para chamar os convidados.
Lages, além do grande apelo rural, também se destaca pelo seu patrimônio
histórico (museus, memoriais, esculturas, igrejas, etc) e pelo seu Parque ecológico,
que concentra mais de 8.000 araucárias em 2.000.000 m2 de área preservada.
A cidade promove também diversas festas ao longo do ano, onde a principal é a
Festa Nacional do Pinhão. É o maior evento da região serrana e o mais bem
freqüentado. Realizado em junho, tem atrações como a Sapecada da Canção
Nativa, festival de música, concurso de danças gaúchas, poesia, shows com artistas
famosos, rodeios, churrasco e chimarrão.
17
6. Boas e melhores práticas observadas
Diante de tudo o que foi observado, registram-se as experiências de forma a compartilhar o aprendizado, conforme abaixo apresentado.
6.1 Roteiro
No período de 01 a 07 de março de 2009, o roteiro selecionado para as visitas dos participantes foi:
Data
1/março
domingo
2/março
- segunda
Horário
14:00hs
16:00hs19:30
Local
Aeroporto Internacional
Florianópolis
Ações
Foco/OBS
Sala Reunião Hotel
Reunião de pactualização
20:00hs
Hotel
Jantar
07:00hs
Hotel
Café da manhã
08:00hs
Receptivo
Saída para Sta. Rosa de Lima
10:30hs
Santa Rosa de Lima - Acolhida na
Colônia- www.acolhida.com.br
Chegada em Sta. Rosa de
Lima
11:00 11:20
Palestra - Centro de Formação
Wilson Schmidt
11:20 12:10
Centro de Formação
Agreco – Adilson / Volnei
Turismo Rural na
Agricultura Familiar
Boas vindas, situação
atual da Acolhida na
Colônia
Histórico e bases do
projeto da Acolhida,
adequação da
legislação ao turismo
na agricultura familiarLei TRAF, usos do
centro de formação
18
12:10 12:40
12:50 13:50
14:00hs14:30
14:30 15:00hs
15:0 15:20h
3/março
- terça
Propriedade Dona Tabita
Cresol – cooperativa crédito –
Sebastião / Grilo
Saída para Almoço da
Propriedade D. Tabita
Centro de Formação
Acolhida - técnicos e
presidente Valnério
Centro de Formação
Centro de Formação
Centro de Formação
Certificadora Orgânica e
Serviços - Ecocert
Fechamento - Thaise /
Valnério
Histórico e bases do
projeto, políticas
públicas, parcerias com
Universidade
Gastronomia típica
Agregação de valor a
produção e reconversão
das propriedades
rurais, políticas
públicas, apoio
institucional
Certificação de
produtos orgânicos e
turismo
15:30 17:00hs
Águas Termais
Visita às Águas Termais
17:00hs 18:00hs
Igreja Santa Catarina
Visita à Igreja
Complementariedade
de produto turístico parceria e integração
Recuperação de
recursos culturais,
parcerias público
privadas
18 as 19:00h
Pousada Doce Encanto
Reunião diária com grupo
Avaliação do dia
19:00hs
Pousada Doce Encanto
Jantar
20:00hs
Pousadas Vitória e Doce Encanto
Hospedagem com pernoite
nas Pousadas
07:00hs
Pousadas Vitória e Doce Encanto
Café da manhã nas pousadas
08:00hs
Pousadas Vitória e Doce Encanto
Check-out
19
Re-conversão agrícola,
integração regional,
gastronomia típica,
produção orgânica
09:30 as
10:30hs
10:30 12:00
Visita ao Condomínio Rio do Meio
Produção integrada,
produção orgânica,
organização rural,
diversificação, sistema
Produção de frango orgânico e de comercialização via
agroindústria
Agreco
deslocamento para Anitápolis
12:00 15:20
Pousada Recanto das Cachoeiras
Almoço e visitação (atividade
culinária, pousada rural)
15:40 17:30
Visita a praça e Pastoral da Saúde
Pastoral da Saúde, Escritório
Acolhida na Colônia e Praça
Produção autosustentável,
diversidade agrícola,
preservação ambiental
Serviço social,
integração comunitária,
valorização do
patrimônio
Pousada Passárgada
Visitação e conversa com
proprietários
Gastronomia típica,
produção orgânica e
integrada, trilhas e
cachoeiras,
preservação ambiental
Pousada Passárgada
Reunião diária com grupo
Avaliação do dia
17:30hs 18:30hs
18:30 as
19:30h
20:00hs
04/março
- quarta 07:30hs
Pousada Passárgada e Recanto das
Cachoeiras
Jantar e pernoite
Gastronomia típica,
produção orgânica e
integrada, trilhas e
cachoeiras,
preservação ambiental
Pousada Passárgada e Recanto das Café da manhã na Pousada e
Cachoeiras
conversa com proprietário
Gastronomia típica
20
Rancho Queimado - Prefeitura
Municipal
Reunião com Prefeito e
secretário de turismo de
Rancho Queimado
Festa do Morango e
Planejamento público,
sinalização, visão do
poder público sobre o
agroturismo e atividade
turística.
Artesanato típico
Artesanato típico
Produção orgânica
Restaurante Mério's
Almoço
Gastronomia típica
14:00 14:20
Receptivo
Check-in Pousada Pinheiral
14:40 –
15:40
Facas do Vino
Facas artesanais
15:40 16:10
Pavilhões da festa do morango
Visita aos pavilhões da festa
do morango
Parceira da Acolhida na
Colônia
Artesanato - Prática
que está há mais de
200 anos na família
Apoio público e
organização de
eventos, capital
catarinense do
morango
16:30 17:30
Engenho Colonial Junckes
Engenho de farinha, melado e
açúcar
Resgate cultural e
agroindustrial
Fazenda Bauer
Jantar campeiro e cavalgada
noturna até Pousada
Tradicionalismo,
campeirismo, sucessão
familiar
Pousada Pinheiral
Reunião de avaliação
09:30 10:30
10:30 11:30
11:40 13:00
17:50 21:30h
21:30 as
22:30
08:00hs
05/março
- quinta 09:00hs
09:30hs
Café da manhã na Pousada
Receptivo
Deslocamento Hotel Fazenda
Boqueirão
21
Mix de produtos,
organização,
atendimento
tradicionalista, resgate
da história, segurança,
gerenciamento,
empresa familiar,
representatividade
regional.
09:30 12:30hs
Hotel Fazenda Boqueirão/Lages
Visita ao Hotel Fazenda
Boqueirão
12:30 as
14:00
Hotel Fazenda Boqueirão
Almoço Fazenda Boqueirão
15 as 17:00h
17 as 18:00h
18 as 18:30h
Adventure Park Lages www.adventurelages.com.br
Aumento da
atratividade e foco no
potencial de aventura
da região, organização,
marketing, sinalização.
Diversificação de
produtos, Eventos,
tradicionalismo,
integração com setores
complementares oarqke aventura
Visita ao Adventure Park
Lages
Hotel Fazenda Pedras Brancas Visita ao Hotel Fazenda
www.fazendapedrasbrancas.com.br Pedras Brancas
Deslocamento para Hotel
Receptivo
Fazenda Boqueirão
22
19:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Jantar
Avaliação dos
empreendimentos
visitados
20:00h
Hotel Fazenda Boqueirão
08:00hs
09:00hs 12:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Avaliação diária
Café da Manhã no hotel
Fazenda Boqueirão
Hotel Fazenda Boqueirão
Seminário
09:00hs 10:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Fundação Cultural de Lages
10:00hs 11:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Agência de Turismo Coxilha
Rica
06/março
11:00hs - sexta
12:00hs
12:00hs 13:00hs
13:00hs 14:00hs
14:00hs 15:00
16:00 16:30
Hotel Fazenda Boqueirão
Receptivo
SEBRAE/Secretarias, CCO
Deslocamento para Fazenda
do Barreiro
Fazenda Barreiro
Almoço na Fazenda Barreiro
Fazenda Barreiro
Visita na Fazenda Barreiro
Deslocamento para Hotel
Fazenda Boqueirão e visitação
a Polícia Estadual do Painel e
Parque Conta Dinheiro da
Receptivo
23
Projeto de valorização
da cultura serrana
Produtos turísticos integração através
cavalgadas entre
fazendas e
interestadual
Organização da Festa
do Pinhão
Sucessão familiar,
cavalgadas, sinalização
Apoio Policial regional e
Estrutura da Festa do
Pinhão.
Festa do Pinhão em Lages.
16:00 19:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Reunião final de dia/viagem
20:00hs
Hotel Fazenda Boqueirão
Jantar de confraternização
Hotel Fazenda Boqueirão
Café da manhã no hotel
Deslocamento Lages
Aeroporto Florianópolis
Chegada no Aeroporto de
Florianópolis
08:00hs
07/março 08:00hs - sábado 11:30hs
12:00hs
Receptivo
Aeroporto Internacional
Florianópolis
24
6.2 Práticas identificadas
A partir de todo o aprendizado obtido nas visitas, foram selecionadas as boas e melhores práticas de cada experiência, conforme tabela
abaixo:
Práticas de Referência
Alimento saudável e certificado por
meio da certificação e proteção de
fontes,
águas
servidas
e
repovoamento das matas nativas.
X
25
Segmento Específico
X
Envolvimento da
Comunidade
Certificação orgânica por meio da
Ecocert, com escritório local para
acompanhamento das atividades
Parcerias - Network
X
Qualificação e
formação
Participação dos agricultores no
processo decisório da Associação e
Cooperativa
Segurança
X
Certificação
de
das
Organização
em
rede
dos
agricultores e das agroindústrias
em condomínios
Negócio - Produtos e
Serviços Ofertados
Agreco
–
Associação
Agriculturores
Ecológicos
Enconstas da Serra Geral
Ações
Infra-estrutura
1
Empreendimentos/Negócios
visitados
Gestão
Nº
Parcerias
institucionais:
apoio
permanente
da
Universidade
Federal de Santa Catarina, Epagri,
Santa Catarina Turismo – SANTUR,
e Prefeituras Municipais envolvidas
Gestão Compartilhada
X
X
Caderno de Normas que rege a
forma de atuação e relacionamento
entre agricultores do projeto
Produção Integrada e em rede
X
X
X
Produção orgânica de 70% dos
alimentos servidos aos visitantes.
Sinalização da propriedade
forma
individualizada
diferenciada.
de
e
X
X
X
Vivência com abelhas sem ferrão
2
Acolhida na Colônia
X
Integração com a comunidade
X
Projeto Pastoral da Saúde
X
X
Cavalgada da lua cheia como
atrativo permanente aos turistas
X
Aproveitamento de estrutura de
forno de carvão para uso como
sauna e agregação de valor por
mais este serviço, diferenciando
preço ao turista.
X
Festas Municipais
X
Incentivo à cultura e produção local
X
Valorização das tradições familiares
X
X
26
pela
valorização da
produção
tradicional de farinha e caldo de
cana
Uso de energias alternativas
X
Gestão pública para o turismo
X
Gestão Familiar
X
Projeto de observação de pássaros
com quadros instrutivos
3
Fazenda Boqueirão
Sistema informatizado de reservas
e gerenciamento
X
X
Parcerias com produtores da região
4
Fazenda Pedras Brancas
X
Água disponível em toda a Fazenda
é mineral e também serve para
empresa do grupo engarrafar e
realizar a venda na região
X
Parcerias na realização de outras
atividades agregadas ao negócio
X
Inovação na decoração dos quartos
Administração familiar mantendo
foco do negócio e originalidade
5
Fazenda Barreiro
X
X
Museu
tradicionalista
montado
segundo técnicas de museologia
X
Projeto de certificação do gado
franqueiro Lageano em parceria
com EPAGRI
6
Festa do Pinhão
X
X
Parcerias com Sindicato Rural
Administração pública de toda festa
X
X
27
X
Apoio
público
para
faturamento das lojas
aumentar
X
Festa
típica
nacional
com
investimento em atrações nacionais
e infra-estrutura completa
X
X
Boa prática
28
6.3 Experiências observadas na Acolhida na Colônia
1. AGRECO - Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra
Geral
Em 1996, a sociedade civil e o poder público da região das Encostas da Serra Geral,
sul de Santa Catarina, iniciaram a busca de novas alternativas para o uso de seu
território. Na agricultura, o individualismo e a corrida para o aumento da
produtividade com o uso de insumos químicos tinham gerado muitos problemas e
pouca qualidade de vida. Como forma de reação a essa situação, nasceu uma
organização solidária e pela preservação da vida e da natureza: a Agreco Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral.
Essas preocupações vinham, na realidade, desde 1991, quando um caminho de
aproximação entre os que foram para a cidade e os que ficaram no campo foi se
desenhando pelo congraçamento, por meio da 1ª Gemüse Fest. A partir da festa,
outras parcerias foram nascendo e se fortalecendo.
Em setembro de 1996, um grupo de agricultores aceitou o desafio feito por um
supermercadista, natural do lugar, de produzir hortifrutigranjeiros de forma
organizada e ecológica. Com as primeiras produções realizadas por quatro famílias,
em dezembro do mesmo ano, nasceu a Agreco, abrangendo os municípios situados
às cabeceiras dos rios Braço do Norte e Capivari e com sede no município de Santa
Rosa de Lima.
Palestra do Coordenador da AGRECO
Fonte: Otto Schmiedt
29
Práticas observadas:
Organização em rede dos agricultores e das agroindústrias em
condomínios e Participação dos agricultores no processo decisório da
Associação e Cooperativa
Atualmente a Agreco é organizada para a comercialização da sua produção na
forma da Cooperagreco, que possui uma gestão compartilhada entre produtores e
técnicos garantindo o controle da qualidade e o apoio necessário à produção.
Toda organização da Agreco se baseia em cinco pilares:
Produção orgânica e diversificada para diversificação da fonte de renda;
Comercialização por meio da organização dos produtores;
Agroindústria de pequeno porte;
Certificação orgânica dos grupos de produtores organizados;
Formação continuada, mantendo o produtor como protagonista do processo;
Por meio da formação de condomínios de produção em rede, várias famílias
trabalham integradas em cada uma das unidades de processamento sendo cada
unidade interligada as demais unidades produtivas para comercialização conjunta,
compra de insumos ou provimento de matéria prima.
A Agreco também trabalha de forma integrada com a Acolhida na Colônia por meio
da cooperação para divulgação e demanda de espaço para hospedagem e
alimentação dos seus visitantes.
O Centro de formação em Santa Rosa de Lima – espaço para treinamento, reuniões
e seminários também tem uso compartilhado entre os diversos parceiros e atores
regionais.
O centro possui no seu interior salas para organização de cursos e espaço do Museu
Histórico Municipal que está sendo montado paulatinamente.
30
Centro de Formação em Santa Rosa de Lima
Fonte: Otto W. Schmiedt
Certificação orgânica por meio da Ecocert, com escritório local para
acompanhamento das atividades
A Agreco, bem como toda região, se diferencia do restante do país e até
internacionalmente pelo alto índice de produtores orgânicos em relação aos
produtores convencionais.
No Brasil a relação é de 1 produtor orgânico para 300 convencionais, e em Santa
Rosa de Lima de é 1 certificado para 6 convencionais.
A certificação é realizada pelo Ecocert que mantém um escritório da cidade de
Santa Rosa de Lima para melhor proximidade com os agricultores e
acompanhamento da produção.
A valorização de variedades “nativas” e crioulas, como, por exemplo milho e feijão,
também auxilia na manutenção da diversidade biológica e melhora as condições
para o manejo ecológico local.
31
Nova embalagem dos produtos agroindustriais com certificação da Ecocert
Fonte: site www.agreco.com.br
Parcerias institucionais: apoio permanente da Universidade Federal
de Santa Catarina, Epagri, Santa Catarina Turismo – SANTUR, e Prefeituras
Municipais envolvidas
Todos os projetos desenvolvidos pelos agricultores da associação, incluindo
planejamento, contato político, busca de recursos, viagens, participação em feiras e
eventos, entre outros, tem a participação e o apoio direto das entidades parceiras
que estão acompanhando o projeto desde o início, propiciando, desta forma, uma
continuidade do trabalho desenvolvimento, a manutenção do foco nas questões
técnicas e na valorização dos pequenos proprietários participantes.
Alimento saudável e certificado por meio da certificação e proteção
de fontes, águas servidas e repovoamento das matas nativas
Sem a garantia de um meio ambiente preservado, de nada adiantaria certificar o
produto final. Desta forma a Epagri, em conjunto com os produtores, desenvolve
um programa de microbacias, no qual estão inseridos a proteção das fontes através
do cercamento e replantio da mata e o tratamento das água servidas pelo
tratamento através de sistemas de fossas, sumidouros e zona de raízes
implantados em sistema de mutirão e acompanhados pelos técnicos da extensão.
Além das experiências mencionadas acima, o grupo identificou ainda como
prática destacável praticada pela Agreco:
- Agroindústrias em forma de condomínios organizados por várias famílias que
cooperam na produção da matéria prima bem como do processamento e
comercialização
- Organização em rede das produções diminuindo os custos de assistência,
certificação e aumentando a força para busca de apoio das instituições de fomento
e apoio.
32
Informação sobre aplicabilidade
A produção agroecológica, biodinâmica ou ecológica é cada vez mais o foco da
pauta dos órgãos ambientais e de grupos preservacionistas.
O bom entendimento do meio ambiente, a busca da melhor técnica adaptada as
variedades adequadas propiciam uma produção ambientalmente correta e mais
própria ao ser humano.
O trabalho integrado e em rede possibilita uma maior força para o desenvolvimento
regional e garante a sustentabilidade do projeto devido ao envolvimento de grande
número de famílias e apoiadores. A Agreco é o exemplo real da combinação desses
elementos, o que pode ser comprovado mediante seu grande histórico
de
iniciativas bem sucedidas, número que se amplia a cada ano.
Contato:
AGRECO: www.agreco.com.br
R. Germano Hermesmeyer, 164
88.763-000 Santa Rosa de Lima - SC
48 3654 0038
2 Acolhida na Colônia
A Acolhida na Colônia é uma associação que nasceu a partir do modelo da Rede
Accueil Paysan (França), da onde buscou também sua inspiração para ser criada e
com a qual compartilha uma parceria duradoura.
A proposta é agrupar agricultores com perfil semelhante em suas regiões de origem
e, por meio da organização das associações, criar uma rede entre todos os cantos
do mundo, com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar e o agroturismo
ecológico.
Palestra do Wilson Schmidt (esquerda) e Thaise Guzatti (direita)- apoiadores da Acolhida
Fonte: Otto Schmiedt
33
Práticas observadas:
Gestão Compartilhada
A Gestão da Acolhida é compartilhada entre os agricultores, técnicos e entidades
apoiadoras.
Os agricultores têm voz ativa no processo decisório e acompanham todos os
eventos e programas propostos sejam de capacitação, inserção política – Lei Traf,
ou outros.
Dentro do desenvolvimento do projeto várias ações foram realizadas resultando em
uma metodologia padronizada para o desenvolvimento do trabalho, apoio técnico
diferenciado e continuado e ampliação da atuação do estado e fora dele.
Caderno de Normas que rege a forma de atuação e
relacionamento entre agricultores do projeto
O Caderno de normas é um documento criado de forma conjunta entre agricultores
e técnicos para regular as relações entre os participantes da Associação. É um
legado da Rede francesa, que o criou e estabeleceu como obrigatório para as
demais redes, respeitando suas devidas adaptações de caráter local.
Também para novos associados já define os quesitos de participação e o que pode
ou não ser feito e utilizado nas propriedades. Num processo de certificação das
propriedades já auxilia na sua normatização.
34
Caderno de normas. (1ª. folha)
Produção Integrada e em rede
Da mesma forma como na Agreco, a Acolhida também trabalha em rede, desde o
processo decisório sobre preços praticados, o caderno de normas e seu controle, à
distribuição dos turistas em todas as pousadas e quartos rurais e pontos de
alimentação.
Boa parte dos integrantes da Acolhida nos municípios de Santa Rosa de Lima,
Anitápolis e Rancho Queimado onde se iniciou o projeto da Acolhida participam
também da Agreco e com isso mantém a renda diversificada.
35
Agroindústria de melado Valnério Assing
Fonte: Otto W. Schmiedt
Outra forma de integração é o trabalho em mutirões, onde vizinhos e parceiros do
projeto se auxiliam mutuamente para colocar placas, fazer a jardinagem dos
empreendimentos, construir equipamentos, entre outros.
Mutirão na Pousada Doce Encanto para trabalhos de jardinagem
Fonte: Daniele/Acolhida
36
Produção orgânica de 70% dos alimentos servidos aos visitantes
A produção de alimentos servidos aos turistas segue padrões estabelecidos pelo
caderno de normas. Isso significa que 70% dos alimentos oferecidos devam vir da
agricultura orgânica. As fontes da água devem ser protegidas com mata nativa
preservada. O produtor passa por qualificação permanente sobre as normas de
manipulação dos alimentos e da produção orgânica dos mesmos.
Vários dos alimentos oferecidos ainda são de variedades crioulas, mais resistentes
a doenças e insetos e mantém um sabor mais pronunciado.
Milho crioulo, feijão e arroz orgânico
Fonte: Otto W. Schmiedt
Sinalização da propriedade de forma individualizada e diferenciada
A Sinalização das propriedades é realizada de forma diferenciada com placas de
madeira informando as atividades realizadas na propriedade, utilizando a mesma
iconografia encontrada no site da Associação.
Na sinalização regional mantém o padrão individual, incluindo pontos de localização
e referência municipais.
37
Sinalização das propriedades
Fonte: Otto Schmiedt
Sinalização regional
Fonte: Otto Schmiedt
Vivência com abelhas sem ferrão
A produção de mel é uma das principais atividades dos produtores integrados ao
projeto.
Para que o turista possa ter contato com as abelhas, o produtor produz também
mel a partir de abelhas sem ferrão com as quais o turista pode entrar em contato
38
sem riscos a sua saúde e vivenciar a retirada do mel através de canudinho feito
com materiais nativos como o bambuzinho.
Nas propriedades é comercializado o mel da Agreco e das produções na forma de
sachês, bisnagas, potes e misturas com própolis.
Abelha Mandassaia
Fonte: Otto W. Schmiedt
Integração com a comunidade
Através do voluntariado de moradores, técnicos e apoio de instituições parceiras é
possível restaurar prédios e resgatar a cultura local.
Um exemplo é o restauro da Igreja Santa Catarina na qual arquitetos e demais
voluntários interessados no desenvolvimento local cedem seu tempo e experiência
para buscar recursos através de projetos para restaurar a Igreja. Através do
esforço da comunidade que também auxilia por meio de mutirões na reconstrução e
apoio para difundir as melhorias.
39
Restauro da Igreja Santa Catarina
Fonte: arquivo participantes
Projeto Pastoral da Saúde
Um projeto importante é a Pastoral da Saúde que complementa as ações da
agroecologia com uma medicina através da fitoterapia valorizando as plantas
nativas e exóticas diminuindo a necessidade da utilização de remédios caros e por
vezes agressivos a saúde humana.
A Pastoral da Saúde integra as ações junto ao Hospital de Anitápolis e as
comunidades vizinhas. Vários produtos são produzidos para as mais diversas
enfermidades. Os principais produtos são sabonetes infusões e pomadas
medicinais. Na Pastoral pode-se encontrar uma grande diversidade de plantas
utilizadas na medicina fitoterápica.
Vivência na fabricação de sabonetes e Fitoterápicos na Pastoral da saúde
Fonte: Otto W. Schmiedt
40
Cavalgada da lua cheia como atrativo permanente aos turistas
A Cavalgada da Lua Cheia é uma opção diferenciada de trazer mensalmente os
amantes da montaria para uma experiência única.
O turista pode alugar um cavalo ou trazer seu próprio cavalo ficando apenas com o
pagamento do jantar típico que é servido após o passeio.
A Cavalgada tem apoio da secretaria de turismo local e é organizada pela Fazenda
Bauer que possui suas atividades relacionadas à lida de campo e trato com cavalos
tanto na doma racional, hospedagem ou venda de animais.
A cavalgada é guiada pelo proprietário e acompanhados por amigo e parentes.
No jantar servido no galpão da fazenda é servido o carreteiro acompanhado de
saladas, sucos e demais bebidas.
Durante o jantar ocorrem apresentações musicais de artistas regionais com música
tradicionalista cantada e tocada.
Folder de divulgação da 1ª. Cavalgada
Aproveitamento de estrutura de forno de carvão para uso como
sauna e agregação de valor por mais este serviço, diferenciando preço ao
turista
O aproveitamento de estruturas ociosas e desativadas também é um ponto forte da
Acolhida.
A transformação de antigas estufas de fumo em pousada e de fornos de carvão em
saunas são exemplos da criatividade dos agricultores e com isso dão um cunho de
originalidade aos ambientes receptivos.
41
Antigo forno de carvão transformado em sauna
Fonte: Otto W. Schmiedt
Valorização das tradições familiares pela valorização da
produção tradicional de farinha e caldo de cana e uso de energias
alternativas
A Farinheira do Geraldo, na Acolhida, mostra a valorização das antigas tradições da
produção de farinha de mandioca, garapa e açúcar mascavo e geração de energia
elétrica a base de turbinas.
O Engenho é mantido para dar continuidade às tradições familiares, apoiar
economicamente a renda familiar e servir de atrativo para o turismo local.
A produção de energia limpa através da roda d’água e da turbina também
incrementam o ponto turístico e ampliam a oferta de fontes alternativas de energia,
inclusive integrando projetos de conservação de energias renováveis.
Além da manutenção do engenho o proprietário ainda planta hortaliças, morango e
milho orgânicos.
No engenho o turista pode apreender sobre o processamento da cana e mandioca e
auxiliar no processamento.
42
Engenho de cana, gerador de energia e Farinheira de mandioca
Fonte: Otto Schmiedt
Gestão Pública para o Turismo
O apoio do poder público tanto nas políticas públicas como na infra-estrutura
municipal dá um grande diferencial turístico tanto para o visitante como para o
receptivo local. No Município de Rancho Queimado vê-se esse aporte de recursos
financeiros bem como humanos para o desenvolvimento local.
Os principais exemplos são:
A Gestão da Comunidade com o apoio público na Festa do Morango
A construção do pórtico turístico da cidade de Rancho Queimado
A construção da praça coberta no centro de Rancho Queimado
Asfaltamento das vias do interior em Rancho Queimado
Criação de roteiros municipais e folders para divulgação em Rancho
Queimado
Criação da Casa do Turista para abrigar a Secretaria de Turismo e
atendimento ao turista em Rancho Queimado
43
Pórtico e Casa do Turista em Rancho Queimado
Fonte: Otto W. Schmiedt
44
Incentivo à cultura e produção local
Em todos os municípios visitados as questões relacionadas às tradições alemãs e
campeiras são muito fortes.
A integração da Acolhida com grupos de dança, canto e música dão um toque
especial na visitação e promovem a manutenção da cultura e costumes locais.
Grupos de Dança de Rancho Queimado com integração com turistas e apresentação da Banda
de Santa Rosa de Lima na pousada Doce Encanto.
Fonte: Otto W. Schmiedt
Festas Municipais
Graças a Festa Municipal do Gemüse a região conseguiu unir esforços para se
reerguer e buscar novas alternativas de renda e desenvolvimento sustentável.
Nesta festa os moradores e os profissionais que tinham saído da região buscaram
soluções e parcerias para reerguer a economia local.
De uma forma semelhante a Festa do Morango busca manter a atratividade do
município de Rancho Queimado que detêm o Titulo de Capital Catarinense do
morango, garantindo apoio a sua produção e ao escoamento.
Cartaz de divulgação das festas de Rancho Queimado
Fonte: Arquivo participantes
45
Soluções Criativas
- Aproveitamento de estruturas obsoletas – Forno de carvão e estufa de fumo como
estruturas do receptivo
- Uso de abelhas sem ferrão para contato do turista com a apicultura
- cavalgadas noturnas
Informação sobre aplicabilidade
De uma forma geral as boas e melhores práticas identificadas nesses
empreendimentos foram percebidas pelos empresários participantes da viagem
técnica com potencial para implementação em curto e médio prazo com grande
facilidade. Algumas das práticas para implementação prontamente identificadas
são:
Sabonetes fitoterápicos para uso nas pousadas
Vivência nas colméias de meliponídeos
Divulgação da legislação TRAF em outros estados para maior pressão
nacional
Trabalho para incentivo a comunidades próximas trabalharem com turismo
na agricultura familiar
Paisagismo rural nas propriedades
Abatedouro comunitário para centralização e controle da higiene
Contato:
Acolhida na Colônia
www.acolhida.com.br
Rua Germano Hermesmayer, no. 164
88.763-000 Santa Rosa de Lima - SC
48) 36540186, 3256 0131, 3256 0188 ramal 23
46
3 Fazendas de Lages
Fazenda Pedras Brancas:
A Fazenda Pedras Brancas foi fundada em 1894 pelo então Coronel Vicente
Gamborgi, que chegou ao Brasil por volta de 1868, desembarcando em Porto
Alegre.
Ele iniciou suas atividades comerciais como mascate percorrendo toda a Serra do
Rio Grande do Sul, onde vendia roupas e jóias que transportava em lombo de
burro. Com o passar do tempo, ampliou seu negócio até Santa Catarina, mas
precisamente nos campos de Lages, onde se instalou com uma casa de comércio de
armarinhos em geral.
Com a Revolução, iniciaram as perseguições, e o Coronel Vicente teve seu comércio
saqueado sendo obrigado a refugiar-se nas Matas das Pedras Brancas.
Em fuga conheceu a Senhorita França Paes Farias, que levava alimentação e
notícias da Revolução durante o tempo que ficou refugiado. Quando terminou a
Revolução, voltou para suas atividades e casou-se com Dona França. Logo em
seguida compraram parte da Fazenda, que foi sendo ampliada com o decorrer do
tempo, e que passou de geração em geração até chegar aos atuais donos. Um dos
netos de Vicente, Milton, ficou com a parte da Fazenda (sede). E com seu espírito
empreendedor, ampliou a área comprando mais terras.
Em 1980, foi fundada a Agropecuária Pedras Brancas, uma sociedade em cotas
para os cinco filhos de Milton, sendo que alguns exploram até hoje as atividades
agro-pastoris. Por se tratar de uma Fazenda tipicamente tradicional, em 1985, em
um projeto pioneiro no Brasil, Julio César Ramos e Sonia Gamborgi (filha de
Milton), resolveram abrir a Fazenda para visitação de turistas. Então, a partir daí,
pessoas tiveram a oportunidade de conhecer a beleza natural da Serra e as
formações rochosas da Fazenda Pedras Brancas assim como acompanhar o dia a
dia de uma Fazenda em plena atividade rural e sentir a tranqüilidade do meio
natural. Esta fazenda distingui-se das demais pelas formações rochosas de arenito.
Inclusive, essas formações são excelentes para a prática de alpinismo e rapel. A
fazenda proporciona ao visitante as atividades típicas de fazenda como a lida com o
gado, cavalgadas, pescarias, caminhadas, passeio de charrete, cascata, música ao
vivo, contação de causos e histórias da serra catarinense e atividades
complementares como piscina, sauna e esportes radicais. Para momentos especiais
a fazenda dispõe de infra-estrutura e atendimento para casamentos, aniversários,
convenções, lua de mel, terceira idade e confraternizações. A Fazenda dispõe de
site, sistema de reservas, salão de convenções.
Atualmente a fazenda foi arrendada e juntamente com a área do Adventure Park
que também está na área da fazenda fazem uma nova parceria de desenvolvimento
do turismo voltado para o turismo de aventura, sem deixar de lado os atrativos da
fazenda tradicional, com suas instalações conservadas, museu, galpões entre
outros.
47
Vista dos quartos para a lagoa
Fonte: Fazenda Pedras Brancas
Práticas observadas:
Inovação na decoração dos quartos
Os quartos da pousada foram decorados com um estilo moderno valorizando os
materiais , madeiras e utensílios da fazenda.
Nova decoração dos quartos
Fonte: Fazenda Pedras Brancas
48
Parcerias na realização de outras
atividades agregadas ao
negócio
O parque de aventura que possui a maior tirolesa do Brasil com 1200m é parceira
da nova administração do Hotel. Além da tirolesa o projeto inova com a Via Ferrata
onde o turista pode escalar com apoio de grampos fixados diretamente nas pedras,
além de trilhas e arvorismo.
Grupo pronto para descida da Tirolesa
Fonte: Otto schmiedt
Informação sobre aplicabilidade
As soluções encontradas na Fazenda referentes a parcerias e decoração de
ambientes podem ser facilmente implantadas nas empresas visitantes.
Questões relacionadas ao turismo de aventura necessitam de parceiros
devidamente certificados para garantir a segurança do empreendimento. Com estas
parcerias empreendimentos podem aumentar o mix de produtos rapidamente sem
precisar investir nestas atividades.
Contato:
www.fazendapedrasbrancas.com.br
49
Fazenda Boqueirão
A Fazenda Rancho do Boqueirão pertence à família Gamborgi desde 1896, quando
foram adquiridas as primeiras partes de terra pelo Coronel Vicente Gamborgi.
Já em 1906 possuía, na localidade de Boqueirão - município de Lages/SC, uma área
de aproximadamente 3.000 hectares.
Hoje, o Hotel Fazenda Boqueirão Turismo Rural oferece a seus visitantes uma
tradicional fazenda em plena atividade, numa área de sete milhões e quinhentos
mil metros quadrados.
Além de uma estrutura completa de hospedagem, gastronomia e lazer, conta ainda
com um programa de atividades junto ao meio ambiente.
Como principais atividades a fazenda oferece cavalgadas, fogo de chão e lidas
campeiras, passeios de charrete, trenzinho e carro de mola, trilhas ecológicas,
pesca em açudes; além de uma infra-estrutura de lazer com piscinas externa e
interna, sauna e sala de ginástica, sala de recreação para crianças, sala de jogos,
cancha de bocha coberta, campinho de futebol e playground.
Para grupos da melhor idade a fazenda oferece uma estrutura preparada
especialmente para receber este perfil de visitantes com conforto e lazer.
Profissionais especialmente preparados realizam programas de lazer orientados,
específicos para a melhor idade.
A Fazenda possui sistema de reserva, site, salão de eventos completo para 120
pessoas.
Bate papo com proprietário da Fazenda Boqueirão no restaurante
Fonte: Otto Schmiedt
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Práticas observadas:
Gestão Familiar
A Fazenda é administrada familiarmente conferindo o contato direto dos
proprietários com o visitante. Mesmo alguns funcionários fazem carreira na Fazenda
com a continuidade através dos filhos que tem o local como sua casa.
Projeto de observação de pássaros com quadros instrutivos
De uma forma simples e sinalizada o visitante pode conhecer as espécies de
pássaros que moram ou passam pela fazenda.
Sinalização para observação de pássaros
Fonte: Otto W. Schmiedt
Sistema informatizado de reservas e gerenciamento
Através de um sistema informatizado, o proprietário pode conhecer melhor os
indicadores de desempenho, taxas de ocupação, origem e necessidades dos
clientes, promover pacotes, entre outros. Desta forma a Fazenda adequa sua
estrutura ao cliente.
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Parcerias com produtores da região
No cardápio da Fazenda vários produtos consumidos são comprados de agricultores
da região, aumentando com isso as parcerias e fortalecendo a economia rural local.
Desta forma também a Fazenda foca no atendimento ao cliente diminuindo o
trabalho interno e a necessidade de mão de obra especializada.
Água disponível em toda a Fazenda é mineral e também serve para
empresa do grupo engarrafar e realizar a venda na região
A água servida em todas torneiras é de fonte mineral. Desta forma o cliente possui
um diferencial de qualidade.
Para agregar valor a água esta é engarrafada por uma empresa ligada a Fazenda
agregando valor a água e fortalecendo o nome tanto da Fazenda bem como da
engarrafadora de água. A água de marca “Puris” é distribuída estadualmente.
Soluções Criativas:
- Atender as necessidades do cliente independente das tradições ou conceituações
turísticas;
- Programa de reciclagem de lixo;
- Programa de observação de pássaros como produto agregado.
Informação sobre aplicabilidade:
A participação em Associações de Classe como ABIH é exemplo de integração com
o trade turístico nacional e fortalece o empreendimento tanto regional como
nacionalmente.
O foco no cliente é outro ponto fundamental que pode ser facilmente implantado
em qualquer empreendimento desde que
o proprietário esteja realmente
preocupado com o cliente e não somente com o seu ponto de vista ou arraigado
demasiadamente a tradições familiares.
Contato:
www.fazendaboqueirao.com.br
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Fazenda do Barreiro:
Fundada em 1782, é uma tradicional fazenda da Serra Catarinense. Hoje na 8ª
geração, preserva os costumes, a cultura e as construções deixadas pelos seus
antepassados. A criação de gado de corte e de cavalos crioulos a plantação de
milho e feijão sempre colocaram a Fazenda do Barreiro como destaque no setor
agropecuário.
Abriu as porteiras para que o turista pudesse viver junto com a família este
privilégio, respirar o ar puro, passear pelas belas paisagens e conhecer o dia a dia
do homem serrano. Situada na Serra de Santa Catarina, o clima na Fazenda do
Barreiro é singular. No inverno as baixas temperaturas dão um toque especial à
paisagem, com a constante presença das geadas que pintam de branco o imenso
campo verde.
O verão é outra particularidade da região, pois durante o dia o sol aparece e dá um
brilho especial as águas do Rio da Divisa, proporcionando banhos de cachoeira.
A Fazenda oferece várias atividades. As principais são as cavalgadas, café camargo,
passeio de trator, caminhadas, pesca, lidas campeiras e parquinho infantil para as
crianças, além de gastronomia típica e farta e momento de contação de causos ao
fogo de chão.
A Fazenda conta ainda com piscina, sauna, cozinha fogo de chão, bar e museu. A
água da fazenda é mineral e rica em vários micro-elementos fundamentais a
funções fisiológicas, principalmente o lítio importante no controle do humor e como
coadjuvante do tratamento do mal de Parkinson.
Vista da Entrada da Fazenda Barreiro
Fonte: Otto Schmiedt
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Práticas observadas:
Projeto de certificação do gado franqueiro Lageano em parceria com
EPAGRI
O Gado Franqueiro Lageano é o Gado tradicional da região. Com aspas largas e
porte grande é um gado típico da região dos campos de cima da serra. Em
trabalhos com a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina S/A) a região tenta resgatar e proteger esta raça da extinção.
Gado Franqueiro Lageano
Fonte: Otto W. Schmiedt
Administração familiar mantendo foco do negócio e originalidade
A administração da fazenda é passada de geração a geração, mantendo o foco no
negócio e a sua originalidade.
O contato direto dos proprietários com os clientes e a forma diferenciada de
atendimento são pontos fundamentais para o desenvolvimento do negócio da
Fazenda.
Para melhorar ainda mais o atendimento e aproximar clientes dos proprietários a
proprietária optou por diminuir a quantidade de quartos disponíveis e desta forma
possuir um atendimento personalizado (conhece hospede a hospede pelo nome,
interesses, necessidades) e direto.
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Museu tradicionalista montado segundo técnicas de museologia
O museu foi estruturado de forma a catalogar e organizar os objetos através da
parceria com o Sebrae para a contratação de museólogo especializado. A Fazenda
possui dois museus - um museu de implementos rurais e outro da cultura,
tradições e objetos pessoais.
Museu
Fonte: Otto W. Schmiedt
Soluções Criativas
- Estruturação do museu com aproveitamento de troncos ocos
- Resgate de brinquedos antigos – espirobol
- Resgate do gado franqueiro lageano
Informação sobre aplicabilidade
O resgate de brinquedos e diversões de infância pode ser uma excelente opção
para aumentar a disponibilidade de atrativos para o público jovem e com os
museus leva o visitante a conhecer suas raízes e cultura.
O resgate do gado franqueano serve de exemplo para que outras regiões
preservem suas culturas e rebanhos de cabras, suínos e outros animais em estágio
de extinção.
Contato:
www.fazendadobarreiro.com.br
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Festa do Pinhão:
Parceria com Sindicato Rural
Através de parcerias o Sindicato Rural oferece a estrutura do Parque do Pinhão
para a Realização das Festas e em contrapartida a Prefeitura investe na estrutura
de prédios, vias de acesso, sinalização, entre outros.
Com este apoio o parque tem estrutura completa de “mini-cidade” com local de
shows, exposição de animais, exposição de industria, comércio, serviços e
artesanato, bares e restaurantes, banco, farmácia, cancha de laço, parque de
diversões, gastronomia típica, pista de patinação, entre outros.
Administração Pública de toda Festa
Toda administração e gerenciamento da Festa é feito pela Prefeitura Municipal.
Desta forma garante agilidade, busca de recursos estaduais e nacionais, e apoio a
todo empresariado local.
Os segredos da festa são Organização e Segurança para garantir uma festa
tranqüila e aberta a todas as faixas etárias e públicos.
Parque da Festa do Pinhão
Fonte: Otto Schmiedt
Apoio público para aumentar faturamento das lojas
Através de ações junto ao comércio local por meio de vias gastronômicas, musica
na praça, divulgação do comércio local na Festa, o comércio local se integra na
Festa.
Todas as ações são promovidas e bancadas pela Prefeitura Municipal, incluindo
tendas, faixas, mídia, grupos musicais, entre outros.
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Festa típica nacional com investimento em atrações nacionais e
infra-estrutura completa
A Festa Nacional do Pinhão se diferencia das demais do gênero no Brasil pelo
investimento na qualidade dos grupos artísticos de renome nacional, estrutura de
segurança, estrutura física ampliada anualmente, área coberta para exposição e
empresas apoiadoras, diversidade de expositores, acesso fácil, e divulgação farta.
A Festa não teria o tamanho se não fosse o aporte financeiro através da busca de
recursos nas Leis de incentivo estaduais – Funcultura e nacional - Lei Ruanet e o
controle interno do investimento realizado e o retorno econômico gerado para o
município.
A comunidade é envolvida na festa seja na forma da hospedagem formal e
alternativa, a venda de artesanato e alimentos, apresentações culturais e através
de dias sem a cobrança de ingressos para que os moradores possam conhecer e
usufruir de forma social da Festa.
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Conclusão
Ao final da viagem técnica de benchmarking para Acolhida na Colônia e Fazendas
de Lages, uma grande quantidade de aprendizado voltou na bagagem dos
participantes. Vimos a importância do papel das lideranças institucionais e a
influência que exercem no desenvolvimento do agronegócio e do turismo no
destino. A parceria entre produtores, a gestão pública e as entidades fazem da
Acolhida um exemplo de luta para desenvolver uma região com grandes
dificuldades de logística e infra-estrutura, mas com capital humano forte e decidido
pela luta em favor do turismo na agricultura familiar - TRAF
Foi observada a grande responsabilidade que cada produtor assume quando da
preservação do meio ambiente, seja na proteção das fontes, bem como das águas
servidas, matas cliares, e regeneração da mata nativa.
A integração do projeto com a comunidade através de ações de restauro de
patrimônio histórico, pressão pela preservação e apoio a projetos de economia
solidária e projetos da pastoral da saúde mostram a integração e o cuidado em
todos os detalhes de uma convivência pacífica fomentando o desenvolvimento
sustentável local.
Em análise geral sobre o destino, o grupo concluiu que a Acolhida é um destino que
ainda tem que seguir caminhando em busca da excelência no turismo, porém,
todas as visitas e conversas realizadas demonstram que estão nesse caminho.
Sobre o destino do Turismo Rural nas Fazendas de Lages o grupo notou a
valorização da vida campeira com a conservação dos hábitos e manutenção da
história e da diversidade das atividades com a autenticidade do atendimento
familiar aos visitantes. Apesar da originalidade das fazendas falta a integração
entre as mesmas e com o poder público e entidades regionais e um marketing mais
agressivo para a divulgação deste tipo de turismo.
Os verdadeiros resultados do projeto Vivências Brasil – Aprendendo com o Turismo
Nacional são mensurados a partir das ações que os empresários participantes
realizam em suas empresas e em seus destinos de atuação no momento pósviagem técnica. Cada um dos participantes realiza, no mínimo, duas ações de
multiplicação do aprendizado obtido, visando compartilhar essas ricas experiências
com seus colegas profissionais e, no mínimo, duas ações de implementações
inovadoras em sua empresa, de forma a deixá-la mais competitiva e oferecer um
produto e serviço de melhor qualidade. Para se informar sobre a agenda de ações
de multiplicação de todas as viagens do projeto, bem como obter depoimentos de
empresários e inspirar-se para implementar inovações também em sua empresa e
no seu destino, acesse o www.excelenciaemturismo.gov.br.
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Referências bibliográficas
Caderno de Normas da Acolhida NA Colônia
A Unidade Familiar e as Novas Funções Atribuídas a Agricultura: O caso dos
Agricultores Ecológicos do Território da encosta da Serra Geral. Tatiana
Ferreira de Lacerda. UFRGS, 2005.
Cartilha de segmentação
www.turismo.gov.br
do
turismo
para
o
turismo
Rural
–
MTUR
–
Diretrizes para o desenvolvimento do Turismo Rural – MTUR www.turismo.gov.br
Manual de turismo Ecorural de Joinville – Fund. 25 de Julho e Promotur
Endereços eletrônicos
www.acolhida.com.br
www.agreco.com.br
www.accueil-paysan.com
www.santur.sc.gov.br
www.fazendadobarreiro.com.br
www.fazendaboqueirao.com.br
www.fazendapedrasbrancas.com.br
www.festadopinhao.com.br
www.coxilharica.com.br
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POS VIAGEM - Ministério do Turismo