PASSO A PASSO DO PROCESSO DE
VALIDAÇÃO PARA MÉTODOS QUÍMICOS
VI Simpósio ABRAPA
São Paulo – 15 de junho de 2007
Silvana do Couto Jacob
Laboratório de Alimentos e Contaminantes - DQ
INCQS / FIOCRUZ
RESULTADO ANALÍTICO – PARA QUÊ?
Tomada de decisão nas diversas áreas.
Para isso temos que gerar “resultados aceitáveis”
Ex. Limite máximo de Cd em solo = 5 mg / Kg
Resultado analítico
Laboratório 1: 4,5 mg / Kg com incerteza de +/- 0,5
Laboratório 2: 4,5 mg / Kg com incerteza de +/- 0,8
Laboratório 2 incorrendo certo risco de erro ao afirmar que a amostra
atende a exigência prescrita em lei.
Resultado com apenas a média é difícil comparação, tomar a decisão.
Com a incerteza podemos tomar a decisão correta.
METROLOGIA QUÍMICA
MEDIR = COMPARAR
OBJETIVO: conseguir alta exatidão com mínimo de incerteza.
COMO ? Garantindo que todas as etapas de um procedimento químico
sejam comparáveis a um padrão de medição de referência aceitável.
Medições químicas requerem vários estágios : amostragem, digestão,
extração, etc. sendo essencial que se tenha o entendimento pleno das
incertezas que são introduzidas em cada etapa do procedimento
analítico.
RASTREABILIDADE DAS MEDIÇÕES

Um dos temas mais importantes na química
analítica – assegura que medições feitas em
diferentes laboratórios e períodos sejam
comparadas.
É a propriedade de um resultado de
medição, o qual está relacionado a padrões
apropriados, geralmente nacionais ou
internacionais, por meio de uma cadeia contínua de
comparações, todas tendo incertezas
estabelecidas.
VALIDAÇÃO DE UM MÉTODO

Comprovação através de evidência objetiva, de que os
requisitos para uma aplicação ou uso específico
pretendido foram atendidos
Quais métodos validar?




Não normalizados
Criados/ desenvolvidos pelo laboratório
Normalizados usados fora dos escopos para os
quais foram concebidos
Ampliações e modificações de métodos
normalizados
PLANEJAMENTO DA VALIDAÇÃO

Definição da aplicabilidade do objetivo e
do escopo do método

Definição de parâmetros de desempenho
e critérios de aceitação – baseada no
objetivo de cada método e no princípio
básico de medição que este utiliza
custo X benefício (PM)
PARÂMETROS NECESSÁRIOS escolhidos de acordo com o tipo de método







Linearidade
Recuperação
Limites de detecção e quantificação
Exatidão
Precisão
Seletividade
Controle do processo em rotina (garantia da
qualidade interna)
PARÂMETROS NECESSÁRIOS para
validação – segundo (FDA -1995 / WHO - 20050
TIPO / OBJETIVO DO MÉTODO
PARÂMETRO
identificação
Testes de
pureza
Dissolução,
Conteúdo,
Potência
Exatidão
NÃO
SIM
NÃO
SIM
Precisão –
Repetitividade
Intermediária
NÃO
NÃO
SIM
SIM
NÃO
NÃO
SIM
SIM
Especificidade
SIM
SIM
SIM
SIM
Limite de detecção
Obs *
NÃO
SIM
NÃO
Limite de quantificação
NÃO
SIM
NÃO
NÃO
Linearidade
NÃO
SIM
NÃO
SIM
Faixa de trabalho
NÃO
SIM
NÃO
SIM
Obs* necessária em análises de traços
Critérios de aceitação para os
parâmetros estudados

Acordado pelo laboratório e cliente

No caso de testes estatísticos (hipóteses) estes critérios já
estarão definidos dependendo do teste específico escolhido
para um dado nível de confiança (1 - α) ou de significância (α)


(teste Fisher, t de student, análise de variâncias)
Outros casos estabelecer através da literatura , resultados
interlaboratoriais, métodos similares ou experiência acumulada

Testes que usam kits ou imunoensaios – falso x positivo) obtido
na literatura especializada.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
EXATIDÃO
Definição
Concordância entre um resultado de um ensaio e
o valor de referência aceito como verdadeiro.
Procedimento e ou experimento
sugerido
Ferramentas estatísticas para
avaliação
Concordância entre um resultado de um ensaio e
o valor de referência aceito como verdadeiro.
Erro relativo; z score ou erro normalizado.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Precisão
repetitividade /reprodutibilidade
e Precisão intermediária*
Definição
Dispersão de resultados entre ensaios
independentes, repetidos de uma mesma
amostra, amostras semelhantes ou padrões em
condições definidas.
Procedimento e ou experimento
sugerido
Repetitividade: desvio padrão, mesmas
condições.
Reprodutibilidade: desvio padrão - condições
variadas.
Comparação entre métodos:
comparação de variâncias.Recuperação
porcentual. Precisão intermediária.
(7 replicatas para cada concentração)
Ferramentas estatísticas para
avaliação
Limite de repetitividade "r" (95%); Limite de
reprodutibilidade "R" (95%); Teste F (razão entre
variâncias)
* Não há necessidade de avaliação da precisão intermediária
quando for realizado o teste da reprodutibilidade
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Precisão
repetitividade /reprodutibilidade
e Precisão intermediária*
Um mínimo de 9 determinações cobrindo a faixa específica para o
procedimento (p. ex: 3 concentrações/3 replicatas cada, menor,
intermediária e maior); ou
Um mínimo de 6 determinações a 100 % de concentração teste
Calcular o desvio padrão, o desvio padrão relativo ou
coeficiente de variação ou a variância.
GUIDANCE FOR INDUSTRY Q2B. Validation of Analytical Procedures: Methodology U.S. Department of Health and Human Services,
Food and Drug Administration, Center for Drug Evaluation and Research, Center for Biologics evaluation and Research, November 1996 ICH.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Precisão
repetitividade /reprodutibilidade
e Precisão intermediária*
REPETITIVIDADE
Um mínimo de 9 determinações cobrindo a faixa específica para o
procedimento (p. ex: 3 concentrações/3 replicatas cada, menor,
intermediária e maior); ou
Um mínimo de 6 determinações a 100 % de concentração teste
Calcular o desvio padrão, o desvio padrão relativo ou
coeficiente de variação ou a variância.
GUIDANCE FOR INDUSTRY Q2B. Validation of Analytical Procedures: Methodology U.S. Department of Health and Human Services,
Food and Drug Administration, Center for Drug Evaluation and Research, Center for Biologics evaluation and Research, November 1996 ICH.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Precisão
repetitividade /reprodutibilidade
e Precisão intermediária*
PRECISÃO INTERMEDIÁRIA
Os resultados dos dados obtidos em dias alternados, por um mesmo analista, usando um mesmo
equipamento, mesmas concentrações e mesma metodologia,
deverão ser o mesmo: pode ser comprovado por teste t, onde a hipótese a ser afirmada
é que o resultado obtido em diferentes dias são significativamente iguais.
Hipótese a ser testada: Ho: 1= 2
Teste t
T=( - xmed)n/S
onde: =valor de referência, xmed=média dos valoresdos resultados de análise,
n=número de resultados de análise e S=desvio padrão
O valor crítico (tabelado) varia em função do grau de liberdade () e do nível de confiança, sendo que:
= n – 1 se: ttab > tcalc  Ho é aceita
ttab  tcalc  Ho é rejeitada
GUIDANCE FOR INDUSTRY Q2B. Validation of Analytical Procedures: Methodology U.S. Department of Health and Human Services,
Food and Drug Administration, Center for Drug Evaluation and Research, Center for Biologics evaluation and Research, November 1996 ICH.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Precisão
repetitividade /reprodutibilidade
e Precisão intermediária*
REPRODUTIBILIDADE
É o grau de concordância entre os resultados das medições de um mesmo mesurando,
efetuadas sob condições variadas de medição(VIM).
A reprodutibilidade não é um componente de validação de método executado por um único
laboratório, é obtido em relação aos dados de validação obtidos através de comparação
interlaboratorial (INMETRO, 2002).
INMETRO. Orientações sobre validação de métodos de ensaio químicos.
VIM – Vocabulário Internacional de termos Fundamentais e Gerais de Metrologia, 1995.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Especificidade / seletividade
Definição
Procedimento e ou
experimento sugerido
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Capacidade de produzir respostas para apenas um
analito / Capacidade de produzir respostas para vários
analitos podendo haver distinção entre os analitos
Comparações de resultados, variando as condições
de medição e análise de pureza de sinal, que podem ser
usados para verificar que nenhum outro componente
conhecido, ou desconhecido, esteja sendo determinado
junto com o analito/Avaliação de dois grupos: um com a
matriz e outro sem, ambos com concentração idêntica do
analito em cada nível de concentração de interesse.
(7 amostras em cada nível de conc.)
Se a matriz da amostra sem analito ou um grupo
satisfatório de amostras de referência estão disponíveis,
podem ser aplicados o Teste F (homogeneidade de
variâncias); teste t (Student) de comparação de médias
ou análise de desvios em relação aos valores de
referência.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Especificidade / seletividade
SELETIVIDADE
O cálculo do valor de t quando se comparam médias de
duas amostras diferentes é dado pela expressão
x
t=
Sa
-
x
1
2
+ 1 / n
1 / n
1
2
Sa é a estimativa do desvio padrão agregado, calculado a partir das
estimativas dos desvios-padrões das duas amostras
Sa =
(n1 1)S  (n2 1)S
n1  n2  2
2
1
2
2
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Limite de Detecção
Definição
Menor valor de concentração do analito ou da
propriedade que pode ser detectado pelo método.
Procedimento e ou
experimento sugerido
Replicatas do branco, ou branco da amostra, com adição
da menor concentração aceitável do analito.
Material de referência diluído.
(7 replicatas )
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Desvio padrão (variância) das medições em replicata
Para a validação de um método analítico, é normalmente
suficiente fornecer uma indicação do nível em que a detecção do
analito começa a ficar problemática.
Matriz: Branco da amostra
LD=+ ts onde:
ou
Matriz: Branco da amostra com adição da menor concentração
aceitável do analito
LD=0 + ts onde:
Onde t valor de t de Student para (1-a)*100% de nível de
confiança e (n-1) graus de liberdade.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Limite de Detecção
O limite de detecção do equipamento (LDE) é definido como a
concentração do analito que produz um sinal de três a cinco vezes a
razão ruído/sinal do equipamento. O limite de detecção do método (LDM)
é definido como a concentração mínima de uma substância medida e
declarada com 95% ou 99% de confiança de que a concentração do
analito é maior que zero.
O LDM é determinado através de análise completa de uma dada
matriz contendo o analito.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Limite de Detecção
O limite de detecção foi determinado analisando 6 vezes a menor
concentração da curva analítica, e o desvio padrão foi multiplicado
por 3, este limite é referente a alíquota de análise.
Tem que se considerar o procedimento do método para se determinar o
limite de detecção do método.
Desvio padrão:
é igual a raiz quadrada positiva da variância e tem a mesma
dimensao da média aritmética
s =  (xi – xmédio)2 x 1/(n-1)
THOMPSON, M., ELLION, S. R. , WOOD, R. Pure and Applied Chemistry. V. 74, p. 835-855, 2002.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Limite de Quantificação
Definição
Menor concentração do analito que pode ser
determinada com um nível aceitável de precisão
e exatidão.
Procedimento e ou
experimento sugerido
Replicatas do branco ou branco da amostra com
adição de concentrações variadas do analito,
próximas ao LD.
(7 replicatas)
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Desvio padrão (variância) e média das medições
em replicata
Alguns organismos internacionais (UKAS- 2002), consideram o LQM,
o Limite inferior da curva analítica.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Limite de Quantificação
É a mais baixa concentração da substância em exame que pode ser
quantificada com certo limite de confiabilidade utilizando um
determinado procedimento experimental
Geralmente é o mais baixo ponto da curva analítica não deve ser
determinado por extrapolação
UKAS PUBLICATION ref: LAB 27, United Kingdom
Accreditation Service. www.ukas.com
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Sensibilidade
Definição
Variação da resposta em função da concentração
do analito.
Procedimento e ou
experimento sugerido
Inclinação da curva de regressão linear de
calibração.
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Curva de regressão linear
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Sensibilidade
Descreve quanto a resposta varia com a variação da concentração
do analito.
Pode ser expressa como a inclinação da curva analítica
(coeficiente angular), expresso pala equação S=dx/dc, onde:
dx = variação da resposta, dc = variação da concentração
É medida ao mesmo tempo que testa a linearidade
Depende da natureza do analito e da técnica de detecção
BRUCE, P. , MINKKINEN, P. , RIEKKOLA, M. L.
Practical Method Validation: Validation sufficient
for an Analysis Method. Mikrochimica ACTA. V. 128, p. 93-106, 1998.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Faixa de trabalho e Faixa linear de trabalho
Definição
Faixa de concentrações do analito ou valores da
propriedade onde o método pode ser aplicado / faixa
linear é o intervalo de concentrações onde o método
apresenta linearidade.
Procedimento e ou
experimento sugerido
A faixa de trabalho deve cobrir a faixa de aplicação para a qual o
ensaio vai ser usado. A concentração mais esperada da amostra
deve, sempre que possível, se situar no centro da faixa de
trabalho. Os valores medidos obtidos têm que estar linearmente
correlacionados às concentrações. Isto requer que os valores
medidos próximos ao limite inferior da faixa de trabalho possam ser
distinguidos dos brancos dos métodos. Esse limite inferior deve,
portanto,ser igual ou maior do que o limite de detecção do
método.(mais que 6 pontos)
Ferramentas
estatísticas para
avaliação
Determinadas a partir da escolha de uma faixa preliminar
que cubra a faixa de aplicação do ensaio.
Limite inferior: limitado pelos limites de detecção e
quantificação.
Limite superior: depende do sistema de resposta do
equipamento de medição.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Faixa de trabalho e Faixa linear de trabalho
A faixa de trabalho (FT) pode ser definida entre um décimo a
dobro do limite de restrição (LR)
0,1 LR ≤ intervalo de trabalho ≤ 2 LR
Exemplo:
Como o limite máximo (de restrição) estabelecido para um dado contaminante
Hg em pescado 0,5 mg / Kg,é a faixa de trabalho para se trabalhar deve ser de:
0,05 mg / Kg ≤ FT ≤ 1,0 mg / Kg
OBS. Considerar quanto de amostra será pesada e quanto será pipetada (injetada )
no aparelho.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Linearidade
Pode-se verificar se algum ponto de concentração desvia da
linearidade da curva por meio do cálculo dos resíduos entre
os valores medidos e os valores calculados a partir da equação da curva.
Calcular um ponto duvidoso de uma curva analítica pelo valor de t.
tcalculado= resíduo
sr/n
Onde:
resíduo =|xmedido - xcalculado|
sr=desvio padrão dos resíduos =   (xmedido – xcalculado)2
n-2
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Linearidade
Coeficientes de correlação r e determinação R2
 Homocedasticidade/heterocedasticidade
É a independência ou dependência da variância das respostas com as
concentrações do analito
ATENÇÃO!!!!!

“Lack - of - fit” ( falta de ajuste)
Avaliação se existe algum valor aberrante nos resíduos
que são deslovamentos de Y em relação à curva analítica:
deve-se verificar o ajuste ao modelo “normal”
checar a não - linearidade em um gráfico de regressão.
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
Robustez
Definição
Sensibilidade do método face a pequenas
variações.
Procedimento e ou
experimento sugerido
Ensaios são realizados para determinar os
efeitos da variação de algumas etapas.
(8 ensaios)
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Teste de Youden; Teste t para médias; Análise
das variâncias (Homogeneidade)
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
robustez
Comparação de resultados ( médias) de resultados obtidos a
partir de pequenas variações nos parâmetros do método como:
Temperatura,
Tempo de pirólise - AAS
Concentração de um dado reagente usado para extração
Quantidade da amostra injetada
Quantidade de amostra pesada
Até quanto a modificação pode ocorrer e o método ser usado?
PARÂMETRO DE DESEMPENHO
incerteza
Definição
Parâmetro, associado ao resultado de uma
medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentadamente atribuídos a
um mensurando.
Procedimento e ou
experimento sugerido
Combinação das incertezas padrão (desvios
padrão) associados aos fatores de influência
relevante no resultado de uma medição.
Ref. (POP/ INCQS - 65.1120.061)
Ferramentas estatísticas
para avaliação
Método relativo; de derivadas parciais ou Monte
Carlo
INCERTEZA DE RESULTADOS
INCERTEZA = DÚVIDA

Avaliada por meios estatísticos através da variação
dos fatores dos quais depende este resultado.

É um parâmetro associado ao resultado de uma
medição, que caracteriza a dispersão dos valores que
podem ser atribuidos a um mensurando como desvio
padrão.
VERIFICAÇÃO DE PROBLEMAS - INCERTEZAS
diagrama de causas e efeitos (diagrama de espinha de peixe)
Pessoal
método
qualificação
treinamento
Validação
adequação
Contaminação
padronização
Manutenção
calibração
Reagentes
Equipamentos
Desvio do resultado
analítico
Resultados analíticos
decisões importantes
Importante: qualidade do resultado
garantir que a informação seja adequada
Química analítica
requisito formal para estabelecer a confiança nos resultados
resultado deve ser rastreável a uma dada referência
(SI, MR ou um método empírico)
ISO 17025:1999
demostração da qualidade dos resultados
demonstrar da sua adequação aos fins a que se
destinam
Incerteza da medição
é a medida da confiança que pode-se
depositar no resultado analítico
é a medida da qualidade do resultado
Conceito à muito conhecido mas
somente em 1993 a ISO em colaboração com outras organizações
Publicou o “Guia para Expressão da Incerteza da Medição”
1995 – 1º edição do Guia da EURACHEM “Quantificação da Incerteza
nas medições Analíticas”
2000 – 2º edição do Guia da EURACHEM
INCERTEZA
Definição
Dúvida sobre um resultado, sobre sua
validade, sobre sua exatidão
X ± U (p%)
Erros X Incertezas
Resultado de análise: 2,5 ± 0,8 mg / Kg
Valor certificado: 2,9 ± 0,2 mg / Kg
Erro: 2,9 – 2,5 = 0,4 mg / Kg
Incerteza: 0,8 mg / Kg
Erros X Incertezas
Erro
diferença entre resultado individual e o valor verdadeiro
Incerteza
Um parâmetro* associado com o resultado de uma
medição, que caracteriza a dispersão** dos valores que
poderiam razoavelmente ser atribuidos ao mensurando
* mensurando: concentração do analito, pH, densidade, etc
** dispersão: desvio padrão ou seus múltiplos, intervalo de confiança,
amplitude, etc.
Incerteza da medição
 Um resultado pode estar muito próximo do
valor “verdadeiro”
 Existem erros aleatórios
 Sem a expressão da incerteza o analista não sabe
quão próximo o resultado se encontra do valor esperado
DÚVIDA PARA APROVAR OU REPROVAR
ITENS QUE SE ENCONTRAM COM VALORES
PRÓXIMOS DOS LIMITES DE CONFORMIDADE
Limite inferior
da especificação
ZONA DE NÃO
CONFORMIDADE
Limite superior
Da especificação
ZONA DE NÃO
CONFORMIDADE
ZONA DE
CONFORMIDADE
ZONA DE
INCERTEZA
ZONA DE
INCERTEZA
DÚVIDA NA RESPOSTA
ISO 14253-1- aplicada a metrologia dimensional
 Zona de conformidade: tolerância da especificação subtraída da
incerteza da medição em cada extremidade
 Zona de não conformidade: áreas externas à tolerância da
especificação adicionando-se o valor da incerteza da medição em cada
extremidade
 Zona de incerteza: área onde a conformidade e não conformidade
podem ser determinadas
Incerteza e limites de conformidade
Versão português Guia Eurachem 2º ed./COTAC
Resultado analítico
Estimativa confiável da incerteza são essenciais para
a tomada de decisões
Deve ser acordado entre cliente e laboratório
quais itens devem ser aprovados
SAÚDE PÚBLICA
deve-se avaliar RISCO X BENEFÍCIO
SAÚDE PÚBLICA - RISCO X BENEFÍCIO
Exemplo: Determinação de timerosal em vacinas
Valor máximo permitido: 200 mg / Kg
Timerosal em excesso – risco à saúde
Timerosal em menor quantidade – afeta a qualidade do
produto e assim, leva ao risco
Deve-se avaliar risco x eficácia
INCERTEZAS DOS RESULTADOS ANALÍTICOS
E AVALIAÇÃO DO ENSAIO REALIZADO
ALIMENTOS:
Declaração Nutricional Obrigatória – faixa de aceitabilidade ± 20%d.d.
Aditivos intencionais - Teor máximo permitido
Pesticidas / contaminantes – limites máximos permitidos
limite mínimo de desempenho requerido
MEDICAMENTOS:
Teor dos princípios ativos - nas monografias Oficiais, a faixa de
aceitabilidade dependente da substância ativa.
Ex. ± 5% d.d.
± 10% d.d.
± 15% d.d.
INCERTEZAS DOS RESULTADOS ANALÍTICOS
E AVALIAÇÃO DO ENSAIO REALIZADO
THE COMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES
Objetivo : estabelecer normas para a comunidade europeia.
Decisões de 12 de agosto de 2002 (2002/657/EC)
•discutir e aprovar regras para os metodologias analíticas
a serem usadas em testes de amostras oficiais e
•especificar criterios comuns para a interpretação dos resultados
analíticos dos laboratórios Oficiais de Controle
INCERTEZAS DOS RESULTADOS ANALÍTICOS
E AVALIAÇÃO DO ENSAIO REALIZADO
Assuntos tratados no documento:
Definições
Analytical methods
Minimum required performance limits
Quality control
Interpretation of Results
Repeal
Transitional provisions
Data of application
Addresses
INCERTEZAS DOS RESULTADOS ANALÍTICOS
E AVALIAÇÃO DO ENSAIO REALIZADO
“Power curve” – fornece informações sobre a capacidade de detecção
do método num escolhido intervalo de concentração.
(Isto refere-se a um risco de beta –erro quando aplica-se tal método)
Permite calcular a capacidade de detecção para respectivas categorias
de metodos para um um certo erro beta
INCERTEZAS DOS RESULTADOS ANALÍTICOS
E AVALIAÇÃO DO ENSAIO REALIZADO
erro alfa - probabilidade da amostra analisada ser conforme apesar de
se ter obtido resultado não conforme (falso positivo)
erro beta - probabilidade da amostra analisada ser não conforme apesar
de se ter obtido resultado conforme (falso negativo)
CCbeta - capacidade de detecção é o teor mais baixo que pode ser detectado ,
identificado ou quantificadocom uma probabilidade de erro “beta”.
Ccalfa - limite de decisão é o limite a partir do qual pode-se decidir
se uma amostra é não conforme com uma probabilidade de erro “’alfa”.
ANÁLISE DE RESÍDUOS
SUBSTÂNCIAS NÃO AUTORIZADAS
CC
sinal
CC
2,33DP
1,64DP
Blank
sample
Contaminated
sample
xB
xS
concentração
ANÁLISE DE RESÍDUOS
SUBSTÂNCIAS AUTORIZADAS COM LMRs ESTABELECIDOS
sinal
CC
CC
1,64
1,64DP
MRL / MPL
Containing
sample
Blank
sample
xB
concentração
Contaminated
sample
xLP
xS
ETAPAS ENVOLVENDO PREPARAÇÃO DA
SOLUÇÃO DE REFERÊNCIA ELEMENTAR
pesagem
pipetagem
diluição
resultado
VERIFICAÇÃO DE PROBLEMAS - INCERTEZAS
diagrama de causas e efeitos (diagrama de espinha de peixe)
Pessoal
método
qualificação
treinamento
Validação
adequação
Contaminação
padronização
Manutenção
calibração
Reagentes
Equipamentos
Desvio do resultado
analítico
CARTAS DE CONTROLE DE QUALIDADE
A ISOP 8258 – 6 (seção 4) recomenda o uso de
cartas de controle de Shewhart e CUSUM para a
validação da estabilidade dos resultados dentro
de um laboratório.
Permitem avaliar se há reagentes contaminados,
se o gás carreador está impuro, condições
instrumentais alteradas etc. e detecta mudanças
sistemáticas e verificação da exatidão.
CARTAS DE CONTROLE DE Shewhart

São uma extensão de uma curva de distribuição
normal

Amostra controle é analisada durante um período
anterior ao uso do método.

Resultados (mínimo de vinte) são plotados

Linha central é o valor verdadeiro (valor médio pode
representar o valor real )

Desvios padrão – calculo dos limites de controle e os
limites de atenção
CARTA CONTROLE DE SHEWHART
Linha de ação
2S
95,5%
99,7%
Região de atenção
X
2S
3S
nº serie
Região de controle
CARTAS DE CONTROLE DE Shewhart
não se pode apenas procurar as situações fora da região de controle,
mas verificar a progressão geral dos valores fornecidos.
CRITÉRIOS PARA DETECTAR SITUAÇÕES FORA DO CONTROLE:

um único valor acima do “limite de controle”

dez valores consecutivos todos acima iou abaixo da linha central

sete valores consecutivos com tendência crescente ou decrescente

dois de três valores consecutivos fora da “linha de aviso”
CARTA DE CONTROLE CUSUM
Requer uma maior manipulação matemática porém é
mais sensível para detectar mudanças sistemáticas no
processo.
Calcula-se o valor médio da amostra controle (k) que será
subtraído do valor médio durante a análise (Xi) e este
resultado é adicionado a soma de todas as diferenças,
incluindo seus sinais:
S1 = (X1 – k)
S2 = S1 + (X2 – k)
.
.
.
SN = Sn-1 + (Xn – k)
CARTA CONTROLE CUSUM
+2
Nº série
X
-2
NECESSIDADES
Branco
Branco reagente - para avaliação da contribuição dos reagentes na medição do sinal
amostra branco - matrizes sem analito para avaliação de possíveis interferências matriciais
 amostras reais – avaliação das respostas em análises de rotina
Material fortificado / soluções fortificadas – estudo da recuperação
Padrões – utilizado nos métodos comparativos como referência e em calibrações
Material de Referência – materiais ou substãncias com um ou mais valores de propriedades bem
estabelecidos
Material de Referência Certificado – material de referência acompanhado de certificados que
estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata
da unidade na qual o valor certificado é acompanhado por
uma incerteza para um nível de confiança estabelecido
 Equipamentos
verificados
 calibrados/qualificados/validados
 procedimento sistemático de controle interno da qualidade analítica dos resultados
NECESSIDADES
Disponibilidade
Sensibilidade
Precisão
Rapidez
Custo
Experiência do analista
OBRIGADO!
[email protected]
Download

Resultados analíticos