23/08/2011 Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 1) Introdução Biologia A fisiologia vegetal é a parte da biologia que estuda o funcionamento do organismo das plantas, que inclui: a nutrição vegetal, o crescimento, a ação dos hormônios vegetais e a floração. Tema: Fisiologia Vegetal Marcos Vinícius Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal 2) Nutrição Vegetal I) Elementos químicos essenciais às plantas I) Elementos químicos essenciais às plantas Macronutrientes: Elementos químicos necessários em quantidades relativamente grandes. Micronutrientes: Elementos químicos necessários em pequenas quantidades. Macronutrientes Macronutrientes Micronutrientes C, H, O, N, P (são os principais constituintes das moléculas orgânicas) Ca (constituição da lamela média) K (regulador da pressão osmótica no interior da célula vegetal) Mg (componente da clorofila) Hidrogênio (H) Cloro (Cl) Carbono (C) Ferro (Fe) Oxigênio (O) Boro (B) Micronutrientes Nitrogênio (N) Manganês (Mn) Fósforo (P) Sódio (Na) Cálcio (Ca) Zinco (Zn) Na, Cl, Cu, Zn, Fe, Bo, etc. Atuam como co-fatores de enzimas Necessários em quantidades pequenas Magnésio (Mg) Cobre (Cu) Potássio (K) Níquel (Ni) Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal 2) Nutrição Vegetal II) Correção de solos deficientes em nutrientes III) Absorção de água e sais pelas raízes Simplasto Adição de Adubos orgânicos o Restos de alimentos o Restos vegetais o Fezes de animais No processo de decomposição biológica (microrganismos) ocorre a liberação de elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas. Adição de Adubos químicos o Contém sais minerais com os seguintes macronutrientes: N, P, K Obs.: A adubação excessiva pode causar a contaminação de lagos e rios, morte de animais, e possíveis problemas à saúde humana. Calagem: aplica-se carbonato de cálcio (CaCO3) para a correção de solos ácidos (ricos em Al). Local de absorção nas raízes: zona pilífera Após atravessar a epiderme: Apoplasto A água se locomove em direção ao xilema (Região central da raíz) via: a) Simplasto: passando por dentro das células via plasmodesmos. a) Apoplasto: passando entre as células Ao chegar na endoderme: Células contém estrias de Caspary (suberina) o Ocorre a seleção dos sais minerais que entram no xilema o Regulação da quantidade de água que pode entrar para dentro do xilema. 1 23/08/2011 Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal 2) Nutrição Vegetal IV) Condução da seiva Bruta IV) Condução da seiva Bruta Sentido de condução da seiva bruta: raízes folhas Como a água sobe até as folhas? Teorias existentes I. Pressão positiva da raiz (contribui, mas não explica). o Transporte ativo de sais minerais para dentro do xilema (+). o Água penetra do solo para o xilema por osmose. o Problema: nem todas as plantas possuem esta característica. II. Capilaridade (contribui, mas não explica). o As moléculas de água são capazes de subir espontaneamente em um tubo de pequeno calibre. o Ocorre adesão entre moléculas de água e o tubo e também ligações de hidrogênio entre as moléculas de água. o A água sobe até a força de adesão se igualar a força gravitacional. o Problema: o máximo que a água pode alcançar é meio metro de altura. Pressão positiva da raiz Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal III. Teoria da tensão-coesão (Teoria de Dixon) Teoria mais aceita atualmente A seiva bruta é levada desde as raízes até as folhas devido, fundamentalmente, à transpiração dasTranspiração folhas. I. Ocorre transpiração Foliar II. Aumentam a pressão osmótica retirada de água de células vizinhas; III. A pressão dentro do xilema das folhas diminui; IV. Ocorre fluxo de água no sentido: caule folhas V. A pressão dentro do xilema do caule diminui VI. Ocorre o fluxo de água no sentido: raiz caule VII. A coesão entre as moléculas de água e a tensão existente na coluna de água no xilema permitem a subida da água desde a raiz até as folhas 160m de altura. Luminosidade Estimula a abertura dos estômatos Maioria das plantas (abrem estômatos durante o dia) e os fecham (à noite) Dia luz fotossíntese abertura dos estômatos trocas gasosas O fechamento dos estômatos à noite diminui sensivelmente a perda de água por transpiração. O O2 acumulado no mesófilo para a respiração geralmente dura a noite toda. Baixas concentrações de CO2 Estômatos abrem Altas concentrações de CO2 Estômatos se fecham Pouca água no solo estômatos se fecham Muita água no solo estômatos abrem a) Trocas gasosas via estômatos Quando começa a faltar água na folha, uma substância chamada Ácido Abscísico penetra nas células-guardas e provoca a saída de potássio, fazendo com que o turgor das células diminua e os estômatos se 2) Nutrição fechem. IssoVegetal ocorre mesmo que haja luz disponível para a fotossintese e que a concetração V) Nutrição orgânica das plantasde CO2 no mesófilo esteja baixa. Fisiologia Vegetal Células-guardas Flácidas Adaptação à fotossíntese Disponibilidade de água Plantas: autotróficas Produzem sua própria matéria orgânica por meio da fotossíntese CO2 + H2O + Luz C6H12O6 + O2 Células-guardas Túrgidas Concentração de gás carbônico (CO2) Se ocorre acúmulo de CO2 no mesófilo, isso provavelmente significa que esse gás está sendo pouco utilizado, sinalizando que os estômatos devem ser fechados. c) Nutrição orgânica das plantas O2 2) Nutrição Vegetal Fatores que determinam a abertura dos estômatos: V) Estômato – a maior taxa de transpiração ocorre pela chamada transpiração estomatar, ou seja, quando os estômatos se abrem para que a planta possa absorver o gás carbônico necessário à fotossíntese. CO2 o Estruturas Duas células guarda (fotossintetizantes) Células subsidiárias (ao redor das cel. guarda) Ostiolo (abertura) entre as cel. guarda Fisiologia Vegetal b) Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal IV) Condução da seiva Bruta a) Capilaridade Adaptação à economia hídrica Abertura – Na presença de Luz ou baixas cncentrações de CO2 Entrada de K+ Água entra nas células guarda Células guarda tornam-se túrgidas Promove a abertura do ostíolo Fechamento – Na ausência de Luz ou altas concentrações de CO2 Saída de K+ Água sai das células guarda Células guarda tornam-se plasmolizadas Ocorre o fechamento do ostiolo 2 23/08/2011 Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal Relação entre Fotossíntese e respiração Relação entre Fotossíntese e respiração A planta utiliza parte dos produtos da fotossíntese como fonte de energia para o funcionamento de suas células; Respiração celular Durante o dia,a planta faz fotossíntese, consumindo o CO2 e produzindo O2 cuja maior parte é eliminada para a atmosfera através dos estômatos. Ao mesmo tempo em que faz fotossíntese, a planta também respira, nesse processo ela só utiliza parte do O2 que está sendo produzido na fotossíntese. Ao respirar libera CO2, imediatamente utilizado para a fotossíntese. À noite, ela deixa de fazer a fotossíntese, mas não de respirar, absorvendo o O2acumulando no mesófilo e produzindo CO2 pela respiração, esse gás é rapidamente consumido pela fotossíntese, logo que amanhece. Sob determinada intensidade luminosa, as taxas de fotossíntese e respiração se equivalem, de modo que a planta não trocas gasosas com o meio Orealiza Ponto de Compensação Luminosa ambiente. varia nas diferentes plantas. Todo O2 liberado na fotossíntese é Espécies com pontos elevados só utilizado na respiração, e todo CO2 conseguem viver em locais alta na produzido na respiração, é com utilizado luminosidade (Plantas Heliófilas). fotossíntese. Espécies com pontos baixosem necessitam A intensidade luminosa que isso de ocorre intensidades menores de de luzponto e vivem é chamado de compensação luminosa (ou(Plantas ponto de em ambientes sombreados compensação fótica); Umbrófilas ou Plantas de sombras) Para poder crescer, as plantas precisam receber, pelo menos algumas horas por dia, intensidade de luz superior ao seu ponto de compensação luminosa, caso contrário, não haverá matéria orgânica disponível para o crescimento. Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 2) Nutrição Vegetal VI) Condução de seiva elaborada 2) Nutrição Vegetal Transpiração Teoria mais aceita: Hipótese do fluxo por pressão Ou Hipótese do desequilíbrio osmótico ou Hipótese do Fluxo em massa. VI) Condução de seiva elaborada Experimento do fluxo de massa Nesse modelo, a bolsa A com a solução de sacarose representa a fonte de substâncias orgânicas, isto é, as células produtoras de glicídios. A bolsa B, inicialmente com água pura, representa células consumidoras como as das extremidades de uma raiz por exemplo. O tubo que liga as bolsas representa os elementos condutores do floema. O fluxo de líquido de A para B continua até que as concentrações de sacarose se igualem, nas duas bolsas. Na planta viva isso nunca ocorre, pois as células consumidoras utilizam continuamente os glicídios que recebem. Como a matéria orgânica se movimenta no floema? Folhas (órgãos fonte) o Floema possui maior concentração de Fonte (folhas) matériaoorgânica. Então, que faz com que a água Raízes (órgãos dreno) se movimente no interior do o Floema possui menor concentração de matéria orgânica é a diferença de floema osmótica A águapressão passa do xilema para o floema,existente onde existe maior concentração de matéria (osmose) entre o órgão fonteorgânica (folhas) eo (raízes) Ao atingir o floemadreno a água empurra as moléculas orgânicas para o seu destino onde serão assimiladas Xilema Floema Dreno (raízes) Fisiologia Vegetal Anel de Malpighi - Um experimento clássico conhecido como Anel de Malpighi que consiste em retirar um anel da casca de uma árvore contém periderme, parânquima e Floema. A retirada do Anel de Malpighi rompe a continuidade do floema e causa o acúmulo de substâncias orgânicas acima do corte, provocando um inchaço na região, que pode ser notado umas semanas depois da operação. Uma árvore da qual se retira o anel de casca acaba por morrer por falta de substâncias orgânicas para a nutrição das raízes. Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Também chamados de fitormônios. Regulam o funcionamento fisiológico das plantas (Controle da Divisão, do crescimento e da diferenciação celular). São cinco hormônios vegetais: Auxinas, Citocininas, Etileno, Giberelinas e Ácido Abscísico. Auxina Ácido Indolacético (AIA) Descoberta por Charles Darwin (1881) Local de produção: gema apical do caule, folhas jovens, frutos e sementes Funções: I) Enrraizamento de estacas (mudas); II) Estimula o Alongamento celular ; III) Promove o desenvolvimento da raiz e do caule; IV) Atua nos Tropismos (Movimentos vegetais); V) Atua na Dominância Apical; VI) Desenvolvimento dos frutos 3 23/08/2011 Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Auxina - II) Desenvolvimento de raiz e caule Auxina I) Enraizamento de estacas Por estímulo da auxina, raízes adventícias podem surgir a partir de estacas (mudas). II) Desenvolvimento de raiz e caule Raiz, mais sensível a auxina que o caule Uma concentração que induza o crescimento ótimo do caule, tem efeito inibidor sobre o crescimento da raiz. Concentrações de auxinas (AIA) que induzem o crescimento “ótimo” do caule, tem efeito fortemente inibidor sobre o crescimento da raIz. Por outro lado, concentrações de auxinas ótimas para o crescimento da raiz são suficiente para produzir efeitos no caule. Fisiologia Vegetal SENSIBILIDADE AIA CAULExRAIZ Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Auxina I) Alongamento celular Auxinas estimulam Membrana plasmática Parede celular Parede celular Expansão da parede celular Proteína bombeadora de H+ Molécula de celulose Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Auxina III) Tropismos As auxinas controlam os tropismos: movimentos de curvatura da planta em resposta a um determinado estímulo. Molécula de celulose sofrem alongamento Alongamento celular Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais i. Fototropismo Caule: O excesso de auxina estimula o alongamento celular (fototropismo positivo) Raiz: O excesso de auxina inibe o alongamento celular (fototropismo negativo) luz i. Expansinas luz ↑ auxina ↑ alongamento luz Fototropismo Tipo de tropismo em que a fonte estimuladora do movimento da planta é a luz. Quando a planta é iluminada a auxina migra para o lado oposto ao da luz Caule Caule Fototropismo (+) Raiz Auxina Raiz Fototropismo (-) ↓auxina ↑alongamento 4 23/08/2011 Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais i. Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais Fototropismo ii. Caule: O excesso de auxina estimula o alongamento celular (fototropismo positivo) Raiz: O excesso de auxina inibe o alongamento celular (fototropismo negativo) Gravitropismo (Geotropismo) Tipo de tropismo em que a fonte estimuladora do movimento é a força gravitacional Caule: gravitropismo negativo Raiz: gravitropismo positivo Planta em posição horizontal Raiz raiz ↓auxina ↑alongamento caule Caule ↑auxina ↑alongamento Força da gravidade faz com que a auxina se acumule na região inferior da planta. Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais ii. Gravitropismo (Geotropismo) Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais Obs.: Nastismos / Tigmotropismo Movimentos que ocorrem em resposta a um estímulo táctil, mas que não são orientados pela fonte estimuladora. Não há participação de Auxina Esse movimento se deve à perda de água de pequenos órgãos (pulvinos) situados na base dos folíolos e da folha. Ex: Plantas insetívoras (carnívoras) e sensitivas. Tipo de tropismo em que a fonte estimuladora do movimento é a força gravitacional Caule: gravitropismo negativo Raiz: gravitropismo positivo Planta carnívora (Dioneia) Ela se fecha quando um inseto pousa em sua folha. Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais a) Auxina IV) Dominância Apical A auxina produzida na gema apical do caule exerce inibição sobre as gemas laterais, mantendo-as em estado de dormência. Se a gema apical for retirada (técnica de poda) as gemas laterais passam a se desenvolver e novos ramos se desenvolvem. Planta sensitiva Mimosa pudica Quando tocadas fechamse e as folhas inclinam-se. Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais b) Citocinina Local de produção: Desconhecido (acredita-se ser nas extremidades das Raizes) Funções na planta I. Estimula a divisão celular II. Estimula a morfogênese (diferenciação dos tecidos da planta) III. Estimula o alongamento caulinar IV. Promove o retardo do envelhecimento da planta (senescência) V. Quebra a dominância apical e promove o desenvolvimento das gemas laterais. OBS: Uma prática comum no comércio de plantas é pulverizar citocininas sobre flores recém-colhidas, para retardar seu envelhecimento. Auxina e citocinina têm efeito antagônicos no controle da dominância apical. Auxinas “descem” pelo caule e inibem o desenvolvimento das gemas laterais, enquanto citocininas provenientes das raízes estimulam as gemas a se desenvolver. Quando a gema apical é removida, a ação das auxinas cessa e as citocininas promovem o desenvolvimento das gemas laterais. 5 23/08/2011 Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 3) Hormônios Vegetais 3) Hormônios Vegetais c) Etileno (Gás Eteno – C2H4) d) Giberelina Local de produção: Diversas partes da planta. Funções na planta I. Promove a germinação em plantas jovens; II. Promove o amadurecimento dos frutos III. Promove o envelhecimento celular (senescência) IV. Estimula a floração V. Promove a abscisão foliar (queda das folhas) No cultivo de banana é comum realizar a queima da serragem, pois há liberação do gás etileno Etileno promove o amadurecimento do fruto. I. II. III. IV. Promove o crescimento dos frutos partenocárpicos Promove o alongamento caulinar Realiza a mobilização das reservas da semente para o embrião Quebra a dormência em sementes e gemas (primavera) Desenvolvimento de frutos partenocárpicos (sem fecundação). Etileno promove a queda das folhas (abscisão foliar) Germinação das sementes Fisiologia Vegetal Fisiologia Vegetal 4) Fotoperiodismo 3) Hormônios Vegetais Muitos botânicos tem vindo a explorar a floração das plantas superiores. Esta está relacionada com a duração relativa do dia natural e da noite, denominando-se fotoperíodo o número de horas de iluminação diária. (Ex: germinação de sementes - e controlada pelo fotoperíodo, ocorrendo em momentos específicos do ano.). Fotoperíodo crítico: (FPC) e) Ácido abscísico (ABA) I. II. III. Promove a dormência em gemas e sementes (inverno) Promove o fechamento estomático (falta de água no solo) Induz o envelhecimento de folhas, frutos e flores. Valor em horas de iluminação que determina a floração ou não de uma planta. O fotoperíodo crítico é específico de cada espécie. I. Plantas de dia-curto: espécies que florescem somente quando o período escuro do dia torna-se maior, ou seja quando as noites são longas e os dias são curtos (inicio da Primavera). Ex.: Morangueiro, Macieira, Crisântamo, Orquídeas. II. Plantas de dia-longo: espécies que florescem somente quando o período escuro do dia torna-se menor, ou seja quando as noites são curtas e os dias são longos. (Verão e Primavera). Ex.: íris, alface, rabanete, milho, trigo e o espinafre. Sementes dormentes no período do inverno por ação do ácido abscísico III. Plantas indiferentes: A floração não depende do fotoperíodo. São tolerantes em relação ao fotoperíodo pelo que florescem em qualquer época. Ex.: Cravo, feijão, tomate. Fisiologia Vegetal 4) Fotoperiodismo Verão Dia a) Plantas de dia-curto 16 hs Fisiologia Vegetal Inverno Noite 8 hs Dia 8 hs 4) Fotoperiodismo Noite 16 hs Fotoperíodo crítico da espécie = 11 hs Verão Dia a) Plantas de dia-longo 16 hs Inverno Noite Dia Noite 8 hs 8 hs 16 hs Fotoperíodo crítico da espécie = 15 hs Floresce quando submetida a um período de luminosidade inferior ao seu fotoperíodo crítico. Floresce quando submetida a um período de luminosidade superior ao seu fotoperíodo crítico. Exemplo: Crisântamo. Exemplo: a Íris Não floresce Floresce floresce Não Floresce 6 23/08/2011 Fisiologia Vegetal 4) Fotoperiodismo Fisiologia Vegetal 5) Aplicação das fito-hormônios para fins econômicos. Através de variadas experiências pôde-se concluir, na década de 40 do século XX que o que controlava a floração era a duração do período de obscuridade pelo que: As plantas de dia longo passaram a ser chamadas de plantas de noite curta. (necessitam de uma “noite curta” para florescer) Se houver luz breve num período de obscuridade, as plantas de noite curta podem florescer no Inverno. As plantas de dia curto passarem a ser chamadas de plantas de noite longa. (necessitam de uma “noite longa” para florescer) Se interrompermos o período de obscuridade numa planta de noite longa antes de ter atingido o período critico, a floração fica inibida, pois na verdade ela necessita é de uma “noite longa” contínua. Devido as propriedades descobertas pelos botânicos a nível bioquímico, nos fitohormônios, seguiu-se um estudo sobre estes compostos orgânicos e de que eles eram constituídos. Estes compostos orgânicos serviram para sintetizar substâncias quimicamente idênticas aos diversos hormônios vegetais, logo com os mesmos efeitos que eles. Estas substâncias são reguladores de crescimento e utilizadas em variados setores ligados à produção, armazenamento e distribuição de alimentos de natureza vegetal. Os hormônios sintéticos são aplicadas, tendo em conta a sua ação, no sentido de maior produtividade e de maiores lucros. Fisiologia Vegetal 5) Aplicação das fito-hormônios para fins econômicos. Etileno - Algumas funções: • Incita a floração em plantações, por exemplo, a abóbora. • Faz com que os frutos que são colhidos ainda verdes amadureçam (estes são conservados numa atmosfera rica em dióxido de carbono e a uma temperatura próxima da congelação). Auxinas - Algumas funções: • Impossibilitam a produção de gomos laterais. (ex. batata, são chamados de “olhos”.) • Controlam a formação de raízes em estacas e um floração e frutificação uniforme nos pomares. • Suprimem o desenvolvimento de ervas daninhas em culturas de cereais (monda química). Giberelinas - Algumas funções: • Fazem com que a floração de algumas plantas ornamentais progrida mais rapidamente. • Controlam o tamanho dos caules. • Estimulam a germinação de sementes. (Ex. cereais) • Aumentam o tamanho e a separação das bagas nos cachos de uva. Fisiologia Vegetal 5) Aplicação das fito-hormônios para fins econômicos. • • • • • • A síntese destes hormônios veio dar asa a uma nova fase a nível econômico pois foi possível a produção de alimentos vegetais para alimentação e ornamentação mesmo não havendo clima propício para tal. No entanto a utilização deste químicos em excesso torna-se nociva á saúde, não só na sua produção como também na aplicação. Exemplo Durante a guerra do Vietnam e foram utilizadas diversos hormônios para diminuir a densidade da folhagem, os chamados desfolhantes. Como resultado desta utilização não só surgiram problemas ambientais (perda da floresta tropical) como também problemas de saúde como cancro, nascimento de crianças com deficiências e leucemia. O uso destes produtos foi proibido no ano de 1977. Este exemplo é mais um que nos demonstra a necessidade de toda a tecnologia ser testada devidamente antes de aplicada ao mundo real. Fisiologia Vegetal A) A que conclusões o experimento permite chegar? Exercícios B) Seria o dia ou a noite que realmente interfere na floração? 7 23/08/2011 Unicamp 99 Unicamp 2000 Sabe-se que uma planta daninha de nome “striga”, com folhas largas e nervuras peninérveas, invasora de culturas de milho, arroz, cana e de muitas outras espécies de gramíneas na Ásia e na África, é a nova dor de cabeça dos técnicos agrícolas no Brasil. Sabe-se também que algumas auxinas sintéticas são usadas como herbicidas porque são capazes de eliminar dicotiledôneas e não agem sobre monocotiledôneas. A transpiração é importante para o vegetal por auxiliar no movimento de ascensão da água através do caule. A transpiração nas folhas cria uma força de sucção sobre a coluna contínua de água do xilema: à medida que esta se eleva, mais água é fornecida à planta. a) Indique a estrutura que permite a transpiração na folha e a que permite a entrada de água na raiz. a) Qual seria o resultado da aplicação de um desses herbicidas no combate à “striga” invasora em um canavial? E em uma plantação de tomates? Explique sua resposta. A “striga” e os tomateiros morreriam porque são dicotiledôneas. No canavial só morreria a “striga” porque a cana é monocotiledônea. Estômatos (folhas) e pêlos absorventes (raiz) b) Mencione duas maneiras pelas quais as plantas evitam a transpiração. Fechando os estômatos e produzindo camada de cutícula sobre a epiderme foliar. b) Indique uma auxina natural e mencione uma de suas funções na planta. Ácido Indolacético (AIA) 1) Alongamento Celular 2) Tropismos 3) Enraizamento de estacas 4) Dominância Apical 5) Desenvolvimento do caule e da raiz Unicamp 2000 c) Se a transpiração é importante, por que a planta apresenta mecanismos para evitá-la? Pois pela transpiração a planta perde água que é fundamental para a ocorrência dos processos metabólicos no organismo vegetal. Unicamp 2002 Uma alteração climática muito noticiada é o “efeito estufa”, que se atribui ao aumento da concentração de gases como o CO2 na atmosfera. Segundo algumas previsões, esse fenômeno poderá causar um aumento de 3 °C na temperatura média do planeta nos próximos 100 anos. A figura abaixo mostra o crescimento relativo de duas espécies de plantas em função da temperatura ambiente. Uma alteração climática muito noticiada é o “efeito estufa”, que se atribui ao aumento da concentração de gases como o CO2 na atmosfera. Segundo algumas previsões, esse fenômeno poderá causar um aumento de 3 °C na temperatura média do planeta nos próximos 100 anos. A figura abaixo mostra o crescimento relativo de duas espécies de plantas em função da temperatura ambiente. a) Em um local com temperatura média de 20 °C convivem as espécies A e B. Qual das duas espécies seria beneficiada pelo aumento previsto de temperatura? Explique. c) A escassez de água no solo afeta negativamente o crescimento da planta. Por quê? Espécie A, pois em 20ºC esta espécie possui o crescimento ótimo e acima dessa temperatura sua taxa de crescimento decresce, ao contrário da planta B que a partir de 20ºC passa a ter uma maior taxa de crescimento relativo. Com pouca disponibilidade de água no solo as plantas necessitam fechar estômatos para evitar a desidratação, logo o CO2 não entra na folha e o processo fotossintético permanece interrompido. Unicamp 2003 Um agricultor decidiu produzir flores em sua propriedade, localizada perto da cidade de Fortaleza (CE). Devido à sua proximidade com a linha do Equador, nesta cidade os dias mais longos do ano (janeiro) são de 12:30 horas de luz, e os mais curtos (julho) são de 11:30 horas de luz. O agricultor tem dúvida sobre qual flor deve cultivar: uma variedade de crisântemo, que é uma planta de dia curto e tem um fotoperíodo crítico de 12:30 horas, ou uma variedade de “brinco de princesa” (Fucsia sp.), que é planta de dia longo e tem fotoperíodo crítico de 13:00 horas. a) Qual espécie de planta o agricultor deveria escolher? Justifique. Crisântemo, pois requer fotoperíodo diário menor que12:30 horas o que é vantajoso pois nos períodos de dia curto em Fortaleza esta espécie florescerá. No caso do “brinco de princesa”, não ocorrerá a floração, que neste caso depende de, no mínimo, 13 horas diárias de luz. b) Com relação á floração, o que aconteceria com a espécie de dia curto (crisântemo) se fosse dado um período de 15 minutos de luz artificial no meio da noite (“flash de luz”) ? Explique. A planta não floresceria, porque o controle da floração depende da existência de períodos contínuos de escuridão. 8