UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Carmen Carolina Ferreira da Silva Alves
Claudiene do Socorro de Sousa Rabelo
Fabio Yoshinobu Maruoka
IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA
EM MULHERES DE 40 A 70 ANOS NA CIDADE DE BELÉM-PA
BELÉM – PA
2009
Carmen Carolina Ferreira da Silva Alves
Claudiene do Socorro de Sousa Rabelo
Fabio Yoshinobu Maruoka
IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA
EM MULHERES DE 40 A 70 ANOS NA CIDADE DE BELÉM-PA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Fisioterapia do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade da Amazônia, como requisito
para obtenção do grau em Bacharel em
Fisioterapia.
Orientadora: Professora fisioterapeuta Cibele
Nazaré da Silva Câmara.
BELÉM – PA
2009
A474i
Alves, Carmen Carolina da Silva
Impacto da incontinência urinária na qualidade de vida em
mulheres de 40 a 70 anos na cidade de Belém - Pa / Carmen
Carolina da Silva Alves, Claudiene do Socorro de Sousa
Rabelo, Fabio Yoshinobu Maruoka. -- Belém, 2009.
147 f.
Trabalho de Conclusão de Curso -- (Graduação)
Universidade da Amazônia. Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, curso de Fisioterapia
Orientadora: Prof. Msc. Cibele Nazaré da Silva Câmara
1. Incontinência Urinária. 2. Qualidade de vida. 3.
Assoalho pélvico. 4. Epidemiologia. 5. Rabelo, Claudiene do
Socorro de Sousa. 6. Maruoka, Fabio Yoshinobu. I. Título
CDD 616.63
Carmen Carolina Ferreira da Silva Alves
Claudiene do Socorro de Sousa Rabelo
Fabio Yoshinobu Maruoka
IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA
EM MULHERES DE 40 A 70 ANOS NA CIDADE DE BELÉM-PA
Trabalho de conclusão do curso apresentado
para a obtenção do grau de Bacharel em
Fisioterapia.
Banca Examinadora
___________________________________________________________
Profª. Ms. Cibele Nazaré da Silva Câmara
Orientadora
____________________________________________________________
Profª. Denise da Silva Pinto
____________________________________________________________
Profª. Iranete Corpes Oliveira França
Apresentado em:
/
/
Conceito:
BELÉM – PA
2009
Agradecemos e dedicamos a todos que
participaram no desenvolvimento e conclusão
desta pesquisa, principalmente a CIBELE
NAZARÉ DA SILVA CÂMARA pelo carinho
e dedicação com que nos orientou e as
mulheres voluntárias que depositaram sua
confiança nesta pesquisa e a nós CARMEN
CAROLINA
DA
SILVA
ALVES,
CLAUDIENE DO SOCORRO DE SOUSA
RABELO
e
FABIO
YOSHINOBU
MARUOKA pelos quatro anos de cooperação,
estudando e construindo juntos uma grande
amizade.
Carmen Carolina da Silva Alves
Claudiene do Socorro de Sousa Rabelo
Fabio Yoshinobu Maruoka
A Deus, onde encontro forças todos os dias
para continuar me dedicando a esta profissão, a
minha avó CARMEN MARINHO por me
incentivar e me ajudar a superar os obstáculos
a meus pais MARIA ANTÔNIA e LUÍZ
MENDES que me apóiam e me amam, a meu
marido NEYANDERSON ALVES e meu filho
ARTHUR ALVES pela compreensão dos
momentos de ausência.
Carmen Carolina da Silva Alves
A Deus, onde sempre encontro forças para
continuar a cada dia, a minha família pelo
apoio e principalmente a meus pais
AGERNOR e ELZA MARIA RABELO por
acreditarem,confiarem e investirem em meus
estudos me incentivando e motivando nos
momentos mais difíceis desta caminhada.
Muito obrigada.
Claudiene do Socorro de Sousa Rabelo
A Deus, Tenriô-no-Mikoto, pela graça que me
proporciona todos os dias, concedendo todo o
necessário para a minha vida, a meus queridos
pais Yoshio Maruoka e Kuniko Maruoka pela
paciência e dedicação que tiveram comigo e
por ter me ajudado nas minhas dificuldades, a
minha amada esposa Sanae Hasegawa
Maruoka que sempre me acompanhou,
incentivou, confiou e fez o possível para me
ajudar nesta jornada. Muito Obrigado!
Fabio Yoshinobu Maruoka
Quando aprendemos a usar a inteligência e a
bondade ou afeto em conjunto, todos os atos
humanos passam a ser construtivos.
(Dalai Lama)
RESUMO
Alves, C. C. S.; Maruoka, F. Y.; Rabelo, C. S. S. Impacto da Incontinência Urinária na
Qualidade de Vida em Mulheres de 40 a 70 Anos na Cidade de Belém-Pa. Universidade da
Amazônia. Belém, Pará, 2009.
A presente pesquisa tem como objetivo, analisar o impacto da incontinência urinária (IU) na
qualidade de vida em mulheres de 40 a 70 anos na cidade de Belém-Pa. O estudo é do tipo
observacional transversal de inquérito, realizada em amostra intencional, no ambulatório da
Clinica Escola de Fisioterapia (Fisioclínica). Participaram da pesquisa todas que se
enquadraram nos critérios de inclusão, aceitaram e assinaram como voluntárias sua
participação, através do Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE. Foram avaliadas
individualmente por meio de um questionário King’s Health Questionnaire (KHQ) de
qualidade de vida na incontinência urinária da mulher, realizado na forma de entrevista pelos
pesquisadores, o qual contém oito domínios que são: percepção geral de saúde, impacto da
incontinência, limitações de atividades diárias, limitações físicas e sociais, relações pessoais,
emoções sono e disposição e medidas de gravidade, atribuídos valores numéricos, somados e
avaliados por domínios, cujos escores variam de 0 a 100, onde o valor maior da pontuação
significa uma pior qualidade de vida. Foi utilizado o pacote estatístico BioEstat 6.0 e a
planilha eletrônica Microsoft Office Excel. Para o teste estatístico, foi utilizada a Correlação
Linear de Pearson para variáveis dependentes (domínios do KHQ) e independentes (domínios
do KHQ). Ficando previamente estabelecido 95% como nível de significância e Alfa = 0,05
como nível de decisão para rejeição da hipótese de nulidade. A pesquisa demonstrou
correlação entre os domínios, se destacando os domínios emoções, limitações das atividades
diárias, limitações físicas e sociais, sendo significante em relação à QV dessas mulheres
descritos no KHQ. Em conclusão, a IU como vista nesta pesquisa, apresentou grande
influência sobre a qualidade de vida das mulheres entrevistadas, demonstrando que o impacto
da IU foi o fator mais importante entre essas mulheres.
PALAVRAS - CHAVE: Incontinência urinária, King’s Health Questionnaire, qualidade de vida.
ABSTRACT
Alves, C. C. S.; Maruoka, F. Y.; Rabelo, C. S. S. Impact of Urinary Incontinence on Quality of
Life in Women 40 to 70 years in the City of Belém-Pa.. Universidade da Amazônia. Belém,
Pará, 2009.
This research aims to examine the impact of urinary incontinence (UI) on quality of life in
women 40 to 70 years in the city of Belém-Pa. The study is a cross-sectional observational
survey inquiry, conducted in an intentional sample, in the clinical School of Physiotherapy
(Fisioclínica). Participated in the survey all womans fit on the criteria for inclusion,
accepted and signed as volunteers to participate, through the Free and Informed Consent
Term - FICT. Were evaluated individually using a questionnaire King's Health Questionnaire
(KHQ)of quality of life urinary incontinence in women, in the form of interviews conducted by
researchers, which contains eight domains are: perception of general health, impact of
incontinence, limitations daily activities, physical and social limitations, personal
relationships, emotions and sleep and available measures of severity, assigned numerical
values, added together and evaluated by fields, whose scores range from 0 to 100, where the
greater the score means a worse quality of life. We used the statistical package BioEstat 6.0
and Microsoft Office Excel spreadsheet. For the statistical test, we used the linear correlation
of Pearson for variables dependent (domains of KHQ) and independent (of the KHQ
domains). Has established a level of alpha significance of 95% as o level of significance and
alpha = 0.05 for level of decision as to rejection of the null hypothesis. The study showed
correlation between the areas, highlighting the areas where emotions, limitations in daily
activities, physical limitations and social and is significant in relation to the QOL of women
described in the KHQ. In conclusion, the UI as seen in this study, showed great influence on
the quality of life of women interviewed, showing that the impact of UI was the most
important among these women.
KEYWORD: Urinary incontinence, King's Health Questionnaire, quality of life.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1:
Anatomia do assoalho pélvico ...............................................................
19
Ilustração 2:
Representação dos trígonos
21
Ilustração 3:
Músculos do trígono urogenital e do trígono anal
Ilustração 4:
Inervação da musculatura do assoalho pélvico
Ilustração 5:
Inervação do assoalho pélvico ...............................................................
23
Ilustração 6:
Processo de continência ........................................................................
24
..................................................................
................................
21
...................................... 22
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Quanto você acha que seu problema de bexiga afeta sua vida
.................... 39
Gráfico 2: Freqüência (Ir ao banheiro para urinar muitas vezes) .................................. 39
Gráfico 3: Incontinência urinaria aos esforços
Gráfico 4: Medida de gravidade
............................................................. 40
................................................................................... 40
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Valores dos escores obtidos (Média, Mediana, Desvio-padrão, Q25-Q75,
Mínimo e Máximo) da correlação linear entre os domínios do KHQ. .............................. 41
Tabela 2:
Associação linear dos scores obtidos entre os domínios do KHQ ............... 41
LISTA DE SIGLAS
AVD´s – Atividades da Vida Diária
BH – Bexiga Hiperativa.
CEP – Comitê de Ética e Pesquisa
FISIOCLÍNICA – Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia
ICS – International Continence Society
IU – Incontinência Urinária
IUE – Incontinência Urinária de Esforço
ICS – Sociedade Internacional de Continência
KHQ – King’s Health Questionnaire
QV – Qualidade de Vida
SUPES – Superintendência de Pesquisa
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
15
2 OBJETIVOS
18
2.1 OBJETIVO GERAL:
18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
18
3 REFERENCIAL TEÓRICO
19
3.1 ANATOMIA DO ASSOALHO PÉLVICO
19
3.2 INCONTINÊNCIA URINÁRIA (IU)
24
3.3 QUALIDADE DE VIDA (QV)
26
3.4 MENSURAÇÃO DA QV EM PACIENTES COM IU
28
3.5 “KING’S HEALTH QUESTIONNAIRE” (KHQ)
31
4 METODOLOGIA
33
4.1 ASPECTOS GERAIS DA METODOLOGIA
33
4.2 TIPO DE ESTUDO
33
4.3 LOCAL DA PESQUISA
33
4.4 ASPECTOS ÉTICOS
34
4.5 INFORMANTES
34
4.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
34
4.7 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
34
4.8 COLETA DE DADOS
35
4.8.1 APLICAÇÃO DO KING’S HEALTH QUESTIONNAIRE
35
4.9 ANÁLISE DOS DADOS
36
4.10 MÉTODO ESTATÍSTICO
37
5 RESULTADOS
39
6 DISCUSSÃO
43
7 CONCLUSÃO
46
8 REFERÊNCIAS
47
APÊNDICE
51
APÊNDICE 1: ACEITE DO ORIENTADOR
52
APÊNDICE 2: REQUERIMENTO
53
ANEXOS
54
ANEXO 1: CERTIFICADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
55
ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
56
ANEXO 3: VERSÃO EM PORTUGUÊS DO “KING’S HEALTH QUAESTINNAIRE”
59
ANEXO 4: PONTUAÇÃO E CALCULO DO “KING’S HEALTH QUESTIONNAIRE”
61
15
1
INTRODUÇÃO
A incontinência urinaria (IU) é uma experiência que acomete milhões de pessoas de
todas as idades, principalmente as do sexo feminino, afetando a qualidade de suas vidas. Com
o aumento progressivo da expectativa de vida da população, o número de mulheres na meia
idade tende a aumentar cada vez mais, sobretudo quando a IU torna-se mais prevalente,
amiúde, haverá um número crescente de casos e, muito deles não serão diagnosticados pela
falta de busca no tratamento e por acreditarem que a IU é uma condição normal e resultado
do processo de envelhecimento e não uma doença. (HIGA; LOPES; REIS, 2008).
Aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo apresentam algum tipo de IU, o
mais freqüente tipo é a IU de esforço (IUE), definida como a queixa de perda involuntária de
urina mediante um esforço físico, espirro, tosse ou atividade física.
A International Continence Society (ICS) recentemente alterou a definição de
incontinência urinária, antes considerada como perda involuntária de urina, sendo um
problema social ou higiênico, para perda involuntária de urina que é um problema social ou
higiênico, valorizando a queixa do paciente (LOPES & HIGA, 2006).
Palma e Ricceto (1999) assinalam que existem nos Estados Unidos da América, 15
milhões de pessoas incontinentes. Considerando o fato de que muitas mulheres incontinentes
relutam em admitir seu problema, estima-se que haja, de fato, trinta milhões de pacientes
portadores de IU. Uma em cada quatro mulheres e um em cada dez homens sofre perda de
urina tão grave que resulta em problemas sociais e de higiene, mas somente um terço dessas
pessoas procura ajuda. Moreira et al. (2001) acrescenta que o problema atinge
aproximadamente 10% da população geral e é superior a 30% nas mulheres acima de sessenta
anos. Nesse enfoque, Corcos et al. (1997) calculam que o número de pacientes com IU pode
chegar a 80%. Apesar dessa alta incidência, apenas uma em cada doze mulheres procura assistência médica em razão desse problema e metade das que chegam ao médico não obtém
qualquer melhora de seus sintomas como resultado do atendimento.
Segundo Guedes e Sebben (2006) no Brasil, conforme Cunha, Barros e Siqueira (apud
Souza, 1999), encontrou-se prevalência de 28,6% de IU com pessoas idosas. Pesquisa realizada em pacientes internados em asilos e em hospital geral de Belo Horizonte, com idade
média de 72,2 anos, mostrou prevalência de IU em 48,2% dos participantes. Em estudo
prévio realizado pelo mesmo autor no ano de 2003, no município de Passo Fundo - RS com
16
idosos institucionalizados nos asilos, com média de idade de 74 anos, verificou-se que 65%
dessa população sofriam de IU.
Segundo Guccione (2002), as mulheres experimentam incontinência com uma freqüência duas vezes maior que os homens, com 15% a 30% sendo afetadas em todos os
grupos etários. Dentre as mulheres de meia-idade, a pesquisa indica que 58% reportaram
alguma perda urinária, mas apenas 25% procuraram tratamento. Dentre as mulheres não
institucionalizadas com mais de sessenta anos de idade, demonstrou-se que 37,7% sofriam de
incontinência.
É muito provável que a freqüência desse sintoma no passado tenha sido idêntica à
atual, mas, a IU era considerada inevitável, normal e sem a menor duvida, mais bem tolerada
em sociedade nas quais, a parte preponderante da população vivia em meio rural. Para
Hunskaar (1991), mais que a freqüência ou a extensão da incontinência, é o simples fato de
ser incontinente que tem um efeito mais negativo sobre a qualidade de vida (QV). (GROSSE;
SENGLER, 2002).
A IU na mulher está relacionada com alterações funcionais da bexiga e/ou uretra.
Considera-se a IU um sinal e um sintoma, não uma doença. É uma condição comum, e um
sintoma que tem implicação social, causando desconforto, vergonha, perda da autoconfiança,
e que pode ter efeito negativo na QV. (D’ANCONA, 1999).
O termo QV tem enfoque multidimensional e seu conceito é subjetivo. Apesar de
possuir muitas definições, é sabido que tem o intuito de avaliar o efeito de determinados
acontecimentos e aquisições na vida das pessoas. Entre eles, estão incluídas as condições de
saúde física, funções cognitivas, a satisfação sexual, as atividades do cotidiano, o bem-estar
emocional e a vida familiar e social. Quando esses acontecimentos estão ligados à saúde,
baseiam-se em dados mais objetivos e mensuráveis e dizem respeito ao grau de limitação e
desconforto que a doença ou sua terapêutica acarretam ao paciente e à sua vida, enfim, o
quanto o adoecer altera a QV. (AUGE et. al, 2006).
Instrumentos de avaliação específicos validados para o português são raros na
literatura nacional, sendo que até o presente momento existem poucos questionário sobre QV
em IU publicado nos bancos de dados pesquisados. Neste contexto, o King’s Health
Questionnaire (KHQ) mostrou-se confiável e válido na análise de suas propriedades
psicométricas, tendo sido validado até o ano de 2000 para sete idiomas, além de estar em
processo de validação para outros idiomas. (TAMANINI et. al.; 2003).
No estudo, optamos pelo KHQ, pois segundo Donovan (2001) é um questionário
completo, que avalia tanto o impacto da IU nos diferentes domínios da QV, como os
17
sintomas por elas percebidos. Segundo Zanatta (2003), a ICS o classifica como “altamente
recomendável”, ou nível “A”, para utilização em pesquisas clínicas, principalmente por sua
popularidade e pelo fato de já estar em uso, após processos de tradução e validação em outros
idiomas.
Mediante isto, a presente pesquisa se justifica pela necessidade de complementar os
conhecimentos já existentes referentes à incontinência urinária, principalmente nessa faixa
etária, em que comprovadamente, por inúmeros fatores, as voluntárias já apresentam,
correlacionando-a a qualidade de suas vidas.
18
2
2.1
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Analisar o impacto da incontinência urinária (IU) com a qualidade de vida (QV) em
mulheres de 40 a 70 anos na cidade de Belém.
2.2
Objetivos Específicos:
 Aplicar o “King’s Health Questionnaire”(KHQ) em mulheres entre 40 a 70 anos,
portadoras de IU;
 Verificar a correlação da IU na QV de mulheres.
19
3
3.1
REFERENCIAL TEÓRICO
Anatomia do Assoalho Pélvico
A bexiga é um órgão totalmente infraperitoneal alojado na parte anterior do espaço
pelvi-infraperitoneal. Está situada acima do assoalho pélvico, atrás da sínfise e do púbis, e na
frente do útero e da vagina. Apresenta uma fase superior, cujo ápice é anterior, e a borda
posterior estende-se entre os pontos de penetração dos ureteres, uma base triangular,
horizontal repousa sobre a parede vaginal anterior e as duas faces ínfero-laterais se encontram
na frente. (GROSSE; SENGLER, 2002).
Um órgão músculo-membranoso sacular, elástico e oco, com capacidade média de 350
a 450ml no adulto. Possui a dupla função de reservatório de urina e de proporcionar
contração eficaz para promover seu esvaziamento durante a micção. Essa função é realizada
pela musculatura lisa vesical denominada detrusor. A bexiga é dividida em corpo (onde a
urina é reservada) e colo vesical e localiza-se na parte inferior, sendo essas partes separadas
pelo orifício uretral. (SOUZA, 2004).
Ilustração 1- Anatomia do assoalho pélvico.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
20
A parede vesical é composta por três túnicas cuja espessura varia de acordo com o
estado da bexiga, sendo de 3 a 4 mm quando está cheia e de 8 a 15 mm quando está vazia. A
túnica externa é uma túnica adventícia conjuntiva onde há passagem de vasos e nervos,
possuindo uma face póstero-superior serosa peritoneal. A túnica interna, constituída pela
mucosa vesical, pode ser a sede de diversas patologias que se manifestam por distúrbios
miccionais. A Túnica média considerado como o motor vesical, o detrusor é combinado de
fibras musculares lisas que formam um músculo plexiforme, dando resistência às
deformações e assegurando uma evacuação equilibrada da urina durante as micções. Formada
por uma camada externa (fibras longitudinais), uma camada média (fibras circulares) e uma
camada interna (fibras longitudinais anastomosadas entre si). (GROSSE; SENGLER, 2002).
De acordo com Souza (2004), a uretra é um tubo fibromuscular que dá passagem à
urina da bexiga para o exterior. Esse tubo estende-se do colo vesical atravessa a aponeurose
média do períneo e desemboca na parte superior da vulva, com comprimento de
aproximadamente 3 a 4cm, na mulher. A uretra funciona primariamente como um
coadjuvante importante no mecanismo de continência urinária. Ela é a conexão entre a bexiga
e a abertura anterior do períneo, e sua função é de transportar e controlar a urina. Deve ser
notado que a insuficiência da uretra feminina torna as infecções urinárias mais prováveis e a
acomodação de dispositivos de incontinência mais problemáticos nas mulheres do que em
homens. A uretra é revertida com epitélio de transição. Sua camada intermediaria é de
músculo liso cujas fibras são fixadas longitudinal e obliquamente. Na seção central do
tamanho da uretra, e externa ao músculo liso da parede uretral, está uma faixa circularmente
disposta de fibras musculares estriadas do tipo I (contração vagarosa). (POLDEN; MANTLE,
2000).
A musculatura estriada é representada pelo esfíncter externo da uretra, que constitui o
reforço importante do terço mediano da uretra na mulher. De fato, algumas de suas fibras vão
até o colo vesical. Ele já foi objeto de descrições detalhadas e seria responsável pela
continência ativa. No plano anatômico, a conexão entre musculatura lisa e estriada é estreita,
e os dois componentes participam com características diferentes de uma mesma função de
esfíncter uretral que assegura por sua contração a continência ativa e passiva. (GROSSE;
SENGLER, 2002).
Os músculos do assoalho pélvico são compostos por fibras musculares estriadas
esqueléticas do tipo I, de contração lenta ou tônica e tipo II, contração rápida ou fásica. As
fibras do tipo I são resistentes a fadiga e as do tipo II são pouco resistentes a fadiga, mas
produzem uma alta ordem de força na contração. Estes fatos sustentam a argumentação de o
21
músculo elevador do ânus é adaptado para manter sua função por períodos prolongados de
tempo, assim como para resistir a ascensões repentinas em pressão intra-abdominal, por
exemplo, tossir, espirrar, correr, na defecação, na micção e no parto. (SILVA; SILVA, 2003).
Ilustração 2 - Representação dos trígonos.
Fonte: CARNEIRO, (2006).
Segundo Moore (1998), os músculos pélvicos podem ser divididos em: diafragma
pélvico e diafragma urogenital. O diafragma pélvico é formado pelos músculos levantador do
ânus e coccígeo e pelas fáscias. O levantador do ânus é um músculo amplo e delgado que
compreende três músculos: pubococcígeo, puboretal e ílieococcígeo, que medialmente fecha
órgãos
Ilustração 3 - Músculos do trígono urogenital e do trígono anal.
Fonte: JUNCKLOS (2005).
22
a vagina, a uretra e o reto. Esse grupo representa a musculatura profunda de suporte dos
órgãos pélvicos, contribuindo para o processo de micção e defecação. O diafragma pélvico
apresenta outras funções, como transmissão de pressão tanto para a bexiga quanto para a
uretra, o que faz com que a pressão uretral permaneça superior à pressão vesical, favorecendo
o mecanismo de continência. O diafragma urogenital está localizado na porção anterior da
pelve, entre os ramos isquiopubianos, aos quais é fixado e que são também envolvidos pelas
fáscias. A região urogenital é composta pelos músculos transverso superficial do períneo,
isquioscavernoso e bulbocavernoso. O transverso superficial do períneo fixa o nódulo central
fibroso do períneo. O isquiocavernoso cobre e se insere nos pilares do clitóris, cuja ereção ele
mantém. As disfunções e alterações desses músculos implicam em incontinência urinaria de
esforço, urgência urinária e fecal, além dos prolapsos dos órgãos pélvicos e disfunções
sexuais. (SOUZA, 2004).
Em níveis neurológicos, o músculo elevador do ânus é inervado pelo ramo S3-S4 e o
músculo coccígeo pelo ramo S4-S5, enquanto que os músculos do diafragma urogenital são
inervados pelo nervo pudendo. (SOBOTTA, 1995).
A inervação parassimpática da musculatura lisa tanto da bexiga quanto da uretra ocorre
por meio dos nervos esplâncnicos pélvicos (nervos eretores) das divisões anteriores primárias
do segundo, terceiro e quarto nervos sacros. A inervação simpática provém do plexo
hipogástrico superior e do tronco simpático sacro. Ambos os sistemas nutrem a bexiga e
uretra como fibras do plexo vesical, uma das divisões do plexo pélvico visceral. Os músculos
Om. Os músculos estriados da uretra recebem inervação do plexo pudendo. As fibras
aferentes trafegam com os
Ilustração 4 - Inervação da musculatura do assoalho pélvico.
Fonte: www.medworks1.tripod.com
23
estriados da uretra recebem inervação do plexo pudendo. As fibras aferentes trafegam com os
nervos viscerais ou autônomos e com ramos do nervo pudendo, e ambos alcançam o sistema
nervoso central através das raízes espinhais posteriores (BURNETT, 1990).
A inervação parassimpática está concentrada em grande parte na bexiga, e o
neurotransmissor acetilcolina é responsável pela contração do músculo detrusor. As fibras
simpáticas são distribuídas ao músculo liso tanto da bexiga como da uretra; o sistema alfaadrenérgico é predominante na uretra e os impulsos produzem contração, já o sistema betaadrenérgico é predominante na bexiga e os impulsos produzem relaxamento. O controle
consciente da função vesical aparece na primeira infância através de um complexo sistema de
arcos reflexos no cérebro e na medula raquiana. (BURNETT, 1990).
Ilustração 5 - Inervação do assoalho pélvico.
Fonte: REIS, SANTOS & DIAS, (2008).
O ligamento pubouretral, fundo de Heiss, musculatura profunda do trígono, músculos
levantadores do ânus e diafragma urogenital mantêm a posição da uretra em relação à bexiga
urinária. Acredita-se que o envelhecimento, lesão ou parto alterem a integridade do ligamento
pubouretral; quando combinados com fraqueza do assoalho pélvico, a bexiga faz rotação em
direção posterior e a uretra de sua posição na “zona de pressão abdominal”. Essa pressão
pode ser aumentada voluntariamente quando a mulher faz esforço físico, tosse ou realiza
manobra de valsalva. (STEPHENSON; O’ CONNOR, 2004).
24
Na mulher, as forças de retenção são vulneráveis e frágeis; já que estas possuem uretra
curta, assoalho pélvico submetido a traumatismo obstétrico, idade, menopausa e
modificações hormonais. Estes são fatores que contribuem para diminuição progressiva
dessas forças de retenção. (GROSSE; SENGLER, 2002).
3.2
Incontinência Urinária (IU)
Freqüentemente, a IU é um sintoma multifatorial. Esse sintoma é definido como uma
perda involuntária de urina através de uma uretra anatomicamente sadia, resultante de um
distúrbio, de uma disfunção de equilíbrio vésico-esfincteriano. Essa definição de perda
involuntária informa-nos o contrário de que o ato miccional depende da vontade. A outra
noção essencial é a do equilíbrio entre as forças de expulsão, de um lado, e os de retenção,
segundo a International Continence Society (ICS), IU é definida como qualquer queixa de
perda de urina, que pode ser considerado um problema comum entre mulheres, com uma taxa
de prevalência que varia de 10% a 55% e idade entre 15 a 60 anos. (BORIN, 2006; RETT,
2004).
Ilustração 6 - Processo de continência.
Fonte: www.retex.com.br/incontinencia.html.
25
A IU, em todas as suas formas no adulto, atinge preponderantemente as mulheres: a
uretra feminina é relativamente curta (3 a 4 cm), razões vasculares tróficas. Essa composição
das forças de retenção passiva, troficidade da uretra e do assoalho pélvico foi considerada por
Raz (1999) como responsável por 30% dos mecanismos da IU. Na mulher essa troficidade é
em grande parte hormono-dependente, com dois períodos de carências, de risco: o pós-parto
imediato e a menopausa. (GROSSE; SENGLER, 2002).
Segundo Stephenson e O’connor (2004), a IU é classificada segundo padrões
internacionais em:
a) IU de esforço genuíno, que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal.
b) A IU de urgência, que é a perda de urina com uma grande urgência de urinar.
c) A mista, que é uma combinação de esforço e urgência.
d) A reflexa, onde novamente, pode ocorrer sem sensação de urina e está relacionada
com disfunção neurológica.
e) A IU de fluxo exagerado, que é causado por uma bexiga que não responde ao
feedback de estiramento.
Já de acordo com Zanatta (2003), a Sociedade Internacional de Continência, classifica
a incontinência urinária em:
- Incontinência urinária de esforço: ocorre quando a pressão vesical excede a pressão
uretral máxima, na ausência de contração do detrusor. Sendo que esta pressão está
relacionada ao esforço.
- Urge-incontinência: consiste na perda involuntária de urina associada ao intenso
desejo miccional.
- Incontinência reflexa: é a perda involuntária de urina devida, à hiperreflexia do
detrusor e/ou relaxamento involuntário do esfíncter uretral na ausência de sensibilidade,
podendo estar associada ao desejo miccional. Este quadro é observado em pacientes com
alterações neurológicas da bexiga e/ou uretra.
- Incontinência por transbordamento: consiste na perda involuntária de urina
associada com hiperdistensão vesical, mas na ausência de contração do detrusor.
- Incontinência paradoxal: consiste na retenção urinária crônica associada com
contração involuntária do detrusor, provocando a incontinência urinária.
Porém, os tipos de incontinência que mais acometem as mulheres, segundo Souza
(2004) são a IU de esforço, IU de urgência e IU mista.
Com o envelhecimento populacional, a IU se tornará uma afecção de grande
prevalência, principalmente entre as mulheres. Portanto, é fundamental que os fisioterapeutas
26
e os pesquisadores se interessem por testar a eficácia de protocolos conservadores para
minimizar os efeitos negativos sobre as condições de saúde e QV dessa parcela da população.
(SOUZA, 2004).
Medidas fisiológicas provêm informações para os clínicos, mas são de limitado
interesse para as pacientes. Medir QV implica em focar o problema sob uma perspectiva do
indivíduo e de sua própria vida. (WHO,1995).
Desta forma, o interesse em mensurar a QV, em relação aos cuidados de saúde, tem
aumentado nos últimos anos.
3.3
Qualidade de Vida (QV)
A expressão QV foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos,
Lyndon Johnson, em 1964, ao declarar que os objetivos não podem ser medidos através do
balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da QV que proporcionam às pessoas.
O interesse em conceitos como padrão de vida e QV, foi inicialmente partilhado por cientistas
sociais, filósofos e políticos. A preocupação com o conceito de QV refere-se a um movimento
dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que
o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.
(FLECK, et al., 1999).
A QV é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um.
Existe, porém, consenso em torno da idéia de que são múltiplos os fatores que determinam a
QV de pessoas ou comunidades. A combinação desses fatores que moldam e diferenciam o
cotidiano do ser humano, resultam numa rede de fenômenos e situações que, abstratamente,
pode ser chamada de QV. (NAHAS, 2003).
O termo QV é mais geral e inclui uma variedade potencial maior de condições que
podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com
o seu funcionamento diário, incluindo, mas não limitando, a sua condição de saúde e as
intervenções médicas. (FLECK et al., 1999).
O conceito de QV está relacionado à auto-estima e ao bem-estar pessoal e abrange uma
série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a
interação social, a atividade intelectual, o auto-cuidado, o suporte familiar, o próprio estado de
27
saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o
emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive. O conceito de QV,
portanto, varia de autor para autor e, além disso, é subjetivo dependente do nível sociocultural, da faixa etária e das aspirações pessoais do indivíduo. (VECCHIA et al., 2005).
Nahas (2003), afirma que é fácil entender esse conceito, mas é difícil defini-lo de forma
objetiva. Numa visão holística, considera-se QV como sendo a condição humana resultante de
um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, modificáveis ou não, que
caracterizam as condições em que vive o ser humano.
A percepção de bem-estar pode diferir entre pessoas com características individuais e
condições de vida similares, sugerindo a existência de um filtro pessoal na interpretação dos
fatores indicadores de QV individual. (NAHAS, 2003).
Os desequilíbrios emocionais prolongados esgotam as reservas energéticas, tornandonos imunologicamente deprimidos e susceptíveis a uma série de doenças oportunistas, que
vão desde um simples herpes labial até uma depressão. (PIRES, 1997).
Lopez e Higa (2006), observaram que a IU provoca sentimentos de baixa auto-estima
na mulher e interfere na sua vida sexual, restringe o contato social, interfere nas tarefas
domésticas e no trabalho. Além disso, acarreta problemas econômicos devido a gastos com
absorventes e, por vezes, ao impedir ou dificultar o trabalho remunerado fora de casa,
desencadeando um alto índice de depressão em mulheres.
Os mesmos autores afirmam que entre 15 a 30% dos casos afeta a vida social,
ocupacional, doméstica, física e sexual das mulheres de todas as idades. Seus efeitos
psicossocial podem ser mais devastadores do que as conseqüências sobre a saúde, com
múltiplos e abrangentes efeitos que influenciam as atividades diárias, a interação social e a
autopercepção do estado de saúde.
Em um nível abstrato, alguns autores têm considerado que existe um universal cultural
de QV, isto é, independente de nação, cultura ou época, é importante que as pessoas se sintam
bem psicologicamente, possuam boas condições físicas e sintam-se socialmente integradas e
funcionalmente competentes. (FLECK et al., 1999).
Existem vários questionários para se avaliar a QV em mulheres incontinentes que têm
semelhanças e diferenças entre si. Podem ser utilizados questionários genéricos ou específicos,
que avaliam aspectos próprios da gravidade e do impacto dos sintomas na vida das pacientes.
(FONSECA et al., 2005).
O KHQ (ANEXO 1) é composto de 21 questões, divididas em oito domínios, a saber:
percepção geral de saúde, impacto da IU, limitações de atividades diárias, limitações físicas,
28
limitações sociais, relacionamento pessoal, emoções. Este instrumento mostrou-se confiável, e
válido na análise de suas propriedades psicométricas, tendo sido validado até o ano de 2000
para sete idiomas, além de estar em processo de validação para outros idiomas. (TAMANINI
et al., 2003).
A mensuração da QV ajuda a selecionar e monitorar problemas psicosociais de um
paciente, demonstrando a percepção da população sobre diferentes problemas de saúde e
mede os resultados das intervenções médicas e fisioterápicas. (LOPES; HIGA, 2006).
3.4
Mensuração da QV em Pacientes com IU
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu QV como a percepção que o
individuo tem de si mesmo, da sua posição na vida dentro do contexto de cultura e sistema de
valores nos quais ele vive e em relação às suas metas, expectativas e padrões sociais. A IU é
uma condição angustiante e incapacitante e seu impacto é dependente da idade e do tipo de
incontinência. A mesma, não é causa de mortalidade, mas de alta morbidade. (SOUZA; 2004).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a avaliação da QV, levando em
consideração decisões de tratamento, autorização para novos fármacos e políticas de pesquisa.
Portanto, como a IU causa grande impacto na QV das pacientes, a sua mensuração é um dos
parâmetros úteis para avaliar o resultado do tratamento escolhido e facilita a comparação de
estudos realizados em locais diferentes, utilizando tratamentos diferentes, em populações
semelhantes. Além disso, o envolvimento do próprio paciente no seu tratamento e a
necessidade de avaliação mais ampla de como e quanto determinada doença ou intervenção
do profissional de saúde atinge a QV são fundamentais em qualquer serviço de saúde. (RETT
et. al., 2007).
A QV das mulheres incontinentes é afetada de diversas maneiras. Passam a se
preocupar com a disponibilidade de banheiros, envergonham-se com o odor de urina e
sentem-se freqüentemente sujas, chegando a apresentar lesões cutâneas como dermatite
amoniacal e infecções urinárias repetidas. Muitas apresentam dificuldade no intercurso sexual,
seja por perda de urina, pelo medo de interrompê-lo para urinar ou simplesmente por
vergonha perante o parceiro. Alguns sintomas associados à IU afetam a qualidade do sono
29
das mulheres, como a noctúria e a enurese noturna. A privação de sono pode levar ao cansaço
e à diminuição da energia. (AUGE et. al., 2006).
Embora a IU não coloque diretamente a vida das pessoas em risco, é uma condição que
pode trazer sérias implicações médicas, sociais, psicológicas, e econômicas, afetando
adversamente a QV. A QV é um conceito multidimensional que incorpora aspectos sociais,
físicos e mentais e, portanto, está relacionada com a percepção subjetiva do indivíduo sobre
sua condição ou doença e subseqüente tratamento. (RETT et. al., 2007).
De acordo com Ferro et. al. (2005), a IU diminui a QV da mulher, tornando sua vida
limitada, pois o uso diário de absorventes, o custo com medicamentos, a freqüência miccional
aumentada, o odor característico da urina, as restrições de determinadas atividades físicas e as
perdas de urina durante o ato sexual levam ao constrangimento e ao afastamento social.
Segundo Souza (2004), a influência da IU na QV varia de acordo com cada pessoa,
podendo ser socialmente devastante, de forma a comprometer o estilo de vida e o bem-estar
emocional do indivíduo. Considerando todos esses comprometimentos, o objetivo do
tratamento da IU pode não ser a cura do problema, mas, em última instância, a melhora da
QV das pacientes.
Estudos europeus, norte-americanos e brasileiros demonstram importante prejuízo na
QV de mulheres com IU de urgência, IU mista e com IU de esforço, em diferentes faixas
etárias. Alguns autores comentam que a IU de urgência e a mista causam mais prejuízos do
que a IU de esforço, especialmente em mulheres na pós-menopausa, idade em que é freqüente
a presença de sintomas irritativos e/ou mistos. Em um aspecto geral, as mulheres com IU
referem limitações em níveis físicos (praticar esporte, carregar objetos), alterações nas
atividades sociais, ocupacionais e domésticas, influenciando negativamente o estado
emocional e a vida sexual. Além disso, pode provocar desconforto social e higiênico, pelo
medo da perda urinária, pelo cheiro de urina, pela necessidade de utilizar protetores
(absorventes) e de trocas mais freqüentes de roupas. A presença de sintomas irritativos, como
a noctúria, urgência e urge-incontinência, muitas vezes atrapalha o sono e o relacionamento
social, levando a quadros de cansaço, depressão e isolamento. (RETT et. al., 2007).
Medir QV implica em focar o problema sob uma perspectiva do indivíduo e de sua
própria vida. (WHO,1995).
Medidas acuradas sobre QV têm sido cada vez mais importantes para avaliações e
análise política de programas relacionados à área da saúde, servindo de instrumento de
pesquisa e acompanhamento do modelo de política de saúde geral. Recentemente, essas
medidas têm sido consideradas fundamentais na busca de evidência científica que possa
30
respaldar decisões clínicas. Os questionários de QV tornam-se muito úteis para avaliar tanto
desfechos de pesquisas quanto resultados de tratamentos clínicos. Os profissionais da área de
planejamento de saúde têm se interessado em avaliar acuradamente os efeitos das
intervenções terapêuticas sobre a QV relacionada à saúde. (SOUZA, 2004).
Como a IU causa grande impacto na QV das pacientes, a sua mensuração é um dos
parâmetros úteis para avaliar o resultado do tratamento escolhido e facilita a comparação de
estudos realizados em locais diferentes, utilizando tratamentos diferentes, em populações
semelhantes. Além disso, o envolvimento do próprio paciente no seu tratamento e a
necessidade de avaliação mais ampla de como e quanto determinada doença ou intervenção
do profissional de saúde atinge a QV são fundamentais em qualquer serviço de saúde. (RETT
et. al., 2007).
Neste contexto, Souza (2004), comenta que os questionários auto–administrados ou
preenchidos por meio de entrevista assistida são os métodos mais viáveis para avaliar o
impacto da incontinência da paciente sobre sua QV.
Segundo Souza (2004), os instrumentos para mensurar a QV são questionários com um
número de itens ou questões agrupados em domínios que representam a dimensão ou a área.
Hoje a QV é medida por instrumentos em forma de questionários que detectam respostas de
satisfação subjetiva, bem-estar social e material envolvendo a perspectiva do indivíduo sobre
sua própria vida. Medir QV requer questionários construídos com rigor metodológico,
válidos e sensíveis, ou seja, capazes de correlacionar respostas ao mesmo item administradas
em diferentes tempos, identificando mudanças clínicas minimamente importantes. Esses
questionários podem ser auto-administrados ou administrados por pessoas treinadas, por meio
de entrevistas.
Os instrumentos de medidas de QV podem ser genéricos e específicos. Os genéricos
refletem o efeito de uma doença ou a condição de vida sobre as pessoas em várias populações,
avaliando aspectos da função e disfunção, do incômodo físico ou emocional. Os instrumentos
específicos são capazes de avaliar de forma seletiva, determinados aspectos de QV,
focalizando os aspectos de saúde que são específicos para a condição ou doença de interesse.
Esses instrumentos são mais sensíveis que os genéricos e podem ser mais responsivos, além
de serem desenhados de forma especifica para uma doença, população, função ou problema.
(SOUZA, 2004).
Diante das diversas alterações sociais, pessoais e emocionais das mulheres frente à IU,
é relevante avaliar a QV destas mulheres, valorizando assim a opinião do paciente sobre sua
31
própria condição de saúde, contemplando o impacto que esta condição causa na QV e no
cotidiano destas mulheres. (RETT et. al., 2007).
Para serem úteis, os instrumentos de QV deverão ter bem definidas suas propriedades
psicométricas, exibindo especialmente boa validade e sensibilidade. Quanto mais sucinto um
questionário for, melhor a sua objetividade e aplicabilidade clínica (SOUZA; 2004).
Existem inúmeros instrumentos específicos para avaliação da QV de pessoas com
perda urinária. No entanto, no Brasil, encontram-se adaptados e validados, o King’s Health
Questionnaire, o Overactive BladderQuestionnaire- Short Form (OABq-SF) o Qualidade de
Vida e Incontinência (I-QOL) e o ICIQ-SF. (AZEVEDO; 2008).
A QV relacionada à saúde das pessoas incontinentes é um construto multi-dimensional
e subjetivo, que exige avaliação específica dos sintomas do trato urinário, das limitações
físicas e dos aspectos sociais e psicológicos relacionados à perda urinária, bem como o uso de
medidas de gravidade. Considerando-se que nenhum dos instrumentos traduzidos e validados
em nosso idioma atende igualmente a todos os tipos de perda urinária; que o OABq-SF é
forma reduzida do instrumento original. (AZEVEDO; 2008).
Sendo assim, de acordo com Fonseca et. al.(2005), o KHQ destaca-se por usar os
métodos de avaliação, tanto na presença de sintomas de incontinência urinária, quanto seu
impacto relativo, o que leva a resultados mais consistentes. Permite mensuração global e
também avalia o impacto dos sintomas nos vários aspectos da individualidade na qualidade
de vida.
3.5
“King’s Health Questionnaire” (KHQ)
Segundo Tamanini et. al.(2003), o KHQ é composto de 21 questões, divididas em oito
domínios a saber: percepção geral de saúde (um item), impacto da IU (um item), limitações
de atividades diárias (dois itens), limitações físicas (dois itens), limitações sociais (dois itens),
relacionamento pessoal (três itens), emoções (três itens), sono/disposição (dois itens). Além
destes domínios, existem duas outras escalas independentes: uma avalia a gravidade da IU
(medidas de gravidade) e outra a presença e a intensidade dos sintomas urinários (escala de
sintomas urinários). A todas as respostas são atribuídos valores numéricos, somados e
avaliados por domínios. As respostas são baseadas numa escala numérica crescente e
32
proporcional à intensidade da queixa (0=não/não se aplica; 1=um pouco/às vezes; 2=mais ou
menos/várias vezes; 3=muito/sempre), exceção feita ao domínio percepção geral de saúde,
que tem cinco opções de resposta: muito boa, boa, regular, ruim, muito ruim.
Assim sendo, KHQ é pontuado por cada um dos seus domínios, não havendo, portanto,
escore geral. Os escores variam de zero a 100, e quanto maior a pontuação obtida, pior é a
QV relacionada àquele domínio. O questionário foi originalmente padronizado para ser autoadministrado, porém, a aplicação da mesma nesta pesquisa foi realizada na forma de
entrevista.
33
4
4.1
METODOLOGIA
Aspectos Gerais da Metodologia
Após o aceite da orientadora Cibele Nazaré da Silva Câmara (APÊNDICE 1) e do
Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) (ANEXO 1), a pesquisa pôde ser realizada, seguindo ainda ,
as normas da instituição (Clínica Escola de Fisioterapia da UNAMA - Fisioclínica)
(APÊNDICE 2). Aplicou-se aos participantes da pesquisa o Termo de Consentimento Livre
Esclarecido – TCLE (ANEXO 2), de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde (2000), para que assim todas as informações pertinentes à clientela em questão
pudessem ser preservadas no processo de análise .
4.2
Tipo de Estudo
O estudo é do tipo observacional transversal de inquérito, realizada em pacientes numa
amostra intencional no ambulatório da Clinica Escola de Fisioterapia (Fisioclínica) no
atendimento oferecido pela disciplina Saúde da Mulher.
4.3
Local da Pesquisa
A pesquisa foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da UNAMA - Fisioclínica,
localizada na cidade de Belém, na Avenida Alcindo Cacela, nº 287, Umarizal Belém-PA, em
dias e horários previamente estabelecidos com as pacientes no período de janeiro a março de
2009 (APÊNDICE 2).
34
4.4
Aspectos Éticos
De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), foi
solicitada a autorização do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade da Amazônia, para o
aval necessário para a realização da pesquisa. Foi aplicado aos participantes da pesquisa o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (ANEXO 2), para que assim todas as
informações pertinentes à clientela em questão sejam preservadas no processo de análise.
4.5
Informantes
Foram informantes da pesquisa, 90 (noventa) mulheres com diagnóstico de
Incontinência Urinária. Participaram da pesquisa todas aquelas que se enquadraram nos
critérios de inclusão do estudo, aceitaram e assinaram como voluntárias sua participação no
mesmo, através do Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (ANEXO 2).
4.6
Critérios de Inclusão
Foram incluídas na pesquisa, mulheres com IU de urgência, esforço e mista, entre 40 a
70 anos de idade, não institucionalizadas, não portadoras de doenças neurológicas associadas.
4.7
Critérios de Exclusão
Foram excluídas da pesquisa, mulheres que já passaram por cirurgia para correção da
IU, histerectomizadas, as que faziam uso de medicamentos que poderiam interferir
35
potencialmente na continência urinária, as que estavam no período gestacional, e as que não
se enquadraram no critério de inclusão.
4.8
Coleta de Dados
Para a coleta de dados, foi utilizado o Questionário de Qualidade de Vida King (KHQ)
(ANEXO 3), mulheres com IU entre 40 a 70 anos de idade, não institucionalizadas, não
portadoras de doenças neurológicas associadas.
4.8.1
Aplicação Do King’s Health Questionnaire
As pacientes, após ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido
(APÊNDICE 2), foram avaliadas individualmente por meio de um questionário (King’s
Health Questionnaire) de qualidade de vida na incontinência urinária da mulher, sendo
realizado na forma de entrevista, onde, os pesquisadores realizaram as perguntas para as
pacientes de acordo com o questionário em questão.
Foi realizado desta forma, para facilitar o preenchimento do questionário, e também,
simplificar certos termos para que as participantes pudessem ter uma melhor compreensão,
onde, todas as pacientes passaram pelo mesmo procedimento.
O King’s Health Questionnaire é um instrumento específico de avaliação da qualidade
de vida de pessoas com incontinência urinária, abordando seu impacto nos diferentes
domínios da qualidade de vida, como sintomas por ele percebidos (TAMININI et al., 2003).
Cada questão foi analisada individualmente, e em um segundo momento, as respostas
de cada indivíduo foram consideradas e, finalmente, o conjunto de resposta de todas as
amostras foi analisado através de percentual direto.
36
4.9
Análise dos Dados
A análise estatística foi feita com base nos escores finais obtidos através do KHQ
preenchidos pelos pesquisadores. Foi utilizado o pacote estatístico BioEstat 6.0 e a planilha
eletrônica Microsoft Office Excel para o armazenamento dos dados. Para o teste estatístico,
foi utilizada a Correlação Linear de Pearson para variáveis dependentes (domínios do KHQ)
e independentes (domínios do KHQ). Ficando previamente estabelecido 95% como nível de
significância e Alfa = 0,05 como nível de decisão para rejeição da hipótese de nulidade.
A partir das respostas obtidas nos questionários, foram calculados os escores (ANEXO
4) para cada indivíduo, como relacionado abaixo:
A) Percepção geral da saúde (Parte 1)
Pontuação = ((Pontuação da Questão 1 - 1)/ 4 x 100;
B) Impacto da incontinência (Parte 1)
Pontuação = ((Pontuação da Questão 2 – 1) / 3x 100);
C) Limitações de atividades diárias (Parte 2)
Pontuação = ((Pontuação das Questões 3a + 3b) - 2) / 6) x 100;
D) Limitações físicas (Parte 2)
Pontuação = ((Pontuação das Questões 4a + 4b) – 2) / 6 x 100;
E) Limitações sociais (Parte 2)
Pontuação = ((Pontuação das Questões 4c + 4d + 5c) – 3 / 9 x 100). Se a pontuação da
questão 5c for maior que 1, segue o cálculo acima. Caso o valor seja 0, o cálculo a ser
realizado é (((Pontuação das Questões 4c + 4d + 5c) – 2) / 6) x 100.
37
F) Relações sociais (Parte 2)
Pontuação = (((Pontuação das Questões 5a + 5b) – 2) / 6) x 100. Se a pontuação das
questões 5a + 5b for maior que 2, segue o cálculo acima. Se (5a + 5b) for 1 o cálculo será
(((Pontuação das Questões 5a + 5b) – 1) / 3) x 100. Caso 5a + 5b for igual a 0, deve ser
tratado como não se aplica.
G) Emoções (Parte 2)
Pontuação = (((Pontuação das Questões 6a + 6b + 6c) – 3) / 9)x 100.
H) Sono e disposição (Parte 2)
Pontuação = (((Pontuação das Questões 7a + 7b) – 2) / 6) x 100
I) Medidas de gravidade (Parte 2)
Pontuação = (((Pontuação das Questões 8a + 8b + 8c + 8d + 8e) – 5) / 15) x 100.
J) Gravidade da incontinência e a intensidade dos sintomas (Parte 3)
Estes itens foram analisados através da porcentagem das respostas obtidas.
Após os cálculos, foi realizada média e desvio padrão do grupo para cada domínio e
expressos em gráficos de tabelas com uso do programa Microsoft Excel 2003.
4.10 Método Estatístico
A análise estatística teve como objetivo avaliar mulheres com incontinência urinária.
Aplicaram-se as principais estatísticas descritivas (Média, Mediana, Desvio-padrão,
Q25-Q75, Mínimo e Máximo). A correlação linear entre os domínios foi aplicada com
objetivo de determinar se há correlação significativa entre si. O coeficiente alpha de
38
Cronbach (Henrique da Hora, 2006) mediu a consistência interna do KHQ. O processamento
estatístico da estatística descritiva e da Correlação linear foi realizado sob o suporte
computacional do pacote bioestatístico BioEstat versão 6.
39
5
RESULTADOS
Na presente pesquisa, a amostra foi composta por 90 mulheres entrevistadas com
queixa de incontinência urinária. A idade média foi de 51,0±12,5 anos, a mediana (52,0 anos).
Gráfico 1: Quanto você acha que seu problema de bexiga afeta sua vida.
No gráfico acima (Gráfico 1), observa-se o resultado do domínio 2 do KHQ referente
ao quanto a voluntaria da pesquisa acha que o seu problema afeta a sua vida, onde o maior
percentual foi de 41,1% para a alternativa um pouco e o menor foi de 8,9% para a alternativa
nem um pouco.
Com relação ao Gráfico 2, ainda relacionado ao domínio 2 do KHQ, que diz respeito à
como os problemas de bexiga afetam a vida das voluntarias atualmente, ligada à freqüência,
se encontrou um percentual de 35,6% para a alternativa moderadamente e 15,6% para a
alternativa nenhuma das alternativas, conforme gráfico abaixo.
Gráfico 2: Frequência (Ir ao banheiro para urinar muitas vezes).
40
O gráfico 3, demonstra a incontinência urinaria aos esforços, que diz respeito à perda
de urina que ocorre durante a realização de esforços físicos como: tossir, espirrar, correr;
encontrando-se um percentual de 38,9% para a alternativa um pouco e 13,3% para a
alternativa muito. De acordo com o gráfico abaixo.
Gráfico 3: Incontinência urinaria aos esforços.
Encontra-se descrito no gráfico 4, os resultados voltados para medidas de gravidade
relacionada à troca de roupas intimas quando estão molhadas. Foi observado um percentual
45,6% para alternativa freqüentemente e 3,3% para alternativa nenhuma das alternativas,
como demonstrado no gráfico abaixo.
Gráfico 4: Medida de gravidade.
Conforme a tabela abaixo (Tabela 1), na avaliação de cada um dos domínios observouse que no domínio Percepção geral de saúde 50% das pacientes apresentaram escore variando
de 25 a 50 pontos, como também essa proporção foi utilizada para os outros domínios:
Impacto da incontinência (entre 33,3 e 66,6 pts), Limitações de atividades diárias (entre 11,6 e
66,6 pts), Limitações físicas (entre 11,6 e 50,0 pts), Limitações sociais (entre 0,0 e 44,4 pts),
41
Relações pessoais (entre 0,0 e 33,3 pts), Emoções (entre 11,0 e 44,4 pts), Sono/disposição
(entre 16,6 e 66,6 pts) e Medidas de gravidade (entre 20,0 e 60,0 pts).
Tabela 1: Valores dos escores obtidos (Média, Mediana, Desvio-padrão, Q25-Q75, Mínimo e Máximo) da
correlação linear entre os domínios do KHQ.
Domínio do KHQ
Média
dp
Mediana
Q25-Q75
37,8
±17,3
25,0
25,0 - 50,0
51,6
±27,9
58,3
33,3 - 66,6
0 - 100
35,8
±28,8
33,3
11,6 - 66,6
0 - 100
33,3
27,8
25,0
30,9
38,7
38,7
±29,9
±30,6
±29,1
±27,4
±27,3
±22,9
33,3
16,6
16,6
33,3
33,3
38,8
11,6 - 50,0
0,0 - 44,4
0,0 - 33,3
11,0 - 44,4
16,6 - 66,6
20,0 - 60,0
0 - 100
0 - 100
0 - 100
0 - 100
0 - 100
0 - 93,33
Percepção geral de
saúde
Impacto da
incontinência
Limitações de
atividades diárias
Limitações físicas
Limitações sociais
Relações pessoais
Emoções
Sono/disposição
Medidas de gravidade
Mínimo - Máximo
0 - 75
Fonte: Dados do pesquisador (2009).
Tabela 2: Associação linear dos scores obtidos entre os domínios do KHQ
Domínios do
KHQ
Percepção
geral de
saúde
Limitações
Sono/
Impacto da
Limitações Limitações Relações
Emoções
de atividades
Disposição
incontinência
físicas
sociais
pessoais
diárias
Percepção
geral de
saúde
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Impacto da
incontinência
0,16
-
-
-
-
-
-
-
-
Limitações
de atividades
diárias
0,25
0,48*
-
-
-
-
-
-
-
Limitações
físicas
0,18
0,43*
0,60*
-
-
-
-
-
-
Limitações
sociais
0,14
0,36*
0,45*
0,56*
-
-
-
-
-
Relações
pessoais
-0.10
0,00
0,02
0,03
-0,04
-
-
-
-
Emoções
0,32*
0,46*
0,62*
0,67*
0,54*
-0,02
-
-
-
Sono/disposi
ção
0,06
0,22
0,01
0,23*
0,29*
-0,18
0,04
-
-
Medidas de
gravidade
0,13
0,37*
0,54*
0,54*
0,51*
-0,12
0,66*
0,05
-
*p-valor <0,05, Correlação Linear de Pearson.
Fonte: Dados do pesquisador (2009).
Medidas
de
gravidade
42
Conforme a tabela acima (Tabela 2), o domínio percepção geral de saúde mostrou
correlação significativa (p-valor <0,05*), moderada e positiva com emoções (r=0,32) e menor
valor de correlação com sono/disposição (r=0,06). Com os outros domínios o grau de
correlação foi fraco.
Com relação ao domínio impacto da incontinência, apresentou correlação significativa
(p-valor <0,05*) com os domínios: limitações de atividades diárias (r=0,48), limitações físicas
(r=0,43), limitações sociais (r=0,36), emoções (r=0,46) e medidas de gravidade (r=0,37).
Nenhuma correlação com relações pessoais (r=0). Quanto à correlação com os outros
domínios foi fraca.
Quanto ao domínio limitações de atividades diárias apresentou correlação significativa
(p-valor <0,05*) com limitações sociais (r=0,45), com emoções (r=0,62) e com medidas de
gravidade (r=0,54) e o menor valor de correlação foi com sono/disposição (r=0,01). A
correlação com os outros domínios foi considerada fraca a moderado.
Em relação ao domínio limitações físicas, foram observadas correlação significativa (pvalor <0,05*) com limitações sociais (r=0,56), com emoções (r=0,67), com sono/disposição
(r=0,23), com medidas de gravidade (r=0,54) e o menor valor de correlação com relações
pessoais (r=0,03). Com os outros domínios o grau de correlação foi fraco a moderado.
Observaram-se no domínio limitações sociais, correlação significativa (p-valor
<0,05*) com os domínios: emoções (r=0,54), sono/disposição (r=0,29) e medidas de
gravidade (r=0,51). O menor valor de correlação com relações pessoais (r= -0,04, fraco).
De acordo com o domínio relações pessoais, não foram observadas correlação
significativa com os demais domínios. Porém, há correlação com sono/disposição (r= -0,18) e
com emoções (r= -0,02).
Foi observado no domínio emoções que houve correlação significativa (p-valor <0,05*)
com medidas de gravidade (r=0,66) e menor correlação com sono/disposição (r=0,04).
De acordo com o coeficiente alpha de Cronbach padronizado geral, foi obtido um bom
nível de confiabilidade e satisfatório (α=0,74), demonstrando assim, a consistência interna do
KHQ em seus oito domínios clássicos, além de sua escala de medidas de gravidade.
Desta forma é importante ressaltar que a confiabilidade do questionário obtida através
do valor deste coeficiente, indica que o instrumento de pesquisa foi satisfatório e mediu
realmente a incontinência urinária demonstrada pelas participantes dessa pesquisa,
demostrando coerência entre as respostas do conjunto de perguntas do KHQ.
43
6
DISCUSSÃO
A IU determina problemas emocionais, físicos e psicológicos,
alterando de forma
importante a saúde da mulher (HERRMANN et. al., 2003).
Observando os resultados do Gráfico 1, a maioria das participantes relataram que o seu
problema de bexiga afeta um pouco a sua vida. Neste contesto, Minassian et. al. (2003) (apud
Silva e Lopes, 2009), citam que, dos 14 estudos prévios realizados, 50% dos pacientes
reportam que a IU afeta apenas um pouco a sua vida achando normal perder urina ou não
consideram um problema importante ou prioritário. O mesmo ocorreu nos estudos de Sebben
e Filho (2008), onde as participante relataram que a IU é um problema que não afetava muito
a sua vida, ao mesmo tempo que desconheciam informações em relação ao tratamento, ou
ficavam envergonhadas de responder as perguntas durante a entrevista.
Com relação a população estudada por Bueno (2006), 43,75% das entrevistadas
consideram ir ao banheiro bastante, sendo que este, como os demais componentes não
quantificam os eventos , e sim estudam o impacto dos mesmos nos indivíduos, estando de
acordo com esta pesquisa, mostrando no gráfico 2, um percentual de 35,6%.
De acordo com o resultado desta pesquisa relacionado à perda urinaria aos esforços, a
maioria das entrevistadas relatou que a IUE influencia apenas uma pouco (38,9%) a sua vida.
Porém, na pesquisa realizada por Bueno (2006), com 16 entrevistadas na faixa etária de 60 a
75 anos, encontrou-se um percentual menor, onde as respostas moderadamente e um pouco,
somaram apenas 25%.
Quanto ao percentual encontrado no resultado concernente à troca de roupas intimas
quando estão molhadas, Ferolla e Santos (2002) (apud Silva e Santos, 2005), em estudos com
51 mulheres com IU, encontrou-se um percentual de 43,13% para as que haviam relatado
estarem freqüentemente com sensação de estar molhada. Autores como Santos et. al. (2006),
também acharam dados semelhantes, na qual, 55% das mulheres disseram sentir-se
moderadamente ou muito incomodadas com o fato de se sentirem úmidas.
De acordo com o os resultados obtidos na presente pesquisa através do questionário de
qualidade de vida “King’s Health Questionnaire”(KHQ),o domínio que mais se destacou foi
o de impacto da incontinência que obteve média de 51,6%, o que corrobora com autores como
Bueno (2006) e Tamanini et al. (2004), nos quais, o escore relacionado ao impacto da
incontinência urinaria na QV foi de 65,62%, afirmando que o impacto da incontinência
urinaria é o fator mais agravante entre mulheres incontinentes.
44
Conforme Caetano et. al. (2004) e Bueno (2006), em função das limitações físicas e
psicológicas impostas pela IU, essas mulheres alteram sua rotina diária, o sono passa a ser
perturbado, fazendo com que fiquem indispostas vindo alterar em 44,75% na QV das
pacientes, sendo demonstrada na presente pesquisa média de 33,3 %, relacionando-a as
limitações físicas.
Neste estudo, a pontuação média obtida no aspecto emocional foi de 30,9 %, se
contrapondo à Bueno (2006); Lopez e Higa (2006), que afirmam ocorreu um agravante de
52,06%, voltado para depressão, nervosismo, ansiedade, confirmando que a IU é um fator que
desencadeia um alto índice de depressão em mulheres, apesar do mesmo não apresentar
avaliação quantitativa em seus relatos.
Segundo Reis et al. (2003), a IU traz mudanças associadas a ocorrência de distúrbios do
sono e fazem com que pessoas com mais de 65 anos apresentem 1 a 2 episódios de noctúria,
que de acordo com os resultados da presente pesquisa, obteve-se uma média de 38,7%, uma
vez que a idade das entrevistadas foram entre 40 a 70 anos.
Na atual pesquisa, o domínio percepção geral de saúde, obteve média de 37,8%, porém,
em estudos anteriores realizados por Tamanini (2003), o mesmo domínio obteve média de
45,2 % em uma amostra de 156 entrevistadas com IU em 2001 na cidade de Campinas-SP.
Caetano et al. (2004) e Tamanini (2003), afirmam que ocorre uma alteração no que diz
respeito à ingestão de líquidos em pacientes incontinentes, demonstrando assim os piores
escores obtidos que correspondem às pessoas que utilizaram mais de quatro absorventes por
dia, ou seja, com quadros de perda urinaria mais intensa, sendo confirmado no domínio
medidas de gravidade onde obteve-se média de 38,7 %.
De acordo com os resultados obtidos na presente pesquisa, o domínio limitações das
atividades diárias obteve média de 35,8 %. Indo de encontro com Azevedo (2008), que afirma
que as AVD’s incluem um item relacionado ao trabalho e, nesse sentido, os achados estudos
mostraram maiores chances de desenvolver bexiga hiperativa (BH) para mulheres de classes
sócio econômicas mais baixas e com baixo nível de escolaridade, semelhante aos resultados
de um estudo realizado por Parazzini et. al. (2003) na Itália. Interessante observar que 60,7%
das mulheres com BH têm idade acima de 40 anos, além do numero significativo de mulheres
sem ocupação definida que apresentam BH (57,6%) e que compreende o universo de dona de
casa e aposentadas.
Contudo, na presente pesquisa, as correlações dos domínios avaliados pelo KHQ se
apresentaram bastante heterogêneas, se destacando o domínio referente às emoções
(percepção geral de saúde, impacto da incontinência, limitações da atividade diária, limitações
45
físicas, limitações sociais) e medidas de gravidade (impacto da incontinência, limitação da
atividade diária, limitações sociais e emoções) os quais obtiveram p-valor< 0,05.
Concordando com Rett (2007), que diz que mesmo conhecendo as variações individuais,
sabemos que, em maior ou menor proporção, a IU e seus sintomas associados podem
repercutir negativamente não só na saúde física, mas em aspectos emocionais e psicológicos.
Desta forma, Auge (2006), confirma que a necessidade do uso de absorventes e da
troca da roupa intima afetam a QV. O fato de mais de 70% das entrevistadas sofrerem por
constrangimento mostra que a IU leva a prejuízos psíquicos importantes. De qualquer forma,
a coexistência de sintomas depressivos e IU refletem a influência negativa desta na QV das
pacientes que, quando depressivas e incontinentes, apresentam maior probabilidade (1:45) de
gravidade do quadro psiquiátrico.
46
7
CONCLUSÃO
A incontinência urinária como vista nesta pesquisa, apresentou grande influência sobre
a qualidade de vida das mulheres entrevistadas, demonstrando que o impacto da IU foi o fator
mais importante entre essas mulheres, como demonstrado no KHQ o qual avalia
especificamente o impacto da IU na qualidade de vida.
A IUE foi a mais comum entre as pesquisadas, mostrando também que a freqüência das
idas ao banheiro incomoda bastante as mulheres incontinentes, assim como as trocas de
roupas íntimas quando estão úmidas, indicando a severidade da IU no domínio medidas de
gravidade.
A pesquisa também demonstrou a correlação entre os domínios, se destacando os
domínios emoções, limitações das atividades diárias, limitações físicas e sociais, sendo
significante em relação à QV dessas mulheres descritos no KHQ. Este tipo de questionário
deve ser incluído e utilizado em qualquer estudo devido se mostrar confiável e já estar
validado para pesquisas envolvendo IU.
Para o restabelecimento da qualidade de vida dessas mulheres o profissional de saúde
deve estar atento e comprometido em melhorar a auto-estima, as relações pessoais, físicas e
sociais, orientando e intervindo quando necessário.
Em conclusão este estudo permitiu analisar o impacto da incontinência urinária com a
qualidade de vida em mulheres de 40 a 70 anos na cidade de Belém através da utilização do
King’s Health Questionnaire.
47
8
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44) SOUZA, E.,L., B., L. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia e Aspectos de Neonatologia:
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Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2003.
51
APÊNDICES
52
APÊNDICE 1
53
APÊNDICE 2
54
ANEXOS
55
ANEXO 1
56
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA QIUALIDADE DE VIDA EM
MULHERES DE 40 A 70 ANOS NA CIDADE DE BELÉM-PA”
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos
fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo à você.
Eu,
_______________________________________________,
residente
e
domiciliado na ____________________________________, portador da Cédula de
Identidade, RG_____________, e inscrito no CPF_____________________ nascido (a) em
____/____/____, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar
como voluntário (a) do estudo intitulado “IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA
NA QIUALIDADE DE VIDA EM MULHERES DE 40 A 70 ANOS NA CIDADE DE
BELÉM-PA”. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os
eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
Estou ciente que:
I) O estudo consiste em um trabalho de Conclusão de Curso, que apresenta como
objetivo avaliar o impacto da incontinência urinária na qualidade de vida em mulheres de 40 a
70 anos, correlacionando como as perguntas que serão realizadas durante um questionário
denominado “KING’S HEALTH QUESTIONNAIRE”, em que está delimitado por 21 (vinte
e uma) questões subdivididos em 8 (oito) domínios assim destacados: percepção geral de
saúde e vida, limitações de AVD’s, limitações físicas, sociais, relacionamento pessoal,
emoções, sono e disposição, que serão classificados com pontuação e cálculo de 0 a 100. O
questionário em questão foi validado e traduzido para o português segundo TAMANINI
57
(2004), para que seja utilizado como fonte de levantamento de dados importantes à saúde de
incontinentes em geral. Portanto, o presente trabalho justifica-se pela necessidade de
identificar a incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres de 40 a 70 anos e em
especial na cidade de Belém do Pará, possibilitando a realização de trabalhos posteriores a
partir dos resultados alcançados. O estudo é do tipo observacional transversal de inquérito,
realizado em pacientes escolhidos aleatoriamente no ambulatório da Clinica Escola de
Fisioterapia (Fisioclínica) no atendimento oferecido pela disciplina Saúde da Mulher. A
pesquisa será realizada com 50 (cinqüenta) mulheres na faixa etária de 40 a 70 anos, não
institucionalizadas, não portadoras de doenças neurológicas associadas e que sejam
sexualmente ativas. Sendo excluídas aquelas que já foram esterectomizadas e que realizaram
algum tipo de cirurgia corretiva de para incontinência urinária, e que não se adequam aos
critérios de inclusão. Faz-se necessário também a assinatura dessas voluntárias no Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para que então as voluntárias sejam submetidas a
um questionário, o qual constará questões de ordem pessoal. Os dados serão tratados
estatisticamente através do software BioEstat versão 6.0, e o Microsoft Office Excel para a
pontuação das planilhas
II) Os dados serão coletados na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da
Amazônia-UNAMA (FISIOCLÌNICA), através de questionário para a caracterização da
amostra;
III) Em qualquer momento da pesquisa, as voluntárias terão acesso aos pesquisadores,
para eventuais dúvidas. A principal responsável é a Profª. Ftª. Cibele Nazaré da Silva Câmara,
que pode ser encontrada em residência na Rua Gerônimo Pimentel, 426 - ap.402 (66.055-000),
pelo telefone (91) 32228292, ou na Universidade da Amazônia (UNAMA), pelo período
vespertino. Caso não seja localizada a responsável da pesquisa, poderão ainda ser contactados
os pesquisadores: Carmen Carolina da Silva, Claudiene S. S. Rabelo ou Fabio Yoshinobu
Maruoka, pelos telefones (91)84129165, 88688013 e 81129098, respectivamente.
IV) Não sou obrigado (a) a responder as perguntas realizadas no questionário da
pesquisa;
V) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento,
bem como não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínicoterapêuticos efetuados com o estudo;
VI) Tenho a liberdade de desisti ou de interromper a colaboração neste estudo no
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;
58
VII) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico.
Não virá interferir no atendimento ou tratamento;
VIII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados
referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará
nenhum risco;
IX) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo
minha participação voluntária;
X) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;
XI) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações cientificas, desde
que meus dados pessoais não sejam mencionados;
XII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados
parciais e finais desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
Belém,
de
( ) Participante da Pesquisa
....................................................................................................
Assinatura do participante da pesquisa
Testemunha 1:
_________________________________________________________________
Nome / RG/ Telefone
Testemunha 2:
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Nome / RG/ Telefone
Responsável pelo Projeto:
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PESQUISADOR RESPONSÁVEL
de 2008.
59
ANEXO 3
VERSÃO EM PORTUGUÊS DO “KING’S HEALTH QUAESTINNAIRE”
Nome:________________________________________________________ Data:____/____/______
Idade: _________ Tel: ( )______________________
1. Como você descreveria sua saúde no momento?
( ) muito boa
( ) boa
( ) regular
( ) ruim
( ) muito ruim
2. Quanto você acha que o seu problema de bexiga afeta sua vida?
( ) nem um pouco
( ) um pouco
( ) moderadamente
( ) muito
Gostaríamos de saber quais são seus problemas de bexiga e o quanto eles afetam você. Da linha abaixo,
escolha aqueles que você apresenta atualmente. Exclua os problemas que não se aplica a você.
Quanto que os seus problemas afetam você?
a.FREQUÊNCIA (ir ao banheiro para urinar muitas vezes)
b.NOCTÚRIA (levantar a noite para urinar)
c.URGÊNCIA (forte desejo de urinar)
d.URGE-INCONTINÊNCIA (vontade muito forte de urinar,
com perda de urina antes de chegar ao banheiro)
e.INCONTINÊNCIA URINARIA AOS ESFORÇOS (perda de
urina que ocorre durante a realização de esforços físicos como
tossir, espirrar, correr, ...)
f.ENURESE NOTURNA (urinar na cama à noite dormindo)
g.INCONTINÊNCIA DURANTE A RELAÇÃO SEXUAL
h.INFECÇÕES URINÁRIAS FREQÜENTES
i.DOR NA BEXIGA
j.DIFICULDADE DE URINAR
k. VOCÊ TEM ALGUMA OUTRA QUEIXA?
QUAL?
Um
pouco
(
)
(
)
(
)
Moderadamente
Muito
(
(
(
)
)
)
(
(
(
)
)
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
(
)
(
)
(
)
A seguir, estão algumas das atividades diárias que podem ser afetadas por seu problema de bexiga.
Quanto seu problema de bexiga afeta você? Nós gostaríamos que você respondesse cada questão,
escolhendo a resposta que mais se aplica a você.
Nem um pouco Um pouco Moderadamente Muito
Limitações da atividades diárias
3a. Quanto o seu problema de bexiga afeta
seus afazeres domésticos como limpar a
(
)
(
)
(
)
(
)
casa, fazer compras...?
3b. quanto seu problema de bexiga afeta seu
trabalho ou suas atividades diárias fora de
(
)
(
)
(
)
(
)
casa?
Limitações físicas e sociais
4ª. Seu problema de bexiga afeta suas
atividades físicas como andar, correr,
praticar esportes, fazer ginástica...?
4b. seu problema de bexiga limita suas
viagens?
4c. Seu problema de bexiga limita sua vida
social?
4d. Seu problema de bexiga limita seu
encontro ou visita a amigos?
Nem um pouco
Um pouco
Moderadamente
Muito
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
60
Relações pessoais
5a. Seu problema de bexiga afeta
seu relacionamento com seu
parceiro?
5b.Seu problema de bexiga afeta
sua vida sexual?
5c. seu problema de bexiga afeta
sua vida familiar?
Não aplicável
Nem um pouco
Um pouco
Moderadamente
Muito
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
Emoções
6a. Seu problema de bexiga faz com que
você se sinta deprimida?
6b. Seu problema de bexiga faz com que
você se sinta ansiosa ou nervosa?
6c. seu problema de bexiga faz você sentirse mal consigo mesma?
Nem um pouco
Sono e Disposição
7a. Seu problema de bexiga afeta seu sono?
7b. Você se sente esgotada ou cansada?
Nunca
(
(
Um pouco
Moderadamente
Muito
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
)
)
Às vezes
(
(
)
)
freqüentemente
(
(
)
)
O tempo todo
(
(
)
)
Medidas de Gravidade
Nunca Às vezes
freqüentemente
O tempo todo
Você faz algumas das seguintes coisas?
E se faz, quando?
8a. Você usa forros ou absorventes para se
(
)
(
)
(
)
(
)
manter seca?
8b. Toma cuidado com a quantidade de
(
)
(
)
(
)
(
)
liquido que bebe?
8c. Troca suas roupas intimas quando elas
(
)
(
)
(
)
(
)
estão molhadas?
8d. Preocupa-se com a possibilidade de
(
)
(
)
(
)
(
)
cheirar urina?
8e. fica envergonhada por causa do seu
(
)
(
)
(
)
(
)
problema de bexiga?
Muito obrigado. Agora veja se deixou de responder alguma questão.
61
ANEXO 4
PONTUAÇÃO E CALCULO DO “KING’S HEALTH QUESTIONNAIRE” (0-100)
PERCEPÇÃO GERAL DE SAÚDE
Pontuação = ((Pontuação da Questão 1-1)/ 4 ) x 100
1- Muito boa
2- Boa
3- Regular
4- Ruim
5- Muito ruim
IMPACTO DA INCONTINÊNCIA
Pontuação = ((Pontuação da Questão 2-1) / 3 ) x 100
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
LIMITAÇÕES DAS ATIVIDADES DIÁRIAS
Pontuação = (((Pontuação das Questões 3a + 3b) -2) / 6 ) x 100
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
LIMITAÇÕES FÍSICAS
Pontuação = (((Pontuação das Questões 4a + 4b) -2) / 6 ) x 100
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
LIMITAÇÕES SOCIAIS
Pontuação = (((Pontuação das Questões 4c + 4d + 5c) -3) / 9 ) x 100**
** Se a pontuação da questão 5c >= 1; se 0, então ...-2) / 6) x 100
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
RELAÇÕES PESSOAIS
Pontuação = (((Pontuação das Questões 5a + 5d ) -2) / 6 ) x 100***
*** Se a pontuação das questões 5a + 5b >= 2,
Se (5a + 5b) = 1; ........-1) / 3) 100
Se (5a + 5b) = 0; ........tratar como “missing value”( não aplicável)
0- Não aplicável
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
62
EMOÇÕES
Pontuação = (((Pontuação das Questões 6a + 6b + 6c) -3) / 9 ) x 100
1- Nem um pouco
2- Um pouco
3- Moderadamente
4- Muito
SONO E DISPOSIÇÃO
Pontuação = (((Pontuação das Questões 7a + 7b) -2) / 6 ) x 100
1- Nunca
2- Às vezes
3- Freqüentemente
4- O tempo todo
MEDIDAS DE GRAVIDADE
Pontuação = (((Pontuação das Questões 8a + 8b + 8c + 8d + 8e) -5) / 15 ) x 100
1- Nunca
2- Às vezes
3- Freqüentemente
4- O tempo todo
Download

impacto da incontinência urinária na qualidade de vida em