Identificação de fatores que interferem na detecção das atipias glandulares uterinas de pacientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde Lorente S1,3, Moro V2, Sakai YI1,3, Fernandes NCCA1,3, Fonseca TA2, Guerra JM1,3, Réssio RA1,3 Etlinger-Colonelli D1,3 1Pesquisador Científico do Instituto Adolfo Lutz 2Especialistas em Citologia da Diagnósticos das Américas - DASA que concluíram o Programa de Aprimoramento Profissional em Citologia Oncótica FUNDAP-Instituto Adolfo Lutz em 2014. 3Centro de Patologia/Núcleo de Anatomia Patológica/Instituto Adolfo Lutz – Av. Dr. Arnaldo, 355, Pacaembu, São Paulo/SP Introdução Lesões glandulares são detectadas pelo exame de Papanicolaou, muitas vezes, em estágios avançados da doença. Fatores como a dificuldade de acesso ao canal endocervical, dificuldade de interpretação dos achados citológicos e dessecamento das amostras podem contribuir para uma detecção tardia deste tipo de lesão. Objetivo Identificar possíveis limitações na detecção precoce das lesões glandulares pela análise dos resultados anteriores de exames citopatológicos das pacientes com diagnóstico atual de atipia glandular. Metodologia Foram selecionados 50 casos de citologia cérvico-uterina com resultado de atipia glandular com exame citológico anterior realizado em período de até dois anos pelo Laboratório de Citologia Oncótica do Instituto Adolfo Lutz-SP, através do Sistema Integrado de Gestão Hospitalar (SIGH). Foram quantificados os resultados das amostras anteriores, o número de amostras que apresentaram dessecamento e o número de amostras sem a presença de células endocervicais. Resultados Como demonstra o gráfico 1, dos 50 casos de atipias glandulares estudados um (2%) teve como diagnóstico anterior insatisfatório, 35 (70%) negativo, sete (14%) atipia glandular e sete (14%) lesões em células escamosas. E conforme demonstrado no gráfico 2, das 50 amostras anteriores estudadas 2 (4%) apresentavam áreas de dessecamento, 10 (20%) não continham células endocervicais e 38 (76%) não apresentaram problemas como áreas de dessecamento e ausência de células endocervicais. GRÁFICO 2: FREQUÊNCIA DE AMOSTRAS COM ÁREAS DE DESSECAMENTO E AUSÊNCIA DE CÉLULAS ENDOCERVICAIS 14% (7) 14% (7) 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2% (1) Amostra com áreas de dessecamento 70% (35) GRÁFICO 1 Ausência de células endocervicais Presença de endocervicais, sem áreas de dessecamento Conclusão A grande maioria das pacientes apresentou diagnóstico anterior negativo para lesões pré-malignas, sendo que a ausência de células endocervicais em 20% das amostras pode ter prejudicado o diagnóstico precoce destas atipias, além de um caso ter sido prejudicado pela insatisfatoriedade devido ao excesso de piócitos.