NOTA À POPULAÇÃO EM RELAÇÃO AO ESTUDO FRANCÊS
SOBRE LINFOMAS ANAPLÁSICOS DE GRANDES CÉLULAS
ASSOCIADOS ÀS PRÓTESES MAMÁRIAS A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade
Brasileira de Mastologia vem por meio desse comunicado
esclarecer que, em relação ao estudo divulgado pelo Instituto
Nacional de Câncer da França, e com base nos dados de
conhecimento global desse e dos demais estudos analisados até
o presente momento, não há necessidade de alarme em relação a
riscos oncológicos ou em relação a outras doenças que possam
ser provocadas pelas próteses mamárias. O linfoma anaplásico de grandes células associado às próteses
mamárias é um subtipo bastante raro de linfoma de células T, que
se estima possa surgir um caso em cada 500 mil mulheres com
próteses. Apesar da sua raridade, houve um sinal de alerta na
França em relação a um possível aumento no número de casos
diagnosticados. Passaram de dois casos em 2012, para 11 em
2014. Apesar do pequeno número de casos reportados em pacientes
portadoras de implantes mamários, não é possível no presente
momento e com base nos dados analisados, estabelecer um nexo
causal claro entre os implantes mamários e o aparecimento dessa
condição. O silicone presente nas próteses mamárias é um elastômero e a
sua viscosidade depende da sua massa molecular. Desde que
foram lançadas estas próteses em 1962, foram criadas diversas
gerações com diferentes viscosidades e texturizações no seu
revestimento. As próteses atuais são de gel mais coesivo, com
diversas camadas, o que permite que mantenham sua forma tanto
na cirurgia estética quanto na reconstrução mamária. É preciso ressaltar que as próteses mamárias são, entre todas as
próteses implantadas no corpo humano com diferentes finalidades
médicas, aquelas que foram mais extensivamente estudadas na
literatura científica. Elas vem sendo implantadas em todo o mundo
há muitas décadas e a sua segurança continuamente avaliada.
São conhecidos muitos benefícios da sua utilização para a saúde
e o bem estar global das pacientes, assim como os impactos
positivos do seu emprego para a população. Além disso, o silicone
está na composição de diversos outros produtos da área médica,
inclusive catéteres de quimioterapia, sem que nenhum problema
de saúde tenha sido até hoje relatado em relação ao surgimento
de doenças ou piora delas. Nos poucos casos até hoje relatados na literatura, a maioria das
pacientes aparecem com seromas (líquido ao redor da prótese) de
aparecimento tardio, na forma de aumento de volume local. A
grande maioria destas pacientes foram curadas apenas com a
remoção da prótese e da cápsula ao seu redor. Apenas em um
número pequeno de casos foi necessário realizar o tratamento
sistêmico com quimioterapia ou complementação com
radioterapia. A chance de cura com os tratamentos neste tipo de
linfoma passa de 90%. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade
Brasileira de Mastologia reiteram o seu compromisso de vigilância
e monitoramento constante de quaisquer informações que
venham a afetar direta ou indiretamente a saúde e a segurança
das pacientes sob os cuidados dos membros de ambas as
especialidades. É fundamental que quaisquer novos dados sejam analisados à luz
de seus impactos para a saúde da população, levando em
consideração os riscos potenciais envolvidos versus os benefícios
conhecidos das terapêuticas empregadas. Portanto, não há nenhum dado até o presente momento que
justifique qualquer mudança de postura ou intranquilidade por
parte das pacientes portadoras de implantes mamários, sejam
elas oriundas de cirurgias estéticas ou reconstrutoras. Devem
essas pacientes apenas seguir com a realização de exame clínico
mamário e exames de imagem regulares, o que é fundamental e
recomendável em mulheres adultas independentemente de serem
ou não portadoras de implantes mamários. João de Moraes Prado Neto Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ruffo de Freitas Júnior Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia 
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NOTA À IMPRENSA: Sociedade Brasileira de Mastologia sobre