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LOBO EM PELE DE BODE
A expressão Lobo em pele de Bode é uma variação da famosa e muito
usada Lobo em pele de Cordeiro. E ela só serve para uma definição
maçônica. Porém, antes de entrar no mérito da frase, é de bom tom
explicar o papel de cada animal.
Cordeiro, no caso específico o Cordeiro de Deus ou em latim,
Agnus Dei, é uma expressão utilizada pela religião cristã para se referir
a Jesus Cristo, identificado como o salvador da humanidade, ao ter sido
sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia
icónica cristã, é frequentemente representado por um cordeiro com uma
cruz. A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no
Evangelho de João, onde João Baptista diz de Jesus: "Eis o Cordeiro de
Deus, Aquele que tira o pecado do mundo" (João, 1:29). Os hebreus
tinham o costume de matar um cordeiro em sacrificio a Deus, para
remissão dos pecados. O sacrifício de animais (ou mesmo de pessoas)
era frequente entre vários grupos étnicos, em várias partes do mundo.
Na Bíblia é referido, por exemplo, o caso de Abraão que, para provar a
sua fé em Deus teria de sacrificar o seu único filho, imolando-o e
queimando-o numa pira de lenha, como era costume para os sacrifícios
de animais - o relato bíblico refere, contudo, que Deus não permitiu tal
execução. A morte de Jesus Cristo, considerado pelos cristãos como filho
unigénito de Deus, tornaria estes sacrifícios desnecessários, já que
sendo considerado perfeito, não tendo pecado e tendo nascido de uma
virgem por graça do Espírito Santo, semelhante a Adão antes do pecado
original, seria o sacrifício supremo, interpretado como o maior acto de
amor de Deus para com a humanidade. Portanto é a máxima expressão
da docilidade e do sacrifício.
O lobo é um mamífero selvagem, pertencente à família dos canídeos,
gênero Canis, considerado o ancestral do cão doméstico. Tem ampla
distribuição geográfica, ocorrendo originalmente na Europa, Ásia e
América do Norte. Ao longo dos séculos, o lobo foi um dos animais mais
temidos e odiados pelo homem, e a caça e destruição do seu habitat o
levaram a extinção em várias regiões em que antes era comum. Como
características os lobos têm os maxilares fortes com dentes afiados. Os
machos adultos podem medir 2 metros de comprimento (com a cauda)
e pesam até 80 kg. Têm uma visão muito boa. Têm a audição muito
aguçada e um olfato apurado. Eles caçam em grupo. Alimentam-se de
cervos, alces, carneiros, bisontes, pássaros, peixes e serpentes. A loba
tem em média 6 crias de uma vez, que nascem cegas e sem defesa. Os
lobos vivem em grupos familiares chamados de alcatéia. Sua liderança é
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feita por um macho e uma fêmea alfa, que são os reprodutores. O casal
alfa inibe hormonalmente os outros lobos para que eles não acasalem.
Os outros membros são em geral ninhadas mais velhas, mas podem ser
também lobos não relacionados à família.
O bode, macho adulto dos caprinos, é um mamífero herbívoro
ruminante cavicórneo que pertence à família dos bovídeos, subfamília
dos caprinos. O feminino de bode é cabra e os animais jovens
são conhecidos como cabritos. O ambiente de vivência dos bodes
são as montanhas, geralmente na latitude das zonas temperadas. A
alta altitude aliada aos pulmões desenvolvidos dos bodes e à grossa
pelugem que os protege do frio permite a sobrevivência em um local
protegido de qualquer tipo de predador.
A historia do Bode na Maçonaria
Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de
bode. Várias são as lendas. Uma delas diz respeito ao sigilo que existe
ao se contar algo para um bode. Outras dizem respeito à figura do bode
que, ligada aos sacrifícios pagãos e ao Deus Galhudo dos celtas pagãos
(pagão é quem vive nos pagos, áreas que ficam fora dos muros das
cidades), foi ligada pela igreja a nossa Ordem como forma de dar um
caráter demoníaco aos integrantes. Outras, ainda, dão como origem os
interrogatórios que ocorriam na Inquisição.
O fato é que nós, Maçons, sofremos com as crendices populares, o
fanatismo de ataques e a falaciosa assertiva de que fazemos pacto com
o demônio.
Porém, sabemos que o trato Maçônico é muito diferente do que
normalmente se costuma pensar. Ao invés de mantermos um pacto
oculto com o demônio, com rituais de satanismo e outras crendices sem
qualquer fundamento, buscamos sempre nos posicionar para o apoio e
carinho fraternais. Por conta disso, trabalhamos para fazer o bem sem
necessitar de reconhecimento, aprovação ou demonstração.
Somos os trabalhadores do silêncio.
Porém, por conta de nosso sigilo, e de termos fronteiras claras para
definir quem entra ou não, nos tornamos alvos de ataques maliciosos,
normalmente capitaneados por ignorantes e pérfidos. Nossos mistérios
têm a ver com a forma como nos transformamos e modificamos o que
nos rodeia, e isso, por não ser compreendido por aqueles que nada
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vêem, a não ser o proveito próprio e o viver exclusivamente o dia de
hoje.
Não existem Maçons, pelo simples fato de não se pode ser Maçom.
Temos que ser reconhecidos como tais. Por isso, adotar a Maçonaria
como entidade é fácil, mas deixar que ela faça parte de você, isso é
difícil.
Temos que nos polir e Não somos, trabalhar continuamente para nunca
resvalarmos em argumentos fanáticos, irreligiosos ou ateus estúpidos.
Temos que respeitar qualquer religião, seita, raça ou pensamentos
filosóficos. Devemos ser, enquanto grupo, uma associação constituída
por homens de bem, cujos valores morais são elevados.
Mais uma vez, chegamos à figura do Bode Preto. Porque essa figura
tanto incomoda?
Na realidade, o bode é encarado no esoterismo de diversas maneiras:
fonte do materialismo, a matéria sobre o espírito, a brutalidade, se
analisarmos pelo lado negativo.
No entanto, há uma corrente doutrinária que entende o bode como o
elemento da natureza que está nos campos, de cabeça ereta e, por
andar próximo ao pico das montanhas, seria o ser não alado mais
próximo das estrelas e do conceito mais fácil que temos do Grande
Arquiteto do Universo, que é Deus.
A montanha é como uma caminhada, uma jornada para o alto, para
além dos limites da terra, onde o homem, ao chegar ao fim, estará mais
perto dos Limites do Universo Conhecido.
Um pequeno conto de Fadas.
Um dia, o lobo teve a idéia de mudar sua aparência para
conseguir comida de uma forma mais fácil. Então, vestiu uma pele de
bode e saiu para pastar com o resto do rebanho, despistando totalmente
o pastor. Para sua sorte, ao entardecer, foi levado junto com todo o
rebanho para um celeiro. Durante a noite, o pastor foi buscar um pouco
de carne para o dia seguinte. Chegando no celeiro, puxou o primeiro
bode que encontrou. Era o lobo fingindo ser um bode. Ele foi pego,
desmascarado e justiçado.
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Portanto, ao querer ser esperto e se misturar aos demais, acabou por
ser pego em algum momento, e pagando por seu erro.
Como podemos identificar se existe algum lobo em pele de bode? De
pronto, essa identificação é quase impossível, porque este permanece
na espreita, na escura lacuna de nossa estrada a esperar um momento
oportuno. Aparece de maneira repentina e sórdida, sem alarde, e no
silêncio da sua empreitada, busca prejudicar os desavisados, os mais
distraídos.
E como poderíamos identificar claramente este Lobo em Pele de Bode,
sem erros e sem desvios?
Bem, pode ser aquele que em certo momento fala mal de outro, mas
nunca pela frente. Pode ser aquele que confraterniza como se nada
tivesse dito. Aquele que comenta da postura, da opinião, da pessoa, dos
sentimentos e até dos bens que outro possa ter.
Pode ser aquele que nega de forma veemente um fato, mesmo que
perante provas cabais?
Pode ser aquele que busca destruir o conjunto para se lançar como
agregador depois?
Pode ser aquele que busca liderar, mesmo quando tantos não admitem
sua liderança?
Pode ser aquele que não respeita o resultado de uma eleição, de uma
escolha, de uma assembléia ou de uma discussão?
Pode ser aquele que busca se sobressair, se apoderando das atividades,
realizações e idéias dos outros?
Pode ser aquele que critica algo sem jamais tomar a frente de uma
atividade, ficando no papel de quem apedreja?
Pode ser aquele que nunca reconhece o benefício que outros podem
trazer para alguma coisa, pelo fato de se sentir dono daquilo?
Pode ser aquele que não reconhece o que é justo e perfeito?
Pode ser aquele que ofende por se sentir em posição de destaque,
aproveitando o temor causado por antiguidade, carreira ou cargo?
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Pode ser aquele que utiliza todos os métodos para se fazer o melhor de
todos, buscando seguidores?
Pode ser aquele que, quando pego em flagrante delito, se faz de
injustiçado e perseguido aos olhos dos demais, buscando apoio naqueles
que têm brilho próprio?
Pode ser aquele que utiliza a pouca idade como forma cabal de
comprovar experiência, inteligência, valor e qualidades?
Pode ser aquele que tem em sua história desavenças e problemas com
outros grupos?
Pode ser aquele que não tem o espírito fraterno da liderança, e por isso
utiliza de artifícios para inibir aos que podem lhe fazer sombra?
Cuidado! Pode ser que ele esteja perto de você.
Um T.´.F.´.A.´.
Colaboração: Ir.’. Carlos Mesquita – CR System
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