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RESPOSTA AGUDA DA PRESSÃO ARTERIAL A UMA SESSÃO DE BIODANÇA
COM PESSOAS DE MEIA IDADE E IDOSAS
Raquel Freire Cazé 1
Simone Abrantes Wanderley1
Thereza Karolina Sarmento da Nóbrega1
James Silva Moura Junior1
Patrícia Vargas Paiva1
Pricilla Regina Oliveira Fernandes1
Mônica Jane Cabral da Silva1
Alexandre Sérgio Silva2 (Orientador).
1
Aluno extensionista do projeto de promoção de exercícios físicos para pacientes
hipertensos atendidos no Hospital Universitário da UFPB
2
Mestre em Saúde Coletiva
1,2
Divisão de Educação Física do Hospital Universitário Lauro Wanderley PB
2
Laboratório de Estudos do Treinamento Físico Aplicado ao desempenho e à Saúde LETFADS / DEF / UFPB
RESUMO
Embora a biodança interfira diretamente na atividade neurovegetativa, inexistem estudos
avaliando seus efeitos na hipertensão. O objetivo deste estudo foi verificar a resposta da
pressão arterial a uma sessão de biodança. Nove hipertensos (idade média de 57 anos)
tiveram a pressão arterial (PA) mensurada pré e pós sessão de biodança. A PA média
diminuiu de 128,6/80 para 115,3/74,7 mmHg. (p = 0,020 e p = 0,092 para pressão arterial
sistólica e diastólica respectivamente). Conclui-se que uma única sessão de biodança
promove redução aguda clinicamente importante da pressão arterial.
ABSTRACT
Although the biodance intervenes directly in neurovegetative activity, its effect in the
hypertension is not know. The objective of this study was to verify the response of the blood
pressure (BP) to an biodance session. Nine hypertensive subjects (mean 57 years) had the
BP measured before and after a biodance session. The average BP diminished of 128,6/80
for 115,3/74,7 mmHg. (p = 0,020 and p = 0,092 for systolic and diastolic BP respectively).
Concludes that an only session of biodance clinically promotes important acute reduction
of the blood pressure.
EXTRACTO
Aunque el biodanza intervenir en el neurovegetativa actividad, los estudios inexist
valorando sus efectos en la hipertensión. El objetivo de este estudio fue comprobar la
respuesta de la presión sanguínea (PS) para una sesión de biodanza. Nueve hipertensos
(mediana 57 años) tenían los PS medir pré y polvos la sesión de biodança. La PS
disminuyó de 128,6 / 80 a mmHg de 115,3 / 74,7. (= 0,020 de p y = 0,092 para la presión
sanguínea sistólica y diastólica respectivamente). Es terminado que una sesión de
biodanza sola promociona la reducción brusca fríamente importante de la PS.
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INTRODUÇÃO
Dentre as modalidades de tratamento da hipertensão arterial, o exercício físico é
reconhecido como uma das mais eficazes. São muitos os estudos que demonstram uma
atividade hipotensora em resposta ao exercício aeróbio. Estes estudos apontam que basta
uma única sessão de exercício, como uma caminhada ou corrida para se observar
importante redução da pressão arterial, com esse efeito perdurando por até 12 - 24 horas. A
prática continuada de exercícios aeróbios promovem uma redução crônica e sustentada da
pressão arterial equivalente ao uso de uma das classes de medicação anti- hipertensiva
(Baster e Baster-Brooks, 2005). A magnitude desta redução varia entre 2 a 17 mmHg para
PAS e 2 a 7 mmHg para PAD. (Santaella et al., 2003; Brum, 2005). Brandão-Randon et al.
(2002), mostraram que este efeito hipotensor pode ser notado até mesmo em hipertensos
idosos.
Embora os mecanismos envolvidos nesta resposta hipotensora ainda não sejam
totalmente esclarecidos, alguns fatores hemodinâmicos e neuro- humorais já são
elucidados, tais como a redução da volemia, diminuição do débito cardíaco em repouso,
aumento da liberação de fatores de relaxamento derivados do endotélio e diminuição da
atividade simpática (Halliwill, 2001; Thompson, 2004; Notarius, 2006; Zago e Zanesco,
2006).
A atividade neurovegetativa desempenha importante papel na regulação da pressão
arterial no repouso e em resposta ao exercício (Zago e Zanesco, 2006). A redução da
atividade simpática em resposta ao exercício tem sido apontada como um dos principais
mecanismos envolvidos na redução da pressão arterial em resposta ao exercício. Soares et
al (2005) sustentam esta premissa ao se utilizarem de análise espectral para demonstrar
alteração da atividade barorreflexa e vasodilatadora em resposta ao exercício físico.
Sendeski (2004) usou uma outra técnica, denominada microneurografia (Mion Júnior et al,
1994) para demonstrar que a pressão arterial de repouso, bem como as respostas
pressóricas ao exercício físico eram moduladas pela extensão da atividade simpática em
alguns indivíduos. Além disso, os níveis de catecolaminas (que influenciam
hormonalmente a atividade simpática) embora aumentados durante o exercício se mostram
com valores reduzidos em sujeitos fisicamente ativos, comparados com sedentários.
Esta redução da atividade simpática é apontada como uma das principais alterações
induzidas por atividades físicas consideradas alternativas como yoga, tai-chi chuan,
acupuntura e biodança (Raub, 2002; Herrmann, 2002; Motivala, Sollers et al., 2006).
Mesmo em idosos, onde a atividade simpática se mostra aumentada, sessões de tai-chichuan promovem diminuição aguda da atividade das fibras adrenérgicas, que não pode ser
explicado pela mera atividade física apenas (Motivala, Sollers et al., 2006). Segundo os
princípios da biodança, esta atividade promove um equilíbrio do organismo internamente e
com o meio ambiente. Este equilíbrio é decorrente de alterações hormonais e neurohumorais, com atuação direta sobre o sistema neurovegetativo, através do equilíbrio entre
as atividades simpática e parassimpática (Toro, 2002). Portanto pressupõe-se que estas
atividades ditas alternativas adicionam um componente redutor da atividade simpática que
independe do exercício físico, como é defendido por pesquisadores que estudam o tai-chichuan e a biodança e tem esta afirmação sustentada pela acupuntura, que também promove
redução da atividade simpática, mesmo na ausência do exercício.
Diante desta perspectiva é natural o levantamento da hipótese de que estas
atividades também promoveriam benefício s ao paciente hipertenso como ocorre com o
exercício aeróbio. No entanto, estudos considerando estas atividades são bem menos
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numerosos que os que envolvem o exercício aeróbio tradicionalmente realizado,
especialmente em países ocidentais. Além disso, embora se encontrem algumas poucas
publicações acerca das respostas pressóricas com o tai-chi.Chuan (Motivala, Sollers et al.,
2006), yoga (Yeolekar, 2002) e acupuntura (Yin, Seo et al., 2007), relatos sobre os efeitos
da biodança sobre a pressão arterial são escassos em bases de dados de periódicos
indexados (Medline, Pubmed, Bireme).
Portanto, este estudo tem como objetivo investigar os efeitos agudos de uma sessão
de biodança na pressão arterial de mulheres e homens de meia idade e idosos. Será testada
a hipótese de que, apesar de a intensidade desta modalidade de atividade física não ser de
intensidade constante e ainda assim menor que as tradicionalmente prescritas para
exercícios aeróbios tradicionais na maior parte do tempo da sessão, os efeitos hipotensores
são similares entre estas duas modalidades.
METODOLOGIA
Tratou-se de um estudo descritivo de corte transversal. O estudo foi desenvolvido
com uma turma de praticantes de biodança, composta por mulheres e homens de meia
idade e idosos de um projeto de extensão para terceira idade do Departamento de Educação
Física Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Foram escolhidos um total de nove sujeitos, com idade média de 53 a 82 (idade
média de 57 anos), sendo sete mulheres e dois homens, que participam do projeto de
extensão Biodança para a Terceira Idade, com freqüência de aula duas vezes por semana e
duração de 50 minutos cada aula. Os critérios para participação no estudo foram: estar de
acordo com a faixa etária compatível com meia idade e idosa (estipulou-se a idade mínima
de 40 anos como critério para a meia idade), estar freqüentando as aulas assiduamente, não
ter realizado outros exercícios nas 24 horas precedentes à coleta dos dados, não ter fumado
ou ingerido bebidas alcoólicas no dia da coleta de dados, não ter se alimentado 30 minutos
antes da sessão e ter apresentado disponibilidade e aceitação para participar do estudo,
mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme resolução
196/96, do Conselho Nacional de Saúde.
Os instrumentos utilizados no estudo foram dois esfigmomanômetro aneróide, da
marca BD com precisão de 2 mmHg e dois estetoscópios, também da marca BD,
previamente calibrado contra uma coluna de mercúrio. A calibração dos instrumentos foi
realizada no setor de engenharia biomédica e manutenção de aparelhos do hospital
universitário da UFPB.
Antes de iniciar o estudo a professora da turma foi consultada sobre a possibilidade
de se realizar a pesquisa. Uma vez concedida a autorização, foi feita em seguida uma
apresentação do estudo aos sujeitos que faziam parte da turma e identificados os que
atendiam aos critérios de inclusão. Ao final desta apresentação, foi solicitada a assinatura
do termo de consentimento e agendada a coleta de dados para a aula seguinte, com os
sujeitos sendo informados de atitudes que deveriam ter para não violarem os critérios de
inclusão.
No dia da coleta dos dados, logo na chegada dos sujeitos da amostra, foi realizada
uma avaliação da pressão arterial de repouso. Para isso eles foram solicitados a
permanecerem 10 minutos sentados e tranqüilos. Nova medida de pressão arterial foi
efetivada após a sessão de biodança. Para isto, eles foram convidados a permanecerem
sentados e em repouso tão logo acabasse toda a sessão por um período de 10 minutos.
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Precisamente neste momento os pesquisadores abordaram os sujeitos que permaneciam
sentados até o final da medida da pressão arterial.
Para garantir que as medidas pressóricas fossem efetuadas com a menor diferença
de tempo possível entre os nove sujeitos da amostra, e garantindo a precisão das medidas,
foram recrutados dentre os pesquisadores, aqueles que tinham experiência em medidas de
pressão arterial, avaliados pela participação em um projeto de atividades físicas para
hipertensos onde estes pesquisadores medem a pressão arterial dos participantes em vários
momentos de cada sessão deste programa, cotidianamente.
Estas medidas foram realizadas por uma equipe composta por três pessoas, onde
duas verificaram a pressão e uma fazia as anotações. A pressão arterial foi verificada pelo
método auscutatório, seguindo rigorosamente o protocolo proposto nas IV diretrizes
brasileira de hipertensão arterial. (SBH/SBC/SBN, 2002).
A sessão de biodança teve duração de 50 minutos e foi dividida em três momentos.
No primeiro momento foi feita uma conversa com todos os participantes sobre a vivência
passada. No segundo momento foi feito um breve alongamento dos membros e no ultimo
momento foram realizadas atividades em circulo acompanhadas de música, caminhadas
livres pelo espaço onde estavam realizando as atividades e ainda movimentos com todo o
corpo. Estas atividades foram classificadas pelos pesquisadores como de intensidade leve
na maior parte da sessão, com alguns momentos breves e intermitentes, onde a intensidade
progredia para moderada. Embora não houvesse atividades físicas no primeiro momento da
sessão, esta foi considerada como parte da aula, em atendimento aos preceitos da biodança
de que este momento também colabora com a resposta geral desta atividade para o bem
estar e equilíbrio dos participantes.
Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com média e desvio –
padrão dos valores pressóricos antes e em resposta á sessão. O teste não paramétrico de
Wilcoxon foi utilizado para testar as diferenças entres os valores pressóricos pré e pósprocedimento. Estes testes foram realizados por meio de um software estatístico.
RESULTADOS
Na medida de pressão arterial de repouso, observou-se que três dos nove sujeitos do
estudo apresentavam-se com a hipertensão não – controlada (valores iguais ou superiores a
140 e 90mmHg para pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD)
respectivamente). A sessão de biodança promoveu melhorias neste quadro, uma vez que na
medida realizada 10 minutos após do exercício, todos os sujeitos apresentaram-se com a
hipertensão controlada.
Além disso, oito dos nove sujeitos apresentaram redução da PAS após o exercício,
enquanto que para a PAD, este fenômeno ocorreu com seis dos nove sujeitos.
A Tabela 1 apresenta os resultados médios da pressão arterial antes e 10 minutos
após o exercício. Observa-se que houve uma diminuição tanto para a PAS (com
diminuição relativa de 10,41%), quanto para PAD (redução de 6,6%). Esta redução foi
estatisticamente significativa apenas para PAS.
PASrep
Valores PAS e 128,7 (+- 16,6)
PAD
PASpos
115,3 (+-11,0)
PADrep
80 (+-11,3)
PADpos
74,7 (+-8,0)
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Significância
p = 0,020
p = 0,092
Tabela1: Média, desvio – padrão e significância estatística da pressão arterial sistólica
(PASrep) e diastólica (PADrep) de repouso (antes da sessão de biodança) e da pressão
arterial sistólica (PASpos) e diastólica (PADpos) após o exercício (10 minutos em repouso
após a sessão).
DISCUSSÃO
A redução aguda da pressão arterial observada no presente estudo foi de 13,4
mmHg para PAS e 5,3 mmHg para PAD. Estes valores se mostram nos limites superiores
que são reportados pela literatura tanto para PAS (2 a 17 mmHg) quanto para PAD (2 a 7
mmHg) em resposta a exercícios físicos aeróbios tradicionais, especialmente a corrida /
caminhada (Santaella et al., 2003; Brum, 2005). Devido à falta de dados documentados,
não é possível comparar esta resposta hipotensora com outros estudos realizados também
com biodança. Por causa disto, optamos por comparar os dados de nosso estudo com outras
atividades ditas alternativas.
Estudo com acupuntura demonstrou redução de 14,7 e 6,9 para PAS e PAD
respectivamente (Yin, Seo et al., 2007). Embora a acupuntura não se trate de uma atividade
física para permitir melhores comparações, os mecanismos explicadores são similares ao
exercício físico, particularmente a redução da atividade simpática que pode ser modulada
em conseqüência de sessões e acupuntura.
Dentre as atividades ditas alternativas, que podem ser consideradas como atividade
física, existem alguns escassos estudos com o tai-chi-chuan. São reportadas reduções
crônicas de até 19 e 9 mmHg para PAS e PAD respectivamente. (Taylor-Piliae, Haskell et
al., 2006). Thompson (2004) também reporta esta escassez de estudos e cita apenas um
estudo (Young et al, 1999), para descrever o comportamento pressórico em resposta a esta
atividade.
Estudos com yoga também não são abundantes, mas demonstram resposta
pressórica similares ao tai-chi-chuan e acupuntura (McCafrrey, 2005). Embora grande
parte dos estudos mostrem reduções menores na PAD, Vijayalakshmi et al (2004),
encontraram reduções crônicas estatisticamente significativa tanto para PAS quanto pra
PAD em resposta a um programa de atividades de yoga.
Ainda assim, devido a este pequeno volume de publicações, estas comparações são
feitas com base nas respostas hipotensoras crônicas destas modalidades, enquanto que o
presente estudo foi realizado com as respostas agudas. De qualquer maneira, alguns dos
mesmos mecanismos até o momento esclarecidos para explicar as respostas agudas ao
exercício tradicional (Notarius, 2006; Zago e Zanesco, 2006), devem estar também
implicados na resposta hipotensora de atividades como yoga e tai-chi-chuan (diminuição
da atividade baroreflexa e simpática, e alteração da atividade catecolaminérgica).
Uma questão a ser levantada, é se este efeito hipotensor se deu pela atividade física
em si ou se houve alguma contribuição mais voltada para efeitos da biodança referidas a
atividades como o equilíbrio emocional e neurovegetativa do praticante (Toro, 2002).
Embora dados de Motivala, Sollers et al., (2006), indiquem que o tai-chi-chuan promova
redução da atividade simpática que não são explicadas apenas pelo exercício físico, mais
estudos ainda são necessários para melhor elucidar esta questão. Comparações da resposta
hipotensora aguda à biodança e outra modalidade de atividade física como a caminhada
com uma mesma amostra pode colaborar para minimizar esta lacuna, bem como a
avaliação direta da atividade adrenérgica via alteração da atividade hormonal
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catecolaminérgica ou por mensuração direta da atividade das fibras simpáticas /
parassimpáticas por via de análise espectral e microneurografia.
Como dado orientador para estes estudos futuros merece ser colocado o estudo de
Astin et al (2003), onde estes autores abordam o tema da relação corpo x mente na prática
médica. Eles enfatizam que já há algumas décadas que se tem levantado a questão de que
fatores psico-sociais influenciam de forma direta as funções fisiológicas e estado de saúde
dos sujeitos. Eles realizaram um estudo de revisão sobre os efeitos de atividades de
integração corpo e mente como relaxamento, terapias comportamentais, meditação,
imaginação e hipnose nas condições clínicas dos envolvidos. Eles encontraram uma
evidência moderada de que estas atividades influenciaram beneficamente os sujeitos
hipertensos. Embora considerem que ainda sejam necessários mais estudos, afirmam que
os dados disponíveis suportam o uso destas práticas como terapia coadjuvante para a
hipertensão arterial e outras enfermidades.
Embora tenhamos enfatizado muito o aspecto da atividade simpática e
catecolaminérgica, como responsável pela redução da pressão arterial, deve ser enfatizado
que outros mecanismos estão também envolvidos e devem ser considerados em
investigações futuras. Estudo de Bijlane et al (2005), mostra que a prática de yoga
promove diminuição da glicemia de jejum, do colesterol total e da fração LDL, aumento do
colesterol HDL e redução dos triglicerídios, Estas alterações contribuem para redução da
pressão arterial. No entanto, se estes futuros estudos forem feitos apenas com as respostas
agudas, devem considerar que nenhuma destas alterações ocorre imediatamente após o
exercício, mas apenas como resultado crônico de um programa continuado.
Considerando que a biodança é uma atividade que vem experimentando um
processo de popularização, os dados deste estudo encorajam a adoção desta atividade como
alternativa de exercício físico no tratamento da hipertensão arterial.
A praticidade e o baixo custo necessário para esta prática, bem como o fato de que
o espaço físico necessário é tão acessível quanto o que é exigidos para atividades de
caminhada, credencia a biodança com excelente alternativa para a práticas por parte de
populações grandes e de baixo poder aquisitivo, como entre as atendidas pelos PSF´s
(Programa de Saúde da Família). Além disso, idosos (que são mais relutantes em adotar o
exercício físico tradicional como terapia anti- hipertensiva), também seriam beneficiados
como uma atividade física mais agradável e atraente.
Tudo isto representa um aumento no leque de alternativas para pessoas que
pretendem adotar um estilo de vida fisicamente ativo e, ao mesmo tempo prevenir /
controlar a hipertensão arterial. No entanto, mais trabalhos são necessários para formar um
corpo de evidências quanto aos benefícios aqui demonstrados da biodança sobre a pressão
arterial.
CONCLUSÃO
Os dados do presente estudo demonstraram que uma sessão de biodança promove
resposta hipotensora aguda similar às de uma sessão formal de exercício aeróbio. Indica,
portanto que a biodança representa uma ótima alternativa de atividade física no tratamento
da hipertensão arterial. No entanto, mais estudos ainda são necessários para garantir um
corpo de evidência para este benefício da biodança e para elucidar se esta resposta
hipotensora é devida unicamente ao exercício físico por si só ou se os elementos
equilibradores do organismo apregoado pelos teóricos da biodança também estão
implicados nesta resposta hipotensora.
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