Ritmo da universalização deve estar adequado às tarifas dos consumidores, diz Kelman Questão precisa ser debatida entre Aneel, governo federal e distribuidoras, para evitar altos impactos tarifários, diz diretor-geral Fábio Couto São Paulo O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Jerson Kelman, disse nesta quarta-feira, 9 de agosto, que as obras de universalização da energia devem conciliar o ritmo de implantação - e seus custos relativos - com as tarifas dos consumidores finais. Segundo ele, o assunto tem que ser debatido entre Aneel, governo federal - responsável pela implantação da política, por meio do programa Luz para Todos - e distribuidoras, a fim de obter saídas para evitar repasses elevados desses custos às tarifas. "Há uma consideração que diz que o ritmo de universalização deverá se adequar à capacidade de pagamento do consumidor", disse Kelman, após participar do segundo dia do 3º Enase - Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, em São Paulo. Kelman utilizou como exemplo o caso do Maranhão, onde os custos de operação e manutenção resultantes da implantação do Luz para Todos podem ter como efeito aumento de até 20% nas tarifas. Num eventual debate sobre a adequação dos custos da universalização, uma das saídas que poderiam ser cogitadas seria o adiamento do prazo para atendimento das metas, que termina em 2008, observou Kelman. Ele ressaltou, porém, que a Aneel não está sugerindo nem propondo a postergação da data limite, cuja decisão está a cargo do governo federal, que é o agente formulador da política, a partir das análises que porventura venham a ser feitas. O diretor-geral contou ainda que a incorporação das redes particulares pelas distribuidoras, cuja regulamentação foi aprovada na última terça-feira, 8 de agosto, tende a beneficiar a universalização da energia, uma vez que a disponibilização dos ativos abre espaço para o atendimento a outros consumidores, localizados próximo àquelas redes. O repasse dos custos de operação e manutenção dessas redes não poderá ultrapassar 8% do valor da tarifa, disse. COUTO, F. Ritmo da universalização deve estar adequado às tarifas dos consumidores, diz Kelman. Agência CanalEnergia, Consumidor, Mídia Online, 09/08/2006