Nº 109 - Brasília, setembro de 2009
Franqueado
DECRETO
LEGISLATIVO
No 52288/63
unicef
Rádio
parceria
pela Infância
Toda a criança deve ler e
escrever até os 8 anos
Esse índice de analfabetismo é bem superior ao de
crianças da mesma faixa etária que estão fora da escola,
que é de 2,4%. A conclusão é que muitos estudantes
estão nas salas de aula, mas não aprendem.
Radialista, no boletim deste mês você vai entender por
que é tão importante aprender a ler e a escrever até os
8 anos de idade. Também vai encontrar dicas para falar
com o professor que tem alunos acima dessa idade sem
as habilidades básicas de leitura e escrita. Uma delas
é que o processo de alfabetização deve levar em conta
a realidade em que a criança está inserida. O ideal é
buscar livros, revistas, jornais e outros instrumentos
relacionados com a realidade local.
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No boletim de setembro você vai saber qual a
importância da Provinha Brasil, avaliação das habilidades
de leitura e escrita destinada a crianças de 6 a 8 anos.
A avaliação não é obrigatória, mas é um importante
instrumento para professores e gestores escolares
realizarem um diagnóstico do estágio de alfabetização
de seus alunos. Aqui você vai descobrir como estimular
prefeituras, dirigentes de educação, famílias, enfim, toda
a sua comunidade a se mobilizar para que as escolas
apliquem a Provinha, que possibilita a correção de
possíveis problemas de alfabetização ainda no início.
Ah, é bom lembrar que a alfabetização até os 8 anos
de idade é uma das diretrizes do PDE - Plano de
Desenvolvimento da Educação do MEC e é também a Meta
2 do Movimento Todos pela Educação, organização
não-governamental que trabalha para garantir que
meninos e meninas tenham direito a uma educação
de qualidade até 2022, ano do bicentenário da
Independência brasileira.
Boa Leitura!
Equipe do Rádio pela Infância
Marcello Casal Jr./ABr
Toda criança deve estar plenamente alfabetizada até os
8 anos. A idade corresponde ao 3º ano (2ª série) do
ensino fundamental. No entanto, 8,3% dos meninos
e meninas de 7 a 14 anos não sabem ler ou escrever.
A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) e faz parte do relatório Situação da
Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de
Aprender, do UNICEF.
Ler e escrever até
os 8 anos de idade
é fundamental
A importância da
Provinha Brasil
Leia
neste
boletim
Lançamento da 2ª
edição do Palavra
de Criança em
setembro
Ensino fundamental
de 9 anos favorece
alfabetização
Ler e escrever até os 8 anos de idade é fundamental
O número de crianças e adolescentes de 7 a 14
analfabetos é superior a 2,3 milhões, o que corresponde
a 8,3% do total. Já a quantidade de meninos e meninas
na mesma faixa etária fora da escola é bem inferior:
680 mil, o equivalente a 2,4%. A falta de coincidência
entre os dois índices revela algo nada animador: muitos
estudantes com mais de 8 anos frequentam as salas de
aula, mas não sabem ler e escrever.
A pedagoga Ana de Medeiros Ribeiro explica que a
alfabetização deve ocorrer até os 8 anos porque se o
aluno não aprende a ler e a escrever até essa idade, que
corresponde ao 3º ano (2ª série) escolar, todo o restante
do aprendizado dele fica comprometido.
Marcello Casal Jr./ABr
E como o professor deve agir com uma criança com 10
anos de idade, por exemplo, que ainda não sabe ler e
escrever? O primeiro passo “é investigar qual é a real
dificuldade desse estudante”, diz a especialista. Segundo
ela, por mais que o professor se esforce para que a
criança leia, se as causas não forem identificadas, se ele
não souber porque o estudante não está aprendendo,
não vai ter o sucesso esperado.
necessidades do aluno e ter sucesso na
alfabetização, garante a coordenadora
de Cooperação com os Municípios, da
Secretaria de Educação do Ceará, Márcia
Campos.
Ana Paula, que é coordenadora da área de
avaliação do Programa, diz que o número de
estudantes com dificuldades de leitura diminuiu
em 10% de um ano para o outro. No início de 2009,
mais de 100 mil alunos do 2º ano (1ª série) foram
avaliados. No fim deste ano, ocorrerá a segunda
etapa de provas. O professor recebe depois um
relatório completo de cada aluno e orientações dos
formadores sobre como agir com cada estudante.
Ana Paula de Medeiros Ribeiro
Pedagoga e coordenadora de avaliação do
programa Alfabetização na Idade Certa
[email protected] (85) 9605-1981
Pró-Letramento auxilia na alfabetização
Para a melhoria da qualidade de aprendizagem
da leitura, da escrita e também da matemática, os
professores dos anos iniciais do ensino fundamental
(1º ao 5º ano) que atuam em sala de aula podem
contar com o Pró-Letramento, programa do Ministério
da Educação (MEC).
O programa, realizado em parceria com universidades,
estados e municípios, qualifica professores nas
disciplinas de língua portuguesa e matemática. Neste
ano, aproximadamente 100 mil professores estão em
turmas do Pró-Letramento.
Valorização – A fim de identificar os problemas da criança
e agir corretamente para que ela aprenda, o professor
precisa ter boa formação. “Às vezes o professor tem boa
vontade, mas não tem acesso às últimas práticas, às
teorias. O professor de alfabetização deveria ser o melhor
e o mais valorizado da escola”, ressalta a pedagoga .
Um caminho para tentar resolver o problema da falta
de formação é mobilizar escolas, prefeituras e governos
estaduais para investirem nessa área. Um exemplo é
o programa Alfabetização na Idade Certa, que forma
professores e avalia estudantes. No Ceará, o Programa
é realizado pelo governo estadual, em parceria com as
prefeituras, Universidade Federal do Ceará (UFC), UNICEF,
entre outros.
A distância é uma das dificuldades enfrentadas pelos
professores para participar da formação. Muitos deles
moram longe, faltam transportes, mas, pelo Programa,
nenhum educador precisa sair da cidade em que mora
porque os professores formadores vão periodicamente
até os municípios. Os professores do 1º ano da rede
municipal recebem material de apoio produzido pelo
estado e são capacitados pelos multiplicadores locais.
Os do 2º ano são formados pelas editoras fornecedoras
dos materiais de alfabetização. Nos dois casos, eles
trabalham todo o conteúdo necessário para entender as
Criado em 2005, os cursos de formação continuada
oferecidos pelo programa têm duração de 120 horas
com encontros presenciais e atividades individuais.
A duração é de 8 meses. O professor que quiser
informações sobre o curso deve procurar a Secretaria
de Educação do seu município.
Livros para bebês
Os livros devem fazer parte dos brinquedos dos bebês.
A recomendação é da pedagoga Ana Paula de Medeiros.
Ela afirma que “quanto mais cedo a criança tiver contato
com material escrito, visual, mais ela vai ser estimulada”.
A especialista lembra que hoje existem livros específicos
para as crianças pequenas, que não machucam ou podem
ser até levados para o banho, caso das publicações feitas
com material de borracha ou de pano. “Todos os recursos
devem ser utilizados para estimular a criança o quanto
antes”, explica.
Ana Paula diz ainda que o ato de contar histórias e ler
os livros também é uma importante forma de preparar
as crianças pequenas para quando chegar a fase mais
importante da época escolar: a alfabetização.
A importância da Provinha Brasil
A Provinha Brasil avalia o nível de alfabetização das
crianças de 6 a 8 anos de idade que estão no 2º ano
(1ª série). A partir dela, o educador pode enxergar com
exatidão como está o processo de alfabetização das
crianças, afirma o presidente da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos
Eduardo Sanches, que também é dirigente municipal de
Educação de Castro, no Paraná.
Segundo Sanches, a Provinha permite conhecer o estágio
em que o estudante está e oferece oportunidades
para o professor mudar a prática em sala de aula.
Com os resultados, os professores do ano seguinte ao
da aplicação do teste vão poder planejar as aulas de
acordo com as necessidades dos estudantes e corrigir os
problemas a tempo.
No total, 3,5 milhões de crianças devem participar
da segunda edição da Provinha Brasil 2009, prevista
para o período de 9 a 13 de novembro. As datas são
sugeridas pelo Ministério da Educação (MEC), que envia
a Provinha impressa e material de apoio para mais de
5.500 secretarias de educação do país. O material inclui
orientações diversas, como um roteiro passo-a-passo
para o professor que vai aplicar a avaliação, um guia
de correção e outro que explica como os resultados da
Provinha podem ser utilizados.
As escolas com dúvidas sobre a aplicação da Provinha
devem entrar em contato com as secretarias de
educação. Também podem ligar gratuitamente para
0800 61 61 61 ou acessar o endereço eletrônico http://
provinhabrasil.inep.gov.br/, onde há informações sobre
a avaliação.
Prova Brasil – Lembre-se: o resultado do teste de
português da Prova Brasil, que será feita de 19 a 30
de outubro pelos estudantes do 5º e 9º anos (4ª
e 8º séries) também podem indicar como está a
alfabetização das crianças.
Sugestão de pauta – Radialista, a Provinha Brasil não
é obrigatória, mas que tal estimular os dirigentes
de educação a decidirem pelo teste? Chame a
atenção para a importância
de se conhecer o nível
de alfabetização dos
alunos e, assim, corrigir
possíveis problemas. Para
os estudantes e famílias,
lembrem que a Provinha é aplicada
em sala de aula, mas os resultados
não vão para o boletim do aluno.
O presidente da Undime, Carlos
Eduardo Sanches, tem um recado
para você. Ele diz que a vida dos
brasileiros só vai melhorar
mesmo se todos se preocuparem
com a educação, principalmente
nessa fase tão importante,
que é quando as crianças
aprendem a ler e a
escrever. Então, radialista,
lembre aos prefeitos que
quando eles priorizam
a educação, garantem a possibilidade de transformar a
sociedade para melhor.
Carlos Eduardo Sanches
Presidente da Undime
[email protected] (61) 8118 8827
Em setembro, será lançada a segunda
edição do programa Palavra de
Criança, projeto desenvolvido
pelo UNICEF, em parceria com as
prefeituras de Sobral, no Ceará,
e de Teresina, no Piauí. Os dois
municípios fazem dois testes
anuais com os estudantes do 3º
ano (2ª série).
Os testes avaliam habilidades de
leitura, compreensão de texto e de
escrita necessárias para a criança
ser considerada alfabetizada.
A próxima avaliação será
em novembro, logo depois
da Provinha Brasil. Todas as
crianças do 3º ano (2ª série) das
duas cidades vão participar. São
cerca 10 mil: 7 mil de Teresina e 3
mil de Sobral.
Rui Aguiar, oficial de projetos do UNICEF,
explica que depois dos testes, os alunos recebem um
certificado com sugestões sobre em que podem melhorar.
A família é informada e participa ativamente do processo.
Assim, além de auxiliar na
alfabetização dos estudantes, o
projeto garante o cumprimento
de um dos artigos do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com a lei, “é direito
dos pais ou responsáveis ter
ciência do processo pedagógico,
bem como participar da definição
das propostas educacionais”.
Maria do Amparo de Andrade
Santos tem dois filhos na escola
Santa Maria, que participa do Programa em Terezina (PI).
João Vitor tem 9 anos e cursa a 3ª série, e Vitória Agda
tem 10 anos e está no 4ª série. A mãe conta que assistiu
a um vídeo na escola sobre a participação dos pais na
educação dos filhos. A partir daí passou a conversar
mais, olhar as tarefas e a entender as dificuldades deles.
“Aprendi muito. Não tive muita oportunidade de estudar
e isso me ajudou bastante. João Vitor, que tinha preguiça
de ler, já lê tudo. Eles sempre estão estimulando”.
Rui Aguiar
Oficial de projetos do UNICEF
[email protected] (85) 9928 0031
Viviane Bandeira/SEMEC Teresina-PI
Programa em parceria com o UNICEF aplica dois testes anuais
Ensino fundamental de 9 anos favorece alfabetização
O nível de alfabetização das crianças de
escolas em que o ensino fundamental
de 9 anos já foi implantado é
melhor. A opinião é compartilhada
pela pedagoga Ana Paula de
Medeiros e pelo presidente da
União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação
(Undime), Carlos Sanches.
O presidente da
Undime explica
que o nível de
alfabetização das
crianças de escolas
da cidade paranaense
de Castro em que o ensino de 9 anos já foi
implantado, por exemplo, é 30% melhor
que o das outras. Os dados foram revelados
pela última Provinha Brasil aplicada na
cidade paranaense. Para ele, “é bastante
claro que o ensino de 9 anos possibilitou a melhora da
aprendizagem da criança”. Ele avalia que “com um ano a
mais, há mais tempo para trabalhar a alfabetização”.
Para a pedagoga Ana Paula de Medeiros, o contato com
o ambiente escolar, com os livros, professores e outros
estudantes o quanto antes favorece o processo de
alfabetização da criança.
Prazo – Até 2010, todas a escolas do país precisam
oferecer o ensino fundamental de 9 anos. Segundo dados
do Ministério da Educação (MEC), cerca de 80% já estão
adequadas. Nessas escolas, os pais são obrigados a
matricular as crianças no 1º ano aos 6 anos de idade.
Programa Brasil Alfabetizado
O Ministério da Educação (MEC) realiza, desde 2003,
o Programa Brasil Alfabetizado (PBA). O Programa,
destinado a jovens, adultos e idosos, é desenvolvido
em todo o país, mas o objetivo principal é atender
a 1.928 municípios que apresentam índice de
analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total,
90% estão na Região Nordeste.
Os municípios recebem apoio técnico para
implementar as ações do programa. Podem aderir
estados, municípios e o Distrito Federal.
Contato
[email protected] (61) 2104-6140
ESPAÇO DO RADIALISTA
O trabalho pela educação
muitas vezes fica só na
teoria, mas tudo na vida
tem exceções, e graças a
essas exceções a gente
pode contar com a equipe
do Rádio pela Infância.
Apresento o programa
Show da Manhã, das 8h às
10h, e o Lance Esportivo, das 18h15 às 19h. Para ilustrar
nossa programação, conto com vocês. ‘Nenhum de nós é
tão bom quanto todos nós juntos.”
“Somos do Jovem
Comunicador e fazemos
programas em uma rádio
local de Brumadinho,
a Rádio Inter FM 87,9.
O nosso programa é
voltado para o público
jovem. Vocês estão de
parabéns e contamos
com a sua força, já que vocês têm essa grande disposição
em ajudar a conciliar os jovens, o que nos chamou
bastante a atenção.”
Tony Vieira
Rádio Comunitária Ideal FM 104,9 - Boituva (SP)
(31)35711057 - [email protected]
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