A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 7 | ABR 2011
No Meu Tempo...
Ex-aluna conta sua história
no Colégio e na Universidade
Eu Faço Assim
Professora de Espanhol
relata como envolver as
crianças nas aulas
On-line
Em breve, o novo site do São
Judas estará no ar
Abril 2011 | nº 7
A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 7 | ABR 2011
Reportagem de Capa
Ler é fundamental para o crescimento
pessoal e acadêmico dos alunos.
Veja as iniciativas do Colégio São Judas
Tadeu para incentivar a leitura.
Eu Faço Assim
Professora de Espanhol conta como desenvolve suas aulas na escola
Aluno Repórter
Aluno do 2º ano conta suas aprendizagens na hora do recreio
NO MEU TEMPO...
Ex-aluna conta sua história
no Colégio e na Universidade
Professora de Espanhol
relata como envolver as
crianças nas aulas
ON-LINE
Em breve, o novo site do São
Judas estará no ar
4
expediente
Colégio SÃO JUDAS TADEU
Rua Clark, 213 - Mooca
São Paulo - SP - 03167-070
fone: 11 2174.6422 | fax: 11 2174.6424
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www.saojudas.br
10
SUPERVISÃO GERAL
Ivan Galvão Bueno Trigueirinho
CONSELHO EDITORIAL
Cesar Farid Haddad
Domingos da Silva Biondi
Erica Camocardi Licastro
Reginaldo Rodrigues de Oliveira
Escola Cheia de Vida
Sociologia estimula o envolvimento de estudantes com o voluntariado
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REVISÃO
Sadika Osmann
Jornalista relata sua vida escolar no
Complexo São Judas Tadeu
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Se quiser participar de nossa revista, escreva para
[email protected] e sugira uma reportagem
ou indique algum assunto de seu interesse para as seções.
Arquivo pessoal
PROJETO GRÁFICO
Fred Barbour
[email protected]
No Meu Tempo
Ler é fundamental
C
EU FAÇO ASSIM
8
Foto de capa Meire Cavalcante
carta ao leitor
IMPRESSÃO
Objetiva Serviços Gráficos Ltda.
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fone: 11 2909.0055
CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E TEXTO
So Ham – Comunicação para Educação
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A reprodução de textos desta edição é permitida,
exclusivamente para uso editorial, desde que citada
a fonte. Textos assinados e fotos com crédito
identificado somente podem ser reproduzidos
com autorização, por escrito, de seus autores.
aro leitor,
A 7ª edição da Revista Geração São
Judas chega às suas mãos com um
tema que muito preocupa a Educação
no Brasil: leitura. Pesquisas apontam
baixos índices de leitura entre a população. Veja na reportagem de capa as
iniciativas do Colégio São Judas Tadeu
para mudar essa realidade.
A seção Fique por Dentro conta um
pouco como foi a palestra com dois
sobreviventes do Holocausto, esclarece uma pequena mudança que o regimento escolar sofreu e dá informações
sobre a missa realizada mensalmente
na Universidade. São Judas On-Line
revela as novidades que vêm por aí em
relação ao site.
Em Eu Faço Assim, a professora
Sônia Regina conta como envolve os
alunos de todos os segmentos na hora
de ensinar Espanhol. O aluno repórter
desta edição é Carlos Henrique Mucciolo da Costa, estudante do 2º ano do
Ensino Fundamental. Mesmo em fase
de aprendizagem de construção de
textos, ele aceita o desafio de escrever
sobre o próprio recreio. Vale a pena ler
sua simpática cartinha.
Na seção Escola Cheia de Vida, acompanhe o trabalho de um grupo de estudantes do Ensino Médio que se tornou
fique por dentro
Ivan Trigueirinho
Diretor do Colégio São Judas Tadeu
De cara nova
“Éramos confinados em guetos. Convivíamos
com a fome, as doenças e a violência extrema
contra a moral e a dignidade.” Foi assim que
o jornalista Ben Abraham, de 86 anos, abriu
a palestra no Colégio São Judas Tadeu, em
fevereiro deste ano. Na plateia, alunos do
Ensino Médio, professores e demais funcionários da escola. Acompanhado de sua esposa,
também sobrevivente da Segunda Guerra
Mundial, ele compartilhou suas memórias
sobre as atrocidades da política ideológica
nazista. “Os relatos desses personagens reais
fizeram o público entender como a história
do homem se mistura com a destruição e que
somente a eficácia da democracia permite
escrever novos enredos”, conclui Mônica
Broti, professora de História e Sociologia.
Você sabia que o Colégio São Judas Tadeu
promove, todos os meses, uma missa
aberta para a comunidade? Ela é realizada na capela da Universidade São Judas
Tadeu (unidade Mooca), com o Padre Marcelo Delcin, da Paróquia Nossa Senhora
Aparecida dos Ferroviários, sempre na última quinta-feira, às 10 horas. O endereço
da capela é R. Taquari, 546 – Mooca.
Esperamos que você aprecie a leitura.
Um abraço,
São Judas on-line
História viva
Venha celebrar
voluntário motivado pelas aulas de Sociologia. Por fim, conheça a jornalista
Cristiane Marangon, que estudou no
Colégio e também na Universidade.
De olho nas notas
Este ano, o Colégio São Judas Tadeu fez
uma pequena mudança no que se refere
à média escolar. Agora, caso o aluno
necessite de recuperação, prevalecerá
a nota mais alta obtida nas avaliações.
Antes, era feita uma média para chegar
ao resultado. Saiba mais consultando o
Guia do Estudante, disponível no site da
escola: www.csjt.com.br.
Em breve, o novo site do Colégio
São Judas Tadeu, que está sendo
reformulado para melhor atender
às necessidades do internauta. Com
design mais limpo e organizado, o
novo layout possui maior interação
com as redes sociais, como o
Facebook, onde, aliás, a página
da escola é um sucesso:
http://migre.me/1whKY. Se você
quer contribuir com sugestões, como
apontar quais serviços e informações
devem estar na home, escreva para
[email protected].
abr2011 Geração São Judas
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reportagem de capa
ntil II, e os livros:
Fotos Meire Cavalcante / Arquivo CSJT
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Geração São Judas abr2011
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uem não se recorda, com ternura, das noites
em que um adulto leu para a gente um livro
ou contou uma história antes da hora de
dormir? Quem de nós não tem um livro querido,
que tenha despertado emoções e pensamentos que
mudaram o rumo da nossa história? Ler faz parte
da vida e é fundamental para o nosso crescimento.
Segundo a educadora Maria Thereza Fraga Rocco,
professora livre-docente associada da Faculdade de
Educação da USP, uma sociedade que domine a leitura
e a escrita tem o dever de estender e garantir politicamente o domínio da leitura a todos os seus cidadãos. Para ela, a
escola é responsável por planejar, implementar e realizar ações na
área da leitura, sem abrir mão das contribuições de outras matrizes geradoras de
educação, como a família, o grupo social e os veículos de massa.
É ponto passivo entre os educadores que o domínio da leitura e da escrita é fundamental para desenvolver nos estudantes a consciência crítica de como a linguagem
reflete as relações de poder na sociedade. Quem não tem acesso à leitura e à escrita
está, de certa forma, excluído e tolhido de seus direitos fundamentais. Por outro
lado, há que se considerar que a leitura é também um meio de buscar informações
e de ter prazer. No Colégio São Judas Tadeu, pensar nessas questões é algo que permeia o planejamento e o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas, que
são realizadas ao longo do ano letivo, ano após ano. Valorizar e cultivar o gosto pela
leitura são uma premissa do trabalho da escola e começa desde cedo.
No Colégio São Judas, as disciplinas,
os espaços e os projetos inspiram a
leitura. Afinal, o acesso ao mundo
letrado é um dos maiores exercícios
de cidadania e algo fundamental ao
longo da vida
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Fantasia para viagem
A grande mala chama a atenção da criançada da educação infantil, primeiramente,
pelo tamanho. Mas, quando a professora provoca, dizendo que dentro dela existe
um mundo de fantasia, os pequenos ficam elétricos. É o momento em que as crianças dão asas à imaginação. “Um livro, antes de tudo, é um objeto: tem forma, cor,
volume, cheiro... Podemos até mesmo ouvi-lo, se folhearmos suas páginas”, afirma
a professora Denise Diogo, que usa de artifícios como esse para instigar a garotada.
“Só após esse primeiro contato é que vamos nos aprofundar no conteúdo, ou seja,
na história em si”, explica.
Semanalmente, a mala, repleta de livros que podem ser manuseados, folheados e
escolhidos à vontade pelas crianças, cria um momento de magia na sala de aula. É
o prazer de ler, que pode durar a vida inteira se a escola e a família incentivarem o
hábito com persistência. E isso requer dedicação. Não basta mandar a criança ler. É
preciso ler para ela, com ela. “Desde muito pequena, a criança deve ter contato com
livros e deve ouvir histórias contadas pelos pais, pois eles serão seus maiores exemplos. Pais leitores terão filhos leitores”, ressalta Cibele Cortelli Trigueirinho, diretora
da Educação Infantil. “A leitura da criança não alfabetizada se dá por meio das ilustrações. Importante também é incentivar para que cada uma reconte a história que
leu aos amigos. Em seguida, todos fazem um registro da história em uma folha. Desta
forma, incentivamos também a escrita e a criatividade”, diz a professora Denise.
abr2011 Geração São Judas
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reportagem de capa
Para a área de educação infantil, investir em projetos como
esse é uma estratégia que embasa toda a filosofia da escola.
Afinal, a leitura e a escrita são os motores dessa locomotiva
chamada educação. Segundo Cibele, a criança nessa fase desenvolve capacidades e habilidades da linguagem oral, fazendo relações entre as palavras e as imagens e compartilhando
momentos lúdicos e significativos. Por isso, além da mala, os
alunos também usam a biblioteca e o cantinho de livros infantis. “Estimulamos as crianças a manusearem as publicações à
vontade, pois essas não devem ser intocáveis. Livros são objetos que devem ser vividos, usados, lidos”, conclui a diretora.
A leitura, que embasa os projetos do São Judas, também dá
condições para que temas transversais possam ser trabalhados
de forma sistemática e consistente, como Ética e Sustentabilidade – abordados nas aulas de 4º e 5º anos. Já do 6º a 9º
ano, os alunos leem, a cada trimestre, livros complementares
que também abordam temáticas que provocam a reflexão sobre assuntos importantes a cada faixa etária. “Após a leitura,
são trabalhados, por exemplo, filmes, peças de teatro, poesias
(por meio de saraus), exposições e confecção de gibis”, explica a coordenadora Mônica Miotto Bertolini. “Esses últimos,
inclusive, viram material de leitura para os pequenos do 2º
ano”, completa. Nas aulas de redação, os alunos desenvolvem
seus textos geralmente com base nos temas abordados em leituras de textos ou livros complementares.
E a leitura segue viva...
Sim, tudo começa na educação infantil. Mas o trabalho
nas séries seguintes, do fundamental I e II, continua firme e
forte. No 2º ano, por exemplo, são desenvolvidas atividades
De Shakespeare a Einstein
que incluem contar histórias seguidas de trabalhos manuais
No São Judas, a leitura não é apenas um fim em si mesma,
baseados no enredo. “Depois de ler a história do Pinóquio,
mas também é um meio de aprender. “O propósito do curso
por exemplo, pedimos às crianças que desenhassem o persode língua inglesa para o ensino médio é o de capacitar para a
nagem e construíssem uma marionete”, explica a professora
leitura: de textos verbais e não-verbais, de diversas manifesSandra Camarosani. Os alunos também tiveram como desafio
tações culturais e da realidade, a fim de privilegiar o saber e a
recontar a história em forma de peça teatral, sendo que os
compreensão de textos”, explica a professora de inglês Elisanpersonagens eram dedoches (pequenos fantoches feitos pelas
gela Oliveira. Para isso, ela apresentou aos alunos do 1º ano do
crianças para serem encaixados nos dedos). “Só depois de
ensino médio o texto Romeo and Juliet, de Shakespeare, além
contar a história e de envolver as crianças é que trabalhamos a
de discutir com eles a questão humana da história, os confliescrita das palavras e as frases importantes”, diz a professora
tos nela narrados. “Essa turma ainda se aproximou de outras
Sonia Rocca S. Dias.
obras do mesmo autor para adaptações teatrais, que foram
No 3º ano, o projeto Lendo com Monteiro Lobato também
encenadas no Shakespeare Festival”, conta. A área de línguas
desperta o gosto pela leitura. A estratégia é a mesma: instigar
também trabalhou com o 2º ano outros autores estrangeiros,
a curiosidade e envolver todos na história. “Por isso, os alunos
usando nas aulas livros como Alice, de Lewis Carroll; Pride and
assistiram a episódios de produções mais antigas do Sítio do
Prejudice, de Jane Austen; e Animal Farm, de George Orwell.
Pica-Pau-Amarelo, feitas para a TV. Depois, foram desafiados
“Como finalização, estes estudantes puderam optar por uma
a fazer o estudo e a descrição de cada personagem, elaborando
obra e recriá-la em formato de fotonovela”, explica a profesnovas criações de texto”, conta a professora Márcia Regina Teixeira
sora Simone Gusman Gomes. Nessa
Garcia. Além da literatura,
etapa, as crianças já dão seus primeiros
é uma forte preocupação das
passos como autoras. “Para atrair ainda
duas professoras trabalhar
mais os estudantes para o universo da
temas atuais e diferentes eshistória, todos vão para a cozinha para
tilos de texto. Em 2010, por
preparar alguns quitutes da tia Nastáexemplo, os alunos leram
cia, personagem que é uma cozinheira
bastante sobre a Copa do
de mão cheia”, diz Karem Cristina M.
Mundo, o terremoto no HaiTrigueirinho. Todas essas ações têm por
ti e a eleição presidencial. Já
objetivo fazer com que as crianças proem 2011, o trabalho também
duzam seus textos com base nas análiaborda a variante linguística
ses que fizeram de cada personagem da
da internet. “Os alunos de 1º
Trabalhos manuais: depois da leitura, os alunos do 3º ano
história de Monteiro Lobato.
ano realizaram uma pesquisa
fazem bonecos dos personagens
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Geração São Judas abr2011
Ensino Médio:
o livro sobre
cientistas fez
os estudantes
aprenderem
“dando risada”
sobre a linguagem utilizada em e-mails e chats, na qual é normal o uso de abreviações para ganhar tempo na troca de mensagens. Eles viram que isso ocorre de acordo com o som das
palavras ou por siglas de algumas expressões cotidianas, além
dos emoticons, que são as carinhas que representam emoções”,
explica Elisangela. O objetivo é aproximar o estudo do idioma
ao dia a dia dos adolescentes.
Nas aulas de Física, a moçada do ensino médio também viaja
pelos livros para enriquecer seus conhecimentos. O professor
Fernando Russo solicita que as turmas leiam um livro novo a
cada trimestre. O título da vez é Os Cientistas e seus experimentos de arromba, de Mike Goldsmith, que relata a evolução da
ciência desde as primeiras descobertas, no longínquo século 3
a.C, até hoje. Com isso, Russo pode discutir com os alunos, in-
clusive, sobre história e filosofia. “A ciência é parte fundamental do nosso dia
a dia. Não dá para imaginar a vida sem
telefone, computador, pasta de dentes... Por isso, a leitura permite que os
alunos conheçam as mentes brilhantes
por trás dos inventos e das descobertas
que revolucionaram o mundo”, explica o professor. Ele diz que a escolha do
título teve a ver com o fator surpresa, uma vez que seu conteúdo traz informações curiosas sobre nove personalidades, como
Aristóteles, que observou e idealizou os primeiros conceitos da
ciência da natureza, como a física e a biologia; Galileu Galilei,
que criou a lei do movimento, a do pêndulo e a da queda dos
corpos, além de ter descoberto as luas de Júpiter e a estrutura do
Sistema Solar; Isaac Newton, que explicou a gravidade;
Charles Darwin, com sua teoria da evolução; Albert Einstein,
que provou a existência dos átomos; entre outros. O livro
é instigante, pois explora a história secreta de cada cientista por
meio de seus cadernos de anotações. “Cabe ao profissional da
educação, de qualquer disciplina, mostrar aos alunos o valor da
releitura de fatos históricos e científicos, pois, assim, poderemos
construir um futuro mais racional”, conclui Russo. •
Hora de atuar:
a leitura de
Shakespeare
virou peça de
teatro nas aulas
de inglês
Mala mágica:
uma forma divertida de despertar o
interesse dos pequenos pelos livros
abr2011 Geração São Judas
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eu faço assim
por Sônia Regina*
No São Judas, os alunos
aprendem a segunda
língua mais falada
no mundo
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Geração São Judas ABR2011
Fotos SXC / Arquivo CSJT
E
m 2011, completo três anos como professora de Espanhol no Colégio São Judas Tadeu. Lembro-me bem de
meu primeiro dia de aula. Foi com uma turma de Ensino Fundamental I. A disciplina ganhou força e, hoje,
leciono também para Educação Infantil, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, em aulas extracurriculares (gratuitas).
Sou a maestra, profissional e muito afetiva. Minhas aulas são
uma mescla de profissionalismo e emoção e revelam a fidelidade com o que tenho como missão nesta vida: ser educadora! Os textos tomam corpo, sentido, ampliando o mundo
lexical. No início deste ano, comecei as aulas com o pessoal
do Fundamental II falando sobre a importância de estudar
o idioma (¿Por qué estudiar Español?). Preparei um texto e
explorei com os alunos nove aspectos do tema na atualidade.
Considero a Língua Espanhola fundamental na escola, pois
é um idioma que está integrado à realidade brasileira. Basta
observar. Além de o Espanhol ser a segunda língua mais falada no mundo, ao comprar um produto, as pessoas se deparam com embalagens escritas em Português e em Espanhol.
Talvez 90% deles estejam assim para atender aos objetivos do
Mercado Comum do Sul (Mercosul) – composto por países
alinhados em relação à política e à economia e organizados
para exportação de suas produções. Merece destaque o fato
de a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo,
ter como língua oficial o Espanhol.
O primeiro passo com os menores é fazê-los aprender a
escutar para, depois, falar. Afinal, é ouvindo que desenvolvemos a discriminação auditiva e internalizamos a língua.
Nosso tempo juntos é recheado de cantoria, cumprimentos
(saludos), conversações e pequenas dramatizações. Aos poucos, converso com eles exercitando o Espanhol e eles vão me
imitando. Tenho também o apoio de uma apostila recheada
de atividades lúdicas. Para essa turminha, sou a maestra e
também a madrecita – apelido dado pela diretora Cibele. É
uma delícia!
Com o 1º ano, a primeira estratégia é fazer com que os pequenos tenham alegria em aprender uma outra língua, já que
essa aprendizagem ainda é um pouco abstrata para eles. As
crianças fazem explorações orais de um modo bem lúdico.
Na hora da avaliação, como a disciplina faz parte do currículo, elas têm prova mensal e trimestral e a nota vai para o boletim. Nos 2º e 3º anos, dou continuidade a esse mesmo trabalho, com a diferença de que temos um livro. Sempre digo que
a publicação é apenas um suporte. O que traz vida ao estudo
é transformar o teórico em dinâmico. Aqui, o foco não é só
aprender a ouvir e a falar, mas também a ler em Espanhol.
Ainda não exijo a escrita. As brincadeiras, as dramatizações e
as músicas continuam.
A madrecita e sua turminha: aprendizado com criatividade
Os estudantes do 4º e do 5º anos desenvolvem o ouvir, o
falar, o ler e, agora, o escrever. A leitura toma forma significativa para auxiliar a escrita e despertar o espírito crítico
quanto à ortografia – as regras gramaticais começam a surgir.
Os textos tomam corpo, sentido, ampliando o mundo lexical.
A música funciona sempre como uma boa ferramenta no
processo de ensino e de aprendizagem, independentemente
de ser Educação Infantil ou Ensino Médio. Cada nível tem
um repertório musical distinto. Com os pequenos, por exemplo, utilizo o cancioneiro infantil desde O Sapo Não Lava o Pé
até La Cucaracha, do folclore mexicano.
É possível aprender Espanhol em qualquer segmento escolar, pois o mais importante é como a disciplina é ministrada
e internalizada. Isso vale para os que estão chegando ao São
Judas. Não há problema se o estudante vem de outro colégio
porque o desenvolvimento da aprendizagem depende da metodologia e da dinâmica em sala de aula. Já tive alunos que se
transferiram para o Colégio no 4º ano e, inicialmente, ficaram
apreensivos, pois nunca tiveram contato com o idioma. No
entanto, nas primeiras aulas, esse fantasma se diluiu. •
É possível aprender
Espanhol em qualquer
segmento escolar, pois
o mais importante é como
a disciplina é ministrada
e internalizada
* Sônia Regina é professora de Espanhol de todos os níveis de ensino
(da Educação Infantil ao Ensino Médio) do Colégio São Judas Tadeu
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Diversão no Recreio
no meu tempo...
aluno repórter
Carlos H. M. da Costa, 7 anos,
2º ano A*
Arquivo CSJT
Arquivo CSJT
Laços com
o São Judas
Jornalista, Cristiane Marangon estudou
no Colégio e na Universidade São Judas Tadeu
C
ostumo brincar dizendo que
sou “filha de São Judas” – um
jeito carinhoso de contar que
grande parte da minha vida
acadêmica está relacionada ao Colégio
e à Universidade São Judas Tadeu. Ingressei no Ensino Médio quando tinha
15 anos. Além de novos amigos, buscava um lugar onde eu aprendesse sem
ser reprimida e pudesse ser ouvida e ter
autonomia.
Sentia-me livre para agir e pensar, o
que me fez ser mais responsável por minhas escolhas e aprendizagens escolares. Cursei Patologia Clínica – não pela
afinidade com o assunto, mas pela grande quantidade de disciplinas de Exatas
e Biológicas, fundamentais na hora do
vestibular.
* Carlos Henrique está em processo de aprendizagem,
junto com todos os seus colegas, de composição de textos. No segundo semestre, é provável que ele produza
outros mais longos e mais elaborados. A carta publicada ao lado sobre as novas atividades do recreio é só um
começo das belas redações que ainda deve escrever
escola cheia de vida
Voluntários desde já
10
Geração São Judas abr2011
ca propôs a primeira ação. “Pedimos a
colaboração de todos no Colégio – pais,
alunos, funcionários – para arrecadar o
maior número de brinquedos”, lembra.
“Conseguimos 850!”
No dia marcado, de um lado, crianças e adolescentes do Três Corações e,
de outro, nove voluntários do São Judas.
Enquanto o aluno Victor Andrade Trindade Muniz, de 16 anos, ficou à vontade brincando com as crianças, Henrique
Barbosa Yokobataki, de 16 anos, conversava com os garotos de sua idade. “Falamos sobre garotas e outros interesses em
comum”, conta. “Com isso, vi que, apesar de nossa diferença social e econômica, temos os mesmos sonhos. Foi uma
lição de humildade.” Já em casa, Cibele
Cristhiane dos Santos, de 17 anos, ficou
pensando onde as pessoas que havia conhecido naquela tarde dormiriam. “Fiquei preocupada.”
O encontro foi um sucesso, provocou
muitas reflexões e novas ações. Ainda no
mesmo ano, os estudantes iniciaram uma
arrecadação de roupas. “Conseguimos
três sacolas bem grandes”, conta a aluna
Juliane de Souza Moreira, de 17 anos.
Em 2010, dois movimentos importantes
merecem registro: campanha de ovos de
Páscoa e festa natalina. “Posso afirmar
que os objetivos da disciplina foram alcançados, mesmo com os que não se envolveram com as visitas”, diz Mônica.
“Este ano, vamos ampliar para um trabalho com moradores de rua adultos.” •
Fotos arquivo pessoal
O
projeto Jovem Cidadão, desenvolvido pela professora de
História e Sociologia, Mônica
Broti, e seus alunos de Ensino Médio, funciona desde 2009. Trata-se
de um trabalho voluntário. A ideia surgiu ao assumir a disciplina de Sociologia. “Pensei em uma maneira prática de
aproximar os estudantes dos conteúdos
curriculares”, explica a professora.
Os beneficiados do trabalho feito
no São Judas são integrantes do projeto Três Corações, da Liberdade, bairro
da capital paulista. A instituição tem a
missão de contribuir para a reabilitação
integral de crianças e adolescentes em
situação de risco ou de rua. Depois de
ampla preparação de sua turma, Môni-
Arquivo CSJT
Estimulados pela Sociologia, alunos se envolvem
em trabalho para conhecer melhor a sociedade
Atualmente, o Colégio São Judas
é cliente da empresa de Cristiane
Em 1991, passei no exame da São
Judas, em Comunicação Social.
Escolhi Rádio e TV, um curso
com professores ótimos, laboratórios bem equipados e currículo voltado à formação prática
profissional. Lembro-me de ter
atividades nos estúdios todas as
semanas (e não apenas no fim
dos semestres, como acontece em
muitas faculdades).
Fui vendedora, auxiliar de escritório, bancária e empresária.
Em abril de 2000, fui contratada
pela Editora Abril, quando voltei
à São Judas para minha segunda
habilitação, então em Jornalismo.
Trabalhava na redação da revista Nova
Escola e acabei me apaixonando pelo
tema Educação. Por isso, em 2005,
fiz especialização em Psicopedagogia, também na São Judas. Boa filha,
à casa torna!
Meu vínculo com essa instituição
não cessa aí. Hoje, tenho uma empresa
especializada em Educação, em sociedade com Meire Cavalcante, uma parceira de vida e de trabalho. Um de meus
clientes é o Colégio São Judas Tadeu,
um lugar onde posso exercer minha
profissão e para o qual retribuo todas as
aprendizagens que adquiri. •
ristiane Marangon tem 38 anos e é jornalista. Ingressou no São Judas
em 1988 e cursou Patologia Clínica. Na Universidade São Judas Tadeu,
fez duas habilitações na Faculdade de Comunicação Social (Rádio e TV
e Jornalismo) e pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia. Hoje,
é sócia-proprietária da So Ham - Comunicação para Educação. Para
conversar com ela, escreva para [email protected].
abr2011 Geração São Judas
11
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Abril de 2011 - Colégio São Judas Tadeu