A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 7 | ABR 2011 No Meu Tempo... Ex-aluna conta sua história no Colégio e na Universidade Eu Faço Assim Professora de Espanhol relata como envolver as crianças nas aulas On-line Em breve, o novo site do São Judas estará no ar Abril 2011 | nº 7 A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 7 | ABR 2011 Reportagem de Capa Ler é fundamental para o crescimento pessoal e acadêmico dos alunos. Veja as iniciativas do Colégio São Judas Tadeu para incentivar a leitura. Eu Faço Assim Professora de Espanhol conta como desenvolve suas aulas na escola Aluno Repórter Aluno do 2º ano conta suas aprendizagens na hora do recreio NO MEU TEMPO... Ex-aluna conta sua história no Colégio e na Universidade Professora de Espanhol relata como envolver as crianças nas aulas ON-LINE Em breve, o novo site do São Judas estará no ar 4 expediente Colégio SÃO JUDAS TADEU Rua Clark, 213 - Mooca São Paulo - SP - 03167-070 fone: 11 2174.6422 | fax: 11 2174.6424 [email protected] www.saojudas.br 10 SUPERVISÃO GERAL Ivan Galvão Bueno Trigueirinho CONSELHO EDITORIAL Cesar Farid Haddad Domingos da Silva Biondi Erica Camocardi Licastro Reginaldo Rodrigues de Oliveira Escola Cheia de Vida Sociologia estimula o envolvimento de estudantes com o voluntariado 10 REVISÃO Sadika Osmann Jornalista relata sua vida escolar no Complexo São Judas Tadeu 11 Se quiser participar de nossa revista, escreva para [email protected] e sugira uma reportagem ou indique algum assunto de seu interesse para as seções. Arquivo pessoal PROJETO GRÁFICO Fred Barbour [email protected] No Meu Tempo Ler é fundamental C EU FAÇO ASSIM 8 Foto de capa Meire Cavalcante carta ao leitor IMPRESSÃO Objetiva Serviços Gráficos Ltda. www.graficaobjetiva.com.br fone: 11 2909.0055 CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E TEXTO So Ham – Comunicação para Educação www.sohamcomunicacao.com.br fone: 11 3542.8322 A reprodução de textos desta edição é permitida, exclusivamente para uso editorial, desde que citada a fonte. Textos assinados e fotos com crédito identificado somente podem ser reproduzidos com autorização, por escrito, de seus autores. aro leitor, A 7ª edição da Revista Geração São Judas chega às suas mãos com um tema que muito preocupa a Educação no Brasil: leitura. Pesquisas apontam baixos índices de leitura entre a população. Veja na reportagem de capa as iniciativas do Colégio São Judas Tadeu para mudar essa realidade. A seção Fique por Dentro conta um pouco como foi a palestra com dois sobreviventes do Holocausto, esclarece uma pequena mudança que o regimento escolar sofreu e dá informações sobre a missa realizada mensalmente na Universidade. São Judas On-Line revela as novidades que vêm por aí em relação ao site. Em Eu Faço Assim, a professora Sônia Regina conta como envolve os alunos de todos os segmentos na hora de ensinar Espanhol. O aluno repórter desta edição é Carlos Henrique Mucciolo da Costa, estudante do 2º ano do Ensino Fundamental. Mesmo em fase de aprendizagem de construção de textos, ele aceita o desafio de escrever sobre o próprio recreio. Vale a pena ler sua simpática cartinha. Na seção Escola Cheia de Vida, acompanhe o trabalho de um grupo de estudantes do Ensino Médio que se tornou fique por dentro Ivan Trigueirinho Diretor do Colégio São Judas Tadeu De cara nova “Éramos confinados em guetos. Convivíamos com a fome, as doenças e a violência extrema contra a moral e a dignidade.” Foi assim que o jornalista Ben Abraham, de 86 anos, abriu a palestra no Colégio São Judas Tadeu, em fevereiro deste ano. Na plateia, alunos do Ensino Médio, professores e demais funcionários da escola. Acompanhado de sua esposa, também sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, ele compartilhou suas memórias sobre as atrocidades da política ideológica nazista. “Os relatos desses personagens reais fizeram o público entender como a história do homem se mistura com a destruição e que somente a eficácia da democracia permite escrever novos enredos”, conclui Mônica Broti, professora de História e Sociologia. Você sabia que o Colégio São Judas Tadeu promove, todos os meses, uma missa aberta para a comunidade? Ela é realizada na capela da Universidade São Judas Tadeu (unidade Mooca), com o Padre Marcelo Delcin, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, sempre na última quinta-feira, às 10 horas. O endereço da capela é R. Taquari, 546 – Mooca. Esperamos que você aprecie a leitura. Um abraço, São Judas on-line História viva Venha celebrar voluntário motivado pelas aulas de Sociologia. Por fim, conheça a jornalista Cristiane Marangon, que estudou no Colégio e também na Universidade. De olho nas notas Este ano, o Colégio São Judas Tadeu fez uma pequena mudança no que se refere à média escolar. Agora, caso o aluno necessite de recuperação, prevalecerá a nota mais alta obtida nas avaliações. Antes, era feita uma média para chegar ao resultado. Saiba mais consultando o Guia do Estudante, disponível no site da escola: www.csjt.com.br. Em breve, o novo site do Colégio São Judas Tadeu, que está sendo reformulado para melhor atender às necessidades do internauta. Com design mais limpo e organizado, o novo layout possui maior interação com as redes sociais, como o Facebook, onde, aliás, a página da escola é um sucesso: http://migre.me/1whKY. Se você quer contribuir com sugestões, como apontar quais serviços e informações devem estar na home, escreva para [email protected]. abr2011 Geração São Judas 3 reportagem de capa ntil II, e os livros: Fotos Meire Cavalcante / Arquivo CSJT l e s d e c ed o ça d Geração São Judas abr2011 gos to p ela e com uem não se recorda, com ternura, das noites em que um adulto leu para a gente um livro ou contou uma história antes da hora de dormir? Quem de nós não tem um livro querido, que tenha despertado emoções e pensamentos que mudaram o rumo da nossa história? Ler faz parte da vida e é fundamental para o nosso crescimento. Segundo a educadora Maria Thereza Fraga Rocco, professora livre-docente associada da Faculdade de Educação da USP, uma sociedade que domine a leitura e a escrita tem o dever de estender e garantir politicamente o domínio da leitura a todos os seus cidadãos. Para ela, a escola é responsável por planejar, implementar e realizar ações na área da leitura, sem abrir mão das contribuições de outras matrizes geradoras de educação, como a família, o grupo social e os veículos de massa. É ponto passivo entre os educadores que o domínio da leitura e da escrita é fundamental para desenvolver nos estudantes a consciência crítica de como a linguagem reflete as relações de poder na sociedade. Quem não tem acesso à leitura e à escrita está, de certa forma, excluído e tolhido de seus direitos fundamentais. Por outro lado, há que se considerar que a leitura é também um meio de buscar informações e de ter prazer. No Colégio São Judas Tadeu, pensar nessas questões é algo que permeia o planejamento e o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas, que são realizadas ao longo do ano letivo, ano após ano. Valorizar e cultivar o gosto pela leitura são uma premissa do trabalho da escola e começa desde cedo. No Colégio São Judas, as disciplinas, os espaços e os projetos inspiram a leitura. Afinal, o acesso ao mundo letrado é um dos maiores exercícios de cidadania e algo fundamental ao longo da vida 4 o Infa ura eit Q F e, d elip Fantasia para viagem A grande mala chama a atenção da criançada da educação infantil, primeiramente, pelo tamanho. Mas, quando a professora provoca, dizendo que dentro dela existe um mundo de fantasia, os pequenos ficam elétricos. É o momento em que as crianças dão asas à imaginação. “Um livro, antes de tudo, é um objeto: tem forma, cor, volume, cheiro... Podemos até mesmo ouvi-lo, se folhearmos suas páginas”, afirma a professora Denise Diogo, que usa de artifícios como esse para instigar a garotada. “Só após esse primeiro contato é que vamos nos aprofundar no conteúdo, ou seja, na história em si”, explica. Semanalmente, a mala, repleta de livros que podem ser manuseados, folheados e escolhidos à vontade pelas crianças, cria um momento de magia na sala de aula. É o prazer de ler, que pode durar a vida inteira se a escola e a família incentivarem o hábito com persistência. E isso requer dedicação. Não basta mandar a criança ler. É preciso ler para ela, com ela. “Desde muito pequena, a criança deve ter contato com livros e deve ouvir histórias contadas pelos pais, pois eles serão seus maiores exemplos. Pais leitores terão filhos leitores”, ressalta Cibele Cortelli Trigueirinho, diretora da Educação Infantil. “A leitura da criança não alfabetizada se dá por meio das ilustrações. Importante também é incentivar para que cada uma reconte a história que leu aos amigos. Em seguida, todos fazem um registro da história em uma folha. Desta forma, incentivamos também a escrita e a criatividade”, diz a professora Denise. abr2011 Geração São Judas 5 reportagem de capa Para a área de educação infantil, investir em projetos como esse é uma estratégia que embasa toda a filosofia da escola. Afinal, a leitura e a escrita são os motores dessa locomotiva chamada educação. Segundo Cibele, a criança nessa fase desenvolve capacidades e habilidades da linguagem oral, fazendo relações entre as palavras e as imagens e compartilhando momentos lúdicos e significativos. Por isso, além da mala, os alunos também usam a biblioteca e o cantinho de livros infantis. “Estimulamos as crianças a manusearem as publicações à vontade, pois essas não devem ser intocáveis. Livros são objetos que devem ser vividos, usados, lidos”, conclui a diretora. A leitura, que embasa os projetos do São Judas, também dá condições para que temas transversais possam ser trabalhados de forma sistemática e consistente, como Ética e Sustentabilidade – abordados nas aulas de 4º e 5º anos. Já do 6º a 9º ano, os alunos leem, a cada trimestre, livros complementares que também abordam temáticas que provocam a reflexão sobre assuntos importantes a cada faixa etária. “Após a leitura, são trabalhados, por exemplo, filmes, peças de teatro, poesias (por meio de saraus), exposições e confecção de gibis”, explica a coordenadora Mônica Miotto Bertolini. “Esses últimos, inclusive, viram material de leitura para os pequenos do 2º ano”, completa. Nas aulas de redação, os alunos desenvolvem seus textos geralmente com base nos temas abordados em leituras de textos ou livros complementares. E a leitura segue viva... Sim, tudo começa na educação infantil. Mas o trabalho nas séries seguintes, do fundamental I e II, continua firme e forte. No 2º ano, por exemplo, são desenvolvidas atividades De Shakespeare a Einstein que incluem contar histórias seguidas de trabalhos manuais No São Judas, a leitura não é apenas um fim em si mesma, baseados no enredo. “Depois de ler a história do Pinóquio, mas também é um meio de aprender. “O propósito do curso por exemplo, pedimos às crianças que desenhassem o persode língua inglesa para o ensino médio é o de capacitar para a nagem e construíssem uma marionete”, explica a professora leitura: de textos verbais e não-verbais, de diversas manifesSandra Camarosani. Os alunos também tiveram como desafio tações culturais e da realidade, a fim de privilegiar o saber e a recontar a história em forma de peça teatral, sendo que os compreensão de textos”, explica a professora de inglês Elisanpersonagens eram dedoches (pequenos fantoches feitos pelas gela Oliveira. Para isso, ela apresentou aos alunos do 1º ano do crianças para serem encaixados nos dedos). “Só depois de ensino médio o texto Romeo and Juliet, de Shakespeare, além contar a história e de envolver as crianças é que trabalhamos a de discutir com eles a questão humana da história, os confliescrita das palavras e as frases importantes”, diz a professora tos nela narrados. “Essa turma ainda se aproximou de outras Sonia Rocca S. Dias. obras do mesmo autor para adaptações teatrais, que foram No 3º ano, o projeto Lendo com Monteiro Lobato também encenadas no Shakespeare Festival”, conta. A área de línguas desperta o gosto pela leitura. A estratégia é a mesma: instigar também trabalhou com o 2º ano outros autores estrangeiros, a curiosidade e envolver todos na história. “Por isso, os alunos usando nas aulas livros como Alice, de Lewis Carroll; Pride and assistiram a episódios de produções mais antigas do Sítio do Prejudice, de Jane Austen; e Animal Farm, de George Orwell. Pica-Pau-Amarelo, feitas para a TV. Depois, foram desafiados “Como finalização, estes estudantes puderam optar por uma a fazer o estudo e a descrição de cada personagem, elaborando obra e recriá-la em formato de fotonovela”, explica a profesnovas criações de texto”, conta a professora Márcia Regina Teixeira sora Simone Gusman Gomes. Nessa Garcia. Além da literatura, etapa, as crianças já dão seus primeiros é uma forte preocupação das passos como autoras. “Para atrair ainda duas professoras trabalhar mais os estudantes para o universo da temas atuais e diferentes eshistória, todos vão para a cozinha para tilos de texto. Em 2010, por preparar alguns quitutes da tia Nastáexemplo, os alunos leram cia, personagem que é uma cozinheira bastante sobre a Copa do de mão cheia”, diz Karem Cristina M. Mundo, o terremoto no HaiTrigueirinho. Todas essas ações têm por ti e a eleição presidencial. Já objetivo fazer com que as crianças proem 2011, o trabalho também duzam seus textos com base nas análiaborda a variante linguística ses que fizeram de cada personagem da da internet. “Os alunos de 1º Trabalhos manuais: depois da leitura, os alunos do 3º ano história de Monteiro Lobato. ano realizaram uma pesquisa fazem bonecos dos personagens 6 Geração São Judas abr2011 Ensino Médio: o livro sobre cientistas fez os estudantes aprenderem “dando risada” sobre a linguagem utilizada em e-mails e chats, na qual é normal o uso de abreviações para ganhar tempo na troca de mensagens. Eles viram que isso ocorre de acordo com o som das palavras ou por siglas de algumas expressões cotidianas, além dos emoticons, que são as carinhas que representam emoções”, explica Elisangela. O objetivo é aproximar o estudo do idioma ao dia a dia dos adolescentes. Nas aulas de Física, a moçada do ensino médio também viaja pelos livros para enriquecer seus conhecimentos. O professor Fernando Russo solicita que as turmas leiam um livro novo a cada trimestre. O título da vez é Os Cientistas e seus experimentos de arromba, de Mike Goldsmith, que relata a evolução da ciência desde as primeiras descobertas, no longínquo século 3 a.C, até hoje. Com isso, Russo pode discutir com os alunos, in- clusive, sobre história e filosofia. “A ciência é parte fundamental do nosso dia a dia. Não dá para imaginar a vida sem telefone, computador, pasta de dentes... Por isso, a leitura permite que os alunos conheçam as mentes brilhantes por trás dos inventos e das descobertas que revolucionaram o mundo”, explica o professor. Ele diz que a escolha do título teve a ver com o fator surpresa, uma vez que seu conteúdo traz informações curiosas sobre nove personalidades, como Aristóteles, que observou e idealizou os primeiros conceitos da ciência da natureza, como a física e a biologia; Galileu Galilei, que criou a lei do movimento, a do pêndulo e a da queda dos corpos, além de ter descoberto as luas de Júpiter e a estrutura do Sistema Solar; Isaac Newton, que explicou a gravidade; Charles Darwin, com sua teoria da evolução; Albert Einstein, que provou a existência dos átomos; entre outros. O livro é instigante, pois explora a história secreta de cada cientista por meio de seus cadernos de anotações. “Cabe ao profissional da educação, de qualquer disciplina, mostrar aos alunos o valor da releitura de fatos históricos e científicos, pois, assim, poderemos construir um futuro mais racional”, conclui Russo. • Hora de atuar: a leitura de Shakespeare virou peça de teatro nas aulas de inglês Mala mágica: uma forma divertida de despertar o interesse dos pequenos pelos livros abr2011 Geração São Judas 7 eu faço assim por Sônia Regina* No São Judas, os alunos aprendem a segunda língua mais falada no mundo 8 Geração São Judas ABR2011 Fotos SXC / Arquivo CSJT E m 2011, completo três anos como professora de Espanhol no Colégio São Judas Tadeu. Lembro-me bem de meu primeiro dia de aula. Foi com uma turma de Ensino Fundamental I. A disciplina ganhou força e, hoje, leciono também para Educação Infantil, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, em aulas extracurriculares (gratuitas). Sou a maestra, profissional e muito afetiva. Minhas aulas são uma mescla de profissionalismo e emoção e revelam a fidelidade com o que tenho como missão nesta vida: ser educadora! Os textos tomam corpo, sentido, ampliando o mundo lexical. No início deste ano, comecei as aulas com o pessoal do Fundamental II falando sobre a importância de estudar o idioma (¿Por qué estudiar Español?). Preparei um texto e explorei com os alunos nove aspectos do tema na atualidade. Considero a Língua Espanhola fundamental na escola, pois é um idioma que está integrado à realidade brasileira. Basta observar. Além de o Espanhol ser a segunda língua mais falada no mundo, ao comprar um produto, as pessoas se deparam com embalagens escritas em Português e em Espanhol. Talvez 90% deles estejam assim para atender aos objetivos do Mercado Comum do Sul (Mercosul) – composto por países alinhados em relação à política e à economia e organizados para exportação de suas produções. Merece destaque o fato de a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, ter como língua oficial o Espanhol. O primeiro passo com os menores é fazê-los aprender a escutar para, depois, falar. Afinal, é ouvindo que desenvolvemos a discriminação auditiva e internalizamos a língua. Nosso tempo juntos é recheado de cantoria, cumprimentos (saludos), conversações e pequenas dramatizações. Aos poucos, converso com eles exercitando o Espanhol e eles vão me imitando. Tenho também o apoio de uma apostila recheada de atividades lúdicas. Para essa turminha, sou a maestra e também a madrecita – apelido dado pela diretora Cibele. É uma delícia! Com o 1º ano, a primeira estratégia é fazer com que os pequenos tenham alegria em aprender uma outra língua, já que essa aprendizagem ainda é um pouco abstrata para eles. As crianças fazem explorações orais de um modo bem lúdico. Na hora da avaliação, como a disciplina faz parte do currículo, elas têm prova mensal e trimestral e a nota vai para o boletim. Nos 2º e 3º anos, dou continuidade a esse mesmo trabalho, com a diferença de que temos um livro. Sempre digo que a publicação é apenas um suporte. O que traz vida ao estudo é transformar o teórico em dinâmico. Aqui, o foco não é só aprender a ouvir e a falar, mas também a ler em Espanhol. Ainda não exijo a escrita. As brincadeiras, as dramatizações e as músicas continuam. A madrecita e sua turminha: aprendizado com criatividade Os estudantes do 4º e do 5º anos desenvolvem o ouvir, o falar, o ler e, agora, o escrever. A leitura toma forma significativa para auxiliar a escrita e despertar o espírito crítico quanto à ortografia – as regras gramaticais começam a surgir. Os textos tomam corpo, sentido, ampliando o mundo lexical. A música funciona sempre como uma boa ferramenta no processo de ensino e de aprendizagem, independentemente de ser Educação Infantil ou Ensino Médio. Cada nível tem um repertório musical distinto. Com os pequenos, por exemplo, utilizo o cancioneiro infantil desde O Sapo Não Lava o Pé até La Cucaracha, do folclore mexicano. É possível aprender Espanhol em qualquer segmento escolar, pois o mais importante é como a disciplina é ministrada e internalizada. Isso vale para os que estão chegando ao São Judas. Não há problema se o estudante vem de outro colégio porque o desenvolvimento da aprendizagem depende da metodologia e da dinâmica em sala de aula. Já tive alunos que se transferiram para o Colégio no 4º ano e, inicialmente, ficaram apreensivos, pois nunca tiveram contato com o idioma. No entanto, nas primeiras aulas, esse fantasma se diluiu. • É possível aprender Espanhol em qualquer segmento escolar, pois o mais importante é como a disciplina é ministrada e internalizada * Sônia Regina é professora de Espanhol de todos os níveis de ensino (da Educação Infantil ao Ensino Médio) do Colégio São Judas Tadeu abr2011 Geração São Judas 9 Diversão no Recreio no meu tempo... aluno repórter Carlos H. M. da Costa, 7 anos, 2º ano A* Arquivo CSJT Arquivo CSJT Laços com o São Judas Jornalista, Cristiane Marangon estudou no Colégio e na Universidade São Judas Tadeu C ostumo brincar dizendo que sou “filha de São Judas” – um jeito carinhoso de contar que grande parte da minha vida acadêmica está relacionada ao Colégio e à Universidade São Judas Tadeu. Ingressei no Ensino Médio quando tinha 15 anos. Além de novos amigos, buscava um lugar onde eu aprendesse sem ser reprimida e pudesse ser ouvida e ter autonomia. Sentia-me livre para agir e pensar, o que me fez ser mais responsável por minhas escolhas e aprendizagens escolares. Cursei Patologia Clínica – não pela afinidade com o assunto, mas pela grande quantidade de disciplinas de Exatas e Biológicas, fundamentais na hora do vestibular. * Carlos Henrique está em processo de aprendizagem, junto com todos os seus colegas, de composição de textos. No segundo semestre, é provável que ele produza outros mais longos e mais elaborados. A carta publicada ao lado sobre as novas atividades do recreio é só um começo das belas redações que ainda deve escrever escola cheia de vida Voluntários desde já 10 Geração São Judas abr2011 ca propôs a primeira ação. “Pedimos a colaboração de todos no Colégio – pais, alunos, funcionários – para arrecadar o maior número de brinquedos”, lembra. “Conseguimos 850!” No dia marcado, de um lado, crianças e adolescentes do Três Corações e, de outro, nove voluntários do São Judas. Enquanto o aluno Victor Andrade Trindade Muniz, de 16 anos, ficou à vontade brincando com as crianças, Henrique Barbosa Yokobataki, de 16 anos, conversava com os garotos de sua idade. “Falamos sobre garotas e outros interesses em comum”, conta. “Com isso, vi que, apesar de nossa diferença social e econômica, temos os mesmos sonhos. Foi uma lição de humildade.” Já em casa, Cibele Cristhiane dos Santos, de 17 anos, ficou pensando onde as pessoas que havia conhecido naquela tarde dormiriam. “Fiquei preocupada.” O encontro foi um sucesso, provocou muitas reflexões e novas ações. Ainda no mesmo ano, os estudantes iniciaram uma arrecadação de roupas. “Conseguimos três sacolas bem grandes”, conta a aluna Juliane de Souza Moreira, de 17 anos. Em 2010, dois movimentos importantes merecem registro: campanha de ovos de Páscoa e festa natalina. “Posso afirmar que os objetivos da disciplina foram alcançados, mesmo com os que não se envolveram com as visitas”, diz Mônica. “Este ano, vamos ampliar para um trabalho com moradores de rua adultos.” • Fotos arquivo pessoal O projeto Jovem Cidadão, desenvolvido pela professora de História e Sociologia, Mônica Broti, e seus alunos de Ensino Médio, funciona desde 2009. Trata-se de um trabalho voluntário. A ideia surgiu ao assumir a disciplina de Sociologia. “Pensei em uma maneira prática de aproximar os estudantes dos conteúdos curriculares”, explica a professora. Os beneficiados do trabalho feito no São Judas são integrantes do projeto Três Corações, da Liberdade, bairro da capital paulista. A instituição tem a missão de contribuir para a reabilitação integral de crianças e adolescentes em situação de risco ou de rua. Depois de ampla preparação de sua turma, Môni- Arquivo CSJT Estimulados pela Sociologia, alunos se envolvem em trabalho para conhecer melhor a sociedade Atualmente, o Colégio São Judas é cliente da empresa de Cristiane Em 1991, passei no exame da São Judas, em Comunicação Social. Escolhi Rádio e TV, um curso com professores ótimos, laboratórios bem equipados e currículo voltado à formação prática profissional. Lembro-me de ter atividades nos estúdios todas as semanas (e não apenas no fim dos semestres, como acontece em muitas faculdades). Fui vendedora, auxiliar de escritório, bancária e empresária. Em abril de 2000, fui contratada pela Editora Abril, quando voltei à São Judas para minha segunda habilitação, então em Jornalismo. Trabalhava na redação da revista Nova Escola e acabei me apaixonando pelo tema Educação. Por isso, em 2005, fiz especialização em Psicopedagogia, também na São Judas. Boa filha, à casa torna! Meu vínculo com essa instituição não cessa aí. Hoje, tenho uma empresa especializada em Educação, em sociedade com Meire Cavalcante, uma parceira de vida e de trabalho. Um de meus clientes é o Colégio São Judas Tadeu, um lugar onde posso exercer minha profissão e para o qual retribuo todas as aprendizagens que adquiri. • ristiane Marangon tem 38 anos e é jornalista. Ingressou no São Judas em 1988 e cursou Patologia Clínica. Na Universidade São Judas Tadeu, fez duas habilitações na Faculdade de Comunicação Social (Rádio e TV e Jornalismo) e pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia. Hoje, é sócia-proprietária da So Ham - Comunicação para Educação. Para conversar com ela, escreva para [email protected]. abr2011 Geração São Judas 11