K K A R D E N H O KK I OS TRÊS PEDIDOS DE JORGINHO Jorginho era um bom menino. Pertencia a uma família de classe média. Era muito bem educado, obediente, bondoso e gentil. Jorginho era muito alegre e feliz. Mas, de repente tudo mudou na casa do bom menino: o pai perdeu o emprego e a mãe adoeceu gravemente, levando tristeza à casa do Jorginho. Os pais deixaram de poder comprar as guloseimas de que ele tanto gostava, mas o que o entristeceu verdadeiramente e o deixou abatido era o facto de ver sua mãezinha doente, na cama e o pai muito sério, cheio de preocupações. - Chocolates e doces - pensava ele, eram de facto muito gostosos e seria bom se ainda os tivesse. Mas o melhor eram os sorrisos do pai e ver a mãe a cantar nas lides domésticas, que tornavam a casa tão alegre! Uma tarde, Jorginho chegou perto da mãe, que parecia dormir. Vendo-a sossegada, aproximou-se mais ainda e, muito ao de leve, acariciou a cabeça da pobre doente. Dona Luísa, abrindo os olhos e encontrando perto De si o rostinho tristonho e pensativo do filhinho, sorriu-lhe com ternura e perguntou: - O que tens, meu querido? Em que estás a pensar? Um brilho de lágrimas apareceu nos bonitos olhos do menino que respondeu: - Como tudo está triste, mãezinha....O pai não brinca comigo e quase não sorri. A casa parece abandonada... Não se ouvem os teus passos nem as canções que cantavas enquanto trabalhavas. Dona Luisa, emocionada, vendo o filho tão tristonho encorajou-o: - Querido, tudo isso passa. Tem paciência, filhinho. A mãe ficará boa e o pai há-de encontrar o emprego de que tanto necessita. Deus há de permitir que isso aconteça. Ele é que sabe o que nos convém... mas confiemos na sua grande bondade. A campainha da porta tocou e Jorginho foi atender. Era a vizinha, muito pobre, que viera pedir um pouco de leite para o filhinho doente, mas na casa de Jorginho também não havia leite. Não podendo oferecer mais nada deu um dos seus brinquedos preferidos e disse: - Não há leite senhora, mas leve um de meus brinquedos ao menino doente. À noite, Jorginho orou: - Pai do Céu! Cura a minha mãezinha e que o paizinho não ande mais triste. Já tinha fechado os olhos para dormir quando se lembrou da vizinha com o filhinho Kardekinho doente. Seria demais fazer a Deus mais um pedido? E se Deus para atender o terceiro, não atendesse os dois primeiros? Mas a bondade do seu coração venceu e orou outra vez: de Jorginho também não havia leite. Não podendo oferecer mais nada deu um dos seus brinquedos preferidos e disse: - Não há leite senhora, mas leve um de meus brinquedos ao menino doente. À noite, Jorginho orou: - Pai do Céu! Cura a minha mãezinha e que o paizinho não ande mais triste. Já tinha fechado os olhos para dormir quando se lembrou da vizinha com o filhinho doente. Seria demais fazer a Deus mais um pedido? E se Deus para atender o terceiro, não atendesse os dois primeiros? Mas a bondade do seu coração venceu e orou outra vez: - Pai do Céu.... não deixe faltar leite para o menino doente. No dia seguinte correu logo ao quarto da mãe. Dona Luisa não melhorara nada e estava muito abatida. Jorginho ficou triste, mas à tarde, teve uma grande alegria: Estava à janela, quando se aproximou a vizinha e disse-lhe que o filhinho ficara tão feliz com o brinquedo, que até melhorara. Além disso, uma bondosa senhora tinha-lhe enviado algumas latas de leite em pó. Jorginho ficou radiante e naquela noite, cheio de esperança, orou novamente. Na manhã seguinte, teve outra grande alegria. Estava ao lado da mãe, quando ouviu a voz do pai que chegava. E como vinha contente o paizinho! Nem parecia o mesmo! Tinha conseguido um bom emprego. Na oração daquela noite Jorginho orava assim: - Deus Bondoso! Muito obrigado por teres atendido dois dos meus pedidos. Cura agora minha mãezinha, paizinho do Céu. E assim orava o menino todas as noites, sem desanimar. Certa tarde o pai trouxe um médico novo, que examinou atentamente a doente e mudou todo o tratamento. Os dias foram passando e pouco a pouco, Dona Luísa recobrava a saúde, até que finalmente ficou curada por completo. E quando Jorginho ouviu de novo a mãe cantar, sentiu tanta alegria, que não se conteve: Correu para o jardim e, olhando para o lindo céu azul, expressou-se assim: - Pai do Céu, estou muito contente! Muito obrigado... Muito obrigado por teres atendido aos meus três pedidos! E tu? Também sabes orar?