A Representação de Chica da Silva na Obra de José Felício dos Santos Dammarys O. Dias da Silva. Aluna de Graduação em Licenciatura em História, Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP-EC. Luciana Aparecida Santos Correia. Aluna de Graduação em Licenciatura em História, Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP-EC. Reinaldo de Souza Pedro. Aluno de Graduação em Licenciatura em História, Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP-EC. [email protected] Este trabalho tem como objeto de estudo a personagem histórica Chica da Silva, como sua biografia foi apropriada pelo escritor Joaquim Felício dos Santos, e se o que ele escreveu corresponde com quem realmente foi tal mulher. Alguns equívocos que se imortalizaram sobre a figura de Chica, e assim nasceu um mito de uma personagem cruel, megera e sedutora. A relevância deste estudo está concentrada no entendimento das representações sobre a mulher negra no Brasil Colonial. Diante da representação do gênero feminino, e das relações de raça, propõe-se nesse estudo a seguinte problemática: Por que a biografia de Chica da Silva foi apropriada de maneira negativa pelo primeiro autor? O objetivo geral deste trabalho é analisar a representação das mulheres negras no Brasil. Os Objetivos Específicos que conduzem as discussões desse estudo são: (1) retratar como as mulheres eram vistas neste período. (2) explicar as representações construídas (3) abordar a personagem histórica Chica da Silva. Como referencial teórico esta sendo analisada a história do gênero, a história das mulheres, e a história das mulheres negras. A ausência da história das mulheres negras se deve às relações de gênero e raça no passado do Brasil escravista. Apesar da historiografia sobre gênero e mulheres no Brasil ter sido ampliada, ainda pouco se sabe a respeito das experiências históricas vividas pelas negras escravas e forras nos séculos XVIII e XIX. Somente há 30 anos, aproximadamente, surgiram alguns estudos a respeito das mulheres escravas. A primeira pessoa a apresentar Chica da Silva como personagem histórica foi o advogado Joaquim Felício, em 1853. Nas horas vagas o advogado gostava de escrever crônicas, e como tinha cuidado do processo de divórcio de uma das netas de Chica, D. Frutuosa Batista de Oliveira, o caso lhe deu material suficiente. O autor reconstruiu a personagem conforme a visão predominante da época, onde imperavam os preconceitos contra ex-escravos e mulheres negras. Para os homens da época, as escravas eram licenciosas, sendo assim, era impossível manter laços afetivos estáveis. Contudo, o estudo vem revelando que apesar de viver em uma sociedade patriarcal, Chica da Silva assim como outras negras forras, transformaram os estigmas impostos sobre as negras no período Colonial.