World Education Research Association (WERA)
Educação antiracista: Um
caminho para a
descolonização.
Reflexões
Brasileira
Dra. Denise Botelho
Professora da Faculdade de Educação
Grupo de Pesquisa em Educação e
Políticas Públicas: Gênero, Raça/Etnia e
Juventude
www.fe.unb.br/geraju
Projeto: Conhecimentos Ancestrais
Africanos. Caminho de fortalecimento
para pesquisadoras(es) em educação,
raça e gênero.
Objetivo: Desenvolver atividades
de ensino, pesquisas e extensão
na
área
educação
e
ancestralidades africanas, como
estratégia
de
fortalecimento
intelectual de alunos(as) de
graduação e pós-graduação da
Faculdade de Educação da
Universidade de Brasília.
Práticas
pedagógicas
de
alienação
contribuiem para a manutenção do racismo,
da discriminação,
do preconceito e das
atitudes de exclusão frente a alunas(os)
negras(os).
O
pensamento
educacional
brasileiro
é
constituído de forma a não valorizar a cultura
negra, em favor de uma supervalorização da
cultura branca.
Leis e inclusão educacional
A legislação atual garante
possibilidades
pedagógicas
afirmativas
A
Constituição
Federal
estabelece que os conteúdos
do ensino fundamental devem
assegurar o respeito aos
valores culturais (Artigo 210).
• Leis de Diretrizes e Bases
Determina que os projetos, programas e
currículos assegurem o respeito às diferenças
culturais, sociais e individuais de todos(as) que
freqüentem a escola, bem como, estabelece a
obrigatoriedade do ensino da História e Cultura
Afro-Brasileira na Educação Básica. E o
Estatuto da Criança e do Adolescente em seu
Artigo 58 garante a criança e ao adolescente o
direito de desfrutar de sua herança cultural
específica.
Para uma população educacional multirracial,
como
a
latino-americana,
mostram-se
imprescindíveis
novas
práticas
didáticopedagógicas que re-signifiquem os conteúdos
curriculares e as atividades de sala de aula,
através
de
recursos
diferenciados
de
aprendizagem,
de
material
didático
representativo
do
diverso
contingente
populacional brasileiro e o desejo político de
transformação.
Renovações Epistemiológicas
A lógica eurocêntrica não favorece o processo de
emancipação dos excluídos(as) interessante partir
de um “conjunto de intervenções epistemológicas
que denunciam a supressão, valorizam os saberes
que resistiram com êxito e investigam as condições
de um diálogo horizontal entre saberes” (SOUSA
SANTOS; MENESES, 2010, p. 19)
Estudos negros feministas
“Quando nos amamos, desejamos viver
plenamente. Mas quando as pessoas falam
sobre a vida das mulheres negras,
raramente se preocupam em garantir
mudanças na sociedade que nos permitam
viver plenamente.” bell hooks
Sueli Carneiro afirma:
O efervescente protagonismo das
mulheres negras, orientado pelo
desejo de liberdade, pelo resgate da
humanidade negada pela escravidão,
e pontuado pelas emergências das
organizações de mulheres negras (...)
contribui, ademais, para o alargamento
dos sentidos de democracia, igualdade
e justiça social, noções sobre as quais
gênero e raça se constituíram
parâmetro
inegociáveis
para
a
construção de um novo mundo
(CARNEIRO: 2006, 55).
Novas práticas didático-pedagógicas que resignifiquem os conteúdos curriculares e que
utilizem recursos diversificados de ensino, tais
como dramatização, utilização de músicas,
exibição de filmes, apoio em novas pedagogias e
todos os recursos disponíveis para transformar
o quadro atual
de desigualdades ainda
reinante na nossa educação, mostram-se
imprescindíveis.
Ações Pedagógicas Afirmativas
Eleger, consciente e pedagogicamente, as(os)
historicamente excluídas(os), privilegiar as
igualdades de oportunidades pedagógicas e,
principalmente, fortalecer a auto-estima e a
identidades desses grupos sociais.
Práticas e procedimentos
Conhecer e trazer para o cotidiano escolar
conteúdo que estimulem a participação de
alunas e alunos negros como atores sociais
ativos, com a intencionalidade de promover a
igualdade de oportunidades e o exercício da
cidadania
Corpo Docente
As(os) educadoras(os) durante o seu processo
formativo não foram contemplados(as) com
conteúdos relacionados à justiça social,
principalmente em seus aspectos de igualdades
e eqüidades, com a ausência de formação
específica para lidar com questões raciais nos
cursos de magistério, pedagogia e licenciaturas,
é importante que professoras(es) realizem sua
própria educação para um ensino igualitário.
Papel político do(a) educador(a)
•Influencia na formação da sociedade
•Direciona a ação pedagógica para o
processo de fortalecimento das
instituições democráticas
• Auxilia no estabelecimento da cidadania
plena entre todos e todas
• Promove igualdades entre as
diversidades presentes nas escolas.
Referências
CARNEIRO, Sueli. A Construção do Outro como Não-Ser
como Fundamento do Ser. Tese de Doutoramento (Programa
de Pós-Graduação em Educação), Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006
SOUSA SANTOS; Boaventura de; MENESES, Maria Paula (orgs.).
Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
Obrigada!!!
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