Brazilian Immerssion Conference 2012 Marta Franco Dias da Silva "Diferenciação Pedagógica” Presenter Name: Marta Franco Dias da Silva School/Organization: Pan American Christian Academy Presenter Contact Info--Email: [email protected] “um outro sonho fundamental”... “é o direito que temos numa verdadeira democracia de ser diferentes e, por isso mesmo”... “o direito de sermos respeitados na diferença” (Freire 1993) “The more we understand the students the better we are able to touch their lives” ( Black, 2000) Fundamentação: Texto para reflexão Essas duas citações me levam a refletir na Diferencição Pedagógica ( Differentiated Instruction) em dois momentos. Num primeiro momento, vejo a diferenciação como um direito que o aluno tem. Sendo assim, a minha obrigação como profissional da educação de providenciar dispositivos de Diferenciação Pedagógica. Na segunda, sinto-me impelida, não só por um querer\fazer pedagógico, mas pelo objetivo de poder de tocar uma vida, de deixar uma marca. O conceito de dispositivos de diferenciação pedagógica aproxima-se muito do conceito do tema gerador de Paulo Freire. Assim como os temas geradores, a natureza da diferenciação pedagógica decorre da busca de uma pesquisa sobre o universo de significados daqueles com quem se vai trabalhar, o aluno. O trabalho pedagógico precisa “ter o universo vivencial discente como princípio ( ponto de partida), de maneira a atingir a meta (ponto de chegada) do processo pedagógico”. (Cortella, 2000, p125 [grifos do autor]). Nessa mesma linha de pensamento Perrenoud (1986) aborda a realidade que os professores “enfrentam de fazerem progredir no currículo cada criança em situação de grupo, através da seleção apropriada de métodos de ensino, adequados às estratégias de aprendizagem (e de estudo) do aluno”. A Diferenciação Pedagógica, portanto, não pode ser tratada simplesmente como um método pedagógico simplesmente, “mas é a constatação em todo o processo de educação global e complexo em que o indivíduo, em todas as suas manifestações, é o centro condutor das ações e atividades realizadas nas escolas” (Boal, 1996). Devemos ter em mente que as novas ideias, como a Diferenciação Pedagógica , não consistem somente em aplicações de técnicas, (não é apenas colocar nas mãos do professor uma lista de estratégias), mas são transformadoras das maneiras anteriores –ou tradicionais – do modo de conceber e do fazer do educador. Os nossos desafios da formação do aluno do século XXI nos fazem repensar alguns aspectos: a seleção do conhecimento pela escola, concebidas para serem empregadas no futuro; os modos mais eficazes de transmissão de conhecimento; o papel do aluno na aprendizagem; a necessidade de aumentar a diversificação de opções formativas, pois nem todos podem aprender o mesmo do mesmo modo; contemplar a diversificação de saídas possíveis, considerar a formação ao longo da vida como estratégica o que significa ensinar aprender a aprender. Na Diferenciação Pedagógica, como em qualquer outra inovação no modo de fazer\pensar pedagógico, temos de nos lembrar que “todo edifício conceitual só adquire sentido final quando concretizado no trabalho cotidiano nas salas de aula, ou transforma-se em outra onda que passa por cima da realidade formativa mais concreta, sem afetá-la substacialmente”. ( Rué-Almeida, 2010) Para que a Diferenciação Pedagógica aconteça é necessário que o trabalho e os dispositivos didáticos sejam organizados de maneira que possibilitem a cada aluno manter-se em uma situação ótima. Para isso é preciso habilidade no campo da “transposição didática”, com suas diversidades de situações, competências , e possibilidades de trabalho. É a busca de um ensino-interativo que possibilite vivência para os alunos. Tendo em vista que diferenciar é romper com a pedagogia frontal, temos que considerar que uma é uma tarefa complexa e desafiadora como são também complexas as práticas de um ensino eficaz. A efetivação de uma proposta como esta da Diferenciação Pedagógica não recai só sobre o professor, nem seu sucesso depende exclusivamente de um querer\fazer pedagógico. As condições político-institucionais que permeiam a ação docente têm grande peso na configuração do efetivo ato de ensinar. Por exemplo, à coordenação do currículo significará algo mais que o planejamento do ensino de competências e conteúdos das diversas disciplinas para vários anos de escolaridade e aplicados a todos os alunos. Em vez disso, compreende a relação do currículo com as capacidades e necessidades de cada aluno. Por tanto, é preciso uma formação específica distinta da tradicional para podermos implementar e manter planos de diferenciação pedagógica. Na combinação de esforços no campo da formação e capacitação dos professores, da organização da escola é que podem aparecer as respostas pedagógicas inovadoras. Esse é o caminho para aumentar a capacidade coletiva de produzir e lidar com o novo. Para o professor Novos modos de aprender requerem novos modos de ensinar . Temos que trabalhar na direção em que a atualização, revisão e o aprimoramento das bases pedagógicas de atuação docente sejam a bússola da permanente aprendizagem profissional. Bibliografia BOAL, Maria et al. (1996). Educação Para Todos – Para Uma Pedagogia Diferenciada. PEPT, Min. Da Educação, Lisboa Diniz-Pereira, J.E. Formação de Professores: pesquisa, representações e poder. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008 Diniz-Pereira, J. E. ; Leão, G. (org.). Quando a Diversidade Interroga a Formação Docente. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008 Perrenoud, P. 10 Novas Competências para Ensinar . Porto Alegre: Artmed, 2000 Rué, J.; Almeida, M. Isabel; Arantes, Valéria A. (org.) . Educação e competências: pontos e contrapontos. São Paulo : Summus, 2009 UNESCO (2004). Changing Teaching Practices – using curriculum differentiation to respond to students’ diversity. Presenter Bio: Marta Franco Dias da Silva, Diretora do Pragrama de Estudos Brasileiros da Pan American Christian Academy, São Paulo, Capital. Trabalha na Paca há 32 anos. Mestre em educação Internacional pela Philadelphia Biblical University, campus da Alemanha. É também Vice-Diretora Executiva da Associação Internacional de Escolas Cristãs, ACSI, sede no Colorado Springs. Date: April 23, 2012