Radiação de Dipolo Elétrico ou Radiação Dipolar Elétrica Considerando apenas a zona de radiação, obtivemos uma expansão aproximada para o potencial vetorial, supondo que o número de onda multiplicado pelo tamanho característico da distribuição localizada de corrente era muito menor do que a unidade: ˆ exp (ikr) d3 r0 Jc (r0 ) rc V ˆ exp (ikr) d3 r0 (r̂ · r0 ) Jc (r0 ) . − ik rc V Ac (r) ≈ Quando consideramos apenas o primeiro termo da expansão acima, ˆ exp (ikr) ADE (r) = d3 r0 Jc (r0 ) . rc V Da equação da continuidade temos ∇ · J (r, t) = − ∂ρ (r, t) . ∂t Como J (r, t) = Re [Jc (r) exp (−iωt)] ρ (r, t) = Re [ρc (r) exp (−iωt)] , e, analogamente, a equação da continuidade fornece ∇0 · Jc (r0 ) = iωρc (r0 ) . No entanto, no integrando da integral que dá ADE (r) aparece apenas Jc (r0 ), ao invés de ∇0 · Jc (r0 ). Para resolver isso, consideremos: Jc (r0 ) = x̂i x̂i · Jc (r0 ) , onde estamos usando a convenção de Einstein para somas. Assim, como ∇0 x0i = x̂i , segue que Jc (r0 ) = x̂i ∇0 x0i · Jc (r0 ) = x̂i ∇0 · [x0i Jc (r0 )] − x̂i x0i ∇0 · Jc (r0 ) = x̂i ∇0 · [x0i Jc (r0 )] − r0 ∇0 · Jc (r0 ) . 1 Portanto, ADE (r) = exp (ikr) x̂i rc ˆ 0 3 0 [x0i Jc d r∇ · V exp (ikr) (r )] − rc ˆ d3 r0 r0 ∇0 · Jc (r0 ) . 0 V Pelo Teorema da Divergência de Gauss, a primeira das integrais volumétricas pode ser transformada em uma integral na superfície S (V ), fronteira de V : ˆ ˛ d3 r0 ∇0 · [x0i Jc (r0 )] = da0 x0i n̂0 · Jc (r0 ) . V S(V ) Na superfície, fronteira da região onde a densidade de corrente não é nula, porque envolve toda essa região, n̂0 · Jc (r0 )|S(V ) = 0, pois, se a densidade de corrente tivesse uma componente normal à fronteira, então, por continuidade, haveria corrente através da fronteira, o que contradiziria a hipótese de a superfície ser a fronteira da região onde a densidade de corrente não se anula. Logo, na aproximação dipolar elétrica, ˆ exp (ikr) d3 r0 r0 ∇0 · Jc (r0 ) ADE (r) = − rc V ˆ iω exp (ikr) d3 r0 r0 ρc (r0 ) , = − rc V isto é, ADE (r) −ik = exp (ikr) pc , r onde, como acima, ω c e definimos o momento de dipolo elétrico complexo como ˆ pc = d3 r0 r0 ρc (r0 ) . k = V Os campos de radiação O campo indução magnética complexo de radiação pode ser obtido a partir de ADE (r), na aproximação de dipolo elétrico, através da equação BDE (r) = ∇ × ADE (r) e desprezando termos que não sejam proporcionais a r−1 . Assim, exp (ikr) pc BDE (r) = −ik∇ × r exp (ikr) = ikpc × ∇ r exp (ikr) exp (ikr) = ikpc × r̂ ik − r r2 2 e, portanto, Brad DE (r) = k2 r̂ × pc exp (ikr) . r Da Lei de Ampère-Maxwell, podemos escrever ∇ × BDE (r) = −ikEDE (r) , ou seja, EDE (r) i ∇ × BDE (r) k = e, assim, o campo elétrico de radiação fica Erad DE (r) = = = ≈ = = i ∇ × Brad DE (r) k r̂ × pc exp (ikr) ik∇ × r r × pc ik∇ × exp (ikr) r2 1 ik 2 ∇ × [r × pc exp (ikr)] r exp (ikr) 1 ik ∇ × (r × pc ) + ik 2 [∇ exp (ikr)] × (r × pc ) r2 r exp (ikr) exp (ikr) r̂ × (r̂ × pc ) . ik ∇ × (r × pc ) − k 2 r2 r Mas, ∇ × (r × pc ) h i = x̂l εlmn ∂m εnpq xp (pc )q = x̂l εlmn εnpq δmp (pc )q = x̂l εlmn εnmq (pc )q = x̂l (δlm δmq − δlq δmm ) (pc )q = x̂l δlm δmq (pc )q − x̂l δlq δmm (pc )q = pc − 3pc = −2pc . Logo, Erad DE (r) = ≈ exp (ikr) exp (ikr) pc − k 2 r̂ × (r̂ × pc ) . r2 r exp (ikr) −k 2 r̂ × (r̂ × pc ) , r −2ik 3 onde desprezamos o termo proporcional a r−2 . Definimos o campo de radiação dipolar elétrica como Erad DE (r) exp (ikr) = −k 2 r̂ × (r̂ × pc ) r 1 = k 2 (r̂ × pc ) exp (ikr) × r̂ r 1 = k 2 (r̂ × pc ) exp (ikr) × r̂ r = Brad DE (r) × r̂. 4