Fornecedor Usina São Francisco realiza encontro com fornecedores Safra que se inicia deve ser semelhante à anterior Encontro com fornecedores marcou o início da safra 2008/2009 No dia 18 de abril, a Usina São Francisco promoveu um almoço com fornecedores, na sede da Copacesp (Cooperativa dos Produtores de Cana, Aguardente, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo), em Barrinha. O objetivo foi marcar o início da safra de cana 2008/2009. Além de membros da usina e produtores, estavam presentes o vicepresidente da Coplana e Socicana, Roberto Cestari, e o superintendente, José Arimatéa de Ângelo Calsaverini. Na safra 2007/2008 a Usina São Francisco moeu 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. A expectativa para a safra 2008/2009 é manter o mesmo volume de produção. A usina conta com cerca de 100 fornecedores, responsáveis por 45% da cana moída. Um dos objetivos da usina é aumentar a colheita mecanizada nas terras dos fornecedores. No ano passado, a mecanização alcançou 50% da área e, em 2008, pretende-se ul16 - Revista Coplana - Maio 2008 trapassar os 60%. Nas áreas peramos uma safra maior e com prepróprias, a usina colhe 100% ços melhores do que os praticados mecanicamente há mais de na última safra.” Ele falou sobre o relacionamento dez anos. Seu diretor agrícola, Fer- com produtores. “Temos uma parcenando José Balbo, fez uma ria muito boa junto aos nossos foranálise da safra 2007/2008. necedores. Procuramos atender, na “Na safra passada apresen- medida do possível, os desejos deles tamos uma boa performance para que tenham um bom desemde produtividade e eficiência penho na sua produção e uma boa industrial. Porém, tivemos rentabilidade. Logicamente, quando um problema em relação a se trata de commodities, às vezes há preços, com uma queda além do dificuldades, devido às oscilações esperado, devido, basicamente, ao no mercado. Mas a nossa idéia é aumento da produção na região sempre manter o máximo de parceCentro-Sul e no Brasil como um todo. ria possível, trocando tecnologia e Tecnicamente, foi uma safra de bons apoiando no que for possível.” números, mas em termos de rentabilidade, foi uma safra que deixou a desejar.” Balbo falou de suas perspectivas para a safra 2008/2009. “A expectativa é de uma pequena Fornecedores foram responsáveis por 45% da cana moída melhora. Temos obser- pela usina na última safra vado uma expansão da demanda de álcool. Logicamente, temos que dar uma continuidade ao crescimento da produção. Com a expansão, principalmente da frota flex-fluel, há uma esperança de volume de exportação superior ao do O superintendente da Coplana, José Arimatéa de Ângelo ano passado. No aspecto Calsaverini, o diretor agrícola, Fernando José Balbo e o vice-presidente da Coplana e Socicana, Roberto Cestari, agronômico e técnico, es- durante confraternização da Usina São Francisco Brasil O vice-presidente da Coplana e Socicana, Roberto Cestari, falou da atuação da Socicana junto à usina São Francisco. “Prezamos pelo bom relacionamento, não só com a São Francisco, mas com todas unidades industriais que estão na área de atuação da Socicana. As usinas têm respeitado o sistema de pagamento de ATR [Açúcar Total Recuperável], proposto pelo Consecana. O produtor tem um bom acesso à unidade industrial, o que facilita nosso serviço. Vemos esse bom relacionamento até em momentos de crise, como o que estamos enfrentando.” Cestari alertou os produtores sobre o cenário desfavorável em relação ao pagamento da cana e alguns cuidados necessários. “Num momento em que a remuneração ainda está aquém da expectativa, o produtor tem que ter maior zelo. Essa mensagem, nós temos passado desde o início da safra passada, em que a redução do pagamento da cana já era prevista. Nessa safra, provavelmente ocorrerá o mesmo. Os produtores devem ser conservadores quanto aos custos de produção. A crise veio não só para o produtor, mas também para as unidades industriais.” O fornecedor da usina São Francisco e associado da Socicana, Laerte Ferreira Manduca, falou sobre o que espera para a próxima safra. “Em relação à produtividade, acredito que será muito semelhante a que tivemos nessa última safra. A minha expectativa é de ter uma melhora nos preços da cana, mas nós, agricultores, temos que tomar muito cuidado na questão dos gastos, pois a situação continua muita complicada para nós todos.” Produção de etanol no Brasil não compete com alimentos Para alguns críticos e opositores internacionais, o uso de terras férteis para produzir o etanol reduz a área destinada às lavouras de grãos, como arroz e trigo. Isso tem gerado uma série de discussões internacionais. O presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva tem defendido, em fóruns mundiais, que o encarecimento dos alimentos é motivado, entre outros fatores, pelos subsídios agrícolas norte-americanos e europeus, e que o problema do álcool combustível se restringe ao etanol de milho produzido nos Estados Unidos. O Brasil planta cana-de-açúcar em, aproximadamente, 1% de seus solos agricultáveis, produzindo mais da metade de todo o combustível que necessita para abastecer a sua frota de veículos. Além disso, a expansão dos canaviais ocorre, principalmente, em áreas degradadas de pastagem e, sendo assim, não concorrentes com a produção de alimentos. No caso dos Estados Unidos, o país utiliza 4% das terras com o cultivo de milho para a produção de etanol, o que não chega a representar nem 2% do volume total de combustível necessário para a frota. Um hectare de milho rende 3 mil litros de etanol. Já com a cana, o volume é de 7.500 litros. No Brasil, o crescimento dos canaviais também proporciona maior produção de alimentos, já que o ciclo da cana permite a rotatividade com culturas como soja e amendoim. Dessa forma, em torno de 15% das áreas de canaviais são renovadas com outras lavouras. Revista Coplana - 17