Socicana Coinbra-São Carlos promove segundo encontro anual com fornecedores A Coinbra-São Carlos, terceira usina de açúcar e álcool incorporada pelo grupo francês Louis Dreyfus no Brasil, realizou no último dia 28 de novembro, no salão de eventos da empresa, seu segundo encontro anual com os fornecedores de cana. O evento, que marcou o fechamento oficial da safra, reuniu cerca de 300 produtores e contou com a apresentação do balanço produtivo da empresa em 2005 e as metas para 2006. Segundo o presidente da Socicana, Ismael Perina Júnior, em entrevista, a Coinbra-São Carlos fez uma sólida fundamentação em dados de mercado para transmitir sua confiança no setor. “Os números retratam um bom cenário para o setor sucroalcooleiro. Percebemos por parte da usina, também, a relevância dada ao fornecedor de cana. A empresa nos mostrou que está enfatizando, como prioridade em sua política de atuação, o fortalecimento desta parceria.” O presidente da Coplana Roberto Cestari destacou, durante o encontro, a iniciativa da usina em buscar integração com o fornecedor. “É muito importante quando todos os elos da cadeia buscam um equilíbrio, porque só assim é que se gera sustentabilidade”, disse. Os produtores assistiram a uma palestra sobre técnicas para o aumento da produção e o uso adequado do solo, proferida pelo consultor técnico da Coinbra, João Crisóstomo. O diretor executivo do setor de açúcar e álcool do grupo, Bruno Melcher, avaliou a importância do encontro. “Essa reunião é muito positiva, porque promove uma integração com os nossos parceiros e um alinhamen- to entre os planos dos produtores e os da empresa”, afirmou. Melcher também destacou a força produtiva do setor na região. “Essa é uma região privilegiada em condições de produção, nível tecnológico e, principalmente, pelos produtores. Depois de conhecer praticamente todas as regiões agrícolas do mundo, eu digo que esta é realmente abençoada pelas condições de produtividade.” Ele ressaltou que o momento vivido pelo setor sucroalcooleiro no Brasil é extremamente positivo, com os preços do açúcar e do álcool em patamares mais elevados, devido, principalmente, ao sucesso da tecnologia flexfuel. No caso do açúcar, segundo ele, as dificuldades de produção, associadas ao aumento da demanda pelo produto, em países como a Rússia, a China e a Índia deverão assegurar uma expansão nas exportações brasileiras, garantindo bons resultados para o setor. Números atuais e projeções O gerente da Socicana Ruy Sérgio Gomes, o gerente da Coopecredi Antonio Carlos Pongitor, o diretor de Operações da Usina Sebastião Neto, o diretor executivo Bruno Melcher, o presidente da Coplana Roberto Cestari, o gerente Administrativo da Coplana Maurício Turassa, o conselheiro da Socicana Paulo de Araújo Rodrigues, o gerente geral da Usina Dante Santos e o presidente da Socicana Ismael Perina Júnior 30 De acordo com as projeções do grupo Coinbra, até 2010 a demanda pelo açúcar brasileiro deverá crescer entre 30% e 40% Socicana Planejamento do uso de herbicidas Claudimir Pedro Penatti e o consumo de álcool poderá ser ampliado em até 50%. O diretor geral da Coinbra-São Carlos Dante Lanza dos Santos reforçou as projeções, destacando a valorização do álcool, promovida pela mudança de postura da indústria automobilística. “A indústria automobilística finalmente entendeu que o veículo bicombustível é uma boa alternativa. Com isso, o setor pode ter um crescimento de consumo de álcool, de 12 bilhões de litros por ano, para 18 bilhões de litros, em um prazo relativamente curto”, avaliou. Dante fez uma análise dos resultados da safra. “Na safra 2005, nós processamos cerca de 1,9 milhão de toneladas de cana. O resultado foi bom e a nossa expectativa para a próxima safra é a melhor possível. Contamos com os nossos parceiros e fornecedores para completarem o que iremos precisar para essa produção”, disse. O diretor enalteceu o papel do produtor na cadeia produtiva. “O produtor é sempre um grande aliado. Ele está cada vez mais profissional, engajado e sabe compreender as dificuldades e as virtudes do setor. Por isso, nós contamos muito com o produtor dessa região, porque sabemos que o seu potencial é muito grande”, afirmou. Coplana - Coopecredi - Socicana As plantas daninhas, quando se desenvolvem junto com o canavial, competem com as plantas de cana-de-açúcar por água, CO2 e nutrientes e podem ainda, em alguns casos, exercer inibição química através do fenômeno conhecido como “alelopatia”. Estima-se que as perdas quantitativas ocasionadas pela interferência das plantas daninhas nas culturas agrícolas situam-se em média entre 20% a 30%. Além disso, diminuem o rendimento das operações de colheita e interferem na qualidade da cana como matéria-prima. Estes fatos justificam a adoção de medidas de controle que, se corretamente aplicadas, proporcionarão retorno econômico ao produtor, compensando com lucros o custo da operação. Na cultura da cana-de-açúcar, sabe-se que o melhor controle é conseguido na reforma do canavial quando é possível aliar as operações mecânicas de preparo do solo com aplicação de produtos químicos herbicidas, visando eliminar o mato e a sementeira. O conhecimento do tipo de solo, da ocorrência dos tipos de plantas daninhas na propriedade e dos herbicidas existentes para controle destas plantas também são essenciais para um bom planejamento de controle. Atualmente, os gastos médios com herbicidas na cultura da canade-açúcar estão em US$ 50/ha em cana planta e US$ 40/ha na cana soca. Com planejamento e a execução adequada, em pouco tempo os gastos com herbicidas podem cair em até 25%, sem considerar os possíveis ganhos de produtividade e economia de mão-de-obra utilizada em capinas. Claudimir Pedro Penatti é técnico do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira Aplicação de herbicida seletivo em cana-de-açúcar Novembro / Dezembro 2005 31