MACRO I
AS CONTAS NACIONAIS
Prof. Claudio M. Considera
CAP 1
A PRODUÇÃO
A PRODUÇÃO

Compreende todas as atividades socialmente
organizadas visando a criação de bens e
serviços, destinados a satisfazer direta ou
indiretamente as necessidades humanas
 Na produção são gerados todos os bens e
serviços necessários à vida humana e,
concomitantemente, é gerada toda a renda que
será distribuída entre os agentes econômicos.
FATORES DE PRODUÇÃO
A
realização da produção é possível
através da utilização dos fatores de
produção:



Trabalho
Capital
e Recursos Naturais
A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
 Representa
a combinação destes três
elementos segundo uma determinada
tecnologia de produção, embutida nas
máquinas e equipamentos que compõem
o estoque de capital de uma sociedade e,
na própria organização do processo
produtivo
 P = f (K, TR, RN)
O TRABALHO
A
disponibilidade e a qualidade do fator
de produção trabalho depende de
diversos aspectos relativos à população
 composição etária da população –
percentual da população por faixa etária
 pirâmide etária – percentual da
população por faixas etárias e por gênero
PIRÂMIDE ETÁRIA
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 1940
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 1960
60-64
60-64
45-49
45-49
30-34
30-34
15-19
15-19
0-4
-10%
0-4
-5%
HOMENS
0%
5%
10%
-10%
5%
10%
MULHERES
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 1991
60-64
60-64
45-49
45-49
30-34
30-34
15-19
15-19
0-4
0-4
-5%
MULHERES
0%
5%
10%
-10%
HOMENS
-5%
HOMENS
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 1996
0%
5%
10%
MULHERES
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 2020
60-64
60-64
45-49
45-49
30-34
30-34
15-19
15-19
0-4
0-4
-10%
0%
HOMENS
PIRÂMIDE ETÁRIA BRASIL - 1980
-10%
-5%
MULHERES
-5%
HOMENS
0%
MULHERES
5%
10%
-10%
-5%
HOMENS
0%
MULHERES
5%
10%
A PIRÂMIDE ETÁRIA 2000
EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA
A
população brasileira vem envelhecendo
desde a década de 70 quando se reduz
bruscamente a taxa de crescimento da
população que era na década de 60 de
2,89% ano para 1,93% a.a. na década de
80
 A taxa de crescimento da população é
influenciada pela taxa de natalidade e
indiretamente pela taxa de fecundidade
A EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

A taxa de natalidade é definida como o número
de habitantes nascidos vivos, divididos pelo total
de habitantes do País, em determinado ano e,
geralmente, expressa por mil habitantes.
 Uma medida que também influencia o
crescimento da população é a taxa de
fecundidade; ela traduz o número de nascidos
vivos por mulheres em idade fértil (geralmente
definida na faixa de 15 a 49 anos).
A EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

A taxa de mortalidade também cai com o
crescimento da esperança de vida ao nascer
acarretando o aumento da longevidade do
brasileiro
 A taxa bruta de mortalidade é definida como o
total de óbitos de um determinado ano dividido
pelo total da população daquele ano.
 A esperança de vida ao nascer é definida como
o número médio de anos de vida do brasileiro
A PIRÂMIDE ETÁRIA

Base da pirâmide etária vem se estreitando e
população idosa continuou crescendo
 Com a queda nas taxas de fecundidade e
mortalidade, a estrutura etária da população
do País vem mudando ao longo dos anos.
 Em 1993, a taxa de fecundidade era de 2,6%.
Dez anos depois, chegou a 2,1%. Essa
progressiva diminuição teve início em
meados dos anos sessenta e se intensificou
nas duas décadas seguintes, refletindo-se na
estrutura etária.
A PIRÂMIDE ETÁRIA

Em 1981, o grupo etário que tinha mais pessoas era
o de 0 a 4 anos de idade; em 1986, era o de 5 a 9
anos; em 1992, era o de 10 a 14 anos; em 1998, os
maiores percentuais estavam concentrados nas
faixas de 10 a 14 e de 15 a 19 anos; em 2001, o maior
era somente o de 15 a 19 anos, mas a sua proporção
já começava a diminuir. Em 2003, o grupo etário de
15 a 19 anos ainda era o maior, mas o seu
percentual na população continuou em queda,
aproximando-se daquele do grupo de 20 a 24 anos.
A PIRÂMIDE ETÁRIA

No outro extremo, a população de 60 anos
ou mais de idade continuou crescendo
gradativamente: representava 6,4% da
população em 1981; subiu para 8,0% em
1993 e chegou a 9,6% em 2003. Em números
absolutos, isso significa que, dos quase 174
milhões de pessoas, 16,7 milhões tinham, no
mínimo, 60 anos de idade.
 Fonte: IBGE
POPULAÇÃO PRODUTIVA X DEPENDENTE




Estabelecida a composição etária, pode-se definir a
parcela da população produtiva e a dependente.
A população apta para a produção, conceituada
como população em idade de ativa (PIA), é
aquela compreendida, geralmente, entre 15 e 60
anos.
Evidentemente que essa faixa etária depende de
vários aspectos sociais e não pode ser tomada
rigidamente.
Nas pesquisas de emprego o IBGE tem se curvado
a realidade e estabelecido o limite inferior da
população produtiva em 10 anos e não estabelece
limite superior.
RAZÃO DE DEPENDÊNCIA

Essa divisão, em população dependente e população
em idade ativa, dá origem a uma taxa conhecida como
razão de dependência que é o quociente da divisão da
população dependente pela população em idade ativa.
RD =
PD
PIA

Teoricamente a parcela da população dependente será
mantida pela população apta para o trabalho
POPULAÇÃO
ECONOMICAMENTE ATIVA





Mas, nem todos os indivíduos que compõem a PIA
podem ser efetivamente computados como força de
trabalho.
Dela devem ser excluídos vários grupamentos da
população que não se constituem em oferta de mão de
obra.
Por exemplo, os estudantes em tempo integral, as
pessoas dedicadas a atividades domésticas não
remuneradas etc.
População economicamente ativa (PEA) é definida
como a parcela da população empregada ou procurando
trabalho
Em outras palavras, a oferta efetiva de mão de obra
POPULAÇÃO OCUPADA
E NÃO OCUPADA

Deste contingente de população
economicamente ativa, uma parcela está
empregada e constitui-se, portanto, em
população ocupada (PO).
 Portanto, a PO compreende a parcela da
população economicamente ativa que exerce
atividade profissional remunerada ou sem
remuneração direta, como é o caso de membros
da família não remunerados.
 O restante permanece desempregado,
constituindo-se em população não ocupada
(PNO).
TAXA DE OCUPAÇÃO E
TAXA DE DESEMPREGO
PO
 Taxa
de ocupação =
PEA
 Taxa
de desemprego =
PNO
PEA
 Logo,
PEA = PO + PNO
TAXAS DE DESEMPREGO NO
BRASIL
 IBGE
– DESEMPREGO ABERTO
SEADE – DESEMPREGO
ABERTO E TOTAL
 FUNDAÇÃO
A QUALIFICAÇÃO DO FATOR
TRABALHO
 NÍVEL
DE ESCOLARIDADE
 NÍVEL
DE SAÚDE
OS RECURSOS NATURAIS
 Se
constituem de solos agriculturáveis,
florestas, jazidas minerais, recursos
hídricos, etc. acessíveis para utilização
 Portanto, a disponibilidade de recursos
naturais de um país não depende apenas
de que estes recursos existam. É
necessário, também, que eles possam
ser utilizados
OS RECURSOS NATURAIS
A
disponibilidade depende de vários
fatores, entre eles: o avanço da ocupação
territorial, as facilidades de transporte e,
do avanço na tecnologia de sua
exploração.
 A não disponibilidade de recursos naturais
pode ser resolvida através da sua
aquisição (importação) em países onde
sua existência seja abundante.
OS RECURSOS NATURAIS
 Os


limites para o crescimento
Recentemente a sociedade se deu conta de
que a produção se realiza através da
destruição de recursos naturais.
Despertou-se a necessidade de sua
preservação para as gerações futuras,
passando a trazer uma série de limitações ao
seu uso, dando origem à noção de
desenvolvimento sustentável.
O CAPITAL
O
fator de produção capital constitui-se de
todos os bens e serviços que têm como
utilização a produção de outros bens e
serviços.
 Evolução gradativa



Ferramentas rudimentares para a caça e
pesca
Equipamentos rudimentares para a
agricultura
Modernas máquinas e equipamentos que
hoje se utilizam na produção
O CAPITAL
 Sua
natureza é diversa e compreende:
instalações agropecuárias, industriais e de
serviços, tais como os celeiros e as cercas
de uma exploração agrícola, o prédio de
uma indústria, o prédio de uma escola ou
de um hospital, (públicos ou particulares);
compreende, ainda, os meios de
transportes, máquinas, equipamentos,
etc…
O CAPITAL

A TECNOLOGIA

EMBUTIDA NO CAPITAL TEM VARIADO
FORTEMENTE AO LONGO DA CIVILIZAÇÃO
• Desde os primórdios da civilização a sociedade humana
desenvolveu novos métodos de produção através de
contínuas inovações tecnológicas, ao colocar a serviço da
produção suas contínuas invenções.
• As mudanças tecnológicas alteram não apenas os produtos
e as técnicas produtivas, mas toda uma gama de fenômenos
envolvendo a produção: sua organização, transporte,
comercialização, financiamento, utilização dos recursos
naturais e as próprias características da força de trabalho.
O CAPITAL
O

estoque de capital
O total desses bens de produção existentes
num certo momento constitui o estoque de
capital do País.
 Alterações


do estoque de capital
Aumenta em razão da acumulação de novos
bens de capital produzidos
diminui, tanto em razão do seu consumo
(desgaste na sua utilização) ou, ainda, por
sua obsolescência.
O CAPITAL
A

Formação Bruta de Capital
A acumulação de novos bens de capital ou,
simplesmente, investimento, chama-se nas
contas nacionais de formação bruta de
capital.
A
formação bruta de capital se compõe do
capital fixo e da variação de estoques.
 FBC
= FBCF + VE
O CAPITAL

FBCF


O capital fixo se constitui de construções (públicas e
privadas, instalações produtivas ou prédios
residenciais) e seus serviços de manutenção; e, de
máquinas e equipamentos e seus serviços de
instalação e manutenção.
VE

A variação de estoques (não confundir com o
estoque de capital) se constitui de bens de qualquer
categoria produzidos durante um determinado
período e não utilizados que permanecem nas mãos
do produtor ou do comerciante
O CAPITAL

ACUMULAÇÃO BRUTA X LÍQUIDA



Investimento em bruto e líquido.



Com o desgaste do estoque de capital (consumo do
capital fixo) parte do investimento se destina a repor
o estoque de capital inicial do país
Somente a outra parte será realmente acumulação
líquida de capital.
O investimento bruto inclui a parcela destinada a
reposição do capital consumido, a depreciação
O investimento líquido exclui essa parcela.
FBCF = FLCF + DEPRECIAÇÃO ou,
 IB = IL + DEPRECIAÇÃO
RELAÇÕES IMPORTANTES
A


A

RELAÇÃO CAPITAL - PRODUTO
Relação capital-produto média = mede a
intensidade do uso do capital na produção de
um produto
Relação capital-produto incremental = mede a
necessidade adicional de capital para uma
unidade adicional de produto.
RELAÇÃO CAPITAL – TRABALHO
indica a quantidade média de capital
disponível por unidade de trabalho
RELAÇÕES IMPORTANTES
A

TAXA DE INVESTIMENTO
É O PERCENTUAL DO PRODUTO
DESTINADO A FORMAÇÃO BRUTA DE
CAPITAL
RELAÇÕES IMPORTANTES
A


PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
É MEDIDA PELA DIVISÃO DO PRODUTO
PELO TRABALHO USADO PARA PRODUZÍLO
DEPENDE DA QUANTIDADE E QUALIDADE
DO CAPITAL DISPONÍVEL PARA O USO DO
TRABALHO
Produção com um insumo variável
(Trabalho)
 Produtividade
do Trabalho
ProduçãoT otal
Produtividade Média 
Quantidade de T rabalho
Produtividade do Trabalho em Países
Desenvolvidos
França Alemanha
Japão
Reino
Unido
Estados
Unidos
Produção por trabalhador (1997)
$54.507
$55.644
$46.048
$42.630
$60.915
Taxa de crescimento anual da produtividade do trabalho (%)
1960-1973 4,75
1974-1986 2,10
1987-1997 1,48
4,04
1,85
2,00
8,30
2,50
1,94
2,89
1,69
1,02
2,36
0,71
1,09
O TERRITÓRIO ECONÔMICO

ECONOMIA NACIONAL X RESTO DO MUNDO
 ECONOMIA NACIONAL – TERRITÓRIO
GEOGRÁFICO E ENCLAVES TERRITORIAIS
 RESIDENTES X NÃO RESIDENTES

RESIDENTES - unidade residente é aquela que
possui o centro de interesse no país, isto é, realiza
suas operações ou transações econômicas no país
por um período normalmente superior a um ano.
O TERRITÓRIO ECONÔMICO

A ECONOMIA NACIONAL é, portanto, definida
como o conjunto de fatos e transações
econômicas realizadas pelas unidades
residentes, que podem: ter ou não a
nacionalidade do país em que se encontram, ter
ou não personalidade jurídica e estar ou não
presentes no território geográfico.
 As transações entre a economia nacional e
outros países são, portanto, transações entre
residentes e não-residentes
O TERRITÓRIO ECONÔMICO
O
território econômico nacional, abrange:
o território geográfico do país; as zonas
francas; o espaço aéreo nacional, as
águas territoriais e a plataforma
continental em águas internacionais; os
enclaves extraterritoriais; as jazidas
minerais situadas em águas
internacionais, fora da plataforma
continental do país, explorado por
unidades residentes.
O USO DOS BENS E SERVIÇOS

Os bens e serviços circulando numa economia
podem ser demandados para dois tipos de
utilização: utilização final ou utilização
intermediária.
 Os bens e serviços têm utilização
intermediária quando são consumidos durante
o processo de produção, desaparecendo, sendo
transformados em outros tipos de bens e
serviços. Eles são definidos como bens e
serviços de consumo intermediário
O USO DOS BENS E SERVIÇOS

Os bens e serviços de utilização final podem ser
usados de três formas básicas: para o consumo
final, para a formação bruta de capital e para a
exportação.
 Os bens e serviços são considerados de
consumo final quando utilizados pelas
Famílias para a satisfação de suas
necessidades e pelas Administrações Públicas
representando os demais agentes econômicos
O USO DOS BENS E SERVIÇOS
 Os
bens e serviços de capital são aqueles
utilizados pelas empresas para produzir
outros bens e serviços, como é caso das
construções não-residenciais e
residenciais, máquinas, equipamentos,
veículos das empresas, etc., ou ainda os
serviços de instalação e reparação dos
bens de capital
O USO DOS BENS E SERVIÇOS
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