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6ª Conferência sobre
Tecnologia de Equipamentos
PIG INSTRUMENTADO da PETROBRÁS
RESULTADOS e PERSPECTIVAS
Carlos Henrique Francisco de Oliveira
PETROBRAS S.A.
Claudio Soligo Camerini
PETROBRAS S.A.
Trabalho apresentado no XXI Congresso
Nacional de Ensaios Não Destrutivos,
Salvador, agosto, 2002.
As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade
do(s) autor(es) .
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SINOPSE
Os pigs instrumentados têm sido largamente utilizados como uma das ferramentas
básicas de avaliação da integridade de dutos. Este fato não é diferente na
PETROBRÁS, onde o número de inspeções com pigs têm crescido continuamente
nos últimos 10 anos.
Até pouco tempo atrás, a PETROBRÁS só contava com os serviços de pigs
instrumentados a partir de empresas estrangeiras. Em 1998, uma opção caseira foi
viabilizada, com a utilização de tecnologia da própria PETROBRÁS, que através do
seu Centro de Pesquisas - CENPES – vem desenvolvendo pigs instrumentados há
mais de 14 anos.
Atualmente, o CENPES possui uma equipe para prestação de serviços de inspeção de
dutos com pigs instrumentados magnéticos, atendendo as bitolas de 6 à 16 polegadas,
certificada pela ISO 9002, tendo realizado à partir do ano de 2000, mais de 40
operações, num total de 850 quilômetros de dutos. Estes serviços tiveram grande
contribuição nas campanhas de inspeções de alguns órgãos da companhia, gerando
significativa economia para a empresa.
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1. Introdução
A PETROBRAS conta atualmente com uma malha de dutos na ordem de 20.000
km, sendo que uma parcela destes dutos, nas unidades operacionais mais antigas,
apresentam idade superior a 40 anos.
Os códigos e práticas internacionais, recomendam a inspeção periódica dos dutos
com pig instrumentado, para garantir a integridade estrutural do duto e a
conseqüente manutenção operacional do mesmo, fornecendo dados para subsidiar as
decisões quanto a necessidade de ações preventivas ou corretivas no duto, conforme
a situação.
A necessidade constante de utilização destes serviços, fornecidos inicialmente por
empresas estrangeiras que cobram altos valores pelos serviços, conduziu a
PETROBRAS, em 1992, através de seu Centro de Pesquisas (CENPES) por
intermédio do Setor de Tecnologia de Materiais Equipamentos e Corrosão (TMEC) à
iniciar projetos de pesquisas para capacitação e nacionalização da tecnologia de
inspeção por pigs instrumentados. À partir destes projetos a PETROBRÁS
desenvolveu pigs instrumentados magnéticos para atender às bitolas de 6” à 16”.
Estes pigs têm sido utilizados largamente nos dois últimos anos nas inspeções de
dutos em diversas unidades da empresa, gerando uma economia significativa para a
companhia.
O objetivo deste trabalho é apresentar de forma resumida o histórico destes
desenvolvimentos, das inspeções realizadas com os pigs instrumentados magnéticos,
avaliação do estágio atual da tecnologia e tendências futuras.
2. Pig instrumentado magnético – Princípio de Funcionamento
Os pigs instrumentados magnéticos utilizam magnetismo como princípio físico de
funcionamento. Um campo magnético é aplicado sobre a superfície de interesse,
sensores colocados na parte central deste campo monitoram de forma contínua o
fluxo magnético e detectam a fuga do magnetismo proveniente de descontinuidades
volumétricas, especialmente devido à corrosão. Estes pigs normalmente se deslocam
no interior dos dutos de forma autônoma, impulsionados pelo próprio fluido, sendo
capazes de armazenar os registros da operação em curso para análise e avaliação
posteriores.
Os pigs são considerados de baixa resolução quando apresentam pequeno número de
sensores, informando o resultado da inspeção de forma qualitativa, em percentuais ou
níveis de corrosão (leve: 0-30%; moderada: 30-50% e severa: acima de 50%). Estes
são considerados de alta resolução quando apresentam elevado número de sensores,
permitindo com auxílio de softwares modernos, melhor caracterização e
quantificação das descontinuidades.
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3. Desenvolvimento
3.1. Histórico
O desenvolvimento dos pigs (1) pelo CENPES, executado através do TMEC, foi
efetuado em duas fases distintas.
Na primeira fase foi iniciado em 1992, um projeto de pesquisas tendo como
principais objetivos o desenvolvimento da base tecnológica utilizada nos pigs
finalizando com a confecção de um protótipo de pig de baixa resolução para
utilização em dutos de diâmetros 12 e 14”.
Este projeto foi encerrado em JAN 1995 com a conclusão da montagem e testes do
primeiro protótipo do pig, montado para a bitola de 14”. Nos testes finais executados
no loop de testes no Terminal de Campos Elísios (DTSE) e em uma linha industrial
do próprio DTSE os resultados obtidos foram considerados satisfatórios e
promissores indicando para a continuidade do desenvolvimento. A figura 1 mostra
detalhes deste pig.
Figura 1 – Foto do pig montado para 14”
Uma segunda fase do desenvolvimento foi iniciada em Julho de 1995 com os
objetivos de consolidar a tecnologia desenvolvida, tornando-a mais confiável,
implementar as melhorias necessárias nos sistemas eletrônico e de software, as
alterações necessárias no sistema mecânico para adaptação do protótipo para
utilização em outras bitolas e capacitar a equipe para a execução das atividades
correlacionadas de laboratório e campo.
O projeto e confecção de um pig para diâmetro de 10”, menor diâmetro possível após
otimização da eletrônica (hardware), foi iniciado e completamente concluído em
Agosto de 1997.
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Como resultados positivos desta fase, destacam-se:
• A conclusão do desenvolvimento dos equipamentos para diâmetros de 10 e 12”
adaptável para as bitolas de 14 e 16” com maior versatilidade e confiabilidade
operacional.
• A realização de testes de campo em dutos em unidades operacionais da
PETROBRÁS: Terminal Centro Sul - SP (DTCS), Terminal do Sul (DTSUL),
Exploração & Produçaõ - BA (E&P-BA) e DTSE.
Características construtivas dos pigs:
• Construção modular para passagem em curvas 3D (raio de curvatura = 3 x
diâmetro)
• Sensores - Bobinas indutivas;
• Baterias de Niquel-Cádmio (recarregáveis);
• Odômetros digitais (2);
• Eletrônica embarcada – padrão PC104 – 486 DX2/66.
- Número de canais disponíveis: 32
- Freqüência: 512 Hz
- Capacidade da armazenamento: HD 3,2 Gb
Para o desenvolver os pigs para os diâmetros de 6 e 8”, em função das dimensões
reduzidas, novos projetos mecânico e eletrônico foram necessários. Inicialmente
foram desenvolvidos o projeto mecânico das duas ferramentas e a redução
dimensional dos sensores (bobinas) necessárias à nova montagem restando como
desafio final, sob a responsabilidade do Centro de Telecomunicações (CETUC) da
Pontifícia Universidade Católica – RJ (PUC-RJ), o desenvolvimento do hardware
nas dimensões compatíveis com as dimensões do respectivo vaso projetado para
acondicionar a eletrônica do menor pig (6”) à ser utilizada também no pig de 8”. Para
este novo hardware, novos softwares embarcados foram também desenvolvidos. A
conclusão da fabricação, testes e início das operações em campo, destes pigs,
ocorreram no ano de 2000.
As características principais destas ferramentas são listadas abaixo:
• Construção modular possibilitando a passagem um curvas 3D;
• Sensores – Bobinas indutivas de dimensões reduzidas;
• Baterias Alcalinas (descartáveis);
• Odômetros analógicos (2);
• Eletrônica padrão TDS.
- Número de canais disponíveis: 40
- Freqüência: 333 Hz
3.2. Parceria
A estratégia utilizada nos desenvolvimentos, seguindo uma tendência do setor, de
trabalhos conjuntos com universidades e centros de pesquisas, o CENPES - TMEC
contratou a PUC-CETUC para os desenvolvimentos de toda parte eletrônica, o
software embarcado de aquisição, software de visualização e softwares para a análise
de dados do pig, ficando a cargo do TMEC a coordenação geral do projeto e também
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a responsabilidade pelo desenvolvimento dos projetos mecânico, da base magnética e
de sensoriamento do pig.
Esta parceria, iniciada em 1992, junto ao primeiro projeto do pig, se mantém até a
presente data, sendo que no escopo atual consta, alem da continuidade dos novos
projetos em desenvolvimento para modernizar as ferramentas existentes, a
manutenção das partes eletrônicas (hardware e software) dos pigs em operação e na
participação conjunta na execução das inspeções de campo.
4. Processo de prestação de serviços
Os primeiros testes de campo com os pigs foram realizados no período de Jan./1995
à Out/1997 quando foram executadas inspeções em dutos do DTCS, DTSUL, DTSE
e E&P-BA. A realização destes testes de campo somados aos conhecimentos
adquiridos na realização de todas as atividades de laboratório relativas ao
desenvolvimento dos pigs, conferiram suficiente capacitação á equipe e
confiabilidade das ferramentas, para o inicio das atividades de inspeção de dutos
com os pigs desenvolvidos pelo CENPES, objetivo principal do projeto.
Para viabilizar a execução destes serviços, iniciados á partir de 1998, as seguintes
implementações foram executadas:
• Elaboração de procedimentos para todas as etapas do processo;
• Construção de um laboratório específico para a montagem e manutenção dos
pigs;
• Construção de um laboratório de eletrônica;
• Criação da área para análise dos dados;
• Redimensionamento da equipe com admissão de técnicos para as áreas de
eletrônica e análise de dados;
• Treinamento de todo pessoal envolvido na atividade;
• Processo de certificação da atividade de prestação de serviços, baseado na norma
ISO 9002, concluído em Mar 2000.
4.1. Recursos humanos
A equipe de prestação de serviços por pig é composta atualmente por:
• Engenheiro de Equipamentos – (1) Coordenador geral dos desenvolvimentos;
• Técnico de Inspeção de Equipamentos – (1) Coordenador dos serviços e
atividades de campo;
• Técnico de mecânica – (2) Análise dos dados;
• Técnico de eletrônica – (2) Desenvolvimentos, manutenção e atividades de
campo;
• Projetista mecânico – (1) Desenvolvimentos e atividades de campo;
• Mecânico de manutenção – (1) Manutenção e montagens;
• Equipe da PUC –(flutuante) Desenvolvimentos e apoio nas atividades de campo.
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Observa-se que os recursos humanos disponíveis, têm sido alterados continuamente,
ao longo dos desenvolvimentos dos projetos processo de execução dos serviços de
inspeções no campo, em função das diversas movimentações de pessoal ocorridas no
período. Estes recursos foram utilizados para execução das duas atividades.
A equipe para execução das inspeções no campo é composta no mínimo por dois
Técnicos:
• Um Técnico do TMEC – Responsável pela operação, montagem e manutenção
do pig;
• Um técnico de eletrônica da PUC ou TMEC – Para apoio e manutenção da
eletrônica e softwares.
4.2. Serviços
As etapas do processo de prestação de serviço com pig, são descritas abaixo. Para
cada uma das fases listadas, existe um procedimento específico a ser seguido,
gerando o seu respectivo registro. Estes registros são armazenados em meio
eletrônico, todos indexados pelo número do serviço técnico correspondente. Este fato
possibilita a manutenção de um histórico dos serviços e, se necessário, a
rastreabilidade do processo.
•
•
•
•
•
•
•
•
Solicitação do serviço – Efetuado formalmente pelo cliente ao TMEC,
adicionado ao envio de relatório da tubulação;
Análise critica – O TMEC analisa o relatório verificando se as condições
informadas permitem que a solicitação seja aceita. Se a avaliação for positiva, um
serviço técnico é aberto para acompanhamento de todo o processo. Se for
negativa, o TMEC solicita as alterações necessárias ao cliente;
Programação do serviço - O TMEC faz programação prévia para a execução da
inspeção de acordo com a disponibilidade de recursos, comunicando
posteriormente ao cliente para o aval deste. Nesta fase é também informado ao
cliente as condições mínimas necessárias para a execução da inspeção;
Condicionamento do duto - Nesta fase são efetuadas, quando necessário, a
limpeza e calibração do duto à ser inspecionado. A condição de limpeza interna
do duto normalmente determina o sucesso da operação, uma vez que, os sensores
do pig funcionam em contato direto com a superfície interna do duto. Como os
pigs normalmente suportam pequenas restrições de diâmetro, a verificação da
geometria interna do duto é necessária para garantir condições de deslocamento
seguro do pig durante a corrida. Estas atividades são, neste caso, efetuadas pelo
setor solicitante;
Execução da corrida - Nesta etapa, são executadas, nas dependências do órgão
solicitante, as definições e verificações finais para a execução da inspeção, a
corrida, a transferência dos dados, a desmobilização e envio do pig ao CENPES
ou outro órgão;
Análise dos dados - Efetuada nas dependências do TMEC, onde os dados
coletados são devidamente tratados e analisados para a emissão do relatório da
inspeção;
Correlação – É a verificação, pelo cliente, da veracidade das informações;
Avaliação do serviço – O Cliente avalia através de relatório próprio a qualidade
do serviço prestado, encerrando o processo.
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A tabela a seguir apresenta um resumo dos serviços técnicos executados pelo TMEC
para inspeções de dutos à partir de 2000.
PIG MAGNÉTICO - HISTÓRICO
Dados do duto
Dados da corrida
Denominação
Orgão
Diam.
Extensão
Data
Fluido
Osvol
DTSE
10"
RP-A/ET-B
E&P-RNCE
12"
58km
Exe. 12/01/2000
Gasolina
7,3km
Exe. 19/04/2000
R-9
DTCS
10"
2,1km
Petróleo
Exe. 10/05/2000
Gás natural
Camboatá/S. Sebastião
E&P-BA
8"
30km
Exe. 31/05/2000
Água
Exe. 20/06/2000
Água
Gás natural
2000
Itaparica/Aratu
E&P-BA
8"
14km
Exe. 03/06/2000
D. João/S. Paulo
E&P-BA
8"
9km
---------------
Petróleo
Araças/Recife
E&P-BA
12"
37km
Exe. Set/2000
Petróleo
Liv/Gmr
E&P-RNCE
10"
142km
Emc-j/Ap-a
E&P-RNCE
8"
8,2km
Exe.30/08/2000
Petróleo
Rfq/Liv
E&P-RNCE
8"
30km
Exe. Out/2000
Gás natural
NH 500-6”
FAFEN-BA
6”
29,7km
8 GLP
DTSE
8”
18,4km
Exe. dez./2000
Gás natural
Exe. abril/2001
Gás natural
Exe. 10/07/2001
Gás natural
Exe. nov/2000
Amônia
Exe. 27/12/2000
GLP
Exe. 08/01/2001
GLP
2001
Liv-Lorena
E&P-RNCE
AP – A/CAM – CEN
E&P - RNCE
10”
13
3/8”
13
3/8”
11km
Exe. abril/01
Óleo
14Km
Exe. 07/07/01
Petróleo
CAM – B/CAM – CEN
E&P - RNCE
5 Km
Exe. 06/07/01
Petróleo
EMISSARIO EFLUENTES
FAFEN-SE
Exe. 05/10/01
Água
10”
30,35km
EST. S. PAULO/RLAM
EST. S. PAULO/RLAM
E&P - BA
8”
4 Km
Exe. 06/07/01
Óleo
E&P - BA
12”
4Km
Exe.out/01
Óleo
CX – UPGN S
E&P - BA
8”
15 Km
Exe 20/06/01
Gás
Exe. 05/07/01
Gás
Petróleo
Petróleo
Diesel
marítimo
Carmo-Almeida/São
Sebastião
E&P-BA
8”
5 Km
Exe. 06/01
Exe. 09/07/01
OPASC
Transpetro
DTSUL
10”
197 Km
Exe. 20/07/01
Ornit
6
Transpetro
6”
13,8 Km
Exe. 26/09/01
Orsul 6
Transpetro
6”
24,1 Km
Exe. 24/09/01
LCO
GLP
ETJ / ETB
UN-RNCE
12”
6,2 Km
Exe. 12/09/01
Petróleo
ET-C / ET-A
UN-RNCE
8”
3,5 Km
Exe. 13/09/01
Petróleo
ET-R / ET-A
UN-RNCE
8”
3 Km
Exe. 13/09/01
Petróleo
UPGN C/Santana
E&P/BA
6"
14Km
Exe. 17/01/02
Gás
UPGN C – Camaçari
E&P - BA
12”
37 Km
Exe. 15/02/02
Gás
UPGN S – Camaçari
E&P - BA
14”
32 Km
Exe. 21/02/02
Gás
Aratu/Camaçari
E&P/BA
10"
19Km
Gás
IMT 3-RUC 4
E&P - BSOL
14”
36,3Km
Exe.mar./2002
Exe.
abril/2002
2002
Gás
8
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4.3. Discussão dos resultados
O volume de operações realizadas no período de Janeiro de 2000 à Abril de 2002
(vide histórico acima) onde foram efetuadas inspeções em 29 dutos correspondendo a
47 operações de campo, aproximadamente 850 Km de dutos proporcionou uma
economia para a empresa, através da utilização dos pigs do CENPES, estimada em
US$ 1.700.000,00 ( 850Km x US$ 2.000,00 – preço médio por Km cobrado por
operadoras estrangeiras).
A versatilidade dos pigs que foram utilizados para inspeção em dutos de transporte
de produtos diversos como: Petróleo, gasolina, água, GLP, gás natural, etc., onde
foram necessárias algumas adaptações às condições operacionais, obtendo-se bom
desempenho nas operações de maior complexidade como por exemplo, nas
inspeções de oleodutos com alto teor de parafina onde as condições de limpeza são
importantíssimas e também nos gasodutos onde as altas velocidades presentes,
normalmente de difícil controle, expõe os componentes eletrônicos dos pigs, à
limites excessivos de vibração.
A execução das atividades de prestação de serviços de inspeção de dutos com pig, de
acordo com os procedimentos do sistema ISO, onde são executados registros para
cada etapa efetuada, contribuíram alem da manutenção da certificação em Março de
2002, para a formação de um cadastro de informações que serviram como base para a
continuidade dos desenvolvimentos.
5. Estágio atual dos desenvolvimentos
A utilização freqüente dos pigs nas inspeções de campo, evidenciou a necessidade da
continuidade do desenvolvimento dos projetos; de melhorias no hardware e software
que foram, gradativamente, sendo incorporadas ao produto no decorrer do processo.
Descrevem-se abaixo as melhorias efetuadas que merecem destaque.
•
•
•
•
Projeto de sensores (suporte e bobina) de dimensões reduzidas em ralação aos
utilizados inicialmente, viabilizou a montagem dos pigs de 6 e 8”, e também da
substituição dos sensores dos pigs de 10” e maiores, possibilitando a obtenção de
maior densidade de sensores na montagem. Esta nova configuração permite uma
melhor caracterização dos defeitos;
Utilização de baterias alcalinas (descartáveis) de fácil aquisição e reposição em
substituição às baterias de Níquel-Cádmio (recarregáveis);
Revisão do projeto mecânico dos odômetros para conferir maior rigidez e
substituição do reed-switch (sinal digital - pulsos) pela utilização de elementos
hall (sinal analógico- onda senoidal) para redução do erro;
Projeto para capacitação tecnológica para a utilização de sensores tipo hall,
seguindo a tendência de substituição das bobinas, conduzido pelo departamento
de física da PUC-RJ onde, uma unidade experimental foi construída, permitindo
a simulação das condições operacionais (defeitos, magnetização, deslocamentos,
etc) do pig. Os resultados dos testes já executados apresentaram resultados
promissores. Este fato certamente possibilitará, em futuro próximo, a montagem
do pig de alta resolução.
9
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•
Como os sensores hall efetuam medida absoluta do campo magnético
independente da velocidade, eles têm sido utilizados em pigs especiais onde a
detecção da corrosão interna é o principal objetivo;
• A utilização de modernos componentes na eletrônica embarcada (padrão PC-104)
aliados à nova versão do software de aquisição de dados conferiram grande
versatilidade ao conjunto, que atualmente admite configurações distintas, onde
itens como ganho, número de canais e tipo de sensores (bobina ou de efeito
hall), podem ser alterados de acordo com a aplicação.
As características da eletrônica embarcada na versão atual:
Eletrônica – tipo PC-104 /586 -100MHz
• Número de canais disponíveis – 340 (dependente da configuração)
• Freqüência 512 Hz
• Capacidade da armazenamento – HD 20 Gb
6. Perspectivas
6.1. Licenciamento
A atividade de prestação de serviços por pig foi criada inicialmente para a
implantação da tecnologia desenvolvida, através da utilização dos pigs nas inspeções
de dutos na companhia, objetivo principal do projeto. A grande utilização dos pigs
nos últimos anos confirmaram o sucesso do desenvolvimento e da atividade de
prestação de serviço, que no estágio atual, já se caracteriza como atividade de rotina,
fato este que discorda dos objetivos maiores de um Centro de Pesquisas. Dessa
forma, seguindo modelo anterior, objetivando também na focalização dos recursos
para atividades consideradas prioritárias, a PETROBRÁS - CENPES está
conduzindo um processo de licenciamento da Tecnologia de inspeção por pig à uma
empresa brasileira. Desta forma, a PETROBRÀS terá como benefícios o recebimento
de royalties e também poderá em breve, contar estes serviços à partir de uma
empresa brasileira, aumentando a concorrência na oferta dos serviços e diminuindo
os custos das inspeções.
6.2. Outros projetos
•
Pig para inspeção de Risers e Linhas Especiais :
Com o objetivo de inspecionar linhas convencionalmente não “pigáveis”, está sendo
desenvolvido no TMEC, o projeto de um pig tracionador. Este pig é dotado
basicamente de duas unidades, sendo a primeira o módulo tracionador e a segunda o
módulo de inspeção. O módulo tracionador funcionará como um pequeno trator que
permitirá ao módulo de inspeção atingir regiões de difícil acesso, vencendo curvas e
deslocando-se na vertical tanto quanto na horizontal, operando ainda em condições
não convencionais. As características do módulo de inspeção dependerá do método
de inspeção que se deseje utilizar. O pig tracionador é dotado de motor elétrico e é
alimentado via umbilical, pelo qual também é feito seu controle e transmissão de
dados da inspeção, permitindo uma análise "on-line".
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•
Magus
Pig Magus é também um pig para linhas convencionalmente não “pigáveis”. É
dotado de sensores magnéticos do tipo “proximidade” (efeito hall), assim como
sensores de ultra-som, daí a origem de seu nome, pig magnético e ultra-sônico. No
projeto atual, os sensores estão montados para permitir a inspeção da geratriz inferior
de dutos de 42” abrangendo um arco de aproximadamente 500mm com os sensores
magnéticos e, 175mm para os sensores de ultra-som. A montagem sobre rolamentos
e um sistema de pêndulo mantém os sensores sempre na geratriz inferior, quaisquer
que sejam as solicitações impostas ao conjunto. O Magus é facilmente adaptável à
grandes diâmetros e pode ser utilizado de forma autônoma ou com um cabo
umbilical.
•
Flex-pig
O duto que liga a plataforma de Cherne 1 ao ponto “A” (PCE1 - 24”) na bacia de
Campos, tem em seu percurso, severas restrições causadas pelo desalinhamento de
acessórios, já comprovados através da inspeção com pig geométrico. Existe grande
expectativa de existência de corrosão interna no duto. Sendo o Flex-pig é o único pig
que não sofre danos ao percorrer este duto, uma adaptação especial esta sendo
efetuada para instrumentação de um Flex-pig para a inspeção deste duto. Sensores
de proximidade, tipo hall, são montados em 50 sapatas, numa coroa que está fixa ao
redor do corpo do Flex-pig com o menor espaçamento possível enquanto que os
vasos da eletrônica e baterias são montados internamente ao corpo deste. Esta será
uma inspeção pioneira e seu sucesso certamente abrirá o caminho para outras
aplicações similares.
7. Conclusões
Os níveis de confiabilidade e desempenho alcançados pela tecnologia de pigs
desenvolvidos pelo CENPES, confirmados com as inspeções de dutos executadas,
credenciam os pigs, como uma alternativa viável, no processo de inspeção de dutos
PETROBRÁS, muitas vezes, substituindo com sucesso, às ferramentas estrangeiras,
podendo serem utilizados por exemplo, em inspeção de dutos menos prioritários ou
mesmo novos.
A continuidade de desenvolvimento de novos sensores e eletrônica, certamente
possibilitarão em futuro próximo, a construção de um pig de alta resolução. Logo,
deve ser
continuada independentemente da estratégia à ser seguida pela
PETROBRÀS.
8. Referências Bibliográficas.
(1) Camerini, C.S., Santana, A.C.C.M., Oliveira, C.H.F. – “Desenvolvimento do Pig
Magnético” 16ª Mesa Redonda, CENPES – PETROBRÁS, Dezembro,1994.
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