AS PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS DE ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL EM MARINGÁ-PR: O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS E OS USUÁRIOS DESTES SERVIÇOS Partindo do ponto de que a saúde mental está vivendo, há alguns anos, a intensificação dos princípios da reforma psiquiátrica, fazendo debates na tentativa de conscientizar profissionais, familiares, pacientes, e a sociedade em geral, em torno desta causa, para que comecem a repensar sobre a doença mental, suas peculiaridades e suas implicações. Falamos em repensar, pois nos parece que a sociedade deixa implícito que o doente mental não é ser humano, e por isso, a criação de hospícios, onde estes são marginalizados, e tratados quase como animais. Estamos em uma nova era, em que o que se preconiza é a desistitucionalização, o tratamento mais humanizado para com estes indivíduos que estão em grande sofrimento psíquico e que o que eles mais precisam não é ficar isolados, internados em um hospital, mas de continuar tendo contato com o mundo externo para que suas percepções sejam estimuladas, sua cidadania exercida, sem deixarem de ter um acompanhamento profissional. Com base nisso, foram criadas as redes assistenciais psicossociais aos portadores de transtornos mentais, as quais seu uso esta sendo incentivado para tratamentos destes pacientes, mais humanizado e com mais respeito. Este trabalho, busca a partir desta idéia refletir sobre as práticas de atendimento a indivíduos portadores de transtorno mental em MaringáPR. Para isso faz-se necessário o conhecimento da história da loucura e da reforma psiquiátrica no Brasil e de que maneira ela influencia as práticas atuais. Palavras chave: Atendimento Psicossocial, Desinstitucionalização, Reforma Psiquiátrica, Saúde Mental. Maria Teresa Claro Gonzaga - Professora mestre do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). [email protected]. Rua: Guido Inácio Bersh, 376. apto 402. Zona 7. CEP: 87020-250 Maringá-PR. Isabela Molina Fernandes Silva - Graduanda do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). [email protected]. Rua: Bragança, 630. apto 303. Zona 7. CEP: 87020-220 Maringá - PR Natália Yukari Mano - Graduanda do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). [email protected]. Rua: Bragança, 630. apto 303. Zona 7. CEP: 87020-220 Maringá - PR Introdução Segundo o Relatório da Organização Mundial da Saúde (2001), para todas as pessoas, a saúde mental, física e social encontram-se entrelaçadas e interdependentes para o bem-estar tanto dos indivíduos quanto de uma sociedade. Porém, por muito tempo, a saúde mental foi negligenciada. Com o Movimento da Reforma Psiquiátrica, muda-se a ênfase: da atenção aos hospitais psiquiátricos repressivos e regressivos para uma atenção mais aberta e flexível na comunidade. Porém, sabe-se que somente fechar os hospitais psiquiátricos sem a implantação de uma sólida rede psicossocial de atendimento à saúde mental é um perigoso processo. Tem-se lutado muito para que indivíduos com transtornos mentais consigam, além do tratamento e apoio para superar tal sofrimento fora dos hospitais em convívio com a comunidade, a conscientização da população para que ultrapassem as fronteiras da estigmatização e exclusão, enxergando-os como cidadãos, exercendo um papel na sociedade. Pretende-se, acima de tudo, mostrar a desinstituicionalização como “[...] um processo ético de reconhecimento de uma prática que introduz novos sujeitos de direito e novos direitos para os sujeitos”. (AMARANTE, 1995). Para isso, foram implantados os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs), Emergências Psiquiátricas em hospitais gerais, além das Unidades Básicas de Saúde (UBS), para que atendam a população com transtornos mentais dentro das propostas da Reforma Psiquiátrica. Em Maringá-PR existe, além dos 26 Unidades Básicas de Saúde, um CAPs (CAPs Canção), uma Emergência Psiquiátrica em hospital geral, um Centro de Atendimento Ambulatorial em Saúde Mental (CISAM), um hospital psiquiátrico, duas residências terapêuticas, um CAPs AD (álcool e drogas) e está em fase final a construção do CAPs i (infantil). Objetivos Buscar compreender o que os profissionais da área da saúde - dentre eles o psicólogo - e os pacientes que usufruem destes serviços pensam a respeito de toda temática da Reforma Psiquiátrica e analisar como se encontra a rede de assistência psicossocial à saúde mental em Maringá, para que, deste modo, possa-se ter um panorama de como essa mudança da internação em hospitais psiquiátricos para as redes substitutivas tem sido enfrentada por ambas as partes envolvidas diretamente, e da qual o apoio é imprescindível. Metodologia Foi realizado, primeiramente, um levantamento bibliográfico abrangendo historicamente a reforma psiquiátrica, o surgimento e a função das redes substitutivas, assim como a especificação de cada uma delas. Após essa etapa, elaboramos o três modelos de questionários semi-abertos para serem aplicados aos profissionais da área da saúde mental que trabalham no CISAM, CAPs II e Emergência Psiquiátrica do Hospital Municipal, usuários dos serviços oferecidos e familiares destes usuários, estes últimos também participantes da Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM). Com isso, totalizamos 44 questionários aplicados, da qual 19 foram para profissionais da área de saúde mental, 19 para usuários destes serviços e 6 familiares que os acompanham. Resultados Dos Profissionais Dentre todos os centros nas quais foram aplicados os questionários, os profissionais que responderam foram: psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e auxiliares de enfermagem. TABELA 1 – Sua opinião sobre os serviços oferecidos pela rede de atenção psicossocial de Maringá. Opinião Satisfatório Regular Não satisfatório TOTAL Pesquisados 6 6 7 19 TABELA 2 – A justificativa dos profissionais quanto a qualidade da rede foi: Opinião Falta capacitação dos profissionais Bom, mas sempre tem o que melhorar Falta do trabalho em rede Poucos profissionais na área Horário de funcionamento mais extenso Não justificaram TOTAL Pesquisados 4 4 3 3 1 4 19 TABELA 3 – Vantagens no atendimento psicossocial. Opinião Integração do paciente a sociedade Atendimento mais humanizado A visão integrada do paciente Tratamento mais eficaz Possibilidade de conhecer a doença e o tratamento Não responderam TOTAL Pesquisados 6 5 4 2 1 1 19 TABELA 4 – Em quais aspectos você acha que o hospital psiquiátrico contribui? Opinião Em períodos de crises, quando o internamento na Emergência Psiquiátrica não é suficiente Para ajudar o paciente a se encontrar e se conscientizar do tratamento Pesquisados 9 Desde que se reestruture o Hospital Psiquiátrico, com um tratamento mais humanizado TOTAL 3 3 15 TABELA 5 – O que pode ser feito para melhorar os serviços de atenção psicossocial? 1 Opinião Atendimento a criança; criação do CAPSi Espaço para o atendimento ao idoso Fortalecer a rede extra hospitalar Desenvolver um trabalho em rede Profissionais mais qualificados Falta de médicos Serviços insuficientes Horário compatível com a necessidade dos usuários Sem resposta Pesquisados 4 1 2 7 3 3 2 1 1 TABELA 6 – Você acha que a Reforma Psiquiátrica é melhor para o indivíduo com transtorno mental? Opinião Sim Não TOTAL Pesquisados 19 0 19 Dos Usuários e Familiares Reunimos os questionários dos usuários dos serviços de saúde mental e os questionários respondidos pelos familiares em um único grupo por se tratar de opiniões de indivíduos que utilizam os serviços. Totalizamos, deste modo, 25 pesquisados. TABELA 7 – Como estão os serviços oferecidos pelas instituições de atendimento psicossocial à saúde mental em Maringá-PR Opinião 1 Alguns pesquisados responderam mais de uma opção. Pesquisados Satisfatório Regular Não satisfatório TOTAL 19 5 1 25 TABELA 8 – O que precisa ser melhorado nos atendimentos psicossociais de saúde mental de Maringá-PR 2 Necessidades Locais para internamento mais longo em Hospitais Gerais Mais investimento do município e do estado Mais profissionais Nenhuma ou não opinaram Pesquisados 1 3 6 15 TABELA 9 – Quais vantagens você vê nos atendimentos psicossociais em saúde mental? 3 Vantagens Pesquisados Recuperação do indivíduo de forma mais abrangente, 9 envolvendo a recuperação da cidadania e a ressocialização Não ficar internado 7 Acompanhamento da família 9 Confiança nos profissionais dos atendimentos psicossociais 5 Somente indivíduos conscientes podem utilizar esses serviços 1 Nenhuma vantagem ou não opinaram 4 TABELA 10 – O que você acha mais importante para auxiliar o tratamento do transtorno mental 4 ? Necessidades Aceitação da doença Apoio profissional (psicológico, psiquiátrico ou de grupo) Acompanhamento e apoio familiar Convívio social Ocupar-se com outras atividades (participação em projetos) Uso da medicação Internação Não-internação Não responderam ou não souberam responder 2 Alguns pesquisados responderam mais de uma opção. Alguns pesquisados responderam mais de uma opção. 4 Alguns pesquisados responderam mais de uma opção. 3 Pesquisados 3 8 4 4 5 8 1 1 1 TABELA 11 – Em que aspectos o Hospital Psiquiátrico contribui para o tratamento do indivíduo com transtorno mental? Contribuição Somente para conter o surto Boa equipe multiprofissional Por meio do hospital psiquiátrico há encaminhamentos para outros serviços Para tomar a medicação corretamente Depende da qualidade do serviço Não contribui TOTAL Pesquisados 13 1 1 1 1 8 25 TABELA 12 – A substituição do hospital psiquiátrico por instituições de atendimento psicossocial à saúde mental é melhor para o paciente? Opinião Sim Não Não sabe TOTAL Pesquisados 20 3 2 25 Análise Com os resultados citados acima, pudemos observar que a cidade de Maringá batalha ainda para que as propostas da Reforma Psiquiátrica se predominem, porém sabemos ainda que muito precisa ser feito. De acordo com a maioria dos pesquisados, tanto os profissionais quanto os usuários e familiares, a rede de assistência psicossocial do município ainda não está totalmente preparada e estruturada para a substituição total do Hospital Psiquiátrico. Como vimos, muitos ainda o consideram necessária para o período de surto e alegam que somente a Emergência Psiquiátrica não conseguiria dar conta de toda demanda. Como afirma Amarante (1995), quando falamos em desinstitucionalização, não nos limitamos apenas a desospitalização. Falamos da desconstrução de um modelo arcaico de pensamento sobre a saúde mental, centrado no conceito e no tratamento da doença. “Desinstitucionalização significa tratar o sujeito em sua existência e em relação com suas condições concretas de vida.” (AMARANTE, 1995). Isto significa das possibilidades concretas de sociabilidade e de subjetividade. Porém, pudemos perceber também que a população envolvida com as questões sobre a saúde mental encontram-se, em sua grande maioria, conscientes sobre os benefícios da não internação. A aplicação dos questionários aos usuários foi feita em forma de entrevista, por iniciativa deles em preferirem desta maneira. Quando perguntávamos sobre a Reforma Psiquiátrica, a maioria não sabia dizer sobre o que se tratava. Porém, quando explicávamos sobre o que prega tal movimento e pedíamos a opinião deles sobre esses serviços de atenção psicossocial e suas vantagens, eles apontaram que este atendimento fora do ambiente hospitalar é melhor para o indivíduo. Assim, apesar da maioria dos pesquisados usuários não saberem a respeito das propostas da Reforma Psiquiátrica e nunca terem ouvido falar deste movimento, eles tem consciência de que se o usuário puder fazer seu tratamento em casa e frequentar serviços de apoio é benéfico para ele, com a vantagem do acompanhamento familiar e da ressocialização, pontos importantes que foram colocados pelos entrevistados. Este discernimento apresentado pelos entrevistados é um importante fator para que as propostas da Reforma sejam executadas, já que a participação popular, e não somente dos indivíduos com transtorno mental, é imprescindível. Se nas práticas da Atenção Psicossocial a exigência da superação do paradigma sujeito-objeto é um objetivo fundamental parece mais do que justificado que a participação popular nas instituições seja elevada à categoria de dispositivo necessário, não apenas contingente. (COSTA-ROSA, LUZIO, YASUI, 2001, p. 15) Quanto aos profissionais da saúde, sobre este assunto, percebeu-se que todos tinham conhecimento, no geral, sobre o termo Reforma Psiquiátrica, porém nem todos sabiam falar com propriedades, principalmente os profissionais que ainda eram novos nos serviços, corroborando com o que foi apresentado nas tabelas 2 e 5, em que consta a inquietação dos profissionais com a falta de qualificação daqueles que trabalham nestes serviços. Pressupõe-se de que os profissionais que estão inseridos nas redes de assistência psicossocial devam saber com o máximo de conhecimento possível sobre o movimento da Reforma Psiquiátrica, até como forma de auxiliar na concretização deste novo modelo de assistência. Outro ponto bastante interessante que podemos ressaltar do resultado dos questionários é se o hospital psiquiátrico contribui para o atendimento à saúde mental. Tanto na tabela 4, dos profissionais, quanto na tabela 11, dos usuários e familiares, a maioria respondeu que o hospital psiquiátrico ainda contribui para o tratamento de indivíduos com transtornos mentais. A justificativa mais apontada para tal internação foi em casos de surtos, ou quando a internação na emergência psiquiátrica não é suficiente ou não há vagas. Referente a esses dados, podemos inferir que a dependência do hospital psiquiátrico é ainda muito grande, principalmente porque na cidade de Maringá não há CAPs 24 horas, serviço disponibilizado durante o dia e a noite para auxiliar os indivíduos, principalmente, em períodos de crises, onde se encontram médicos, enfermeiros, entre outros profissionais preparados para receber indivíduos em surto, assim como ainda existem poucos leitos na Emergência Psiquiátrica, não atendendo toda demanda. Assim, a construção de serviços que consigam substituir o hospital psiquiátrico ainda tem sido um problema em Maringá, dificultando, ainda mais, a independência do HP, pois, sabe-se que a doença mental é uma doença psíquica, porém pode ser comparada com qualquer outra doença física, a qual precisa de atendimento médico, entre outros, e também de internação se for o caso, para que se possa ter um melhor resultado. Baseado, então, nos parâmetros da Reforma Psiquiátrica diante dos resultados apresentados, podemos falar que mais que somente a desospitalização, a desinstitucionalização necessita de uma rede de assistência psicossocial à saúde mental consolidada e capaz de suportar toda demanda existente, proporcionando-lhes um tratamento de qualidade e, consequentemente, gerando autonomia ao paciente. Como afirma Amarante (1995) Vimos que não estamos falando de fechar hospícios (ou hospitais psiquiátricos, se preferirem) e abandonar as pessoas em suas famílias, muito menos nas ruas. [...] Estamos falando em desinstitucionalização, que não significa apenas desospitalização, mas desconstrução. Isto é, superação de um modelo arcaico centrado no conceito de doença como falta e erro, centrado no tratamento da doença como entidade abstrata. [...] O tratamento deixa de ser a exclusão em espaços de violência e mortificação para tornar-se criação de possibilidades concretas de sociabilidade a subjetividade. Considerações finais Durante a pesquisa pudemos observar o quanto os profissionais se sobrecarregam tentado suprir as falhas na rede, e o quanto muitos se esforçam para dar dignidade aos usuários destes serviços. Também observamos o sofrimento dos familiares dos usuários, que se dispõe a cuidar destes indivíduos, porém, muitos destes não têm conhecimento completo da doença e dos remédios, dificultado ainda mais o tratamento. Através deste trabalho pôde-se, de forma geral, conhecer mais sobre a rede de assistência em saúde mental de Maringá, e sobre o que os profissionais, usuários e familiares tem a dizer a este respeito. Porém, muito ainda tem o pode ser coletado, analisado e realizado para subsidiar o trabalho em Saúde Mental. Referências ALMEIDA, M. C. P.; GUIMARÃES, J.; MEDEIROS, S.M.; SAEKI, T. Desinstitucionalização em saúde mental: considerações sobre o paradigma emergente. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 25, n. 58, p. 3, maio./ago. 2001. AMARANTE, P. D. de C. O homem e a serpente: Outras Histórias para a Loucura e a Psiquiatria. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. _________. Novos sujeitos, novos direitos: o debate sobre a Reforma psiquiátrica no Brasil. Cad. Saúde Públ.. Rio de Janeiro, 11(3): 491-494, ju/set, 1995. BRASIL. Ministério da Saúde. Legislação em saúde mental: 1990-2004, Brasília: Ministério da Saúde, 2004. ________. Ministério da Saúde. 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