Inovação em serviços financeiros para população de baixa renda Contexto da Inovação • Dimensões da inovação em serviços financeiros: – Tecnologia – Mercado – Regulação • Dimensões possuem diferentes características: – Influenciadores – Limitadores – Inviabilizadores Contexto da Inovação • Exemplo da dimensão: – Tecnologia IMPULSIONADOR: novas tecnologias permitem a criação de novos canais, novas possibilidades, novos serviços: Internet banking e mobile banking. LIMITADOR: questões inerentes às tecnologias acarretam restrições aos serviços financeiros baseados em tecnologia, tais como interoperabilidade, segurança, privacidade, etc. Contexto da Inovação • Exemplo da dimensão: – Mercado IMPULSIONADOR: tendências como encasulamento, valorização do tempo e busca pela conveniência incentivaram o Internet Banking e mais recentemente o DDA; mobilidade, efemeridade e ubiqüidade incentivam os futuros serviços bancários móveis. LIMITADOR: comportamento do consumidor inviabiliza a adoção de alguns serviços financeiros “muito inovadores”, como por exemplo o dinheiro eletrônico (cartões de crédito demoraram décadas para serem plenamente aceitos). Contexto da Inovação • Exemplo da dimensão: – Regulação IMPULSIONADOR: regulamentação para a oferta de serviços de microcrédito (1999); atuação incisiva do BACEN para correção de ineficiências no mercado de cartões de crédito (2010). LIMITADOR : inviabilidade dos serviços de mobile banking sem bancos ou instituições financeiras (contas correntes de caráter financeiro sob domínio de empresas de telecomunicações). Contexto da Inovação • Dimensões possuem atuação recursiva e se influenciam mutuamente: – Novas tecnologias criam novos mercados – Novas demandas de mercado estimulam novas tecnologias – Novas regulamentações abrem oportunidades para novos mercados ou novas tecnologias • Inovações no setor bancário-financeiro em “ondas” – Literatura é baseada em “fases” ou “etapas” – Novas tecnologias nem sempre substituem as anteriores – Diferentes gerações tecnológicas convivem ao mesmo tempo Correspondentes bancários Serviços financeiros móveis (MB&P) Fonte: Diniz, Cernev e Jayo (2009) Dimensões ampliadas • Outro conjunto de dimensões de análise nas difusões de inovações em serviços bancários: 1. 2. 3. 4. Determinantes Ritmo Direção Implicações Dimensões ampliadas Determinantes Ritmo Direção Tecnologia Mercado Regulação serviços financeiros para população de baixa renda Implicações Serviços financeiros para população de baixa renda • Dimensão Mercado – Determinantes: necessidade de serviços financeiros, interesse social e acesso às tecnologias digitais – Ritmo: espera de projetos-piloto “bem sucedidos” – Direção: mudanças nos processos e possivelmente também nas estruturas organizacionais (agentes) – Implicações: redução de custos + novos modelos de tarifação, escalabilidade, facilidade de processo e conveniência para clientes Serviços financeiros para população de baixa renda • Dimensão Tecnologia – Determinantes: densidade de telecom aumentando (fixa e móvel), viabilizando correspondentes bancários, serviços financeiros móveis e inclusão digital móvel – Ritmo: acelerado, todavia muito associado a custos – Direção: processos e agentes de telecom podem potencializar ou viabilizar os serviços financeiros – Implicações: menores cursos + novos modelos de tarifação, capilaridade e experiência tecnológica Serviços financeiros para população de baixa renda • Dimensão Regulação – Determinantes: não-regulamentação daquilo que ainda não existe, contudo atuação pelo interesse social – Ritmo: regulação somente após iniciativas pioneiras (que devem utilizar o arcabouço jurídico existente) – Direção: utilização da disponibilidade tecnológica com adequação dos processos e agentes envolvidos – Implicações: delimitação da atuação dos agentes econômicos na cadeia de valor destes serviços Considerações finais • Necessidade de projetos-piloto e iniciativas pioneiras; • Necessidade de negociação e definição dos (novos) papéis dos agentes econômicos na cadeia de valor dos serviços financeiros para este público; • Pertinência da regulamentação pública convergente para a promoção destes serviços (autorização de novos agentes, definição de um novo tipo de conta financeira simplificada, domínio de telecom, etc.); Considerações finais • Pertinência de novos modelos de tarifação para serviços convergentes (de diferentes domínios – bancário, financeiro e de telecomunicações); • Apropriação das facilidades e dos impulsionadores das inovações em serviços financeiros: capilaridade e disponibilidade tecnológica; múltiplos agentes econômicos (de diferentes setores); uso da “tecnografia” dos potenciais clientes; equilíbrio de poder (Governo como maior cliente nacional); convergência entre entidades reguladoras, etc. Referências DINIZ, Eduardo H.; CERNEV, Adrian K.; JAYO, Martin. As Cinco Ondas de Inovações Tecnológicas em Bancos. In: BARBIERI, José C.; SIMANTOB, Moysés A. (org.). Organizações Inovadoras do Setor Financeiro: teorias e casos de sucesso. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. CERNEV, Adrian K. Mobile Banking no Brasil: Eventos Críticos, Trajetória e Cenários Esperados. Tese de Doutorado. São Paulo: FGV-EAESP, 2010. FONSECA, Carlos E. C.; MEIRELLES, Fernando de S.; DINIZ, Eduardo H.; Tecnologia Bancária no Brasil: uma história de conquistas, uma visão de futuro. São Paulo: FGV-RAE, 2010. Contatos Centro de Estudos em Microfinanças da FGV-EAESP: http://cemf.fgv.br Prof. Dr. Adrian Kemmer Cernev [email protected]