Capítulo 8 Sistemas Estruturais de Forma Ativa Um material não rígido, flexível, formado de modo definido e suportado por extremidades fixas, que pode suportar-se a si próprio e cobrir um vão: essa é a definição dos sistemas estruturais de forma ativa. 8.1. Cabos • A elevada resistência do aço à tração faz do cabo de aço um elemento estrutural ideal para cobrir vãos. • Pouco resistência à flexão. • Sob a ação de uma carga em seu ponto médio o cabo adota uma forma simétrica, triangular. • Flecha é distância vertical entre os apoios e a parte inferior do cabo. • A variação da carga acarreta uma variação proporcional nas tensões. • As tensões aumentam em proporção geométrica com o aumento do vão. • As tensões são inversamente proporcionais à flecha. Fig. 23 - Carga aplicada num cabo Fig. 24 – Estrutura de cabos 1 • Em resumo. σαΡ σ α l2 σα 1 f l 2 • Teremos então uma flecha ótima que é • Polígono funicular é a forma natural necessária para suportar cargas por tração. f = • Curva funicular correspondente a carga uniformemente distribuída é a parábola. • Curva funicular correspondente ao peso próprio é a catenária. Fig. 25 Teto de cabos protendidos de Viera • Flecha ótima para ambos = l/ 3 8.2. Coberturas em Cabos • A grande eficiência dos cabos de aço, aconselha-nos seu uso na construção de grandes coberturas. O grande desafio é a estabilização dos cabos pois eles são extremamente flexíveis. 8.3. Arcos • • Ao se inverter a forma parabólica de um cabo, submetido a carga uniformemente distribuída, obtém-se a forma ideal de um arco, submetido somente à tensões de compressão. Fig. 26 – Teto tipo roda de bicicleta do Auditório de Utica, Nova Iorque Elemento básico em todo tipo de arquitetura. 2 • O arco só é funicular para um tipo de carregamento, pois sua forma não pode mudar. • Ao variar o carregamento o arco pode ter outros esforços que não sejam compressão. • Dependendo da carga um arco pode ter a forma funicular estando então, submetido somente à compressão. • • O peso próprio acarreta a compressão ,as demais cargas, flexão. • A forma de um arco não se determina apenas por motivos estruturais. O arco romano possui propriedades construtivas que justificam o seu emprego. O arco gótico tem vantagens estruturais e o arco arábico é “incorreto” do ponto de vista estrutural . • O arco desenvolve empuxo horizontal. O empuxo é proporcional a carga, ao quadrado do vão e inversamente proporcional a altura do arco. • O arco pode ter apoios engastados e articulados . • O arco bi-engastado é mais rígido que o bi-articulado. • Um terceiro tipo de arco muito usado é o tri-articulado que absorve bem as diferenças de temperatura e recalques de apoio. • Exemplos de pontes. Fig. 27 – Arco em forma parabólica 8.4. Coberturas em Arco • Uma combinação muito simples é uma série de arcos paralelos ligados transversalmente com terças e coberto com telhas. 3 • Uma área retangular pode ser coberta com arcos segundo as diagonais. • Uma área circular pode ser coberta convergentes, apoiados num aro central. • Uma área retangular pode também ser coberta com arcos oblíquos paralelos entre si, encontrando com outra série de arcos oblíquos formando lamelas. com arcos 8.5. Membranas • A membrana é tão delgada que só resiste à tração. • A membrana sustenta cargas por um mecanismo semelhante ao dos cabos. • Fig. 28 – Membranas Submetendo uma membrana a uma pressão, ela se deforma, produzindo curvatura em duas direções. 8.5.1. Curvaturas Membranas e Tensões Principais nas • A membrana demonstra ser capaz de exercer uma ação de cabo em duas direções. • As tensões de membrana se desenvolvem sempre na superfície e nunca na direção perpendicular. • A ação da membrana depende fundamentalmente das suas características geométricas. • Para se visualizar as curvaturas de uma superfície, deve-se cortá-la com um plano perpendicular a ela. • Num cilindro, um plano perpendicular, paralelo ao eixo, o corta segundo um reta não existe curvatura. • Um corte perpendicular ao eixo já determina a maior curvatura do cilindro. Fig. 29 – Mecanismo do funcionamento estrutural de uma membrana 4 • Qualquer outro corte determinará uma curvatura menor. • As direções, perpendiculares, onde se tem as maiores ou menores curvaturas têm o nome de direções principais de curvatura da membrana. • Quando planos paralelos às direções principais cortam uma superfície, determinamos membranas sem empenamento. • Se os planos não são paralelos às direções principais, determinamos membranas com empenamento. • A única superfície sem nenhum empenamento é a esférica. • Nos cabos sabe-se que as tensões desenvolvidas são inversamente proporcionais `a flecha. Para uma dada tensão, quanto maior for a flecha, maior será a força que se pode aplicar no cabo. • Por analogia, verifica-se que na membrana, a direção que tiver maior curvatura absorve uma maior parte da carga. • • 8.5.2. A membrana é funicular para uma variedade de distribuição de cargas, porque as distribui com seu mecanismo bidimensional de tração. • As membranas tem que ser estabilizadas devido a sua pequena espessura. Esta estabilização pode ser feita através de um esqueleto interno ou por uma pré tensão. Coberturas com Membranas • A lona de cobertura de um circo é capaz de cobrir dezenas de metros. Resiste bem a pressão do vento, mesmo tendo o inconveniente de mover-se. • Uma das maiores coberturas em membranas é a do Estádio Olímpico de Munique. • Outra grande cobertura com membrana pré – tensada é a do aeroporto de Jiddah. Área de cobertura de 45,00 m por 45,00 m. • A ação estrutural de uma membrana melhora sobremaneira se ela for submetida à tração antes de ser carregada. Cama elástica dos bombeiros Guarda-chuva Caiaque dos esquimós. Quando a distribuição de cargas em uma membrana varia, as tensões de membrana também variam , mas a membrana não tem que mudar de forma para resistir às novas cargas. • As membranas são leves, econômicas e rígidas quando submetidas a cargas permanentes. 5 • Cobertura em membrana na forma de sela de montar. • Dirigível Zeppelin: a estabilização era obtida por uma armação interna que sustentava a membrana submetida `a tração pelo efeito da pressão de hidrogênio. natural, distribui bem a temperatura, criam ambientes artificiais. 8.6. Membranas Pneumáticas • • As membranas podem ser prensadas por pressão interna só quando encerra completamente um volume. Balão de festa infantil Botes • O pavilhão Fuji da Feira Mundial de Osaka tem como cobertura tubos curvos de material plástico que são inflados com pressão variável. • As membranas plásticas que cobrem piscinas são sustentadas pelo ar, e mesmo havendo portas há possibilidade de renovar o ar interno sob pressão. • A membrana pneumática pode ser utilizada como forma para concreto. Casa Igloo, projetada por Salvadori. • Quando as membranas pneumáticas inflam, a tração nela aumenta podendo exceder a sua resistência. Por isto elas devem ser reforçadas por cabos de aço. Cupula de Bidair com 300m de diâmetro e distância entre cabos de 3m. O pavilhão de Osaka na Feira Mundial cobre uma área de ( 78 x 138)m² e a distância entre os cabos é de 6m. • Coberturas com membranas reforçadas com cabo de aço podem cobrir áreas de mais de ( 90 x 90) m², como estádio Silver Dome em Pontiac. • O custo por metro quadrado é baixo. A resistência ao fogo é melhor do que se supunha. A membrana pode ser transparente, translúcida ou opaca, de cristal reforçado, vinil ou teflon. Permitem uma variação de iluminação 6 A cobertura em membrana com cabo de aço constitui um dos descobrimentos mais importantes para construções com grande vãos. Capítulo 9 Sistemas Estruturais de Vetor Ativo Elementos curtos, sólidos, em linha reta, isto é, peças lineares, são componentes estruturais que, devido a sua pequena seção em comparação com seu comprimento, podem transmitir forças apenas na direção do seu comprimento, isto é, esforços normais; esta é a definição de sistemas estruturais de vetor ativo. 9.1. Treliças Planas Fig. 30 – Treliça Plana 9.1.1. Caracterização Genérica • Invertendo-se a posição do cabo triangular e admitindo-o rígido, a flecha negativa modifica a direção das tensões e obtemos uma estrutura de compressão pura. 9.2. Mecanismo do Funcionamento Estrutural Ver figura 30. 9.3. Tipos Estruturais • Treliça Howe, • Treliça Pratt. • Treliça Warren. • Treliças com banzo superior curvo. Fig. 31 - Treliças simples : a) treliça Howe b) treliça Pratt ou N c) treliça Warren 7 9..4. Disposições Construtivas • Treliças triangulares. • Materiais mais comum : aço, alumínio e madeira. • Flambagem . • Execução de nós. 9.5. Fig. 32 – Treliças com banzo superior curvo. Treliças Espaciais • Quando uma cobertura for composta de treliças paralelas nos dois sentidos, a deformação de uma treliça transmite para as adjacentes e toda a estrutura trabalha em forma monolítica. • Este sistema consiste nos reticulados espaciais, e nos oferece soluções bem econômicas para cobrir grandes áreas retangulares. Treliças isoladas Treliças espaciais h = l / 10 h = l / 20 a l / 30 a) 8 Fig. 33 – Treliças de contorno triangular: treliça Howe de um montante principal; b) treliça tipo Howe; c) treliça tipo Pratt; d) treliça belga e) treliça Polonceau ou Fink f) treliça tipo tesoura Capítulo 10 Sistemas Estruturais de Superfície Ativa As superfícies estruturais podem ser compostas para formar mecanismos que reorientam as forças: sistemas estruturais de superfície ativa. A continuidade estrutural dos elementos em dois eixos, isto é, superfície resistente à compressão, tração e cisalhamento é o primeiro requisito e a primeira característica das estruturas de superfície ativa. 10.1 Estruturas Resistentes pela Forma • Uma folha de papel segura entre os dedos é incapaz de suportar o seu próprio peso. • No entanto se fizermos uma curvatura para cima ela suporta o seu peso e mais alguma carga adicional. • A nova capacidade portante foi obtida sem aumento de material, mas apenas com a mudança da sua forma. • As estruturas cujas resistências decorrem da disposição de seu material, em função das cargas que tem que suportar são denominadas “estruturas de forma resistente”. • As membranas dependem da curvatura para suportar as cargas. Uma membrana invertida estaria submetida a tensões de compressão. • Todas as desvantagens da ação de membrana desaparecem, conservando a maior parte das vantagens nas “cascas”. Fig. 34 – Estrutura resistente pela sua forma 9 • As cascas são estruturas de forma resistente suficientemente delgadas para não desenvolverem tensões de flexão, porém, suficientemente espessas para resistirem às cargas através de tensões de tração, compressão e cisalhamento. 10.2 Curvaturas • Já foi dito que, a curvatura de uma superfície num ponto se mostra cortando-a com um plano que gira ao redor da perpendicular a superfície. • A curvatura pode ser positiva ou negativa em todas as direções, ou positiva em algumas e negativas em outras. • Superfícies do tipo “cúpula” tem curvatura para baixo enquanto às do tipo “taça” tem curvaturas para cima. • Superfícies que tem curvaturas sempre na mesma direção são chamadas “sinclásticas”. Fig. 35 - Casca Esférica 10.3. Superfície de Revolução • As curvaturas para baixo são chamadas de positivas e as para cima, negativas. • As superfícies com curvaturas positivas ou negativas em todas as direções são ditas “não desdobráveis”. • Se a curvatura em uma dada direção se torna cada vez menor, a superfície se aproxima da forma cilíndrica. Este tipo de superfície é chamada de “desdobrável”. • Fig. 36 A superfície “não desdobrável” é mais resistente que a “desdobrável”. 10 • A superfície tipo “sela de montar”, tem curvatura para baixo no sentido transversal e para cima no sentido longitudinal. Se cortarmos a “sela” com um plano vertical rotatório, sua curvatura muda não apenas em valor, mas também de sinal. • Isto implica que na superfície tipo “sela” existem duas direções segundo as quais as interseções do plano de corte são representadas por linhas retas. • Superfícies de revolução se definem pela rotação de uma curva plana ao redor de um eixo vertical. • O plano ou curva meridiana pode ter formas diversas, o que dá uma grande variedade de formas de cúpulas aptas a fechar áreas circulares. • A cúpula mais comum é a esfera, cuja superfície se obtém fazendo girar um arco de circunferência em torno de um eixo vertical. • As seções verticais são os meridianos, a as horizontais, sempre circulares, os paralelos. O paralelo de maior diâmetro é o equador. • Outros tipos : elípticas, parabólicas, cônicas ou “toros”. Fig. 37 – Casca cilíndrica contínua 10.4. Superfícies de Translação • Superfícies de translação se obtém deslocando uma curva plana sobre outra, em geral perpendiculares entre si. • Um cilindro se obtém deslocando uma reta horizontal sobre uma curva vertical , ou deslocando uma curva vertical ao longo de uma reta horizontal. Dependendo da curva o cilindro pode ser circular, parabólico ou elíptico. 11 • O deslocamento de uma parábola vertical com curvatura para baixo, sobre outra parábola com curvatura também para baixo gera o parabolóide elíptico, que cobre uma área retangular. • O deslocamento de uma parábola com curvatura para baixo, sobre outra parábola com curvatura para cima gera o parabolóide hiperbólico. • Tal como as superfícies tipo “sela” as curvaturas do parabolóide hiperbólico se anulam em duas direções e são iguais em todos os pontos. Isto significa que todas as seções verticais paralelas a estas são linhas retas, denominadas geratrizes. • Devido a isto esta superfície também pode ser gerada pela ação de um segmento de reta que desloca seus extremos sobre duas retas não pertencentes ao mesmo plano. 10.5. Superfícies Reguadas • Toda superfície que se gera pelo deslocamento dos extremos de um segmento de reta sobre duas curvas separadas se denomina superfície reguada. • Quando as curvas são duas retas reversas a superfície reguada é um parabolóide hiperbólico. • O cilindro é uma superfície reguada. • Um segmento de reta deslizando sobre duas curvas distintas paralelas determina uma superfície conoidal. • Uma reta que desliza num extremo sobre uma curva e no outro sobre uma reta determina o conóide. 12 • Uma reta girando em torno de um ponto numa extremidade e deslizando sobre uma curva na outra, determina os cones. 10.6. Superfícies Complexas • Todas as superfícies definidas anteriormente podem ser combinadas de diferentes maneiras para obter superfícies complexas. • Exemplos : Duas cascas cilíndricas se cortando em ângulo reto. Uma série de cilindros paralelos com curvaturas alternadas. Setores de cone com curvaturas alternadas. Quatro parabolóides hiperbólicos idênticos apoiados nas quinas. Fig. 38 – Superfície cônica ondulada Dois parabolóides hiperbólicos formando um conóide, ou uma casca em balanço. Quatro parabolóides apoiados em uma coluna central. • Não há motivo para limitar as cascas a formas facilmente definidas por meio de fórmulas. É possível inventar formas livres. Mas a imaginação do projetista resultará em mera fantasia se ele não estiver acostumado com o comportamento estrutural das formas geométricas básicas. 13 Observações : Existem três requisitos básicos para uma estrutura ser considerada uma construção tipo “casca” : 1. Deve apresentar superfície de simples ou dupla curvatura. 2. Deve ter pequena espessura em relação às outras dimensões. 3. Deve ser constituída de material resistente à tração e compressão. Podemos então dividir todas as formas possíveis de cascas em três grandes grupos, segundo a natureza da curvatura de sua superfície : 1. Cascas de simples curvaturas. 2. Cascas de dupla curvatura. Fig. 39 - Mecanismo do funcionamento estrutural das cascas 3. Cascas formadas pela combinações de superfície de simples curvaturas e de dupla curvaturas. 10.7. Ações de Membrana em Cúpulas de Revolução • As seções meridianas e as perpendiculares a elas constituem as seções principais de curvatura e de tensões. As tensões são de tração ou de compressão e se distribuem uniformemente em sua espessura. • Cada meridiano se comporta como um arco funicular, isto é, não desenvolvem tensões de flexão. Estes meridianos se apoiam nos paralelos que restringem seu deslocamento lateral, desenvolvendo tensões de anel. 14 • Numa cúpula de pequena altura os meridianos se deformam para baixo. Com isto a tendência dos paralelos é de encurtar. Os paralelos ficam submetidos à compressão e a sua resistência dificulta a tendência dos meridianos de deslocar-se para baixo. • Podemos então dizer que a cúpula de pequena altura se comporta como uma série de arcos meridianos apoiados nos paralelos, desenvolvendo tensões de compressão em ambos. • Numa cúpula de grande altura a parte superior se desloca para dentro, mas a parte inferior tende-a se afastar do centro. • Com isto os paralelos superiores ficam comprimidos e os inferiores tracionados. Assim sendo um determinado paralelo não se deforma. • Numa cúpula esférica sob o seu peso próprio este paralelo está a 57º do eixo vertical e sob o peso de uma sobrecarga tipo neve, o paralelo que não se deforma está a 45º. • Como as tensões que se desenvolvem nas cúpulas são de tração ou compressão, as deformações correspondentes são muito pequenas. • Exemplo : Cúpula esférica de concreto armado com 30m de diâmetro e 7,5cm de espessura se desloca menos do que 2 mm. • Relações usuais entre vão e espessura para as cúpulas, l/e • de 300 a 400. Comentário: a relação da casca do ovo é de 30, e a de estruturas de flexão é 20. 15 Nas cúpulas se as tensões de tração e compressão não são suficientes para resistir aos esforços, aparece um terceiro mecanismo resistente que são as tensões de cisalhamento. 10.8. Tensões de Flexão em Cúpulas • Verificamos que uma cúpula de grande altura tende a se abrir no paralelo inferior e com isto podemos então ter uma pequena flexão. • Devido a sua pequena espessura a cúpula não resiste às tensões de flexão. Para evitá-las deve se criar um anel protendido para enrijecer a extremidade inferior da cúpula. • Esta perturbação de flexão não se propaga para toda a casca. Ela fica restrita às proximidades do bordo. Este amortecimento é uma característica das cascas e se deve aos paralelos que restringem os deslocamentos de flexão dos meridianos. • Uma maneira de se evitar as tensões de flexão nos bordos é apoiar as cúpulas em pilares tangentes à curvatura. • O ideal para as cúpulas é que desenvolvam somente tensões de tração, compressão e corte, por isto a cúpula não é indicada para suportar cargas concentradas. Fig. 40 – Deformação de flexão numa casca, próximo a apoio rígido 10.9. Ações de Membranas em Cilindros • As cascas cilíndricas se usam para cobrir áreas retangulares e normalmente se apoiam em pórticos nas extremidades. • Em um casca cilíndrica longa, o comprimento sendo o dobro da largura, as tensões longitudinais de membrana são semelhantes `as tensões desenvolvidas em vigas. As fibras superiores se comprimem e as inferiores se tracionam. Fig. 41 – Cobertura cilíndrica de grande comprimento em relação à largura. 16 • As cargas se transmitem para os pórticos extremos por efeito de corte, através de tensões tangenciais. • No sentido transversal a tendência da casca cilíndrica é de se fechar. • Nas cascas cilíndricas curtas as tensões longitudinais não são mais retilíneas como nas vigas. As fibras superiores e inferiores ficam tracionadas e as intermediárias comprimidas. 10.10. Tensões de Flexão nos Cilindros • Quando a casca cilíndrica diminui de comprimento ( casca curta), a transmissão de esforços é feito através do efeito de arco e placa. • Podemos imaginar arcos apoiados sobre uma faixa de casca funcionando como viga e esta transferindo os esforços para os pórticos extremos. • Na parte superior do cilindro aparecem tensões de compressão, típicas dos arcos, e no bordo inferior as tensões são nulas. • As partes próximas dos pórticos extremos não se deformam e por isto nesta região surge tensões de flexão. • Neste caso também, a flexão não se propaga, ficando restrita às proximidades dos pórticos. • O efeito de flexão é mais acentuado nas cascas cilíndricas curtas do que nas longas. Fig. 42 – Esforços predominantes em cilindros curtos e longos 17 • • • A casca cilíndrica longa desenvolve somente tensões de tração, compressão e corte se estiver apoiada em pórticos extremos. Se a casca estiver apoiada nos bordos longitudinais, haverá efeito de arco, e com isto aparecerá empuxo, e com este flexão. As cascas cilíndricas não tem a mesma resistência que as cúpulas, pois só tem uma curvatura. Para aumentar a rigidez da casca cilíndrica, pode agregar vigas longitudinais nos seus bordos. Se o parabolóide hiperbólico (p. h.) se apoia em dois arcos, nas extremidades, a carga é transmitida por meio de tensões de corte, semelhante às cascas cilíndricas longas. • O p.h. terá uma resistência maior pois é uma casca de dupla curvatura. • Quando o p.h. se apoia em suas geratrizes retas as direções das tensões principais coincidem com as parábolas. • As tensões de tração ao longo da parábola negativa, se combina com as tensões de compressão, ao longo da parábola positiva, dando como resultante tensões de corte, ao longo das retas. • A carga se transfere então aos bordos de apoio por corte puro e dirigido ao longo das retas, se acumulam nos apoios de bordo. l l a 10 6 as tensões principais de membrana são trações e compressões idênticas e produzem tensões de corte de igual intensidade. Neste caso o p.h. está submetido a tensões iguais em qualquer ponto de qualquer seção transversal . • O uso de p.h. como elemento de cobertura é muito comum. O incentivo do uso desta forma estrutural devese a engenheiros franceses, tchecos e italianos. Mas na atualidade quem tem mais divulgado o p.h. é Félix Candela. • Exemplos de cobertura com p.h. 10.11. Parabolóide Hiperbólico • Quando o p.h. é de pouca altura Quatro segmentos de p.h. cujos ângulos externos são apoiados em pilares. Quatro segmentos de p.h. apoiados num único pilar central . 18 Capítulo 11 Sistemas Estruturais de Seção Ativa Os sistemas estruturais de seção ativa possuem, predominantemente, forma retangular em plano e seção. Em geral, transferem as cargas verticais na direção horizontal. Fig. 43 – Flexão de uma viga em balanço 11.1. Vigas • Vigas comum. • A maioria das cargas são verticais e a maioria das superfícies são horizontais. As vigas são utilizadas para transmitir na direção horizontal, as cargas verticais. • Mecanismo resistente elementos estruturais de uso mais flexão e cisalhamento. 11.1.1.Vigas em Balanço Fig. 45 – Influência da altura e da espessura na deformação • Deformação do extremo carregado rapidamente com o comprimento. • Deformações são inversamente proporcionais a largura e inversamente proporcionais ao cubo da altura da seção da viga. • Deformações são inversamente proporcionais ao módulo de elasticidade. • Deformação aumenta quando a carga se afasta do engastamento. • Quanto maior a altura da viga maior o momento resistente. aumenta Fig. 46 – Deformações devidas a cargas concentradas e distribuídas 19 • Como as resultantes de tração e compressão são aplicadas próximo às faces da viga material nestes locais seção ideal “duplo te”. • Como M = Px , próximo do engaste é necessário um seção maior seção variável para vigas em balanço. • Para uma carga distribuída as tensões de cisalhamento são maiores próximo do engastamento. • O efeito de uma carga concentrada na extremidade livre de balanço é pior do que uma carga distribuída cuja resultante seja equivalente à concentrada. Fig. 46 – Influência do tipo de carregamento na deformação 11.1.2. Vigas Simplesmente Apoiadas • Funciona como se fosse dois balanços invertidos, com comprimentos iguais a metade do da viga e com uma carga igual à metade da carga total aplicada no viga biapoiada. • A viga bi-apoiada é mais rígida e mais resistente que um balanço de mesmo comprimento: resiste ao quádruplo da carga concentrada e a deformação será quatro vezes menor. • A carga distribuída equivalente à concentrada no meio do vão, ocasiona tensões e deformações menores. • Numa viga com carga distribuída as tensões de flexão são máximas no meio do vão, e as tensões de cisalhamento são máximas nos apoios. • Em vigas bi-apoiadas aparecem tensões de cisalhamento próximo aos apoios e como já vimos que o cisalhamento é uma combinação de tração e compressão, cuidados deverão ser tomados para não termos as fissuras à 45º. Fig. 47 – Deformação e diagramas de momentos fletores ( estado comparativo) 20 • Vigas de grandes vãos deverão ter seção variável. Vigas submetidas a Carregamento Uniformemente Distribuído • As deformações deverão ser limitadas ( exigências básicas rigidez). Em geral em edifícios as deformações das vigas bi-apoiadas deverão ser menores que l/300. APOIO MOMENTO FLECHA Em balanço M= qL2 / 2 f = qL4 / 8 E I Bi –apoiadas M= qL2 / 8 f = 5 qL4 / 384 E I • Para evitar grandes deformações construir a viga com “contra – flecha”. podemos ngastadas Para melhorar a eficiência de uma viga bi-apoiada podemos aproximar os apoios, criando balanços em suas extremidades. • Situação ideal distância entre apoios igual a 0, 60l, sendo l o comprimento da viga. • Uma viga engastada em seus extremos e carregada uniformemente apresenta as tensões máximas de flexão nos extremos, e elas são o dobro das tensões no meio do vão. • A viga bi-engastada pode suportar uma vez e meia de carga comparando com uma bi-apoiada de mesmo comprimento. • A viga engastada é 5 vezes mais rígida que a biapoiada. • Vigas contínuas comportamento intermediário entre as vigas bi-engastadas e biapoiadas. • A continuidade ajuda a transferir a carga de um vão para outro. 2 M ( - ) = qL / 8 f = qL4 / 384 E I Tabela 11.1 11.1.3.Vigas Engastadas e Vigas Contínuas • M ( +) = qL2 / 12 Fig. 48 – Deformação e diagramas de momentos fletores Fig. 49 – Deformação e diagrama de momento fletor para uma viga contínua ( carga concentrada) 21 11.2. Pórticos • O primeiro sistema aporticado foi de pilares com vigas. • A viga suporta a carga de cobertura e a transmite para o pilar. • O sistema tem pouca resistência lateral ( esforços horizontais). 11.1.4. Fig. 50 – Sistema de pilar e viga O Pórtico Simples • Se houver uma ligação rígida entre a viga e o pilar, cria-se o pórtico simples. • O pórtico simples tem rigidez bem superior ao sistema pilares com viga. • Quando se carrega a viga a tendência dos apoios dos pilares é se afastarem. Para que isto não aconteça é necessário o aparecimento de esforços horizontais empuxos. • O empuxo provoca flexão no pilar e compressão na viga. • Os três elementos de um pórtico simples estão submetidos a tensões de compressão e a flexão. • Em geral no pilar predomina compressão e na viga, flexão . • Os pórticos simples podem engastados na fundação. • Os pórticos articulados submetidos a cargas verticais produzem tensões de tração na face externa dos pilares. ser articulados Fig. 51 – Pórtico Simples ou 22 • Os pórticos engastados terão um ponto de inflexão onde o momento fletor é zero. Por isto ele funciona como se fosse um pórtico articulado mais curto maior rigidez. • Quando submetido a cargas laterais ( vento), a ligação rígida da viga com o pilar transfere a carga para os dois pilares dificultando sua deformação , diminuindo assim, as tensões de flexão. • Em geral os pórticos são muito flexíveis pois suas colunas não tem grandes esforços de flexão, portanto podem ser esbeltos. • Se quisermos aumentar a rigidez do pórtico, podemos aumentar as dimensões do pilar ou fazer um contraventamento . 11.1.5. Pórticos Múltiplos • A estrutura aporticada é mais rígida que a viga contínua. • Se projetarmos um pórtico com mais de dois pilares estaremos aumentando a rigidez da estrutura, tanto para as cargas verticais quanto para as cargas horizontais. • Um pórtico simples com uma viga que una rigidamente os “pés” de ambos os pilares constitui um elemento estrutural fechado com capacidade para resistir a cargas verticais e horizontais. • Um pórtico múltiplo com vigas contínuas na parte superior e inferior dos pilares também constitui um sistema fechado e pode usar-se como “treliça” para cobrir grandes vãos “viga Vierendeel”. Fig. 52 – Pórticos múltiplos 23 11.1.6. • Pórtico de Duas Águas pórtico simples trabalha da seguinte forma: 1. pilar trabalha com compressão e flexão, sendo o primeiro mais acentuado. 2. A viga trabalha com compressão e flexão, sendo o segundo mais acentuado. • As colunas são relativamente esbeltas e as vigas relativamente altas. • Podemos melhorar este sistema se por motivos funcionais, a parte superior do pórtico não necessitar ser horizontal. • No pórtico de duas águas o elemento superior consiste em duas vigas inclinadas. • Se estiverem articuladas na sua parte superior e na inferior, atuam como se fosse treliça e estariam submetidas somente a compressão. • Se houver continuidade o mecanismo de transferência de esforços é compressão e flexão. Quando mais alto for o topo do pórtico maior será a compressão na viga e menor a flexão. 11.3. Transferência de uma carga em duas direções • Os elementos estruturais considerados transmitem a carga em uma só direção resistentes unidimensionais. • Para cobrir uma área retangular pode-se usar estruturas unidimensionais, mas não é eficiente. • É mais eficiente se ter uma transferência bidirecional de carga. até agora estruturas Fig. 53 – Transferência de cargas em duas direções 24 11.3.1. Entramados Retangulares • Duas vigas idênticas simplesmente apoiadas, perpendiculares entre si, colocadas uma sobre a outra e aplicando em sua interseção uma carga concentrada, transferem aos apoios a quarta parte do valor da carga concentrada. • A transferência em duas direções reduz as reações pela metade, comparada com a transferência unidimensional. • As vigas perpendiculares entre si devem sofrer em sua interseção, deformação igual, mesmo que tenham comprimentos ou seções diferentes. • A viga mais rígida necessita de carga maior que a menos rígida, para sofrer a mesma deformação. • A viga mais rígida absorverá mais carga que a menos rígida e portanto, desta forma, a distribuição bidirecional não é eficiente. • Em vãos desiguais, para se obter uma transmissão de carga eficiente, é necessário que a viga de maior comprimento, tenha uma inércia bem maior. • A distribuição de uma carga concentrada entre duas vigas pode se ampliar a uma série de cargas dispondo-se uma viga sobre outras vigas perpendiculares. • É possível cobrir uma área retangular por meio de um entramado de vigas perpendiculares entre si e obter transferências de carga em duas direções em qualquer das interseções do entramado. Fig. 54. – Entramado retangular 25 • Quando uma viga é conectada a outra perpendicular, a flexão de uma induz torção na outra. Portanto aparece mais de um mecanismo resistente, e o entramado ( grelha) se torna mais rígido. • Em geral as vigas comuns tem relação altura/ vão , variando de 1/10 a 1/20. Nos entramados esta relação passa a variar de 1/30 a 1/40. I1 I2 3 = ℓ1 ℓ23 11.3.2. Entramados Oblíquos • Se as vigas estiverem dispostas obliquamente em relação aos lados, podemos aumentar a rigidez do entramado. • As vigas próximas dos vértices são curtas e mais rígidas que as demais e proporcionam apoio mais resistente para as vigas que a cruzam. • Nos entramados oblíquos a relação altura / vão pode chegar a variar de 1/40 a 1/60. 26 11.4. Placas • A ação bidirecional dos entramados de vigas se deve a união pontual em suas interseções. Este efeito será mais pronunciado se os espaços entre as vigas são preenchidos com lajes ou placas. • Uma placa ou laje é um elemento estrutural monolítico de espessura relativamente pequena, usado para cobrir áreas geralmente de forma retangular. • Pode-se conceber, então, qualquer ponto de placa como a interseção de duas vigas pertencentes a um sistema de entramado retangular. • Quando carrega-se a placa, todos os pontos sofrerão deflexão e torção. A deflexão produz efeito de viga em duas direções tensões de flexão e corte. A torção produz corte. • É importante salientar que à torção na placa se deve uma boa porcentagem da sua capacidade de carga. • Como os entramados, as placas perdem a maior parte de seu efeito bidirecional quando um dos lados do retângulo é muito maior que o outro. • A maior parte da carga se transmite aos apoios nos lados maiores, pois o vão menor é mais rígido. • As condições de apoio podem diferir nos quatro lados de uma placa. Podemos ter várias combinações entre engastamento, apoio articulado e bordo livre. • As placas podem ter diversas formas. Retangular, poligonal, circular, triangular, anular, etc. • As placas podem apoiar diretamente sobre pilares, sem a necessidade de vigas. São as lajes “cogumelos”. Fig. 55 – Laje cogumelo ou laje plana 27 11.4.1. Lajes Nervuradas • A eficiência estrutural das placas diminui devido à distribuição linear de tensões em sua espessura. • Para melhorar a eficiência da placa pode-se criar nervuras em uma ou duas direções. • A laje nervurada apresenta as vantagens da continuidade, devido a laje, e da espessura, devido às nervuras. • Lajes pré – moldadas, lajes “steel – deck”, lajes pré – fabricadas tipo Premo, Precon, etc. Fig. 56 – Laje nervurada 11.4.2. Placas Dobradas • A eficiência da placa pode ser aumentada se a reforçarmos com nervuras. Idêntico resultado obtêmse dobrando uma placa. • Duas placas que formam ângulo equivalem a uma seção retangular, com altura igual à das placas e com base igual a soma da projeção horizontal das espessuras. • Placas dobradas podem ser feitas de madeira, aço, alumínio ou concreto. • Nas placas dobradas, a carga se transfere às dobras por meio das lajes, atuando como vigas na direção transversal e aos pórticos extremos por meio da laje atuando como viga na direção longitudinal. • As placas dobradas podem ter seções diversas. • Para cobrir áreas circulares, poligonais ou circulares. usam-se Fig. 57 – Placa dobrada de altura “a” e espessura “e” placas 28 • Em geral as placas dobradas são usadas em coberturas. Pode –se usar como piso se utilizarmos sua espessura para alojar tubulações, eletrodutos, ar condicionado, etc. 29 Capítulo 12 Sistemas Estruturais de Altura Ativa Os elementos sólidos rígidos que se estendem em sentido vertical, assegurados contra esforços laterais e firmemente ancorados ao solo, podem absorver cargas desde planos horizontais, a grande altura acima do solo e transmiti-las às fundações: estes são os sistemas estruturais de altura ativa. • Todos os elementos que definem espaços necessários para o funcionamento do edifício são considerados seções estruturais em potencial ( caixas de escada, poços de elevador, poços para tubulação e elementos de vedação) exigindo do projetista um amplo conhecimento de todos os sistemas estruturais já estudados e um entendimento profundo das correlações entre todos os fatores como organização arquitetônica em planta e disposição dos equipamentos eletromecânicos. • Podemos distinguir três formas básicas de coleta de cargas de acordo com a planta arquitetônica: 12.1. Conceituação • • • A escolha de materiais, métodos de construção e disposição de formas e espaços à procura do belo, do funcional e do seguro, marcaram a evolução das construções, refletindo o nível de conhecimento, desenvolvimento e cultura da sociedade. 1. Sistemas reticulados comuns: os pontos de coleta ( pilares) se distribuem de uma maneira mais ou menos uniforme. Devido ao crescimento demográfico e concentração urbana processadas neste século, a construção passou pelo fenômeno de sua verticalização. 2. Sistemas de vão livre: os pontos de coleta dispõem-se de maneira periférica. Conceitualmente, os sistemas estruturais verticais tem como principal função coletar as cargas de planos horizontais dispostos uns sobre os outros e transmiti-los as bases. • Devido a sua extensão em altura a estabilização lateral é uma componente essencial no projeto deste tipo de sistema estrutural . • A necessidade de uma planta flexível em cada pavimento implica numa redução dos elementos verticais de transmissão de cargas, tanto em seção quanto em quantidade. 3. Sistemas de balanço: a zona coletora de cargas situase na parte central. 30 metros de altura e uma cúpula com 31 metros de diâmetro, construída em 532. 12.2. Introdução • • • A revolução industrial gerou o crescimento exagerado das cidades. A falta de espaço horizontal é solucionada com a construção vertical edifícios de andares múltiplos. Muitos arquitetos e urbanistas defendem a cidade vertical como sendo a solução para os problemas urbanísticos modernos. Concentração da área edificada e liberação de espaço para áreas verdes, organização de tráfego urbano, etc. • Na arquitetura gótica a Catedral de Milão com altura de 100 metros. • Na arquitetura renascentista a Catedral de Florença e a Igreja de São Pedro, esta com 136 metros de altura. • Situa-se no século XIX o início da construção dos grandes edifícios modernos. 12.4. Os Edifícios Modernos No mundo inteiro os planejadores urbanos manifestam a preocupação de organizar a distribuição dos edifícios altos procurando compatibilizá-los com : • Os grandes arranha-céus surgem quando é resolvido o problema de transporte vertical e materiais mais resistentes são produzidos. • Os primeiros edifícios altos são em alvenaria. O maior de todos é Monadnock Building de Chicago construído em 1891 com 16 andares e paredes de mais de 2m de espessura. • A grande revolução arquitetônica que se consolidará no século XX é deflagrada com a construção em 1883 de um edifício totalmente em estrutura metálica, o Edifício Home Insurance, em Chicago, com 10 andares. • As novas soluções, separam as funções de sustentação das de divisão. As paredes dão lugares aos pilares isolados. Topografia A malha urbana existente As edificações mais antigas As disponibilidades de infra-estrutura viária e de serviços 12.3. História dos Edifícios Altos • Farol de Alexandria com 100 metros de altura construído em alvenaria, dois séculos antes de Cristo. • Templo de Todai – Ji, Japão, com 94 metros de altura construído em madeira, no ano de 974. • Na arquitetura romana os inúmeros aquedutos, como o de Segóvia com 30 metros de altura, o Pantheon de Agripa, com 46 m construído no ano 120. • Na arquitetura bizantina as Igrejas de São Marcos em Veneza e a de Santa Sofia em Constantinopla com 55 31 • • A solução do problema de circulação vertical faz com que a altura dos edifícios cresça rapidamente 13 andares em 1883 Distribuição espacial interna. 20 andares em 1891 Flexibilidade dos espaços propostos. 29 andares em 1896 Integração dos diversos mecânicos e hidráulicos. 60 andares em 1913 ( Woolworlh Building) 100 andares em 1931 ( Empire State Building) No Brasil podemos citar os edifícios altos em concreto armado: eletro- Torna-se imperiosa uma correta concepção estrutural, a estrutura representando a síntese das soluções propostas. • O processo de interação estrutura – arquitetura deve dominar toda a etapa inicial da concepção do edifício, a partir do conjunto de sistemas estruturais básicos, que sozinhos ou combinados, proporcionam ilimitadas possibilidades de solução para os problemas arquitetônicos – funcionais suscitados. Banco do Estado de São Paulo com 34 andares, em 1946. Edifício Itália com 45 andares, em 1956 e durante algum tempo o mais alto do mundo em concreto. 12.6. Sistemas Estruturais Usuais 12.5. Tipologia dos Edifícios Altos • sistemas • 110 andares em 1960 ( World Trade Center) • Somente um perfeito trabalho em equipe pode produzir o atendimento simultâneo e coerente dos requisitos de : É justamente na concepção de Edifícios Altos que se torna mais evidente a indispensável harmonia entre o trabalho do arquiteto, criador da obra, com os demais profissionais envolvidos na concepção e construção: Estruturas Solos e Fundações • A necessidade de se transmitirem as forças horizontais ao solo, além das verticais, limita bastante as opções em relação ao tipo de sistema estrutural a ser utilizado em Edifícios Altos. • A escolha também tem a ver com o tipo de ocupação do edifício. Edifício Residenciais Hidráulico e Saneamento Edifícios Comerciais Climatização Edifícios de Uso Misto Comunicação Edifícios para Garagens Circulação Vertical 32 • Nos edifícios residenciais, apartamentos e hotéis, as paredes divisórias são permanentes o que exige que a disposição das vigas, pilares e paredes estruturais sejam embutidas nas alvenarias. • A decisão final sobre o sistema estrutural será função de fatores econômicos mas respeitando-se a capacidade da estrutura em resistir às forças horizontais. • No Brasil existe um tendência de utilizar tetos com vigamentos e lajes com vãos pequenos. Atualmente tem se procurado fazer as lajes com vãos maiores e com poucas vigas. • Nos edifícios comerciais , onde as paredes divisórias podem ser removidas, exige-se a construção de forros falsos para a passagem de tubulações, refrigeração, etc. • Nestes edifícios onde os vãos entre pilares costumam ser maiores, o uso de teto liso sem vigamento é em geral anti – econômico. Uma solução que se tem mostrado atraente é a utilização de grelhas e lajes maciças de pequena espessura. • Nos edifícios para garagens , os pés-direito devem ser menores, e a preferência recai nos tetos sem vigamento. Utiliza-se muito as lajes nervuradas. • Não existe um limite exato a partir do qual as forças horizontais possam influir mais do que as forças verticais na escolha do sistema estrutural. Uma boa indicação é dada pelas próprias Normas Brasileiras que dizem: • “A ação do vento deve ser considerada obrigatoriamente no caso de estruturas com nós deslocáveis, nas quais a altura seja maior que quatro vezes a largura menor, ou em que, numa dada direção, o número de filas de pilares seja inferior a quatro”. 33