Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica ANDIARA JUDITE ALVES ARRUDA EFEITOS DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM NEONATOS EFFECTS OF LOW POWER LASER ON HEALING OF PRESSURE ULCERS IN NEONATES São José dos Campos, SP. 2014 II Andiara Judite Alves Arruda EFEITOS DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM NEONATOS Orientador: Prof. Dr. Luciano dos Santos Feitosa Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Scaparo Navarro Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. São José dos Campos, SP. 2014 III IV V DEDICATÓRIA A Deus que me fortalece, a quem eu recorro nos momentos de reflexão, adversidade e vitórias. Que me guia pelos melhores caminhos, me dando coragem para acreditar, força para não desistir e proteção diante das adversidades da vida. À minha mãe, que sempre fez e faz de tudo para me incentivar em meus estudos, conseguindo com seus esforços me educar. Tudo que tenho e sou devo a ela. Ao meu esposo, pelas palavras de incentivo, apoio e compreensão. Por entender os momentos de ausência, necessários para realização deste estudo. Por sua confiança e motivação, que me impulsionam sempre em direção à vitória frente aos desafios. Aos meus filhos, meus maiores tesouros. Por seu amor, carinho e alegria sem pedir nada em troca. VI AGRADECIMENTOS A Deus que mesmo diante das dificuldades, me oportunizou este momento de crescimento profissional. Ao meu orientador Dr. Luciano dos Santos Feitosa, pela dedicação, incentivo, compreensão, acreditando desde o principio no meu trabalho e nesta pesquisa. Ao meu co-orientador Dr. Ricardo Scaparo Navarro, por consegui o empréstimo do laser e seu incentivo e apoio nos momentos de indecisão. Ao Dr. Mauro Suetugo, exemplo de profissional, pela sua dedicação e compromisso na excelência no atendimento a criança. À Santa casa de misericórdia de Jales, exemplo de Hospital, que disponibilizou o cenário da pesquisa, oportunizando a realização do estudo. À equipe de saúde da UTI Neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Jales, pelo acolhimento, parceria e compreensão durante a realização deste estudo. Às mães e aos queridos bebês, pela participação no estudo, sem eles este estudo não seria possível. VII EPÍGRAFE “Tudo Posso Naquele Que Me Fortalece”. (Filipenses 4.13) VIII EFEITOS DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM NEONATOS RESUMO A incidência de úlceras cutâneas por pressão em crianças internadas em unidade de terapia intensiva é elevada, especialmente em neonatos devido à imaturidade da pele. O processo cicatricial é considerado complexo, devido à manutenção dos estímulos mecânicos, resposta sistêmica e contaminação, sendo importante o estudo de novos métodos terapêuticos visando biomodular a resposta imune e o processo de cicatrização tecidual. O objetivo do estudo é avaliar os efeitos do laser de baixa potência para a cicatrização de úlceras por pressão em neonatos. A amostra foi dividida aleatoriamente nos grupos (n=10): G1- tratamento convencional (TC) com placa de hidrocolóide, trocada a cada três dias e G2- tratamento com laser de diodo (TL), em 660nm, contato, em média seis pontos por lesão, com 5 mW, 1,25 J/cm2 por ponto, duas vezes por semana. Foram realizadas fotografias digitais padronizadas (Zoom óptico de 3X), em diferentes tempos, e foi utilizado o software Image J para avaliar a área das úlceras e o Índice de Cicatrização das Úlceras (ICU), nos diferentes tratamentos e tempos. Todos os valores obtidos com as mensurações descritas passaram por um teste de normalidade (Kolmogorov Smirnov) que identificou distribuição paramétrica destes dados. Dessa forma, para comparação das áreas das úlceras por pressão entre os grupos em cada dia de tratamento foi utilizado o teste T de Student. Adicionalmente, o teste One Way RM ANOVA foi utilizado para comparar a evolução dentro de cada um dos grupos experimentais durante os dias de observação da amostra. Ambos os tratamentos mostraram significante efetividade na cicatrização das úlceras nos tempos avaliados. Já no primeiro dia dos tratamentos, é possível identificar uma redução de 51% na média das áreas das úlceras irradiadas quando comparadas às úlceras tratadas convencionalmente (5,6 ± 1,5) cm2 vs. (2,9 ± 0,8) cm2, p<0,001. Por fim, é possível verificar, já no segundo dia dos tratamentos, a remissão total das úlceras por pressão tratadas com laser quando comparadas às úlceras tratadas pelo método convencional (4,2 ±1,7) cm2 vs. 0 cm2, p<0,001. Pode-se concluir que a terapia com IX laser de baixa potência nas condições experimentais do presente estudo mostrou eficácia na cicatrização das úlceras cutâneas por pressão em neonatos. Palavras-chave: Laser, Úlcera por Pressão; Cicatrização, Neonato. X EFFECTS OF LOW POWER LASER ON HEALING OF PRESSURE ULCERS IN NEONATES ABSTRACT The incidence of cutaneous pressure ulcers in children hospitalized in the intensive care unit is high, especially in neonates because of the immaturity of the skin. The healing process is considered complex due to the maintenance of mechanical stimuli, systemic response, and contamination, it is important to study new therapeutic approaches aimed biomodular immune response and the process of tissue healing. The objective of the study is to evaluate the effects of low power laser on the healing of pressure ulcers. The sample was randomly divided into groups (n = 10): G1 conventional treatment (TC) of hydrocolloid board, changed every three days and G2 diode laser treatment (TL), in 660 nm, by contact, with an average of six points per lesion, 5mW and 1.25 J/cm2 per point, twice a week. Standardized digital photographs (3X optical Zoom) were performed at different times, and the Image J software was used to evaluate the area of the ulcers and the healing of ulcers Index (ICU) for different treatments and times. All obtained values passed through a normality test (Kolmogorov-Smirnov) that identified a parametric distribution of the data. Thus, to compare the areas of pressure ulcers between the groups on each day of treatment, the Student t test was used. Additionally, One Way RM ANOVA was used to compare the evolution within each of the experimental groups during days of observation of the sample. Both treatments showed significant effectiveness in the healing of ulcers. On the first day of treatment, it is possible to identify a 51% reduction in the mean area of the irradiated ulcers when compared to conventionally treated ulcers (5,6 ± 1,5) cm2 vs. (2,9 ± 0,8) cm2, p<0,001. Finally, it is possible to verify, on the second day of treatment, complete remission of pressure ulcers treated with laser compared to ulcers treated by the conventional method (4,2 ± 1,7) cm2 vs. 0 cm2 , p<0,001. It can be concluded that treatment with low power laser under the experimental conditions of this study showed effectiveness in the healing of skin ulcers by pressure in newborns. Keywords: Laser, Pressure Ulcer, Healing, Neonate. XI LISTA DE FIGURAS Figura 1: Laser 660 nm (Twin Flex, MMOptics)……………………………….. 32 Figura 2: Demarcação dos pontos irradiados na úlcera por pressão............ 33 Figura 3: Representação gráfica do tempo para cicatrização das úlceras por pressão em neonatos, submetidas ao tratamento convencional e com LBP............................................................... Figura 4: Úlceras dos neonatos do grupo1 (TC) em diferentes tempos (aumento de 3X)............................................................................ Figura 5: 38 39 Úlceras dos neonatos do grupo2 (TL) em diferentes tempos (aumento de 3X)............................................................................ 40 XII LISTA DE TABELAS Tabela 1: Protocolo de irradiação das úlceras.............................................. Tabela 2: Perfil das úlceras por pressão e dos neonatos incluídos no estudo................................................................................................................ Tabela 3: 31 35 Comparação entre as médias das áreas (cm2) das úlceras por pressão no 0º dia (área inicial), no 1º dia e no 2º dia (área final) em úlceras submetidas a tratamento convencional (Grupo1) e com laser de baixa potência (Grupo2).......................................... Tabela 4: 36 Evolução clínica nos diferentes grupos, representadas pelo cálculo de índice de cicatrização das úlceras (ICU)...................... 37 XIII LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ATP- Glocólise e Oxidação Fosforilativa CPAP Nasal- Contiunous Positive Airway Pressure DE- Densidade de Energia DNA- Ácido Desoxirribonucléico ICU- Índice de Cicatrização de Úlcera J/cm2- Joules por centímetro quadrado LBP- Laser de baixa potência LLLT- Low level laser therapy MW- Megawatt NPUAP- National Pressure Ulcer Advisory Prevention O2- Oxigênio PH- Potencial Hidrogeniônico RN- Recém-nascido RNPT- Recém-Nascido pré-termo Slough- Escara UP- Úlcera por Pressão UTI- Unidade de Terapia Intensiva UTIN- Unidade de Terapia Intensiva Neonatal UTIP- Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica XIV SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 15 1.1. Objetivo geral.......................................................................................... 18 1.2. Objetivo específico.................................................................................. 18 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 19 2.1. Anatomia e fisiologia da pele................................................................... 19 2.3. Úlcera por pressão.................................................................................. 21 2.4. Úlcera por pressão em neonatos............................................................ 23 2.5. Cicatrização das úlceras por pressão..................................................... 24 2.6. Laser........................................................................................................ 26 2.7. Laser de baixa potência e suas aplicações............................................. 27 2.8. Parâmetros da irradiação laser.............................................................. 28 3. MATERIAL E MÉTODO................................................................................. 30 3.1. Aspectos éticos....................................................................................... 30 3.2. Tipo de pesquisa..................................................................................... 30 3.3. Amostra................................................................................................... 30 3.4. Critérios de inclusão................................................................................ 31 3.5. Aplicação do Laser de baixa potência nas úlceras................................. 31 3.6. Análises de dados.................................................................................. 33 4. RESULTADOS............................................................................................... 35 5. DISCUSSÃO.................................................................................................. 41 6. CONCLUSÃO................................................................................................. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 49 ANEXO A - Pedido de Autorização para realização da pesquisa...................... 56 ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................ 57 ANEXO C - Parecer Consubstanciado do CEP................................................ 60 15 1. INTRODUÇÃO A National Pressure Ulcer Advisory Prevention (2007) estima uma incidência de 27% de úlceras por pressão em crianças internadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e 20% em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Para Freitas et al. (2008), as úlceras por pressão são lesões cutâneas ou de partes moles, superficial ou profunda, provocadas por um aumento de pressão externa, localizadas geralmente sobre uma proeminência óssea. Este fato deve-se a imaturidade da pele infantil, fazendo com que seja mais facilmente permeável a materiais quanto internos como externos, potencialmente prejudiciais e menos apta a manter a homeostasia. A pele das crianças tem algumas particularidades próprias que a diferenciam da pele dos adultos, tais como: diminuição da espessura do extrato córneo, um maior número de folículos vellus, um menor poder tampão e uma maior relação superfície/volume corporal, que são tanto mais marcados quanto menor a idade da criança, o que implica em maior susceptibilidade a agentes externos, uma maior perda de líquidos, caracterizando-a como mais fina, frágil e facilmente irritável (PINHEIRO; PINHEIRO, 2007). A sua superfície possui PH neutro, que diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana. O seu conteúdo lipídico é menor devido à baixa atividade das glândulas sebáceas. É uma pele macia, uma vez que a epiderme e derme são mais finas do que a dos adultos (MEIRELES et al., 2007). A pele infantil é mais frágil, principalmente do neonato pré-termo (RNPT), que nasce antes das 37 semanas de gestação, pois sua pele não está totalmente formada, não constituindo, portanto, uma barreira efetiva, justificando a necessidade de atenção, devendo ser considerado a grande vulnerabilidade dos neonatos ás úlceras por pressão (FERREIRA; MADEIRA, 2004). Maia et al. (2011) chamam a atenção que essa vulnerabilidade deve-se a fatores fisiológicos próprios das crianças, que as levam a ter uma maior predisposição para: fragilidade física e imunológica, presença de alergias, desnutrição, suscetibilidade individual e exposição. Os sensores para determinar a saturação de oxigênio (O2), máscaras de pressão positiva contínua na via aérea (CPAP nasal), tubo endotraqueal, 16 traqueostomia, cateteres e talas são os principais fatores de risco para a formação da úlcera por pressão (UP) em crianças. A quantidade e duração da pressão aplicada podem ser decisiva para formação da UP, essa pressão pode ter a forma de compressão direta, força de atrito podendo causar lesão por estiramento do tecido subcutâneo e pressão combinada com fricção da epiderme como a provocada por ferimentos do lençol. Ainda, a exposição da pele a umidade pode levar a maceração e o calor local pode aumentar o metabolismo do tecido levando ao desenvolvimento das úlceras (STEFANELLO; HAMERSKI, 2006; WILLOCK et al., 2005). A úlcera por pressão (UP) em crianças pode ser causada por ação física (traumas) na pele causada por: inadequada fixação da cânula orotraqueal, sondas e cateteres, remoção incorreta de adesivos e fixações, entre outras. A presença de uma úlcera por pressão é causa de dor, privação de atividade, e quando não tratada adequadamente pode prolongar o período de hospitalização (TAYAR; PETERLINI; PEDREIRA, 2007). A localização da formação da úlcera por pressão dependerá da faixa etária, recém-nascido pré-termo (RNPT) de baixo peso com menos de 1, 500 Kg, por ter a pele edematosa, fina, seca, com diminuição das camadas da pele e sistemas orgânicos imaturos, são especialmente suscetíveis à formação da UP em face, crianças mais jovens e recém-nascidos (RN), mais comumente desenvolvem úlceras na região céfalica e face, já as crianças mais velhas, são mais propensas a desenvolver úlceras por pressão na região sacral e calcânea como nos adultos (CARVALHO et al., 2011). A formação da úlcera por pressão representa grande ameaça à saúde, pois, além de causar desconforto, gera uma série de distúrbios no organismo, como a perda significativa de proteínas, fluidos e eletrólitos. Isso pode levar a um comprometimento orgânico com baixa na resistência imunológica, o que pode possibilitar a entrada de microrganismos nocivos, quando não fatais, essas infecções prolongam a doença (HATANAKA; CURI, 2007). Para o tratamento ser efetivo, levando ao desaparecimento da UP instalada na criança em especial no neonato, é necessário considerar o processo cicatricial como complexo. O processo de cicatrização fisiológico possui três fases, sendo estas, fase inflamatória com duração de um a quatro dias, fase de proliferação que compreende um período entre cinco e vinte dias e, a última fase chamada de amadurecimento ou 17 remodelação, que começa a partir do 21º dia e podem durar meses (CARVALHO et al., 2003; HATANAKA; CURI, 2007). Surgiram ao longo dos anos estudos sobre a cicatrização, abordando os fatores que favorecem e retardam o reparo cicatricial, sendo os principais problemas, os que ocorrem nos estágios iniciais da cicatrização (STEFANELLO; HAMERSKi, 2006). Para solução destes problemas e necessário buscar novos métodos terapêuticos que possam solucionar, ou ainda, minimizar as falhas no processo de cicatrização. Entre tais métodos, podemos destacar a terapia por laser de baixa potência (CARVALHO et al., 2003; STEFANELLO; HAMERSKi, 2006). Os lasers de baixa potência estão sendo utilizados como coadjuvantes no tratamento de úlceras por pressão, com o objetivo de auxiliar a restauração tecidual, melhorando a regeneração e a cicatrização dos tecidos (GENOVESE; BARREIRA, 2007). Neiva et al. (2010), relatam que desde a década de 1970, introduziu-se na prática médica a utilização de laser para diversas finalidades. Dentro desta modalidade existe o laser de baixa potência (LBP) sendo considerado como terapêutico, pois não causa lesão tecidual, utilizado como estimulador de regeneração tecidual e para fins analgésicos. A laserterapia é definida como a aplicação terapêutica de lasers com potência relativamente baixa, menor que 500 mW, para o tratamento de doenças e lesões, utilizando dosagens inferiores a 35 J/cm2, as quais são consideradas baixas demais para causar danos ao paciente por efeito térmico (BARBOSA et al., 2011) Os lasers de baixa potência tem favorecido a cicatrização de UP como agente terapêutico e apresentam propriedade antiinflamatória, analgésica e de aceleração da cicatrização de feridas, o que pode propiciar uma diminuição do uso de medicamentos por controlar sinais e sintomas do processo cicatricial. A utilização em seres vivos leva a regeneração dos tecidos, através da remodelação do colágeno e aumento dos fibroblastos, com melhora da vascularização e aumento da proteção imunológica (LINS et al., 2011; SIQUEIRA et al., 2009). O emprego do LBP pode propiciar um recurso terapêutico opcional aos convencionais ou ser utilizado em conjunto com estes, com a vantagem do baixo custo e comprovada eficiência no tratamento de úlceras (DAMANTE; MARQUES; MICHELI, 2008). 18 A European Pressure Ulcer Advisory Panel (2003) ressalta a escassez de trabalhos sobre o tratamento de úlceras por pressão em crianças. A maioria dos estudos aborda a incidência, prevalência, os riscos para a formação da ulcera por pressão em crianças, porém nenhuma aborda especificamente o tratamento para esta faixa etária (BLANES, 2004; BUTLER, 2006; CARVALHO et al., 2011; MAIA et al., 2011; ROGENSKI; KURCGANT, 2012; SCHINDLER et al., 2011; WILLOCK et al., 2005). Sendo assim, diante da escassez de trabalhos sobre a utilização do laser de baixa potência na cicatrização de úlceras por pressão em crianças e neonatos (PINTO et al., 2010), a realização desse estudo torna-se uma valiosa contribuição para a ampliação dos conhecimentos sobre esse tratamento. 1.1. Objetivo geral • Avaliar os efeitos do laser de baixa potência na cicatrização de úlceras por pressão em neonatos internados em UTI. 1.2. Objetivo específico • Comparar o tempo para a cicatrização das úlceras por pressão em neonatos, submetidos ao laser de baixa potência com as tratadas com curativo convencional. 19 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Anatomia e fisiologia da pele A pele é o maior órgão do corpo humano, recebe um terço do sangue circulante do corpo. Está presente em toda superfície externa do corpo e exerce importantes funções. Uma delas é a proteção formando uma barreira, entre o meio interno e externo, dificultando a invasão de microrganismos que colonizam a superfície da pele, além de proteção contra produtos químicos e ação física (traumas). A pele serve para muitas funções: imunidade ativa por meio do seu PH ácido, termorregulação por produção de suor, vasodilatação e vasoconstrição, metabolismo, comunicação, identificação, sensação tátil pelo toque, dor, calor, frio e produção de vitamina D (CUNHA; PROCIANOY, 2006; PINHEIRO; PINHEIRO, 2007). A pele é constituída pela epiderme e a derme. A camada mais externa é a epiderme sendo a mais importante da pele. É constituído por um epitélio estratificado, o estrato córneo, onde se deposita as células metabolicamente inativas da pele em constante troca celular, sendo renovadas a cada seis semanas, compostas por camadas de células, os corneócitos ou queratinócitos que renovam continuamente até a sua diferenciação terminal ou queratinização, e estão envolvidos por lipídios lamelares e unidos por desmossomas. Possui as camadas granulosa, espinhosa e basal cuja função básica é sintetizar a ceratina, uma proteína filamentosa com função protetora (ARNOLD et al.,1994; BUTLER, 2006; CUNHA; PROCIANOY, 2006) A segunda camada da pele é a derme formada por tecido conjuntivo no qual se apoia a epiderme e une a pele ao tecido celular subcutâneo. Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo e secretam a matriz extracelular, que é rica em fibras colágenas, fibras elásticas, reticulares e substâncias fundamentais. Quando um tecido é lesado, os fibroblastos próximos proliferam, migram para a ferida e produzem quantidades de matriz rica em colágeno, que ajuda a isolar e reparar o tecido lesado (HINZ; GABBIANI, 2003; MANDELBAUM; Di SANTIS; MANDELBAUM, 2003). 20 A derme, ou segunda camada, tem glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos, terminações nervosas e vasos capilares, que são todas combinadas para fornecer alimento e apoio (AZULAY; AZULAY, 2006). Stevens e Lowe (1995) identificam uma terceira camada da pele o tecido subcutâneo ou hipoderme. 2.2. Características da pele do neonato. A pele de um neonato é diferente da pele de um adulto, principalmente até um ano de idade, e a torna única, sendo bastante delicada devido à sua imaturidade (SCHINDLER et al., 2011) Caracteriza-se por ser mais fina que a do adulto e frágil, devido a diferentes fatores: a epiderme e derma são mais finas do que as dos adultos, o que fazem que sejam mais facilmente permeável e facilmente irritável. Os lipídios (tecido gorduroso) da pele do RN são similares aos do adulto, porém em menor quantidade. A atividade sebácea é reduzida até ser aumentada na puberdade, promovendo uma sudorese imperfeita por imaturidade do sistema nervoso central (MEIRELES et al., 2007; PINHEIRO; PINHEIRO, 2007). É responsável pela termorregulação, que controla a perda de calor, entre os receptores térmicos temos as glândulas sudoríparas sensíveis ao calor que auxiliam na dissipação do calor (MARQUES, 2008). Cunha, Mendes e Bonilha (2002) e Fernandes, Machado e Oliveira (2011) descrevem que a função de barreira no neonato principalmente no prematuro é ineficaz devido à imaturidade da pele e sistema imunológico pouco desenvolvido. A temperatura corporal também é prejudicada, cai rapidamente devido a evaporação da umidade da pele. A sua superfície possui PH neutro, que diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana e a permeabilidade cutânea é muito elevada, sobretudo durante a primeira quinzena de vida (MEIRELES et al., 2007). A propriedade de barreira na pele principalmente do neonato com idade inferior a 34 semanas de gestação pode estar atrasada de 14 a 21 dias de maturação. Ressalta-se que essa maturação pode ser ainda retardada na presença de úlceras por pressão (CARTILIDGE, 2000). Atualmente sabe-se que a barreira da pele continua a se desenvolver até 12 meses após o nascimento. A pele do neonato é submetida a um progressivo 21 processo de adaptação ao ambiente extrauterino. A pele do neonato principalmente o prematuro, é ainda mais fina, com estrato córneo mais delgado, coesão entre a epiderme e derme diminuída, tendo como consequência o maior risco de trauma cutâneo induzido, até mesmo pela simples remoção de qualquer curativo adesivo (FERNÁNDEZ; HIDALGO; AGREDA, 2011). Apresenta menos pelos, é composta por pelos finos, conhecidos como lanugem, que desaparecem nas primeiras semanas de vida (AVERY; FLETCHER; MACDONALD, 1999). Alguns neonatos apresentam pele muito fina, permitindo algumas vezes a visualização dos vasos sanguíneos, evidenciando sua fragilidade. Sua pele é composta por vérnix caseoso, produzido por células epidérmicas e secreções sebáceas. O vérnix tem a função antibacteriana, não deve ser removido e sim absorvido espontaneamente pela pele (FERREIRA; MADEIRA, 2004). O RNPT tem a pele imatura do ponto de vista funcional e anatômico, a derme apresenta uma menor quantidade de colágeno maduro do que a do adulto e é mais facilmente agredida mecanicamente, tanto interna como externa. Sua função de defesa contra diversos traumas entre eles a UP fica comprometida. Esta diferença na pele predispõe os neonatos em especial o RNPT a um maior risco de formação de uma ferida na pele pela formação de uma UP (FONTENELE; CARDOSO, 2005; MEIRELES et al.,2007).. Davenport (2007) e Morais, Oliveira e Soares (2008) definem a ferida como ruptura da integridade na pele ou qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízo de suas funções básicas, resultante de um agente químico, físico ou microbiano. 2.3. Úlcera por pressão As úlceras por pressão (UP) são um problema antigo à própria humanidade, que afetou e afeta a todas as pessoas, sem distinção social, sendo ainda considerada uma para os serviços sociais e saúde (CREMASCO et al., 2009 A UP é descrita na literatura por vários termos, dentre os quais: escaras de decúbito, escara, úlcera de decúbito, ferida de pressão, úlcera de pressão e úlcera por pressão. Neste trabalho, optou-se por utilizar a denominação “úlcera por pressão”, pois esse é o fator etiológico mais evidente, é a nomenclatura adotada 22 internacionalmente. As úlceras por pressão são lesões localizadas na pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, como resultado da pressão isolada ou em combinação com cisalhamento e/ou fricção (CROZETA et al., 2010; SILVA; FIGUEIREDO; MEIRELES, 2007). São áreas localizadas com isquemia, podendo apresentar necrose tecidual, desenvolvidas pela compressão prolongada dos tecidos moles entre proeminências ósseas e a superfície externa (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006). As úlceras por pressão são classificadas internacionalmente segundo a National Pressure Ulcer Advisory Panel (2007) de acordo com o comprometimento tecidual: • - estágio I - pele com hiperemia que não embranquece; • - estágio II - perda parcial da espessura dérmica; • - estágio III- perda de tecido em sua espessura total; • - estágio IV- perda de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Estágio I — Neste estágio, a pele apresenta eritema que não empalidece quando pressionada, geralmente localizado sobre proeminência óssea, a cor difere de acordo com a área anatômica. A pele negra pode apresentar-se descolorida, aquecida, edemaciada, endurecida ou ainda mais intensamente escura que o natural. A UP em estágio I, nas pessoas de pele clara, frequentemente apresenta-se como uma área limitada de hiperemia persistente, levemente pigmentada. Estágio II — Evidencia-se a perda parcial da pele envolvendo epiderme e derme. A úlcera é superficial, mostra-se como cratera rasa ou como uma abrasão. A pele pode apresentar-se de cor rósea ou vermelha. Neste estágio, classificam-se aquelas úlceras em forma de bolhas cheias de líquido seroso. Apresenta-se também como uma úlcera seca e, às vezes, brilhante, rasa e sem esfacelos. Esta fase não deve ser utilizada para descrever outras manifestações da pele, com hiperemia, a exemplo da irritação provocada por adesivos do tipo esparadrapo, dermatite perineal, maceração ou escoriações. Estágio III — Marcado pela perda total da espessura da pele que envolve danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, atingindo até a fascia muscular. A úlcera apresenta-se como uma cratera profunda, podendo apresentar ou não danos aos tecidos adjacentes. A gordura subcutânea pode estar 23 visível, mas o tendão e os ossos, não. A profundidade de uma UP em estágio III varia de acordo com as áreas anatômicas em que essas se situam. Por exemplo, em áreas como ponta do nariz, orelha, região maleolar e occipital, onde o tecido subcutâneo é escasso, as UP podem apresentar-se rasas. Já em áreas ricas em tecido adiposo, geralmente tornam-se muito profundas. Estágio IV — Perda total da espessura da pele, com intensa destruição ou necrose dos tecidos envolvidos. Pode envolver dano aos músculos, atingir os ossos ou, ainda, as estruturas de suporte, como cápsula articular e tendões; a osteomielite pode surgir. A UP se faz presente em algumas partes da ferida, muitas vezes, inclui descolamento ou túneis. A profundidade da lesão varia de acordo com a localização anatômica; nas áreas com menor quantidade de tecido adiposo, tais como nariz, orelha, região occipital e maleolar, as úlceras podem apresentar-se rasas. Em úlceras estágio IV, os ossos aparecem expostos, os tendões são visíveis e palpáveis, podem evidenciar túneis com produção constante de exsudado. Para Carvalho et al. (2011) a UP representa uma das principais complicações que acometem os pacientes críticos hospitalizados, prolongando a internação e dificultando a recuperação do doente. Há falta de interesse e percepção dos profissionais na identificação, tratamento e prevenção de UP em crianças/neonatos, pois muitos acreditam que elas são existentes somente na população adulta. Os dados mostram que, na realidade, é um problema muito real e presente nesta faixa etária, os efeitos são tão graves como nos adultos, deixando cicatrizes físicas, emocionais e sociais que duram por toda a vida (FERNÁNDEZ; HIDALGO; AGREDA, 2011). 2.4. Úlcera por pressão em neonatos O tratamento da UP e a manutenção da integridade da pele da população pediátrica, muitas vezes, não é prioridade para os profissionais da saúde, mesmo as tratadas em UTI; pois muitos consideram a UP um problema exclusivo da população adulta, no entanto, a UP também está presente na criança (CURLEY; QUIGLEY, 2003). Os neonatos internados na UTIN necessitam de uma variedade de dispositivos médicos para o seu tratamento (venopunção, uso de sensores de temperatura, tubos, sondas etc.), os quais predispõem a formação de UP. Essa lesão deve-se a 24 fragilidade da pele do neonato, o que possibilita risco de desenvolver uma septicemia (CUNHA; PROCIANOY, 2006). Os fatores identificados como responsáveis pelo desenvolvimento da UP incluem intensidade, duração da pressão, tolerância da pele e superfícies de apoio (incluindo tecido mole) para suportar os efeitos de pressão, além da atividade e percepção sensorial, contribuem para a intensidade e duração da UP (BUTLER, 2006). A diminuição da mobilidade e tolerância do tecido inclui tanto fatores intrínsecos quanto os extrínsecos. Os fatores intrínsecos incluem: nutrição, perfusão tecidual, oxigenação, isquemia tecidual e danos que ocorrem quando as células são privadas de oxigênio e nutrientes, combinado com um acúmulo de resíduos metabólicos, por um período de tempo específico. A nutrição inadequada é um dos principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de úlceras por pressão nos neonatos. Incluindo a deficiência de proteínas, arginina, vitamina C, vitamina A, e zinco (NOVARTIS NUTRITION CORPORATION, 2006). Existem quatro fatores extrínsecos que podem levar ao aparecimento da UP: a pressão, o cisalhamento, a fricção e a umidade (BLANES et al., 2004). De acordo com Rogenski e Kurcgant (2012) a etiologia da UP é multifatorial, incluindo fatores como idade, comorbidades, condições de mobilidade e nível de consciência entre outros. 2.5. Cicatrização das úlceras por pressão Ao longo do tempo, o homem sempre empregou artifícios com o intuito de aperfeiçoar o processo cicatricial através do uso de substâncias ou procedimentos. As tentativas do homem de intervir no processo de cicatrização de úlceras remontam à antiguidade, quando foi reconhecida a importância de protegê-las para evitar complicações. Os portadores de úlceras por pressão podem desenvolvem sequelas, com consequências sociais intensas (ABREU; SOUSA; FÔNSECA, 2011). Segundo Rocha (2004) a cicatrização é um dos processos mais estudados atualmente. Pesquisas têm estudado como melhorar seu tratamento para uma melhor reabilitação. O processo de cicatrização da UP pode ser em fases complexas, interdependentes e sobrepostas. Estas fases possuem durações variadas, sendo 25 que qualquer uma pode prolongar-se devido a fatores locais ou sistêmicos que acarretam no comprometimento da cicatrização (TAYAR; PETERLINI; PEDREIRA, 2007). A cicatrização pode ocorrer por primeira ou segunda intenção, com as seguintes fases: Inflamatória, proliferativa e remodelador ou maturação (ABREU; SOUSA; FÔNSECA, 2011). A fase inflamatória representa a reação do tecido vivo vascularizado a uma agressão local. Esta serve para destruir, diluir ou imobilizar o agente agressor pelo desencadeamento de uma série de processos biológicos que, tanto quanto possível, reconstituem o tecido lesado, estando intimamente relacionada com o processo de reparo, o qual se inicia durante as primeiras fases da influência agressora. A resolução da inflamação envolve a remoção do exsudado e das células mortas por dissolução enzimática e fagocitose. Tais eventos são seguidos pela substituição do tecido morto ou danificado por células que derivam de elementos do parênquima ou do tecido conjuntivo lesado (LINS et al., 2010). A fase proliferativa corresponde à proliferação dos fibroblastos que migram para a ferida e produzem quantidades de matriz rica em colágeno, ajudando a isolar e reparar o tecido lesado. O colágeno é a principal proteína da matriz extracelular, tendo papel fundamental na arquitetura tecidual, na resistência dos tecidos e em uma ampla variedade de interações célula-célula e célula-matriz (GONÇALVES et al., 2010). A quantidade de colágeno aumenta com o tempo e por volta de duas semanas suas fibras passam a predominar na matriz extracelular. O colágeno tipo III vai sendo substituído por colágeno tipo I, que possui fibras mais densas e confere à cicatriz maior resistência. As células fagocitárias diminuem em quantidade e o tecido de granulação passa a ser constituído por um tecido conjuntivo progressivamente mais denso e menos vascularizado (SIMÕES et al.,2006). A fase remodeladora ou de maturação é composta pela reposição de um tecido semelhante ao original, caracterizando a regeneração, ou por uma nova formação do tecido conjuntivo, que substitui o tecido perdido ou destruído com alteração da arquitetura tecidual, caracterizando a cicatrização (SIMÕES et al., 2006). Segundo Tsirogianni, Moutsopoulos e Moutsopoulos (2006), o processo de cicatrização tem um papel essencial na resposta protetora da lesão epidérmica por meio da reparação tecidual. Esse processo ativa mediadores inflamatórios, como citosinas e espécies reativas de oxigênio, que provocam efeitos sobre o tecido. 26 O processo de cicatrização envolve migração de células inflamatórias, síntese de tecido de granulação, deposição de colágeno de proteoglicanos e a maturação da cicatriz, estando associado à intensa remodelação, sendo um fenômeno local, que pode sofrer diferentes alterações tanto por fatores ambientais como fisiológicos durante o processo de cicatrização alterando a qualidade da cicatrização e de seu tempo (SIMÕES et al., 2006). A síntese de fibras colágenas é um evento contínuo que se estende até o final do processo de reparo enquanto ocorre a remodelação tecidual. Quanto às fibras elásticas, estas permitem que o tecido se estenda durante a cicatrização sem que ocorra a sua destruição. As fibras colágenas longas estão intercaladas com as fibras elásticas a fim de limitar a expansão tecidual, evitando a dilaceração do tecido durante o processo de reparo (PUGLIESE et al., 2003). A restauração do tecido é realizada pela reposição de um tecido semelhante ao original, caracterizando a cicatrização. Os fibroblastos, por sua vez, são estimulados por macrófagos com relação à formação e a maturação de colágeno (LINS et al., 2010). 2.6. Laser Barbosa et al. (2011), relatam que o uso do laser nos processos de cicatrização de úlceras foi utilizado primeiramente na Europa, somente no século XX, entre as décadas de 70 a 80, pela equipe húngara de Mester. Os primeiros estudos eram abertos e não controlados, e referiam uma aceleração nos processos de cicatrização de úlceras na pele. O laser representa um dispositivo constituído por substâncias de origem sólida, líquida ou gasosa que produzem um feixe de luz, frequentemente denominado de “raio laser”, que pode ser classificado em duas categorias: lasers de alta potência ou cirúrgicos, com efeitos térmicos apresentando propriedades de corte e vaporização, e lasers de baixa potência ou terapêuticos, apresentando propriedades analgésicas, antiinflamatórias e de bioestimulação (BARROS et al., 2008; SILVA; ALVES; MENDONÇA, 2006). Bourguignon; Feitosa e Beltrão (2005), relatam que entre os tipos mais utilizados para cicatrização estão o de HeNe (hélio-neônio), AsGa (arseneto de gálio) e AsGaAl (arseneto de gálio e alumínio). 27 A radiação laser possui propriedades distintas da luz comum, como monocromaticidade (largura de linha de emissão estreita), coerência e baixa divergência, o que permite atingir altas densidades de potência e energia sobre uma pequena região de tecido biológico, produzindo uma interação fotobiológica, com efeitos terapêuticos específicos. Sant’Anna; Giaretta e Posso (2011), chamam a atenção que os lasers terapêuticos de baixa potência não produzem efeito térmico. A radiação laser interage com a matéria por meio dos processos ópticos de reflexão, transmissão, espalhamento e absorção. Ao incidir no tecido biológico, parte da luz não penetra, sendo refletida. A porção de luz que penetra no tecido será dividida em uma parte que será absorvida, outra parte que será espalhada e ainda outra que será transmitida. Quando a luz é absorvida, a energia entregue irá provocar efeitos: fotoquímicos, térmicos, por fotoablação, por ablação induzida por plasma (CAVALCANTI et al., 2011). 2.7. Laser de baixa potência e suas aplicações De um modo geral, os lasers de baixa potência apresentam uma série de indicações, podendo ser usados isoladamente ou como coadjuvantes de outros tratamentos, tendo efeito biológico local, uma vez que, dentre as suas funções modulam as células do sistema imune, estimulam a microcirculação, ativam a liberação de endorfinas e estimulam a proliferação e migração celular, desempenhando ação bioestimulante ou cicatrizante (ALMEIDA; MASSINI, 2000). Atua modulando os processos biológicos, de tal forma que incrementa a respiração mitocondrial elevando o metabolismo celular, e a esta ação dá-se o nome de bioestimulação (BUSNARDO; SIMÕES, 2010). A cicatrização de úlceras por pressão pode ser beneficiada quando os principais eventos que a possibilitam são estimulados, ou seja, nutrição, proliferação celular, controle da inflamação e infecção. O laser de baixa potência tem sido identificado em diversos estudos como auxiliador na cicatrização, devido ao aumento da revascularização de energia em forma de adenosina trifosfato (ATP) às células de reparo, à proliferação de fibroblastos e à inibição de mediadores químicos da inflamação (HOURELD; ABRAHAMSE, 2007; PUGLIESE et al., 2003; REDDY, 2004; WOODRUFF et al., 2004). 28 O efeito fotobiológico do LBP tem sua função no processo de absorção molecular da luz laser que produz um aumento do metabolismo celular, caracterizado pela estimulação de fotorreceptores na cadeia respiratória mitocondrial, alterações nos níveis de ATP celular, liberação de fatores de crescimento e síntese de colágeno, os quais parecem contribuir para a cicatrização das úlceras por pressão (KREISLER; CHISTOFFERS; AL-HAJ, 2002; POSTEN; WRONE; DOVER, 2005). Foi observado que a fotoestimulação influencia a função dos macrófagos na produção de fatores de crescimento, os quais aumentam a proliferação celular tendo sido demonstrado que a regeneração tecidual torna-se mais eficaz quando tratada com laser de baixa potência (BUSNARDO; SIMÕES, 2010). Tem grande eficácia no processo cicatricial, cujo êxito se deve às respostas que induz nos tecidos, como redução do edema e diminuição do processo inflamatório. Dentre os vários efeitos do laser na célula, destaca-se sua ação sobre a cadeia transportadora de elétrons. A magnitude do efeito biomodulador depende do estado fisiológico em que as células são encontradas no momento da irradiação, o que explica o motivo pelos quais os efeitos não seguem uma padronização (GONÇALVES, et al., 2010; KARU, 2003). 2.8. Parâmetros da irradiação laser Para Henrique; Maia e Simões (2008), os lasers na faixa do vermelho, no comprimento de onda de 632 a 780 nm, não são capazes de produzir danos térmicos aos tecidos como mutações e carcinogênese, podendo ser aplicados nos tecidos nos seguintes casos: herpes, estomatite aftosa e úlceras por pressão. São LBP os: de Hélio-Néon (HeNe, que emitem luz com comprimento de onda de 632,8 nm) e os de Arsénio-Gálio (AsGa, 904 nm), distinguem-se dos outros lasers por ser atérmica, tendo potências que variam entre os 5mW e os 500 mW (os lasers tradicionais geram potências de 300 mW) (BARBOSA et al., 2011). A energia absorvida é medida em Joules/cm2 e é conhecida como densidade de energia ou fluência. A absorção da luz do laser depende da quantidade de cromóforo (parte ou conjunto de átomos de uma molécula responsável por sua cor) presente no tecido e da correspondência entre o comprimento de onda utilizado e as características de absorção daquele cromóforo. Uma vez absorvida, a luz no caso 29 do LBP terá o efeito fotoquímico que ocorre por reação química após a absorção da luz por agentes fotossensibilizantes (endógenos ou exógenos) (YOSHIYASU, 2001). A radiação emitida pelos lasers de baixa potência é cicatrizante, sendo, por isso, bastante utilizada no processo de reparo tecidual, em virtude das baixas densidades de energia usadas e comprimentos de onda capazes de penetrar nos tecidos (BARROS et al.,2008; CATÃO, 2004). 30 3. MATERIAL E MÉTODO 3.1. Aspectos éticos Este projeto foi cadastrado e submetido à Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNICASTELO. Com parecer substanciado CAEE nº 145.424. Os pais de todas as crianças, envolvidas na pesquisa, foram esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, objetivos e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido conforme consta em anexo, em consonância com as normas e diretrizes instituídas pelo Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução n.°466/2012 as quais regulamentam a pesquisa com seres humanos. 3.2. Tipo de pesquisa Trata-se de um estudo transversal de análise comparativa. O estudo foi realizado em um Hospital do Município de Jales no estado de São Paulo na UTI Neonatal. O período da coleta de dados foi de janeiro a julho de 2013. 3.3. Amostra A amostra compreendeu de 20 neonatos com idade de 2 e 4 dias de vida. Os neonatos foram aleatoriamente divididos em dois grupos conforme ordem de sua internação: Grupo 1 - Tratamento Convencional (TC): Constituído por 10 neonatos, que receberam tratamento com curativo ou tratamento convencional que consiste em lavagem da úlcera com solução fisiológica (SF 0,9%), secagem com gaze estéril e aplicação de Placa de Hidrocolóide com troca a cada três dias conforme prescrição médica até a completa cicatrização. Grupo 2 - Tratamento Laser (TL): constituído por 10 neonatos que receberam a irradiação do laser de baixa potência nas úlceras por pressão. Na avaliação inicial, os grupos foram submetidos à anamnese (feita pela pesquisadora), onde foi dada ênfase à úlcera atual. Antes de cada aplicação do 31 laser, foi feita avaliação da úlcera por pressão, com base nas Diretrizes Internacionais para tratamento da European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) (2009) e National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) (2009) que se trata de: classificação, dimensionamento, estado da pele circundante, tipos de tecidos, presença ou não de sinais clínicos de infecção, tempo e evolução. 3.4. Critérios de inclusão Foram Incluídos Neonatos: • Que apresentaram no mínimo uma úlcera por pressão, devidamente diagnosticado; • De ambos os gêneros • Hemodinamicamente estáveis, sem risco eminente de morte. 3.5. Aplicação do Laser de baixa potência nas úlceras As UP foram primeiramente diagnosticadas e classificadas em Grau I e II. O tratamento no Grupo 2 foi realizado por única operadora, enfermeira capacitada, seguindo todas as normas de biossegurança e uso de barreiras de proteção individual. As irradiações foram realizadas seguindo as normas internacionais de segurança laser, com operador, paciente e colaboradores usando óculos de proteção específicos ao comprimento de onda do laser. A cada irradiação a ponteira do equipamento laser foi descontaminada com álcool 70% e protegida com filme de PVC. O tratamento foi realizado até a completa cicatrização das úlceras por pressão, sendo avaliados diariamente, e caso ocorressem efeitos indesejáveis, o paciente seria retirado do estudo. Em todas as aplicações foi utilizado o equipamento Twin Flex MMOptics. Este equipamento apresenta protocolos pré-programados - modo assistido para 14 patologias na memória, parâmetros ajustáveis, Luz guia Meio ativo - GaAlAs, Meio ativo - AlGaInP, com cálculo de dosagens em tempo real, chave de segurança, sonorizador de tempo a cada 10s, timer digital programável, LED de alta potência: 1.125 mW/cm², comprimento de onda: 470nm, meio ativo: Semicondutor, 32 alimentação: bivolt 90/240v -50/60Hz – automático, maleta de transporte, óculos de proteção contra irradiação. Conforme mostra a Figura 1: Figura 1: Laser 660 nm (Twin Flex, MMOptics). Foi utilizada a ponteira do equipamento composta por um laser de diodo que emite radiação eletromagnética na região do vermelho, com comprimento de onda de 660 nm, com potencia de 0,005 W. Determinou-se uma densidade de energia (DE) 1.25 J/cm2 por ponto aplicado, sendo de forma pontual ao redor da úlcera, com uma distância aproximada de 1 mm entre os pontos, tocando o tecido, durante 10 s por ponto, totalizando em média 6 pontos (Figura 2) por úlcera irradiada e densidade de energia total por sessão de 7,5 J/cm2, com tempo total de 60 s, seguindo os padrões das pesquisas de Pinto et al. (2010).Tal protocolo foi estabelecido por ser tratar de neonatos, sendo indicados parâmetros de energia menores que em adultos, sendo considerada 1/3 das doses conforme consta na Tabela 1. Tabela 1: Protocolo de irradiação das úlceras Comprimento de onda 660 nm Meio ativo AlGaInP Modo de emissão Contínuo Área do feixe – spot size 0,04 cm2 Potência 0,005 W Tempo de irradiação Energia Dose Modo de irradiação 10 s 0,05 J 1,25 J/cm2 Vermelho LBP 33 Região de aplicação do LPB Figura 2: Demarcação dos pontos irradiados na úlcera por pressão. Durante a fase de coleta de dados não foi realizado nenhuma terapia para a cicatrização das úlceras nos neonatos, além das propostas. A evolução do processo de cicatrização das úlceras por pressão foi documentada, pelo registro fotográfico com câmera digital (Fuji Film Jx 420 16 megapixels. Zoom óptico 3x) a uma distância de 20 centímetros e perpendicular a úlcera, sempre antes e após a realização do curativo convencional do hospital com placa de Hidrocolóide e na irradiação com laser de baixa potência nos neonatos internados na UTI. 3.6. Análises de dados Para análise morfológica qualitativo-descritiva das úlceras dos pacientes incluídos no estudo foi utilizado o software Image J (Image Processing and Analysis in Java). A evolução do processo de cicatrização das úlceras por pressão foi avaliada no início de ambos os tratamentos: T1 (dia 0), assim como no final do período de observação T2 (7 dias/Grupo1 ou 2 dias/Grupo 2 ), sendo o registro fotográfico também realizado nos grupos onde foi realizado o tratamento convencional ou a aplicação do laser. A área das úlceras foi quantificada pela delimitação de suas bordas e o Índice de Cicatrização das Úlceras (ICU) foi calculado por meio da seguinte fórmula: [ICU= (Área inicial- Área final)/ Área inicial]. Para interpretação dos resultados, valores de ICU=1 representaram cicatrização total; ICU=0 representou ausência de sinais de cicatrização; ICU>0 representou redução na área da úlcera; ICU<0 representou aumento na área da úlcera. Os participantes deste estudo foram 34 acompanhados durante toda a sua permanência no setor da UTI. Os dados relativos à observação da evolução da cicatrização na vigência dos dois tratamentos propostos foram coletados durante 3 dias. Todos os valores obtidos com as mensurações descritas passaram por um teste de normalidade (Kolmogorov Smirnov) que identificou distribuição paramétrica destes dados. Dessa forma, para comparação das áreas das úlceras por pressão entre os grupos em cada dia de tratamento foi utilizado o teste T de Student. Adicionalmente, o teste One Way RM ANOVA foi utilizado para comparar a evolução dentro de cada um dos grupos experimentais durante os dias de observação da amostra. Todos os testes foram realizados utilizando-se o programa Sigma Stat versão 3.5 e o nível de significância de 95% foi considerado como apropriado. Dados utilizados para descrever os grupos experimentais, assim como os tipos e localização das úlceras por pressão, foram representados por suas frequências absolutas (FA) e relativas (FR). Variáveis numéricas foram apresentadas por uma medida de tendência central (média) seguida por uma medida de dispersão (desvio-padrão). 35 4. RESULTADOS A amostra populacional de conveniência deste estudo foi constituída por 20 neonatos que foram divididos aleatoriamente em 2 grupos, sendo 10 neonatos no Grupo 1 (Tratamento Convencional - TC) e 10 neonatos no Grupo2 (Irradiados - TL). Com relação à etiologia das úlceras por pressão, foi observado predomínio daquelas decorrentes ao uso do CPAP nasal (n=16; 80%), seguidas da punção pelo Cateter Central de Inserção Periférica - PICC (n=02; 10%), uso de micropore (n=01; 5%), e uso de esparadrapo (n=01; 5%). Já com relação à localização das úlceras por pressão, o nariz foi à região mais afetada (n=16; 80 %), seguido do membro superior (n=02; 10%), axila (n=01; 5%) e face (n=01; 5%). Os perfis das úlceras por pressão denotaram similaridade e homogeneidade entre os grupos. Os dados aqui descritos podem ser visualizados na Tabela 2. Tabela 2: Perfil das úlceras por pressão e dos neonatos incluídos no estudo. Perfil Frequência FA Frequência FR (%) 18 2 90 10 16 2 1 1 80 10 5 5 16 2 1 1 8 10 5 5 13 7 65 35 12 8 60 40 Grau da úlcera por pressão Grau II Grau I Localização Nariz Membro superior Axila Face Fatores de Risco CPAP nasal Punção-PICC Esparadrapo Micropore Sexo Masculino Feminino Idade 2 dias 4 dias FA = Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa (%) 36 Na Tabela 3 é possível notar a evolução clínico-terapêutica das áreas ulceradas no tempo inicial (basal), e no primeiro e segundo dias após os tratamentos. Tal evolução encontra-se representada pelos valores das áreas das úlceras por pressão mensuradas em cm2, que foram comparadas entre os grupos. Inicialmente é possível observar que não existiam diferenças estatisticamente significantes entre as médias das áreas das úlceras avaliadas quando comparados os dois grupos experimentais antes do início dos protocolos experimentais (5,6 ±1,6) cm2 vs. (5,9 ± 1,7) cm2, p=0,846. Já no primeiro dia dos tratamentos, é possível identificar uma redução de 51% na média das áreas das úlceras irradiadas quando comparadas às úlceras tratadas convencionalmente (5,6 ± 1,5) cm2 vs. (2,9 ± 0,8) cm2, p<0,001. Por fim, é possível verificar, já no segundo dia dos tratamentos, a remissão total das úlceras por pressão tratadas com laser quando comparadas às úlceras tratadas pelo método convencional (4,2 ± 1,7) cm2 vs. 0 cm2, p<0,001. 2 Tabela 3: Comparação entre as médias das áreas (cm ) das úlceras por pressão no 0º dia (área inicial), no 1º dia e no 2º dia (área final) em úlceras submetidas a tratamento convencional (Grupo1) e com laser de baixa potência (Grupo2). 0o dia 1º dia 2º dia Convencional 5,6 ± 1,6 5,6 ± 1,5 4,2 ± 1,7 Irradiado 5,9 ± 1,7 2,9 ± 0,8 * 0* Grupo Dados apresentados como Média ± Desvio Padrão.* p<0.001 na comparação com o grupo sob tratamento convencional. A evolução clínica das úlceras por pressão em cada um dos grupos experimentais por meio do cálculo do índice de cicatrização encontra-se representada na Tabela 4 e na Figura 3. As úlceras dos neonatos inclusos no Grupo1 (TC) não apresentaram evolução no processo de cicatrização seus ICUS médios nas primeiras 24 h (1º dia de tratamento) foram iguais a 0 (zero), o que significa que não ocorreram sinais de reepitelização. Já no 2º dia de tratamento, os ICUs médios deste mesmo grupo atingiram (0,2 ± 0,1) cm2, o que representou considerável evolução, com redução da área da UP. 37 Já o Grupo 2 (TL), apresentou índices médios de cicatrização de (0,49 ± 0,04) cm2 , evolução de mais de 50% no primeiro dia de tratamento e de (1,0 ± 0,0) cm2 no segundo dia de tratamento, o que representa total cicatrização. Em todos os casos do Grupo 2 foi necessária uma única sessão de irradiação por LBP, enquanto que no Grupo 1 foram necessárias duas trocas da placa de hidrocolóide, levando 7 dias para que a cicatrização ocorresse por completo e em toda a ferida. Tabela 4: Evolução clínica nos diferentes grupos, representadas pelo cálculo de índice de cicatrização das úlceras (ICU). NÚMERO DO NEONATO ÍNDICE DE CICATRIZAÇÃO DAS ÚLCERAS GRUPO 1 (TC) 2 (TL) TEMPO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Inicial 5,6 6,4 7,6 8,8 4,9 4,5 5,7 4,2 3,7 4,9 24 h 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 48 h 0,1 0,2 0,1 0,1 0,3 0,3 0,2 0,3 0,4 0,3 Inicial 6,4 6,6 8,5 8,6 5,5 4,6 4,7 4,2 3,3 5,2 24 h 0,5 0,4 0,5 0,5 0,4 0,5 0,5 0,5 0,3 0,5 48 h 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 38 7 6 5 4 Grupo1 Curativo Convencional 3 0 Grupo2 Irradiados 0 2 1 2 1 0 0 dia 1 dia 2 dia Figura 3: Representação gráfica do tempo para cicatrização das úlceras por pressão em neonatos, submetidas ao tratamento convencional e com LBP A avaliação dos dados dentro de cada um dos grupos mostrou que, no grupo com tratamento convencional, houve diminuição significante da área da lesão em relação ao período basal apenas no segundo dia de tratamento (p=1 para dia 1 vs. basal e p<0,001 para dia 2 vs. basal). Já no grupo tratado com o LBP, considerável evolução foi notada já no primeiro dia de utilização da referida terapia (p<0,001 para dia 1 vs. basal e p<0,001 para dia 2 vs. basal). 39 Figura 4: Úlceras dos neonatos do grupo1 (TC) em diferentes tempos (aumento de 3X). 40 Laser de Baixa Potência 0h 48h Figura 5: Úlceras dos neonatos do grupo2 (TL) em diferentes tempos (aumento de 3X). 41 5. DISCUSSÃO A formação de uma úlcera por pressão em um neonato deve gerar atenção diante dos desafios no tratamento, podendo levar a sérias complicações. No contexto desse estudo, foi avaliado o efeito do tratamento das úlceras por pressão nos neonatos com o LBP, comparando com o Grupo1 (TC). O neonato por ter uma pele delicada está mais propício a desenvolver lesões, especialmente quando ele se encontra em condições criticas em UTIN por terem a pele como principal porta de entrada para os microrganismos (CUNHA; PROCIANOY, 2006). Sabe-se que uma em cada cinco crianças internadas desenvolverá uma UP (FERNÁNDEZ; HIDALGO; AGREDA, 2011). Além disso, 80% dos neonatos desenvolverão algum tipo de lesão na pele, entre elas a úlcera por pressão antes de completar o primeiro mês de vida. Ressalta ainda que 25% terão pelo menos um episódio de sepse até o 3º dia de vida (CUNHA; PROCIANOY, 2006). Neste trabalho, todos os neonatos dos dois grupos (100%), desenvolveram úlcera por pressão dentro da UTI neonatal. Embora a UTI seja o local apropriado para o tratamento de pacientes críticos, é também considerada, como um dos ambientes hospitalares mais agressivos, tensos e traumatizantes para os pacientes, pois, somados à situação crítica em que se encontram, existem fatores prejudiciais à sua estrutura psicológica, como falta de condições favoráveis ao sono, intervenções terapêuticas frequentes, isolamento, além do medo de agravamento da doença e da consequente morte, que interferem ainda mais no seu estado geral (FERNANDES; TORRES, 2008). Assim, os pacientes confinados ao leito por períodos prolongados em ventilação mecânica, como a CPAP e em uso de drogas vasoativas, são mais suscetíveis ao desenvolvimento de UP (CARDOSO; CALIRI; HASS, 2004). No momento da identificação primária da úlcera por pressão nos neonatos, estes se encontravam entre 2 e 4 dias de vida em ambos os grupos. Este trabalho mostrou que a localização anatômica da UP foi diferente da encontrada nos adultos, no qual os locais anatômicos de formacão das úlceras diferem dos adultos, embora o tratamento continue o mesmo (BUTLER, 2006). Em relação à localização da UP houve um predomínio na região do nariz por uso de CPAP nasal, isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, o principal 42 objetivo é proteger as vias aéreas da criança e isso às vezes significa restringir o movimento e imobilizar a cabeça. O uso de sedativos e agentes paralisantes também desempenha um papel na redução de movimentos corporais. Além disso, a cabeça experimenta períodos de pressão prolongada e o tempo de intubação se torna um fator desencadeante (BUTLER, 2006). Uma pesquisa nacional em instituições de saúde que atendem crianças obteve dados diferentes do presente estudo em relação à localização da UP, sendo a localização predominante foi à região sacro/cóccix, seguido da região occipital (BALDWIN, 2002), diferente deste estudo que foi face mais especificamente o nariz. Já outra pesquisa avaliou 1.064 crianças internadas na UTIN com menos de 10 dias de vida, obteve concordância com os resultados apresentados este trabalho. A maioria das úlceras por pressão encontradas era de grau I (61%) e (13%) de grau II, sendo sua localização nas narinas, sacro, tornozelo e calcâneo (DIXON; RATLIFF, 2013). O predomínio de úlceras de Grau I e II na população neonatal representa um indicativo importante para o tratamento das UP, tendo em vista as dificuldades na identificação. As UP de grau I e II caracterizam a antecipação da ocorrência de mais lesões, representando um sinal de aviso importante da necessidade de tratamento, evitando assim, possíveis complicações (WANN-HANSSON; HAGELL; WILLMAN, 2008). Outro estudo encontrou, achados iguais ao desta pesquisa, pois ao avaliarem o perfil epidemiológico de cinco neonatos portadores de úlceras por pressão, a formação foi predominante na região nasal por pressão exercida por dispositivo com máscara de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) de grau I e II (CROZETA et al., 2010). Para encontrar a incidência de úlcera por pressão, um estudo em UTI verificou predomínio de pacientes do sexo masculino (33% com UP e 63% sem UP). Em relação ao tempo de internação, os pacientes com UP apresentaram variação de 2 a 37 dias, com média de 11,83 dias, Quanto às UP, a maioria dos pacientes (1477,8%) apresentou única lesão (ROGENSKI; KURCGANT, 2012), dados semelhantes aos encontrados neste estudo. No presente estudo, pode-se observar o efeito do LBP nas úlceras por pressão nos neonatos do Grupo 2 (TL) em comparação com o Grupo 1 (TC), atuou reduzindo o tempo de cicatrização, auxiliando na cicatrização precoce em neonatos, e esses 43 resultados são confirmados com uma pesquisa envolvendo a laserterapia em crianças com úlceras por deiscência de sutura, pois mostraram que o LBP eleva significativamente a velocidade da cicatrização durante os primeiros dias do processo de reparo, sugerindo assim que os estágios mais precoces do processo de reparo são mais sensíveis a laserterapia com o LBP. Uma pesquisa irradiou com LBP uma úlcera por safectomia, é em 2 dias após a primeira irradiação já obtiveram uma redução muito significante, sendo semelhante aos resultados apresentados neste estudo, pois devido à rápida velocidade na cicatrização diminuíram as sessões de irradiação que eram 2 vezes por semana para apenas uma, comprovando a rápida cicatrização com o uso do LBP (PINTO; PEREIRA; STOLF, 2009). A rápida cicatrização acontece devida o LBP que acelera, em curto prazo, a síntese de ATP (glicólise e oxidação fosforilativa), aumentando a síntese de ATP dentro da mitocôndria, acentuando, dessa forma, a velocidade de mitose celular (ABREU; SOUSA; FONSECA, 2011; POSTEN; WRONE; DOVER, 2005). Acredita-se que o LBP possa interferir na síntese de citosinas e espécies reativas de oxigênio, diminuindo sua produção e acelerando assim o processo cicatricial; A bioestimulação promovida pelo laser de baixa potência tem sido empregada no tratamento de úlceras por pressão, resultando, em uma cicatrização mais rápida, a dosimetria entre 4 e 20J/cm2 parece ser a mais segura para se conseguir esses resultados (LINS et al.,2011). Em relação aos parâmetros da irradiação laser, este estudo teve parâmetros relativamente parecidos aos utilizados por outros pesquisadores, a maioria dos trabalhos utiliza a DE 4 J/cm2 Barbosa et al. (2008) e Abreu; Sousa e Fônseca (2011), este estudo utilizou a DE 1,72 com dosimetria de 3,4 J/cm2 muito próximo a esta afirmação. Ao avaliar a cicatrização de incisões de gengivas utilizando uma DE 1,2 J/cm2 por ponto, uma pesquisa também obteve o efeito de aumento na velocidade cicatricial. Do total de incisões submetidas à ação do LBP, 77% demonstraram um reparo mais rápido do que nas incisões controle, sugerindo que o laser, utilizado com o nível de energia mais baixo, parece aumentar a velocidade da cicatrização de feridas em humanos (NEIBURGER, 1997). Uma pesquisa composta de 10 crianças, com leucemia aguda submetida à quimioterapia e portadoras de mucosite bucal Graus I, II ou III e distribuídas aleatoriamente em Grupo Experimental (irradiadas com LBP) e (clorexidina 0,12%), 44 comparando com o não tratadas com laser, a mucosite oral teve menor tempo de duração no grupo que recebeu tratamento (clorexidina/ laser) do que no grupo controle (SILVA; ALVES; MENDONÇA, 2006). Esta pesquisa utilizou uma DE mais baixa de 1,72 J/cm2 por ponto irradiado, o qual foi eficiente para o processo de cicatrização. A utilização de DE mais baixas, é mais eficaz na estimulação da cicatrização do que DE mais elevadas (ABREU; SOUSA; FÔNSECA, 2011). Ressalta-se que o laser de baixa potência não tem efeito diretamente curativo, mas atua como um importante agente bioestimulante celular, proporcionando ao organismo uma melhor resposta a inflamação, com consequente redução do edema favorecendo de maneira eficaz a reparação tecidual da região lesada (MALUF et al., 2006). Foi necessária apenas uma única sessão de irradiação com laser, mostrando o efeito bioestimulador nos primeiros dias de cicatrização. Isso também é destacado por Pinto et al. (2010), em seu estudo, nas primeiras horas após a aplicação do laser de baixa potência, foi possível obter uma resposta eficiente de cicatrização no grupo irradiado comparando com o controle. Um estudo para determinar o efeito do laser de baixa potência em crianças também relata poucas sessões de irradiação, como os encontrados na presente pesquisa, pois obtiveram sucesso com apenas duas aplicações (NEIVA et al., 2010). Em relação ao efeito de aceleração da cicatrização do laser de baixa potência, uma pesquisa empregou o laser com potência de 10 mW, no modo contínuo, com diferentes densidades de energia (1.96, 3.92 e 7.84 J/cm²), em distintos tempos de exposição (75, 150 e 300 s), a uma distância de 9 mm das amostras e observaram que as células irradiadas apresentaram maior atividade de proliferação nas primeiras 24 h comparada com as demais horas (KREISLER; CHISTOFFERS; AL-HAJ, 2002), iguais aos encontrados neste estudo que também foram aceleração na cicatrização nas 24 h. O comprimento de onda desta pesquisa de 660 nm, quando comparado com outros estudos, mostra adequado cálculo para utilização, a maioria dos estudos, utilizam comprimentos de ondas entre 632,8 e 660 nm, apesar de não ter um protocolo padronizado por todos e muitos relatam também terem encontrado diversidade nos parâmetros da irradiação laser empregada (BARROS et al., 2008; BUSNARDO; SIMÕES, 2010; MINATEL et al., 2009). 45 Mesmo utilizando diferentes protocolos de irradiação, as pesquisas envolvendo o LBP são unânimes em afirmar que estimularam a síntese de DNA, aumentando a atividade de proliferação celular. Acreditam que o mais indicado seja utilizar parâmetros adequados para cada caso, pois esta metodologia favorece mais facilmente os efeitos, analgésico, antiinflamatório e bioestimulador (LENHARO et al., 2006). Os principais efeitos encontrados em estudos sobre o LBP na cicatrização de úlceras por pressão são: alterações metabólicas intracelulares, resultantes da bioestimulação promovendo divisão celular acelerada, especialmente, dos fibroblastos e das células epiteliais e endoteliais; rápida produção de matriz extracelular, em particular, de fibras colágenas; movimentação celular dos leucócitos, fibroblastos e células epiteliais e aumento da atividade fagocitária dos macrófagos, contribuindo assim para a cicatrização precoce (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006; ROCHA; VIEIRA; ANDRADE et al., 2007; WALSH, 1997; WILLOCK et al.,2005). A aplicação do LBP em crianças é fácil, não é invasiva, sendo indolor e segura, podendo ser realizada no próprio berçário (PINTO et al., 2010). Essa afirmação é mostrada através de um estudo feito para tratamento da retinopatia da prematuridade no qual utilizou o LBP em oito neonatos, tendo uma eficácia de 80% através de sua aplicação, sendo também empregado a laserterapia no leito como no presente estudo (LIARTH et al., 2001). Outro estudo também utilizou o LBP em uma criança de 11 anos, para tratamento de lesão da pele, causada por uma doença rara conhecida como angioma em tufos, no qual obteve uma boa resposta a irradiação, com melhora da lesão (CARDOSO; TAYTI; OLIVEIRA, 2006). A laserterapia denota ser uma nova possibilidade terapêutica eficaz, no tratamento de úlceras por pressão em crianças em especial nos neonatos, podendo vir auxiliar na prevenção da evolução da úlcera de grau I e II para novos graus ou de suas recorrências, buscando respostas terapêuticas seguras e não invasivas. O LBP revelou ser uma ferramenta adjuvante eficaz na cicatrização da úlcera por pressão em neonatos, denotando ser um método seguro e não invasivo, auxiliando na redução do tempo de hospitalização, podendo a vir reduzir o ônus tanto para os pacientes quanto para a instituição. Este estudo ao comparar o grupo irradiado com o grupo controle utilizando o curativo convencional, está de acordo com as perspectivas de pesquisa sobre 46 efeitos do LBP, pois chamam a atenção que estudos envolvendo o LBP devem ter um grupo controle, o qual receba tratamento convencional, como foi feito neste estudo, comparando com o grupo em tratamento com o LBP e devem incluir métodos de aleatorização (BARBOSA et al., 2011). Imagens das UP foram essenciais para avaliar a evolução clínica das úlceras por pressão nos neonatos e demonstrar os efeitos do LBP. Em conjunto com o software image J, foi possível obter dados mais fidedignos em relação os parâmetros de mensuração da área da úlcera, quantificando, através do cálculo de índice de cicatrização, sendo possível comparar os grupos e determinar os efeitos de aceleração do processo cicatricial do grupo irradiado com o LBP. Essa estratégia também foi utilizada pelo trabalho de Minatel et al. (2009), mostraram os aspectos clínicos de pacientes diabéticos e utilizaram o software Image J para calcular o índice de cicatrização das úlceras. O reconhecimento da evolução clínica em relação à úlcera por pressão não depende somente da habilidade clínica do profissional de saúde, mas também é importante utilizar fotografias da pele dos pacientes, destacando a fotografia digital como tecnologia acurada e importante neste aspecto, pois facilita a difícil tarefa de medir, descrever e documentar as lesões na pele dos pacientes (ARAÚJO; ARAÚJO; CAETANO, 2012) Devido às desvantagens e limitações apresentadas pelos métodos invasivos, têm sido desenvolvidos e aperfeiçoados métodos não invasivos de mensuração da profundidade, volume, área e cor da UP, que utilizam fotografias e software para o processamento de imagens e mensuração de UP (KROUSKOP; BARKER; WILSON, 2002). O uso de fotografias para avaliação das UP é considerado como uma tecnologia com muitas vantagens como: precisão na análise da profundidade, coloração e situação das bordas das lesões ao longo do tempo; atua como registro da evolução do processo terapêutico; diminui a necessidade de manusear a lesão no exame. Entretanto, algumas particularidades devem ser consideradas, a saber: a precisão tecnológica da foto requer custos adicionais com treinamento, equipamentos e armazenamento (DUFRENE, 2009). Nos hospitais brasileiros ainda não é rotineiro a adoção desta tecnologia para documentação de evolução das úlceras por pressão na pele (ARAÚJO; ARAÚJO; CAETANO, 2012). 47 A análise da área da úlcera por pressão é relevante para avaliação da sua evolução e de sua resposta a procedimentos terapêuticos. A evolução do processo de cicatrização pode ser acompanhada por meio da mensuração da UP realizada por métodos não invasivos através de medida como a fotografia que evidencia o aspecto da úlcera, exigindo a repetição do procedimento em intervalos regulares sob o mesmo ângulo e distância focal constante; e sistemas computadorizados por meio de software para análise digital de imagens (REIS et al., 2012). Como o software Image J. Por meio do Sofware Image J foi possível mensurar com melhor precisão as UP e mostrar os efeitos do LBP nas UP dos neonatos, através de sua evolução clínica, no qual demonstraram diminuição, já nas 24 horas seguintes após tratamento com o LBP e cicatrizada nas 48 horas, comprovando o efeito de cicatrização, entretanto, o grupo submetido a tratamento convencional em comparação com o grupo irradiado teve uma cicatrização mais lenta de sete dias. O LBP foi empregado como uma tecnologia alternativa e inovadora em neonatos, auxiliando na cicatrização das úlceras por pressão, sendo capaz de aumentar a velocidade na cicatrização nas 48 horas após sua aplicação, tendo como vantagens: a praticidade e custo, evitando a evolução das úlceras por pressão para graus mais profundos, diminuindo o risco de sepsemia por exposição da pele lecionada. A aplicação do laser de baixa potencia possui várias vantagens em comparação aos outros procedimentos já citados na literatura, pois se trata de uma manobra não invasiva, de fácil e rápida execução e, principalmente, de baixo custo (NEIVA et al.,2010). Embora a amostra tenha sido de apenas 20 crianças, LBP mostrou-se eficaz na cicatrização das úlceras por pressão acelerando o processo de cicatrização, sendo significante para esta população. Entretanto, destaque-se a necessidade uma maior amostra, comparando o efeito em úlceras de um único tamanho com o mesmo local a fim de avaliar melhor os possíveis benefícios desta terapia. Este estudo foi pioneiro, pois teve como proposta a utilização do laser de baixa potência em neonatos para cicatrização de úlceras por pressão diminuindo o tempo e prevenindo a evolução para outros graus e abre novas perspectivas para futuros estudos que associem o laser de baixa potência ao tratamento de úlceras por pressão em crianças em especial os neonatos. 48 6. CONCLUSÃO A análise deste estudo em neonatos mostrou que o LBP pode apresentar efeitos benéficos para o processo de cicatrização tecidual de úlceras por pressão, sendo eficaz com apenas uma aplicação. Foi mostrado que o LBP acelera o processo de reparo tecidual em comparação com os submetidos ao tratamento convencional. Para que o uso do laser seja rotineiramente recomendado no tratamento de úlceras por pressão em crianças, especialmente os neonatos, recomenda-se novos estudos para melhor elucidação dos benefícios desta terapêutica, possibilitando a consolidação da laserterapia de baixa potência nas úlceras por pressão. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, J.A.C.; SOUSA, A.L.; FÔNSECA, C.L.G. Analise histológica da cicatrização de feridas cutâneas experimentais sob ação do laser de baixa potência. Scientia Médica. 21(3): 96-100, 2011. ALMEIDA, L.L, MASSINI, R.J. Lasers e suas aplicações. São Paulo: DMC Equipamentos, 2000. 31p. ARAÚJO, T.M.; ARAÚJO, M.F.M.; CAETANO, J.A. O uso da escala de Braden e fotografias na avaliação do risco para úlceras por pressão. Rev. Esc. Enferm. USP 46(4): 858-864, 2012. ARNOLD, J.; HARRY, L.; RICHARD B. et al. Doenças da pele de Andrews: Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. AVERY, G.B.; FLETCHER, M.A.; MACDONALD, M.G. 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Fone: 2070-0040 Fax: 2070-0174 [email protected] TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, Andiara Judite Alves Arruda, Enfermeira, devidamente registrada no Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo n° de inscrição 0131861, estabelecida na Rua Antônio Carlos de Oliveira Bottas, nº.1820 , CEP 15041-570, na cidade de São José do Rio Preto, cujo telefone de contato é (17) 81401140, vou desenvolver uma pesquisa cujo título é EFEITOS DO LASER EM BAIXA INTENSIDADE NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM CRIANÇAS. O objetivo desta pesquisa é Avaliar a eficácia da aplicação do laser terapêutico de baixa intensidade diodo no processo de cicatrização de úlcera por pressão em crianças. Esta pesquisa faz se importante porque vários fatores próprios das crianças, tais como: pele infantil é mais vulnerável a infecções, sendo frágil física e imunologicamente, com facilidade para desenvolver alergias, sensível a introdução de dispositivos médicos, principalmente no recém-nascido prematuro, que ainda não está com a pele totalmente formada, levando a um risco maior em desenvolver úlcera por pressão. Venho convidar o (a) seu (sua) filho (a) na participação voluntária desta pesquisa, com seu consentimento, sua participação se fará de forma anônima, por meio dos seguintes procedimentos: receberá tratamento com curativo padrão do hospital de estudo que consiste em: Lavagem da úlcera com Solução Fisiológica (SF 0,9%), secagem com gaze estéril e aplicação de Placa de Hidrocolóide com troca a cada três dias conforme prescrição médica até a completa cicatrização ou receberá irradiação do laser de baixa intensidade nas úlceras por pressão que consiste em: 58 Limpeza do local com solução fisiológica SF 0,9% e as mesmas serão secas com gaze estéril para remoção do excesso de soro, ao redor da úlcera será colocado um campo estéril, em seguida será submetido á terapia com Laser de Diodo. As aplicações serão feitas duas vezes por semana ou mais se necessário até a completa cicatrização. A evolução do tratamento em ambos os casos será acompanhada através da observação e registro fotográfico durante o processo de cicatrização das úlceras tratadas. Para aplicação do laser a pesquisadora e as crianças utilizarão óculos de proteção contra radiação do laser para emissão correspondente ao comprimento de onda de 685 mm, a fim de evitar possíveis danos à região ocular. A participação do (a) seu (sua) filho (a) proporcionará um melhor conhecimento à respeito do tratamento das úlceras por pressão em crianças, que no futuro poderá beneficiar outras crianças no tratamento de ulceras por pressão e seus benefícios em se utilizar o laser .Não existe outra forma de obter dados com relação ao procedimento em questão.Informo que o Sr(a) tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO), com o nº de CAAE _________ caso tenha alguma consideração, dúvida ou reclamação sobre a ética da pesquisa, entre em contato através do endereço: Rua Carolina Fonseca, 584- Itaquera CEP 08230-030 São Paulo SP. Fone: 2070-0040 Fax: 2070-0174 [email protected]. Também é garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e em deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade do tratamento do (a) seu (sua) filho (a) na instituição. Garanto que os dados obtidos serão analisados em conjunto com dados de outras crianças, não sendo divulgada a identificação de nenhum dos participantes. O Sr (a) tem o direito de ser mantido (a) atualizado (a) sobre os resultados parciais das pesquisas e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar. Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à participação do (a) seu (sua) filho (a). Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. 59 Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados através de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a identificação do (a) seu (sua) filho (a). Agradeço desde já a colaboração em autorizar a participação de seu filho para realização desta pesquisa. O senhor (a) declara ter lido ou que foram lidas as informações a respeito do que consta neste termo de consentimento livre e esclarecido bem como autoriza a participação de seu filho (a) na realização desta pesquisa e a utilizar sua imagem única e exclusivamente para fins de estudo sem divulgação de sua identidade. Declara ainda de que foi discutido com a Enfermeira Andiara Judite Alves Arruda sobre a decisão em permitir a participação de seu (sua) filho (a) nesse estudo. Ficando claro quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Declara que este documento foi assinado em duas vias pelo senhor (a) e pesquisadora, ficando uma cópia sobre seu poder e outra com a pesquisadora. Jales, ____ de _________________ de 2013. _______________________________________________________ Assinatura dos pais ou responsáveis Nome: Endereço: RG. Fone: ( ) Nome da criança:_____________________________________________________________ Assinatura da pesquisada: ____________________________ Andiara Judite Alves Arruda FONE PARA CONTATO (17) 81401140 RG: 29.060.046-7 HORÁRIO DE ATENDIMENTO: Segunda a Sexta-feira das 10h00 ás 18h00 COREN: 0131861 60 ANEXO C Parecer Consubstanciado do CEP 61