Prevenção da Erosão e Medidas de Controlo de Sedimentos em Obra – Um Plano a Desenvolver Ana Telhado, Instituto da Água I.P.; Maria João Pessoa, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e Maria Ana Fonseca Intervir no solo implica alterações na morfologia e nos ecossistemas Todos os EIA propõem medidas de minimização gerais, para a fase de construção, sem especificar quando, como e onde as mesmas devem ser implementadas. As medidas propostas passam por: - minimizar e limitar a área a desmatar O solo constitui um sistema dinâmico com processos de formação e regeneração lentos pelo que deverá ser considerado como um recurso não renovável. As acções de desmatação, terraplenagem e impermeabilização do solo alteram as suas características, deixando-o desprotegido e sujeito à erosão, vulnerável à acção da precipitação, prevalecendo o escoamento superficial em detrimento da infiltração e recarga das massas de água subterrâneas. - vedar e/ou assinalar áreas sensíveis - aspersão do solo para diminuir poeiras - minimizar as áreas com solos expostos - limitar as actividades poluentes aos locais dos estaleiros identificar e proteger espécies vegetais, como árvores, que não podem ser afectadas pela construção O escoamento promove a perda de solo pelo arraste dos sedimentos, com deposição e sedimentação a jusante, provocando assoreamento, contaminação, diminuição da fertilidade do solo e consequente destruição de habitats. A deposição e sedimentação do material carregado de montante afecta sempre massas de água, com alterações nas suas características, interferindo e/ou alterando todos os ecossistemas e as actividades humanas que dependem destas águas. Minimizar os impactes da erosão e sedimentação numa obra implica realizar e implementar um Plano de Prevenção da Erosão do Solo e Controlo de Sedimentos Para o Plano de Prevenção da Erosão do Solo e de Controlo de Sedimentos é necessário proceder à caracterização das condições climatéricas, tipo de solo, topografia e vegetação para os locais específicos a intervir. Cada plano, sendo específicos para cada obra, será composto por peças escritas e por peças desenhadas. Deve conter uma descrição do projecto com a sequência e o cronograma das actividades (explicitando os métodos, técnicas e procedimentos a adoptar), descrever a área a afectar e as áreas adjacentes, identificar as áreas criticas e identificar e explicitar as medidas a adoptar em cada local. Nas peças desenhadas a área a desmatar e a terraplenar tem de ser limitada. Deverão incluir-se mapas passíveis de sobreposição com a topografia, aspectos específicos e condicionantes que permitam identificar onde será mais provável a ocorrência de fenómenos de erosão e adoptadas, previamente e antes da obra se iniciar, medidas de controlo especificas. Pormenores com as localizações específicas de cada medida. - bacias de decantação e barreiras de sedimentos Medidas gerais implementadas mas inadequadamente PARA A PREPARAÇÃO DO PLANO: - Identificar toda a área afecta à construção (incluindo estaleiros e acessos); - Caracterizar essa área recorrendo ao inventario e analise de dados (linhas de água, sentidos de escoamento, linhas de drenagem existentes); - Calendarizar das actividades; - Propor medidas de controlo; - Proceder à Manutenção das Medidas e Inspecção. APLICAÇÃO DE OUTRAS MEDIDAS (TEMPORÁRIAS OU PERMANENTES E DE ACORDO COM O LOCAL E A OBRA): Medidas de Estabilização: - Vegetação temporária/permanente; - Materiais Compostos (madeira, palha, compostos sintéticos, redes); - Geotextil. Medidas Estruturais: O Plano tem de especificar onde e quando se implementam as medidas, de controlo da erosão e da sedimentação durante a construção (cronograma de implementação e manutenção). - Diques; - Canais de Drenagem; - Barreiras formadas por telas; - Bacias de Sedimentação. O Plano deve conter um Programa de Manutenção que deve prever rotinas de verificação, de reparação, de substituição e um inventário dos materiais de controlo.