DIABETES De acordo com a Organização Mundial de Saúde estima-se que, actualmente, existam à volta de 194 milhões de diabéticos no mundo, número que alcançará os 330 milhões em 2025. Cerca de 90% dos casos são de diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino Dependentes) intimamente ligada ao também aumento exponencial da obesidade no mundo ocidental. Contudo, não se pode afirmar que a obesidade e/ou alimentação são directamente os factores causadores dos diabetes Tipo 2, têm uma grande influência no seu desenvolvimento. O tipo de alimentação é um dos factores mais importantes no tratamento de diabetes porém é importante referir que não se trata de uma alimentação especial, pois é muito semelhante à alimentação ideal para o resto da população. A dieta alimentar de um diabético não precisa de ser monótona e insípida, por isso, como nutricionista, aconselho as pessoas com diabetes a seguir certos conselhos que pouco a pouco farão parte do seu dia-a-dia: comer várias vezes ao dia (5 a 6 refeições diárias) e de forma regular, não deixando passar mais de três horas entre as refeições; consumir alimentos com baixo valor de Índice Glicémico, como cereais integrais e alimentos ricos em fibras solúveis, de forma a manter o nível de açúcar estável; ingerir muitos legumes e frutas (entre 3 a 5 peças por dia) sendo a ingestão de três peças de fruta e duas porções grandes de legumes (por dia) o ideal; reduzir a ingestão de alimentos açucarados (bolos, bolachas, biscoitos, produtos de pastelaria, compotas, marmeladas, chocolate, frutas em calda e cristalizadas) assim como de gorduras e alimentos ricos em gordura, evitando deste modo as gorduras saturadas e de origem animal (carne vermelha, enchidos, charcutaria, manteiga, nata, queijo e leite gordo); e, por fim, reduzir o uso de muito sal na comida, de modo a evitar a hipertensão. A ideia de que pessoas com diabetes devem evitar totalmente o açúcar está disseminada, embora não corresponda totalmente à verdade. Por exemplo, se um diabético consumir alimentos ou bebidas açucaradas (bolos, bolachas, chocolates, refrigerantes, etc), com o estômago vazio, o seu nível de glucose no sangue subirá em flecha, contudo, se o açúcar for ingerido numa refeição rica em fibras, a libertação de glucose vai ser mais lenta. Portanto, a menos que o médico ou nutricionista o aconselhe do contrário, pode, ocasionalmente, comer um bolo ou uma bolacha a seguir a uma refeição rica em fibras (refeições principais), não abusando na quantidade. Uma alimentação saudável rica em fibras com baixo teor de açúcar e gordura deve satisfazer e fornecer o combustível necessário para as actividades diárias do organismo ao mesmo tempo que irá ajudá-lo a controlar o nível de açúcar no sangue e o seu peso, além de contribuir para a prevenção de doenças cardíacas.