11.7 Valores Extremos e Ponto de Sela Luiza Amalia Pinto Cantão Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista – UNESP [email protected] Valores Extremos Locais Definição: Seja f (x, y) definida em uma região R que contém o ponto (a, b). Então: 1. f (a, b) é um valor máximo local de f se f (a, b) ≥ f (x, y) para todos os ponto do domı́nio (x, y) em um disco aberto centrado em (a, b). 2. f (a, b) é um valor mı́nimo local de f se f (a, b) ≤ f (x, y) para todos os ponto do domı́nio (x, y) em um disco aberto centrado em (a, b). Teste da Derivada de Primeira Ordem para Valores Extremos Locais Teorema: Se f (x, y) tiver um valor de máximo ou mı́nimo local em um ponto interior (a, b) do seu domı́nio e se as derivadas parciais de primeira ordem existirem lá, então fx(a, b) = 0 e fy (a, b) = 0. Ponto Crı́tico e Ponto de Sela Ponto Crı́tico: Um ponto interior do domı́nio de uma função f (x, y) onde fx = fy = 0 ou onde fx =6 ∃ ou fy =6 ∃ ou ambas não existam é um ponto crı́tico de f . Atenção: • Os únicos pontos onde uma função f (x, y) pode assumir valores extremos são os pontos crı́ticos ou pontos de fronteira. • Nem todo ponto crı́tico é um extremo local. • No R, uma função pode ter um ponto de inflexão, no R2 pode ter um ponto de sela. Ponto de Sela: Uma função diferenciável f (x, y) tem um ponto de sela em um ponto crı́tico (a, b) se em todo disco aberto centrado em (a, b) existem pontos do domı́nio (x, y) onde f (x, y) > f (a, b) e pontos do domı́nio (x, y) onde f (x, y) < f (a, b). O ponto correspondente (a, b, f (a, b)) na superfı́cie z = f (x, y) é chamado de ponto de sela da superfı́cie. Exemplos Exemplo (1): Determine os pontos crı́ticos de f (x, y) = x2 +y 2 −2x−6y+14. Exemplo (2): Determine os valores extremos de f (x, y) = y 2 − x2. Teste da Segunda Derivada Teorema: Suponha que f (x, y) e suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem sejam contı́nuas em um disco centrado em (a, b) e que fx(a, b) = fy (a, b) = 0. Então: 2 a. f tem um máximo local em (a, b) se fxx < 0 e fxxfyy − fxy > 0 em (a, b). 2 b. f tem um mı́nimo local em (a, b) se fxx > 0 e fxxfyy − fxy > 0 em (a, b). 2 c. f tem um ponto de sela em (a, b) se fxxfyy − fxy < 0 em (a, b). 2 d. O teste é inconclusivo em (a, b) se fxxfyy − fxy = 0 em (a, b). Nesse caso, devemos encontrar uma outra maneira de determinar o comportamento de f em (a, b). 2 Atenção: A expressão fxxfyy − fxy é chamada de discriminante ou hessiana de f . Algumas vezes é mais fácil lembrar dela na forma de determinante: f f xx xy 2 fxxfyy − fxy = Lembre-se que: fxy = fyx fxy fyy Exemplos Exemplo (3): Determine os valores de máximos e mı́nimos locais e os pontos de sela de f (x, y) = x4 + y 4 − 4xy + 1. Exemplo (4): Determine e classifique os pontos crı́ticos da função f (x, y) = 10x2y − 5x2 − 4y 2 − x4 − 2y 4. Exemplo (5): Determine a distância mais curta entre o ponto (1, 0, −2) e o plano x + y + z = 4. Exemplo (6): Uma caixa retangular sem tampa deve ser feita com 12m2 de papelão. Determine o volume máximo de tal caixa. Figura do Exemplo (4) Máximos e Mı́nimos Absolutos em Regiões Fechadas e Limitadas 1. Relacione os pontos interiores: de R onde f possa ter máximos e mı́nimos locais e calcule f nesses pontos. Esses são os pontos no quais fx = fy = 0 ou onde uma ou ambs as derivadas parciais deixam de existir (pontos crı́ticos de f ). 2. Relacione os pontos da fronteira: de R onde f tem máximos e mı́nimos locais e calcule f nesses pontos. 3. Procure na relação: pelos valores máximos e mı́nimos absolutos (ou globais) de f em R. Como máximos e mı́nimos globais são também máximos e mı́nimos locais, os primeiros aparecem em algum lugar das relações construı́das nos passos 1 e 2. Analise as relações para encontrá-las. Exemplo (7): Determine os valores máximos e mı́nimos absolutos da função f (x, y) = x2 −2xy+2y no retângulo D = {(x, y) / 0 ≤ x ≤ 3, 0 ≤ y ≤ 2} Resumo Os valores extremos de f (x, y) podem ocorrer apenas em i. pontos de fronteira: do domı́nio de f . ii. pontos crı́ticos: fx = fy = 0 ou pontos onde fx ou fy não existam. de R onde f tem máximos e mı́nimos locais e calcule f nesses pontos. Se as derivadas parciais de primeira e segunda ordem de f forem contı́nuas em um disco centrado em um ponto (a, b) e fx(a, b) = fy (a, b) = 0, podemos classificá-lo com o teste da derivada segunda: 2 i. Máximo local: fxx < 0 e fxxfyy − fxy > 0 em (a, b). 2 ii. Mı́nimo local: fxx > 0 e fxxfyy − fxy > 0 em (a, b). 2 iii. Ponto de sela: fxxfyy − fxy < 0 em (a, b). 2 iv. Teste inconclusivo: fxxfyy − fxy = 0 em (a, b). Exercı́cios Propostos: George B. Thomas – Volume 2 Páginas 324 à 327; Exercı́cios: 1 à 46.