DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética ENCONTROS EM PREPARAÇÃO PARA A PRIMEIRA EUCARISTIA Etapa I – Módulo I (A e B) Apostila do Catequista 1 2 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I CONTEÚDO O PERFIL DO CATEQUISTA ..........................................................................................................................................................................5 COMPROMISSOS DO CATEQUISTA .........................................................................................................................................................6 ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA .....................................................................................................................................................6 PLANEJAMENTO DA CATEQUESE .............................................................................................................................................................7 1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO – JESUS ESTÁ ENTRE NÓS ..........................................................................8 2º ENCONTRO: EU, MINHA FAMÍLIA E A NOSSA FÉ ..................................................................................................................... 11 3º ENCONTRO: JESUS NA FESTA DA COMUNIDADE – MISSA .................................................................................................. 14 4º ENCONTRO: ORAÇÕES DA IGREJA ................................................................................................................................................... 18 5º ENCONTRO: APRESENTAÇÃO DA BÍBLIA / CONHECER E MANUSEAR ............................................................................. 20 6º ENCONTRO: O AMOR DE DEUS E O PECADO ................................................................................................................................ 22 7º ENCONTRO: A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO E A CONVERSÃO ........................................................................................ 25 8º ENCONTRO: O ESPÍRITO SANTO E A VIDA NA IGREJA ........................................................................................................ 28 9º ENCONTRO: DEUS CRIOU E NÓS CUIDAMOS ............................................................................................................................. 30 10º ENCONTRO: A DESOBEDIÊNCIA DE NOSSOS PRIMEIROS PAIS ..................................................................................... 32 11º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: NOÉ E A ALIANÇA COM DEUS ........................................................................ 35 12º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: ABRAÃO A JOSÉ .................................................................................................. 38 13º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: MOISÉS .................................................................................................................... 41 14º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: JUÍZES E REIS ..................................................................................................... 45 15º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: PROFETAS ................................................................................................................ 51 16º ENCONTRO: MARIA E A ANUNCIAÇÃO DO ANJO................................................................................................................... 55 17º ENCONTRO: NASCIMENTO DE JESUS, APRESENTAÇÃO AO TEMPLO E AOS DOZE ANOS .................................................. 57 18º ENCONTRO: BATISMO DE JESUS .................................................................................................................................................. 59 19º ENCONTRO: A COMUNIDADE QUE ACOLHE PELO BATISMO .............................................................................................. 61 20º ENCONTRO SANTÍSSIMA TRINDADE ......................................................................................................................................... 64 1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE............................................................................................. 66 2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE ............................................................................................ 68 3º TEMA EXTRA: SEMANA SANTA E PÁSCOA ................................................................................................................................... 75 4º TEMA EXTRA: O SANTO PADROEIRO ............................................................................................................................................. 76 5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃES ........................................................................................................ 82 6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI ....................................................................................................................................................... 84 7º TEMA EXTRA:VOCAÇÃO – DIA DOS PAIS ...................................................................................................................................... 88 8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA ............................................................................................................................... 92 9º TEMA EXTRA: MISSÕES ....................................................................................................................................................................... 97 10º TEMA EXTRA:DÍZIMO.......................................................................................................................................................................... 99 BIBLIGRAFIA ................................................................................................................................................................................................. 103 DINÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012: ...................... 104 3 4 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I O PERFIL DO CATEQUISTA Faz parte do necessário perfil do catequista: Equilíbrio psicológico, maturidade humana e afetiva. Liderança, Criatividade Responsabilidade e iniciativa. Capacidade de diálogo e de trabalho em Equipe. e perseverança. Vocação para catequista. Vida coerente com a fé Participação na formação inicial de, Disposição para progredir na no mínimo, 01 (um) fé e espiritualidade ano. (conversão contínua, vida de oração, vida sacramental). (não esteja impedido de receber os Sacramentos por ter sido atingido por alguma lei canônica). Boa comunicação. Ter no mínimo 16 anos e ter sido crismado. Participação, engajamento e espírito de serviço à comunidade. Amor preferencial pelos pobres. (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86) 5 COMPROMISSOS DO CATEQUISTA 1. Comunicar a Palavra de Deus com o testemunho (experiência de fé e vida). 2. Dedicar-se, de modo específico, ao serviço da Palavra. 3. Anunciar a Palavra e denunciar o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua vocação de filho de Deus. 4. Participar ativamente dos eventos paroquiais e reuniões de Catequese (núcleo paroquial, Região Pastoral e Diocese). 5. Leitura assídua de livros, revistas e boletins. 6. Atualizar-se, participando assiduamente de cursos, formação permanente e retiros. 7. Elaborar antecipadamente, em equipe, os encontros catequéticos e encontros para as famílias dos catequizandos (pensar em gestos concretos com os catequizandos nas famílias). ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA A Catequese Renovada qualifica o catequista como pessoa de profunda espiritualidade, que leva uma vida de oração. Por isso, diz que a formação deve ter cuidado de desenvolver principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé, seu compromisso com a transformação do mundo. A espiritualidade do catequista, para ser autêntica, deve estar integrada na vida concreta, compreendendo as atitudes de: 1. Relacionamento pessoal e profundo com Deus. 2. Seguimento de Cristo nas atitudes e interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão sincera. 3. Docilidade à ação do Espírito Santo. 4. Comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo. 5. Amor filial à Virgem Maria, Mãe e Modelo de catequista. 6. Vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas. 7. Escuta, com fé e fidelidade, à Palavra de Deus que se manifesta na Bíblia, na Igreja e nos acontecimentos. 8. Integração dos aspectos celebrativos da liturgia e da piedade popular. 9. Vida sacramental, de oração, de contemplação encarnada na vida do povo. 10. Sentido de serviço para todos. 11. Espiritualidade do trabalho e da ação. 12. Amor aos empobrecidos e vivência evangélica. 13. Alegria de ser evangelizador (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 87-88) 6 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I PLANEJAMENTO DA CATEQUESE ETAPA I – INICIAÇÃO À VIDA EUCARÍSTICA – MÓDULO I-A e B DATA ENCONTRO TEMA 7 1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO – JESUS ESTÁ ENTRE NÓS 1. Objetivo Promover um ambiente acolhedor recebendo com alegria cada catequizando. Estabelecer critérios de compromisso dos catequizandos entre si. 2. Conteúdo do Encontro: De forma dinâmica refletir a citação bíblica que nos ensina, na atitude do bom samaritano, o gesto concreto do amor ao próximo. Jesus ensinanos como devemos amar a Deus e ao próximo. É toda a base de uma vida verdadeiramente cristã, é o alicerce do Reino de Deus. 3. Leitura utilizada: Mt 18, 20. 4. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, Bíblia, imagens. 5. Material utilizado: Um rolo de barbante. Uma gravura de Jesus. Crachás para serem preenchidos pelos catequizandos. 6. Desenvolvimento do tema: Dar boas vindas – Motivação: quando encontramos uma pessoa qual é a primeira coisa que queremos saber dela? (pausa) O que vocês estão querendo saber de mim? (pausa) O nome, não é isso? É isso que vamos fazer agora. Vamos saber o nome de todos, pois afinal passaremos o ano juntos! Para guardar melhor vamos preparar um crachá, cada um vai enfeitar o seu, bem bonito e escrever o seu nome. Dar tempo para que cada um possa escrever e desenhar no seu crachá. Dinâmica – teia de aranha (com um rolo de barbante). Colocar a gravura voltada para o chão, no centro da sala, formar um círculo em volta. Desenrolar um pouco laçando em seu dedo (começa pela catequista). Dizer o nome e mais alguma coisa, por exemplo: “Meu nome é Maria Auxiliadora, sou casada, tenho três filhos, sou catequista há cinco anos, gosto de ir à praia” Em seguida jogar o rolo para o próximo (sou fulano, estou aqui para conhecer JESUS) e assim por diante com a participação de todos. Comentar a teia formada: O que parece isso? (pausa) Uma teia de aranha. Quem conhece a teia de aranha? Alguém já viu aranha? (pausa - Esta dinâmica ajudará no conhecimento e entrosamento da turma). Comentários: Vocês já imaginaram se algum de nós soltar o dedo... o que vai acontecer? (pausa) Vai ficar um buraco. Será que vai fazer falta? (pausa) Vai... o seu lugar só você pode ocupar. Cada um de nós é muito importante. Por isso cada um vai fazer o possível para não faltar aos encontros. Deverá vencer o sono de manhã, o frio, a chuva, o sono depois do almoço, o cansaço do final do dia, o calor de verão. Não podemos deixar que nada nos atrapalhe. Cada um de nós falou o porquê de estar aqui, será que é por isso mesmo? Eu acredito que fomos chamados. O nosso 1º chamado foi à vida. O nosso 2º chamado foi no dia do nosso batismo e fomos convidados a ser santos e hoje estamos aqui e, com certeza, não sabemos exatamente o porquê, mas acredito que cada um de nós foi chamado para estar aqui. Com o passar dos encontros cada um irá descobrir o motivo verdadeiro. 8 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Ler o versículo Mt 18, 20, virar a figura que está no chão mostrando que Jesus está no meio de nós e quer ser nosso amigo. Ele estará presente em nossos encontros porque no reunimos em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus quer ser nosso amigo, assim como foi amigo dos apóstolos, dos doentes, dos pobres e dos pecadores. Jesus está sempre conosco, nos momentos tristes e nos momentos felizes, mesmo que não se perceba a sua presença. Ler e comentar o texto da apostila e preencher o quadro com os nomes dos amigos. Falar sobre as boas atitudes – seguindo a apostila do catequizando. 7. Vivência: Fazer com os pais as atividades propostas – trazer esta página assinada pelos pais. 8. Momento de Oração: Aproveitar a figura de Jesus que está no centro do círculo para que cada catequizando faça a sua oração espontaneamente, sua oração a Jesus. Peça que conversem com Jesus enquanto sua imagem vai passando de mão em mão. Em seguida oriente-os a fazer a oração que está na apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O centro do primeiro anúncio (querigma) é a pessoa de Jesus, proclamando o Reino como uma O querigma, portanto, proporciona experiência de amor profundo de Cristo, gerando nova e definitiva invenção de Deus que salva com um poder superior àquele que utilizou na criação do adesão a Ele. Só quem fez esta experiência de Jesus mundo. “Essa salvação é o „grande dom de Deus‟, libertação de tudo aquilo que oprime a pessoa humana, sobretudo do pecado e do maligno, na Cristo pode passar pelo processo catequético, pois só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e alegria de conhecer a Deus e ser por Ele conhecido, de o ver e se entregar a Ele” (DNC 30). Por querigma devemos entender o anúncio o ensinamento do Mestre. O querigma também pode ser aprofundado sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do alegre de Jesus, que nos leva a conhecer e amar a sua pessoa como presença a salvadora de Deus na história da humanidade e em nossa história pessoal livro “O pequeno Príncipe”. O encontro do príncipe com a raposa em que se estabelece uma profunda amizade, para fazer uma comparação com a amizade de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua proposta, reorientando toda a sua vida num processo que Ele quer aprofundar com cada um, explicando que para isso Jesus quer cativar os catequizandos e ser cativado por eles. Aproveite as narrativas! Elas de conversão constante e crescente. O querigma apresenta os principais fatos da vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como são sempre bem vindas! Conte as narrativas com arte, com entusiasmo, para que o catequizando saboreie o que é contado. Pode ser organizado um Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo amigo. É preciso apresentar que Ele é o Filho de pequeno teatro, ou apenas feita uma leitura. (Cf. Saint-Exupery. “O pequeno Príncipe”. 48 ed. Rio de Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para com todos. Amou a todos os que dele se Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69) aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 11. seguir seus passos. 9 O encontro do Príncipe com a Raposa 10 E foi então que apareceu a raposa: Bom dia, disse a raposa. Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita... Sou uma raposa, disse a raposa Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. Ah! desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: Que quer dizer "cativar"? Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras? Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"? Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas? Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"? É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços. Criar laços? Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor, eu creio que ela me cativou ... É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ... Oh! não foi na Terra, disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada: Num outro planeta? Sim. Há caçadores nesse planeta? Não. Que bom ! E galinhas? Também não. Nada é perfeito, suspirou a raposa. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 2º ENCONTRO: EU, MINHA FAMÍLIA E A NOSSA FÉ Objetivos: Conscientizar o catequizando de sua responsabilidade na construção da família no mundo, conforme a vontade de Deus. Despertar neles o amor filial e fraternal. Reconhecer a comunidade familiar como espaço privilegiado para o crescimento e desenvolvimento físico e afetivo das pessoas. Reconhecer que na família deve haver amor, união e respeito e que cada membro tem seus direitos e deveres. Aprofundar a idéia de que ter fé é ter certeza sobre aquilo que não vemos. Retomar o conceito de fé e aprofundá-lo. 2. Conteúdo do Encontro: Mostrar aos catequizandos que devemos viver em comunhão sendo compreensivo e humilde. Estar aberto ao diálogo. Quais pessoas fazem parte da família e como vivem, se há desempregados, doentes etc. Qual a importância da família para uma pessoa? Que tipo de família é a minha? Quais os outros tipos de família que conhecemos? Família por parentesco (laços de sangue), família por solidariedade (sem laços de sangue, mas unidas pela convivência) e família por afeto (sem laços de sangue, mas unidas pelo amor e solidariedade como, por exemplo, adoção). Quem trouxe o catequizando para a catequese? Todos freqüentam a paróquia? Todos professam a mesma fé? Dramatizar o dia a dia da família. Incentivar os catequizandos a valorizar a família. Mostrar o exemplo da família de Nazaré em viver os valores humanos e cumprir a lei de Deus. O filho que quer crescer na amizade de Deus procura ser solícito e obediente como Jesus era para com seus pais. Mostrar que o amor une a todos: pai, mãe, filhos e pessoas que moram juntos. Aproveitar o momento para convidar os pais ou responsáveis para ajudar no trabalho da catequese. Pedir aos catequizandos alguns exemplos que demonstrem a nossa necessidade desta experiência espiritual, assim como as plantas precisam de água. Conversar com eles sobre as conseqüências da fé. 3. Desenvolvimento do tema: Iniciar o encontro rezando pelas famílias de cada um. Conversar sobre a família de cada um. Incentivar o catequizando a valorizar a família. Dramatizar o dia a dia da família. Conversar sobre a árvore genealógica. Mostrar o bom exemplo da família de Nazaré em viver os valores humanos e cumprir a Lei de Deus. O filho que quer crescer na amizade de Deus procura ser solícito e obediente como Jesus era para com seus pais. Mostrar que o que faz a família é o amor que une a todos: pai, mãe, filhos e pessoas que moram juntos. Para falar de fé, fazer a seguinte dinâmica: Mostrar aos catequizandos um vaso com flor murcha sem água e um vaso com águas e flores vivas. Perguntar o que eles estão vendo. 11 Comentar: este vaso com água as flores estão vivas e este vaso sem água, as flores estão murchas. A água é um alimento. Sem ela, as plantas murcham, secam e acabam morrendo. Se ficarmos sem beber água, a boca seca e ficamos desidratados. Assim é a fé. Ela é um alimento que nos mantém vivos e fortes. Sem em ela, ficamos murchos, como uma flor sem água. Ler o texto bíblico – Mt 9, 20-26 – A fé que salvou. Comentar a história bíblica, dizendo que a mulher acreditou, teve fé e por isso ficou curada só em tocar Jesus. Ir lendo com eles o texto da apostila. Comentar que é preciso não deixar a fé morrer na vida e na vida da família. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 9,20-26 5. Ambientação: toalha, flores murchas em um vaso, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila e figuras de famílias. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – orientar a escrita da oração da apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA As Lições da Sagrada Família O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, redentora da humanidade na Família de Nazaré. A chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). primeira realidade humana que Ele quis resgatar Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a foi a família; Ele não teve um pai natural aqui, mas vida humana surge como que de uma nascente quis ter um pai adotivo, quis ter uma família, e sagrada, e é cultivada e formada. É missão viveu nela trinta anos. Isso é muito significativo. sagrada da família: guardar, revelar e comunicar Com a presença d‟Ele na família – Ele sagrou todas ao mundo o amor e a vida. as famílias. O Concílio Vaticano II já a tinha chamado Conta-nos São Lucas que após o encontro do de “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus Senhor no Templo, eles voltaram para Nazaré “e reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; Ele lhes era submisso” (cf. Lc 2,51). A primeira nele também foi ensinado que: “A salvação da lição que Jesus nos deixou na família é a de que os pessoa e da sociedade humana estão intimamente filhos devem obedecer aos pais, cumprindo bem o ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e Quarto Mandamento da Lei. Assim se expressou o familiar” (GS, 47). Papa João Paulo II: Jesus habita com a família cristã. A “O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galiléia „Deus de Deus, Luz da Luz‟, entrou na história dos significa que o Senhor “quer estar no meio da homens através da família” (CF, 2). família”, ajudando-a a vencer todos os seus A Família de Nazaré sempre foi e sempre desafios; e Nossa Senhora ali o acompanha com a será o modelo para todas as famílias cristãs. sua materna intercessão. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Desde que Deus desejou criar o homem e a Deus e para Deus; o seu projeto é fazer a vontade mulher “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26), Ele de Deus. A Sagrada Família é a escola das os quis “em família”. Por isso, a família é uma virtudes por meio da qual toda pessoa deve realidade sagrada. Jesus começou sua missão aprender e viver desde o lar. 12 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Maria é a mulher docemente submissa a Como será possível, num contexto de Deus e a José, inteiramente a serviço do Reino de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim garantir aos filhos as bases de uma personalidade segundo a sua palavra” (Lc 1,38). A vontade dela é firme e equilibrada e uma vida digna, com a vontade de Deus; o plano dela é o plano de Deus. esperança? Viveu toda a sua vida dedicada ao Menino Deus, Como será possível construir uma sociedade depois ao Filho, Redentor dos homens, e, por fim, forte e sólida onde há milhares de “órfãos de pais ao serviço da Igreja, a qual o Redentor instituiu vivos”? Fruto da permissividade moral e do para levar a salvação a todos os homens. relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a José era o pai e esposo fiel e trabalhador, porcentagem dos casais que se separam, homem “justo” (Mt 1, 19), homem santo, pronto a destruindo as famílias e gerando toda sorte de ouvir a voz de Deus e cumpri-la sem demora. Foi o sofrimento para os filhos. Muitos crescem sem o defensor do Menino e da Mãe, os tesouros calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo maiores de Deus na Terra. Com o trabalho humilde essa carência afetiva para sempre. de carpinteiro deu sustento à Família de Deus, A Família de Nazaré ensina ainda hoje que a deixando-nos a lição fundamental da importância família desses nossos tempos pós-modernos só do trabalho, qualquer que seja este. poderá se reencontrar e salvar a sociedade se A Família de Nazaré é para nós, hoje, mais souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu do que nunca, modelo de unidade, amor e modo de vida: serviçal, religioso, moral, fidelidade. Mais do que nunca a família hoje está trabalhador, simples, humilde, amoroso… Sem isso, sendo destruída em sua identidade e em seus não haverá verdadeira família e sociedade feliz. valores. Surge já uma “nova família” que nada tem a ver com a família de Deus e com a Família de Nazaré. Fonte: Prof. Felipe Aquino - Comunidade Canção Nova 13 3º ENCONTRO: JESUS NA FESTA DA COMUNIDADE – MISSA 1. Objetivos: Animar os catequizandos para que participem da missa com entusiasmo. Compreender que sua participação faz crescer a sua unidade com os irmãos e com Deus. Incentivar a participação da família na missa, aos domingos. 2. Conteúdo do Encontro: Os catequizandos devem tomar consciência que participar da missa é rezar com Jesus e com os outros. Explicar que a missa é uma grande festa e como deve ser sua participação. A Eucaristia é o sinal de comunhão entre os irmãos. É na missa que celebramos o que de mais precioso temos: a vida, com suas alegrias, tristezas, esperanças, tudo isso junto com nossos irmãos. Na missa lembramos a vida de Jesus, os seus ensinamentos, participamos do seu sacrifício, recebendo o próprio Cristo. Jesus age em nós para fazermos o bem. Na missa nos reconciliamos com Deus, sentimo-nos mais unidos, mais irmãos, escutamos os ensinamentos de Deus pela sua Palavra, louvamos e falamos com Deus, cantamos, pedimos, recebemos a presença de Jesus ressuscitado, preparamo-nos para, com Jesus, construir um mundo justo e fraterno. 3. Desenvolvimento do tema: Conversar com os catequizandos sobre uma festa de aniversário. Enumerar os momentos, desde a preparação da festa até o seu final, o bolo, o parabéns a você, o apagar a vela, que é o ponto alto da comemoração. Tudo numa festa é importante, mas o principal é a comemoração da vida de uma pessoa. Assim é a Celebração Eucarística. Lembramos de um fato do passado – Cristo que fez a ceia com os apóstolos, doou a sua vida, dando seu corpo e sangue para a salvação de todos. Quando vamos à missa, relembramos as palavras e gestos que Jesus usou e atualizamos a entrega de Jesus porque Ele veio para salvar a todos, tanto os que viviam no seu tempo como os cristãos de todos os tempos (passado, presente e futuro). Leia o texto bíblico Lc 22, 14-20. Realize um segundo momento, com uma leitura dialogada: toda a turma narra e um dos catequizandos faz a leitura das falas de Jesus. Dramatize a cena com base nos versículos 19 e 20 em que Jesus abençoa e distribui o pão e o vinho. Levar os catequizandos até a igreja para explicar as partes da missa . Conversar com os catequizandos para ver se já participaram de alguma missa. O que sentiram, o que viram e o que entenderam. Ir mostrando os quadrinhos da apostila, explicando cada um e pedindo que preencham embaixo. 4. Leitura utilizada: da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, figuras de igreja. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – 14 orientar a escrita da oração da apostila. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA SANTA MISSA nossa caminhada do dia-a-dia, a Como é bom estar reunidos com a grande dinâmica de Deus em meio a seu povo. presença família de Deus, não e mesmo? A alegria da "A Santa Mãe Igreja julga seu dever ressurreição do Senhor é que nos leva a essa celebrar em certos dias no decorrer do ano, com reunião para celebrar a vitória da vida sobre a piedosa recordação, a obra salvífica de seu divino morte, numa grande festa, a missa. esposo. Em cada semana, no dia que ela chamou A Igreja reconhece o domingo como o dia Domingo, comemora a ressurreição do Senhor, por excelência dessa celebração, porque é o dia celebrando-a uma vez também, na solenidade em que Jesus Cristo ressuscitou (cf. CIC 1166). máxima da Páscoa, juntamente com sua sagrada Na missa, a comunidade de fé se encontra para paixão. escutar a Palavra de Deus, lembrar-se da paixão, ressurreição e mistério de Cristo, desde a Encarnação e partilhar de sua vida. Da missa vem a missão de Natividade até a Ascensão, o dia de Pentecostes anunciar Jesus Cristo e dar testemunho de sua e a expectativa da feliz esperança e vinda do fé Senhor. cristã. e glória do Demonstrando Senhor a alegria Jesus, No decorrer do ano, revela todo o de ter participado da celebração de Cristo ressuscitado. A celebração da missa não acontece somente na igreja. Ela inicia desde o momento em que decidimos ir à missa e continua no nosso diaa-dia, quando colocamos em prática a vivencia do envio que recebemos: exercitar a dinâmica do mistério pascal de morrer para o pecado e ressurgir para a vida. A celebração da missa é também chamada de Celebração Eucarística e é expressa por vários gestos, símbolos e atitudes. Sendo assim, para celebrarmos a missa, somos convocados a fazer parte da assembléia litúrgica, e juntos com a comunidade rezar, bendizer, oferecer, cantar a Relembrando os Mistérios da Redenção, "A Igreja é a nossa casa. Esta é a nossa casa!" (DA 246). "Entende-se, assim, a grande importância do preceito dominical de 'viver segundo o domingo', como necessidade interior do cristão, da família cristã, da comunidade paroquial. Sem uma participação ativa na celebração eucarística dominical e nas festas de preceito não existirá um discípulo missionário maduro. Cada grande reforma missionária da Igreja está vinculada ao redescobrimento da fé na Eucaristia" [...] (DA 252). uma só voz, a uma só alma, a um só coração. Ela é a fonte e ápice de nossa vida e missão, como Igreja (cf. PO 5). Muitas pessoas, ao participarem da missa, não entendem por que as cores mudam, qual o de cada tempo aos fiéis as riquezas do poder santificador e dos méritos de seu Senhor, de tal O ANO LITÚRGICO significado concede ... Porém, foi justamente para facilitar este encontro de sorte que, de alguma forma, os torna presentes em todo o tempo, para que os fiéis entrem em contato com eles e sejam repletos da graça da salvação" (SC 102). comunhão com o Senhor, em seu mistério, que a Igreja criou o Ano Litúrgico. Por meio das várias celebrações propostas no calendário litúrgico, Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.I, Ed.Vozes, 2008 – p. 92-93. nós podemos lembrar e celebrar, ao longo de 15 A SANTA MISSA E A FESTA DO CEBOLINHA Você também foi convidado para a festa de aniversário do Cebolinha. Preste muita atenção em tudo que acontece, depois nós vamos ver que a Missa é uma festa também! Cebolinha está muito feliz! É seu aniversário! Ele convidou muitas pessoas para sua festa. Dona Maria Cebola, a mãe do Cebolinha, preparou tudo com muito carinho: bolo, enfeites, mesa, músicas, brincadeiras... Cada pessoa que chegava para a festa era recebida com alegria pela família, deixando todos muito à vontade. O Cascão e o Cebolinha estavam de mal por causa de uma briga no futebol, mas Cascão aceitou o convite do amigo e quando chegou à festa, abraçou o Cebolinha e pediu desculpas. As pessoas estavam animadas e conversavam sobre suas vidas, sobre os acontecimentos da última semana, sobre seus problemas e suas alegrias. Então, o Seu Cebola, pai do Cebolinha, começou a contar coisas de quando ele ainda era bem pequenino. Falava com orgulho de como o seu filho era esperto, bonzinho, inteligente... Muitas pessoas começaram a abraçar o Cebolinha, desejando-lhe feliz aniversário, tudo de bom e que Deus lhe iluminasse e lhe cobrisse de bênçãos. O Cebolinha ganhou muitos presentes. As pessoas que chegavam, vinham lhe ofertar seu presente com um grande sorriso de felicidade. Sua mãe trouxe um bolo lindo e colocou sobre a mesa, junto com os refrigerantes. Cebolinha estava abrindo seus presentes, cada um lhe dava mais alegria que o outro... Então, ele olhou para sua mãe e falou: “Lembla, mãe? No ano passado a vovó estava aqui também. Agola ela já está lá no céu, e eu sei que um dia nos vamos nos encontlar com ela, junto com Nossa Senhola, os anjos e os santos... Por falar em santo, que bom que o Padle João veio, né mãe?” “É mesmo Cebolinha. Ele batizou você quando ainda era um bebê e agora tá aqui festejando seu aniversário!” Chegou a hora de cantar PARABÉNS. Todos ficaram de pé, se aproximaram da mesa e cantaram com entusiasmo. Partiu-se o bolo e serviu-se o refrigerante. Todos comeram e beberam. Estava uma delícia!!! Cada um que ia embora agradecia a família pela festa, pela receptividade, por tudo. E se despediam com um sorriso e um até breve. No dia seguinte, Cebolinha foi brincar com seus presentes. Então, ele viu que tinha muitos, muitos brinquedos e resolveu dar alguns deles para o Cascão. 16 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Vamos entender Convite para a festa A mãe prepara a festa Os convidados são recebidos Cascão pede desculpas Conversa dos convidados Abraçam o Cebolinha Ganhando presentes Bolo e refrigerante na mesa Abrindo os presentes Cebolinha fala da avó e do padre Parabéns Comer e beber Jesus nos convida para a Missa (seu banquete) Alguém prepara a Missa Entrada / Saudação Ato Penitencial Glória / Liturgia da Palavra Oração da comunidade Apresentação das ofertas Consagração Ofertório Oração eucarística Amém / Pai Nosso / Abraço da paz Comunhão Ir embora e agradecer Ação de graças / Despedida Dia seguinte e repartir Nosso compromisso para a semana que a Missa nos brinquedos pede 17 4º ENCONTRO: ORAÇÕES DA IGREJA Objetivos: Possibilitar aos catequizandos conhecerem e valorizarem as Orações da Igreja Católica. Mostrar que a oração é uma forma de se comunicar com Deus e é necessário rezar com confiança e perseverança. Demonstrar aos catequizandos que Deus se comunica com os homens de vários modos, através da Criação, dos acontecimentos, das pessoas, pela bíblia e por Jesus. 2. Conteúdo do Encontro: Estas orações são apresentadas pela Igreja e rezadas por todos os cristãos católicos: Sinal da Cruz, Pelo Sinal, Pai Nosso, Ave Maria, Anjo da Guarda, Vinde Espírito Santo, Oração do Padroeiro. 3. Desenvolvimento do tema: Iniciar o encontro rezando por cada um. a) Dinâmica – Para aprender a rezar Colocar dentro de uma caixinha papéis com perguntas sobre as orações da Igreja. Ir passando a caixinha entre os catequizandos e a catequista vai batendo palmas. Ao parar de bater palmas, quem estiver com a caixinha, deverá tirar um papel de dentro e rezar a oração que se pede. Continuar até que a caixinha passe por todos os catequizandos. Exemplos: primeira parte da Ave Maria, segunda parte do Pai Nosso, oração do anjo da Guarda, fazer o Sinal da Cruz, fazer o Pelo Sinal etc. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia - Lc 11,1-4 / Mt 6, 7-13 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, caixinhas com os papéis. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: orientar a escrita da oração da apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Jesus é o nosso modelo de pessoa que agrada a Deus em suas orações. comunidade, gerando vida plena e esperança uns nos outros (Mt 6,7-13). A oração de Jesus era a sua vida. Assim o Era no diálogo com o Pai (Lc 6,12) que Ele se fundamento da oração é o amor, pois o que Jesus mantinha firme na entrega total à causa do Reino. mais fez em sua vida foi amar. Sendo um homem E o Pai se fez presente nesse diálogo, dando lhe o de oração, Jesus nos ensina a rezar através do Espírito que o encheu de graça e força para Pai-Nosso, mostrando que devemos orar como iniciar e completar sua missão. Essa força do 18 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Espírito, proveniente Deus, constantemente unidos pela oração ao Senhor que também impulsiona toda a vida cristã (At 1,8), alimenta a nossa fé. Por conseqüência, só haverá dinamizando o ser, o viver e o agir eclesial. E ainda comunidade unida pela fé quando seus fiéis nos motiva a praticar uma vida de oração, de estiverem unidos por uma vivência de oração, meditação dos celebrando com devoção e profundidade, de tal sacramentos em casa, no trabalho, na escola e na modo que seja possível reconhecer que esta sociedade. Foram as primeiras comunidades que comunidade gera frutos de caridade. Diante disso descobriram em Deus a força para continuar e necessário que os cristãos "estejam sempre caminhando é, alegres, rezem sem cessar. Dêem graças em todas portanto, memória e alicerce da comunidade. Pois as circunstâncias, porque esta é a vontade de é na comunidade que as orações se misturam, Deus a respeito de vocês em Jesus Cristo. Não fortalecendo a vida de seus membros e a missão extingam o Espírito" (1Ts 5, 17-19). da do Palavra, como povo diálogo de com celebração eleito. A oração na qual estão se empenhando. Não se pode conceber um cristão que não mantenha uma relação viva e pessoal com Deus, principalmente uma comunidade que não em oração, profundamente seremos a a cristãos fim de vontade se põe descobrir do firmes Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed.Vozes, 25ª Ed, 2008 – p. 42. mais Pai. Somente se vivermos 19 5º ENCONTRO: APRESENTAÇÃO DA BÍBLIA / CONHECER E MANUSEAR Objetivos: Mostrar aos catequizandos que a bíblia é um livro que ensina regras e funciona como um manual que nos ensina a amar o próximo, respeitar e honrar o pai e a mãe, cuidar do nosso corpo, se solidário etc. Apresentar a bíblia como uma biblioteca que contém vários livros, relata histórias de pessoas que servem de exemplo e ajuda a crescer. Desenvolver habilidades no manuseio da bíblia. 2. Conteúdo do Encontro: Respeito à Palavra de Deus. Como foi escrita a bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua foi escrita, para que foi escrita. De modo ilustrativo apresentar a divisão do Antigo e Novo Testamento, quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve nos acompanhar por toda a vida. 3. Desenvolvimento do tema: Mostrar o cartaz com a estante da Bíblia e ir explicando. A Bíblia divide-se em duas grandes partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. A palavra testamento significa “aliança”, “compromisso”. O antigo Testamento trata da Aliança feita entre Deus e seu povo e o Novo Testamento fala sobre a Aliança que Deus fez, através de seu Filho, com todos os povos. A Bíblia é a Palavra de Deus dirigida aos homens de todos os tempos e lugares. É Deus comunicando-se conosco. 4. Leitura utilizada: 2 Tm 3, 14-17; Lc 2, 41-52 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, cartaz 7. Atividades: Explicar e esperar que eles façam. 1. Antigo Testamento 2. 46 / Gênesis / Malaquias 3. Novo Testamento / 27 4. Mateus / Marcos / Lucas / João 8. 20 Momento de Oração: orientar a escrita da oração da apostila. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA “Encontramos Jesus na Sagrada Escritura viver em comunhão com a Igreja fundada e lida na Igreja. A Sagrada Escritura, „Palavra de animada por Ele, a imitar Maria e os santos que o Deus e inspiração do Espírito Santo‟, é, com a seguiram mais de perto e a transformar o mundo Tradição, fonte de vida para de sua ação no Amor por Ele anunciado. evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciálo” (DA247). A mensagem central de toda a Sagrada Escritura é Jesus! Elas apontam para Ele no Antigo Testamento e o revelam plenamente no Novo. Ele é a “Palavra feita Carne” (cf. CIC 129). Assim, na certeza da garantia do Espírito Santo, “a igreja recebe e venera como inspirados os 46 livros do Antigo e os 27 livros do Novo Testamento. Os 4 evangelhos ocupam um lugar central, já que Cristo Jesus é o centro deles" (CIC 138-139). Para ser verdadeiramente discípulo de Cristo, o cristão deve cultivar intimidade com os textos sagrados. Deve conhecer a Bíblia em suas divisões, saber manuseá-la. Saber interpretar seus textos de acordo com o Magistério da Igreja. Deve também saber que é à luz de Jesus e da experiência que temos com Ele a partir dos evangelhos que devemos interpretar todas as "As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20, 31; 2Tm 3, 16; 2Pd 1, 1921, 3,15-16), têm Deus por autor. E como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Sagrada Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas Sagradas Letras (DV 11). páginas sagradas. Nesse sentido, as notas de rodapé e as introduções presentes nas diversas versões católicas da Sagrada Escritura ajudam a entender o que os autores sagrados queriam Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.I, Ed. Vozes, 2008 – p.15-16. dizer quando escreveram os livros da Bíblia. Conhecendo Jesus através da Sagrada Escritura, os catequizandos poderão aprofundarse nele e em sua vida, estando aptos a amar o Pai como Ele amou, a acolher o seu Espírito Santo, a 21 6º ENCONTRO: O AMOR DE DEUS E O PECADO 1. Objetivos: Reconhecer o amor e a bondade de Deus que nos cria para uma vida digna. Reconhecer que é na vivência do amor que está a maior felicidade e a condição para um mundo mais justo e fraterno Apresentar a noção de pecado como escolha que coloca obstáculos à felicidade que Deus deseja para todos. Conteúdo do Encontro: O amor de Deus é livre e gratuito. A iniciativa é sempre de Deus. Ele nos amou e deseja nossa felicidade e salvação. Quando recusamos o amor de Deus pelo pecado afastamo-nos Dele por nossa vontade; mas o pecado só nos derruba se deixarmos, pois Deus é maior. Ter consciência do pecado é fundamental para vencê-lo. 3. Desenvolvimento do tema: Começar o Encontro lendo o início da apostila, onde está escrito sobre o Amor até o 6º parágrafo (Mas desde o começo do mundo .................de Deus). Em seguida fazer a seguinte dinâmica: Dinâmica do Amor de Deus e do Pecado: 1º passo – escolher uma criança que queira ser “Deus” . 2º passo – a catequista será ela mesma. 3º passo – abraçar Deus e dizer que o ama muito (colocar para os catequizandos como nos sentimos junto de Deus, que Ele nos protege e nos ajuda). 4º passo – dizer que quando fazemos alguma coisa que não é “amor”, nos afastamos de Deus (pedir alguns exemplos e para cada exemplo colocar uma criança no meio, entre você e Deus e assim por diante). Usar muitas crianças, para eles entenderem que, quanto mais deixamos de amar, mais nos afastamos de Deus. 5º passo – mas também nós nos arrependemos de não ter vivido o “amor” e pedimos perdão. Pedir exemplos e ir tirando as crianças (por exemplo, pedimos perdão para a mamãe e o papai quando desobedecemos). 6º passo – ir fazendo isso até chegar perto da criança que é “Deus”. Comentar – O que entenderam e sentiram ao fazer a dinâmica. Continuar lendo a apostila até o final. 4. Leitura utilizada: da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila e catequizandos. 7. Atividades: Orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Orientar a escrita da oração da apostila. 22 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A noção de pecado só existe para quem Dimensão social do pecado: tem fé. É "Pecado" é uma palavra que, para muitas pessoas perdeu o sentido. Há quem diga que tudo é certo e que não existe pecado. Isso causa a falta de responsabilidade perante Deus, por parte do cristão, e perda de responsabilidade moral, por parte daqueles que não se consideram cristãos. bom lembrar que os pecados individuais acabam sendo pecado social, se toda a sociedade cai nos mesmos erros. A dimensão social do pecado era pouco valorizada e talvez desconhecida pela maioria dos cristãos: pecado social é ofensa à comunidade, ao Cristo presente na pessoa dos irmãos. Quando alguém fazia "pecado" Em nossa época é necessário e urgente procurava logo um padre para não perder o que a pessoa defina a sua posição: ter ou não direito ao céu, nem a salvação de sua alma. A ter fé. O "catolicismo de fachada", felizmente religião era vista mais como "um freio" aos passou. Se temos fé, nossa vida deve ser maus costumes individuais, do que motivação coerente com nossas convicções. para a construção de um povo justo e No cristianismo, a iniciativa parte de Deus que vai em busca do homem para dar um novo caminho a história humana. Nele a presença e a ação de Deus é que determinam e orientam a vida do homem. Muitos dizem: fraterno. Algo mudou no jeito de vivermos a vida, de olharmos os acontecimentos, de exercermos as nossas responsabilidades e de convivermos com os outros. De fato, Deus não é mais visto como um "Pecado?! Ora essa! legislador que, de fora e de cima, impõe Felizmente já caiu da moda ... " Ou: "A religião ordens aos homens. A fé não é só a aceitação só serviu para reprimir o direito que a gente de certas verdades e do conjunto de praticas tinha de ser livre e feliz". Muitos se queixam: externas de devoção. A fé se pratica. "Não sei mais o que é pecado". Hoje: Num catecismo antigo, era fácil definir o pecado: "Pecado é uma desobediência voluntária à Lei de Deus e da Igreja. E se divide em grave e leve ... " Há uma mudança de nossa visão e de nossas atitudes que nos leva a questionar o senti do de pecado. Há um crescimento na consciência que o Em certa época, a cultura em que se homem tem de si mesmo, em vista da vivia transpirava uma moral de tipo legalista. construção Bastava o "cumprimento do dever". Esse dever fraterna. era, às vezes, cumprido de modo externo e Considerar de o uma sociedade pecado como justa e simples formal, sem muita ressonância com a vida "desobediência à Lei de Deus" mostra só o íntima aspecto legal do pecado. da pessoa. Era uma dimensão individualista de pecado. O O pecado não se manifesta, apenas, em afetos pecado era considerado somente e atos isolados, contrários à Criação, mas como uma falta pessoal cometida por alguém também na opção que contraria o Projeto de contra a Lei de Deus. Deus a respeito de um povo. O pecado está na base do comportamento de nossa vida cristã. Em vez de pensarmos num código de "pode ou não pode", pensemos no 23 apelo de Deus para uma vida pessoal e Deus depositou em nossas vidas, fazendo mau socialmente cristã responsável. Uma fé que uso delas (cf Lc 15,11-22). assuma os valores morais, evangélicos. Pecado é: Recusa Concluindo: Pecar é desprezar o amor de Deus. O amor do apelo que e feito por Deus ao homem; nos torna· também mais responsáveis e livres, e nos compromete no esforço de ajudar os outros Fuga do compromisso de vida crista, também no social; para se libertarem de tudo que os ameaça e· oprime. Dizer não ao chamado de Deus que nos chama Somos todos pecadores, por isso, à liberdade e ao amor, na condição de filhos e necessitamos do perdão e. da misericórdia de irmãos uns dos outros. Deus, cuja bondade nos restitui a auto-confiança Pecado e muito mais que: e nos estimula para orientarmos a vida a partir Simples remorso ou sentimento de culpa; das exigências do amor de Deus e do amor aos Deficiência irmãos. moral inata ou imaturidade pessoal; Simples infração de uma lei. Porque pecado e: Traição contra nos mesmos e contra os outros. "Voltar à comunhão com Deus, depois de a ter perdido pelo pecado, é um movimento nascido da graça do mesmo Deus misericordioso e cheio de amor pelos homens" (CIC 1489). Alienação aos apelos de Deus que e nosso Criador e Pai. Gesto de virar as costas à Casa Paterna que abandonamos para esbanjar, as riquezas que 24 Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Paulus, 2003 - p 28 a 30 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 7º ENCONTRO: A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO E A CONVERSÃO 1. Objetivos: Reconhecer a dimensão libertadora do sofrimento de Jesus e do nosso. Reconhecer a alegria da vida nova que começa quando se escolhe viver os ensinamentos de Jesus. 2. Conteúdo do Encontro: Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para nos salvar. Em Cristo se realiza a promessa do Pai em nos adotar como filhos. Jesus por sua Paixão, Morte e Ressurreição venceu o mal, o pecado e a morte. Em Jesus somos também vencedores. O caminho para aderir ao Senhor Vivo e Ressuscitado é a conversão verdadeira, real e renovada todos os dias; mostrar os meios de conversão. 9. Desenvolvimento do tema: Iniciar o encontro rezando por cada um. a) Dinâmica dos corações: Apresentar 3 corações e ir explicando cada um (ver Aprofundamento para o Catequista): 1. coração amarelo – significa o Amor de Deus e faz o homem sentir-se amado, aceito, compreendido). 2. coração vermelho – é o coração do sangue de Jesus – significa a salvação / busca do bem. 3. coração verde – é o coração da esperança, da conversão (que significa troca de direção, mudança de caminho (do meu jeito para o jeito de Deus). Trazer folhas destas cores e cada um irá desenhar o seu coração e escrever dentro para que ele serve. Colar na apostila. Ler com eles o texto da apostila e comentar cada parágrafo. Perguntar e deixar que cada um responda: Quem sabe o que significa a palavra CONVERSÃO? Você tem ouvido muita coisa a respeito de Jesus. Agora, pense e responda: Quem é Jesus para você? Salvar é livrar alguém de um grande perigo, geralmente com risco da própria vida. Mostrar algumas figuras e pedir que expliquem que tipo de salvação lembra cada figura (médico, enfermeiro, bombeiro e o próprio Jesus). Como podemos ser salvos em Jesus? 4. Leitura utilizada: da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, figuras da via sacra, figuras de revista, corações coloridos. 7. Atividades: 1. Explicar e esperar que eles façam (livre). 2. Explicar e esperar que eles façam. (violência/mentira/brigas/gente abandonada/medo) 3. Explicar e esperar que eles façam. (Jesus/Jesus/Mestre, Senhor, Cristo e Filho de Deus). 8. Momento de Oração – orientar a escrita da oração da apostila. 25 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O significado das cores: transforma em atitudes ou nunca existiu. Quem A cor Amarela O amarelo representa o amor de Deus Pai. tem fé em Jesus irá amar como Ele amou. Deus é luz (1Jo 4,8) e o sol tem essa cor. Como o A cor branca O Espírito Santo se manifestou sob a forma sol aquece, nasce e dá vida para todos, assim é o de uma pomba no Batismo de Jesus, e a bandeira amor de Deus Pai. da paz é de cor branca. Como a paz é fruto do A cor preta O preto representa a escuridão, ausência Espírito Santo (GI 5,22), usamos a cor branca de luz, trevas, pecado. Quando fechamos os olhos é a cor que vemos e isso lembra o pecado que nos A cor azul Tivemos três motivos para escolher a cor azul impede de ver as maravilhas criadas por Deus; é no tema "Comunidade". Primeiro, o azul é a cor do como andar de olhos fechados, o que nos faz cair, céu. Segundo, viver em comunidade é praticar aqui nos machucar e, ainda, machucar as outras na terra, o Reino de Deus citado na oração do Pai pessoas. É por isso que essa cor não está no terço Nosso: "venha a nós o Vosso Reino". E por ultimo, missionário. "católico" quer dizer totalidade, e azul é a cor do (Obs.: Se houver questionamento quanto à cor infinito. Outro motivo de usarmos a cor azul: é a preta estar sugerindo algo contra a raça negra é cor do manto de Maria, Mãe da Igreja. para simbolizar o Espírito Santo. sinal de que há preconceito e devemos trabalhar para vencê-lo. Quer coisa mais preconceituosa do Como usar o Querigma das Cores que inventar que as trevas são cinza ou marrom?). A cor Vermelha O vermelho é a cor do sangue de Jesus. Primeiro, temos de apresentar o Querigma das Cores para a criança. A partir do momento em que as crianças associarem as cores aos temas do Para nos salvar, Jesus, primeiramente, tornou-se querigma, tudo irá girar em torno dessas cores. homem. Assim, nada mais nos separa do amor de Deus, porque em Jesus, homem e Deus são uma só criatura. Jesus morreu na cruz. No Antigo Testamento, o homem que queria se libertar do pecado sacrificava um cordeiro a Deus. Jesus, então, fez isso por todos nós. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus ressuscitou, venceu a morte e nos deu a vida. Ele é vida nova! Estamos livres para perdoar e amar. Jesus está à direita do Pai. Isso mesmo, Ele está sentado no trono. Jesus é a cabeça da Igreja e nós somos Seu corpo. Se a cabeça está no trono, nós também podemos reinar sobre todo mal com Jesus. Temos o poder de ser filhos de Deus. A cor verde O verde da esperança, nós usamos para falar do tema "Fé e Conversão", porque a fé é o fundamento da esperança (Hb 11,1). A fé ou se 26 Para falar do tema "Amor de Deus", o evangelizador pode usar roupas amarelas, brinquedos amarelos, cartazes de folhas amarelas etc. Um bom recurso e adaptar ou inventar histórias, utilizando as cores do querigma. Por exemplo: "Chapeuzinho Vermelho vai cantando pela estrada (cor amarela), encontra o lobo (cor preta), fala de Jesus para ele (cor vermelha), converteo (cor verde). Então, cheios de alegria (cor branca), vão festejar com a vovó (cor azul da comunidade)". Ao ler passagens bíblicas, a criança irá destacar qual tema percebeu no texto. Exemplo: ler sobre a anunciação do anjo (Lc 1,26-38). As crianças mostram a cor amarela quando percebem, na história, o amor de Deus (por ter enviado o anjo), a cor vermelha para comentar a salvação (a chegada de Jesus), a cor verde ao partilhar a fé de Maria (dizer Sim) e assim por diante. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Brinquedos e jogos levarão a cor dos temas propostos. Levar a criança a perceber o querigma na liturgia: a oração de louvor a Deus Pai (amarelo), o arrependimento (preto), o anúncio da Palavra (vermelho), o Creio (verde), o ofertório (verde), a consagração (vermelho e branco) e a comunhão (azul). O Querigma das Cores é uma forma simples de levar a criança a ver que Jesus também nos forma, como evangelizadores. Usando criatividade, a ele podemos somar novas iniciativas e experiências, para conversão de muitas crianças e a maior glória de Deus. Pecado: Viver longe de Deus "Deus é bom, e o homem, criado para a comunhão, é bom também (Gn 1,31). Donde, então, tanta violência, ódio, exploração e escravidão que vemos ao nosso redor"? (CR 182). nossos primeiros pais não quiseram ouvir a voz de Deus que soava em seus corações. Auto- proclamaram se donos de sua vida, conhecedores, auto-suficientes do que era o bem e o mal para si mesmos (cf. Gn 3,4). Por isso, Deus não tinha mais vez no coração humano. Homem e mulher quiseram ser deuses para si mesmos. Assim, fechados em seu orgulho, os seres humanos caíram sempre mais e mais em seus erros. Imperfeitos e inacabados, não podiam mais crescer. Perderam a sua razão de ser, desumanizaram-se, perderam a raiz de sua felicidade, pois escolheram estar longe de Deus (é esse o significado da "expulsão do paraíso" (cf. Gn 3, 23-24). Perderam a harmonia da perfeita comunhão com Deus, como o próprio Deus havia planejado ao criar o mundo e o ser humano. Estar longe de Deus é estar longe do amor. Esta tem sido uma escolha das pessoas em Deus fez o ser humano livre. Este se muitos momentos de suas vidas. Ao romper com quisesse crescer e tornar-se cada vez melhor, Deus, a pessoa rompe consigo mesma, usa o mais humano, mais realizado como pessoa, deveria próximo explorando-o e prejudicando-o, deixa de escolher viver em comunhão com Deus e amando ser cuidadora da natureza criada e passa a seus semelhantes, parceiros no cuidado da obra explorá-la por ganância. O pecado em nossa vida, da criação. No entanto, nossa fé ensina que no portanto, fere a razão mesma da existência início nossos primeiros pais optaram por fechar-se humana: o amor. Assim, o ser humano dilacera sua em si mesmos, ou seja, escolheram abandonar a identidade e perde a capacidade de desenvolver- Deus, que é amor perfeito, e afastaram-se da se como pessoa, pois o pecado nos faz menos comunhão com Ele. A este primeiro afastamento gente, menos humanos porque gera a morte do chamamos "pecado original". irmão, a morte da vida interior, a morte da O pecado de nossos primeiros pais não foi natureza criada, a morte da humanidade, fomos o simples fato de roubar um "fruto proibido", foi criados para ser relacionais: com Deus, os irmãos, muito mais do que isso. No paraíso, que não pode o mundo e nós mesmos. O pecado fere essa ser entendido como um "lugar", mas um "estado de relação. Por si só nos desumaniza. ser", a comunhão com Deus era perfeita. Pois Deus criou o ser humano para o amor, a comunhão: com Deus, com os outros, com o mundo. Por isso, o ser humano poderia ter crescido em Deus, tornando-se cada vez melhor no amor. Porém, Fonte: Querigma das Cores, Hyde Flávia, Ed. Canção Nova, São Paulo, 2005 – p. 7-9 Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol III, Ed. Vozes, 2008 – p. 63. 27 8º ENCONTRO: O ESPÍRITO SANTO E A VIDA NA IGREJA 1. Objetivos: Descobrir o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo agindo na vida de cada um. Reconhecer que o Espírito Santo é Deus dentro de cada um, agindo em suas vidas e colocando no seguimento a Jesus Cristo. 2. Conteúdo do Encontro: Jesus que nos salvar cumprindo a promessa do Pai: dar o Espírito Santo. É necessário, portanto, que cada um peça para a graça da presença do Espírito Santo em sua vida. O Espírito Santo nos faz reconhecer que somos pecadores e nos leva a Jesus para recebermos o perdão. Vivendo na comunidade Igreja cada um de nós experimenta a vida no Espírito, sente-se ajudado na sua busca de santidade. 3. Desenvolvimento do tema: Iniciar o encontro rezando a oração do Espírito Santo. Ler com os catequizandos Romanos 5,5. Este é um mistério profundo, grande e bonito. O Espírito Santo é o amor do Pai e do Filho Jesus Cristo. O Espírito Santo é Deus; é uma pessoa da Trindade. O Espírito Santo apareceu aos apóstolos, no Cenáculo, ouviu-se um grande barulho de vento... A gente fala de vento, porque é Ele que nos sopra as boas idéias para fazer o bem: o Espírito Santo nos recorda as palavras de Jesus e nos torna capazes de amar. Quando queremos saber alguma coisa, perguntamos a quem sabe mais do que nós ou procuramos nos livros. Para entendermos o que Jesus nos disse e ensinou, precisamos do Espírito Santo que nos ilumina. Conversar com os catequizandos, com alegria, lembrando de Jesus vivo, presente no meio de nós. Jesus ressuscitou e foi para o céu. Onde ele está agora? Ler At 1, 4-14 e comentar que o evangelista Lucas nos livro dos Atos dos Apóstolos nos conta como Jesus nos deixa o Espírito Santo e nos dá uma missão. 4. Leitura utilizada: Rm 5,5 / At 1, 4-14. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia . 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: orientar a escrita da oração da apostila. 28 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Muitas pessoas não compreendem muito Judas. Eles tinham consciência de que o povo era bem quando falamos de Deus Pai, criador do o novo Israel de Deus, mas desfalcado do número mundo e dos homens; e quando falamos de Deus doze (as doze tribos de Israel). Em vista disso Filho, Jesus Cristo, que tomou a nossa condição elegeram Matias, fiel testemunha de Jesus. O humana e viveu entre nós. Mas, quando falamos Espírito do Espírito Santo, é para muitos, um mistério perseguidor fanático da Igreja, fora do grupo muito difícil de entender. dos Doze e de toda a instituição. Santo também escolheu Paulo, o O Espírito Santo não é uma misteriosa O próprio Pedro, no seu discurso de Pentecostes, corrente energética; é Deus que mantém a sua reconhecia que estava realizando o que fora predito pelo presença no mundo e encaminha os homens. profeta Joel: que o Espírito de Deus se comunicaria tanto Quando o Espírito Santo toma posse de as crianças como aos jovens e adultos. alguém, multiplica os seus dons. Ele faz com que Na História da Igreja vemos muitas as pessoas descubram grandes coisas, faz com pessoas humildes que foram mais inspiradas do que elas desempenhem uma missão, mesmo que que pessoas de alto nível. O Espírito Santo as esta ultrapasse as possibilidades humanas. inspirou com novas orientações e novos rumos, A História do Povo de Deus é iluminada pelo Espírito Santo que escolheu, dinamizou homens e que ainda a Igreja oficial não tinha conseguido e, só posteriormente, os aprovou. mulheres de todas as idades e de todas as condições. E preciso estar atento a sua ação. O homem é livre e pode fazer-lhe resistência. No mar, o vento O Espírito Santo esta fora do nosso alcance. Ninguém o pode trancar. Ele é como um vento. É o que Jesus dizia a Nicodemos: não fica diminuído para soprar nas velas de um barco. "Tu ouves o vento, mas não sabes de onde é preciso dirigir o barco e orientar as velas para vem, nem para onde vai. Assim acontece também captar toda a força do vento. aquele que nasce do Espírito" (Jo 3, 8). Deus não deve ser procurado fora do mundo. O Espírito, assim como o vento, não sopra O seu poder age no meio dos homens. Muitas vezes, unicamente na Igreja de Cristo, mas também nos os discípulos de Jesus experimentaram a força que corações de todas as pessoas de boa vontade que agia através deles. Por exemplo: quando por motivos procuram de sua fé, eles são levados aos tribunais, como reconhecer a ação do Espírito nas diversas aconteceu com os apóstolos depois de Pentecostes, iniciativas dessas pessoas. as respostas que eles deram deixaram os juízes admirados e confusos. É o fortes Espírito e Santo que sugere os desfazem as já o Os cristãos devem O Espírito Santo não teme as transformações predissera: caminhos. Isto só é terrível para aqueles que esperam que o futuro se assemelhe ao passado. armadilhas preparadas pelos inimigos de Jesus. Jesus verdade. e está continuamente pronto a instaurar novos argumentos e faz lançar por terra as acusações mais a O Espírito Santo está bem presente no meio da sua Igreja: hoje como ontem. "Diante dos Hoje o Espírito Santo reaparece com tribunais, não vos perturbeis porque o Espírito força. Santo falara por vós" (Mc 13,11). discernimento para conhecer a sua ação (1Cor O Espírito Santo é soberanamente livre; ele age freqüentemente de forma inédita e inesperada como fez no início da Igreja. A primeira iniciativa dos apóstolos foi a de O apóstolo Paulo aconselha o 12,10; 1Ts 5,19-21). Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Paulus, 2003 - p. 265267 completar o seu número, depois do abandono de 29 9º ENCONTRO: DEUS CRIOU E NÓS CUIDAMOS 1. Objetivos: Possibilitar aos catequizandos reconhecerem que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e concedeu-lhe o dom da liberdade, que pode destruir a nossa felicidade se não forem cultivadas corretamente. Perceber que Deus criou tudo e conta conosco para cuidar da sua Criação. Mostrar aos catequizandos a diferença entre as palavras criar, criador e inventor, levando-os a concluir que Deus é Pai, é Todo Poderoso e é Criador. 2. Conteúdo do Encontro: Contar a história da Criação no Gênesis ou encená-la. Mostrar a mensagem da história: Deus fez tudo e viu que era bom, mas nós, por vezes, esquecemos D‟Ele. Reconhecer, na beleza e no mistério das coisas criadas, que Deus manifesta seu amor pelo homem. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. Deu-nos inteligência, capacidade para aprender e criar. Mostrar que os dons de cada um são importantes e que devem ser usados na construção de um mundo melhor. Desenvolver as qualidades pessoais e o compromisso com Deus de colaborar com Ele. Mostrar a importância de preservar a natureza. 3. Desenvolvimento do tema: 1ª Parte Trazer várias figuras e distribuir entre os catequizandos. Em uma cartolina dividir: de um lado O QUE DEUS CRIOU e do outro O QUE O HOMEM CRIOU. Ir lendo com eles o texto da apostila e pedir que pintem os desenhos da criação. Trazer revistas para que eles colem coisas que Deus criou num cartaz. 2ª Parte Dinâmica: Somos criação de Deus Participantes: Indefinido. Tempo Estimado: 30 minutos. Material: Caneta e papel para todos os participantes Objetivo: Nesta dinâmica, queremos mostrar que Deus nos criou e que Ele deve ser a principal influência em nossa vida. Descrição: Sentados em círculo, cada um recebe uma folha e uma caneta; escreve o nome e faz um desenho que represente a si mesmo (pode ser um boneco de "palitinhos" ou com detalhes), deixar uns 2 a 3 minutos. Observar o desenho: ele está pronto, mais ou menos, o que você gostaria de fazer? Agora cada um passa o desenho para o colega do lado direito, pedir que ele acrescente uma coisa ao desenho, passar novamente para a direita, repetir o processo umas duas ou três vezes. Devolver o desenho ao dono. Observar o que foi acrescentado. Conversar sobre Deus ter nos criado (e repetir essa pergunta: o desenho está pronto, mais ou menos, o que você gostaria de fazer?). O que Deus quer de nós? Quais os dons que Deus deu a cada um? Como uso estas dons? 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Gn 1, 1-9 ; 2, 4b-15 / Gn 1, 26-31; 2, 15-24 30 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: figuras, cartaz, revistas, canetas e papel (ver dinâmica) 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: orientar a escrita da oração da apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Deus em sua grandeza, não somente dá às suas criaturas o existir, mas também a dignidade de agirem elas mesmas, de serem causas e princípios umas das outras e de assim cooperarem no cumprimento de seu desígnio, ou seja, Deus permitiu que os seres humanos participassem livremente de sua providência, confiando-lhes a responsabilidade de submeter a "terra" e administrá-la", de dando "governá-la, origem qualidade de vida, pois o sonho Deus, que está por trás da história do da evolução do mundo, desde o big- crescimento ilimitado produziu o subdesenvolvimento bang até hoje, destinou a criação ao homem chamando-o a uma de mais de 2/3 da humanidade. relação pessoal com Ele. Assim, a Os criação tem sua origem na bondade atingidos divina e participa desta bondade: sistemas e desintegração "E Deus viu que isto era bom... vitais foram ocorreu do a equilíbrio ambiental. muito bom" (Gn 1,4.10.12.18.21.31). Hoje, quase todas as A criação e querida por Deus como um dom dirigido ao homem, como sociedades estão enfermas por herança que lhe e destinada e produzirem má qualidade de confiada (cf. CIC 299). vida para todos. Somos uma a espécie que se mostrou capaz seres inteligentes e livres para completar a obra de oprimir e massacrar seus próprios irmãos de da criação, aperfeiçoar sua harmonia para o bem forma cruel e sem piedade por meio das guerras, deles e de seus próximos (cf. CIC 307). campos de concentração, e outros, além de Porém, o que os seres humanos tem feito? degenerar e destruir a base de recursos naturais O não entendimento do significado de não renováveis. dominar, que significa "ajudar a cuidar", somado Felizmente está ocorrendo uma com o desejo de ter esse domínio, nos levou a sensibilização para com o planeta como um todo, sermos dominados e sujeitos a viver em uma surgindo daí novos valores, novos sonhos, novos terra degradada. Precisamos compreender que comportamentos, assumidos por um número cada Deus é o único e verdadeiro dono e que deu a vez mais crescente de pessoas e comunidades. terra de herança a todos os filhos, homens e Porém torna-se necessário: mulheres, como administradores e não senhores. O sonho de melhorar a condição humana piorou a Produzir o suficiente para si e para os seres dos ecossistemas onde ele se situa; "Cremos que Deus criou o mundo segundo a sua sabedoria. o mundo não e o produto de uma necessidade qualquer, de um destino cego ou do acaso. Cremos que o mundo procede da vontade livre de Deus que quis fazer as criaturas participar do seu ser, da Tomar da natureza somente o necessário para a sobrevivência dos seres humanos e o que ela pode repor; Preservar para as sociedades sua sabedoria e da sua bondade: 'Pois tu criaste todas as coisas; futuras os recursos naturais de que por tua vontade elas não existiam e foram criadas' (Ap 4,11). precisarão. 'Quão numerosas são as tuas obras, Senhor, e todos fizeste com sabedoria!' (Sl 104,24). 'O Senhor e bom para todos, compassivo com todas as suas obras'" (Sl 145,9) . Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol II, Ed.Vozes, 2008, p. 28. 31 10º ENCONTRO: A DESOBEDIÊNCIA DE NOSSOS PRIMEIROS PAIS Objetivos: Mostrar aos catequizandos que através da desobediência, o homem rompeu a amizade com Deus, mas mesmo assim Deus está presente em cada ser humano. 2. Conteúdo do Encontro: Através da leitura de Gênesis mostrar aos catequizandos como Adão e Eva romperam a amizade com Deus e se afastaram Dele. 9. Desenvolvimento do tema: Contar a história de Adão e Eva – relembrar o encontro anterior. Conversar com os catequizandos fazendo perguntas sobre Adão e Eva. Ler Gn 3 .O homem era feliz, mas não quis obedecer a Deus. Deus nos convida a sermos irmãos. O pecado é recusar o convite de Deus. O pecado nos impede de sermos amigos e irmãos uns dos outros. 10. Leitura utilizada: Gn 2-15-25 e 3 11. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 12. Material utilizado: Apostila, Bíblia 13. Atividades: orientar as atividades 14. Momento de Oração:fazer uma oração espontânea APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Desobediência de Adão e do homem e suas corrupção". conseqüências conseqüência explicitamente anunciada para o §399 conseqüências – A Escritura dramáticas mostra desta Finalmente, vai realizar-se as caso de desobediência: o homem "voltará ao pó do primeira qual é formado" A morte entra na história da desobediência. Adão e Eva perdem de imediato a humanidade. graça da santidade original. Têm medo deste (Artigos relacionados: 1607, 2514, 602, 1008) Deus, do qual fizeram uma falsa imagem, a de um Deus enciumado de suas prerrogativas. graças à justiça original, §401 – A partir do primeiro pecado, uma verdadeira "invasão" do pecado inunda o mundo: o §400 – A harmonia na qual estavam, estabelecida a está fratricídio cometido por Caim contra Abel; a corrupção universal em decorrência do pecado; na destruída; o domínio das faculdades espirituais da história alma sobre o corpo é rompido; a união entre o freqüentemente e, homem e a mulher é submetida a tensões; suas infidelidade Deus relações serão marcadas pela cupidez e pela transgressão da Lei de Moisés; e mesmo após a dominação (cf. Gn 3, 16). A harmonia com a Redenção de Cristo, entre os cristãos, o pecado criação está rompida: a criação visível tornou-se se manifesta de muitas maneiras. A Escritura e a para o homem estranha e hostil. Por causa do Tradição da Igreja não cessam de recordar a homem, a criação está submetida "à servidão da 32 de Israel, ao o pecado sobretudo da se manifesta como Aliança e uma como Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I presença e a universalidade do pecado na história do homem: Desobediência de Adão reparada por Cristo §411 – A tradição cristã vê nesta O que nos é manifestado pela Revelação passagem um anúncio do "novo Adão", que, por sua divina concorda com a própria experiência. Pois o "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara homem, olhando para seu coração, descobre-se com superabundância a desobediência de Adão. De também inclinado e mergulhado em resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja múltiplos males que não podem provir de seu vêem na mulher anunciada no "proto-evangelho" a Criador, que é bom. Recusando-se muitas vezes a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela reconhecer Deus como seu princípio, o homem que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou destruiu a devida ordem em relação ao fim último da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: e, ao mesmo tempo, toda a sua harmonia consigo ela foi preservada de toda mancha do pecado mesmo, com os outros homens e com as coisas original e durante toda a vida terrestre, por uma criadas. graça especial de Deus, não cometeu nenhuma Conseqüências do ao mal pecado de Adão para a humanidade espécie de pecado. §532 – A submissão de Jesus a sua Mãe e §402 – Todos os homens estão implicados a seu pai legal cumpre com perfeição o quarto no pecado de Adão. São Paulo o afirma: "Pela mandamento. Ela é a imagem temporal de sua desobediência se obediência filial a seu Pai celeste. A submissão tornaram pecadores" (Rm 5,19). "Como por meio diária de Jesus a José e a Maria anunciava e de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo antecipava a submissão da Quinta-feira Santa: pecado, a morte, assim a morte passou para todos "Não a minha vontade..." (Lc 22,42). A obediência os homens, porque todos pecaram..." (Rm 5,12). A de Cristo no cotidiano da vida inaugurava já a obra universalidade do pecado e da morte o Apóstolo de restabelecimento daquilo a desobediência de opõe a universalidade da salvação em Cristo: Adão havia destruído. de um só homem, todos "Assim como da falta de um só resultou a §614 – Este sacrifício de Cristo é único. condenação de todos os homens, do mesmo modo, Ele realiza e supera todos os sacrifícios. Ele é da obra de justiça de um só (a de Cristo), resultou primeiro um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que para todos os homens justificação que traz a entrega seu Filho para reconciliar-nos consigo. É vida" (Rm 5,18). ao mesmo tempo oferenda do Filho de Deus feito §1733 – Nas paixões, como movimentos da homem, o qual, livremente e por amor, oferece sua sensibilidade, não há bem ou mal moral. Mas, vida a seu Pai pelo Espírito Santo, para reparar enquanto dependem da razão e da vontade, há nossa desobediência. nelas bem ou mal moral. §2515 – No §615 – Como pela desobediência de um só sentido etimológico, a homem todos se tornaram pecadores, assim, pela "concupiscência" pode designar qualquer forma obediência de um só, todos se tornarão justos" veemente de desejo humano. A teologia cristã lhe (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus deu o sentido particular de moção do apetite realizou a substituição do Servo Sofredor que sensível que se opõe aos ditames da razão humana. "oferece sua vida em sacrifício expiatório", O Apóstolo Paulo a identifica com a revolta que a "quando carregava o pecado das multidões", "que carne provoca contra o "espírito". Provém da ele justifica levando sobre si o pecado de muitos". desobediência do primeiro pecado. Transtorna as Jesus prestou reparação por nossas faltas e faculdades morais do homem e, sem se pecado em satisfez o Pai por nossos pecados. si mesma, inclina-o a cometê-lo. 33 Desobediência moral pecado, daí em diante, ser uma desobediência a §1733 – Nas paixões, como movimentos da Deus e uma falta de confiança em sua bondade. sensibilidade, não há bem ou mal moral. Mas, §1850 – O pecado é ofensa a Deus: enquanto dependem da razão e da vontade, há "Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o nelas bem ou mau moral. que é mau aos teus olhos" (Sl 51,6). O pecado §1862 Comete-se um pecado venial quando ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia não se observa, em matéria leve, a medida dele os nossos corações. Como o primeiro pecado, prescrita pela lei moral, ou então quando se é uma desobediência, uma revolta contra Deus, desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem por pleno conhecimento ou sem pleno consentimento. conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn §2515 – No sentido etimológico, a vontade de tornar-se "como deuses", 3,5). O pecado é, portanto, "amor de si mesmo até "concupiscência" pode designar qualquer forma o desprezo de Deus". Por essa exaltação veemente de desejo humano. A teologia cristã lhe orgulhosa de si, o pecado é diametralmente deu o sentido particular de moção do apetite contrário à obediência de Jesus, que realiza a sensível que se opõe aos ditames da razão humana. salvação. O Apóstolo Paulo a identifica com a revolta que a §1871 – O pecado é "uma palavra, um ato carne provoca contra o "espírito". Provém da ou um desejo contrário à lei eterna". É uma ofensa desobediência do primeiro pecado. Transtorna as a faculdades morais do homem e, sem se pecado em desobediência contrária à obediência de Cristo. Deus. Insurge-se contra si mesma, inclina-o a cometê-lo. Pecado desobediência a Deus §397 Fonte: Catecismo da Igreja Católica – O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo 34 Deus numa Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 11º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: NOÉ E A ALIANÇA COM DEUS 1. Objetivo: Perceber que Deus é fiel e paciente conosco e por isso fez a Primeira Aliança com o povo através de Noé. 2. Conteúdo do Encontro: Contar a história de Noé, homem justo e temente a Deus. (em anexo) Deus realizou a Primeira Aliança com o povo escolhido. Explicar o sentido do Arco Íris. 3. Desenvolvimento do tema: Depois de contar a história, pedir que olhem o desenho da apostila, observando: Quantos casais de animais há no desenho? Quais deles são animais selvagens? Quais deles são animais domésticos? Por que o barco está em lugar seco? Por que a nuvem é escura? Se você fosse acrescentar algum casal ao desenho, qual você escolheria? Sugestão: Bingo de Noé Material: um quadrado de uma folha sulfite para cada criança. Pedir que dobrem até formar 16 quadrados. Colocar em um saquinho nomes de 16 animais. Ir sorteando os nomes e cada um escolhe um quadrado e escreve o nome do bicho sorteado, até completar todos os quadrados. Ir cantando os nomes dos animais e cada um vai marcando um X no nome sorteado. O jogo termina quando alguém fizer o bingo (vertical, horizontal, transversal). 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Gn 6, 9-11 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, quadrado de papel sulfite 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – rezar todos juntos APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O JUSTO SALVA A VIDA sua família, porque Noé era bom e justo. Noé Quando Deus criou todas as coisas, tudo obedecia à vontade de Deus e não praticava era muito bom. As coisas todas estavam dirigidas violências. Ao contrário, cuidava bem de tudo o para a vida. que Deus tinha criado. Porém, com o passar do tempo, a Eis a história de Noé. Noé era um homem humanidade foi perdendo a bondade e começou a justo, íntegro entre seus contemporâneos, e praticar muitas violências, prejudicando a si andava com Deus. Noé gerou três filhos: Sem, mesma e as outras coisas criadas. Cam e Jafé. A terra se corrompera diante de Deus ficou muito triste com isso. E decidiu Deus e estava cheia de violência. Deus viu a terra começar tudo de novo. Para isso, escolheu Noé e 35 corrompida, porque todo homem da terra tinha se terra. Noé estendeu a mão, pegou-a e a fez corrompido em seu comportamento. entrar junto dele na arca. Esperou mais sete dias, Então Deus disse a Noé: "Para mim, e soltou de novo a pomba fora da arca. Ao chegou o fim de todos os homens, porque a terra entardecer, a pomba voltou para Noé, trazendo no está cheia de violência por causa deles. Vou bico um ramo novo de oliveira. Desse modo, Noé destruí-los junto com a terra. Faça para você uma ficou sabendo que as águas tinham escoado da arca superfície da terra. Noé esperou mais sete dias; e de madeira resinosa; divida em compartimentos e calafete com piche, por dentro soltou novamente a pomba, que não voltou mais. e por fora. A arca deverá ter as seguintes dimensões: cento e cinqüenta metros Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, de no primeiro dia do primeiro mês, que as águas comprimento, vinte e cinco de largura e quinze de secaram sobre a terra. Noé abriu então a altura. No alto da arca, faça uma clarabóia de clarabóia da arca, olhou e viu que a superfície do meio metro, como arremate. Faça a entrada da solo estava seca. arca pelo lado; e faça a arca em três andares superpostos. Deus disse: "Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vocês e todos os seres vivos “Eu vou mandar o dilúvio sobre a terra, para exterminar todo ser vivo que respira debaixo que estão com vocês, para todas as gerações futuras: do céu: tudo o que há na terra vai perecer. Mas “Colocarei o meu arco nas nuvens, e ele se com você eu vou estabelecer a minha aliança, e tornará um sinal da minha aliança com a terra. você entrara na arca com sua mulher, seus filhos e Quando eu reunir as nuvens sobre a terra e o as mulheres de seus filhos. Tome um casal de cada arco-íris aparecer nas nuvens, eu me lembrarei da ser vivo, isto é, macho e fêmea, e coloque-os na minha aliança com vocês e com todos os seres arca, para que conservem a vida juntamente com vivos. E o dilúvio não voltará a destruir os seres você. De cada espécie de aves, de cada espécie de vivos." animais, de cada espécie de todos os répteis da Deus então prometeu a Noé que nunca terra, tome com você um casal, para os conservar mais haveria um dilúvio como aquele. Para vivos. Quanto a você, ajunte e armazene todo tipo confirmar a sua promessa, Deus colocou o arco- de alimento; isso vai servir de alimento para você íris no céu. Esse arco-íris costuma aparecer e para eles.” E Noé fez tudo como Deus havia quando a chuva termina. Isso é para as pessoas mandado. lembrarem que Deus é fiel à sua promessa. Ele é o Depois de sete dias, veio o dilúvio sobre a Deus da vida. Ele não quer que a vida seja terra. Noé tinha seiscentos anos quando se destruída pela violência. Ao contrário, salva a arrebentaram as fontes do oceano e se abriram as pessoa justa que nele confia e obedece a sua comportas do céu. Era exatamente o décimo vontade. sétimo dia do segundo mês. E a chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. Por outro lado, Deus espera que as pessoas não pratiquem a violência, pois isso leva as No fim de quarenta dias, Noé abriu a pessoas a se destruírem e a destruir a criação. clarabóia que tinha feito na arca, e soltou o corvo, Noé é um modelo de pessoa para todos que ia e vinha, esperando que as águas secassem nós. A Bíblia diz que ele era justo e íntegro. Ser sobre a terra. Então Noé soltou a pomba que justa significa obedecer à vontade de Deus e não estava com ele, para ver se as águas tinham praticar o mal, principalmente a violência, que faz secado não mal à própria pessoa que a pratica e a todos os encontrando lugar para pousar, voltou para Noé na outros que são atingidos por ela. Também a arca, porque havia água sobre toda a superfície da natureza pode ser prejudicada pela violência. 36 sobre a terra. Ora, a pomba, Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I Ser íntegro significa ser inteiro, de modo Deus quer que todas as pessoas sejam que não se deixe de fazer o bem que se deve como Noé, para que a vida seja conservada e fazer, nem se pratique o mal que se deve evitar. sempre leve a mais vida. Fonte: Deus dá vida e liberdade, Paulus, 1992 - p. 22- 25 37 12º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: ABRAÃO A JOSÉ 1. Objetivos: Mostrar aos catequizandos que através de Abraão Deus faz uma segunda aliança com o homem. Reconhecer na figura de Abraão o exemplo do homem de fé que segue o chamado de Deus, e faz da sua vida, uma resposta a este chamado. Perceber que a partir do perdão e da mudança de vida o povo de Deus cresce, vence o mal e se torna sinal da presença de Deus no mundo. Reconhecer na história de Abraão o convite que Deus JOSÉ nos faz para assumir a vocação de fazermos parte do povo de Deus 2. Conteúdo do Encontro: Através de a leitura bíblica contar a história de Abraão e como Deus nos ama tanto, mesmo o povo sendo infiel, faz uma segunda aliança através de Abraão. Continuar a leitura bíblica para contar a história de José e como, através do perdão, ele salvou seu povo. 3. Desenvolvimento do tema: Depois de contar a história de Abraão a José, pedir que leiam cada um na sua bíblia esta história. Sugestão: Preparar no chão, no meio da sala, uma estrada feita em cartolina ou em papel jornal para ilustrar o caminho de Abraão e sua família. Coloque uma bíblia e um cartaz com a genealogia de Abraão até os doze filhos de Jacó. Iniciar o assunto, perguntando se alguém do grupo já mudou de casa, de cidade, de escola, de professores. Como foi essa experiência? Deixar que falem livremente. A partir das respostas que derem sobre as mudanças na vida, conte a história de Abraão, como um homem que saiu de sua terra e que por sua confiança em Deus, recebeu uma promessa e bênção de Deus. Questionar: Por que Abraão saiu da terra onde morava? Qual foi a promessa que Deus fez a Abraão? Comente a história de Abraão e do início do Povo de Israel, procurando ligar com a vida: também somos chamados por Deus, para isso é preciso perceber sua voz nos fatos da vida e segui-la. Organize a árvore genealógica dos patriarcas: Abraão e Sara geraram Isaac, este com Rebeca gerou Esaú e Jacó que teve 12 filhos, para que os catequizandos possam compreender a família numerosa prometida por a Abraão. Antes, porém, pode-se trabalhar a genealogia da família dos catequizandos. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, Gn 12,1-9; 17,1-8; 45, 1-20 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de Oração: Fazer orações espontâneas lembrando de pessoas conhecidas, parentes, amigos que precisaram deixar o lugar onde viviam para poder ter uma vida melhor. Encerrar com a oração do Pai Nosso. 38 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Uma pessoa precisa fazer muitas Todos mudanças ao longo da sua vida, pois estamos em os temas do Antigo constante movimento. As crianças mudam de Testamento devem ser lidos a partir de escola, os jovens mudam de vida quando chegam à Jesus e da Nova e Eterna Aliança. Assim, maioridade, os adultos mudam de emprego, de estaremos casa e até de cidade. Existem pessoas que são cristocêntrica obrigadas a deixar a sua terra para ir em busca centro), como nos pedem os documentos de condições melhores de vida. da Igreja. E é deste modo que devemos fazendo (que a tem catequese Cristo no Por volta do ano de 1850 a.C., um homem entender a vida de Abraão, este grande chamado Abraão deixou a sua terra em Ur, na patriarca. Sua historia pode ser uma Caldéia e foi para uma terra distante. Não foi grande luz para todos nos. uma mudança qualquer. Este homem recebeu um chamado de Deus para deixar o lugar onde morava com sua família, pois havia um plano para Ele. Com Abraão começa a história do Povo de Israel. Deus não escolheu Abraão por causa dos seus méritos. Chamou um homem comum, que vivia uma vida comum como os outros homens de sua época. No cotidiano da vida a ação de Deus acontece, mas conta com a colaboração humana. Vejamos alguns fatos da vida de Abraão O grande patriarca do Povo da Bíblia (cf. Gn 12,18): Deus convidou Abraão a deixar a sua terra e ir para um lugar desconhecido, pedindo que deixasse tudo: sua casa, sua segurança, sua estabilidade. A partir dai, o futuro seria incerto, pois iria para uma terra desconhecida e enfrentaria desafios novos. Poderia negar o pedido de Deus, mas movido pela confiança, aceita deixar o seu passado para se aventurar diante do chamado de Deus. Deus promete formar dele um grande povo. Pediu tudo a Abraão, mas também lhe concedeu uma grande graça, deixando lhe uma promessa: "Farei de ti uma grande nação e te abençoarei: engrandecerei o teu nome, de modo que ele se tome uma benção!" (Gn 12,2). Apesar de sua esposa ser uma mulher estéril, Abraão acredita na Palavra de Deus. Jesus é da descendência abençoada de Abraão. Os descendentes de Abraão formaram o Povo de Israel. Deste povo saiu Jesus de Nazaré. Quase vinte séculos antes do nascimento de Jesus, Deus já estava preparando os caminhos para vir habitar no meio de seu povo. Deste modo, Jesus é a bênção da promessa feita a Abraão. Assim como ele, nossa vida também encontra o seu sentido na relação com Deus e na vocação que decorre deste diálogo. Também nós somos chamados a ter a coragem da mudança e da obediência a Palavra de Deus. Certamente também a nós esta reservada uma bênção. Acima de tudo, já somos herdeiros da bênção de Abraão, pois estamos unidos à sua descendência por Jesus Cristo: somos irmãos de Jesus, participantes de seu povo, configurados a Ele pelo Batismo. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. II, Ed.Vozes, 2008 – p. 57-58 39 A HISTÓRIA DE JOSÉ José reconheceu seus irmãos e não pôde José tinha dezessete anos e pastoreava o rebanho com seus irmãos. mais se conter na presença de sua corte, e ordenou: Ajudava os filhos de Bala e Zelfa, mulheres "Saiam todos!" E não havia mais ninguém, de seu pai. Certo dia, falou a seu pai da má fama quando José se deu a conhecer a seus irmãos: que eles tinham. José era o preferido de Israel, começou a chorar tão alto que todos os egípcios porque era o filho de sua velhice e, por isso, ouviram, e a notícia chegou à casa do Faraó. mandou fazer para ele uma túnica de mangas José disse aos irmãos: "Eu sou José! Meu pai longas. Seus irmãos perceberam que o pai o ainda está vivo?" Seus irmãos, espantados, ficaram preferia aos outros filhos. Por isso, ficaram com sem resposta. Então José disse aos irmãos: raiva, e não falavam amigavelmente com ele. Os irmãos de José foram apascentar o rebanho de seu pai em Siquém. "Cheguem mais perto de mim!" Eles se aproximaram. José continuou: "Eu sou José, o irmão de vocês, aquele que Israel disse a José: "Seus irmãos devem vocês venderam para o Egito. Mas agora, não estar com os rebanhos em Siquém. Venha cá! Vou fiquem tristes nem se aflijam porque me venderam mandar você ate onde eles estão." José respondeu: para este país, pois foi para lhes preservar a vida "Aqui estou." o pai lhe disse: "Então vá ver que Deus me enviou na frente de vocês. De fato, há como estão seus irmãos e o rebanho, e traga-me dois anos que a fome se instalou no país e ainda noticias." o pai o mandou do vale de Hebron, e José havendo - cinco anos sem semeadura e sem chegou a Siquém. colheita. Deus me enviou na frente de vocês, para Os irmãos o viram de longe e, antes que se que possam sobreviver neste país, salvando a vida aproximasse, começaram a planejar a morte dele. para uma libertação maravilhosa. Portanto, não Disseram entre si: "Ai vem o sonhador! Vamos foram vocês que me mandaram para cá. Foi Deus. matá-lo e jogá-lo num poço." Ele me tornou ministro do Faraó, administrador de Quando passaram alguns mercadores todo o palácio e governador de todo o Egito. Subam madianitas, os irmãos retiraram José do poço, e depressa à casa do meu pai e digam a ele: 'Assim depois venderam José aos ismaelitas por vinte fala seu filho José: Deus me tornou senhor de todo moedas de prata, e estes o levaram para o Egito. o Egito. Desça sem de mora para junto de mim; o José interpretou um sonho do Faraó e o senhor habitará na terra de Gessen, e ficara Faraó disse a José: "Veja! Eu coloco você à frente comigo: o senhor, seus filhos, netos, ovelhas, bois e de todo o país." tudo o que lhe pertence. Aí eu o sustentarei, a fim Então o Faraó tirou da mão o anel de selo e o de que não falte mais nada ao senhor, à sua família colocou na mão de José; vestiu -o com roupas de linho e à tudo o que possui, pois a fome ainda vai durar fino e lhe colocou no pescoço um colar de ouro. cinco anos'." De todos os países ia muita gente ao Egito Jacó enviou Judá na frente, para que ele se para comprar mantimentos de José, porque a fome encontrasse com José e preparasse um lugar em se agravou por toda a terra. Jacó soube que havia Gessen. Quando eles estavam chegando a Gessen, mantimentos no Egito, e disse a seus filhos: "Vocês, José preparou o seu carro e foi ao encontro do seu o que estão esperando? Eu soube que no Egito há pai Israel em Gessen. Ao vê-lo, o abraçou e, ao mantimentos para vender. Vão ate lá e comprem beijá-lo, chorou. Israel disse a José: “Agora posso mantimentos para nós, a fim de continuarmos vivos morrer, depois que vi você vivo em pessoa”. e não morrermos." Fonte: Deus dá a vida e liberdade, Paulus, 1993, p. 38-39. 40 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 13º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: MOISÉS 1. . Objetivos: Apresentar a caminhada do povo hebreu rumo à Terra Prometida, como uma ação de Deus que quer o seu povo livre. Orientar os catequizandos a agirem de modo semelhante a Moisés, procurando confiar em Deus, vivendo no dia a dia o amor a Ele e ao próximo. Perceber que Deus escolhe pessoas, como fez com Moisés, para ajudá-lo a mostrar o caminho de libertação e salvação que o povo deve seguir para relacionar-se com Ele e com os homens. 2. Conteúdo do Encontro: Contar a história de Moisés e mostrar aos catequizandos que o povo de Deus o acompanhava, assim como nos acompanha hoje. Falar das pragas do Egito, da poderosa providência de Deus na saída do povo hebreu do Egito. Comentar sobre Moisés apresentando os mandamentos escritos nas tábuas da Lei. Mostrar a desobediência do povo e o amor de Deus para com eles. 3. Desenvolvimento do tema: Use a linha do tempo para localizar a história de Moisés. Prepare um caminho com paradas para ilustrar a caminhada do Povo de Deus. Em cada parada coloque um cartaz ou algum símbolo (cesto, sandálias, cajado, Tábuas da Lei...) que ilustre um momento da vida de Moisés e seu caminho com o povo: Moisés salvo das águas, sua revolta contra o egípcio, a sarça ardente, seus diálogos com o faraó, as pragas, a saída do Egito, a passagem pelo Mar Vermelho, a Aliança no Sinai, a chegada à Terra Prometida. Depois de contar a história de Moisés, pedir que leiam, cada um na sua bíblia esta história. Passar o filme – A história de Moisés (45 minutos) e entregar a Arca da Aliança com os 10 Mandamentos. Conversar com os catequizandos sobre a Aliança que Deus fez conosco através dos Dez Mandamentos, que é um documento que Deus pediu que fosse colocado em uma arca. Fazer a caixinha, arca (modelo na próxima página). Colocar dentro dos Dez Mandamentos e um bilhetinho para cada um. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Ex 3, 1-15 e Ex 12, 35-42; 19, 1-6 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, cartazes, símbolos, confecção da arca da aliança. (modelo p. 37) 7. Atividades: Explicar e esperar que eles façam. 1. 3-5-1-2-4 5. pressas, Páscoa, passagem, importantes, comemoração, libertação 8. Momento de oração: Cada um fará em silêncio uma oração pedindo a Deus por sua família. Fazer oração espontânea apresentando a Deus todas as famílias da comunidade e suas preocupações. 41 1) Recortar nas linhas sólidas e dobre nas linhas tracejadas. 2) Montar a arca e colocar dentro dela: as tábuas da lei e o compromisso do catequizando. Eu sou o Senhor, teu Deus: I. Não terás outros VI. Não cometerás deuses, nem farás dirás falso imagens deles para as adorar. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Lembra-te de santificar o dia do sábado. IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo sobre a terra. V. Não 42 matarás. adultério.VII. Não furtarás. VIII. Não testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença. “Deus fez uma Aliança conosco através da Arca. Agora nós vamos, em resposta ao Senhor, nos comprometer a vive esta Aliança” Eu _____________________________ me comprometo a viver a santidade através dos Dez Mandamentos. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Muito tempo depois, surgiu um novo Faraó Moisés foi uma dessas pessoas chamadas no Egito. Ele não tinha conhecido nem José nem a por Deus para ser mediador da libertação do Povo família de Jacó, também chamado de Israel. de Mas os israelitas continuavam a se Israel, após ter feito uma profunda experiência com Deus na sarça ardente (Ex 3,1-15). multiplicar. Por isso os egípcios redobraram ainda Moisés tinha saído do Egito. Ele pastoreava mais os trabalhos forçados. Aí veio a escravidão: o rebanho do seu sogro Jetro. Quando chegou ao o povo só trabalhava. Tinha de fazer tijolos, monte chamado Horeb ou Sinai, ele viu uma coisa grandes construções, trabalho no campo, e pagar estranha: havia um pequeno arbusto que ardia em tributo de tudo. Os israelitas não tinham mais fogo, mas não se queimava. Moisés ficou curioso. descanso. Perderam completamente a liberdade, e Chegou perto e, do meio do arbusto em fogo, Deus sua vida ficou reduzida a trabalhar para os outros o chamou: "Moisés, Moisés!" Moisés respondeu: sem poder ter nada para si. "Aqui estou!" Deus disse: "Não se aproxime. Este O rei continuou a perseguição: para evitar chão e sagrado. Fique descalço." que o povo aumentasse, mandou matar todo Moisés cobriu o rosto. Então Deus disse: menino que nascesse. O povo de Israel se viu em "Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. grande aperto. Ouvi o clamor dele e sei o quanto está sofrendo. Certo homem israelita casou e, tempo Por isso vou libertá-lo do poder dos egípcios e depois, sua mulher teve um filho. Com pena, a mãe fazê-lo subir para uma terra fértil e espaçosa, escondeu o menino durante algum tempo. Quando terra onde corre leite e mel. As queixas dos filhos não pôde mais esconder, pegou o menino, colocou-o de Israel chegaram até mim. Por isso, vá. Eu estou dentro de uma cesta, e depois a deixou boiando no mandando você até o Faraó para tirar do Egito o rio Nilo. A irmã do menino ficou olhando de longe. meu povo, os filhos de Israel." A cesta foi descendo e chegou perto da filha do Moisés e Aarão se apresentaram diante do Faraó, que tinha ido tomar banho no rio. Ela viu a Faraó e disseram: "Assim diz Javé, o Deus de cesta e mandou pegá-la. Quando viu o bebê Israel: Deixe meu povo partir para que celebre chorando, ficou com muita pena. Percebeu logo uma festa para mim no deserto." o Faraó que era um menino dos israelitas. respondeu: "Quem é Javé, para que eu tenha de Nessa hora, a irmã do menino perguntou a obedecer a ele e deixar Israel partir? Não filha do Faraó: "A senhora quer que eu vá chamar reconheço Javé, nem deixarei Israel partir." Eles uma mulher israelita para criar o menino?" A filha disseram: "O Deus dos hebreus veio ao nosso do Faraó aceitou. Então a menina chamou a mãe da encontro. Deixe-nos fazer uma viagem de três criança. A filha do Faraó mandou que a mulher dias pelo deserto para oferecermos sacrifícios a criasse o menino para ela até ele crescer. Quando Javé nosso Deus; caso contrário, ele nos ferirá ele cresceu, a mulher entregou o menino à filha do com peste ou espada." Então o rei do Egito lhes Faraó. Esta o adotou e lhe deu o nome de Moisés, disse: "Moisés e Aarão, por que vocês subvertem que significa "tirado das águas". o povo que trabalha? Voltem já para o trabalho!" E Tempo depois, o rei do Egito morreu. Os israelitas, porém, sofriam com o peso da escravidão. Clamavam e reclamavam. E o clamor deles chegou ate Deus. E Deus ouviu as queixas deles. o Faraó acrescentou: "Eles já são mais numerosos que os nativos do país, e vocês ainda querem que eles deixem de trabalhar?" Então Moisés voltou-se para Javé e perguntou: "Senhor, por que maltratas este povo? Deus sempre suscitou pessoas para estarem à frente de seu povo. Por que me enviaste? Desde que me apresentei ao Faraó para falar em teu nome, o povo é 43 maltratado, e tu não libertaste o teu povo." Javé Javé disse a Moisés: "o Faraó não fará caso respondeu a Moisés: "Agora você verá o que vou de vocês. Assim os meus prodígios se multiplicarão fazer ao Faraó. É pela força que ele os deixará no Egito." Moisés e Aarão fizeram todos esses partir, e até os expulsará do país." prodígios diante do Faraó. Javé, porém, endureceu Javé disse a Moisés: "Veja! Eu faço você como um deus para o Faraó, e seu irmão Aarão o coração do Faraó. E este não deixou que os filhos de Israel partissem do seu país. será seu profeta. Você falará tudo o que eu Este povo, "Povo de Deus", marchou para a mandar, e seu irmão Aarão falara ao Faraó, para Terra Prometida. Atravessou o Mar Vermelho e que este deixe os filhos de Israel partir de sua andou pelo deserto. Muitas vezes, este povo terra. Eu, porem, vou endurecer o coração do duvidou da ação de Deus, temendo morrer de Faraó, e multiplicarei sinais e prodígios no país do fome e de sede pelo caminho. Moisés foi um Egito. O Faraó não vai ouvir vocês; e então eu intercessor que sempre pediu para que não colocarei a minha mão em cima do Egito e tirarei faltasse o auxilio divino (cf. Ex 14,9-14; 15,22-16,8). do Egito os meus exércitos, o meu povo, os filhos No Monte Sinai, aconteceu um fato muito de Israel, fazendo solene justiça. Desse modo, os importante. Moisés recebeu as Tábuas da Aliança, egípcios saberão que eu sou Javé, quando eu ou seja, os Dez Mandamentos. Deus renovou o estender a minha mão em cima do Egito e fizer os acordo com seu povo: "Eu serei vosso Deus e vos filhos de Israel sair do meio deles." Moisés e sereis o meu povo!" Guiados pela aliança e pela lei, Aarão fizeram exatamente o que Javé tinha o Povo de Israel entrou na Terra Prometida, não ordenado. sem muitas lutas e até infidelidades. Moisés Javé disse a Moisés: "Farei vir mais uma morreu antes de entrar na terra de Canaã. praga contra o Faraó e contra o Egito. Só então A vida de Moisés nos ensina algumas lições: ele os deixará partir daqui; melhor ainda, ele os expulsará daqui. Portanto, diga a cada homem que alheio aos sofrimentos de seu povo; peça objetos de prata e ouro ao seu vizinho, e toda mulher a sua vizinha." E Javé fez com que o mediadoras para conduzir o seu povo; povo ganhasse a simpatia dos egípcios. Moisés era também muito estimado no Egito pelos ministros abandona aqueles que Ele ama. do Faraó e pelo povo. Javé é um Deus libertador que não fica Deus precisa de pessoas que sejam Nem sempre o povo é fiel, mas Deus nunca Se Moisés foi o libertador do povo e Moisés disse: "Assim diz Javé: à meia-noite, mediador de uma aliança, Jesus foi muito mais, eu passarei pelo meio do Egito, e todos os pois trouxe a libertação para toda a humanidade. primogênitos o Deu-nos algo muito maior que a lei: fez uma primogênito do Faraó, herdeiro do seu trono, até aliança selada no seu sangue, o "sangue da Nova e o primogênito da escrava que trabalha no moinho, Eterna Aliança". Se no Antigo Testamento, os e todos os primogênitos do gado. Então na terra judeus celebravam a Páscoa para fazer memória do Egito haverá grande clamor, como nunca houve da libertação da escravidão do Egito, nós cristãos antes e nunca mais haverá. Mas entre os filhos de celebramos a Páscoa como memorial da morte e Israel, desde os homens até os animais, não se ressurreição de Jesus, salvação e vida para todos! do Egito morrerão, desde ouvirá nem o latido de um cão, para que vocês (Êxodo 5,1-5.22-6,1; 7,1-6; 11,1-10) saibam que Javé distingue entre o Egito e Israel. Fonte: Então todos os ministros do Faraó virão a mim e, Deus dá a vida e liberdade, Paulus, 1993 – pg. 48-49 e prostrados diante de mim, dirão: 'Saiam, você e o povo que o acompanha'. Então eu sairei." E, ardendo em ira, Moisés saiu do palácio do Faraó. 44 56-57 Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, vol. II, Ed.Vozes, 2008, p. 65-66 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 14º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: JUÍZES E REIS 1. Objetivos: 1. Mostrar aos catequizandos que Deus respeita a liberdade dos homens e conta com homens líderes para refazer a Aliança com seu povo. 2. Valorizar as pequenas ações que vão sendo parte da construção de algo maior. 3. Compreender que se pode servir as pessoas e a comunidade se agirem com fé, coragem e confiarem plenamente em Deus. 4. Compreender que a Lei de Deus forma comunidade de fé e por meio de Jesus Cristo e do serviço ao próximo, é possível construir uma verdadeira vida comunitária feliz. 2. Conteúdo do Encontro: Mencionar as principais tarefas dos juízes e reis junto ao povo de Deus. Identificar os últimos juízes e os primeiros reis que dirigiram o povo de Deus. Apresentar a imagem de Davi como aquele que, embora pequeno, com a graça de Deus se torna grande. A grandeza de Davi está em servir o povo de Deus. 3. Desenvolvimento do tema: Depois de contar a história de Davi, pedir que leiam, cada um na sua bíblia esta história. Dinâmica: Suco sem açúcar Preparar uma jarra de limonada sem açúcar. Pedir para que cada um prove um pouco do suco. Perguntar o que está faltando no suco. Comentar: assim como o suco sem açúcar fica azedo, assim também a vida comunitária sem amor, ou seja, a caridade fica sem prazer, às vezes até insuportável. Em seguida, coloque o açúcar e bebam a limonada. Conversar sobre o que significa a vontade de Deus para a vida comunitária, ajudando-os a compreender um pouco desta fase do povo da bíblia, com as qualidades e dificuldades possíveis de serem identificadas. Comentar que o povo da bíblia estava a esperar alguém que lhe ensinasse o caminho para se formar uma autêntica comunidade na qual Deus seja o Senhor. Contar a história de Samuel e de Davi mostrando que o através deles o povo sente perto que Deus está com eles e os protege. 4. Leitura utilizada: da própria apostila 1Sm 17, 12-58 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: 1. Explicar e esperar que eles façam. 2. Explicar e esperar que eles façam. 8. Momento de Oração: Escrever uma oração espontânea pedindo a Deus que também através de você as pessoas reconheçam a presença de Deus – Cada um reze a sua oração em silêncio e conclua com o Pai Nosso. 45 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA SAMUEL O MENINO QUE OUVIU A VOZ DE DEUS. A Bíblia narra a história de Samuel apresentando-o, inicialmente, como um menino muito querido por Deus. E não só. Pois também Samuel amava muito a Deus. Por isso, desde pequeno, ele aprendeu a ouvi-lo e a transmitir suas mensagens às pessoas. Neste artigo vamos conhecer melhor a história de Samuel. Ela está no livro da Bíblia que tem o seu próprio nome: Primeiro Livro de Samuel (ISm). Comece a leitura no primeiro capítulo, versículo 19 em diante. Os pais de Samuel chamavam-se El-cana e Ana. Eles se amavam muito e queriam um filho, mas Ana não podia ter nené. Por isso,ela rezou, com toda a confiança, pedindo a Deus que lhe desse tal filho. Passado não muito tempo, Ana ficou grávida e deu à luz um menino. Ela o chamou com o nome de Samuel, que significa "pedido ao Senhor". Seus pais ficaram contentes e agradeceram muito a Deus. Sua mãe cuidava dele com todo amor e carinho. E lhe ensinava muitas coisas. Certamente foi dela que Samuel aprendeu a rezar e a ter Deus como um amigo. Sua mãe havia feito uma promessa: de oferecer este seu filho a Deus para que ele se tornasse um sacerdote. Assim, Samuel dedicaria toda sua vida ao Senhor para servir ao seu povo. Sem dúvida, este gesto de Ana era muito bonito. Mas você já pensou onde é que Samuel aprenderia a ser sacerdote? Pois, naquele tempo, não havia seminários, como existem hoje, onde se preparam os futuros. Contudo, seus pais sabiam o que precisavam fazer. Por isso mesmo, quando Samuel era ainda criança, eles o levaram para morar no templo, numa cidade chamada Silo, na antiga Palestina. Seria aí, junto com o sacerdote Eli, que o pequeno Samuel começaria a preparar o seu futuro, como sacerdote. (Leia em 1Sm 1,24-28 como foi a chegada de Samuel no templo.) Samuel acostumou-se logo e gostou muito de viver em Silo. Todos os anos, seus pais iam visitá-lo. Eles estavam felizes, e Eli os abençoava. Assim, Samuel foi crescendo. E com muita alegria 46 e dedicação ele servia ao Senhor, na presença de Eli. Além de Samuel, Eli era ajudado nas tarefas do templo pêlos seus dois filhos: Hofni e Finéias. Estes, ao contrário de Samuel, não se preocupavam com as coisas de Deus, nem com os deveres dos sacerdotes em relação ao povo. Eli, já bastante velho e enfraquecido, sofria muito com isso. Aconselhava-os sempre, mas em nada conseguiu modificar o comportamento dos filhos. Samuel, no entanto, continuava sempre dedicado, e Eli confiava muito nele. Deus chama Samuel e lhe fala Assim, a vida de Samuel prosseguia seu ritmo normal. Nela não havia coisas ou visões extraordinárias. Certa noite, porém, algo diferente aconteceu... Eli estava em seu quarto.Também Samuel já estava quase dormindo, quando ouviu uma voz que o chamava: "Samuel, Samuel". Ele pensou que fosse Eli e foi imediatamente procurá-lo e disse: "O senhor me chamou?". Eli respondeu: "Não, volte para a cama e durma". Samuel obedeceu, mas quando estava novamente quase pegando no sono, ouviu de novo: "Samuel, Samuel". Outra vez pulou da cama e correu para Eli: "O senhor me chamou, aqui estou". De novo Eli o mandou de volta para a cama, pois não o havia chamado. Uma terceira vez, Samuel ouviu o chamado e correu para o quarto de Eli. Então o sacerdote entendeu que era Deus que queria falar a Samuel e disse-lhe que fosse dormir e se voltasse a ouvir a voz dissesse assim: "Fala, Senhor, que estou escutando". Samuel fez direitinho como Eli havia ensinado. Então Deus lhe revelou uma terrível mensagem. Nela Deus comunicava a Eli uma decisão muito importante: ele ia tirar de seus dois filhos o direito de serem sacerdotes. Tudo isso porque eles estavam desrespeitando Deus e o povo. Samuel compreendeu bem o recado de Deus. E ficou pensativo: "Como vou dizê-lo a Eli? Ele ficará muito triste. Mas Deus tem toda a razão e eu não posso desobedecê-lo". Assim, no dia seguinte. Samuel contou a Eli tudo o quê o Senhor Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I lhe falara. E o sacerdote aceitou as determinações de Deus, através das palavras de Samuel. Pouco depois, também o povo ficou sabendo de tudo. e Samuel se tomou um profeta no meio deles. Todos tinham grande respeito por ele e diziam: "E um profeta, pois Deus falou com ele, e ele nos comunica as coisas de Deus". Esse povo é o mesmo que saiu do Egito com Moisés - como vimos na edição de maio último. Eles viviam em constantes lutas com os povos das cidades vizinhas. Os inimigos queriam tirar deles a terra (que Deus mesmo lhes prometera). Por isso, Deus sempre tomava a defesa do seu povo. E com sua ajuda, os inimigos eram facilmente vencidos. Certa vez, porém, Deus permitiu que o povo fosse derrotado duramente. Em duas batalhas morreram mais de 5 mil homens, inclusive os filhos de Eli. Desgostoso com este fato, o velho sacerdote também faleceu. Depois da morte de Eli, Samuel, embora bastante jovem, começou a orientar o povo sobre o que fazer para vencer os inimigos. Pois como poderiam viver, se suas terras continuassem sendo invadidas e roubadas? Para sair dessa dificuldade, os líderes do povo se reuniram. E enquanto rezavam, pedindo que Deus os livrasse dos inimigos, tiveram também uma idéia brilhante: nomear Samuel como um juiz (chefe) para orientar o povo. Aceitando essa tarefa, Samuel repetiu sua promessa de servir ao Senhor com fidelidade. E com sábias palavras, ele lembrava ao povo seus deveres. Para que Deus os ajudasse eles deveriam abandonar todos os falsos deuses dos povos estrangeiros, e servir e adorar somente ao único e verdadeiro Deus. Quando os inimigos souberam dessas decisões, eles ficaram furiosos e atacaram novamente o povo. No início, as pessoas tiveram medo, pois as duas últimas derrotas foram feias. Samuel, porém, tranqüilizou-as e as encorajou a prosseguir firmes na luta, buscando a ajuda do Senhor. Para isso, Samuel também rezou. Sua oração foi atendida, e os inimigos, vencidos. (Veja como se desenvolveu esta batalha, lendo 1Sm 7, 712). Assim, o povo pôde dominar toda a região. Reconquistar suas terras e cidades. E, enquanto Samuel esteve com eles, ninguém mais os incomodou. Então, gostou da história de Samuel? Você percebeu como ele era atencioso com Deus e com o povo? Como ele tudo fazia para ajudar as pessoas nas suas necessidades? O que você achou desse jeito de Samuel servir ao povo? Que ensinamento ele nos deixa? Fonte: Revista Família Cristã DAVI VENCE O GIGANTE GOLIAS Estourou a guerra contra os filisteus e todos os irmãos de Davi tiveram de pegar em armas. Um dia, o pai de Davi mandou-o ao acampamento para obter notícias. Enquanto ele estava lá, saiu um gigante do campo dos filisteus, que tinha seis côvados e um palmo de altura. Usava capacete de metal, couraças e tornozeleiras de bronze. A haste de sua lança era como o órgão de um tear. Dirigindo-se ao exército de Israel, Golias dizia: "Escolhei entre vós um homem que ouse lutar comigo. Se ele me matar, seremos vossos escravos; mas se eu o matar, sereis nossos escravos". E ninguém ousava lutar com ele. Então Davi apresentou-se e disse: "Irei combater com ele". Tomou o cajado e escolheu na torrente cinco pedras bem lisas, metendo-as numa sacola; depois com a funda na mão, avançou contra o filisteu. O gigante, vendo Davi tão pequeno, gritou-lhe: "Serei eu algum cão para vires contra mim armado com um pau?. Davi respondeu: "Tu vens contra mim com espada, lança e escudo e eu avanço em nome do Senhor. Hoje o Senhor vai entregar-te nas minhas mãos e toda a terra saberá que há um Deus em Israel". Então Davi tirou uma pedra da sacola e arremessou-a com a funda. A pedra foi cravar-se na fronte do filisteu e o gigante caiu por terra. Davi correu e, tirandolhe a espada, cortou-lhe a cabeça. Os filisteus fugiram aterrorizados e os israelitas matou-os em grande quantidade. Magnanimidade de Davi 47 Depois de ter matado o filisteu, Davi voltou com Saul. Por toda a parte as mulheres saíam ao seu encontro, cantando: "Saul matou mil e Davi matou dez mil". Essa preferência irritava o rei. Um dia, enquanto Davi tocava harpa na sua presença, Saul atirou por duas vezes a lança contra ele, para o matar, mas Davi esquivou-se ao golpe. Desde então Saul teve medo de Davi porque via que o Senhor estava com ele. Tendo Davi alcançado nova vitória na guerra contra os filisteus, aumentou a inveja de Saul. Davi pôs-se, então, em fuga e, com alguns de seus companheiros mais fiéis, refugiou-se no deserto. Saul perseguiu-o com 3 mil homens. Um dia, Davi entrou sem ruído na tenda de Saul enquanto este dormia. Abisai aconselhava-o a matar o rei naquela oportunidade, mas Davi recusou-se dizendo: "Quem poderá levantar a mão contra o ungido do Senhor sem cometer crime?". Contentou-se em levar a lança e a taça do rei. Em seguida, de uma colina vizinha, gritou a Abner, general de Saul: "Abner, por que não guardaste o teu rei e senhor? Vê agora onde está a lança e a taça do rei!". Saul reconheceu a voz de Davi e ficou muito arrependido. Algum tempo depois, Saul travou batalha com os filisteus nos montes de Gelboé. O seu exército foi derrotado e Saul ficou gravemente ferido. Então disse ao escudeiro: "Desembainha a espada e mata-me!". Como o escudeiro hesitasse, Saul deixou-se cair sobre a própria espada e morreu. Davi é Proclamado Rei Então Davi consultou o Senhor, que lhe disse: "Sobe a Hebron". Os homens de Judá o acolheram bem e deram-lhe a unção real. Entretanto, Abner, general de Saul, elevou ao trono Isboset, filho de Saul. Só ao fim de sete anos e seis meses depois da morte de Abner e de Isboset os anciãos das tribos de Israel foram procurar Davi em Hebron e o reconheceram como rei. Logo que subiu ao trono, Davi pôs-se à frente de seus guerreiros e marchou sobre Jerusalém que estava então em poder dos jebuseus. Conquistou a fortaleza de Sião, estabeleceu nela a sua residência e chamou-lhe cidade de Davi. [Hábil e valente guerreiro, Davi venceu diversas guerras. Bateu os filisteus, submeteu os moabitas, os sírios, os idumeus e os amonitas. O seu reino estendia-se do Eufrates até o Egito.] [Chegando ao término de sua vida, Davi mandou dar a unção real a seu filho Salomão. Morreu com 70 anos de idade, depois de ter reinado 40 anos em Israel (aprox. 1015 d.C.).] JUÍZES E possível existir uma comunidade de fé vontade de Deus para a vida comunitária do ser através da vivência da Lei de Deus, de sua vontade, humano. No entanto, ela pode ser compreendida com pois os mandamentos, dados a Moisés no Sinai e muito mais riqueza quando a contextualizamos no plenamente revelados em Jesus Cristo, como a Lei todo do Amor se constituem em um caminho para se viver também, uma relação com o Antigo Testamento em bem em comunidade. Para que isso aconteça e que necessário observar os três primeiros mandamentos Canaã. Pois, ao ser conduzidos por Josué, substituto da Sagrada Escritura e estabelecemos, o povo precisou organizar-se ao entrar em que definem como deve ser o relacionamento do povo com Deus e os outros sete que mostram como há de ser uma nova maneira de viver em relação a si mesmo, com os outros, com a sociedade e com o universo criado. Assim, não há dúvida de que o Decálogo forma um todo em que os mandamentos se Para ajudá-lo a obter mais informações sobre este período sugere-se realizar a leitura da introdução ao livro de Juízes, na Bíblia. esclarecem mutuamente - " o Decálogo unifica a vida teologal e a vida social do homem" (Catecismo da Igreja Católica 2069). Como modelo de comunidade ideal, perseguimos sempre a proposta de Cristo. Ela é a explicitação da 48 de Moisés, os israelitas entraram em Canaã, mas não encontraram a terra desocupada. Nela habitavam outros povos. Assim, sua ocupação se deu lenta e progressivamente (Jz 2,23). Após conquistarem a Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I terra Josué a distribuiu entre as 12 tribos, que correspondiam aos doze filhos de Jacó. Cada uma delas tinha um chefe, chamado de "ancião". As leis das tribos eram baseadas nos Dez Mandamentos e a presença de Deus era representada pela Arca da Aliança. comunitária, O povo no tempo dos Juízes estava organizado segundo o Projeto de Deus, buscava a fraternidade e a paz e não havia espaço para divisões entre as tribos. Mas, as guerras com outros povos existiam, independentemente da vontade do povo e por isso Para nos ajudar a entender a experiência de vida REIS formada com base nos mandamentos, podemos tomar como referência o tempo em que o povo da Bíblia sentiu a necessidade de se organizar socialmente, agora numa terra fixa, em grupos, sob a liderança de pessoas mais capacitadas, chamadas de Juízes. Esse tempo foi o momento em que o povo da Bíblia a partir do que tinham aprendido da herança do Sinai, da Lei de Deus procurou viver um ideal de igualdade e solidariedade que durou duzentos anos. O tempo dos juízes foi uma iniciativa que facilmente aquele povo não soube manter-se fiel à Lei de Deus, fazendo alianças com outros povos e cedendo a tentações de promessas de riquezas e facilidades inconseqüentes. O que fica de lição para o cuidado de grandes lideres, como Sansão, Débora e Gedeão, par exemplo, faltou ao povo uma liderança que lhes garantisse a unidade. Foi a partir desta experiência, e depois também no período dos reis, que o povo passou a desejar uma nação sólida, na qual houvesse um salvador, uma pessoa que lhes desse a razão para viver unidos e fiéis a Deus. Para nós, cristãos, Jesus Cristo foi o Salvador, o Messias esperado. Ele apresenta o modelo de vida onde todos se colocam a serviço uns dos outros, acompanhados pela Lei do Amor que ilumina uma comunidade. Diante desses acontecimentos se reconhece que Deus está sempre presente: conduziu o povo e continua a nos conduzir hoje. Desde o tempo de Moisés, com a Aliança, passando pelos Juízes, Ele já preparava a humanidade para receber a plenitude da vida em todos os sentidos, pessoal e comunitário, com a vinda de seu Filho, Jesus Cristo. segundo a promessa feita a Abraão. Diante dessa realidade o povo não mais estava querendo juízes e sim um rei. Samuel, o último juiz, tentou convencer o povo do perigo da monarquia, falando-lhes da situação que haviam vivido no Egito, dos direitos dos reis sobre os súditos (1Sm 8,4-22) e, ainda, lembrou-lhes que somente Deus é rei. No entanto, o povo não quis ouvir Samuel e ele, por insistência do povo escolheu Saul para governá-los (1Sm 10,17-27). Assim, no período de 1000 a 587 merece respeito, mas que acabou porque muito nós é que foi um tempo em que, mesmo sob não havia a prosperidade de um povo grande e forte, a.C., o povo viveu a experiência da monarquia. Saul não atendeu às ordens de Deus e algum tempo depois, no seu lugar, Samuel ungiu para rei, Davi. Apesar de suas fraquezas (2Sm 11), Davi foi um líder especial, libertou Israel dos filisteus, reunindo ao seu redor todas as tribos, fazendo-se seu comandante e rei. Davi conquistou Jerusalém, fez dela capital, transformando-a no centro político-religioso do país. Dotado de um profundo espírito religioso ele desejou construir um templo digno do Senhor em Jerusalém. Mas, Deus através do profeta Natã, disse-lhe que não era ele quem construiria uma casa para o Senhor, mas o Senhor é quem construiria uma casa para Ele: "A tua casa e a tua realeza subsistirão para sempre diante de mim, e o seu trono se estabelecerá para sempre" (2Sm 7,16). Essa promessa messiânica feita a Davi continuou a alimentar a esperança no reino eterno da casa de Davi. Isso podemos identificar, séculos depois, no canto de Zacarias (Lc 1,68-69) e na Anunciação à Maria (Lc 1, 32-33). Assim, podemos compreender que a idéia central do Antigo Testamento consiste na esperança da vinda do Messias-Rei, da Dinastia de Davi, concretizada em Jesus de Nazaré. 49 A monarquia, de um modo geral, aparece descrita como político-religioso. Salomão, filho de Davi. Com sua morte, o Reino de envolvida em corrupção, exploração do povo, abusos Israel foi dividido em Reino do Norte ou de Israel e de poder e abandono de Deus. O próprio povo, Reino do Sul ou de Judá. desorientado, um cai desastre Um terceiro rei, reconhecido como sábio, foi na idolatria compromisso com a Aliança. Anotações 50 e esquece o Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. II, Ed.Vozes, 2008 – p. 93-94 e 98-99. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 15º ENCONTRO: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO: PROFETAS 1. Objetivos: Mostrar aos catequizandos que profeta é todo aquele que fala em nome de Deus, estimula e motiva o povo a refletir e agir. Entender que o Projeto de Deus precisa de homens e mulheres que denunciem os erros e anunciem a chegada do Reino. Entender que a verdadeira vocação do profeta é despertar a justiça e a esperança no meio do povo, ainda nos dias de hoje. 2. Conteúdo do Encontro: Através da leitura bíblica apresentar o profeta como uma pessoa do povo, que participa bem de perto dos dramas de sua gente, acompanha o sentido da história, consegue captar, nas entrelinhas dos acontecimentos, o projeto que Deus tem para os homens e o decifra à luz da Palavra. Na bíblia, vários profetas têm seu livro, que narram sua missão. Relatar a missão do profeta Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. 3. Desenvolvimento do tema: Ler o texto da Apostila e falar sobre os profetas – Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Trazer algumas figuras de pessoas famosas que dedicam ou dedicaram suas vidas para fazer o bem às outras pessoas como é o caso de Ir. Dulce, Dom Oscar Romero, Chico Mendes, R. Doroti, Dom Câmara e outros. Conversar com os catequizandos sobre a vida destas pessoas: quem são, o que fizeram, onde moravam, quais trabalhos realizavam. Dizer que essas pessoas são especiais porque realizaram, em nosso tempo, o papel dos profetas de ontem: anunciar a vontade de Deus e denunciar as injustiças cometidas com as pessoas. Convidá-los a conhecer o maior profeta bíblico, Isaías, que, embora fosse considerado de classe alta, ficou do lado dos pobres e deu esperanças ao povo anunciando a vinda do Messias. 4. Leitura utilizada: Is 6, 1-8 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: Ler juntos Jr 31, 31-34 e refletir por alguns momentos. Rezar pelos que estão necessitados de ajuda. 51 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Em oposição à monarquia nasce o quando surgiam dificuldades, apareciam profetismo. O profeta é um crítico do rei, uma Juízes, ajudando o povo a sair da opressão pessoa de profunda experiência de Deus e, dos inimigos; também, de uma profunda experiência da com a entrada dos filisteus, que criaram realidade do povo. O profeta sofria com a lutas, o povo se sente ameaçado e tem injustiça, à qual os pobres eram acometidos. Por necessidade de unir forças para uma esses motivos os profetas ajudavam o povo a melhor organização social e política. conscientizarem-se da sua situação de opressão e O povo não aceitava a realeza: só aceitava falavam duramente contra os poderosos. Eram Deus como Rei. Era teocrata. Mas, apesar da eles que pediam ao povo que voltassem para Deus, resistência do povo e por necessidade de defesa e que fossem fiéis à Aliança lembrando-lhes que o também seguindo o exemplo de outros povos, caminho era seguir a Lei de Deus. Os profetas Israel se organiza em Monarquia. previam, também, dias melhores para todos se a injustiça fosse abolida. Três reis reinarão sucessivamente: Saul, Davi e Salomão. É chamado o período do Reino Por causa de suas manifestações contra os Unido que durou de 70 a 100 anos, poderosos, os profetas foram perseguidos. Porém, aproximadamente. Foi um tempo de triunfo e nada os fazia calarem-se, desistindo de sua aparentemente, de paz. missão. Mas no final do reinado de Salomão, a A vida e o ensinamento dos profetas se situação se torna insustentável: o povo se vê tomaram Palavra de Deus para os povos de ontem obrigado a pagar altos impostos para que Salomão e de hoje. O próprio Jesus se inspirou muito nos possa manter o luxo do palácio. o povo sofria e profetas, sobretudo em Isaías para assumir sua relembrava a experiência do deserto. missão. Com a morte de Salomão o povo do Norte O Êxodo foi a experiência fundamental desse povo: a libertação da escravidão. toma consciência, reage e se torna independente. Aí acontece o Cisma, a divisão do Reino: A experiência do deserto deu a certeza de que Deus está presente na história. Um Deus que caminha com aqueles que desejam a sua própria libertação. Reino Norte: Israel, capital em Samaria, governada por Jeroboão. Reino Judá, capital em Jerusalém, governada por Roboão. Chegada a Terra de Canã = Terra Prometida: ocupação da nova terra; O Templo construído por Salomão ficava em Jerusalém. E Jeroboão, rei na Samaria, teve o povo torna-se uma nação; medo que o povo fosse a Jerusalém para adorar no os diversos clãs formam tribos; Templo. Para impedir a ida do povo do Norte até até o fim do século IX a.C., o povo mantém lá, ele levanta dois altares nas cidades de Dan e uma Betel. organização social, baseada nas tribos, independentes umas das outras, Apesar da divisão do Reino, a situação não mas unidas na mesma fé em Javé; melhorou. O povo sofreu três calamidades: ao chegar à Terra Prometida, encontraram Guerra: saques e destruições; outros povos, e o relacionamento com Injustiça social: exploração dos fracos; esses povos influiu nos costumes, nas Idolatria: os reis arrastavam o povo ao tradições e na religião dos israelitas; 52 Sul: abandono da fé no Deus único. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I A divisão do reino e a constante luta entre eles e também com outros povos, levam os dois reinos à destruição. Em 722 a.C., o Reino do Norte é invadido pelos Assírios, e em 587 a.C. o Reino do Sul é levado, como cativo, para a Babilônia. Mesmo assim, o povo não perdeu a esperança, porque era um povo depositário da Aliança: os escolhidos do Senhor. Esse povo tinha sido chamado a ser testemunha de unidade. Diante de toda essa situação, surgem os Profetas. Profeta é um homem chamado por Deus, para: transmitir ao povo a sua mensagem, e falar em nome do Senhor. è alguém do povo; alguém que participa bem de perto dos dramas de seus patrícios, sobretudo dos mais fracos, oprimidos e marginalizados. Profeta não significa aquele que anuncia os acontecimentos futuros, como adivinho. Ele não é uma espécie de "mágico" que prevê o futuro. O Profeta lê o presente. Ele possui o sentido da história. Consegue captar, nas entrelinhas dos acontecimentos, o Projeto que Deus tem para os homens. Ele decifra à luz da Palavra de Deus, os fatos do presente, e está sempre aberto ao futuro, à esperança. Indica a vontade de Deus. Profeta: é alguém engajado, atento, presente, fiel; é alguém sem compromisso com o êxito, com o sucesso e com o poder constituído; é alguém que vê por detrás das aparências dos acontecimentos. Sua missão: é falar no tempo e fora do tempo (1Sm 7-15; 2Sm 12); é educar para a consciência crítica (Jr 6, 11; Ez 3,14); é ajudar os outros a perceberem a realidade além das aparências (Mt 7,1-23); é despertar para uma vida na verdade (Jr 31, 31-34; Ez 36,16-38); é re-examinar a prioridade dos valores. O profeta tem coragem de: denunciar mesmo com ameaças, as injustiças; chamar o povo infiel à conversão; estimular o povo de Deus e seus dirigentes para a fidelidade ao compromisso com o Deus de seus pais, o Deus da Aliança, o Deus da Libertação; levar o povo e seus dirigentes a tomar consciência da situação histórica. Os Profetas não são doutrinadores, mas conscientizadores; contestar a "ordem" contraria ao Plano de Deus; por isso, eles eram considerados elementos perigosos; recordar os acontecimentos da história do povo para criticar e mudar a situação injusta do presente; iluminar os caminhos do futuro do povo; exigir, em nome de Deus, mudanças na conduta pessoal, nas instituições religiosas e políticas do povo; criticar a opressão dos pobres; defender os sem-vez e os sem-voz; lutar contra o luxo resultante da exploração dos fracos; mostrar que não se pode encontrar Deus escravizando e explorando o irmão; que não adianta o culto sem justiça e amor ao próximo; acusar e combater os privilégios; construir a fraternidade. O Profeta é uma figura conhecida em todas as grandes religiões. O AT valoriza tanto os Profetas que seus escritos formam uma das partes da Bíblia. A época dos Profetas começa no tempo dos Reis. No AT o termo "Profeta" (em hebraico = NABI) quer dizer: “falar com força”, “falar com entusiasmo”. Podemos ler na Bíblia os livros proféticos: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Mas vale lembrar que havia, também, profetisas: Miriam (Ex 15,20), Débora (Jz 4,4), a esposa de Isaías (Is 8,3) ... Isaías é considerado o maior dos profetas de Israel. Sua vocação profética surgiu quando 53 tinha aproximadamente 20 anos de idade, a partir O Profeta é um homem contemplativo. Ele de uma visão que teve (cf. Is 6). Esta visão aprendeu a rezar. E reza para ouvir a Deus, para provocou em Isaías a consciência da santidade de aprender a perceber a linguagem de Deus na vida Deus, do pecado do povo e da necessidade de dos homens. conversão. Isaías foi casado, mas não sabemos o Ser chamado, ser enviado, viver a vocação nome da esposa que apenas é chamada de profética, é viver na escuta, e agüentar os profetisa. questionamentos da Palavra de Deus. Podemos considerar Isaías como o profeta O Profeta é pobre: tem consciência dos da justiça, pois combateu a idolatria e as seus próprios Iimites, mas a força de Deus o injustiças sociais com grande vigor. Pelo seu jeito encoraja. de falar, pela beleza de seus textos, sabemos que era um homem instruído. Ele participou da política em uma época muito agitada e difícil. Muitas vezes procurou Acaz, rei de Judá, para aconselhálo. Isaías anunciava um terrível julgamento sobre Israel afirmando que as nações pagãs seriam executoras do castigo e depois também seriam castigadas. Quanto a Israel, alertou que alguns seriam salvos. Ele chamou o povo ao arrependimento e à fé. É importante dizer que Isaías, em todas as suas profecias, deixava transparecer sempre a mais firme esperança em um rei glorioso que havia de vir e restaurar a ordem no mundo. Assim, ele anunciava a esperança no Messias prometido: "Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado: sobre seu ombro está o manto real e ele se chama Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz" (Is 9,5). O próprio Jesus quando anunciou seu programa de ação usou as palavras de Isaías (Lc 4,17-19). NÚCLEO FUNDAMENTAL DO PROFETISMO O núcleo fundamental do profetismo é a CONSEQUÊNCIA DA MISSÃO DOS PROFETAS São perseguidos, porque são sempre incômodos. Aparecem sempre conflitos entre os profetas e os que estão no "poder" religioso ou político. Por isso são perseguidos e, às vezes, pagam com a vida a fidelidade à Palavra de Javé. Sob o Rei Acab (1Rs 18,4-13), provavelmente sob Manasses (2Rs 21, 16), sob o Rei Joaquim (Jr 26,20-23) e também no tempo de Neemias (Ne 9,26), exterminaram os Profetas. Jesus chegou a dizer: Jerusalém que matas os profetas ... (Mt 23,37). A missão do Servo de Javé termina no silêncio do cordeiro que se imola (Is 53, 7). Deus não deixa os profetas esperarem o sucesso de sua missão (Is 6,9-13; Jr 1,19; 7,27; Ez 3, 6-9). FALSOS PROFETAS São aqueles que falam em seu próprio nome, sem terem sido enviados (Jr 14, 14,14s; 23,16; 27,15). São aqueles que seguem a própria vontade (Ez 13,3). Encontramos, na Bíblia 18 Livros Proféticos. oração que alimenta e revigora a Missão à qual o Profeta é chamado. O Profeta tem vida de intimidade com a Palavra de Deus. Ele conhece a Deus na experiência da vida e mantém diálogo constante com Ele. A vocação de Jeremias, por exemplo, nos apresenta um homem que tem intimidade com Deus (Jr 1,4-10). 54 Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Paulus, 2003 – p. 138-142. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. II, Ed.Vozes, 2008 – p. 101 e 104 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 16º ENCONTRO: MARIA E A ANUNCIAÇÃO DO ANJO 1. Objetivos: Possibilitar aos catequizandos descobrirem que Maria foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Jesus. Reconhecer que Deus escolheu Maria para ser também a nossa mãe. Reconhecer Maria como fiel colaboradora e seguidora de Jesus, fazendo com que a igreja se sinta uma família. Reconhecer que o SIM dado por Maria deve ser o sim de todos nós. 2. Conteúdo do Encontro: Utilizando a bíblia contar a história de Maria e como recebeu a notícia de que seria a mãe do Salvador. A visita a Isabel é uma lição de caridade. Através do Magnificat, Maria mostra que conhece toda a história da Salvação, está aberta para Deus e para os homens, é fiel aos profetas, conhece a realidade, angústia e esperança do seu povo, tem o coração voltado para Deus e os pés no chão. 3. Desenvolvimento do tema: Contar a história utilizando a bíblia e o texto em anexo. Colocar em destaque uma imagem de Nossa Senhora. Em volta da imagem, distribua gravuras de várias pessoas: crianças, adolescentes, jovens e idosos em diferentes situações profissionais, sociais, econômicas....Mulheres, homens que representam a sociedade atual. Comentar: Se somos filhos de Maria, como devem ser a nossa vida de irmãos? Conversar: quantas vezes sentimos dificuldade em obedecer, porque nem sempre entendemos que o que as pessoas nos pedem é para o nosso bem e principalmente porque nos amam. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 1, 26-56 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades Lucas 1, 48: Porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz. 5 – Procure no segundo texto e copie as expressões que correspondem a Fruto do vosso ventre: Seu filho Jesus Rogai por nós: Peça proteção para nós Amém!: Este é o nosso desejo O Senhor é convosco: Deus está com você 8. Momento de Oração: Ler 2, 1-12 e refletir sobre a presença de Maria em nossa vida, nos momentos em que estamos em dificuldades. Relembrar em silêncio as graças que recebemos por sua intercessão. Rezar pedindo proteção a todos os que sofrem. 55 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Dizer sim a Deus no nosso dia-a-dia nem Maria compreende o que se realizara por sempre é fácil, não e mesmo? Mas, existe uma intermédio dela; mas, sua atitude disponível e pessoa que não exitou em fazer a vontade de responsável a leva a perguntar como isso se dará. Deus: Maria. O Na anunciação ela de fato entregou-se e manifestou a obediência da fé a Deus por meio do seu mensageiro, o Anjo Gabriel. E no Evangelho de Lucas 1,26-28, escrito entre os anos 75 a 90, que encontramos o chamado de Maria com a visita do Anjo Gabriel, enviado por Deus: "Ave, ó cheia de graça!" A palavra graça é acompanhada por uma frase singular: "0 Senhor está contigo". Isto significa que Maria terá apoio incondicional para realizar o que Deus espera dela. anjo lhe responde que sua maternidade acontecerá por obra do Espírito Santo. Tomando consciência de que para Deus nada é impossível, abriu seu coração, e de seus lábios brotou a resposta definitiva: "Faça-se em mim segundo a tua palavra". Essa atitude de Maria é o ápice de sua vocação, manifestada na vontade de cumprir prontamente o que o Senhor anunciou. A partir desse momento, o Salvador tão esperado esta entre nós, homem como nós, nosso irmão. Maria, a primeira a crer em Jesus como Filho de Deus e Salvador do mundo, por sua vontade e entrega confiante, alegre, total e Com essas palavras, Maria "perturbou-se" irrestrita à vontade de Deus, torna-se mãe de diante do inesperado de sua vocação. Mas, Cristo. Concebe-o em seu coração antes de generosa e reflexiva, soube dialogar com o concebê-lo em seu ventre. Ela é o modelo dos que mensageiro, procurando entender por que ela ouvem e praticam a Palavra de Deus, como dirá seria a favorecida de Deus. Gabriel a anima, mais tarde o próprio Jesus: "Minha mãe e meus pedindo que não temesse, pois Deus a havia irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e escolhido, não como um privilégio, mas como a põem em prática" (Lc 8,21). agraciada com a maternidade messiânica: "Eis que conceberás e darás a luz um filho ... " "A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de 'filhos no Filho' nos e dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípu1a mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu Verbo ao mundo para a salvação humana. Com sua fé Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem estar livre da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança" (DA 266). Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 24-25. 56 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 17º ENCONTRO: NASCIMENTO DE JESUS, APRESENTAÇÃO AO TEMPLO E AOS DOZE ANOS 1. Objetivos: Mostrar aos catequizandos o nascimento de Jesus como a chegada da Salvação prometida por Deus. Relacionar a chegada do Salvador e a sua participação na história do povo como um tempo novo que começa para toda a humanidade. Compreender que Jesus convida cada uma a crescer como cristão em estatura, sabedoria e graça. 2. Conteúdo do Encontro: Trabalhar questões como: Por que Jesus nasceu pobre, em um lugar simples e humilde? A visita dos Reis Magos. O que sabem sobre Jesus? Como é o seu amor por Jesus? Porque Jesus ama as crianças? Demonstrar aos catequizandos que apesar das mensagens que Deus enviou pelos Profetas e da preparação do povo de Israel ao longo da história, nem todos souberam reconhecer o Salvador, na pessoa de Jesus. Recordar o bom exemplo da família de Nazaré em viver os valores humanos e cumprir a Lei de Deus. Apresentar a figura de Simeão como imagem do homem que reconhece em Jesus o Salvador. Mostrar que Jesus brincava, ajudava nas coisas de sua família e de sua comunidade e preocupava-se muito com as coisas de Deus. Anualmente seus pais, parentes e amigos caminhavam em caravanas para celebrar a Festa da Páscoa em Jerusalém. Jesus ficou em Jerusalém, sendo encontrado depois por seus pais no Templo. A resposta de Jesus foi esta – „Devo cuidar das coisas de meu Pai‟. Maria era sua catequista e levava Jesus a crescer em estatura, em sabedoria e em graça, vivência que os catequizandos devem passar. 3. Desenvolvimento do tema: Depois que contar a história pedir que abram a bíblia para lerem à história. Colocar no centro da sala um presépio, uma vela, roupas de bebê, figuras de gestantes e de crianças recém nascidas. Conversar com os catequizandos sobre a gestação e os cuidados que ela exige. Pedir que contem a história do nascimento deles. Convidar os catequizandos a ficarem ao redor dos símbolos e objetos que se encontram no centro da sala. Explorar o texto bíblico ressaltando as alegrias e dificuldades enfrentadas por Maria e José no nascimento do menino Jesus e pelas crianças que, com Jesus, nascem sem conforto. Dentre os símbolos, destacar o presépio e em especial a imagem do Menino Jesus. Conversar sobre as diversas fases do crescimento em todos os sentidos: tamanho, sabedoria e graça, isto é, crescimento físico, intelectual e espiritual. Ressaltar os valores: Jesus freqüentava o Templo com seus pais, sendo sempre submisso e obedientes a eles. Contar a passagem de Jesus aos doze anos. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / do texto em anexo / Lc 2, 1-21 / Lc 2, 13-15.41-52 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, presépio, roupas de bebê, figuras 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de Oração: Ler e refletir Lc 2, 51-52. Lembrar que Jesus está no meio de nós, por isso somos todos irmãos. Fazer os pedidos espontaneamente e todos agradecem “Obrigado, Jesus!” 57 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA NASCIMENTO: Pentecostes, celebrada cinqüenta dias depois da Sabemos através do Evangelista São Lucas Páscoa; e a Festa das Tendas, celebrada no que, por ocasião do recenseamento da população outono, após as colheitas. A maioria das pessoas ordenado pelas autoridades, Maria se dirigiu com procurava estar presente à festa da Páscoa, José a Belém, e, não tendo encontrado um lugar mesmo quando perdia as outras. em nenhuma hospedaria, deu a luz seu Filho num A idade dos 12 anos, mencionada na Bíblia estábulo. Assim o nascimento de Jesus deu-se em sobre a ida de Jesus ao Templo de Jerusalém, condições de extrema pobreza. tem um significado especial: é a passagem da A primeira visita que o recém-nascido infância e da adolescência para a juventude. A recebeu foi dos pastores que durante a noite, partir dessa data os meninos judeus enquanto cuidavam do rebanho, ouviram a voz dos obrigados a observar a Lei como qualquer homem. anjos que anunciavam o nascimento de Jesus e José e Maria provavelmente eram iam a foram adorá-lo. Ainda, recebeu a visita dos magos Jerusalém todos os anos para participarem da guiados por uma estrela que também vieram Festa da Páscoa, pois esta era celebrada por visitá-lo e deram-lhe presentes, como nos conta o ordem de Moisés a fim de comemorar o fato Evangelho de Mateus. histórico da salvação dos primogênitos judeus, no A este acontecimento os evangelistas Egito. Para isso repetiam a mesma ceia do deram uma grande relevância procurando explicar cordeiro, no primeiro dia da semana, já que a por que Jesus nasceu: festa durava oito dias. Salvar-nos, reconciliando-nos o Deus: “O Pai Terminada a a festa, Nazaré, José pensando e Maria que Jesus enviou seu Filho como o Salvador do mundo" retornaram (1Jo 4,10). Este apareceu para tirar os estivesse com alguns parentes, pois viajavam em pecados (1Jo 3,5) (CIC 457) . pequenos grupos por causa da segurança. No final Conhecermos o amor de Deus: “Nisto do primeiro dia sentiram a falta de Jesus, não o manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus encontrando em nenhum dos grupos. Retornaram a enviou seu único Filho (1Jo 4,9). Pois Deus Jerusalém amou tanto o mundo que deu seu Filho único a encontraram-no sentado diante dos mestres. Ele fim de que todo que crer nele não pereça, mas não só ouvia atentamente o que diziam como tenha a vida eterna” (Jo 3, 16) (CIC 458) . também fazia-lhes perguntas inteligentes. Maria e Tomar-se verdadeiramente um de nós, José ficaram aliviados. Porém Maria disse-lhe que e após de Deus assumiu a natureza humana para realizar preocupação. Jesus então respondeu: "Não sabíeis nela a nossa salvação” (cf. CIC 461) . que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2, Tornar-nos participantes da natureza divina tinha busca seu e Mt 11, 29). lhes dias menos no pecado: “Na Encarnação o Filho de Ser nosso modelo de santidade (cf. CIC 459 desaparecimento três causado 49); e o evangelista acrescenta que José e Maria não entenderam as suas palavras. Jesus voltou a Nazaré, onde viveu como filho obediente. (cf 2Pd 1, 3-4). DOZE ANOS Havia três festas anuais prescritas pela religião judaica, em que todos os homens deveriam tomar parte dela: a Festa da Páscoa, que era celebrada no início da primavera; a Festa de 58 Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 27 e 31. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 18º ENCONTRO: BATISMO DE JESUS 1. Objetivos: Mostrar aos catequizandos que o Batismo nos leva a um compromisso de vida: esforçar nos para viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Relacionar a missão de Jesus com a missão das igrejas cristãs de hoje. Compreender que o Batismo de Jesus marca o início de sua vida pública assim como o nosso Batismo inicia-nos na vida cristã. 2. Conteúdo do Encontro: Ressaltar a importância do Batismo na vida de todo cristão, mostrando o contexto do Batismo de Jesus e como ele acontece atualmente. Apresentar a pessoa de João Batista, primo de Jesus, que veio antes dele para ajudar o povo a se preparar para recebê-Lo. Após o Batismo Jesus inicia a sua missão que é anunciar que Deus Pai ama todas as pessoas e as coisas criadas. 3. Desenvolvimento do tema: Depois que contar a história do Batismo de Jesus, pedir que abram a bíblia para lerem a história. Apresentar fotos de pessoas sendo batizadas, imagens do Batismo de Jesus, uma vela, uma bacia com água e uma toalha branca. Perguntar quem já participou da celebração de um batizado. Recordar o que ocorre em um batizado: como agem as pessoas, quais são os símbolos e o significado de cada um, o que o padre diz, o que os pais e padrinhos respondem, qual o compromisso e quem assume. Conversar sobre: o Batismo oferecido por João Batista, o pedido de Jesus para ser batizado e a atitude de João Batista, os sinais do batismo de Jesus, o que representa o Batismo de Jesus, o sentido do Batismo de Jesus e o nosso Batismo. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 3, 21-23; 4, 1-13 / Mc 1, 9-11 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, cartazes 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de oração: Cada um deve rezar em silêncio a oração que escreveu e todos encerram com as orações Ave-Maria, Pai Nosso e Glória. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A vida pública de Jesus tem início com o arrependimento para remissão dos pecados" (Lc seu batismo por João no rio Jordão. João Batista, 3,3). Por isso era procurado por muitas pessoas de o precursor de Jesus, proclamava "um batismo de 59 diferentes grupos e classes sociais que vinham e uma voz do céu disse: "Tu és o meu Filho amado, fazer-se batizar por ele. de ti eu me agrado" (Mc 1, 11). Assim, o Pai e o O seu batismo visava preparar as pessoas para a chegada daquele que vem mostrar a Espírito Santo dão testemunho da divindade de Jesus e de sua missão salvífica. proximidade do Reino (cf. Mt 1,15), por isso dizia: O batismo de Jesus marca o inicio de sua "depois de mim virá alguém mais forte do que eu. vida publica. Ele deixa Nazaré e se coloca a Eu não sou digno de me abaixar para desamarrar serviço do povo em favor da vida. Ele mesmo suas sandálias" (Mc 1,17). falou: Quando Jesus vai ao Jordão e pede a João "Eu vim para que todos tenham vida e a para ser batizado por ele, este o questiona. Jesus tenham em abundância" (Jo 10,10). Para nós o insiste na necessidade de ser batizado por João. batismo marcou uma nova vida. Ser batizado é Com sua atitude demonstra que Ele, mesmo sem assumir a mesma missão de Jesus. Nós, cristãos, ser pecador, se solidariza com a condição dos somos chamados a lutar pela vida, onde ela é pecadores. ameaçada. Durante o batismo de Jesus duas provas divinas acontecem: os céus se abriram e o Espírito de Deus desceu como pomba e pousou sobre Jesus 60 Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed.Vozes, 2008 – p. 34. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I 19º ENCONTRO: A COMUNIDADE QUE ACOLHE PELO BATISMO 1. Objetivos: Mostrar que pelo Batismo, passamos a fazer parte da comunidade dos cristãos, “da família de Deus” e assim como Jesus cada um de nós tem uma missão. 2. Conteúdo do Encontro: O Batismo é a comemoração de um novo aniversário, pois, passamos a fazer parte da família de Deus. Olhar no comprovante do Batismo a data e a Igreja em que foi batizado (se houver algum catequizando no grupo que não foi batizado, seja incentivada sua participação, deixando-o falar sobre sua expectativa para receber este sacramento). Falar sobre os símbolos do Batismo e se possível levá-los para o encontro. Através do Batismo iniciamos uma nova vida na comunidade dos cristãos e temos uma missão. 3. Desenvolvimento do tema: Conversar com os catequizandos sobre os seus batizados, como foi o dia, os padrinhos, a Igreja etc. Pedir que gravem esta data. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, do texto do Aprofundamento, Mt 3, 13-17 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, ficha dos catequizandos para mostrar a cópia da certidão de Batismo 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Cada um leia a oração que preparou. Encerrar com a oração do Pai Nosso. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS DO BATISMO NOME (APRESENTAÇÃO DA CRIANÇA) direito à sepultura, ficava pregado na cruz até O nome da criança é muito importante. Ele que o corpo fosse sendo consumido pelo tempo e representa que é o único para Deus e para a comido pelos animais e aves. Era um jeito bárbaro humanidade. Valorizar o nome de alguém é de amedrontar as pessoas que transgrediam as reconhecer a sua dignidade. No evangelho Jesus leis. nos diz que o pastor chama cada uma das ovelhas O Filho de Deus participou da pior pelo nome e caminha na frente delas. Deus é condenação. Foi acusado de subversivo. Se opôs a assim: Ele chama cada um por seu nome e guia o normas e leis que impunham um fardo pesado seu caminho. incapaz de ser carregado pelos pobres. O SINAL DA CRUZ Foi condenado à morte e morte de cruz. Mas nela É o sinal do Cristo salvador, sinal da vida não permaneceu, pois ressuscitou. A partir desse que vence a morte. A cruz, na época de Jesus, era momento a cruz não é mais sinal de morte e um instrumento de condenação. Os que não condenação, mas sinal de vida, de libertação, cumpriam as leis, que cometiam algum crime eram salvação e vitória. Por isso a criança é marcada crucificados. Quem era pregado na cruz não tinha 61 com o sinal da cruz, o sinal da vitória da vida faz germinar a semente, é fonte de vida. Sem sobre a morte. água tudo morre. INVOCAÇÃO DOS SANTOS Na Bíblia encontramos diversas citações A Igreja terrestre une-se a Igreja onde Deus salva o povo por meio da água. Celeste para receber esta nova vida e interceder Moisés, quando criança, foi salvo das águas a nós junto ao Pai, apresentando os méritos que do Rio Nilo. O povo Hebreu ficou livre da alcançaram na terra pelo único mediador de Deus escravidão do Egito ao atravessar as águas do e dos homens, Jesus Cristo. Mar Vermelho. O próprio Jesus foi batizado nas UNÇÃO COM ÓLEO águas do Rio Jordão. Na celebração do batismo a criança é ungida duas vezes: no peito e na cabeça. O batismo é um mergulho na vida divina. Aquele que preside a celebração derrama a água Quando a criança é ungida no peito na cabeça da pessoa (criança ou adulto) dizendo: lembramos que o Cristo deve penetrar na vida da Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do criança como o óleo penetra no seu peito. Depois, espírito Santo. Somos batizados em nome da no final da celebração a criança é ungida de novo, Santíssima mas na cabeça. Com esta unção lembramos que o fazemos o sinal da cruz lembramos o nosso batizado participa da mesma missão de Jesus: batismo. Sacerdote, VESTE BRANCA profeta e rei. Como sacerdote trindade. Por isso, sempre que oferece sua vida,se doa, como profeta se torna O batismo é um novo nascimento. Aquele porta vos de Deus anunciando sua palavra e como que foi batizado desveste-se do homem velho e rei serve como Jesus serviu, lavando os pés dos reveste-se do ressuscitado. A veste branca discípulos. simboliza que o batizado se revestiu de Cristo (Gl Na Bíblia as pessoas eram ungidas para 3,27); ressuscitou com Cristo. De todo batizado a cumprir uma grande missão. No Batismo a unção Igreja pede que mantenha essas vestes brancas vai lembrar que aquele que está sendo batizado (a vida de Cristo) “imaculadas até a vida eterna”. deve ser um cristão lutador, que vai combater as LUZ (VELA) forças do mal. O cristão, aquele que foi batizado Quando nos falta a luz a escuridão nos faz não pode ser omisso, ficar em cima do muro. Ele tropeçar, cair. No rito da celebração a vela que é foi ungido para a missão, para ser participante da entregue aos pais e padrinho é acesa no círio Igreja de Cristo. pascal. O círio pascal foi aceso no Sábado Santo O óleo é abençoado na Missa dos Santos quando celebramos a ressurreição de Jesus, a óleos na quarta-feira da Semana Santa. vida que vence a morte, a luz que vence as trevas. PROFISSÃO DE FÉ Do O batismo não é um ato social, mas deve brotar da recebemos a luz que nunca deve se apagar. Eis as fé dos pais e padrinhos. Por isso durante a palavras do Padre ao entregar a vela acesa: “A celebração vocês pais e padrinhos, é confiada a missão de do batismo somos chamados a Cristo-luz, iluminadas por Cristo, vivam sempre como filhos professar a fé que queremos para nossos filhos e da luz e, perseverando na fé, possam sair ao afilhados encontro do Senhor, com todos os santos quando ÁGUA ele voltar”. chamados estas que a somos que é de pecado para vencedor ampliar o luz Cristo renunciar tudo o que não presta, o pecado. Depois renunciar essa do crianças A água é outro elemento que a natureza Portanto, somos filhos da luz e não nos oferece e que usamos no batismo. A água é o caminhamos por entre as trevas. Fomos iluminados elemento purificador, que lava, limpa e renova. Ela e teremos também que iluminar a vida dos outros; 62 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I “Vós sois a luz do mundo.. brilhe vossa luz diante PAI-NOSSO dos homens, para que vejam vossas boas obras e Atendendo ao pedido de seus discípulos glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus” (Mt (“Senhor, ensina-nos a orar”) Jesus lhes confia a 5,14-16) oração cristã fundamental do “Pai-Nosso” A ÉFETA Oração Dominical é o resumo de todo o Palavra Grega que significa abra-te , para Evangelho”, a mais perfeita das orações. Está no ela ouvir a palavra de Deus e anunciá-la (O sopro) centro das Escrituras.Porque vem do Senhor - Jesus disse de novo para eles: A paz esteja com Jesus, Mestre e Modelo de nossa oração. vocês. CONSAGRAÇÃO Á NOSSA SENHORA Tendo falado isso: soprou sobre os apóstolos, dizendo: Recebam o Espírito Santo. Neste dia em que estas crianças entram Quando chegou o dia de Pentecostes, o sopro de na Igreja pelo Santo Batismo , vamos confiá-las a um forte vendaval especial proteção de Maria , mãe de Deus e dos Espírito. precedeu a chegada do Discípulos de Jesus. 63 20º ENCONTRO SANTÍSSIMA TRINDADE 1. Objetivos: Levar os catequizandos a refletirem sobre este grande mistério da nossa fé permitindo-lhes maior compreensão acerca do mistério do Deus Vivo. 2. Reconhecer na vida a presença do Espírito Santo, que anima e conduz as comunidades. Conteúdo do Encontro: Mostrar que Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo. A Trindade é comunidade de amor. O Pai nos criou e nos deu a vida porque nos ama. O Filho, gerado Pai, Jesus Cristo, aquele que nasceu de Maria, em Belém, nos ensinou o amor do Pai. Morreu e ressuscitou. Quando Jesus foi para o céu, mandou o Espírito Santo, que nos ilumina e nos dá forças para caminharmos no bem, em direção a Deus Pai. 3. São três pessoas em um só Deus. Mas não são três deuses, mas três pessoas Divinas num só Deus. Pode ser contada a história de Santo Agostinho na beira da praia. Ensinar que quando fazemos o sinal da cruz lembramos as Três Pessoas. Somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Desenvolvimento do Encontro: Apresentar três velas: uma representa o Pai que nos criou e nos deu a vida porque nos ama; outra representa o Filho Jesus Cristo que nos ensinou o amor do Pai, morreu e ressuscitou e outra representa o Espírito Santo, que nos ilumina e nos dá forças para caminharmos no bem, em direção a Deus Pai. Juntando as três velas, elas formam uma só chama, assim as Três Pessoas da Santíssima Trindade formam um só Deus. São Três Pessoas em um só Deus. Há três pessoas diferentes: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cremos em um só Deus e no Mistério da Santíssima Trindade. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / bíblia 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, três velas 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia. 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Fazer a oração conforme a apostila. Encerrar com a oração do Credo. 64 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética –Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo I APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA No evangelho de Marcos, como no O que é verdadeiramente original, é a evangelho de Lucas, a missão confiada por Jesus palavra com que termina o evangelho de Mateus Ressuscitado tem um alcance universal: "Ide por (28,20). "Eu estou convosco, diz Jesus, todos os todo o Mundo e proclamai a Boa Nova a toda a dias, até o fim dos tempos". criatura" (Mc 16, 15-16). Mateus relata estas palavras de Jesus no Jesus declara que a sua presença é permanente. seu último encontro com os discípulos reunidos: "Ide! Fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo o que eu vos ensinei. E eu estarei convosco Mateus desde o princípio de seu evangelho vem dizendo que Jesus é o "Emanuel" quer dizer "Deus conosco" (1,23). Presença de Deus Pai, Deus Filho e de Deus Espírito Santo. todos os dias até o fim dos tempos" (Mt 28, 1920). "A Trindade é una, quer dizer: há um só Deus. Não professamos três deuses, mas um só Esta fórmula do Batismo supõe a reflexão da Igreja sobre o que disse Jesus do Pai e do Espírito Santo, sobre a revelação que Ele fez progressivamente sobre Deus, que é Trindade. Foi com o decorrer dos tempos que o Batismo, em nome de Jesus, se tornou Batismo em nome da Trindade. Na época em que o texto do Evangelho de Mateus foi redigido, era uso litúrgico batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus em três pessoas: a Trindade. As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: o Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à natureza. Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina" (CIC 253). Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Paulus, 2003 – p. 274-275. 65 1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1. Objetivos: Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período. Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012. Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF-2012). 2. Conteúdo do Encontro: Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo o dia da Páscoa. Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os catequizandos, que deverão dobrar ao meio. Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os quarenta dias da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo a Semana Santa e o Domingo de Páscoa. Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os catequizandos, que deverão dobrar ao meio. Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os quarenta dias da quaresma. Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma. Combinar em cada encontro as ações da semana. Usar o dado do amor para escolher as boas atitudes a serem vividas em cada semana. Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Para explicar sobre a fraternidade, a dignidade da pessoa humana e a cidadania, contar a história – A pomba e a formiga. Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar. Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou imaginando o belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no calcanhar. O caçador abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado de ser salva pela pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este olhou de novo para o rio, seu almoço tinha desaparecido. Comentar a história: Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga? Quando é que sou pomba? Quando sou caçador? Quem foi solidário e fraterno? 66 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o espírito. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-12, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila). QUARESMA SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM 22/02 23/02 24/02 25/02 26/02 27/02 28/02 29/02 01/03 02/03 03/03 04/03 05/03 06/03 07/03 08/03 09/03 10/03 11/03 12/03 13/03 14/03 15/03 16/03 17/03 18/03 19/03 20/03 21/03 22/03 23/03 24/03 25/03 26/03 27/03 28/03 29/03 30/03 31/03 01/04 02/04 03/04 04/04 05/04 06/04 07/04 08/04 19/03 Boas atitudes da semana 67 2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1. . Objetivos: Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF-2012). 2. Conteúdo do Encontro: Lembrar o que é Quaresma e como se vive este tempo. Tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012 e como vivenciar a Campanha na família e na vida. 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Utilizar uma das dinâmicas propostas no Apêndice no final da Apostila de acordo com a idade de seus catequizandos. Contar a história – A águia e a galinha. Era uma vez um camponês que pegou um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista e, enquanto passeavam ele viu á águia e disse: Esse pássaro aí não é galinha, mas uma águia. De fato – disse o camponês. É águia, mas eu criei como galinha. Não – retrucou o naturalista. Ela é, e sempre será uma águia. Pois tem coração de águia. Esse coração a fará um dia voar às alturas. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente. Por mais uma vez ele experimento e a águia voltou para junto das galinhas. No dia seguinte, o naturalista pegou a águia e a levou para o alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto, na direção do sol e ordenou-lhe: Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se, 68 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... (Leonardo Boff) Comentar a história: Como será que Deus nos criou? Somos águias ou galinhas? Ou será que somos as duas juntas? É possível viver a condição “galinha”, satisfatoriamente nos dias de hoje? Como a condição “águia” pode ajudar para termos mais qualidade de vida? Pense: Características que predominam em cada condição: 1. Galinha: alimentação, moradia, ir à escola, praticar esportes, hábitos de higiene, trabalho, cuidado com o meio ambiente (mostrar figuras para ilustrar) 2. Águia: capacidade de amar, a busca por Deus, amor ao próximo, superar dificuldades, coragem para arriscar, persistência, sinceridade, realizar a vocação, buscar a felicidade. 3. Reflexão: Observando a águia e a galinha, o que concluímos? Agimos, somos apenas como uma delas? Ou as duas condições são essenciais para a realização humana? 4. Concluir: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Busca as alturas, o sol; foi feita para grandes ideais e os grandes sentimentos. Muitas vezes, porém, fica presa a coisas como uma galinha ciscando no galinheiro. Não nascemos só para cuidar de comida, roupa... As duas condições são essenciais para a realização humana. Criados à imagem e semelhança de Deus, temos que buscar sempre a perfeição, a nossa conversão, mas sempre sabedores de nossa pequenez. A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e a Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. Ler Lc 10, 29-37 – A parábola do Bom Samaritano Comentar que o cartaz atualiza este encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita de cuidado. A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A cruz recorda a salvação que Jesus Cristo nos conquistou. A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos, para possibilitar atendimento digno, para que a saúde se difunda sobre a Terra. Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade. A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos. Este ano a Campanha deseja sensibilizar a todos a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. 69 O samaritano faz o papel de Jesus, movido pela compaixão diante de um acontecimento da vida, do dia a dia. O desafio para fazer o bem surge quando menos se espera. Jesus pede que olhemos para a realidade, para a vida. Com sua graça, vamos converter nossa vida procurando “Ter em nós os mesmos sentimentos que animavam Jesus”. (Fl 2,5). É hora de assumir compromisso, ver o que o texto nos leva a viver. O Evangelho de Lucas nos mostra que nem todos que conhecem a Bíblia são os que a praticam, são os melhores exemplos. Que compromisso vou assumir, qual gesto concreto essa parábola despertou em mim? Como vou ser “o próximo” de pessoas que precisam de ajuda? 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, cartaz da Campanha da Fraternidade, figura de uma águia e de uma galinha. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-2012, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades da apostila 8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila). APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Introdução A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o espírito. A Igreja propõe como tema da Campanha deste ano: A Fraternidade e a Saúde Pública, como lema: Que a Saúde se difunda sobre a terra (Eclo. 38,8). Deseja assim sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. A Igreja, nessa Quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da saúde pública e levar os discípulos missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento, na morte. Levá-los, ao mesmo tempo, a exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. O Sistema Único de Saúde – SUS , inspirado em belos princípios como o da universalidade, cuja proposta é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser modelo para o 70 mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados desses serviços. Entendendo ser um anseio da população, especialmente da mais carente, um atendimento de saúde digno e de qualidade, a Campanha da Fraternidade 2012 aborda o tema da saúde, conforme os objetivos a seguir propostos. Objetivo Geral: Refletir a realidade da saúde no Brasil, em vista de uma vida saudável, mobilizando o espírito fraterno e comunitário das pessoas, na atenção aos enfermos e na busca por melhoria no sistema público de saúde. Objetivos Específicos: 1. Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável, em detrimento dos que comprometem a boa saúde; 2. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e integração na comunidade. Organizar este serviço nas comunidades que ainda não despertaram para esta exigência evangélica; 3. Alertar para a importância da organização da Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I 4. Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, bem como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade; 5. Despertar, nas comunidades, a discussão sobre a realidade da saúde pública, levá-las ao acompanhamento da prática da cidadania no trato da causa pública e à exigência de qualificação dos gestores da área da saúde; 6. Estimular e fortalecer a mobilização popular em defesa do SUS e de seu justo financiamento, orientando a comunidade sobre seus direitos e deveres em relação ao sistema de saúde como a participação nos espaços de controle, fiscalização e deliberação das políticas públicas de saúde. Saúde e Doença - dois lados da mesma realidade A vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo a aparato tecnológico hoje disponível. Assim, as enfermidades, o sofrimento e a morte apresentam-se como realidades duras de serem enfrentadas e contrariam os anseios de vida e bem-estar do ser humano. Nas línguas antigas é comum a utilização de um mesmo termo para expressar os significados de saúde e de salvação. Na língua grega, soter e aquele que cura e ao mesmo tempo é salvador. Em latim, ocorre a mesmo com salus. Verifica-se o mesmo em outras línguas. Certamente, a convergência destes significados para um único termo é reflexo da dura experiência existencial diante destes fenômenos e a percepção de que o doente necessita ser curado ou salvo da moléstia pela ação de outrem. Saúde e salvação para a Igreja A experiência da doença mostra que o ser humano é uma profunda unidade pneumossomática. Não é possível separar corpo e alma. Ao paralisar o corpo, a doença impede o espírito de voar. Mas se, de um lado, a experiência é de profunda unidade, de outro, é de profunda ruptura. Com a doença passamos a perceber o corpo como um 'outro', independente, rebelde e opressor. Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe. Alem de não respeitar nossa liberdade, ela também tolhe nosso direito de ir e vir. A doença é, por isso, um forte convite à reconciliação e à harmonização com nosso próprio ser. A doença é também um apelo à fraternidade e à igualdade, pois não discrimina ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças, jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante de todos nossa profunda igualdade. Diante de tal realidade, a atitude mais lógica é a da fraternidade e da solidariedade. A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade. Nesse sentido, o Guia para a Pastoral da Saúde, entendendo que a saúde é uma condição essencial para o desenvolvimento pessoal e comunitário, apresenta algumas exigências para sua melhoria: a) articular o tema saúde com a alimentação; a educação; o trabalho; a remuneração; a promoção da mulher, da criança, da ecologia, do meio ambiente etc.; b) a preocupação com as ações de promoção da saúde e defesa da vida, que respondem a necessidades imediatas das pessoas, das coletividades e das relações interpessoais. No entanto, que estas ações contribuam para a construção de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento nacional, local e paroquial, calcada em valores como: a igualdade, a solidariedade, a justiça, a democracia, a qualidade de vida e a participação cidadã. Contribuições recentes da Igreja para a Saúde no Brasil Em mais uma manifestação da preocupação da Igreja com a realidade social da população, em 1981, a Campanha da Fraternidade: “Saúde e Fraternidade” apresentou o lema: “Saúde para todos”. A Campanha contribuiu para a reflexão nacional do conceito ampliado de saúde. Na época o Papa João Paulo II escreveu, em sua mensagem para a Campanha, que a “boa saúde não é apenas ausência de doenças: é vida plenamente vivida em todas as suas dimensões pessoais e sociais. Como o contrário , a falta de saúde, não é só a presença da dor ou o mal físico. Há tantos nossos irmãos enfermos por causa inevitáveis ou evitáveis, a sofrer, paralisados, à beira do caminho, à espera da misericórdia do próximo, sem a qual jamais poderão superar o estados de semimortos”. 71 A discussão sobre a saúde foi retomada na CF de 1984, como tema Fraternidade e Vida e o lema “Para que todos tenham vida”, partindo da citação bíblica: “pois eu estava com fome e me deste de comer,... doente, e cuidaste de mim” (Mt 25, 35-36). Esta Campanha buscou ser um sinal de esperança para as comunidades cristãs e para todo o povo brasileiro, a fim de que, em um panorama de sombras e de atentados à vida, sentissem a luz de Cristo, que vence o egoísmo, o pecado e a morte, reforçando os princípios norteadores da valorização da vida, do início até o seu fim. Tais iniciativas constituem marcos importantes da ação da Igreja, tanto no campo da saúde como no da saúde pública, em nosso país. Por ser amplo o leque destas atividades, com satisfação identificam-se ações pastorais, próprias do múnus eclesial, que resultam em contribuição da Igreja para o cumprimento das “Metas do Milênio” com as quais o governo brasileiro comprometeu-se perante a comunidade internacional, mobilizando diretamente seus vários setores: “Metas do Milênio” propostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) com objetivos a serem alcançados até 2015: Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome; Educação básica de qualidade para todos; Igualdade entre os sexos e mais autonomia para as mulheres; Redução da mortalidade infantil; Melhoria da saúde materna; Combate a epidemias e doenças; Garantia da sustentabilidade ambiental; Estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento. Doença e saúde no Antigo Testamento A bíblia hebraica, já nas primeiras páginas, apresenta a origem do mal e do sofrimento, mas descartando qualquer possibilidade de participação divina. No decorrer da caminhada do povo hebreu, outros conceitos e outras justificativas foram sendo desenvolvidas a respeito da doença e do sofrimento, que passaram a ser vistos como conseqüência do pecado e da desobediência. Assim a preservação da saúde mais 72 do que a cura da doença, era obtida pela observância da Lei de Deus. Porém, quem não a observa terá a maldição, a infelicidade, as doenças e a opressão (cf Dt 28, 15ss). A doença é vista como castigo de Deus ao pecado do ser humano, por isso, somente eliminando a causa da doença, ou seja, o pecado, pode-se obter novamente de Deus a saúde. Houve, um tempo, que entre os judeus piedosos, o fato de recorrer a médicos era visto como falta de fé no Deus vivo e verdadeiro, pois a doença era compreendida como forma de punição por parte de Deus. O livro do Eclesiástico considera a doença como o pior de todos os males (cf 30, 17), um mal que faz perder o sono (cf 31, 2). O povo judeu entendia que a falta de saúde estava intimamente ligada com a culpa, o pecado. A cura para as doenças deveria ser obtida, em primeiro lugar, pela oração (cf 2Sm 12, 15-23). Saúde e doença no Novo Testamento O capítulo nono do Evangelho de São João relata o encontro de Jesus com um cego de nascença (cf Jo 9, 1-41). De acordo com o relato, são os discípulos que, em primeiro lugar, percebem a presença do cego e propõem uma questão a Jesus. A dúvida dos discípulos é de ordem teológica: “Quem pecou para ele nascer cego?” Teria o homem pecado ou teriam sido seus pais (cf Jo 9, 2) . A resposta de Jesus é clara: “nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para se manifestarem nele as obras de Deus” (cf Jo 9, 3). Cristo interrompe a tradição de vincular doença e pecado e oferece aos discípulos, aos fariseus, aos judeus e familiares do cego e ao próprio cego uma catequese sobre sua missão. Jesus apresenta-se como “luz do mundo” e luz que se manifesta pelas obras que realiza. Essa experiência permite que o próprio cego se transforme em discípulo. O anúncio da missão de Jesus na sinagoga de Nazaré inclui “a recuperação da vista aos cegos” (cf Lc 4, 18). No entanto em toda ação de Jesus, percebemos inúmeros gestos de quem está preocupado em recuperar a saúde. Não apenas no aspecto biológico, mas promover o ser humano para ter uma vida digna, saudável e reintegrada à Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I sociedade, porque a doença significava a exclusão social. Diz o evangelho: “Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (Mt 4, 23). Com sua ação evangelizadora, Jesus não apenas cura os doentes, mas resgata o ser humano para o meio da sociedade, dando-lhe dignidade e apresenta uma nova forma de relacionar-se com as pessoas necessitadas. O Novo Testamento é repleto de relatos de Jesus curando os doentes, os quais testemunham que a ação salvífica de Jesus também acontecia em suas intervenções no cuidado e atenção com os que sofrem. A parábola do Bom Samaritano nos lembra a condição da fragilidade humana a que todos estamos condicionados desde a criação. Mas indica que os seguidores de Jesus devem descobrir a importância do cuidado. A fragilidade somente se cura mediante a proximidade daquele que se dispõe a cuidar do debilitado. Cuida-se da própria vulnerabilidade quando se consente a proximidade do outro. O samaritano é aquele que em face da necessidade do outro a assimila e se deixa transformar por ela. Não só porque cuida do ferido e lhe dá abrigo, mas porque o faz em prejuízo dos seus próprios planos iniciais. Esta atitude é revelada nos sete verbos desta parábola e indica um modo de ser diante do outro, que pode iluminar o engajamento da Igreja e dos cristãos no campo da saúde pública: a) VER – a primeira atitude do samaritano que descia pelo caminho foi enxergar a realidade. Não ignorou a presença de alguém caído, de alguém que teve seus direitos violentados e que se encontro à margem da estrada. b) COMPARECER-SE – a percepção da presença do caído conduziu o samaritano à atitude de compaixão. Ele deixou-se afetar pela presença do violentado que jazia quase morto. A compaixão desencadeou as demais atitudes tomadas pelo Samaritano. c) APROXIMAR-SE – ao contrário dos que antecederam, o viajante estrangeiro aproximou-se do caído, foi ao seu encontro, não passou adiante. No homem assaltado, ferido, necessitado, reconheceu seu próximo, apesar de muitas diferenças entre ambos. d) CURAR – a presença do outro exige cuidado. A aproximação, a compaixão não são simplesmente sentimentos benevolentes voltados ao outro. Elas se tornam obra, se transformam em ação que lança mão dos elementos que tem disponíveis para salvar o outro. e) COLOCAR NO PRÓPRIO ANIMAL – colocou a serviço do outro os próprios bens. Não temeu disponibilizar ao desconhecido ferido tudo o que dispunha: seu meio de transporte, o que trazia para seu próprio cuidado e seu dinheiro. f) LEVAR À HOSPEDARIA – mudou seu itinerário e acabou mobilizando e envolvendo outras pessoas. Nem sempre conseguimos responder a todas as demandas, mas podemos mobilizar outras forças para atender e cuidar de quem sofre. g) CUIDAR – esse é o sétimo verbo e expressa o conjunto da intervenção do samaritano. Trata-se de um cuidado coletivo, que envolveu outros personagens, recursos financeiros, estruturas que o viajante, não dispunha e o compromisso de retornar. A razão do retorno é que agora ela incluía outra pessoa, um compromisso que não estava planejado no início da viagem, mas não pode mais ser ignorado, cuidar passa a ser uma missão. A figura do bom samaritano assume a condição de modelo para a ação evangelizadora da Igreja no campo da saúde e no campo da defesa das políticas públicas. Unção dos Enfermos, sacramento da cura O sacramento da unção dos enfermos é compreendido no âmbito da missão salvífica da Igreja, ou seja, no contexto do ministério de cura que toda Igreja exerce junto aos enfermos. A unção não é um sacramento pontual e isolado, que se celebra de forma quase mágica, numa UTI, a um moribundo totalmente inconsciente. Pelo contrário, é um sacramento eclesial que, além de comprometer toda a Igreja, é também o ápice de um processo em favor e a serviço dos irmãos enfermos de uma comunidade. Faz parte do ministério de cura que atualiza e significa a presença do Reino no hoje das pessoas. Por ser um serviço de toda a Igreja, compromete todos na comunidade: o próprio doente em atitude plenamente ativa de identificação com Jesus Cristo, de aceitação da 73 própria debilidade e de contribuição para o bem do povo de Deus e a salvação de todo o mundo; de todos os crentes em atitude de amor e presença junto aos pobres e doentes; dos religiosos, fazendo presente no mundo a pessoa de Cristo que se preocupa e cura os doentes; dos presbíteros cujo ministério exige deles, não só a visita, a atenção e a animação dos doentes, mas também a visibilidade da presença viva do Senhor que unge, cura e salva; dos bispos que precisam, num trabalho de coordenação pastoral e evangelizadora, mostrar que os doentes não são seres passivos, mas comprometidos com o Corpo de Cristo. É pena que, na mentalidade comum dos fiéis e até mesmo dos agentes de pastoral, o sacramento da unção dos enfermos ainda não tenha se desconectado suficientemente de sua relação com a morte. Este passo, no entanto, precisa ser dado. Todos precisam ter muito claro que o sacramento da unção dos enfermos já não é mais nem sacramento que consagra a morte nem preparação imediata para a eternidade. Pelo contrário, é o sacramento que consagra uma situação de vida, ou seja, uma situação de doença, confiando ao doente a missão de completar, no próprio corpo, o que falta à paixão de Cristo. A Pastoral da Saúde A Pastoral da Saúde que representa a atividade desempenhada pela Igreja no Setor da Saúde, é expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus para com a humanidade que sofre. A Igreja, ao meditar a parábola do bom samaritano (cf Lc 10, 25-37), entende que não é licito delegar o alivio do sofrimento apenas à medicina, mas é necessário ampliar o significado desta atividade humana. No Brasil esta Pastoral conta com 80 mil agentes voluntários. Seu objetivo é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito nacional e de referência internacional. 74 Como as famílias podem colaborar para a saúde se difundir A família ocupa o lugar primário na humanização da pessoa e da sociedade. Por isso é chamada a ser uma comunidade de saúde, a educar para viver bem, a promover o bem estar de seus membros e do ambiente que a cerca. É importante recuperar a família como colaboradora essencial no cuidado e no acompanhamento de seus membros. Vários dos condicionantes e determinantes da saúde dependem da adesão das famílias e da educação prática das crianças. Seguem algumas propostas de ação concreta para esta esfera: a) Incentivar o cuidado pleno aos extremos da vida (criança e idosos), buscando atendimento digno, humano e com qualidade nos serviços de saúde, nos três níveis de governo; b) Garantir que a prevenção avance para além da informação. É necessário visar não só ao bem estar individual, mas também ao familiar e ao de todos, através de ações educativas abrangentes; c) Buscar a sensibilização e a mobilização de familiares e amigos quanto à ações básicas de prevenção e promoção da saúde,como manter o cartão de vacinas atualizado; d) Estimular a doção e a manutenção de padrões e estilos de vida saudáveis e a abolição de hábitos inadequados de vida. Até reeducação alimentar e incentivo à atividade física regular; e) Estimular o uso dos serviços de saúde, de forma consciente, organizada e cuidadosa, visando à otimização de recursos públicos; f) Estimular a disseminação do conceito de que a prevenção ao uso de drogas é de responsabilidade de todos, ou seja, pais, professores, empresários, líderes comunitários, sindicatos, igrejas e autoridades. g) Incentivar e difundir programas de coleta seletiva e de reciclagem, no suporte a projetos de pesquisa na área ambiental e no estímulo de práticas sustentáveis, divulgadas em empresas, escolas e comunidades. Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, CNBB, Brasília – DF. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I 3º TEMA EXTRA: SEMANA SANTA E PÁSCOA 1. Objetivos: Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos levar a vivo com Ele a sua ressurreição. Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor e valorizar os símbolos dessa proposta. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa) Retomar o compromisso da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e ler com os catequizandos o texto da apostila. Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo). Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da Semana Santa na paróquia. DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de Palmeira e cantos de Hosana. QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia. SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade. SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus. DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA! 4. Leitura utilizada: indicadas na apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte) APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Ler e refletir sobre as leituras utilizadas para o encontro Citações bíblicas: Domingo de Ramos: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12, 12-16; Lc 19, 18-40. Ceia do Senhor: Jo 13, 1-15. Paixão e Morte: Jo 18, 1 a 19, 42. Ressurreição: Mt 28, 1-10; Mc 16, 1-18; Lc 24, 1-12. 75 4º TEMA EXTRA: O SANTO PADROEIRO 1. Objetivo: Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia 2. Conteúdo: Nós também podemos e devemos ser santos História do Santo Padroeiro e história da Paróquia 3. Desenvolvimento do tema: Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3) Perguntar se sabem o que é ser santo. Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos. Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus. O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem) Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que falem). Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida. Falar dos Santos recém canonizados: Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de 2007; Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti. Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica. Falar sobre a Paróquia – completar as atividades 4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso do santinho) APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua vida, onde nasceu e porque se tornou santo. Pesquisar histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo de canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico, Franz de Castro Holzwarth. 76 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS REFLEXÃO DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS O SIGNIFICADO DOS SANTOS HOJE NUM MUNDO EM MUDANÇA 1. "Para fazer de um homem um santo, só é Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o realce do tema da santidade. No "grande exército que é um santo, nem o que é um homem", de santos e de mártires", que inclui "Sumos observava Pascal com o seu esmero característico Pontífices, nos Pensamentos. Recorro a esta observação para humildes figuras de leigos e de religiosos, de um indicar as duas perspectivas destas reflexões: extremo ao outro do globo observou o Papa João no santo convergem bem conhecidos da história, ou a celebração de Deus Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu (nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do mais do que nunca a dimensão que melhor exprime homem, nas suas potencialidades, nos seus limites, o mistério da Igreja. Mensagem eloqüente, que nas suas aspirações e nas suas realizações. não tem necessidade de palavras, ela representa São conhecidas as inúmeras objeções que ao vivo o rosto de Cristo". hoje se levantam contra o conceito de "santidade" Para compreender a Igreja, é necessário e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de fruto reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e filhos mais exemplares. Na grande relevância, diversas situações do mundo contemporâneo, é também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às preciso olhar para os santos que "representam beatificações e canonizações durante o seu profundamente o rosto de Cristo" ( Ibidem), como Pontificado, houve quem insinuasse a existência nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar de santos e há de fazê-lo em nome daquele anúncio uma estratégia expansionista da Igreja católica. e eloquente. Para tão diversificados por categorias, precisamente em instrumento de santidade no mundo. nacionalidades e culturas, seria apenas uma operação amadurecido da santidade que a enche e a transforma Para outros, a proposta de novos beatos e santos, mais de marketing da santidade, "Deus manifesta de forma viva aos homens com a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que, finalidades de liderança do Papado na sociedade embora possuindo uma natureza igual à nossa, se civil contemporânea. Por fim, há quem veja nas transformam mais perfeitamente na imagem de canonizações e no culto dos santos um resíduo Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos anacrônico de triunfalismo religioso, alheio e até fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o contrário ao espírito e à orientação do Concílio qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão Vaticano II, que realçou com muita força a grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf. vocação à santidade de todos os cristãos. Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho" apenas (Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen sociológica do nosso tema corre o risco de ser não gentium encontramos a profunda razão do culto só aos beatos e santos. Evidentemente, redutiva, mas uma também leitura desviante da compreensão deste fenômeno, tão característico da Igreja católica. 2. Na Carta Apostólica Novo millennio 3. A Igreja realiza a missão que lhe foi confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento de santidade através dos caminhos da ineunte, a Carta que o Papa João Paulo II evangelização, dos sacramentos e da prática da entregou à Igreja no encerramento do Grande caridade. Esta missão recebe uma notável 77 contribuição de conteúdos e de estímulos Aquele internacionalismo do catolicismo, que espirituais, também da proclamação dos beatos e não é procurado com vista ao poder, mas ao santos, porque eles mostram que a santidade é serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e acessível às multidões, que a santidade pode ser pelas santas que pertencem aos mais diversos imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, contextos de referência histórica, mas viveram a eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida mesma fé. Este internacionalismo confirma que a nova em Cristo não são uma utopia ou um mero santidade não tem limites e que não morreu na sistema de valores, mas "fermento" e "sal", Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora profunda atualidade. O mundo muda, mas os das várias culturas, regiões geográficas e épocas santos, embora também mudem com o mundo que históricas. se transforma, representam sempre o mesmo "O futuro dos homens observava o saudoso rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura, Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos um indício inconfundível da vitalidade peculiar, os seus pecados corroem todos os caminhos da meta-cultural história e levam a uma dialética cheia de causas e católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões anúncio e da Graça cristã? e meta-histórica para nós, e de interrupções. A certeza de que os santos 5. Neste contexto de pensamentos, é continuarão a acompanhar os homens é uma das interessante fazer uma observação sobre o modo poucas garantias do futuro" (Il primato della como a Igreja católica reconhece e proclama os verità, pág. 154.). beatos e os santos. Refiro-me em particular ao 4. O fenômeno dos santos e da santidade trabalho da Congregação para as Causas dos cristã cria um sentido de admiração que nunca Santos, chamada a estudar e reconhecer a esmoreceu na vida da Igreja e que não pode santidade deixar de surpreender até um observador laico procedimento minucioso e sábio, consolidado, atento, sobretudo hoje, num mundo que muda renovado e renovável no tempo. e os santos através de um contínua e rapidamente, num mundo fragmentado Os santos e a santidade são reconhecidos sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de com um movimento que parte de baixo para cima. valores como de costumes. É da admiração que Ainda hoje, é o próprio povo cristão que, deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé reconhecendo por intuição da fé a "fama de encarne em todas as latitudes, nos diversos santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira contextos históricos, entre as mais variadas fase do processo de canonização os candidatos à categorias e estados de vida? Como é possível canonização que, sem dinamismos de poder, impositivos ou competente da Santa Sé. Nem a Congregação para persuasivos que sejam, e sem dinamismos de as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou uniformidade, tão "fabricam" os santos. Como todos os cristãos diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este e com a sua Igreja? O que é que leva à livre mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde assunção do núcleo germinativo cristão, que quer", depois desenvolve tanta diversidade e beleza na habituados desde há séculos, e hoje muito mais, unidade da santidade? Como é diferente a uma vez que a Igreja está espalhada em todas as globalização, de que hoje se fala com tanta partes do mundo e em todas as camadas sociais. existam tantos santos, é e, uma em seguida, constatação à a Congregação que estamos frequência, da catolicidade ou universalidade da Assim, deve reconhecer-se que o Papa João fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e Paulo II fez da proclamação de novos beatos e difunde! santos uma autêntica e constante forma de 78 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I evangelização e de magistério. Ele quis fé, esperança e caridade em homens e mulheres acompanhar a pregação das verdades e dos de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas valores evangélicos com a apresentação de santos várias formas da vocação cristã" (n. 37). que viveram aquelas verdades e aqueles valores de Além disso, na Carta Apostólica Novo modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II da santidade são variados e apropriados à vocação beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são de mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais concedido, nestes anos, beatificar e canonizar encontraram a morte no martírio. Os leigos muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos elevados às honras dos altares são também muito que se santificaram nas condições ordinárias da mais do que geralmente se pensa: com efeito, vida" (n. 31). trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no total. cada um. Sem Agradeço dúvida, ao tantas Senhor ter-me beatificações e canonizações são também um sinal da capacidade Para alguns, eles são muitos; para outros, poucos. de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja. 6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a No que diz respeito ao número de santos, o contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem seu culto e pelo ardente e sério trabalho de considera que eles são demasiados. Pelo contrário, estudo que precede e que se segue à sua fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a canonização. este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa demasiadas beatificações. Mas isto, além de investigação refletir a realidade, que por graça de Deus é acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf. aquela que é, corresponde também ao desejo Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se encontrou a Congregação para as Causas dos de tal maneira no mundo e a sua mensagem Santos mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, experimentada. histórica, preparada teológica e, hoje, e pastoral" plenamente que o elevado número de beatificações reflete O cuidado pela verdade histórica esteve precisamente de modo vivo a ação do Espírito sempre presente no trabalho da Congregação para Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X, essencial para a Igreja, o da santidade. Com de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no efeito, foi o Concílio que realçou de forma Código de Direito Canónico de 1917, pedia a particular a reunião e o estudo de todos os documentos (Discurso de vocação universal abertura do à santidade" Consistório, em históricos relativos às causas. Mas a novidade preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio 13 de Junho de 1994). "Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930, Na Carta Apostólica Tertio millennio com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação adveniente, o Papa João Paulo II escreveu: dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de "Nestes as oferecer a contribuição eficaz para a abordagem canonizações e as beatificações. Elas manifestam das causas "históricas", ou seja, das que não a vivacidade das Igrejas locais, muito mais contavam numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no relativas às mesmas causas. O serviço prestado primeiro milênio. A maior homenagem que todas as pela "Secção histórica", em seguida denominada Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro como "Departamento histórico-hagiográfico", foi milênio, presença alargado a todas as causas, mesmo às mais onipotente do Redentor, mediante os frutos de "recentes", aumentando a sensibilidade histórico- anos, será foram-se a multiplicando demonstração da com testemunhas contemporâneas 79 crítica a todos os níveis, e em todas as fases do gratidão e num renovado propósito de imitação" processo. (Novo millennio ineunte, 7). Finalmente, a Constituição Apostólica Os santos são como faróis; eles indicaram Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro aos homens as possibilidades de que o ser humano de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7 dispõe. Por isso, são interessantes também do de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente ponto de vista cultural, independentemente da a contribuição determinante do método e da abordagem cultural, religiosa e de estudo com que qualidade histórica na abordagem das causas dos nos aproximemos deles. Um grande filósofo santos. francês do século XX, Henry Bergson, observou A verdade histórica, tão diligentemente que "as maiores personagens da história não são procurada por motivos teológicos e pastorais, traz os conquistadores, mas os santos". E Jean muitos benefícios também à apresentação cultural Delumeau, um historiador do catolicismo de dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da Quinhentos, sacristia" para serem estudados e apresentados grandes impulsos da história do cristianismo também historicamente foram caracterizados por um retorno às fontes, significativas, no contexto da vida da sua Igreja, isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não santos e pelos movimentos de santidade na Igreja. como personagens interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis, Nos convidava últimos a anos, verificar o como Cardeal os Joseph mas a todos aqueles que se ocupam da história, da Ratzinger afirmou justamente que "não são as cultura, da vida civil, da política, da pedagogia, maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na etc. destes Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles, extraordinários homens de Deus continua de os santos, são a verdadeira e determinante maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que bem de toda a sociedade. aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o Desta maneira, a missão A este propósito, é significativo o fato de eterno no tempo". que o Arquivo da Congregação para as Causas dos Santos já não por não só não permanecem marginalizados histórica "pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico", ou culturalmente, mas parece que devo concluir mas também por estudiosos leigos que recorrem estão ao mesmo para a relação das suas teses de interessantes e credíveis. licenciatura, pedagogia, encontram é para de freqüentado estudos sociologia, um material somente 8. Num mundo que se transforma, os santos históricos, a tornar-se sujeitos ainda mais de Numa época de crise das utopias coletivas, porque ali num período de desconfiança e de incredulidade abundante e em relação ao que é teórico e ideológico, está a etc., historicamente credível. nascer uma nova atenção para com os santos, 7. Portanto, com o seu valor particular, a figuras singulares em que se encontra não uma santidade diz respeito também à cultura. Os nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral, santos permitiram que se criassem novos modelos mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir culturais, novas respostas aos problemas e aos através do estudo, a amar com devoção e a grandes realizar mediante a imitação. desafios dos povos e novos desenvolvimentos de humanidade no caminho da Só podemos alegrar-nos com este despertar história. A herança dos santos "é uma herança que de atenção para com os santos, porque eles são de não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo todos, constituem um patrimônio da humanidade Padre mas fazer frutificar num perene dever de que progride para além de si mesma, num desenvolvimento que, enquanto honra o homem, 80 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião). caridade de Cristo, derramada pelo Espírito Quero ler tudo o que consideramos até aqui, à luz de uma mensagem, verdadeiramente Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5). fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, em Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre das vocações em particular, está ao serviço da este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo santidade! E é indubitavelmente neste sentido Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente que, quando olhamos para a Igreja, jamais vinculada à dignidade batismal de cada cristão e, devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos por conseguinte, explicar melhor também o papel santos", que gera santidade com fecundidade e das beatificações e canonizações no caminho generosidade superabundantes. pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que Fonte: foi enviada para o dia mundial de oração pelas http://www.vatican.va/roman_curia/congregation vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja s/csaints/documents/rc_con_csaints_doc_20030 é acompanhar os cristãos pelos caminhos da 315_martins-saints_po.html Precisamos de Santos Precisamos de Santos sem véu ou batina. Precisamos de Santos de calças jeans e tênis. Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos. Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade. Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade. Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais. Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot-dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man. Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos. Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos". (João Paulo II) 81 5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃES 1. Objetivo: Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo. Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter comercial. Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias. 2. Conteúdo do Encontro: Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a escolheu para ser a Mãe de Jesus. Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais necessitados. Falar que ela intercede por nós junto a Deus. 3. Desenvolvimento do Encontro: Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples da cidade de Nazaré, na Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana. Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os outros, ser amiga de todas as pessoas. Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos. Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração, Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus. Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora. Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus. É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela. 4. Leitura utilizada: Lc 1, 26-38; Jo 2, 1-12; Jo 19, 25-27; At 1, 14 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos mostra que: a pobreza, o sofrimento, o exílio. Maria é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas não toma o seu lugar. atitude de discípula de Cristo. mostra a emancipação fidelidade ao Plano de Deus. Esta é a primeira e da mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel importante na obra da Salvação. 82 grandes coisas. Maria se doou a Deus e ao povo e teve A devoção a Maria deve levar a Cristo. nos O Deus de Maria não é um deus pequeno, mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita Maria Maria é a mulher forte. Conheceu de perto fundamental exigência da catequese. Maria é: Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm 2,5). como o egoísmo, a exploração do homem, as estruturas que impedem uma participação Cheia de graça. fraterna na construção da sociedade para Imaculada Conceição. (A Igreja declarou dogma de fé em 1854). desfrutar dos bens que Deus criou para todos (P. 267). Assunta. Foi assumida ao céu onde está de corpo e alma. (A Igreja declarou dogma de fé em 1950) O povo brasileiro tem profunda devoção a Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em O Documento de Puebla ressalta: Mulher DEVOÇÃO A MARIA de luta: não se acomoda; outros lugares, em outras cidades, Maria abre caminhos. recebe outros nomes. Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra. Única criatura que ao mesmo tempo é: Filha Esposa e Mãe de Deus. de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria é a imagem perfeita da Igreja". Poderoso". A verdadeira devoção a Maria consiste em Ela é a primeira leiga associada à obra imitá-la nesse grande amor à Deus e aos mais redentora do Cristo. É o modelo indispensável necessitados, para seguir a Cristo. promessas, novenas, etc. Exemplo de vocação porque viveu, com fidelidade, a sua vocação. Maria é para a América Latina, uma esperança e não apenas em fazer Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos mostre o Plano de Deus e interceda por nós "agora e na hora de nossa morte. Amem". de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor promove a libertação da mulher. Se é escrava Fonte: do Senhor, não é escrava de mais ninguém, Catequista, Paulus, 2003 – p. 157-158. Fé, Vida e Comunidade, Livro do podendo lutar contra as demais escravidões, Informação complementar sobre o Dia das Mães: O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava. Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data. No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães. No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores. Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes. 83 6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI 1.Objetivo: Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo Eucarístico. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia. 3. Desenvolvimento do tema: Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no mundo todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo. A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira. Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes. Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus Christi. Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida. A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem aventurados o que crêem sem ter visto”. Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram (conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que aconteceram). Ler com eles o texto da apostila e comentar cada parágrafo. Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes. 4. Leitura utilizada: Jo 6, 51-59 e Lc 22, 7-20 e da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila – fichas - Com certeza e Fala sério 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de Oração – 84 rezar juntos a oração da apostila. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I DINÂMICA Fala sério / Com certeza. OBJETIVO: Perguntas referentes aos temas Corpus Christi e Eucaristia. Obs.: Adaptar as perguntas de acordo com o Módulo – e com a quantidade de catequizandos DESENVOLVIMENTO: Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA, conforme o número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas abaixo, os catequizandos deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO (quando a afirmação estiver errada) ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada afirmação o catequista deve aproveitar para dar a explicação a respeito do assunto. 1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza – 2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade 3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós. – Com certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós. 4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério - Quintafeira Santa, dia da Santa Ceia 5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e verdadeiro entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão. 6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala sério – Quinta-feira Santa e Corpus Christi; 7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos, diferentes. 8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós. 9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem ser ter visto”. 10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega das ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes 11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo 12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a amar até as últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se entregando totalmente por causa do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus. 13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso devemos nos preparar bem e estar puros de coração. 14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar o seu poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no Sacramento da Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A revista “Jesus” das Edições Paulinas de milagres, metade dos quais ocorridos na Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio Itália. São muitíssimos os milagres eucarísticos no Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma apresenta uma resenha de milagres eucarísticos. francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se Há tempos, foi traçado um “Mapa Eucarístico”, durante mais de quarenta anos só de Eucaristia. que registra o local e a data de mais de 130 85 Teresa Newmann, na Alemanha, durante mais de 36 anos alimentou-se só de Eucaristia. 1 - Lanciano - Itália – no ano 700 Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Consagração, que ele realizara, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue depositado dentro do cálice. O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, foi efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. Resultados: 1) A hóstia é realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. 2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo „A‟ que pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo „AB‟ (sangue comum aos Judeus). Este é também o grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim, identificou no Santo Sudário. 3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o sangue se apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos. 2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 Inicio da Festa de Corpus Christi 3 - Ferrara - 28/03/1171 Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), que negava a Presença real de Cristo na Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro de Verona, com três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa; no momento de partir o pão consagrado, a Hóstia se transformou em carne, da qual saiu um fluxo de sangue que atingiu a parte 86 superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que narram o fato: um “Breve‟ do Cardeal Migliatori (1404). - Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta mais importante deu-se em Londres, em 1981, foi encontrado um documento de 1197 narrando o fato. 4 - Offida - Itália – 1273 Ricciarella Stasio - devota imprudente, realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia; em uma dessas profanações, a Hóstia se transformou em carne e sangue. Foram entregues ao Pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre este fato. 5 - Sena – Cássia - Itália – 1330 Hoje este milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou indevidamente, de maneira apressada e irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la ao doente grave. No momento da Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida a sangue, molhou as páginas do Livro. Então o sacerdote negligente apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual levou para Perúgia a página manchada de sangue e para Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada na basílica de Santa Rita. 6 - Turim - Itália – 1453 Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa pelo ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam a cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o corpo de Cristo ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol”. Os espectadores chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento (Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de “Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o prodígio. 7 - Sena - Itália – 1730 Na Basílica de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão 223 hóstias consagradas, por ladrões que roubaram o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de esmolas misturadas com dinheiro. Elas foram limpas e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que com o passar do tempo as Hóstias não se estragaram, o que é um grande milagre. A partir de 1914 foram feitos exames químicos que comprovaram pão em perfeito estado de conservação. 8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal (1247) Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se deu com uma dona de casa, Euvira, casada com Pero Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe resolver o problema se como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada. Para obter a Hóstia, a mulher fingiuse de doente e enganou o padre da igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada, a mulher correu para casa na Rua das Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue. 9 – Faverney, na França, em 1600 O Milagre Eucarístico que aconteceu em Faverney, na França consistiu numa notável demonstração sobrenatural de superação da lei da gravidade. Faverney está localizado a 20 quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot, notou que o Ostensório que se encontrava junto Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e ficou suspenso no ar e que as chamas se inclinavam e não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul também apressaram-se para observar e testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que queria consumir toda a Igreja, o Milagre não cessou, o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou flutuando no espaço. 10 - Em Stich, Alemanha, 1970 Na região Bávara da Alemanha, junto à fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um padre visitante da Suíça estava celebrando uma Missa numa capela, uma série incomum de eventos aconteceu. Depois da Consagração, o celebrante notou que uma pequena mancha avermelhada começou a aparecer no corporal, no lugar onde o cálice tinha estado descansando. Desejando saber se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a mão dele debaixo do cálice, mas achou-o completamente seco. A esta altura, a mancha crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez centavos. Depois de completar a Missa, o padre inspecionou todo o altar, mas não conseguiu encontrar qualquer coisa que pudesse ser remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele trancou o corporal que apresentava a mancha num local seguro, até que pudesse discutir o assunto com o pároco. Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br 87 7º TEMA EXTRA:VOCAÇÃO – DIA DOS PAIS 1. Objetivos: Distinguir o significado de Vocação e Profissão. Conscientizar os catequizandos a respeito da responsabilidade, de cada um, para com as vocações, bem como da importância de descobrirmos e vivermos nossa vocação. Resgatar a importância do papel do pai em nossas vidas. Conversar com os catequizandos sobre a importância de amar e valorizar o pai ou o responsável em todos os dias do ano, não somente nesta data. 2. Conteúdos do Encontro: Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre. Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos momentos. 3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo) Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO. Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”: “Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?” Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra: 88 Profissão Vocação 1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho 2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida 3. pode ser trocada 1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço 3. é para sempre 4. é exercida em determinadas horas 4. é vivida 24 horas por dia 5. tem remuneração 5. não tem remuneração ou salário 6. tem aposentadoria 6. não tem aposentadoria 7. quando não é exercida, falta o necessário para viver. 8. na profissão eu faço 7. vive da providência divina 8. na vocação eu vivo Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 5, 10-11 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, figura de um pássaro, cartaz 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais. A VOCAÇÃO DE PIERRE Pierre é um pássaro. Ele vive na “Floresta das Vocações”. Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica. E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica. Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua vocação específica. Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a sua vocação! Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté! E o João-de-Barro, é um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói! E eu? Qual é a minha vocação? Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você descobrir sozinho! A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos! Mas tenha certeza de uma coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração. Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também possuía uma vocação! Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua??? Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um antigo asilo, próximo da “Floresta das Vocações”. E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . . Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . . Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes. Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais? Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação? Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse por si mesmo descobrir qual era a sua vocação? Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou! O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs Pierre cantarolava. Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê? Eles estão muito tristes vovô! Além de estarem tristes, eles também estão doentes! Mas porque vovô? 89 Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas! Quando você cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . . Você era sinal de que Deus não os havia abandonado! Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . . Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!! Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!! A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”. Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho! Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração! Mas temos a liberdade de dizer: sim ou não a ela! Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por várias etapas de amadurecimento: medo, questionamentos, desafios, visão da realidade... E hoje você só é feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação! Dia dos Pais O dia dos pais começou a ser comemorado nos Estados Unidos em 1910, pelos habitantes da cidade de Spokane, em Washington. A sra. Brice Dood, que vivia nessa cidade, achava que deveria haver um dia especialmente dedicado aos pais. Resolveu falar sobre isso com o sacerdote da igreja de sua cidade. Este e outros sacerdotes, juntamente com uma associação cristã, divulgaram a idéia, que acabou se espalhando por todo o país. Em 1924, o presidente americano pediu aos habitantes dos Estados Unidos que homenageassem os pais num dia especial. Foi escolhido, então, o terceiro domingo de junho como o dia dos pais. No Brasil, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA "A VOCAÇÃO DE SAMUEL" 1 Sm 3, 1-10 Introdução Senhor chamou de novo: "Samuel, Samuel!" Estamos no Mês das Vocações. Hoje, vamos Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu refletir sobre o chamado de Deus em nossa me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu: vida.No lº livro de Samuel encontramos uma narração bonita de um jovem, Samuel, que sentiu o chamado de Deus e soube responder. Samuel era um grande profeta no tempo dos reis Saul e Daví. (Leia na Bíblia o primeiro capítulo do 1º livro de Samuel) "Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!" O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel! Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste; aqui estou!". Eli compreendeu, então, que era o Senhor que estava chamando o menino e disse a Samuel: "Volta a 1º passo: Vamos ler, com muita atenção, deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel "Fala, Senhor, que teu servo escuta!" E Samuel servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli. voltou a seu lugar para dormir. O Senhor veio, Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto. pôs-se junto dele e chamou-o como das outras Samuel estava dormindo no santuário do Senhor, vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala, onde se encontrava a arca de Deus. Então, o que teu servo escuta!". (Querendo saber a missão Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!", que Deus deu a Samuel, pode seguir a leitura na respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me Bíblia) chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O 90 2º passo A resposta de Samuel ao chamado de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas muitas vezes. Primeiro, à resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com tal, temos uma missão: Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o construir um mundo justo e fraterno, onde haja profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia. lugar para todos serem felizes. O segundo (Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama chamado Fomos pessoas de todo tipo, de idades diferentes, chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao podemos pensar que o chamado é só para um mundo. Depois, vem o chamado para diversas determinado estado de vida. Deus chama na vida missões. Pode ser o chamado para um estado de de cada um e em diversas situações, quando menos vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em o chamado de Deus vem, muitas vezes, para silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de determinadas funções e serviços: dentro da Deus na minha vida? família, da comunidade, do trabalho... Vamos chamando? Como? Fale com Deus sobre seus refletir: medos, existência e, como se deu Quando no fomos nosso tomei chamados 3º passo Nem sempre é fácil dar uma Batismo. consciência de um seu Onde Deus está comodismo, sua falta me de chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar generosidade... (Se a reflexão for em grupo, uma resposta? (Quando a reflexão for feita em pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui, grupo, pode haver um momento de partilha) Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...") Inês Broshuis – Catequeta Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004 91 8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA 1. Objetivo: Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da aproximação e da leitura da Bíblia. 2. Conteúdo do Encontro: Respeito à Palavra de Deus. Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua foi escrita, para que foi escrita. De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento, quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve nos acompanhar por toda a vida. 3. Desenvolvimento do Encontro: A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas. A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”. A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e em inúmeras línguas e dialetos mais falados. A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar. Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar. Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque. Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando beije a bíblia em sinal de respeito. 4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Escolher um Salmo para fazer o encerramento do encontro, rezá-lo juntos em forma de oração. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 1. O QUE É A BÍBLIA? Bíblia Os cristãos colocaram os fundamentos de sua fé na revelação de Deus ao antigo Povo hebraico. Esta revelação teve a sua plenitude em Jesus Cristo. Esta grande experiência histórico- religiosa se encontra no Livro da Bíblia. Mas, a Bíblia e mais do que um L1vro: e uma coleção de Livros. é uma palavra grega, é um substantivo plural que quer dizer: Livros. Ela contém 73 livros sendo que: 46 livros são do Antigo Testamento e 27 livros do Novo que Deus Testamento. 2. PARTES DA BIBLIA a) ANTIGO TESTAMENTO (AT) Fala da História do Povo escolheu para fazer com Ele uma Aliança, antes do nascimento de Jesus. É composto por 46 livros. 92 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I O AT mostra como surgiu esse povo, como 3. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA? viveu na escravidão no Egito, como possuiu uma terra, como foi governado, quais as relações que teve com os outros povos e nações, como organizou as suas leis e como viveu a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças. O AT mostra, também, como esse povo se comportou em relação à Aliança com Javé, o seu Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar no meio da humanidade, através desse povo. Israel foi um povo escolhido, porque foi escolhido para realizar o Projeto de Deus. O AT é para os cristãos como um documento de fé para conhecer melhor a Deus e tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança. Foi escrito depois da Ressurreição de Jesus. Para compreender o NT e necessário saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta a Encarnação de Jesus na terra concreta do povo de Israel. Jesus assumiu sua história, suas sua cultura e sua religião e o compromisso de realizar o Projeto do Pai O NT apresenta, também, a experiência e a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros cristãos. Com a vinda de Jesus realiza-se um Testamento Novo, uma Nova Aliança, um encontro definitivo com Deus. Por isso, tudo o que Jesus disse e fez e tudo o que foi proclamado sobre Jesus pelos seus apóstolos e discípulos, constitui o documento de nossa fé - o Novo Testamento. Estas partes da Bíblia têm o nome de TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum") que significa "documento importante", como aquele documento (testamento) que alguns pais fazem para os seus filhos. O Testamento na Bíblia, relembra a ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada ao longo de toda a história deste povo. outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos depois que as coisas aconteceram, outros 200 anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia levou 11 séculos (1100 anos) para ser escrita. É bom lembrar que a Palavra de Deus foi, em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus. Durante muitos anos foi falada e recordada muitas vezes no meio do Povo, em rodas de conversa, no meio das famílias, e só depois foi escrita. O povo se esforçava para colocar Deus na vida, organizando a vida pessoal e social de acordo com a justiça. Os livros da Bíblia não foram escritos na ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta a b) NOVO TESTAMENTO (NT) tradições, A Bíblia não foi escrita de um dia para criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a ser escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu pelo ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois do Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). Os livros do NT foram escritos depois da morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia diferença do "dizer" e do "escrever". O importante era transmitir aos outros uma nova consciência comunitária, nascida no povo a partir da experiência com Deus. Contavam os fatos mais importantes do passado. Como nós hoje decoramos a letra dos cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as histórias as leis, as profecias, os salmos, os provérbios e tantas coisas que, depois, foram escritas na Bíblia. A maior preocupação do povo era "contar" sua experiência para não esquecer os fatos de sua história. A memória mantinha-se viva e, para que ela não se apagasse, registraram por escrito. A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu da preocupação de não esquecer o passado. A Bíblia começou a ser escrita em torno do ano 1250 a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos depois do nascimento de Jesus. 93 Quando os livros da Bíblia foram escritos, Eles escreveram por inspiração de Deus. não eram divididos em capítulos e versículos como Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do estão divididos hoje. A divisão em capítulos céu e eles foram escrevendo. aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês Estevão "Para escrever os livros sagrados, Deus Langton, arcebispo de Cantuária, e a divisão em escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas versículos foi feita em 1527, pelo dominicano faculdades e capacidades, para que, agindo Ele Pagnini. neles A Bíblia foi impressa pela primeira vez, em latim, no ano 1450 depois de Cristo. parte dela foi escrita na e onde nasceu a Igreja. Algumas partes do AT foram escritas na Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600 anos a.C. Outras partes foram escritas no Egito para onde o povo emigrou depois do cativeiro. O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor, Grécia e na Itália, onde havia muitas comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo. Nesses povos havia diferença de costumes, de cultura, de religião, de situação econômica, social e política. Tudo isto deixou marcas na Bíblia e teve influência na maneira da Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus. 5. Não foi uma única pessoa que escreveu a Bíblia. Foram diversos autores. Deus se serviu de diversos tipos de para escrever a Bíblia: homens e mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis, doutores e pastores, operários de várias profissões. Gente instruída que sabia ler e escrever e gente simples que só sabia contar histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu de casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas as classes, todos convertidos e unidos na mesma preocupação de construir um povo irmão, onde reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor, nem oprimido. Povo de Deus. Mas nem todos os acontecimentos foram escritos; apenas foram escritos os fatos mais importantes da grande História do Povo de Deus. O modo de falar da Bíblia é o mesmo modo de falar da época em que cada Livro foi escrito. Isto é importante conhecer e considerar para que não fiquemos presos aos símbolos e aos sinais que são usados na Bíblia. "Para descobrir a intenção dos autores sagrados, é preciso ter em conta as condições do seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários em uso naquela época, os modos de sentir e narrar, correntes naquela época. Porque a verdade é proposta e expressa de modos diversos, quando se trata de gêneros históricos, proféticos, Às vezes, não é fácil compreender o que está escrito porque a linguagem é diferente da nossa. Muitas vezes não entendemos palavras usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o que dizer das palavras que foram escritas há mais de 2.000 anos? A fé do antigo povo e dos cristãos reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu serviço a inteligência e o conhecimento que tinham da vida e da história do povo, a sensibilidade humana, sua fantasia e reflexão. Eram homens que receberam a inspiração de Deus. "Toda Escritura é divinamente inspirada". (2Tm 3,16-17). Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia é obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também Livro da Fé e da Vida de um Povo. 94 como poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC 110). QUEM ESCREVEU A BÍBLIA? pessoas escrevessem, Eles escreveram os acontecimentos do Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou na deles, Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106) A Bíblia foi escrita em lugares diferentes. maior através verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que 4. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA? A e Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I A Bíblia é a Palavra de Deus em forma humana (1 T8 2, 13). Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais importante dentre as milhões de livros já escritos até hoje. 6. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A BÍBLIA A diferentes: Bíblia foi escrita hebraico, em aramaico e 3 línguas grego. O hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo menino israelita devia estudá-la. 7. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia foi escrita para manter o povo na caminhada. Três coisas animam o povo a caminhar: a) contar o passado; b) anunciar o futuro; c) mostrar o presente. a) Contar o passado Nos não nos esquecemos do passado da nossa vida. Ficamos corajosos quando sentimos que A língua familiar dos hebreus era o fomos ajudados a vencer na vida. Assim também o aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as coisas foi falada por eles até a entrada na Terra de que Deus tinha feito para ele no passado, se Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o animava a caminhar para frente. hebraico. Os livros que falam do passado do povo de Quando a Palestina foi invadida pelos gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a falar a língua grega. Israel chamam-se: Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem Traduções - A Bíblia foi traduzida para da vida e da história do povo no Egito), Êxodo ser compreendida. Como o hebraico era muito (saída do Egito), Levítico (formação de um povo difícil e não era a língua falada pelo povo, santo e instruções para o culto), Números (a surgiram as traduções gregas. caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio A mais famosa tradução foi a dos "Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C, em Alexandria. Quando foi feita, foram acrescentados 7 livros que não constavam da Bíblia hebraica. Há uma diferença entre a Bíblia dos católicos e a Bíblia dos protestantes. As protestantes ficaram com a Bíblia hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus, parte do livro de Daniel e Ester. Os católicos seguiram o exemplo dos apóstolos, ficando com a tradução grega dos Setenta. (segunda lei - projeto de uma nova sociedade). Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel (1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1 e 2). São 16 os livros históricos. b) Anunciar o futuro Ficamos animados quando olhamos para as possibilidades que temos no futuro. Nascem em nós a esperança, a força e a coragem. Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se animava a caminhar para frente, quando eram colocadas, pelos profetas, as promessas feitas por Deus para o futuro. Os livros que falam do futuro do povo de Tradução para o Latim: São Jerônimo Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías - traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel - esta tradução se chama "Vulgata" ou popular. Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas - Hoje a Bíblia esta traduzida nas principais Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu - línguas de todos os povos e as traduções Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos. populares crescem dia-a-dia. c) Mostrar o presente Ficamos felizes quando sentimos que Deus caminha conosco, na nossa vida presente e com nossos problemas. 95 Assim aconteceu com o Povo da Bíblia "Tendo Deus falado outrora muitas vezes quando começou a caminhar com Deus. Olhava não e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falou- só o passado, nem só o futuro, mas também o nos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem presente, buscando soluções para seus problemas. constituiu Tudo Sapienciais: isto Jó está - escrito Salmos - nos Livros Provérbios herdeiro de tudo e por quem igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2). - Cristo é a luz que ilumina o passado, o Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria - presente e o futuro. Fazendo referência a Ele, Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais. podemos entender a mensagem da Bíblia hoje. "Com efeito, tudo o que foi escrito, anteriormente, foi escrito para nossa instrução, a Fonte: fim de que, pela constância e consolação que Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39. provêm das Escrituras, possuamos a esperança" (Rm 15,4). 96 Fé, Vida e Comunidade, Livro do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I 9º TEMA EXTRA: MISSÕES 1. Objetivos: Levar os catequizandos a refletirem sobre as missões e sua importância na vida cristã e da Igreja. Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como missionário. Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e transformador à da Palavra de Deus . 2. Conteúdo do Encontro: Iniciar a reflexão com o texto da apostila. Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos (carne seca e salgada). Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz” para o mundo. 3. Desenvolvimento do Tema: É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15) É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho. Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas são os missionários. Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo conhecido e amado. Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente o que aprende na catequese, estará sendo um missionário. Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos missionários. O que você pode fazer para ser missionário? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia. 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: fazer um momento de oração pelos missionários. 97 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Outubro, mês missionário Padre Wagner Augusto Portugal O mundo não conhece a Deus. As O Santo Padre Bento XVI em sua civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o mensagem para o dia das missões de 2010 nos homem conquista grandes descobertas - mas o exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia mundo ainda não conhece Deus. Mundial das Missões seja ocasião útil para Há aqueles que não o conhecem porque compreender sempre melhor que o testemunho do sempre viveram em um ambiente de crendices, amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De superstições, idolatrias e buscas de filosofias que fato, servir o Evangelho não deve ser considerado não são cristãs como o espiritismo que nega a uma aventura solitária, mas um compromisso ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível compartilhado de todas as comunidades. Ao lado com a fé cristã católica, sendo até antagônica. dos que estão na linha de frente nas fronteiras da Estes precisam que um missionário lhes mostre, evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos com palavras, meditações e ações, a existência de missionários e missionárias -, muitos outros, um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – crianças, jovens e adultos, com sua oração e que nos ama e que quer ser amado por nós, cooperação, contribuem, de várias formas, para a principalmente difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que através do amor aos nossos semelhantes. esta co-participação, graças à colaboração de Há aqueles que já foram informados sobre todos, aumente sempre”. esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, Por isso, como nos convoca o Santo Padre, o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o não sejamos individualistas e vivendo uma fé projeto de felicidade que Deus tem para nós. É intimistas, mas na missão de juntos construirmos preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça a enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para mais seguro. que possamos como missionários levar o amor de Igreja nos coloquemos como discípulos- Infelizmente, há também aqueles que Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por uma fé que nos coloca nos espírito de redes de isso mesmo, se acham tão melhores do que os comunidade, na partilha e na caridade. outros, que altivez, Por isso é preciso que nós, que somos esquecendo que a humildade, a simplicidade nos cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos como ocasião de reflexão e de ponto de partida afasta d'Ele. para um trabalho que, embora seja árduo, é Para se assentam todos esses, em urge sua que surjam missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a humildade e o serviço espontâneo e desinteressado. O mês de outubro é considerado no seio da Igreja Católica como o mês das missões para lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou de outra, não a conhecem realmente. 98 compensador e nos ajudará a construir um mundo melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I 10º TEMA EXTRA:DÍZIMO 1. Objetivos: Levar os catequizandos a refletirem que a igreja necessita de recursos para realizar sua missão. Assumir a responsabilidade de assumir as necessidades da igreja e colaborar com a sua missão. 2. Conteúdo do Encontro: A igreja necessita de recursos para realizar a sua missão. Por isso, exorta seus fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta tarefa, pois “igreja somos todos nós, e suas necessidades são nossas”. Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis. Deus é amor partilhado, Deus reparte conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos dá e por disso dizemos que “Dízimo é Partilha”. 3. Desenvolvimento do Tema: Contar a história – Dízimo é Partilha (em anexo) Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada catequizando ajuda a igreja na sua missão. Explicar: 1. Dimensão Religiosa - Uma parte do dízimo que contribui para manutenção da Igreja. 2. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres. 3. Dimensão Social – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas que precisam. O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista. HISTÓRIA – DÍZIMO É PARTILHA Um dia a Luciana encontrou com a Fernanda. Oi Fernanda, onde você vai? Vou até a igreja devolver o meu dízimo. Você paga dízimo? Claro que sim, eu sou dizimista mirim. Nós, jovens e crianças também podemos e devemos pagar o dízimo. Deus nos dá tudo o que temos. Pagando o dízimo estamos devolvendo a Deus uma parte que recebemos. Dízimo não é esmola ou doação do resto que nos sobra: DÍZIMO É PARTILHA! Mas Fernanda, eu não trabalho, como vou ser dizimista? Você não recebe mesada dos seus pais? É às vezes eu ganho um dinheirinho do meu pai, da minha madrinha. Então, você pode doar um pouco do que você ganha. Mas se a gente dá para Deus, o que Ele faz com o dinheiro? 99 O Dízimo é entregue à igreja e é todo usado para as coisas de Deus. Como assim? Olha só o Dízimo tem 3 finalidades. A primeira é RELIGIOSA – tem muitas coisas que precisam ser comprada: livros, velas, hóstias, som, objetos litúrgicos, as toalhas.... Além do mais a igreja tem muitas despesas: funcionários, materiais para as catequistas darem os encontros de catequese etc. Também tem que pagar as contas do telefone, da luz, da água, material de limpeza, etc. Nossa parece a minha casa. E é a sua casa, a casa de todos nós, por isso cada um tem que ajudar com a sua parte. O Dízimo também tem outra finalidade que é MISSIONÁRIA – ajuda os missionários, ajuda a formar novos padres. E a outra finalidade? A outra é SOCIAL – uma parte do dízimo é usada para ajudar quem necessita. Ela tem uma Obra Social. Nossa é muito importante contribuir com a igreja. Isso mesmo – DÍZIMO É PARTILHA. Entendeu Lu, essas são as coisas de Deus que eu falei. Viu porque a Igreja precisa de DIZIMISTAS??? É..., eu não sabia que ser dizimista era tão importante!!!!! É importante para a IGREJA , mas é mais importante ainda para Deus . APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA DÍZIMO É EXPRESSÃO FORTE DE COMUNIDADE Sem comunidade não é dízimo. Só é dízimo o que passam ao largo da pastoral quando são utilizados entregamos na como meios para suprir necessidades financeiras. comunidade. A "Dízimo é partilha." comunidade retira o aspecto O dízimo faz parte de uma realidade meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo sentido cristão e pastoral. e oferta, entre tantas outras, são formas de Através da comunidade passa a ser realizar a partilha. legítima a preocupação de buscar os meios Para podermos entender o que é a materiais para a manutenção dos serviços de que partilha, a comunidade cristã necessita. mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA. Temos que ter em mente que nem tudo o que fazemos para resolver os Quando precisamos dizemos que mergulhar Deus é no próprio Amor, nós problemas afirmamos que Deus é Amor partilhado entre financeiros da comunidade é pastoral. Só é três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério pastoral quando há identificação com toda a ação inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha da Igreja como comunidade de salvação. Por por natureza, Deus reparte conosco a vida, exemplo: Uma venda recorde de bebidas para através da criação, a sua intimidade, através da angariar fundos para suprir as necessidades de Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de uma pastoral – os fins não justificam os meios. mais precioso que é seu próprio Filho. A Por isso que rifas, bingos e outros expedientes Encarnação e a Redenção são mistérios da partilha de Deus com a humanidade. 100 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I Jesus Cristo partilha sua vida conosco e, vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para vendermos todos os bens, mas a devolução de ser Mãe de todos nós. No Sacramento da uma pequena parte dos bens que Ele próprio Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu oferta, para as necessidades dos irmãos e para sangue "derramado" para a salvação de todos. Por dar à Igreja condições de realizar a sua missão isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha na dimensão religiosa, social e missionária. total, sem restrições. Já no Domingo de Páscoa, e de forma Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é Tatto, O Recado, p.11 a 13. efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus Os dez Mandamentos do Dízimo dons entre todos os crentes. Para continuar a sua missão no mundo, até 01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua meu próximo. Igreja que se caracteriza como uma comunidade Partilho com alegria, conforme manda meu de partilha. coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, 2,42-47 nos mostra as características da um dê conforme decidir em seu coração, sem pena ou constrangimento, porque Deus ama quem comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7). uma comunidade que é fiel à palavra de Deus 02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração recebo de Deus. comum, "O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo na celebração da Eucaristia e na "partilha dos bens"; "todos os que criam estavam 23,1). unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas "Vejamos: em que você é mais do que os outros? propriedades e distribuíam o preço por todos, O que é que você possui que não tenha recebido?" segundo as necessidades que cada um tinha " (1 Coríntios 4,7). (Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição, 03 - Sou dizimista porque minha gratidão a inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma Deus me leva a devolver um pouco do muito única comunidade que vivia o entusiasmo do que recebo. primeiro amor logo no início do cristianismo, como Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho é verdade que esta realidade não deve ter segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez durado muito tempo, mas é o ideal proposto para leprosos: "Não foram dez os curados? Onde toda a comunidade que queira ser verdadeira estão os outros nove?” Só um voltou para dar comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de glória a Deus? (Lucas 17, 11-19). Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de 04 - Sou dizimista porque aceito como palavra Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores, de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o deve ser comunidade de oração, deve ter como dízimo é fonte de bênçãos. centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a Trazei o dízimo integral ao Templo para que haja partilha dos bens. A partilha torna-se, assim, alimento em minha casa. Façam essa experiência uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como comigo – diz Javé dos Exércitos. Vocês hão de não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade ver, então, se não abro as comportas do céu, se aos Pastores, ou sem oração, também não pode não derramo sobre vocês minhas bênçãos de haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos. fartura” (Malaquias 3, 10). Dízimo e Oferta são gestos concretos de partilha, é a forma mais simples para nós Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que depositavam ofertas no Tesouro do Templo. 101 Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva 09 - Sou dizimista porque gosto de viver em pobre depositou mais do que todos. Pois todos os liberdade e alegria, celebrando desde já a outros depositaram o que estava sobrando para vida plena. eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo "Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5). o que possuía para viver” (Lucas 21, 1-4). "Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34). 05 - Sou dizimista porque creio, e confio, em 10 - Sou dizimista porque quero ver minha Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e comunidade de confiança. testemunhar o Evangelho no mundo inteiro. “Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai que vamos comer? O que vamos beber? O que em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando (Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15). essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, Dez boas razões para ser Dizimista sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de 1. crescer e minha Igreja O dízimo é uma profunda relação entre você e Deus. Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em 2. A oferta do dízimo é o reconhecimento dos dons acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31- gratuitos recebidos de Deus Pai, retribuindo, de 33). forma justa, parte do que d‟Ele você recebeu. 06 - Sou dizimista porque o partilhar mata o meu egoísmo. colheita ajuda a manter a comunidade religiosa, patrimônio de todos . A parábola do homem rico cuja terra deu uma grande 3. Seu dízimo e este resolveu construir celeiros maiores para guardar todo o trigo junto com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a 4. O dízimo mantém, também, os que vivem para o Evangelho. 5. O dízimo que você oferece vai se transformar em Evangelho, em remédio, em pão, em missão. 6. Sua alegria será, extremamente, grande, sua vida. E as coisas que você preparou, para quando você verificar, daqui a algum tempo, o quem vão ficar?” Assim acontece com quem que, com o seu dízimo, se tornou possível. ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico 7. Em vez de obrigação, você vai se sentir grato e para Deus” (Lucas 12, 16-21). agradecido a Deus por lhe dar condições de 07 - Sou dizimista porque creio na vida cristã participar da vida paroquial com seu dízimo. em comunidade. "Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês são todos irmãos". 08 - Sou dizimista porque Deus, o único pai rico, não quer ninguém passando necessidade. 8. A prática do dízimo integra, cada vez mais, a pessoa à comunidade. 9. A sua oferta permanente tornará vitoriosa a Pastoral do Dízimo. 10. Com a oferta do dízimo, você será participante ativo na construção do Reino de Deus. “Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40). 102 Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I BIBLIGRAFIA 1. Bíblia Sagrada - Ave Maria, Editora Ave Maria. 2. Catecismo da Igreja Católica, Editora Vozes e Loyola. 3. Diretório Nacional da Catequese – 84, DOCUMENTOS DA CNBB, Editora Paulinas. 4. Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma, Diocese São José dos Campos. 5. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003. 6. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008. 7. Educação para a Comunidade de Fé – Livro do catequista I, II e III e Catequizando I, II e III, Maria do Carmo Saraiva, Editora Paulinas. 8. Caminhando na Construção do Reino – Livro do Catequista e Catequizando 1, Catequese de Primeira Eucaristia – Edição revisada e ampliada, Equipe Regional de Catequese – Votuporanga – SP, Editora Salesiana 9. Sementes de Vida – Primeira Eucaristia - Livro do catequista e catequizando – 1ª fase, Pastoral Catequética de Ponta Grossa – PR, Editora Ave Maria. 10. Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Issaac Chalita, Editora Santuário. 11. Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora Vozes. 12. A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora Vozes. 13. Correndo ao Encontro de Jesus – 1ª e 2ª ano. Comissão Arquidiocesana de Iniciação Eucarística – Arquidiocese Niterói, Editora Vozes. 14. De mãos dadas, 4ª série, Ed.Sipione. 15. Alegria de Viver, 2ª série, Ed. Moderna. 16. Deus dá Vida e Liberdade, 1ª série, Paulus. 17. Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, Edições CNBB, 2011 103 DINÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012: PARA FALAR DE SAÚDE Apresentar duas rosas (ou outra flor) aos catequizandos, uma murcha, despetalando e outra bonita, cheia de vida, saudável. Estas duas flores, nos mostram a doença e a saúde. Para vocês o que é saúde? ( as respostas vão girar em torno de: não ter doença, dor, estar forte etc). Completar o conceito de saúde que vai além da ausência de doenças: “Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre.”. “A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade”. Se fôssemos escolher uma destas flores para oferecer a alguém, qual seria? A bonita, claro! Não oferecemos aquilo que julgamos que não agrada. Não nos doamos, se não gostamos de nós mesmos. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, deu-nos dignidade de filhos, de pessoa humana com capacidade de amar. É ponto de partida para amar, descobrir o próprio valor, viver a dignidade e proclamá-la a toda pessoa. Esta é a força capaz de estabelecer relacionamentos fraternos, solidários, que a CF nos propõe. Ela quer suscitar o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde. ORAÇÃO DOS BONS PROPÓSITOS Distribuir aos catequizandos, saches de açúcar (ou providenciar um açucareiro com uma colherinha). Dispor de um recipiente com água, outro com gelo, suco em pó ou um copo de concentrado. Em clima de celebração e oração, lembrar aos catequizandos que podemos fazer um mundo melhor: “remediar”, com bons propósitos, as situações de sofrimento, dor, doença, mal estar. Para isso peçamos a Jesus que nos ajude a modificar nosso comportamento e nossas ações em prol da nossa saúde. À medida que cada um for fazendo seu “propósito”, pedir que coloque seu “ingrediente” na jarra que está sobre a mesa. Os propósitos devem se manifestados em voz alta, como orações. Por exemplo: “Jesus dê-me forças para controlar a vontade de comer doces, chocolates, refrigerantes em excesso.” “Jesus ajude-me a dominar a preguiça e fazer mais exercícios físicos.” “Jesus fortaleça-me para não cair na tentação de colocar em risco minha saúde, colocando-me em situações de risco: drogas, álcool, brincar com fogo, objetos cortantes, etc.” Criar mais situações como: expor-se ao frio sem agasalho; não escovar os dentes; ver TV em excesso; usar em demasia a internet, o telefone celular; jogar demais videogame; dormir muito tarde, etc. Depois que todos colocarem na jarra suas “orações”, acrescentar a água, mexer o suco e distribuir um copo para cada um. 104 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I DINÂMICA: “SEGURA...NÃO DEIXA CAIR!” Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja escrito um dos “males” (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que está escrito no papel. A papeleta „gripe‟ deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número de participantes (colocá-la para um terço das pessoas). Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente, evitando que alguém caia. No meio do círculo fica o “doutor”, a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O “médico” lê um dos diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a “doença” correspondente amolece o corpo para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não deixála cair. Se a pessoa cair, ela morre... Depois de ser amparada, a pessoa „doente‟ volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há várias pessoas com esta “doença”, muita gente vai “cair” ao mesmo tempo e o círculo vai se desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está acontecendo com a saúde pública. Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram. Como se sentiram ao serem taxados de “doentes”? Como viram a doença que cada um recebeu? Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que vai desmoronar, cair. Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro? Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a importância da prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente. Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que sofrem. DOENÇAS: Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade, colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e placas nos dentes. (Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos). DIAGNÓSTICOS: Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos. (gripe) Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão) Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene. (dengue) A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica exercícios físicos. (hipertensão) Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se alimenta com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes) A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal. (problemas renais) 105 Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia) Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios físicos. (obesidade) Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto) A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência química) A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira. Consome alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia) A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição sonora. (dores de ouvido e de cabeça) A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie) UM OLHAR SOBRE A REALIDADE MATERIAL: uma folha de cartolina, desenho do contorno de uma grande mão, pintado de marrom, que servirá para ser a raiz e o tronco da árvore / fita crepe ou cola / várias tesouras / folhas em branco para todos / lápis de cor verde e amarelo (para pintar folhas). Distribuir, para cada um, uma folha de papel em branco e lápis de cor. Pedir para desenhar o contorno de uma das mãos com os dedos ligeiramente abertos, pintar de verde e recortar. Pedir que coloquem, num canto, o próprio nome e que, no meio da mão desenhada, escrevam: SAÚDE. Após a confecção das mãos, o catequista apresentará ao grupo o desenho do contorno da grande mão (como se fosse a raiz de uma árvore) e pergunta: De quem pode ser essa mão? (deixar a pergunta no ar). Quando estudamos os povos, desde as mais antigas civilizações, encontramos sempre o assunto saúde e doença, misturado com religião. Deuses, demônios, maus espíritos, magia... (TB, 09) aparecem com explicação para a dor, a morte, os sofrimentos de modo geral. Por exemplo, no caso dos indígenas brasileiros, quem era o “médico” da tribo? O pajé. E nós? O que pensamos sobre a existência do mal, da doença? São castigo de Deus? Ele é o culpado? (deixar que falem, discutam, sem responder diretamente às indagações). Então, nossas mãos não podem fazer nada? O que será que depende de nós? Em que os povos da Bíblia acreditavam? Vamos descobrir, pesquisando na Bíblia.: Dt 28, 1-2; Dt 28, 15-20; 2Cr 16, 7; 2Cr 16, 12-13. Após a leitura, concluir com rápidas palavras. O livro do Deuteronômio apresenta saúde como bênção e doença como maldição, devido ao pecado, ao afastamento de Deus. Nas Crônicas, todos eram dependentes do Senhor. Procurar ajuda de um médio em lugar de Deus, era derrota na guerra e morte certa. Como em Deuteronômio, a Bíblia aqui nos fala de castigo de Deus. Vamos ler no livro de Eclesiástico, como instrui sobre saúde e doença – Eclo 38, 1-15 – Este texto realça a importância da saúde, de se ter os meios para que a saúde se difunda sobre a terra, que é o nosso lema nesta Campanha da Fraternidade. Mas logo a seguir, pede que se recorra ao Senhor e evite o pecado. Vimos a força, o peso do pecado em todas essas leituras. Mas será que Jesus mostrou o outro lado da moeda, o outro lado dessa mão? Como Ele viu a doença? 106 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I N cartolina com a mão marrom desenhada, formar uma árvore, tendo essa mão como raiz. (modelo abaixo) Cada catequizando coloca a mão que desenhou e recortou, formando as folhas da árvore, conforme uma sequência pré- determinada. Deus nos criou por amor para sermos felizes. Tudo que Ele fez mostra quem Ele é. Mas nossos primeiros pais recusaram a amizade com o Pai Criador e, pela desobediência, o pecado entrou na vida das pessoas. Com o pecado veio a dor, a morte. Deus, em sua infinita bondade, enviou seu Filho Jesus para salvar a humanidade. Ao morrer na cruz, Ele funda a igreja para continuar a oferecer a salvação. A Igreja somos nós, todos os batizados. Formamos o Corpo de Cristo. Jesus não tem outras mãos, a não ser as nossas, para construir o mundo como Deus quer. E Deus não quer sofrimento. O que podemos levar aos outros com nossas mãos? Como podemos agir em prol da saúde? Orientar os catequizandos para pensar num gesto concreto: visitar um doente, consolar um amigo que sofre, fazer doação de medicamentos, alimentos, fraldas, ouvir um idoso em suas aflições, rezar pelos que sofrem. Ao som de uma música (da CF-2012 ou outra), colar na cartolina as mãos que confeccionaram, como se fossem folhas e galhos da árvore. Ao terminar todos juntos dão as mãos e pedem: “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA!” Modelo da árvore: podem ser escrito, na “raiz-tronco”, os nomes dos santos que dedicaram suas vidas ao atendimento e ao conforto dos doentes: São Camilo, São João de Deus, Santa Paulina, Beata Ir. Dulce, São Galvão (cf. TB, 221) 107 VI. Não cometerás adultério.VII. Não furtarás. VIII. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, imagens deles para as adorar. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Lembra-te de santificar o dia do sábado. IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo sobre a terra. V. Não matarás. nem coisa alguma que lhe pertença. deuses, nem farás Eu sou o Senhor, teu Deus: I. Não terás outros deuses, nem farás imagens deles para as adorar. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Lembra-te de santificar o dia do sábado. IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo adultério.VII. Não furtarás. VIII. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença. sobre a terra. V. Não matarás. VI. Não cometerás VI. Não cometerás adultério.VII. Não furtarás. VIII. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, Eu sou o Senhor, teu Deus: I. Não terás outros deuses, nem farás imagens deles para as adorar. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Lembra-te de santificar o dia do sábado. IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo sobre a terra. V. Não matarás. nem coisa alguma que lhe pertença. Eu sou o Senhor, teu Deus: I. Não terás outros Eu sou o Senhor, teu Deus: I. Não terás outros deuses, nem farás imagens deles para as adorar. II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus. III. Lembra-te de santificar o dia do sábado. IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo VI. Não cometerás adultério.VII. Não furtarás. VIII. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença. sobre a terra. V. Não matarás. 108 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulos I Este espaço está reservado para a sua avaliação, comentários e sugestões. Anote o número do encontro, a quantidade de catequizandos que você tem e a faixa etária. Faça o seu comentário e entregue ao seu coordenador. 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