Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Comunicação Social Projeto Experimental Empresarial em Relações Públicas Ana Paula Fontoura Pereira Fabiana Fernandes Fernanda Guimarães Pablo Rocha Patricia Lima da Silva Porto Alegre 2009 2 Ana Paula Fontoura Pereira Fabiana Fernandes Fernanda Guimarães Pablo Rocha Patricia Lima da Silva Projeto Experimental Empresarial em Relações Públicas Trabalho acadêmico considerado requisito para obtenção de grau na disciplina Projeto Experimental Empresarial do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientadoras: Professoras Dra. Ana Baseggio e Ms Marisa Soares Revisora: Izabel Cristina de Freitas Ferreira Graduada em Língua Portuguesa, Literatura em Língua Portuguesa e Bacharel em Latim pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2009 3 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5 1. 2. 3. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................ 9 1.1. Dados de identificação ........................................................................................................ 9 1.2. Presidência e Diretoria ...................................................................................................... 10 1.3. Negócio da organização ................................................................................................... 10 1.4. Produtos ............................................................................................................................ 10 1.5. Serviços ............................................................................................................................ 11 1.6. Organograma Construído para o Grupo ROE .................................................................. 11 1.7. Histórico do Grupo ROE ................................................................................................... 12 PRINCÍPIOS NORTEADORES ............................................................................................. 13 2.1. Missão ............................................................................................................................... 13 2.2. Valores da Missão ............................................................................................................ 13 2.3. Visão ................................................................................................................................. 14 ANÁLISE DE AMBIENTES ................................................................................................... 15 3.1. Análise do Macro ambiente .............................................................................................. 15 3.1.1. Variáveis econômicas............................................................................................... 15 3.1.2. Variáveis Tecnológicas ............................................................................................ 17 3.1.3. Variáveis Sociais e Culturais .................................................................................... 20 3.1.4. Variáveis demográficas ............................................................................................ 21 3.1.5. Variáveis ecológicas ................................................................................................. 23 3.1.6. Variáveis político-legais ............................................................................................ 24 3.2. Análise do Setor ................................................................................................................ 26 3.2.1. Variáveis da Indústria ............................................................................................... 28 3.2.2. Ciclo de vida do setor ............................................................................................... 30 3.2.3. Atratividade do setor................................................................................................. 30 3.3. Análise micro ambiente ..................................................................................................... 30 3.3.1. 4. 5. Comunicação interna................................................................................................ 31 ANÁLISE DE PÚBLICOS ...................................................................................................... 33 4.1. Classificações de Públicos ............................................................................................... 33 4.2. A Classificação de Públicos escolhida para o Grupo ROE .............................................. 35 4.3. Situação do Relacionamento do Grupo ROE com seus Públicos .................................... 36 Diagnóstico ........................................................................................................................... 38 5.1. Conclusões sobre a análise dos ambientes ..................................................................... 39 5.2. Relato dos pontos fortes e fracos analisando a comunicação da empresa com os diversos públicos comparando-a com a concorrência (setor de atuação); ................................ 40 5.3. Público/problema a ser trabalhado ................................................................................... 40 4 5.4. Tabulação, análise e interpretação dos resultados .......................................................... 40 5.4.1. Análise da pesquisa padronizada ............................................................................ 41 6. Prognóstico .......................................................................................................................... 43 7. Políticas de Ações ............................................................................................................... 44 8. 7.1. Quadro dos Pontos Fortes do Grupo ROE ....................................................................... 44 7.2. Quadro dos Pontos Fracos do Grupo ROE ...................................................................... 45 A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES ............................................. 46 8.1. 9. Aplicação no contexto do Grupo ROE .............................................................................. 47 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO ....................................................................................... 48 9.1. Programa I – Arrumando a Casa ......................................................................................... 48 Considerações finais ..................................................................................................................... 51 Referências ..................................................................................................................................... 53 Apêndices ....................................................................................................................................... 56 Apêndice 1 – Calendário de Reuniões com o cliente ............................................................ 57 Apêndice 2 – Modelo do formulário de pesquisa qualitativa aplicada com o Grupo ROE .... 57 Apêndice 3 – Tabulação da Pesquisa realizado com o “Público Problema” ......................... 58 Anexos ............................................................................................................................................. 60 Anexo 1 – Fotos da sede do Grupo ROE .............................................................................. 61 Anexo 2 – Imagens do Site do Grupo ROE ........................................................................... 62 Anexo 3 – Carta Acordo ......................................................................................................... 65 5 INTRODUÇÃO O trabalho a seguir surgiu na disciplina de Projeto Experimental Empresarial em Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A partir deste projeto, teve-se a oportunidade de estudar e orientar o Grupo ROE (Robótica Educacional) quanto às ações Relações Públicas. A escolha pelo Grupo ROE justifica-se pelo encantamento do grupo por um dos valores que norteiam a organização: a sustentabilidade. Este é tema atual e que está em “vogue” na atuação de empresas do mundo todo e constantemente é abordado, em revistas, matérias de jornal e na mídia em geral. Esse conceito se aplica ao trabalho de Robótica Educacional desenvolvido pelo Grupo ROE, uma vez que eles utilizam materiais descartados para elaboração de projetos, tornando esse, o principal diferencial de sua atuação no mercado; diferente dos concorrentes, que trabalham com kits prontos industrializados. O presente projeto pesquisou, analisou e buscou compreender o setor da Robótica Educacional, um mercado até então desconhecido pelos realizadores deste projeto. Apesar de difícil e instigante teve-se a preocupação de apresentá-lo de forma clara e acessível ao leigo. Nas próximas páginas, apresentam-se análises de macro e micro ambientes, setor, públicos, diagnóstico, prognóstico e programas de comunicação sugeridos ao Grupo ROE. Este projeto pretende servir de auxílio à organização estudada, provendo informações para implementação das sugestões que foram desenvolvidas no período de agosto a dezembro de 2009. 6 RESGATE HISTÓRICO DA ROBÓTICA1 Para compreender o contexto em que a robótica se insere nos dias atuais, é preciso retornar ao passado e analisar a criação e evolução da máquina. O século era o XVIII e a produção de bens materiais era concebida manualmente. Em 1775, com a Revolução Industrial, surgiram as primeiras máquinas industriais a vapor. Essa revolução marcou a história por introduzir a máquina no lugar de trabalho do homem, passando a ser caracterizada pela maquinofatura. No século XIX, aconteceu a segunda Revolução Industrial, que era abastecida pela exploração do petróleo e utilizava-se da eletricidade, acelerando os processos de produção e denominada como “produção em escala”. A Globalização e a Revolução Técnico-Científica trouxeram, além dos conseqüentes avanços nos transportes e nas telecomunicações, um processo novo de logística o qual as indústrias não precisam se instalar próximas ao mercado consumidor. O ano de 1970 foi o marco desse novo contexto capitalista, cujo mundo começa a consumir as novas tecnologias e passa a ser conhecedor dos produtos “hi tech”. A robótica é um ramo da tecnologia que engloba mecânica, eletrônica e computação, que atualmente trata de sistemas compostos por máquinas e partes mecânicas automáticas e controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou automaticamente por circuitos elétricos. Esta tecnologia, hoje adotada por muitas fábricas e indústrias, tem obtido de um modo geral, êxito em questões levantadas sobre a redução de custos e aumento de produtividade. O termo Robótica foi pela primeira vez usado pelo Checo Karel Capek (18901938) numa Peça de Teatro - R.U.R. (Rossum's Universal Robots) - estreada em Janeiro de 1911 (Praga). Foi mais tarde popularizado pelo escritor de Ficção Cientifica Isaac Asimov, na sua ficção "I, Robot" (Eu, Robô), de 1928. Neste mesmo livro, Asimov criou leis que, segundo ele, regeriam os robôs no futuro: Leis da robótica. 1ª) Um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por omissão, permitir que algum mal lhe aconteça. 2ª) Um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a Primeira lei. 1 Fontes: http://www.escolapadrereus.com.br/material/industria.doc; http://pt.wikipedia.org/wiki/Robot; http://pt.wikipedia.org/wiki/Rob%C3%B3tica_educacional. Acessado em 18/11/2009. 7 3ª) Um robô deve proteger a sua integridade física, desde que, com isto, não contrarie a Primeira e a Segunda leis. A idéia de se construir robôs começou a tomar força no início do século XX com a necessidade de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. Foi nesta época que o robô industrial encontrou suas primeiras aplicações, o pai da robótica industrial foi George Devol. Atualmente, devido aos inúmeros recursos que os sistemas de microcomputadores nos oferecem, a robótica atravessa uma época de contínuo crescimento que permitirá, em um curto espaço de tempo, o desenvolvimento de robôs inteligentes fazendo assim a ficção do homem antigo se tornar a realidade do homem atual. O país que mais tem investido na robotização das atividades industriais é o Japão, que possui uma indústria bastante diversificada, pesquisa e desenvolvimento de alto grau em tecnologia, pesquisas voltadas para o aprimoramento das tecnologias já existentes; destacado pelo desenvolvimento na produção automobilística, eletroeletrônica e informática. Possui também uma abundante mão de obra especializada, porém carece de matéria prima. Há alguns ramos da robótica que geram impacto social positivo. Quando um robô é na realidade uma ferramenta para preservar o ser humano, como robôs bombeiros, submarinos, cirurgiões, entre outros tipos. O robô pode auxiliar a re-integrar algum profissional que teve parte de suas capacidades motoras reduzidas devido à doença ou acidente e, a partir da utilização da ferramenta robótica, ser reintegrado ao mercado. Além disto, estas ferramentas permitem que seja preservada a vida do operador. A robótica educacional visa levar o aluno a questionar, pensar e procurar soluções, a sair da teoria para a prática usando ensinamentos obtidos em sala de aula, na vivência cotidiana, nos relacionamentos, nos conceitos e valores. Possibilita que a criança, como ser humano concebido capaz de interagir com a realidade, desenvolva capacidade para formular e equacionar problemas. Nesse ponto, a robótica educacional mais uma vez segue Piaget, filósofo da educação que trabalhou a conceito de interdisciplinaridade (1896-1980), para quem o objetivo da educação intelectual não é saber repetir verdades acabadas, mas aprender por si próprio. Na teoria construtivista, o conhecimento é entendido como ação do sujeito com a realidade. Em ambientes de robótica educacional os alunos constroem sistemas compostos por modelos e programas que os controlam para que eles funcionem de uma determinada forma. Há forte necessidade de interação com o grupo. Não é impossível, mas um trabalho de robótica educacional levado a cabo apenas por um aluno terá grande 8 chance de insucesso, portanto a colaboração é indispensável. O grupo deve pensar em um problema e chegar à solução usando conceitos básicos de engenharia, componentes eletrônicos e programação de computadores. A robótica educacional vale-se de um sistema de exploração do conhecimento tradicional, pois sugere que o grupo conceba um projeto, levante hipóteses e faça levantamento de campo, bibliográfico e experimental, para depois confirmar ou refutar as hipóteses através da construção de um dispositivo robótico. 9 1. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO «... as organizações surgem para desempenhar uma função que é sentida como necessária por outros agentes do meio ambiente.» António de Sousa O ROE é um grupo de pesquisas e desenvolvimento em robótica educacional, cuja proposta de sua atuação no mercado é auxiliar na formação e educação de crianças. Em síntese, o grupo ROE propõe-se a incentivar a criação, o desenho, o desenvolvimento e a programação através de projetos de elaboração de robôs, que está intimamente interligada com a solução de problemas do "mundo real", podendo proporcionar a cada um de seus alunos um embasamento sólido para o desenvolvimento de seus próprios projetos sustentáveis no futuro. 1.1. Dados de identificação Nome: Grupo ROE Razão social: Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Robótica Educacional Sigla: ROE CNPJ: Em processo de regulamentação Localização: Av. Protásio Alves, 1041 sala 202. Bairro: Rio Branco. CEP 90410001 Site: www.gruporoe.com.br E-mail: [email protected] Descrição das instalações2: O Grupo ROE utiliza uma sala de 80m², no terceiro andar de um prédio comercial na Avenida Protásio Alves. O prédio pertence à ESC Informática e a sala utilizada pelo ROE é cedida através de parceria firmada no início de 2009. Este espaço compreende uma sala ampla e sem divisórias no qual todo o material utilizado está acomodado em pilhas de caixas no centro da sala e junto às paredes formando dois corredores. O local é também utilizado como depósito dos equipamentos da empresa ESC Informática. A sala é bem iluminada e possui uma bancada de trabalho próxima a janela, 2 Fotos da sede do Grupo ROE, conforme anexo 1. 10 onde há um computador, ferramentas utilizadas para testes dos projetos, uma cafeteira, um aparelho de som e um microondas. Na extremidade oposta à janela, ao lado da porta de entrada, existe um pequeno banheiro. 1.2. Presidência e Diretoria Wagner Prates – Sócio-proprietário responsável pela Gerência administrativa administrativo Vinícius Cene – Sócio-proprietário responsável pela Gerência Técnica Leandro Acácio Esvael – Sócio-proprietário responsável pela Gerência de Criação e Pesquisa. 1.3. Negócio da organização Auxiliar na formação e educação das crianças através da aplicação de Robótica, em atividades lúdicas, onde serão apresentados problemas que devem ser solucionados e transformados em objetos concretos que terão movimentos autônomos. 1.4. Produtos Aproximadamente 90% dos materiais utilizados são reciclados (compreendem peças mecânicas, eletrônicas e elétricas que possibilitam a criação de outras peças, como demonstram as fotos abaixo). A maioria das peças provém de equipamentos eletrônicos descartados pela indústria eletrônica. O acesso a estes produtos ocorre na forma de parcerias com a empresa do ramo eletrônico, a ESC Informática. 11 Fotos dos projetos em construção, registradas pelos realizadores do projeto 1.5. Serviços Atividade extraclasse para alunos de ensino médio e fundamental, com aplicação de conceitos de robótica, relacionando-os com as disciplinas vistas no currículo convencional e com ambientes existentes na sociedade. 1.6. Organograma Construído para o Grupo ROE GRUPO ROE Leandro Esvael Vinícius Cene Wagner Prates Gerência de Criação e Pesquisa Gerência Técnica Gerência Administrativa Nome Leandro Acácio Esvael Vinícius Cene Wagner Prates Funções Criação do Site; Pesquisa para novos projetos; Assistência nas aulas Montagem eletrônica; Assistência nas aulas e Logística (motorista) Primeiro contato com o cliente; Controle financeiro; Escrever documentos; Gerenciar aulas; controlar matéria-prima 12 1.7. Histórico do Grupo ROE A idéia de trabalhar a robótica com materiais descartados surgiu em 2008 durante uma das aulas de Filosofia, Ética e Cidadania do curso de engenharia mecatrônica, cursado pelos sócios, em que o professor instigava muito a questão: “Para que irá servir nosso conhecimento?” Um dos sócios do ROE, Wagner Prates, instigado pelas indagações do professor, viu surgir a oportunidade de colocar está idéia em prática quando outro atual sócio, Vinícius Cene, trouxe a proposta de participar do Torneio Empreendedor promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Para tanto era preciso mais pessoas trabalhando neste projeto. Foi quando surgiu o terceiro sócio, Leandro Esvael, colega de aula de Vinícius. A participação no torneio não foi concluída, mas o desejo de trabalhar com robótica educacional permaneceu vivo. Em dezembro de 2008 já com o grupo formado, começaram a entrar em contato com escola, porém o período não era propício, e as escolas solicitaram que entrassem em contato no início do próximo período letivo. No principio do mês de janeiro de 2009, o Centro Integrado de Desenvolvimento (CID) recebeu o grupo e depois de ouvir a proposta fechou a parceria. Em março, o grupo passou a aplicar aulas extraclasses para 32 alunos, na escola. O Grupo ROE continuou buscando mais escolas para desenvolver seu trabalho, no entanto se deparou com algumas questões organizacionais, uma delas, não ser uma empresa juridicamente constituída, mostrou-se ser uma grande barreira. Atualmente o ROE continua trabalhando com apenas um cliente, o CID, e o contrato é somente verbal. O processo de regulamentação jurídica da organização está em andamento a partir de consultoria realizada com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE. 13 2. PRINCÍPIOS NORTEADORES "Seja flexível e, quando não puder aceitar os termos, aceite os meios termos. Porém, não confunda meios-termos com meios princípios. Meios princípios não existem". Ilie Gilbert Princípios norteadores das organizações são balizamentos para o processo decisório e para o comportamento da empresa no cumprimento de sua Missão. Os princípios orientam sua existência e a função que exerce na sociedade. Ao analisar o Grupo ROE, o presente projeto sugere pequenas modificações na missão, visão e valores. 2.1. Missão Auxiliar na formação de cidadãos responsáveis social e ambientalmente, através da educação e da construção do conhecimento, tornando-os capazes de aplicar soluções sustentáveis para o planeta. Sugestão do grupo Por meio da Robótica educacional, auxiliar na formação de cidadãos responsáveis social e ambientalmente, através da educação e da construção do conhecimento, tornando-os capazes de aplicar soluções sustentáveis para o planeta. 2.2. Valores da Missão O Grupo ROE não possuía registro dos valores que os norteariam, porém em pesquisa3 aplicada com os sócios, foi formulada uma questão que perguntava quais os valores que orientariam o Grupo ROE e as respostas foram: 3 O formulário de pesquisa e as tabulações podem ser conferidas nos apêndices 2 e 3. 14 Responsabilidade social e ambiental; Desenvolvimento intelectual e social de casa indivíduo; Preocupação com o meio ambiente; Respeito ao ser humano; Comprometimento social e ambiental. 2.3. Visão Ser referência como ferramenta para melhoria da educação e no desenvolvimento de material educacional baseado na utilização de software livre e de produtos descartados pela sociedade. Sugestão grupo: Até 2015 ser referência como ferramenta de apoio à educação e no desenvolvimento de material educacional baseado na utilização de software livre e de sucata proveniente de materiais eletrônicos. 15 3. ANÁLISE DE AMBIENTES Segundo KOTLER e ARMSTRONG (2000) o ambiente de uma empresa consiste em atores e forças externas que afetam a capacidade da administração de marketing de desenvolver e manter relacionamentos bem-sucedidos com seus clientes-alvo. O ambiente em que uma organização está inserida oferece tanto oportunidades quanto ameaças, e, as empresas bem-sucedidas sabem que são vitais a observação e a adaptação constantes às mudanças do ambiente. Para analisar a conjuntura de uma organização, devem ser analisados o macro ambiente, o setor onde a organização está inserida e o seu macro ambiente. 3.1. Análise do Macro ambiente Segundo CHIAVENATO e SAPIRO (2003) a análise do macro ambiente é o contexto que envolve externamente a organização. É a situação dentro da qual uma organização está inserida. Assim, foi analisado o contexto atual da educação nacional, para situar o negócio do Grupo ROE. Ainda segundo os autores, a organização, sendo um sistema aberto, mantém transações e intercâmbios com o ambiente que a rodeia. Por decorrência disto, tudo que ocorre externamente influencia a organização. Para melhor compreensão do macro ambiente, a análise deste projeto separa suas esferas em variáveis. São elas: econômicas, tecnológicas, sociais e culturais, demográficas, ecológicas e político-legais. 3.1.1. Variáveis econômicas Para a análise das variáveis econômicas este projeto leva em consideração os seguintes aspectos: a globalização, o crescimento e oferta de serviços e o acirramento da concorrência no ambiente macro econômico. Vivemos em um mundo onde o intercâmbio de informações é amplo e globalizado. Tudo está conectado, possibilitando que a informação seja transmitida a todos, em âmbito nacional ou global. A economia sofre influência direta da 16 globalização, podendo oscilar em todo o mundo em função de um único fato isolado, uma pequena crise iniciada em algum ramo econômico. O Brasil apresenta um nível de desenvolvimento que cresce a cada dia. Em vários setores da sociedade, como economia e política, é visível a velocidade das mudanças. A organização que não acompanha o ritmo destas mudanças acaba ficando obsoleta. Considerando a estreita ligação entre economia e política, é possível estabelecer um parâmetro para analisar a educação pública, que ainda necessita de intensos investimentos econômicos e mudanças políticas para que no futuro possa ser considerada de boa qualidade. Em contra partida, o sistema educacional privado apresenta números bastante animadores, com um crescente ingresso de novos alunos nas escolas. Há uma diferença que deve ser levada em consideração no momento de analisar essas duas realidades: enquanto o setor público busca melhorar a educação do Brasil, o setor privado se aprimora e traz novidades para dentro da escola. Como afirma Cobra (2004, p. 33): “Na educação está ocorrendo um verdadeiro processo de revolução, com acelerado crescimento em alguns setores e completa mudança de rumo de outros”. Este crescimento acelerado demonstra a urgência em utilizar novos instrumentos para manter a família e os alunos fiéis às instituições de ensino. O que provoca uma busca crescente de ferramentas de comunicação e divulgação para criar credibilidade perante os públicos. No que se refere à educação pública, observa-se um declínio nas condições de ensino, o que já é percebido pelos públicos como baixa qualidade, além da falta de professores, infra-estrutura precária e sensação de insegurança. Estes fatos fazem com que o ensino público perca credibilidade e as pessoas desacreditem na educação de base, oferecida como um direito de todo cidadão. Fonte: SCHOFFEN (2006)4. Este panorama favorece as instituições de ensino privado, que conquistam o público preocupado com a educação de seus filhos e que investe parte do orçamento doméstico para garantir uma boa educação. (Ibdem4). As escolas particulares oferecem atividades extraclasses dos mais variados segmentos, abrindo espaço no mercado para organizações terceirizadas que aliam conhecimento na área humana ou tecnológica à educação básica. 4 Programa de Pós-Graduação da Unisinos. SCHOFFEN Leocádia Inês Historicizando a (des)construção da gestão democrática em São Leopoldo: um olhar sobre o papel do CEPROL – Sindicato, do Executivo Municipal e das direções das escolas. 17 No segmento da robótica educacional, a concorrência ainda é pequena, mas com a velocidade de atualização da tecnologia, em breve será um setor com poderes para afetar o macro ambiente. O Grupo ROE, por apresentar uma proposta diferenciada de robótica educacional, tem grandes chances de se inserir nas escolas de ensino privado, pois estas buscam oferecer o maior número possível de atividades extraclasse. Hoje, poucas escolas oferecem atividade de robótica extracurricular, portanto, analisa-se uma grande oportunidade de atuação do Grupo ROE, podendo assim, aumentar seu número de clientes, auxiliando na formação e na educação das crianças. 3.1.2. Variáveis Tecnológicas 5 Em qualquer sociedade ou indústria, o nível de tecnologia exerce um papel significativo na determinação dos produtos, dos serviços, dos equipamentos e de como diversas operações serão administradas. (STONER, 1999). A tecnologia é um componente do ambiente na medida em que as organizações precisam absorver e incorporar as inovações tecnológicas externas em seu interior. É também parte interna das organizações na medida em que é pesquisada, desenvolvida ou transferida e aplicada internamente para atingir objetivos organizacionais. Desse modo, a tecnologia é uma variável ambiental que influencia o comportamento das organizações e uma variável interna, através da qual a organização influencia o seu ambiente e as demais organizações nele inseridas. O grau de influência que uma organização sofre das inovações ou junto com elas age sobre o ambiente, depende de alguns fatores, como o ramo de atividade da organização, os produtos ou serviços por ela produzidos, as tecnologias de processos de produção e de operações e os equipamentos utilizados, a amplitude e variedade das atividades, mercados abrangidos pelos produtos ou serviços, matérias-primas ou informações utilizadas como insumos. As organizações que atuam num ambiente tecnológico incerto e dinâmico apresentam estruturas e processos internos diferentes das que atuam num ambiente tecnológico mais certo e imutável. Isso foi observado nas organizações estudadas por Lawrence, Lorsch, nas quais havia departamentos com pesquisa fundamental e pesquisa aplicada para mantê-las atualizadas (HALL, 1984; LAWRENCE, 1973). 5 Fundamentação extraída do site http://www.eps.ufsc.br/disserta99/sarda/cap2.html 18 Projetos de desenvolvimento tecnológico em qualquer área chegam às organizações prontos para serem executados. Ao deixarem de ser propriedades privadas de um indivíduo ou organização, as idéias começam a circular e tornam-se parte do ambiente. Uma idéia inovadora quando atinge o ambiente externo é passiva de ser copiada e até melhorada por outras organizações. Estas variáveis consideram melhorias científicas, invenções e mudanças tecnológicas no setor, internet, automação e informática. Esta é a força com maior expressão atualmente, em razão das novas tecnologias utilizadas na fabricação de produtos que geram grandes oportunidades de mercado e proporcionam um valor superior à satisfação das necessidades dos consumidores e estimulam cada vez mais os investimentos no setor. O Grupo ROE integra o uso da tecnologia com a educação, pois através de conhecimentos técnicos da mecatrônica é possível desenvolver e transmitir aos alunos os projetos propostos pela organização. Em função da importância da internet nas variáveis tecnológicas, um capítulo a respeito deste assunto foi incluído para melhor analisar tais variáveis. Relações Públicas e Internet - Em sua essência, as atividades de relações públicas oferecem informação para fornecer subsídios aos componentes de seus diversos públicos na tomada de decisão. Na medida em que as estatísticas mostram que 81% dos usuários usam a rede para pesquisar novos produtos; 84% dos internautas sentem que a internet os ajuda a tomar melhores decisões e 63% das pessoas navegam com um propósito específico, a conclusão óbvia é: as relações públicas precisam estar na rede mundial disponibilizando a informação que irá auxiliar a uma infinidade de pessoas nas tomadas de decisões, conforme afirmam Sherwin e Avila (1999). Para Pinho (2003), a própria natureza da rede mundial oferece características que favorecem o trabalho de relações públicas. A comunicação, por exemplo, deixou de ser um monólogo para transformar-se em um diálogo, aproximando-se do modelo mais efetivo de comunicação em relações públicas, como uma via dupla: emissor-receptor e receptor-emissor. As características de velocidade e de instantaneidade da internet também são positivas, pois o profissional de relações públicas tem a possibilidade de responder de imediato a situações de crise, de reagir logo às notícias e de capitalizar rapidamente certas situações favoráveis. 19 Assim, Pinho (2003, p. 19) ressalta: As novas tecnologias causam significativas transformações na sociedade, provocando mudanças de hábitos e de comportamento. Não foi diferente com a internet, caracterizada como tecnologia emergente, de manejo relativamente simples e como uma promissora ferramenta de comunicação, um meio bastante diferenciado da mídia tradicional: televisão, rádio, cinema, revista e jornal. O termo “internet” surgiu com base na expressão inglesa Interaction ou interconnection between computer networks. Assim, internet é a rede das redes, o conjunto das centenas de redes de computadores conectados em diversos países, explica Pinho (2003). Os benefícios que a internet pode trazer para os programas e para as estratégias de relações públicas decorrem, principalmente, de características e aspectos próprios. Entre eles, sua condição de mídia de massa e de ferramenta para a comunicação com a imprensa, a sua capacidade de localização do público-alvo, a presença em tempo integral, a eliminação das barreiras geográficas e as facilidades que permite para a busca da informação e administração da comunicação em situações de crise. O Grupo ROE possui um site bem estruturado que deve ser amplamente explorado para estabelecer uma ferramenta de comunicação com seus públicos. A linguagem usada no momento não é a mais adequada, mas as ferramentas de relações públicas podem auxiliar a construção de uma linguagem que seja adequada para a comunicação com as escolas, os alunos e todos os públicos atingidos. Quadro: Intervalo entre a descoberta de um novo meio de comunicação e sua difusão Meio de comunicação Imprensa Telefone Rádio Televisão Internet Tempo de aceitação 400 anos 70 anos 40 anos 25 anos 7 anos Período De 1454 ao século XIX De 1876 até o período posterior à Segunda Guerra Mundial 1895 até o período entre as duas guerras mundiais 1925 até os anos 50 1990 até 1997 Fonte: Pinho 2003, p. 39 20 3.1.3. Variáveis Sociais e Culturais Atualmente, as escolas inserem atividades extracurriculares para sanar a demanda que vem surgindo em virtude da mudança de comportamento nas famílias, com inserção da mulher no mercado de trabalho. No passado, a criança ia para escola em um único turno e ficava a cargo da mãe instruir e orientar os filhos para as decisões que tomariam ao longo de sua vida, apresentando um universo de possibilidades de enriquecimento cultural que direcionava a criança a descobrir e/ou desenvolver suas habilidades. Hoje, na ausência da mãe, que está ocupando grande parte do seu tempo no mercado de trabalho, as escolas suprem essas necessidades oferecendo a mesma proposta de educação, por meio de atividades complementares, para que o tempo e o aprendizado das crianças possam ser otimizados, despertando a curiosidade e o interesse para o que mais lhe atrai. Analisando o Relatório de Tendências de Faith Popcorn, é possível estabelecer relação entre a demanda provocada em virtude da mudança de comportamento nas famílias e a tendência SOS - Salve o social – (POPCORN, 1993, p. 80/1): O que é exatamente a tendência S.O.S.? É qualquer esforço que contribua para tornar os anos 90 a primeira década realmente responsável em termos sociais: a Década da decência, dedicada aos três Es críticos: Ecologia, Educação e Ética. [...] Fazer o bem não é mais uma opção – é um dever. As escolas particulares, seguindo esta tendência, aproximam a educação tradicional das novas tecnologias, unindo os conteúdos básicos às discussões sociais presentes atualmente. Assim, promovem a oportunidade dos estudantes interagirem durante as atividades extraclasse, focando os projetos de aula na preocupação com a sociedade, com o meio ambiente e com os princípios éticos. É possível perceber que as escolas oferecem cada vez mais cedo estes serviços, buscando envolver e atrair os estudantes desde o ensino fundamental. A tendência S.O.S. descreve a linha norteadora da missão e os valores do Grupo ROE, ajustando-se claramente à missão da organização: “Auxiliar na formação de cidadãos responsáveis social e ambientalmente, através da educação e da construção do conhecimento, tornando-os capazes de aplicar soluções sustentáveis para o planeta”. Além da tendência S.O. S, ainda é possível estabelecer relação com a 21 Tendência “A Aventura da Fantasia”, do mesmo relatório. Esta tendência sugere uma forma de fugirmos um pouco do casulo, mas voltando a ele depois, escapando fisicamente para nossos casulos em busca de conforto; escapando emocionalmente para nossas fantasias em busca de alívio. Esta tendência trata exatamente da saída indireta através do consumo, pois até mesmo na experiência mais comum queremos ser transportados com segurança para fora de nossas vidas. As aulas de robótica permitem uma viagem ao mundo da tecnologia. Criar um robô é uma fantasia que permite sair do casulo sem correr riscos. Assim o Grupo ROE pode se beneficiar desta tendência, explorando a fantasia dos alunos e de seus pais. Atualmente, a criança também é consumidora e exigente, explicando a relação que se estabelece. 3.1.4. Variáveis demográficas6 Referem-se às pessoas que constituem os mercados, isto é, o público-alvo. As empresas têm muito interesse no tamanho e na taxa de crescimento populacional em diferentes mercados, assim como na distribuição etária, no composto étnico, nos níveis educacionais, nos padrões de moradia, nas características regionais, etc. Através de um aprofundamento em pesquisas demográficas é possível que a empresa concentre seus esforços em determinadas ações com vistas a atender características próprias de públicos específicos, por exemplo: crianças com poder de compra, casais jovens com dupla fonte de renda e sem filhos, profissionais liberais solteiros, universitários, etc. O Grupo ROE tem grande oportunidade neste sentido, pois quanto mais aumentar a taxa de natalidade, maiores as chances de atuação nas escolas de ensino fundamental. Tamanho, densidade e distribuição geográfica populacional (panorama recente) - A distribuição da população do País por faixas etárias mostrou, com os resultados da PNAD 2006, que a tendência observada, em anos anteriores, de envelhecimento populacional persistiu. Enquanto as faixas etárias mais jovens, de uma forma geral, registraram 6 Extraído da pesquisa nacional por amostra de domicilio – síntese de indicadores 2006 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2006/sintesepnad2006.pdf Acesso em: 06 set. 2009. 22 percentuais menores do que os observados em 2005, as faixas de idade mais elevadas mostraram aumento na participação da população total residente. A taxa de fecundidade, em 2006, estimada em 2,0 nascimentos por mulher, confirmou a tendência de queda, uma vez que, em 2005, esta taxa foi de 2,1 nascimentos por mulher. Todas as regiões tiveram comportamento similar na estrutura etária, ou seja, redução no percentual de crianças e aumento do percentual de pessoas com idade mais avançada, o que é verificado a partir das proporções de pessoas de 0 a 9 anos e de 40 anos ou mais de idade no total da população residente para Brasil e Grandes Regiões. De acordo com estes dados, o movimento foi ainda mais acentuado nas Regiões Sudeste e Sul do que o observado para o País. Nessas regiões, a diferença entre as participações dos grupos de idade apresentados ultrapassou 20 pontos percentuais. Nível de escolaridade - Em 2006, do total de pessoas de 5 anos ou mais de idade no Brasil (173 milhões, aproximadamente), cerca de 54,9 milhões eram estudantes. Houve um aumento de 0,9% do número total de estudantes em relação ao ano de 2005. Elevação que foi maior nas Regiões Norte e Centro-Oeste (1,3%, em ambas). Ao observar os percentuais das pessoas de 5 anos ou mais de idade, segundo os grupos de idade e sexo, que freqüentavam escola em 2006, a presença na escola foi maior no grupo de 7 a 14 anos de idade. Em 2006, 97,6% das pessoas de 7 a 14 anos de idade estavam na escola, ou 0,3 ponto percentual acima do registrado em 2005. Este aumento da presença escolar é uma oportunidade para o Grupo ROE. Nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, mais de 98% das pessoas de 7 a 14 anos de 23 idade estavam na escola. Nas Regiões Norte e Nordeste, este percentual foi de 96,0% e 96,9%, respectivamente. Crescimento e envelhecimento populacional - Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando um novo padrão demográfico que se caracteriza pela redução da taxa de crescimento populacional e por transformações profundas na composição de sua estrutura etária, com um significativo aumento do contingente de idosos. Estas modificações, por seu turno, têm imprimido importantes mudanças também no perfil epidemiológico da população, com alterações relevantes nos indicadores de morbimortalidade, juntamente com outros temas relacionados sobre saúde e demografia. As doenças infecto-contagiosas, que representavam cerca de metade das mortes registradas no País em meados do Século XX, hoje são responsáveis por menos de 10%, ocorrendo o oposto em relação às doenças cardiovasculares. Em menos de 50 anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um desenho caracterizado por enfermidades complexas e mais onerosas, próprias das faixas etárias mais avançadas. (Fonte: IBGE7). Em contrapartida a variável de nível de escolaridade, o envelhecimento da população configura-se como uma ameaça ao Grupo ROE. 3.1.5. Variáveis ecológicas8 Referem-se à situação ecológica geral que cerca a organização (Hall, 1984), incluindo as condições físicas e geográficas (tipo de terreno, clima, vegetação, etc.) e sua utilização pelo homem. Oliveira (1988) e Vasconcellos Filho (1985) citam como componentes das variáveis ecológicas o nível de desenvolvimento ecológico; o índice de poluição (sonora, atmosférica, hidrológica, visual) e a legislação sobre uso do solo e meio ambiente. Vasconcellos Filho (1985) lembra que existem outros componentes a serem considerados de acordo com o âmbito de atuação de cada organização. 7 Site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil 2009. Disponível em: < www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/indic_sociosaude/2009/indicsaude.pdf> Acesso em: 06 set. 2009. 8 Adaptado da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia de Produções e Sistemas. Disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta99/sarda/cap2.html Acesso em 06 set. 2009. 24 Pode-se considerar estas variáveis ecológicas sob dois aspectos: ecologia natural e ecologia social. (HALL, 1984). A ecologia natural diz que as organizações operam dentro de ecossistemas naturais e físicos que podem, em algum grau, ser modificados pelo homem, ou seja, trata especificamente dos aspectos ecológicos relacionados com o efeito sobre os seres vivos (Stoner, 1985). As relações entre as organizações e a ecologia ficam mais evidentes com a recente preocupação com o sistema ecológico total (Hall, 1984). Há alguns anos, a ecologia não era considerada um componente ambiental importante, talvez em decorrência da industrialização brasileira ainda incipiente. Hall (1984) comenta que um aspecto mais sutil das condições ecológicas é que o ambiente afeta as organizações. O clima e a geografia, por exemplo, estabelecem limites sobre a forma como as organizações distribuem seus recursos. Quando uma organização está distante de seu mercado ou clientes, os custos de transportes e comunicação se elevam. Deve-se considerar como limites de uma organização até mesmo despesas de aquecimento e refrigeração. Já a ecologia social trata das condições decorrentes da proximidade de outras organizações. Hall (1984) explica que as organizações com quem uma organização mantém contatos e relações e o ambiente em que se localiza, constituem elementos que compõem o sistema social ecológico da mesma. Observa que numa área urbana a probabilidade de contatos de uma organização com outras é maior do que numa área rural. O ROE utiliza matéria-prima reciclada. Todo o seu trabalho demonstra a preocupação com o meio ambiente e o fim adequado de materiais que poderiam ser descartados inadequadamente, aumentando a poluição. Sua ação demonstra a responsabilidade ambiental, além de incentivar a consciência ecológica nas crianças. 3.1.6. Variáveis político-legais9 Constituídas por leis, normas, decretos, acordos, tratados e afins que são outorgados por governos e grupos de pressão que possuem influência sobre várias organizações e indivíduos da sociedade. Algumas vezes, oportunidades são criadas em virtude de leis que beneficiam determinados setores, como as leis ambientais que exigem 9 Adaptado da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia de Produções e Sistemas. Disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta99/sarda/cap2.html Acesso em 06 set. 2009. 25 o reaproveitamento de refugos de produção, o que beneficia a indústria da reciclagem. Assim como leis que regem as ações de empresas em relação às suas políticas sociais. Elas dependem do contexto político-econômico-social, mas qualquer que seja seu fundamento, a legislação vigente (seja a tributária, trabalhista, comercial, etc.) tem influência acentuada sobre o comportamento das organizações (Hall, 1984). Hall (1984) comenta que quase todas as organizações são afetadas pelo sistema legal, de forma direta ou indireta. A maioria das organizações precisa conviver constantemente com leis federais, estaduais e municipais. Estas leis estabelecem as condições de operação de muitas organizações, como a proibição de determinados tipos de comportamentos até regulamentos que exigem a comunicação da renda e condições de pessoal em certos períodos do ano. A importância das leis pode ser observada pelo staff jurídico e outros especialistas contratados especialmente para interpretar e proteger as posições da organização. É importante observar o aspecto dinâmico do sistema legal, quando uma nova lei é aprovada ou uma interpretação é modificada ou, ainda, quando ocorrem mudanças fundamentais na lei. As organizações precisam fazer as alterações necessárias, caso a lei seja relevante para elas (HALL, 1984). As variáveis políticas decorrem das políticas e critérios de decisão adotados pelos governos federal, estaduais e municipais, como também pelos governos estrangeiros quando suas decisões têm influência sobre as atividades da organização (HALL, 1984, STONER 1985). As variáveis políticas influem o clima político e ideológico geral que o governo pode criar e a estabilidade ou instabilidade política e institucional do país em geral, já que estes fatores repercutem em algum grau no comportamento das organizações. Isso pode ser melhor compreendido através da visualização dos componentes destas variáveis políticas, arrolados por Vasconcellos Filho (1985). São eles: partidos políticos, sindicatos, instituições religiosas, forças armadas, associações de classe, empresas multinacionais, empresas estatais, ministérios, secretarias de Estado, poder legislativo, poder judiciário, poder executivo, regime de governo, importância relativa dos fatores de poder, tipos de relacionamentos entre fatores, tipos de participação dos fatores, política monetária, política tributária, política de distribuição de renda, política de relações internacionais, legislação (federal, estadual, municipal), política de estatização, política de segurança nacional, etc. Para Hall (1984), as leis não são aprovadas sem que haja pressão política, que repercute sobre as organizações. Uma das ações políticas de maior pressão é o lobby que, em períodos eleitorais, afetam organizações. 26 As organizações do setor privado são menos afetadas do que as organizações do setor público, o que não as isenta de ficar sintonizadas com o clima político. Uma prova da importância do fator político para as organizações são as contribuições empresariais ilegais feitas a partidos políticos, indivíduos nacionais e estrangeiros. Também a "propaganda institucional", a qual busca gerar apoio público para a organização envolvida, revelando a importância das variáveis políticas na sociedade maior no que tange às organizações que nela estão contidas. Para obter uma atuação dentro das leis e das normas, o Grupo ROE precisa constituir-se juridicamente, investindo assim no seu crescimento empresarial e adequando-se as exigências legais impostas à atuação das organizações de qualquer natureza. 3.2. Análise do Setor Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), a análise setorial se refere à investigação, monitoramento e previsões a respeito do setor de negócio da organização. Ao analisar seu setor de atuação, a organização precisa ter uma percepção mais definida das oportunidades e ameaças ambientais que podem influenciar seu desempenho competitivo. Algumas variáveis devem ser analisadas isoladamente, como variáveis da indústria, ciclo de vida e atratividade do setor. Para situar o setor, um panorama geral aborda a educação: As necessidades do mundo atual exigem uma formação que permita o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes de pessoas que saibam lidar com mudanças e situações inesperadas. Para preparar os alunos para uma sociedade cada dia mais tecnológica, em que as habilidades de tomada de decisão e competência técnica serão um diferencial, o Grupo ROE trabalha estas habilidades com as turmas do ensino fundamental. Hoje, Porto Alegre conta com muitas escolas que disponibilizam aos seus alunos cursos e atividades extracurriculares. Mas poucas oferecem a robótica educacional entre as atividades. A inserção de recursos tecnológicos como forma de auxílio na educação é um dos grandes debates dos educadores no Brasil. Em países de primeiro mundo esse assunto já foi superado, pois a maioria da população já tem acesso a recursos como computador, internet e programas educativos na escola e até na própria residência. 27 O Grupo ROE possui grande concorrência com empresas que disponibilizam Kits prontos para trabalhar com robótica para as escolas. Porém, possui o diferencial de estar presente com orientadores das atividades propostas. Os Kits desenvolvidos pelos concorrentes possuem preços elevados para alguns seguimentos de público, todavia o material utilizado pelo ROE é sucata de materiais eletrônicos, eliminando o custo dos kits. Para possibilitar o diferencial no mercado são necessários alguns conceitos de marketing, contudo, cada empresa aplica o que se adapta a sua filosofia e realidade. Kotler (2004, p. 62) escreve: Instituições educacionais variam no uso de idéias modernas de marketing. Algumas universidades e faculdades estão começando a aplicar ativamente idéias de marketing, enquanto muitas escolas particulares estão ainda se conscientizando sobre o que marketing tem a oferecer. Escolas públicas, em geral, não têm mostrado qualquer interesse em marketing, mas gostariam de maior apoio público. Diversos profissionais da educação vêm buscando compreender melhor como o marketing educacional funciona. As instituições de ensino não vendem um produto, mas sim, um serviço, e este precisa satisfazer às necessidades dos clientes. Atualmente este tem sido um mercado muito concorrido, faculdades e escolas privadas travam uma briga acirrada por alunos, e o marketing vem sendo considerado como uma força poderosa. Segundo Cobra (2004, p. 68): O marketing está se tornando matéria de interesse crescente nas escolas, universidades, faculdades e outras instituições educacionais. O declínio de matriculas, o aumento de custos operacionais e as incertezas sobre o futuro do setor contribuem para o aumento desse interesse. Instituições outrora passivas no atendimento e na captação de alunos têm sido forçadas a se tornar mais ativas nesse processo. Não raro são os departamentos de marketing dentro das organizações, pois é necessário manter-se atento às mudanças do mercado e dos consumidores, como completa Cobra (2004, p. 55): “Esse cenário torna propício a construção e o desenvolvimento de modelos de marketing que sejam adequados às especialidades do setor educacional, considerando idiossincrasias e particularidades.” Como o ensino se tornou um produto e sua oferta é grande, as instituições têm usado de muitas estratégias para atrair clientes, no caso alunos, para suas instituições. No exterior, muitos estudiosos vêm tratando deste assunto por perceber que as organizações estão buscando profissionais desta área para trabalhar a comunicação que é feita dentro e fora da organização. 28 Kotler (1994, p. 70) escreve: Faculdades e universidades americanas, outrora passivas no atendimento de quaisquer que fossem os estudantes que batessem em suas portas, têm sido forçadas a tornarem-se mais ativas no recrutamento de alunos devido à redução no número de candidatos a seus cursos. A mudança de táticas tem levado a uma variedade de novas abordagens para atrair alunos. A situação apresentada no Brasil é de forte concorrência. Tendo em vista que o ensino público no nosso país não está recebendo a atenção que merece. Cobra (2004, p. 65) é um dos autores brasileiros que vem dando atenção a este assunto e afirma: No Brasil os problemas de marketing enfrentados pelas instituições de ensino são muitos porque poucos se deram conta de sua importância. As organizações, especialmente as educacionais, precisam focar não só na oferta e a disponibilidade, mas também as necessidades do seu público. Mas as organizações, mesmo sem entender direito sobre a conceitualização do marketing, já aplicam suas ferramentas para atrair novos públicos ou mesmo manter satisfeitos os já existentes. A preocupação em fidelizar os clientes tem sido constante nas instituições de ensino. Não Somente a concorrência pode afetar a organização, fatores internos, como boatos, ruídos na comunicação, entre outros, podem prejudicar a instituição. As empresas que utilizam ferramentas de marketing já entenderam que o cliente está atento e extremamente exigente. 3.2.1. Variáveis da Indústria Concorrentes - O mercado de robótica educacional cresce visivelmente, hoje no Rio Grande do Sul existem pelo menos quatro empresas que atuam neste segmento, são elas: Lego, Vex Robótica, Fisher e Price, que encontraram um nicho de mercado nas escolas particulares, geralmente as empresas atuam com atividade extraclasse como complementação das matérias ministradas em sala de aula. 29 Tabela de análise da concorrência do Grupo ROE Concorrente Localização VEX Greenville – USA LEGO América e Europa Brasil – São Caetano do Sul (SP) FISCHER PRICE América, Ásia e Europa Modelix Inglaterra e Brasil Como atuam A VEX fornece a seus clientes um kit completo e pronto do projeto a ser desenvolvido. Não há profissionais da empresa diretamente envolvidos com os alunos EDAcom é representante da LEGO Education no Brasil. Fornece os Kits completos e prontos. Não há profissionais da Lego diretamente envolvidos com os alunos Fornece o kit completo e pronto. Faz treinamento com os professores e se isenta do ensino ao aluno. Fornece Kits prontos Canais de comunicação Escolas em que atuam em Porto Alegre www.vexrobotics.com Colégio Americano Colégio Marista Assunção Escola Liberato Escola Salzano Viera da Cunha Emílio Meyer www.legozoom.com.br representantes mostras competitivas Escola José Mariano Beck Fundação BradescoGravataí Santa Inês www.fisher-price.com site em construção www.leomar.com.br/modelix Todas as escolas da rede Marista Produtos e serviços substitutos - Identificamos que a maioria das escolas de ensino fundamental e ensino médio possuem outras atividades extraclasse, tais como: atividades físicas (natação, futebol, balé, entre outros) oficinas de teatro, música, oficinas de botânica, etc. Essa demanda de atividade que o mercado oferece às escolas como serviços que não fazem parte do currículo escolar, logo os alunos terão liberdade de escolha quanto a estas atividades, escolhendo a que mais se identificam. Poder de compra dos clientes - O mercado da Robótica está inserido nas classes A e B, pois são as escolas particulares que oferecem este tipo de serviço. O poder de compra está ligado ao nível financeiro dos pais dos alunos. No contexto da Robótica, uma das dificuldades são os custos elevados dos produtos, pois são importados e caros, o que pode dificultar o poder de compra mesmo entre a classe média. O Grupo ROE transpõe essa barreira econômica, pois trabalha com sucata eletrônica. 30 3.2.2. Ciclo de vida do setor A robótica atualmente é uma área de pesquisa que se encontra em plena expansão, onde cada vez mais robôs são empregados em soluções de problemas cotidianos. Como a robótica é uma área multidisciplinar, ela permite que todos os conceitos teóricos adquiridos em um curso sejam aplicados para soluções de problemas reais. É nesse contexto que a robótica educacional se insere, pois ela possibilita vivenciar experiências que até o momento só eram possíveis no campo teórico e, concomitante a isto, estar em contato com uma tecnologia atual e desafiadora. Nesta etapa serão explorados conceitos-chave necessários para o trabalho com sistemas. Segundo Paulo Blikstein, Dr. em Educação pela Northwestem University, a robótica é uma ferramenta fantástica porque permite que a criança construa projetos que antes eram inviáveis. Para ele, a robótica educativa deve acontecer em comunhão com o ambiente escolar promovendo a interdisciplinaridade, assim o conhecimento que a criança venha a adquirir será completo e amplo. Por fim, este setor mostra-se em pleno crescimento. Ainda há muito que ser desenvolvido e investido em pesquisas e projetos. 3.2.3. Atratividade do setor O crescimento atual da robótica tanto educacional como competitiva demonstra que este setor merece maior atenção. Analisando o crescimento deste mercado, percebe-se que nos últimos anos vem ganhando espaço nas escolas brasileiras, e desperta interesse entre crianças e jovens de todas as idades além dos adultos, já que a robótica aborda noções de informática, lógica, física e matemática, estimulando o aprendizado e a multidisciplinaridade. 3.3. Análise micro ambiente De acordo com Kotler e Armstrong (2000), o micro ambiente consiste em forças próximas à empresa, ou seja, os fornecedores, as empresas do canal de 31 marketing, os concorrentes e os públicos, etc. Estas forças podem afetar a capacidade de servir seus clientes. Para Kotler (2000) analisar o micro ambiente incide em avaliar periodicamente as forças e fraquezas internas. E estar sempre observando as oportunidades e ameaças que surgem no macro ambiente. O Grupo ROE é constituído por três sócios, estudantes de engenharia mecatrônica e elétrica, sendo dois deles formados em curso técnico de elétrica. Possuem o mesmo nível hierárquico, porém cada um exerce sua função dentro da empresa. Por ser uma empresa nova, ainda não existe uma cultura solidificada, gerando certa dificuldade na captação de clientes. Um fator negativo para o Grupo ROE é possuir apenas uma escola como cliente, o que dificulta sua atuação e permanência no mercado de trabalho. Um diferencial dentro da concorrência é trabalhar com sucata eletrônica, assim sua principal matéria-prima não gera custos para a manutenção da organização, não dependendo de fornecedores formais e não conta com a atuação de intermediários. O ROE utiliza uma sala de 80m² no terceiro andar de um prédio comercial na Avenida Protásio Alves, nº 1041, cedida através de parceria com a ESC Informática. Os clientes potenciais do Grupo ROE são as escolas particulares com atividades extraclasse. O Centro Integrado de Desenvolvimento, seu atual cliente, é uma escola que une a ação transdisciplinar entre educação e saúde. São públicos da organização os diretores e orientadores pedagógicos das escolas particulares, responsáveis pelo poder de decisão quanto às atividades extraclasse, os alunos e os pais dos alunos, além da comunidade onde a escola está inserida. Como meio de comunicação, o Grupo ROE possui um site para interação com os públicos externo: www.gruporoe.com.br10. 3.3.1. Comunicação interna A Comunicação Interna são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro de uma empresa ou instituição, que se tornam responsáveis por fazer com que as informações circulem dentro da organização. 10 Conforme imagens do site no anexo 2. 32 A comunicação interna deve ocorrer em primeiro momento de forma vertical, ou seja, da direção para os níveis subordinados; e num segundo momento de forma horizontal, entre os subordinados; no entanto, no caso da organização estudada neste projeto, o Grupo ROE, ela ocorre horizontalmente, pois todos se encontram no mesmo nível hierárquico. Para Marchiori, (2001, p. 46) [...] a busca da valorização da comunicação interna deve ser entendida como estratégia básica dos empresários que desejam a efetividade de sua organização. Chega a ser irônico pensar que neste novo mundo, altamente tecnológico, com tantas transformações, o sucesso de um empreendimento continua a estar centrado nas pessoas. É por meio da comunicação que uma organização recebe, oferece, canaliza informação e constrói conhecimento, tomando decisões mais acertadas. a) Comunicação Interna: O grupo ROE tem como ferramenta de comunicação interna o uso de e-mail e reuniões. b) Cultura: A fragilidade da estrutura organizacional do grupo ROE dificulta a percepção quanto a sua cultura; entretanto, podemos dizer que os princípios e valores que estão intrínsecos no desempenho de suas atividades seriam a cultura adotada por eles. c) Estrutura da organização: a estrutura está sendo construída, atualmente ela é constituída apenas pelos sócios. Estilo de liderança - Embora a estrutura organizacional proposta pelo grupo ROE se mostre horizontal, há uma disfunção no papel de liderança, onde um dos membros assume este papel de forma autocrática. Este tipo de liderança se caracteriza pelo foco nas tarefas e pelas tomadas de decisão sem consulta aos outros membros do grupo. 33 4. ANÁLISE DE PÚBLICOS Público, segundo Kotler (1998) citado por Fortes (2003), é qualquer grupo que tem interesse ou impacto real ou potencial sobre as condições de a empresa atingir seus objetivos. Para Andrade (2001, p.91), temos o seguinte conceito de público: É um agrupamento espontâneo, constituído de pessoas, encarando uma controvérsia ou interesse, com idéias divididas quanto à solução ou medidas a serem tomadas, com oportunidade para discutir e emitir sua opinião, mediante a interação pessoal ou o uso dos veículos de comunicação. Além disso, o autor ainda cita que cabe às Relações Públicas a importante tarefa de caracterizar públicos às instituições, facilitando a discussão e fornecendo as informações que são características fundamentais e indispensáveis para criar um verdadeiro público. Complementando, Hirschman (1973) acrescenta que cuidar do público é se preocupar com o patrimônio da empresa e seu sucesso futuro, pois é dele que vem o lucro adquirido. 4.1. Classificações de Públicos O modelo de Hirschman (1973) classifica os públicos como de saída, de voz e de lealdade. O público do tipo „saída‟ caracteriza-se pela ação dos públicos de saírem do sistema, caso não legitimem as ações organizacionais. O público do tipo „voz‟ tem origem na ação dos públicos de se manterem no sistema, tentando intervir nas decisões organizacionais. Já o tipo de público „lealdade‟ caracteriza-se pela ação dos públicos de manterem-se no sistema, colaborando com a consecução dos objetivos da organização, sem tentarem alterar as decisões organizacionais. 34 França (2004, p. 105;9;11) classifica seus públicos em três categorias: essenciais, não-essenciais e de redes de interferência. Os essenciais são aqueles públicos juridicamente ligados à organização e dos quais depende para a sua constituição, manutenção de sua estrutura, sobrevivência e para a execução de suas atividades-fim.” Os públicos não-essenciais definem-se como redes de interesse específico pelo grau de maior ou menor participação nas atividades da organização; são considerados não-essenciais, pois, não participam das atividadesfim, mas tão-somente das atividades-meio; não estão ligados aos fatores produtivos, mas à prestação de serviços ou à intermediação política ou social. Atuam externamente na promoção institucional, corporativa e mercadológica da organização ou intermediando os relacionamentos com o mercado. Públicos de redes de interferência representam públicos especiais do cenário externo das organizações, que pelo seu poder de liderança operacional ou representativa junto ao mercado e à opinião pública podem gerar interferências indesejáveis para a organização ou podem apoiá-Ias, como seria esperado. Essa classificação inclui públicos do cenário externo. Há ainda, a teoria apresentada pelo Professor Simões que resgatou o teórico francês, Lucien Matrat que diz que os públicos podem exercer maior ou menor poder nas organizações dependendo da conjuntura em que estão inseridos. Matrat (Simões, 1995) baseado no critério de poder, estabelece até que ponto determinado público pode influenciar uma organização ou ser influenciado por ela, e contempla os constantes deslocamentos dos públicos em relação às fronteiras organizacionais (que são móveis). Ou seja, o público que apóia a organização, é seu parceiro em uma situação, na semana seguinte, devido a determinadas circunstâncias, pode ser aquele que inicia um processo de desgaste da imagem ou gera comprometimento nas relações do sistema social organização - públicos. Matrat classificou os públicos quanto ao tipo de poder que exercem sobre as organizações. Enquadrou-os em quatro tipos distintos: Decisão – Situa os públicos que pelo seu poder permite o surgimento e a permanência legal da organização por meio de leis pré-estabelecidas e aplicadas através de registros e alvarás. Consulta – São os públicos que a organização costuma consultar antes de agir. Conselhos diretivos, órgãos parceiros, etc. Comportamento – Destes depende o avanço ou retrocesso das ações da organização. Como os funcionários, fornecedores, empregados terceirizados. Opinião – Exercem poder pela simples manifestação de seu julgamento e seu ponto de vista. Os formadores de opinião são capazes de influenciar o modo de pensar 35 de outros indivíduos. Podem ser jornalistas, especialistas, ou pessoas que exercem liderança sobre outros. 4.2. A Classificação de Públicos escolhida para o Grupo ROE Analisando o contexto em que o Grupo ROE está inserido e mapeando seus públicos, este projeto de comunicação se baseia na classificação de Matrat. Os alunos responsáveis por este trabalho defendem que a classificação de públicos apresentada por Matrat, baseada no critério da relação de poder, é a que melhor contempla os constantes deslocamentos dos públicos em relação às fronteiras organizacionais. Esses públicos podem exercer maior ou menor poder nas organizações dependendo da conjuntura em que estão inseridos. O critério de poder deixa claro até que ponto determinado público pode influenciar uma organização ou ser influenciado por ela. E isso pode mudar. Em suma, o público que apóia a organização, é seu parceiro em uma situação, na semana seguinte, devido a determinadas circunstâncias, pode ser aquele que inicia um processo de desgaste da imagem ou gera comprometimento nas relações do sistema social organização - públicos. Em função das fronteiras organizacionais serem facilmente transponíveis, Matrat está sendo considerado como o teórico que melhor contempla as diferentes níveis de relacionamento com os públicos. 36 4.3. Situação do Relacionamento do Grupo ROE com seus Públicos Segmentos de Públicos Decisão Sóciosproprietários Prefeitura Municipal CREA/RS Consulta SEBRAE Professores de Engenharia da PUCRS Publicações Especializadas Perfil Estudantes de Engenharia Mecatrônica, do sexo masculino, com idade entre 22 e 32 anos, Poder executivo representado pelos órgãos de fiscalização e controle de alvarás Conselho Regional responsável pela fiscalização e regulamentação dos profissionais de engenharia e arquitetura Entidade privada e de interesse público, apóia a abertura e expansão dos pequenos negócios Mestres e doutores da PUCRS do curso de engenharia, que são professores dos sócios Revistas mensais, de circulação nacional, especializadas em mecatrônica e robótica Relacionamento (ações e instrumentos) Eficácia (ações e instrumentos) Problemas de Relacionamento Poder decisório compartilhado entre os sócios A organização cumpre aquilo a que se propõe Não foram identificados Não há relacionamento - Processo de regulamentação Não há relacionamento - Ainda são estudantes, não possuem registro no CREA/RS Consultoria, orientações Contato conforme demanda Não há Suporte e orientação Contato conforme demanda Não há Leitura dos periódicos especializados para atualização dos projetos Proporcione diversidade na construção dos projetos desenvolvidos Não possuem assinatura dos periódicos 37 Os projetos atendem as expectativas do cliente Dificuldade quando eles não conseguem resolver alguma demanda técnica Contrato verbalmente firmado para formalização do serviço A relação cumpre o acordo verbal estabelecido Não há formalização jurídica da prestação dos serviços Alunos Crianças de 5 a 14 anos estudantes do ensino fundamental de escola particular Aulas expositivas e participativas nas escolas clientes com material reciclável para confecção dos projetos. As crianças respondem favoravelmente aos projetos propostos Não há material de apoio para todas as crianças / falta de técnica pedagógica para melhor condução das aulas Familiares dos Alunos Diversas faixas etárias, não sendo possível estabelecer perfil preciso Não há ações para este público - Relacionamento indireto, através dos alunos Sociedade Pela variedade de públicos, não é possível estabelecer um perfil Postura ética, responsabilidade social Reaproveitamento de sucata eletrônica redimensionando sua utilização Materiais que não podem ser reaproveitados ficam sem um destino correto Imprensa Jornais e revistas do RS - Falta de relacionamento Imprensa especializada Revistas focadas no universo da tecnologia Professores e Profissionais da área de engenharia que expressam sua opinião - Falta de relacionamento Não há ações dirigidas a este público - Falta de relacionamento Não há ações dirigidas a este público - Falta de relacionamento Comportamento Cliente Opinião Estudantes de Engenharia Mecatrônica e elétrica, do sexo masculino, com idade entre 22 e 32 anos Diretores e orientadores pedagógicos da Escola Particular de Porto Alegre – Centro Integrado de Desenvolvimento – CID Divisão das tarefas conforme habilidades de cada sócio Sóciosproprietários Formadores de Opinião Escolas Particulares Escolas que não são clientes Não possuem relacionamento com este segmento de público Não há ações dirigidas a este público 38 5. Diagnóstico Para compreender melhor a atuação do GRUPO ROE no mercado de trabalho é imprescindível diagnosticar o processo organizacional. Conforme Simões (2001, p. 36; 37): O diagnóstico é a conclusão da análise de como se encontra a organização em face dos interesses de todos os seus públicos ou de um, especificamente. Isto implica de início, a busca de dados, ou seja, pesquisar sobre a organização, sua missão, seus públicos, seus interesses, os canais de comunicação com o público e também sobre a conjuntura local, regional, do país e muitas vezes, mundial. Todos os dados necessitam ser analisados para se chegar à informação, isto é, a síntese de tudo: o problema é suas inúmeras facetas. O diagnóstico auxiliará o profissional de Relações Públicas a decidir sobre as “vitaminas ou remédios” que deverão ser colocados no processo. Se bem que, antes da “medicação”, ele deverá imaginar os fatos no futuro, em cada uma das possíveis circunstâncias. A partir de visitas realizadas à estrutura do ROE e reuniões com os integrantes da organização, elaborou-se o seguinte diagnóstico: após observação do setor da Robótica e a atuação do Grupo ROE, percebe-se que o mesmo não possui uma estrutura empresarial que a caracterize ou a denomine como uma organização. Embora internamente não haja essa estrutura, o Grupo ROE conhece seus concorrentes e o trabalho que desenvolvem no mercado atualmente. Organização é a maneira como se organiza o sistema (um conjunto de partes, interligadas e coordenadas para realizar determinados objetivos). Segundo Montana (2003, p.170), organizar é o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa. Segundo March e Simon (1970), a organização é uma rede de tomadas de decisões. A eficiência dessa rede depende da articulação de diversos fatores estruturais e comportamentais. Nas organizações, da mesma forma que existe uma hierarquia de objetivos e cargos, existe uma hierarquia do processo de decisão. Esta tomada de decisão é atribuída aos líderes da organização. O Grupo ROE desenvolve seu trabalho sem apoio de planejamento, plano de aulas, verificação de materiais necessários para sustentação das aulas. Além de não possuir material de apresentação para prospectar novos clientes ou proposta de contrato sugerida. A partir destas constatações e análise da concorrência, é possível afirmar que o 39 Grupo ROE trabalha sem os elementos apontados por Montana quanto ao que uma organização precisa ter. Foi diagnosticado também, que o Grupo ROE, por toda a sua proposta de trabalho, apresenta plenas condições, se mudar de postura, de crescer e posicionar-se junto ao mercado onde atua. 5.1. Conclusões sobre a análise dos ambientes O Grupo ROE atua em um segmento pouco explorado atualmente, porém existem empresas bem estruturadas que já atuam neste mercado. Os concorrentes apresentam uma proposta diferente da realizada pelo grupo ROE, mas boa parte das escolas de ensino privado acaba aderindo aos KITS de Robótica da Lego, da VEX, etc., diminuindo a chance de crescimento do Grupo ROE. Além desta concorrência no mesmo segmento, podem-se considerar outras atividades extraclasses como concorrentes, pois são atividades substitutas. A tabela abaixo apresenta as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças dos ambientes do Grupo ROE. Externo Interno Forças O material utilizado pelo Grupo ROE é sucata de materiais eletrônicos; Integração das aulas de robótica com as disciplinas inseridas no currículo escolar; Aulas ministradas por profissionais da área de robótica; Carisma com as crianças; Oportunidades Kits prontos possuem o preço elevado; Grandes números de escolas oferecem atividades extracurriculares, mas poucas oferecem a atividade de robótica; Fraquezas Não estão estruturados como uma organização; Escassez no material escolar para a elaboração dos projetos propostos; Contrato verbal com as escolas; Pouco planejamento das aulas; Pouco tempo de aula para elaborar um projeto; Ameaças Concorrência acirrada; Outras disciplinas inseridas como atividade complementar; 40 5.2. Relato dos pontos fortes e fracos analisando a comunicação da empresa com os diversos públicos comparando-a com a concorrência (setor de atuação); Por ser uma empresa de pequeno porte, porém ainda não registrada, sua rede de relacionamento é restrita. O público-alvo do Grupo ROE são as escolas particulares de ensino fundamental que possuem atividade extraclasse, e a comunicação com este público é estabelecida informalmente. Como ferramenta de comunicação, o Grupo ROE possui um site de fácil navegação e e-mail de contato. Os concorrentes do Grupo ROE trabalham com Kits prontos de robótica, diferente da sua proposta de trabalho, facilitando a atuação do ROE em algumas escolas. Além disso, nenhum dos concorrentes possui o diferencial de manter os profissionais dentro da sala de aula, transferindo para a escola, na figura do professor, a responsabilidade de transmitir os conceitos de robótica. Este sem dúvida é um diferencial que deve ser explorado na divulgação do trabalho do Grupo ROE. 5.3. Público/problema a ser trabalhado A partir do diagnóstico realizado, identificou-se que o público a ser trabalhado deve ser o interno, por entender-se que o Grupo ROE não possui estrutura organizacional adequada, faltando elementos fundamentais para seu crescimento. A pesquisa realizada pretendia confirmar a observação e mensurar até que ponto os sócios do Grupo tinham consciência da falta de estrutura. 5.4. Tabulação, análise e interpretação dos resultados Para a realização da pesquisa com o público problema a ser trabalho foi utilizada a técnica de entrevista padronizada. Entrevista padronizada é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Realiza-se de acordo com um formulário elaborado e é efetuada de preferência 41 com pessoas selecionadas de acordo com um plano. Neste caso, com os três sócios do Grupo ROE. O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas” (MARCONI, 2009 p. 16). O pesquisador não tem liberdade de modificar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas. O objetivo desta pesquisa é mensurar o grau de consciência dos sócios do Grupo ROE a respeito da estrutura organizacional de seu negócio. O formulário confeccionado e as tabulações obtidas a partir da pesquisa padronizada encontram-se no apêndice 2 e 3 deste documento. 5.4.1. Análise da pesquisa padronizada As análises da pesquisa aplicada estão separadas por pergunta realizada, na mesma ordem do formulário utilizado: Todos os sócios estão alinhados no que diz respeito a sustentabilidade, referência feita na missão da empresa. Porém cada um utiliza um enfoque diferente. Foi analisado que o um dos sócios quer passar conceitos de tecnologia e vinculá-lo ao respeito ao meio ambiente. Outro quer auxiliar na formação de pessoas responsáveis que saibam gerar soluções sustentáveis para problemas cotidianos e o terceiro relaciona a educação à consciência ambiental. Quase a totalidade respondeu que os valores que norteiam o ROE são responsabilidade social e ambiental. Conclui-se que os sócios não compartilham na sua totalidade, dos mesmos valores. Não houve unanimidade em relação aos valores citados pelos sócios e a aplicabilidade no cotidiano. Conclui-se que os sócios não estão alinhados no que diz respeito a valores da empresa, sendo assim, não há convergência para uma mesma prática de valores. Através das respostas obtidas com a questão 4, que solicitava a descrição das atividades desempenhadas na empresa, conclui-se que cada sócio tem estabelecido uma atividade específica na administração organizacional. 42 A próxima pergunta questionava sobre eventuais dificuldades em desempenhar suas atividades. Todos os sócios apresentam dificuldades em desempenhar suas atividades. Dentre as apresentadas foram apontadas atividades administrativas e teóricas, a falta de interesse pela parte burocrática e na execução de algumas montagens mecânicas. Ao serem questionados sobre quais características identificavam na organização, entre várias escolhas, todos os dos sócios apontaram o empreendedorismo, diferencial competitivo, conhecimento na área de atuação e flexibilidade. Quando questionados sobre as dificuldades encontradas pelo Grupo ROE, foram apontadas a comunicação com os clientes, a captação de novos clientes e a falta de profissionais capacitados em outras áreas para atuação no Grupo. Conclui-se que cada sócio tem uma percepção diferente das dificuldades da empresa. Cada sócio apontou uma percepção diferente do mercado que estão inseridos. Dentre as respostas apresentadas está a forte expansão do setor, a falta de informação sobre as escolas que se interessam pela robótica e como ponto positivo a pouca concorrência. Quando questionados sobre as principais barreiras do mercado, os sócios apresentaram pontos diferentes, dois ressaltaram a concorrência forte de empresas solidificadas e mais atrativas e um relatou que a principal barreira são as atividades extraclasse. Conclui-se que todos percebem que há concorrência para seus negócios, seja por uma empresa concorrente direta, ou por atividades que podem substituir a robótica enquanto atividade extracurricular. Cada sócio tem uma visão de futuro diferente. Conclui-se que eles não estão, teoricamente, alinhados quanto à visão da empresa. Porém as opiniões convergem para um posicionamento de reconhecimento de mercado e significativa carteira de clientes. 43 6. Prognóstico Após o diagnóstico, faz parte de um trabalho completo apresentar o prognóstico e na seqüência a política de ação. Conforme Simões, (2001, p. 37). Após o diagnóstico, deve-se inferir o que acontecerá no futuro, prever, caso nada ou algo seja feito pelos lideres organizacionais, em termos de modificações nas políticas organizacionais. O prognostico é o fenômeno mental de juntada de dados do aqui e agora com as possibilidades das evoluções internas e externas da organização para o futuro. O raciocínio abstrato é extremamente exigido e a prática com os casos passados pode ajudar. A previsão do fenômeno do futuro não é absolutamente um ato adivinhatório, mas um processo científico. “Uma previsão científica é racional ao máximo (intuitiva ao mínimo), pois é uma conclusão de premissa explicitamente afirmada” (Bunge, 1974, p.220). O prognóstico confirmará o que deverá ser, ou não, realizado e a urgência da intervenção. Há correlação positiva entre o correto prognóstico e o êxito da assessoria e dos projetos de comunicação. Ao se ter estes elementos partem para dar pareceres às lideranças organizacionais sobre suas políticas e, conforme as decisões tomadas por elas, implementam-se os projetos de comunicação. Conforme apresentado acima no diagnóstico, o grupo ROE precisa ampliar sua visão organizacional e aproximar profissionais de outras áreas para fundamentar melhor as suas propostas de trabalho, além de estruturar-se em todos os âmbitos necessários (jurídico e organizacional). Caso o Grupo não resolva essas questões, está fadado a não sobrevivência nesse mercado, pois só serão vistos pelas escolas (seus clientes diretos) como uma empresa legitima e confiável quando se apresentarem de tal forma. 44 7. Políticas de Ações Para Pereira (1999, p. 135), as políticas de ações “não consistem em uma lista arbitrária de dados, mas em uma construção elaborada capaz de fornecer informações sobre o momento atual e um referencial preditivo para o comportamento futuro da empresa”. Destaca ainda que o diagnóstico organizacional pode ser definido como uma avaliação do estado atual de uma organização e objetiva: 1) “descobrir suas forças, vantagens ou pontos fortes, bem como as estratégias para explorá-los ao máximo”; e 2) “identificar suas fraquezas, desvantagens ou pontos fracos, buscando eliminá-los ou pelo menos abrandar os seus efeitos” (ibidem). Analisando o Grupo ROE, foi possível destacar alguns pontos fortes e propor estratégias para maximizar estes pontos. Da mesma forma, foi possível verificar pontos fracos, que podem significar o futuro fracasso da organização e também propor estratégias para contornar estes pontos, evitando problemas maiores decorrentes destas fragilidades. Para melhor visualização dos pontos fortes e fracos do Grupo ROE, estes foram organizados em forma de quadros. 7.1. Quadro dos Pontos Fortes do Grupo ROE Pontos Fortes Diferencial entre a concorrência Matéria prima sem custo Aulas ministradas por profissionais da área da robótica Estratégias (ações para capitalizar) Maximizar a utilização de sucata eletrônica / divulgação do trabalho com crianças especiais Campanhas de arrecadação de matéria prima, envolvendo a comunidade escolar Evidenciar aos públicos de interesse a presença integral do profissional da área em sala de aula Comunicação - Instrumentos Profissionalizar o evento da mostra de trabalhos dos alunos realizada no final do ano, convidando públicos estratégicos Divulgação nas aulas e materiais explicativos do que pode ser arrecado, estimulando a consciência ecológica Na proposta de prospecção de clientes, apresentar este diferencial valorizando este benefício. 45 7.2. Quadro dos Pontos Fracos do Grupo ROE Pontos Fracos Falta de material de apoio Estratégias (ações para capitalizar) Criar uma lista de materiais para cada aluno trazer nas aulas Falta de estrutura organizacional Formalização da organização Aula sem planejamento Elaboração de planejamento das aulas e dos projetos para o ano Linguagem técnica, não atinge o público alvo Aproximação da organização com seus públicos de interesse através de linguagem adequada Atendimento a crianças especiais, sem orientação pedagógica especializada Contratar um consultor de pedagogia Possuir apenas um cliente Prospecção de novos clientes Falta de material para prospecção de clientes Elaborar material para prospecção Comunicação – Instrumentos Pasta com plano de aula, cronogramas e materiais necessários para o curso Criação do plano estratégico da organização Documento entregue à área pedagógica das escolas com o planejamento de aula completo para o ano Readequar a linguagem do site e seguir a mesma linha aos materiais de apoio Elaborar plano pedagógico e evidenciá-lo no planejamento de aula Através do plano estratégico e adequação de linguagem Incluir este item no planejamento estratégico 46 8. A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES A palavra comunicação deriva de communicare que, em latim, significa “tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões”; portanto, pode ser entendida como um processo social dinâmico, contínuo e complexo, que se apresenta no dia-a-dia das organizações em distintas dimensões. Lesly (2002) diz que a habilidade de se comunicar é uma parte tão básica da experiência humana que é isso que faz possível tudo aquilo que diferencia o homem do resto da criação. A habilidade de uma pessoa de se inter-relacionar com outra, através da troca de idéias, é o primeiro passo que diferencia o ser humano das outras criaturas. A comunicação comunitária surgiu com as necessidades locais e serve aos interesses aglutinados em torno das associações comunitárias. Quando desenvolvida em bases democráticas, configura não só o acesso a ela, como também a partilha do poder de difundir conteúdos e de gerir a instituição, como afirma Peruzzo (2007). A comunicação comunitária ganha papel de relevo na construção da cidadania, pois possibilita novas formas de atuação para as relações públicas, oferecendo alternativas à sociedade civil e aos grupos populares organizados. Como afirma Murade (2007, p. 160): A comunicação/relações públicas tem por função desenvolver a inquietude social e, assim, formar a cidadania. O dissenso é um meio para chegar à cidadania, que só será efetivada quando se conseguir formar agentes de mudança dispostos a correr riscos para construir um mundo melhor. Para Kunsch (2007), as relações públicas comunitárias pressupõem uma atuação interativa, em que o profissional é um articulador e um incentivador mais do que um simples transmissor de saberes e aplicador de técnicas aprendidas na universidade. São inúmeras atividades que o profissional de relações públicas disponibiliza para desenvolver políticas sociais dentro das organizações. Além das mais conhecidas e rotineiras, adaptadas às questões sociais, ele pode usar novos instrumentos, condizentes não só com a imposição do atual panorama social, como também com as novas tecnologias e as novas exigências da sociedade, como afirma Oliveira (2007). Kunsch (2003) continua a afirmar que as Relações Públicas, como área profissional, se aplicam em qualquer tipo de organização. Tradicionalmente estavam mais centradas no âmbito empresarial e governamental. Mas, nas últimas décadas, o panorama mudou. E com o fortalecimento da sociedade civil, a valorização do 47 terceiro setor, o crescimento do número de organizações não-governamentais, além da existência de inúmeras outras entidades com ou sem fins lucrativos, as possibilidades aumentaram muito. Fortes (2003) assegura que a sociedade atual se caracteriza por um ambiente que privilegia o conhecimento e a informação, devido às mudanças e às evoluções tecnológicas, constata que as organizações que procuram obter êxito em seus empreendimentos devem consolidar os relacionamentos com públicos. O sistema, conforme o autor, é gerenciado pela área de Relações Públicas que possui conhecimento necessário para desenvolver e implementar políticas de comunicação entre as organizações e seus diversos públicos. 8.1. Aplicação no contexto do Grupo ROE A comunicação para as organizações possui estratégias e ferramentas específicas para o desenvolvimento da missão e que a mesma seja de compreensão de todos os públicos da organização. A comunicação interna do Grupo ROE possui apenas um mural11 próximo a mesa de trabalho que não é atualizado e os e-mails dos sócios proprietários para troca de informações. Para os demais públicos o ROE possui um email de atendimento e o site de fácil navegação. O Grupo ROE não possui outros canais formais de comunicação com seus públicos. 11 Foto do mural no anexo 1. 48 9. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO Após as análises de ambiente e a elaboração do diagnóstico, identificou-se a necessidade de propor um programa de comunicação que auxilie o Grupo ROE a organizar e estruturar a empresa de forma coordenada e planejada. 9.1. Programa I – Arrumando a Casa Principio das Relações Públicas: “antes de tudo arrumar a casa e, somente depois divulgá-la”. Roberto Simões No diagnóstico apresentado neste projeto, foi ressaltado que o Grupo ROE não possui estrutura organizacional adequada. Porém, o serviço que o ROE oferece é de interesse pertinente à sociedade moderna em que vivemos por aliar a tecnologia ao respeito com o meio ambiente. Toda empresa precisa ter uma organização bem estruturada, identidade e funcionalidade definidas. Desta forma, os realizadores deste trabalho propuseram ao ROE a melhoria da estrutura organizacional, adequando-a as exigências do mercado para assim terem condições de atingir seus objetivos. Stoner (1992), afirma que estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. Ou seja, o planejamento que se estabelece a fim de guiar o trabalho a ser desenvolvido. O objetivo deste programa é oferecer ao ROE, uma proposta de estruturação que uma vez concluída, abra espaço para ações de comunicação a fim de divulgar seu trabalho e legitimá-los perante seus públicos. Este programa é direcionado aos membros do Grupo ROE. Período de realização: Dezembro de 2009 a janeiro de 2010. Este programa deve ser iniciado em dezembro, pois em janeiro de 2010 deve ser enviado às escolas prospectadas o material de divulgação, uma vez que este é o prazo limite para contratações de serviços extraclasse para o ano letivo. 49 Estratégias12: 1) Revisar e ampliar o plano de negócios; 2) Traçar as estratégias imediatas e as de médio e longo prazo a fim de identificar o que é importante e o que é urgente; 3) Criar apresentação do Grupo ROE para prospecção de clientes; 4) Elaborar o plano de aulas que será apresentado à coordenação pedagógica das escolas e futuros clientes; 5) Elaborar pasta para os alunos, podendo chamá-lo de kit escolar contendo: informativo sobre o Grupo ROE, plano de aulas para acompanhamento dos pais, lista de materiais necessários para o desenvolvimento das aulas, cartão de visitas do ROE; 6) Elaborar um manual de prospecção e apresentação do negócio do Grupo ROE a novos clientes, com os seguintes pontos: Quadro: Pontos a serem seguidos para criação de um manual de prospecção de clientes Prospecção de clientes Mapeamento dos possíveis 13 clientes Contato com empresas do segmento Investir no marketing de relacionamento Abordagem do cliente Material de apoio Acompanhamento do setor Apresentação - Examinar fontes de dados (jornais, catálogos de setor); - Indicação qualificada; - Levantamento de possíveis clientes na internet; - Colocar estandes em feiras setoriais; - Realizar visitas aos possíveis clientes; - Participar de eventos do setor; - Banco de dados atualizado, - Unificação da identidade visual; - Postura pró ativa “vendas”; - Primeiro contato por telefone para agendar visita; - Envio da apresentação da empresa via e-mail; - Visita pessoal e apresentação do projeto; - Apresentar dados da estrutura da organização; - Apresentar trabalhos já desenvolvidos no atual cliente; - Apresentar planejamento de aula para o ano letivo; - Lista de materiais necessários por cada aluno; - Apresentar a proposta de custos com a identificação de todos os compromissos que estão cobertos - Elaborar um e-mail marketing com informações sobre robótica; - Assinar revistas especializadas e utilizá-las para fundamentar seus projetos; Comunicação/Instrumentos – para acompanhamento visual das estratégias traçadas e sua concretização, o mural interno pode ser utilizado como ferramenta de comunicação, dando motivação e servindo de referência aos membros do Grupo ROE. 12 A avaliação destas estratégias deve ser realizada em períodos pré-determinados pelos sócios e revisadas conforme os objetivos da organização. A cada passo superado, uma revisão deverá ser efetuada a fim de garantir a eficiência das estratégias. 13 O Guia de Escolas de Porto Alegre elaborado pelo Grupo RBS, foi entregue ao Grupo ROE para colaborar na mapeamento dos novos clientes. 50 Recursos necessários – Humanos e tecnológicos Custos – a organização da estrutura do Grupo ROE, por tratar-se basicamente de alternativas administrativas e comportamentais, não depende de orçamentos para ser realizada. Todas as ações necessitam apenas de aprovação e boa vontade por parte dos sócios. Cronograma com lista de providências e controle 2009 AÇÃO 2010 DEZ JAN FEV MAR Revisar e ampliar o plano de negócios X Traças as estratégias X Apresentação para prospecção de clientes X Plano de aulas X Pasta alunos – Kit Escolar Manual de Prospecção – constante revisão X X X X X Sistema de avaliação – A proposta do Programa “Arrumar a Casa” é tornar-se um processo permanente de gestão organizacional do Grupo ROE. Em função deste caráter permanente, não será possível mensurar os resultados dentro do período de elaboração deste projeto. Como sugestão de avaliação periódica dos resultados obtidos e mensuração do desempenho da organização, o projeto propõe: 1) Prospecção de novos clientes. A aceitação no mercado e o conseqüente aumento de clientes é a forma eficaz de mensurar os resultados do programa. 2) A partir da aplicação da proposta, o crescimento econômico do Grupo ROE será o maior indicativo de sucesso do programa. 51 Considerações finais A movimentação do mercado exige que as organizações, para manterem-se atuantes, devem acompanhar e adaptarem-se as constantes mudanças, mantendo sua carteira de clientes, porém sem deixar de investir na estrutura organizacional. Para suprir esta demanda e conquistar novas fatias de mercado é necessário inovar e apresentar atraentes propostas de trabalho. Neste contexto, o Grupo ROE apresenta ao mercado um diferencial relevante na área da Robótica Educacional, que instiga a capacidade de criação de crianças por trabalhar com um produto não convencional na área: sucata eletrônica. Realizar este projeto junto ao Grupo ROE foi um desafio extenuante. A fim de compreender o mercado, foi necessário mergulhar no universo da robótica, inclusive, realizando um resgate histórico, pois se tratava de uma área completamente alheia ao conhecimento do grupo de alunos realizadores deste projeto. Nesta construção, esbarrou-se em várias dificuldades, dentre elas, falta de informações quanto às estatísticas referentes à robótica no Brasil, principalmente no tocante a robótica educacional. A bibliografia específica existente é de difícil assimilação para os leigos, transformando-se em barreira no momento de analisar e compreender suas particularidades. As dificuldades, para análise do setor, situam-se na restrição do número de concorrentes, porém, ao mesmo tempo, na amplitude geográfica de atuação destes. Os principais concorrentes atuam internacionalmente e por serem organizações bem solidificadas e com propostas diversas à do Grupo ROE, distanciam-se da realidade da organização estudada. Em relação ao Grupo ROE, as dificuldades centram-se na estrutura organizacional inadequada e na restrição de sua carteira de clientes. Parte desta 52 restrição deve-se à falta de planejamento na condução das ações frente aos públicos. No momento de realizar o diagnóstico, percebeu-se que não seria possível desenvolver plenamente a proposta da disciplina de Projeto Experimental Empresarial em Relações Públicas, pois a organização escolhida não tem suporte para assumir e sustentar ações de comunicação que poderiam resolver seu maior problema: a escassez de clientes. Simões, afirma que o princípio das relações públicas é, antes de qualquer iniciativa, estruturar a organização, ou parafraseando-o “arrumar a casa e, somente depois divulgá-la”. Concluir que a deficiência do Grupo ROE quanto à organização estruturada inviabilizava o desenvolvimento de ações de comunicação foi frustrante. Por outro lado, foi gratificante viver aquilo que pode ser considerado um momento de maturidade profissional: diagnosticar tal problema, mostrando aos membros do ROE a necessidade de primeiro cuidar da estrutura organizacional para depois captar novos clientes e posteriormente implementar ações de comunicação. A gratificação vem da constatação do que sempre foi transmitido pelos professores, de que o relações públicas deve atuar em conjunto com os gestores, apontando as fragilidades da organização para que todas as áreas convirjam para o mesmo caminho, antes mesmo de cuidar da imagem externa e das ações de comunicação. Outro ponto positivo foi transmitir ao Grupo ROE o papel do profissional de relações públicas, fazendo-os entender o porquê de não partir para ações de captação de clientes e divulgação da organização e sim cuidar da casa. Ao final deste projeto, os realizadores consideram que o objetivo da proposta da disciplina foi atingido: experimentar na prática toda a teoria até então estudada e aplicá-la no contexto real de uma organização que precisa da atuação da atividade de Relações Públicas. 53 Referências ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. São Paulo : Loyola, 2001. 178 p. Para entender relações públicas. 3. ed. CHIAVENATO, I; SAPIRO, A. Planejamento estratégico. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. COBRA, Marcos. Marketing educacional: ferramentas de gestão para instituições de ensino. São Paulo: Cobra, c2004. 148 p. FORTES, Waldyr Gutierrez. Relações públicas: processo, funções, tecnologia e estratégias. São Paulo : Summus, c2002. 394 p. FRANÇA, Fábio. 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Tudo isso feito com um foco ambiental muito forte, visando a sustentabilidade Formar cidadãos responsáveis social e ambientalmente capazes de gerar soluções sustentáveis para o planeta Total 1 33,33% 1 33,33% Auxiliar na educação de jovens criando consciência ambiental 1 33,33% BASE 3 100% 2) Quais os valores que norteiam o ROE Total Responsabilidade Social 2 66,67% Responsabilidade ambiental 2 66,67% Desenvolvimento intelectual e social de cada indivíduo 1 33,33% Preocupação com o meio ambiente 1 33,33% Respeito ao ser humano 1 33,33% BASE 3 100% 3) Dos valores citados quais são aplicados no dia-a-dia do trabalho? Total Todos 2 66,67% Comprometimento social e ambiental 1 33,33% BASE 3 100% 4) Em algumas palavras descreva suas atividades na empresa Total Projetos e execuções de tarefas práticas, teóricas e administrativas 1 33,33% Pesquisa de novos projetos, desenvolvimento dos mesmos 1 33,33% Montagem e confecção das peças que serão utilizadas nos projetos. Projeto e monto os circuitos eletrônicos utilizados nos projetos. Ministro aulas. Organizo a parte financeira. Realizo alguns contatos com as escolas 1 33,33% BASE 3 100% 5) Você sente dificuldade em desempenhar alguma das suas atividades? Total a) Sim 3 100% b) Não 0 0,00% BASE 3 100% 5.1) Quais Total Algo relacionado a confecção de tarefas práticas, teóricas e administrativas 1 33,33% Interesse (falta de) pela parte burocrática 1 33,33% Em algumas montagens mecânicas 1 33,33% BASE 3 100% 59 6) Quais dessas características você identifica na empresa? Marque quantas quiser Total Empreendedorismo 3 100% Diferencial diante da concorrência 3 100% Visão de negócio 2 66,67% Sede Própria 0,00% Conhecimento específico na área de atuação 3 100% Flexibilidade na aceitação de idéias 3 100% Comprometimento 2 66,67% Linguagem de comunicação apropriada aos clientes 0,00% Profissionalismo 2 66,67% Planejamento Estratégico 1 33,33% BASE 3 100% 7) Quais as dificuldades que o ROE encontra como empresa? Total Comunicação com os clientes potenciais 1 33,33% Disponibilidade de profissionais capacitados disponíveis, necessidades de mais clientes 1 33,33% Captação de clientes 1 33,33% BASE 3 100% 8) Como você percebe o mercado em que atua? Total Em forte expansão, mas com fortes concorrentes, porém com focos diferentes dos nossos 1 33,33% Parece ser grande, mas faltam informações sobre as escolas (quais têm robótica, valores...) 1 33,33% É um mercado amplo com pouquíssima concorrência 1 33,33% BASE 3 100% 9) Quais as principais barreiras deste mercado? Concorrentes que oferecem um serviço mais atrativo aos olhos dos clientes, embora não com o mesmo foco na sustentabilidade A concorrência já estabelecida há anos (Lego) com modelo de trabalho bem definidos, com kits... As escolas recebem muitas propostas de diversos tipos de projetos, logo não conseguimos apresentar o projeto pessoalmente BASE Total 1 33,33% 1 33,33% 1 33,33% 3 100% 10) Qual o futuro do ROE como empresa daqui há 5 anos? Uma empresa que gerencia vários profissionais trabalhando no desenvolvimento de projetos e nas salas de aula. Tudo isso envolvendo uma ampla rede com escolas e profissionais de todo o Estado Com uma boa parcela do mercado, reconhecido por um trabalho diferente e com muitos colaboradores Pretendemos ampliar a quantidade de clientes; aumentar a complexidade dos projetos; criaremos uma rede entre escola BASE Total 1 33,33% 1 33,33% 1 33,33% 3 100% 60 Anexos 61 Anexo 1 – Fotos da sede do Grupo ROE Fotos registradas pelos realizadores do projeto em visita a sede do Grupo ROE 62 Anexo 2 – Imagens do Site do Grupo ROE Capa Quem Somos 63 Projetos 64 Multimídia Fale Conosco 65 Anexo 3 – Carta Acordo