BEINAL DOS NEGÓCIOS DA AGRICULTURA Cuiabá (MT), 25 de agosto de 2005 FLORESTA NATIVA E PLANTADA TENDÊNCIAS DO MERCADO DE MADEIRA Fernando Castanheira Neto MSc Engenheiro Florestal Superintendente Executivo do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal Importância do setor florestal brasileiro Indicadores Sócio-Econômicos da Indústria de Produtos de Madeira Processada Mecanicamente (2004) INDICADOR PIB PEA (empregos) Arrecadação Tributária Exportação Superávit Investimentos Anunciados Fonte: ABIMCI (2004) SETOR DE BASE FLORESTAL USD 25 bilhões (4,1% do PIB nacional) 6,5 milhões (2,5% do PEA nacional) USD 4,7 bilhões (2,1% do total da arrecadação nacional) USD 6,0 bilhões (6,18% do total da exportação nacional) USD 6,0 bilhões (17,8% do superávit total) USD 20 bilhões (20% do total anunciado para o país) INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE USD 9 bilhões (1,5% do PIB nacional) USD 2,5 milhões (1% do PEA nacional) USD 2,2 bilhões (1% do total da arrecadação nacional) USD 3,9 bilhões (4% do total da exportação nacional) USD 3,8 bilhões (11,3% do superávit total) USD 6 bilhões (6% do total anunciado para o país) Potencialidades das florestas plantadas Fonte: FAO – Forestry Departament e MAF NZ -2004 Vantagens comparativas do Brasil Incremento Médio Anual Importância do setor florestal brasileiro e do Mato Grosso O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de produtos florestais tropicais. Exportações brasileiras (2004) Total: US$ 96,475 Madeira: US$ 3,044 (3,16%) Celulose & Papel: US$ 2,909 (3,02%) O Brasil participa no mercado mundial em exportação com cerca de 1,11%, o setor florestal com cerca de 3,0%. O Mato Grosso é o 10º maior estado exportador do país (3,2%), crescimento de 41,9% - 2004/03. Fonte: MDIC, 2005. Balança Comercial Brasileira – Dados consolidados de Jan a Dez/04. Importância do setor florestal no Mato Grosso1 As exportações do Mato Grosso: US$ 2,1 bilhões de dólares. A balança comercial com superávit de US$1,911 bilhão. A madeira é o 2º maior produto vendido no exterior e representa 6,18% do volume de produtos exportados, com as vendas chegando a US$135 milhões. Diversificação da produção exportadora Madeira, carne e algodão. representatividade da soja passou de 83,04% em 2002, para 78,94% em 2003. (1) Revista Referência de 23/08/05. Conceitos fundamentais FLORESTA COMO: FATOR INDUTOR DO DESENVOLVIMENTO RURAL. POUPANÇA. PLANEJAMENTO DE MÉDIO/LONGO PRAZO. DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO E AUMENTO DA RENDA. Tendências Aumento do plantio florestal em substituição ao uso de florestas nativas: energia, móveis (MDF) e componentes estruturais (OSB). Questão de homogeneidade e produtividade. A floresta natural recupera-se ao ritmo de 1m3/ha/ano, enquanto que o reflorestamento rende, no mínimo, 15 m3/ha/ano. Floresta nativa para produtos de MVA. Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Possibilidade do uso da Reserva Legal e de áreas não agricultáveis MP 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, altera os limites da RL – Amazônia Legal (50% 80%) e Cerrado da AL (25% na propriedade e 15% por compensação na mesma microbacia). Art. 16, inciso IV, §3º “para o cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas (grifo nosso)” Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Possibilidade do uso da Reserva Legal e de áreas não agricultáveis Segundo o Programa Nacional de Floresta do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que no Brasil exista cerca de 100 milhões de hectares de áreas degradadas. Dados do INPA para a Amazônia Legal, cerca de 9 milhões de hectares estariam degradados ou em estado de degradação. Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Legislação favorável para o plantio IN 08/2004 do MMA: Art. 1o O plantio e condução de espécies florestais, nativas ou exóticas, com a finalidade de produção e corte, em áreas de cultivo agrícola e pecuária, alteradas, sub-utilizadas ou abandonadas, localizadas fora das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, são isentas de apresentação de projeto e de vistoria técnica. Art. 2o Os proprietários de espécies florestais nativas plantadas, quando da colheita e comercialização dos produtos delas oriundos, deverão prestar informações ao IBAMA ou órgão estadual competente, sobre os plantios. Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Diversidade de alternativas (gêneros, espécies, clones...) Eucaliptus spp. Pinus spp. Tectona grandis (Teca). Schyzolobium amazonicum (Pinho Cuiabano) Azadirachta indica A. Juss (Nim). Cordia bicolor (Freijó) Swietenia spp.(Mogno e Mogno africano) Ceiba pentandra (Sumaúma) Acacia mangium .... Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Diversidade de produtos Madeira. Óleos. Resinas. Sementes. Gomas. Raízes Benefícios indiretos... Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Altos índices de produtividade Eucaliptus spp. – de 11m3/ha/ano (1970) para mais de 45 m3/ha/ano atualmente (celulose & papel). Pinus spp - de 10 m3/ha/ano (1970) para cerca de 30 m3/ha/ano atualmente. Mogno* – 6,81 m3/ha/ano (projeção para 25 anos = 170,27 m3/ha/ano Teca** – variação de 10 a 20 m3/ha/ano. Pinho Cuiabano** - variação de 13 a 25 m3/ha/ano. ** Quase nenhum investimento foi realizado ainda no melhoramento genético destas espécies. (Fontes: *Jacinto, J. M. de M. 2001 e Terezo, E.F.M., 2004) Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Possibilidade de consorciamento. Com espécies florestais (Teca, Eucalyptus e Mogno). Com espécies agrícolas (pimenta, feijão, soja, milho,...) Com pecuária (bovinos e caprinos) Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Mercados em expansão. Mercado internacional aquecido. Boas perspectivas para a economia brasileira (indicadores positivos). Oferta x Demanda favorável. Aumento de produção e exportação das empresas sem respectivo aumento de área plantada. Linhas de financiamento disponíveis. Cadeias associadas aquecidas (setor agropecuário, móveis, construção civil, embalagens, etc.). Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Mercado em expansão Principais estados exportadores de móveis Estado % do Total Variação 2003/04 Milhões US$ Santa Catarina 45 29 330,8 Rio Grande do Sul 29 53 181,0 Paraná 9,7 52 60,4 São Paulo 7,2 70 40,0 Bahia 4,8 57 29,0 Minas Gerais 0,8 48 5,2 Espírito Santo 0,6 73 3,4 Brasil 100 42 940,6 Fonte: Abimóvel, 2005. Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Incentivos fiscais e financeiros Estado apóia com incentivo fiscal (Pró-madeira). Linha de financiamento pública Propflora - operado pelo BNDES, com recursos do Plano Agrícola (MAPA), fornece crédito de até R$ 200 mil. A linha contará para a safra 05/06 com recursos de R$ 100 milhões. FCO – Prónatureza – operado pelo Banco do Brasil, crédito de até R$ 4,8 milhões, carência 10 anos com 20 de amortização. Pronaf florestal – operado pelo MDA, para o produtor familiar com área de plantio de 1 a 3 ha. Linha conta com recursos da ordem de R$ 20 milhões. (Fonte: Programa Nacional de Florestas/MMA,2004) Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Incentivos fiscais e financeiros (indústrias florestais) – Prómadeira* Lei n.1239/00 – desenvolvimento do agronegócio da madeira no MT – incentivos de até 85% do ICMS devido nas operações de comercialização de produto industrializado, considerando valor agregado (34%, 76,5%, 80,75% e 85%) . Incentivos fiscais de R$71 milhões entre 2000 /05 Alguns resultados: redução de resíduos em 17,5%, lucro bruto, de 9,5% no faturamento médio e aumento de 48,6% em vendas para mercado externo. * Fonte: Secretaria de Indústria, Comércio, Mineração e Energia do Mato Grosso – SICME, 2005. Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Retorno econômico do Plantio Florestal Eucalytpus (Lenha) - rendimento de 25 a 40m³st/ha/ano, ao longo de 7 anos. Alcança R$30,00 m³st/ha em pé = R$ 5.250,00 /7 anos x 3 cortes = R$15.750,00/ha /21 anos. Teca* ( 50 mil ha no MT) - Rendimento de 10 a 15 m³/ha/ano, totalizando de 250 a 350 m³/ha ao longo de 25 anos e num regime com 4 desbastes. Pode alcançar mais de US$ 500,00/m3. Mogno** –projeção aos 25 anos de 170,27m3/ha, considerando aproveitamento de 50% e preço de US$ 1.300/m3 (padrão)= R$ 265 mil/ha ao final do ciclo de 25 anos. (Fontes: *Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF e ** Jacinto, J.M, 2002) Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Retorno econômico do Manejo florestal De R$ 60,00 a R$100,00 custo do manejo (taxas, projeto) 30 espécies para mercado (R$30,00) 6 com real valor (R$300,00) Rendimento de 12 a 15m3/ha em 25 anos 0,5 a 1,0 m3 a R$300,00 - Madeira para lâmina faqueada e piso (jatobá, ipê, cedro rosa, amapá, freijó, maçaranduba, cumarú, ) Saldo a R$30,00 Média de R$500,00/ha Porque o agricultor deve também ser um silvicultor? Funções ambientais da floresta (nativa e plantada). Ocupação de áreas abandonadas. Proteção das nascentes e cursos d’água. Proteção e recuperação de solo. Atração à biodiversidade. Créditos de Carbono () Riscos/oportunidades Produção: Inerentes a atividade: (horizonte de planejamento de longo prazo) incêndios, pragas, doenças, sinistros, ameaças de mercado, etc. Processo de licenciamento ambiental (burocracia). Linhas de financiamento para pequenos e médios produtores. Legislação restritiva: Reserva Legal (recomposição), Mudas (quantidade e qualidade) Ramais de infra-estrutura. Processamento e Comercialização: Barreiras não-tarifárias Certificação Câmbio desfavorável Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal SCN Quadra 1- Bloco E – Edifício Central Park – Sala 1401 – 70.711903 – Asa Norte – Brasília/DF Tel/fax: (61) 3326-8767 Tel: (61) 3327-1967 E-mail: [email protected] Homepage: www.forumflorestal.org.br