II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo São Paulo, 24 de Novembro de 2010 II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo ___________________________________________________________________________ Promoção: Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região – 9º. Colegiado Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC - SP Presidente do CRFa 2ª Região: Thelma Costa Coordenação Geral: Profa. Dra Andréa Cintra Lopes - Presidente da Comissão de Saúde do CRFa. 2ª Região Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche – Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da PUC-SP Comissão Organizadora: Profa. Dra Andréa Cintra Lopes Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche Fga. Kátia de Cássia Botasso Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano Fga. Cibele Siqueira Fga. Ariadnes Nobrega de Oliveira Fga. Gessyka Gomes Marcandal Comissão Científica: Profa. Dra Andréa Cintra Lopes Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche Fga. Kátia de Cássia Botasso Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano Fga. Cibele Siqueira Fga. Ariadnes Nobrega de Oliveira Fga. Gessyka Marcandal Secretária: Marta Bispo da Cruz II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo Patrocinador Nossos agradecimentos às instituições apoiadoras, abaixo listadas, pelo apoio e dedicação. Todos são responsáveis pelo evento, que esperamos deixar gratas recordações. Academia Brasileira de Audiologia CURSOS DE FONOAUDIOLOGIA DA FCM DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, FMRP/USP, FOB/USP, PUC/CAMP, UNESP – MARÍLIA, UNG, UNICAMP - FCM – CEPRE, UNIFESP E UNOESTE. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Agradecimentos Várias pessoas contribuíram com seu tempo e talento para fazer da II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo e I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo um evento de sucesso. A elas reiteramos nossos sinceros agradecimentos. Diretoria do CRFa. 2ª Região Ana Camilla Bianchi Pizarro Monica Petit Madrid Silvia Tavares de Oliveira Thelma Costa Carta da Comissão Organizadora É com grande satisfação que realizamos mais uma edição da Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo. Neste ano, a partir das sugestões recebidas ao final do evento realizado em 2009, foi integrado à Mostra o Encontro, que amplia a temática de forma a contemplar a participação dos fonoaudiólogos que atuam em outras áreas e níveis de atenção na saúde pública. Trata-se de um momento especial a todos nós, em que podemos compartilhar e adquirir novas experiências na busca do aprimoramento de nossos conhecimentos sobre a Fonoaudiologia. A Comissão Organizadora da II Mostra agradece a participação e deseja que o mesmo contribua para o fortalecimento da Fonoaudiologia na Saúde Pública. Comissão Organizadora São Paulo, 24 de Novembro de 2010. Visite nosso Site: www.fonosp.org.br E-mail: [email protected] É com extraordinária satisfação que realizamos a “II Mostra” promovida pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP em parceria com o curso de Fonoaudiologia da FCHS da PUC-SP. Na busca de promover oportunidades de trocas de experiências e aprendizados, novos desafios são vencidos fazendo deste Encontro um importante evento para a Fonoaudiologia do Estado de São Paulo. A organização de um evento como este não é uma tarefa trivial. Quero externar aqui os meus agradecimentos à Diretoria do CRFa. 2ª Região/SP, ABA e SBFa. pelo apoio que nos deram e por suas lutas diárias em encarar de frente os desafios e gerir com qualidade a Fonoaudiologia, bem como aos cursos de Fonoaudiologia da FCM da Santa Casa de São Paulo, FMRP/USP, FOB/USP, PUC/CAMP, UNESP – MARÍLIA, UNG, UNICAMP - FCM – CEPRE, UNIFESP E UNOESTE, assim como a AUDIBEL. Agradecemos pelo apoio e por permitirem que este evento fosse possível. Todos são responsáveis pelo que espero seja um grande evento que deixará gratas recordações. Fga. Andrea Cintra Lopes Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP Programa 8h00 as 8h30m: Recepção dos convidados e entrega do material 8h30 as 9h00m: Abertura Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia: Fga. Thelma Costa Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia: Fga. Andrea Cintra Lopes Diretor da FaCHS –PUC-SP: Prof. Dr. Luiz Augusto de Paula Souza 9h00m as 9h40m: Palestra magna “O apoio matricial rizomático na gestão municipal de saúde” Profa. Dra. Debora Cristina Bertussi - Doutora pelo Programa de Pós Graduação . Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ 10h00m as 12h00: Apresentação dos trabalhos – Pôster dialogado 12h00 as 13h30m: Almoço 13h30m as 14h30m: Análise das tendências e perspectivas do trabalho da Fonoaudiologia na Saúde Pública/Atenção Básica Profa. Dra. Nilce Emy Tomita FOB - USP Profa. Dra. Maria Cecília Bonini Trenche PUC-SP 14h30m as 15h00: Intervalo 15h00 as 16h30m: Atividades dos Grupos de Trabalhos Pergunta norteadora para as discussões: “Quais são os avanços e os desafios desta área de atuação?” GT “Atenção Básica” Coordenadora: Fga. Maria Teresa Cavalheiro Relatora: Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso GT “Média e Alta Complexidade” Coordenadora: Fga. Altair Cadrobbi Pupo Relatora: Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano GT “Educação e Saúde” Coordenadora: Fga. Luciana Tavares Sebastião Relatora: Fga. Cibele Siqueira GT “Gestão” Coordenadora: Fga. Maria Aparecida Machado Relatora: Fga. Kátia de Cássia Botasso GT “Saúde Mental” Coordenadora: Fga. Elaine Herrero Relatora: Fga. Cristiana B. Lykouropoulos GT “Saúde do Trabalhador” Coordenadora: Fga. Ana Claudia Fiorini Relatora: Fga. Mariene Terumi U. Hidaka 16h30m as 17h30m: Encerramento O APOIO MATRICIAL RIZOMÁTICO NA GESTÃO MUNICIPAL DE SAÚDE Débora Bertussi1 Para iniciar este debate sobre apoio matricial, primeiramente é necessário enfatizar que este conceito-ferramenta parte das constatações vividas historicamente no SUS, de que os modos de organizar o trabalho na área da saúde não tem sido suficientes para efetivamente organizar redes de serviços de saúde, nos vários espaços municipais, estaduais e federal, tradicionalmente organizados com base em áreas técnicas, e em que a gestão é separada da atenção e a atenção é separada da vigilância. Cada área técnica parte dos conhecimentos acumulados e dos princípios políticos que considera mais avançados. Organizam programas/projetos de ação e, para sua implementação, linhas de capacitações para ―treinar os trabalhadores, que são considerados ―caixas vazias e portanto devem ser orientados pelas normas, rotinas e protocolos construídos por cada uma destas áreas . Segundo essa concepção, o trabalho em saúde é organizado de maneira parcelar, de modo que cada trabalhador é responsável apenas pela realização de uma de suas partes, sem participação e compreensão do todo e com uma valorização moral diferenciada do trabalho de cada profissional e, portanto ocorrendo uma subordinação de uns trabalhadores aos outros. Considera-se que cada serviço corresponde a um todo orgânico, constituído por diversos órgãos, cada qual com um papel e, na maioria das vezes, completamente desarticulados. À gestão caberia manter a articulação entre as partes e o exercício do poder coercitivo para mantê-las funcionando. Só que esse modo de operar vem se mostrando ineficaz e incapaz de favorecer a integralidade. O gestor que orienta a produção da gestão a partir de regimentos e portarias, não tem conseguido a adesão dos trabalhadores para produção do cuidado com implicação e disponibilidade. Então, para pensar a organização do trabalho em saúde é necessário deslocar-se deste conhecido jeito de fazer gestão, em que o instituído tenta capturar e controlar o trabalho vivo em ato. Como alternativa, reconhecendo a micropolítica e as especificidades do trabalho em saúde, o apoio institucional matricial. Tomamos o conceito de matriz, definido por Aurélio como o ―lugar onde algo se gera e se cria e produzimos, dentro da organização, o conceito de matricial como alternativa ao vertical, para possibilitar relações horizontais entre profissionais de distintas áreas/projetos para endereçar problemas. A idéia fundamental é 1 Mestre em Saúde Coletiva/UEL e Doutora em Ciências da Saúde/UFRJ. Professora da Universidade da Cidade de São Paulo e Assessora Técnica da Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo. colocar todas as partes da gestão em contato direto e articulado com o cotidiano do trabalho, operando a seu favor e não tentando subordinar o cotidiano da produção do cuidado às lógicas de cada departamento, coordenação ou setor do nível central. Como reconhecemos que cada trabalhador de saúde e cada usuário operam com uma concepção de saúde e de cuidado, que é no espaço do encontro com o usuário que se concretiza o momento de autonomia do trabalhador para expressar e operar suas concepções e que na unidade de saúde, portanto, há múltiplos projetos de saúde (ocultos) operando, em disputa, tentando prevalecer sobre os demais, reconhecemos que a gestão precisa alcançar esse espaço. Reconhecemos que para fazer gestão é necessário mediar essa disputa, criar espaços de encontro para produzir diálogo e pactuação entre gestão e trabalhadores, entre os trabalhadores e entre trabalhadores e usuários. O matriciamento da gestão é uma possibilidade de chegar a este espaço, oferecendo apoio à realização do trabalho em saúde, possibilitando que os problemas concretos agenciem as várias partes da secretaria, que podem contribuir para seu enfrentamento; possibilitando que as agendas técnicas se potencializem ao invés de entrarem em disputa pelo tempo, coração e braços dos trabalhadores. Neste sentido pensar no matriciamento na gestão e na atenção, é reconhecemos que é necessário agregar e combinar diferentes saberes para enfrentar a complexidade das organizações e do trabalho em saúde, bem como a complexidade e desestruturação dos problemas de saúde, para produzir conhecimento mútuo, trocas e relações de cooperação e solidariedade, que possibilitem respostas mais potentes e que contribuam para qualificar o cuidado em saúde. No desenvolvimento do apoio matricial a relação entre sujeitos com saberes, valores e papéis distintos pode ocorrer de maneira dialógica, já que o apoiador procura construir de maneira compartilhada com os outros interlocutores projetos de intervenção, valendo-se tanto de ofertas originárias de seu núcleo de conhecimento, de seu lugar na gestão, de sua experiência e visão de mundo, quanto incorporando demandas trazidas pelo outro também em função de seu conhecimento, desejo, interesses e visão de mundo, criando espaços coletivos protegidos que permitam a interação dessas diferenças. Incluir o apoio como uma estratégia na produção da gestão e do cuidado é uma novidade, que tem sido trabalhada de diferentes modos – tanto no campo da formulação, como nas experimentações desenvolvidas em diferentes espaços de construção do SUS. Vale a pena revisitar e colocar para conversar essas idéias/apostas/ formulações/ experiências. Apoiar no dicionário Aurélio significa dar apoio a, aprovar, sustentar, amparar, defender, favorecer, sustentar, firmar, encostar, fundar, fundamentar, arriscar-se, prestar auxilio mutuo. Sabemos que o apoio pode acontecer em várias áreas como a logística, administrativa, operacional, cultural, pedagógica, cultural, educacional, institucional, emocional, psicológica, social, gerencial, político, etc. Enfim os campos para apoio são muitos. Mas, aqui vamos falar sobre este movimento de apoiar as equipes de saúde entendendo apoio como um arranjo para organização das práticas de saúde e de gestão. Neste sentido, a pergunta chave é: o que é o apoio às equipes de saúde? Para facilitar a compreensão, a partir do mapeamento de diferentes tipos de apoio praticados no âmbito da saúde, construí uma discussão sobre as várias vertentes de apoios. Um primeira vertente é o Apoio-intervenção, organizada a partir de trabalhador(es) de saúde como representantes (emissários) da gestão para a interlocução com as equipes de unidades de saúde; esses representantes desenvolvem o trabalho a partir das indicações institucionais, sem – a priori - dar brecha para a produção do(s) encontro(s) em ato, informando e transmitindo informações, conhecimentos e regras/normas a serem seguidas. Neste caso estou me referindo à conhecida supervisão administrativo-gerencial de serviços de saúde realizada por especialistas com base na sistematização de normas e procedimentos técnicos preconizados, fundamentada no planejamento, organização e avaliação de serviços, que tem sua lógica centrada no controle dos processos e resultados obtidos segundo normas e padrões previamente estabelecidos. Uma outra vertente teórica significativa para o desenho de diferentes modalidades de apoio no âmbito da saúde é a Análise Institucional. Algumas correntes (inclusive na Saúde Mental) fazem uma separação entre as melhores ferramentas e estratégias para colocar em análise a gestão e a produção do cuidado. A metodologia Paidéia indica o Apoio Institucional como referência para produzir processos de autoanálise dos coletivos na gestão. Assim, o trabalhador apoiador, como parte integrante da equipe de condução, produz o encontro com as equipes das unidades de saúde e coloca em análise seus problemas e suas questões no campo da gestão e da condução dos processos decisórios, num arranjo para diminuir a fragmentação do processo de trabalho e a distância da gestão entre áreas e setores de uma organização. No âmbito da atenção, considerando a necessidade de colocar para conversar diferentes saberes técnicos – entre diferentes especialistas ou entre diferentes profissões da saúde – existe a proposição, acolhida pela metodologia Paidéia, do Apoio Matricial (ou apoio matricial temático), entendido como uma forma de promover interlocução entre profissionais de diferentes especialidades ou entre serviços de saúde de diferentes níveis de atenção, , numa tentativa de aproximação e cooperação e produção de suporte ao manejo dos projetos terapêuticos. Seria um arranjo para diminuir a fragmentação do processo de trabalho decorrente da especialização crescente em quase todas as áreas de conhecimento e ampliar a resolubilidade das ações em saúde, definindo responsabilidades de coordenação e instituindo espaços de diálogo, aprendizagem e cooperação entre profissionais de diferentes serviços. O apoio matricial rizomático, que também conversa com as proposições da Análise Institucional, não há separação entre clínica e gestão, e o apoio, se constitui na micropolítica do encontro entre apoiador e as equipes de saúde, mobilizando distintas ofertas, relacionadas à organização do processo de trabalho e à produção do cuidado, de acordo com as necessidades das equipes, reconhecendo a mútua constitutividade entre a produção e gestão do cuidado. ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS Profª Drª Nilce Tomita Profª Drª Maria Cecilia Bonini Trenche Mostra Concepção: texto que se escreve contando a produção de quem trabalha. Cada profissional ao escrever seu texto ou pôster conta e reconta refletindo sobre o que faz. Texto que se escreve é produzido pelo coletivo que conta, reflete, discute, compartilha e promove movimentos para mudanças na prática. Apoio para a mudança Política do movimento: intervir de forma deliberada com o método da roda Estratégia • Construir rodas • Fazer a circulação de conhecimentos • Incluir nas relações de poder o afeto Planejamento • Seleção • Participação de todos os inscritos • Compartilhamento das vivências (e suas dificuldades) • Re-elaboração E no caminho... Exercer a crítica generosa criando condições para mudanças. Trabalhos Foram 95 trabalhos divididos em: • ASSISTÊNCIA =21 • PROMOÇÃO=20 • PREVENÇÃO=15 • GESTÃO=11 • MODELO DE ATUAÇÃO NA AB =9 • FORMAÇÃO=8 • EDUCAÇÃO EM SAÚDE =7 • PERFIL FONOAUDIOLÓGICO=2 • REDE=2 Trabalhos apresentados de acordo com os níveis de atenção à saúde: • ATENÇÃO BÁSICA = 56 • MÉDIA e ALTA COMPLEXIDADE=20 • ENSINO e SERVIÇO=19 Temas mais recorrentes: • aleitamento • dificuldades de aprendizagem • • • trabalho de grupo saúde auditiva linguagem Faixa Etária: • Crianças (maior proporção) • idosos /bebês/adolescente/adultos (distribuição proporcional) • não especificado (poucos) Metodologias: • oficinas • atendimentos compartilhados • grupos educativos grupos terapêuticos • orientação a pais • monitoramento de casos de risco • pesquisa • descrição da atuação(matriciamento, articulação entre equipes) Apresentaram trabalhos: • FOB, USP, PUCSP, UNICAMP, FASM,URSCARLOS, UNIFMU, SANTA CASA • UNG, PUC CAMPINAS , FM RIBEIRAO PRETO, FI Fernandópolis, Teresa D´Ávila • SMS: CAMPINAS, GARULHOS, SÃO BERNARDO, DIADEMA, MOGIMIRIM, BRAGANÇA PAULISTA, CANOAS, São Caetano do Sul, Taubaté, Lorena , Departamento Regional de Saúde - DRS III – ARARAQUARA • OS: SPDM, ASF, UNASP, ACSCATARINA,FASM, SBIB HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, AC Monte Azul, SAS-SECONCI • NASF: DIADEMA,LAPA, MORADA DO SOL, TEOTONIO VILELA, TRES CORAÇÕES • UBS: VARGINHA, V.IMPERIO II,ZONA SUL, UBS JARDIM D’ABRIL, • Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto , AME Interlagos , Núcleo Integrado de Saúde Auditiva (NISA) II Pirituba , NAAB UIRAPURU • HOSPITAIS: DARCY VARGAS, MATERNIDADE CACHOERINHA Apresentação dos trabalhos – Pôster dialogado A INTERDISCIPLINARIEDADE E A INTERSETORIALIDADE ABRINDO CAMINHOS PARA UM TRABALHO COM CRIANÇAS. Parrado-Moran MES, Kurbhi FH. NASF – Lapa Pinheiros – Coordenadoria Centro Oestre Introdução: Ao receber inúmeros encaminhamentos de crianças por meio das escolas da região Lapa-Pinheiros e das equipes de saúde da família (ESF), nas quais trabalhamos nos vimos envolvidas em entender o motivo dessa demanda e como poderíamos partilhar essas dificuldades qualificando melhor esses encaminhamentos e a própria atuação dos diversos setores envolvidos. As maiores demandas são de crianças com dificuldades na linguagem oral/escrita e ou de comportamento e apontam para uma dificuldade das escolas envolvidas no processo de ensinoaprendizagem, das famílias e das ESF em lidar com tais situações.Objetivos: 1)Desmistificar a idéia de que a dificuldade escolar da criança se deve a questões da ordem da saúde. 2) Desmistificar também a idéia de que um único especialista (fonoaudiólogo e ou psicólogo) em saúde é capaz de dar conta de uma situação tão complexa sem articulação com outros setores e profissionais envolvidos no cuidado e na formação da subjetividade da criança.3) Aumentar a resolutividade da questão na formação de redes de cuidado.Método: A partir da demanda escolar e ou familiar há a discussão dos casos envolvendo o NASF e as ESF para identificar a necessidade de cuidado com a família. Quando há abertura da escola para discussões de casos estas são feitas, na maior parte das vezes por contatos telefônicos ou solicitados relatórios do desempenho escolar e comportamento da criança. Sempre há um atendimento prévio da família para coleta de dados e avaliação ampliada do problema pela fonoaudióloga e ou psicóloga do NASF. São formados grupos de atendimento divididos por faixa etária. No momento cotamos com 3 grupos (mini, lúdico e teen), com frequencia quinzenal, focando convivência e o livre brincar. Neles as questões trazidas pelas crianças são trabalhadas pela dupla de profissionais, fonoaudióloga e psicóloga. São feitas reuniões mensais com as famílias para verificar as mudanças ocorridas nas crianças e na dinâmica familiar ao longo do processo terapêutico. Posteriormente realizamos discussões com outros setores como Conselho tutelar, Vara da Infância e adolescência, CAPS infanto juvenil, APAE, ambulatórios de especialidades, entre outros, para enriquecer o trabalho e ampliar os olhares sobre as questões percebidas neste processo. Resultados e considerações finais:Temos observado a importância na articulação de redes intersetoriais de cuidado com a criança, embora falte um ator que assuma este papel de forma constante e sistemática.Observamos ainda, que as discussões são feitas caso a caso sem que se pense numa proposta ampliada e coletiva de ações entre educação, saúde e famílias.Ainda se pensa que a dificuldade escolar é do aluno e não algo no âmbito das relações e das condições socioeconômico e culturais de uma comunidade.As diversas instancias envolvidas neste processo estão disponíveis para o trabalho intersetorial, mas é a equipe NASF que assumiu o papel de agente desta articulação até o presente momento.Percebemos que o trabalho em rede tem trazido evoluções positivas para as questões de linguagem e comportamento das crianças que freqüentam nossos grupos. A INTERFACE NASF E EQUIPE DE SAÚDE BUCAL NO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM ALTERAÇÕES NO SISTEMA SENSÓRIO MOTOR ORAL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA IMPÉRIO II. Reis DC, Pizani CC. Unidade Básica de Saúde Vila Império II O principal objetivo da Fonoaudiologia, no trabalho com a motricidade Orofacial, é verificar a existência de desequilíbrios musculares e funcionais que possam interferir de maneira negativa na funcionalidade do sistema estomatognático e, conseqüentemente, no processo de tratamentos que venham a ser realizados, ou que já estejam em andamento, como otorrinolaringológico e/ou odontológico/ortodôntico. Na UBS Vila Império II, através da iniciativa da fonoaudióloga do NASF e Equipe de Saúde Bucal, iniciou-se o grupo “Mastigando e Respirando Certo, para ter um SORRISO LEGAL”; grupo que tem como caráter geral o trabalho terapêutico fonoaudiológico com pacientes que são encaminhados para avaliação e tratamento ortodôntico. Organizou-se o grupo com o objetivo de prevenir a má oclusão e orientações para desenvolvimento adequado do sistema estomatognático e funções orofaciais. O critério para inclusão no grupo foi de moradores da área de abrangência da UBS/ PSF Vila Império II, na faixa etária de 6 a 12 anos, com alterações no sistema estomatognático ou na função orofacial que passaram por avaliação e atendimento com a equipe de Saúde Bucal ou casos levados para o NASF em reuniões de matriciamento que necessitavam de avaliação ortodôntica. Foram realizados no primeiro semestre de 2010, 26 grupos, 213 atendimentos com um total de 45 pacientes. Percebeu-se a importância da interação entre as áreas da Fonoaudiologia e Odontologia para uma maior conscientização dos usuários, aumentando assim os cuidados com a escovação, mastigação e respiração, bem como a melhora na fala e na estética; aumento na adesão ao tratamento ortodôntico e otimização das vagas disponibilizadas no serviço de referência devido à interlocução entre a Unidade Básica de Saúde e o Centro de Especialidades Odontológicas A OCORRÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO EM BEBÊS PRÉ-TERMOS DE UMA MATERNIDADE DE ALTO RISCO. Bianchini NC, Trevisan NS, Simão AP, Cerruti VQ, Hirai MA. Clínica de Fonoaudiologia da Universidade de Guarulhos e no Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr.M.M. Altenfelder Silva (Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha) – São Paulo Introdução: No Brasil, a cada ano, cerca de 11% dos recém-nascidos (RN) chegam ao mundo prematuramente. Recém-nascido pré-termo (RNPT) é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como toda criança nascida viva antes de completar a 37ª semana de gestação e recémnascido de baixo peso toda e qualquer criança com menos de 2.500g, independente de sua maturidade. Muitos RN morrem logo no início da vida, dependendo de fatores como a idade gestacional e o baixo peso no nascimento. No caso da sobrevivência, há uma possibilidade de atraso no desenvolvimento. Vários estudos têm mostrado o efeito protetor do leite materno contra a mortalidade infantil, que varia de acordo com a idade da criança, a duração e o tipo de amamentação e as características da população. O leite materno é universalmente aceito como o melhor alimento para os bebês tanto de risco como normais, por oferecer vantagens econômicas, imunológicas, nutricionais, endocrinológicas e emocionais, estimulando o vínculo com a mãe. É de grande importância a inserção do fonoaudiólogo na equipe interdisciplinar para a assistência dirigida ao recém-nascido de risco no período de hospitalização. A atuação do fonoaudiólogo está voltada aos aspectos relacionados à prevenção e à reabilitação de distúrbios da comunicação, como, por exemplo, a adequação da alimentação oral.Objetivo: Este trabalho tem como objetivo observar a ocorrência do aleitamento materno em um grupo de mães de bebês pré – termos, que freqüentam um ambulatório de acompanhamento em uma Maternidade de alto risco e, que participaram do trabalho fonoaudiológico no processo de alimentação, durante a internação. Metodologia: Este trabalho foi realizado através de levantamento bibliográfico de artigos e livros do ano de 1999 a 2009 e aplicação de um questionário com 30 mães, que freqüentam o ambulatório de acompanhamento de bebês pré – termos e foram incluídas na pesquisa mães menores e maiores de idade, que tiveram seus filhos prematuramente, ou seja, RN abaixo de 37 semanas de idade gestacional (IG) e peso de nascimento abaixo de 2.000g e que foram orientadas pelo trabalho fonoaudiológico no processo de alimentação dos bebês Resultados: Em consulta ambulatorial 93% das mães relatam que o trabalho fonoaudiológico contribuiu para a continuação do aleitamento materno, após alta hospitalar, o que pode ser comprovado segundo o relato de 80% da população estudada.Conclusão: Através dos resultados apresentados, foi possível identificar maior conscientização das mães sobre os dos benefícios do aleitamento materno, que contribuiu significativamente para que os recém-nascidos permanecessem em aleitamento após alta hospitalar. A CRIANÇA CEGA: UMA AÇÃO MULTIDISCIPLINAR COM ENFOQUE ESCOLAR. Costa J, Bernardi DF. Secretaria de Educação do Município de Bragança Paulista Introdução: O desenvolver de um trabalho pedagógico junto a uma criança demanda várias habilidades que, quando presentes, permitem que o aprendizado ocorra de maneira natural. A integração entre as modalidades sensoriais e as respostas neurais adequadas nos permite, após uma vivência satisfatória anterior, ter percepção de conceitos que nos orientam questões práticas da vida diária e escolar. A criança cega, no entanto, possui anulado um dos seus principais sentidos, trazendo conseqüências no decorrer do seu dia-a-dia social e escolar. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo, através da integração entre a ação da professora, da fisioterapeuta e da fonoaudióloga, garantir aquisição de conceitos e habilidades necessárias ao processo de alfabetização de crianças cegas pelo método BRAILLE. Metodologia: Os conceitos e habilidades trabalhadas foram os de orientação espacial e temporal, reconhecimento sensitivo somestésico (tátil), olfativo, auditivo e gustativo, reconhecimento de esquema corporal, estímulos à linguagem associados à coordenação motora global e fina. Resultados: Após um semestre de sessões semanais de 45 minutos com a fisioterapeuta e a fonoaudióloga, associados a orientações e troca de informações com a professora, os alunos obtiveram respostas positivas quanto à aquisição de conceitos importantes, principalmente relacionados às modalidades sensoriais a que foram submetidos. Conclusão: Apresentamos nossa satisfação pelos resultados obtidos, que nos mostra a superioridade de um trabalho multidisciplinar, além da importância da ação integrada entre as áreas de saúde e educação dentro do serviço público. A FORMAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA – RELATO DE EXPERIÊNCIA. Machado MAMP, Oliveira AN, Marcandal GG. Faculdade de Odontologia de Bauru - USP Introdução: A atuação do estudante de Fonoaudiologia na Atenção Básica é a construção de uma nova práxis fonoaudiológica, que se aproxima do cotidiano do usuário e vislumbra outra forma de atuação na Rede de Cuidados à Saúde, com objetivo maior de atender às diretrizes preconizadas constitucionalmente pelo SUS, quais sejam da universalidade, integralidade e equidade das ações. Tal atuação tem permitido analisar de forma crítica as políticas públicas de saúde relacionadas à Atenção Básica, principalmente no que tange à saúde fonoaudiológica da população. A formação do fonoaudiólogo inclui conhecimentos técnicos e práticos, sendo assim, a disciplina de Fonoaudiologia Preventiva da Faculdade de Odontologia de Bauru, envolve alunos do último ano de graduação em Fonoaudiologia em atividades práticas realizadas em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Bauru, atuando na prevenção de doenças, promoção da saúde e educação permanente para os profissionais. Objetivo: Relatar a experiência de formação do Fonoaudiólogo na Atenção Básica da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. Resultados: A inserção do estudante de Fonoaudiologia na Atenção Básica pela disciplina de Fonoaudiologia Preventiva tem como propósito a formação em serviço deste aluno que tem a oportunidade de trabalhar em uma equipe multiprofissional e com diferentes tipos de atuações. O processo de formação vivenciado envolve além das atribuições práticas, atividades teóricas que são realizadas na Universidade para discussão de “práticas em saúde” e reflexões da atuação. As atividades realizadas na UBS envolvem triagens fonoaudiológicas, educação permanente para os profissionais da instituição, grupos terapêuticos em linguagem, grupos de promoção de saúde com as famílias e Educação em saúde para população em sala de espera. Todas as atividades são planejadas anteriormente pelos próprios alunos e supervisionado pela docente responsável. Os temas discutidos nos grupos para promoção e educação em saúde são amplos, não se limitando à saúde fonoaudiológica, a partir dos interesses vindos da população, sendo que a cada reunião um novo tema é sugerido pelos próprios participantes, o que proporciona ampliação do conhecimento e mudança de comportamento. Com isso, os alunos tem a possibilidade de ampliar o olhar frente às necessidades de saúde da população o que influenciará significativamente em sua formação. Conclusão: No cotidiano prático desta disciplina busca-se a construção de um processo formativo e de trabalho com olhar ampliado e diferenciado. Esta experiência tem proporcionado atuar a partir dos problemas da população, determinados pelas condições de vida do território, de modo a articular teoria e prática numa realidade concreta, e amplia o espaço de ação para além da clínica fonoaudiológica representando assim uma estratégia potencial para esse repensar do processo de formação em saúde. A VISÃO DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS SOBRE A ATUAÇÃO E O PAPEL DO FONOAUDIÓLOGO NOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA. Almeida ARF, Oliveira FC. OSS SAS-Seconci Introdução: A atuação do fonoaudiólogo contempla a promoção, proteção e recuperação da saúde no que se refere à comunicação humana. Nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, cabe ao fonoaudiólogo desenvolver ações específicas e compartilhadas a fim de garantir a integralidade na assistência e manutenção da qualidade de vida da população do território das Unidades Básicas de Saúde, bem como oferecer capacitação e suporte às equipes. Tendo em vista a ainda recente inserção do fonoaudiólogo na Atenção Básica, torna-se relevante divulgar as áreas de atuação do fonoaudiólogo e suas possíveis ações no contexto da Estratégia de Saúde da Família e refletir a cerca da compreensão dos profissionais das equipes sobre o papel do fonoaudiólogo.Objetivo: Verificar e analisar a visão e o conhecimento dos profissionais das Unidades sobre a atuação e o papel do fonoaudiólogo na atenção básica.Metodologia: Participaram da pesquisa 5 profissionais da equipe NASF e 5 da equipe ESF, sendo 1 médico e 5 agentes comunitários e saúde, de uma Unidade Básica de Saúde onde há uma fonoaudióloga há 3 meses (UBS1) e 4 profissionais da equipe NASF e 7 da equipe ESF, sendo 2 médicos, 2 enfermeiras e 3 agentes comunitários de saúde de uma Unidade onde há uma fonoaudióloga há 1 ano e 11 meses (UBS2). Ambas estão localizadas na Zona Leste do Município de São Paulo. Foi entregue a cada entrevistado um questionário contendo as seguintes perguntas: 1) Qual você considera ser o papel do fonoaudiólogo no NASF e 2) O que mudou na equipe com a entrada do fonoaudiólogo? Não era necessário que os profissionais se identificassem. As respostas foram analisadas qualitativamente e comparadas entre as Unidades.Resultados: Quanto ao papel do fonoaudiólogo, apareceram nas respostas dos sujeitos de ambas as Unidades as áreas de fala, aprendizagem, leitura e escrita e amamentação. As demais áreas de atuação do fonoaudiólogo, como disfagia, saúde auditiva e motricidade orofacial não foram citadas, o que sugere que a imagem da atuação do fonoaudiólogo ainda mostra-se vinculada às dificuldades de fala e linguagem. Os participantes apontaram ações de realização de triagens, consultas, visitas domiciliares, grupos terapêuticos, matriciamento e orientações como uma importante parte do trabalho do fonoaudiólogo. Estes aspectos demonstram uma visão ampliada do trabalho da Equipe NASF, pois estas são atribuições de todos os profissionais da equipe multiprofissional. Em relação às mudanças observadas, na UBS1, os participantes citaram principalmente melhoria nas discussões de caso e planejamentos, bem como no acesso ao serviço por parte dos usuários, enquanto na UBS2, observaram-se maior variedade nas respostas, como diminuição e qualificação da lista de espera, desenvolvimento de ações de educação, agilidade nos encaminhamentos, entre outros. Estes dados sugerem que na Unidade onde o fonoaudiólogo está inserido há mais tempo existe maior compreensão e visibilidade das ações desenvolvidas.Conclusão: É necessário que o fonoaudiólogo das Equipes NASF contribua com a divulgação da Fonoaudiologia, ampliando a visão das equipes e investindo na visibilidade e impacto de suas ações, em busca da melhoria da qualidade de vida da população. ABORDAGEM FONOAUDIOLÓGICA EM SAÚDE AUDITIVA COM ADOLESCENTES ESCOLARES NA ATENÇÃO BÁSICA. Melo CL. Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (FASM-SP) Introdução: A música na sociedade moderna é também usada como lazer e prazer, mas estudos apontam que o uso do player portátil em alta intensidade está contribuindo para uma futura geração de surdos. Objetivos: Aliar a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva ao Programa Saúde nas Escolas propondo ações de prevenção á saúde auditiva em escolares adolescente da cidade Tiradentes/SP que fazem uso dos players portáteis e frequentam ambientes com amplificação sonora elevada. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão da literatura científica realizada através do levantamento e análise de artigos encontrados nas bases de dados via internet (Literatura da América Latina e Caribe – LILACS; Scientific Eletronic Library Online – SciELO e Ministério da Saúde ) no período de abril a junho de 2010. O público alvo desta pesquisa é adolescente de ambos os sexos estudantes de escolas públicas da cidade Tiradentes/SP. Resultados: A Cidade Tiradentes tem 217.127 mil habitantes sendo que 40.727 mil (18,7%) têm entre 10 a 19 anos. O Sistema de Ensino no Brasil ultrapassa a casa dos 33 milhões de jovens matriculados no Ensino Fundamental e mais de 8 milhões de adolescentes e jovens são atendidos no Ensino Médio da rede pública. Na comunidade pesquisada, 26 escolas são do ensino fundamental (5ª a 8ª série) e 10 do ensino médio. As várias literaturas pesquisadas apontam para uma futura geração de surdos em decorrência de hábitos inadequados à saúde auditiva. Conclusões: Ações de saúde auditiva em jovens/adolescentes escolares é importante para prevenir perdas auditivas determinadas pela exposição a ambientes com elevada amplificação sonora e uso inadequado de players portáteis em alta intensidade. AÇÃO COMPARTILHADA ENTRE A FONOAUDIÓLOGA, PSICÓLOGA E AGENTE COMUNITÁRIA DE SAÚDE – O GRUPO TERAPÊUTICO COMO ESTRATÉGIA PARA DEMANDA DE CRIANÇAS COM ALTERAÇÃO DE FALA, ACADÊMICA E DE COMPORTAMENTO. Namem VC, Viabone SA. Associação Saúde da Família/ASF Introdução: O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), referência desse trabalho, compôs a Estratégia de Saúde da Família (ESF) na região sudeste do município de São Paulo, no período de Novembro/2008 a Março/2010. Proporcionou cobertura a duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território de Sapopemba, a UBS Teotônio Vilela, onde estão locadas 7 equipes de Saúde da Família (SF) e a UBS Humberto G. Bodra, com 5 equipes SF. Para apropriação da população adscrita, diagnóstico do território e integração com a ESF, o NASF iniciou a participação em reuniões de equipes, sendo os profissionais divididos em duplas de referência. No início, as entradas às reuniões da equipe SF se davam quinzenalmente e posteriormente, por questões metodológicas, passou a ocorrer mensalmente. Nas primeiras entradas a essas reuniões, algumas equipes SF apresentavam listas com a demanda reprimida da UBS, que aguardavam atendimento especializado. Em tal demanda pudemos observar que a maioria dos pacientes eram crianças com queixas escolares, de fala e comportamento; adultos com queixas de dores físicas crônicas e de saúde mental, que aguardavam atendimento especializado. Nesse trabalho, vamos nos ater na demanda infantil da UBS Teotônio Vilela, onde foram desenvolvidos grupos terapêuticos compartilhados entre a fonoaudióloga, a psicóloga e as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Objetivo: Descrever a experiência vivenciada do trabalho em grupo terapêutico com crianças e seus responsáveis, através de ações compartilhadas entre profissionais do NASF e da ESF. Metodologia: A partir da demanda levantada e triagens realizadas pela fonoaudióloga e psicóloga, foi observada a necessidade da realização de 2 grupos terapêuticos de crianças/responsáveis. Os grupos foram divididos por patologia e faixa etária: Grupo Tagarela (alteração de fala e comportamento, 4 a 6 anos) e Grupo Contar e Aprender (alteração acadêmica e de comportamento, 8 a 11 anos). Os mesmos funcionavam semanalmente. Os grupos tiveram dez meses de duração, sendo finalizado devido à saída das terapeutas da UBS. Resultado: Puderam-se observar transformações em dois âmbitos do trabalho: na efetividade do matriciamento nas ações compartilhadas entre ESF/NASF e, concomitantemente, através da troca de experiências, o surgimento de novos modelos de identificação e vínculo dos profissionais, crianças e responsáveis, o que nos revelou aparente ganho para as crianças, tanto na fala quanto na questão comportamental. Observou-se também, maior comprometimento dos pais em auxiliar as crianças no âmbito escolar, maior compreensão e melhor abordagem quanto à alteração de fala e melhora na auto-estima dessas crianças Conclusão: O trabalho compartilhado entre profissionais com conhecimentos específicos e com visão de equipe ampliada pode apresentar bons resultados, pois se completam. A inserção do ACS e dos pais possibilitou um olhar diferenciado para o planejamento das ações, a ampliação do olhar sob a patologia, mudanças na dinâmica de funcionamento e maior comprometimento e co-responsabilidade, necessárias e importantes para o processo de trabalho. ACOMPANHAMENTO NO PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: INTERFACE COM A ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. Araújo ES, Alvarenga KF. Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Departamento de Fonoaudiologia. Introdução: Embora o acompanhamento audiológico dos neonatos de risco seja indicado insistentemente por diferentes comitês, há poucos estudos em relação ao mesmo e nenhum relacionando-o à atuação do agente comunitário de saúde. Objetivo: Realizar o acompanhamento de crianças que obtiveram resultado “passa” na triagem auditiva neonatal (TAN), mas apresentavam indicadores de risco para deficiência auditiva, por meio de um instrumento de fácil aplicação por agentes comunitários de saúde. Metodologia: Participaram 598 recém-nascidos de risco que haviam obtido o resultado “passa” na TAN no período de junho-2007 a novembro-2008 no Programa de TAN da Maternidade Santa Isabel – Bauru/SP. Realizou-se uma triagem telefônica por meio de um questionário, contendo questões sobre o desenvolvimento da audição e da linguagem. Para cada questão havia duas possibilidades de resposta “sim” ou “não” e considerou-se como resultado “falha”, a obtenção da resposta “não” para pelo menos uma questão. Tal resultado determinava a necessidade de avaliação audiológica. Resultados: Realizou-se a triagem telefônica com 392 famílias (65,55% da casuística inicial), com as demais não foi obtido contato, nem por telefone e nem mesmo por meio de cartas. Deste total, 364 (92,86%) obtiveram resultado “passa” e 28 (7,14%) responderam “não” para pelo menos uma questão e, portanto, foram agendados para avaliação. Das 28 crianças agendadas observou-se uma taxa de evasão de 12 crianças (42,86%) mesmo após esclarecimento da importância da avaliação proposta e tendo sido feito em média cinco reagendamentos em horários flexíveis à dinâmica familiar. Dentre as 16 (57,14%) que compareceram, seis apresentavam alterações de linguagem e cinco alterações audiológicas, sendo quatro perdas auditivas condutivas e uma sensorioneural com características de Espectro da Neuropatia Auditiva. Todas as crianças iniciaram o tratamento necessário. Conclusão: o acompanhamento caracteriza-se por dois extremos: a importância e as dificuldades para sua concretização. A atuação de agentes comunitários de saúde na área de saúde auditiva infantil pode ser vista como uma opção, uma vez que estes profissionais estão distribuídos por todo o país e poderiam inserir em sua rotina a aplicação de questionários sobre o desenvolvimento da audição e da linguagem, favorecendo a realização do acompanhamento audiológico. APOIO MATRICIAL E O PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR NA EXPERIÊNCIA DO NASF LAPA PINHEIROS Parrado-Moran MES, Serrano OF. NASF Lapa-Pinheiros _ Coordenadoria Centro Oeste Introdução: Com o início do NASF na Supervisão Lapa/Pinheiros, foram implantadas atividades de apoio matricial e a construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) com os profissionais do NASF junto as Equipes de Saúde da Família. A expectativa inicial dessas equipes era aumentar a possibilidade de encaminhamentos para especialistas. Esse relato conta a experiência de mudança dessa expectativa para um trabalho co-responsável e integrado. Objetivos:Conforme a portaria de criação do NASF, o objetivo é ampliar a abrangência e o escopo das ações na Atenção Básica, a resolutividade das ações, a responsabilidade compartilhada, assim como a revisão da prática de encaminhamento com base nos processos de referência e contrareferência, entre outros.Metodologia: Foram criadas duplas de referência para cada equipe de saúde da família, que contava com profissionais de áreas distintas (saúde mental e reabilitação). Essas duplas participavam quinzenalmente, realizando discussões sobre as famílias acompanhadas e as ações prioritárias no território. Esse processo foi avaliado em oficinas com todos profissionais envolvidos (promovido pela Coordenadoria Centro-Oeste), onde os principais resultados foram: a presença semanal do NASF nas reuniões; o contato direto das equipes com todos os profissionais do NASF; a necessidade de um instrumento de registro e organização dos PTS; ampliação das ações compartilhadas. Numa das unidades, foi fortalecida a idéia de reuniões diárias, para a organização local e facilitar a participação do NASF. Resultados alcançados: As principais mudanças foram: fim dos profissionais de referência, a participação do maior número possível de profissionais NASF nas equipes e a entrada semanal. Como resultado qualitativo, a maioria das equipes questionou a forma de encaminhamento realizada, que reduzia ao tratamento do sintoma pelo profissional especialista. Ficou fortalecida a idéia do PTS, em co-responsabilidade NASF e equipes, com a visão mais integral do usuário e seu contexto familiar e social. Foi criada uma ficha para a organização do PTS, com os seguintes itens: dados do usuário e família; diagnóstico; avaliações; atores envolvidos no processo; ações e objetivos; metas; orientações comuns; pactuação com o usuário; ocorrências e dificuldades. A partir da experimentação da ficha, esta foi reformulada, separando o processo de diagnóstico e avaliação da situação atual e a evolução do projeto. Foi criada uma ficha dupla, a primeiramente com: dados do usuário, a demanda e o diagnóstico; genograma e breve histórico; dificuldades; metas; ações, atores envolvidos e objetivos. Na segunda parte com as ações realizadas e os resultados encontrados. Conclusões:O sucesso do trabalho do NASF e ESF depende de uma pactuação constante e do envolvimento das diferentes instancias (coordenadoria, supervisão, gerências e equipes) para produção de processos de trabalhos eficientes, co-responsáveis e integrados. APRENDIZAGEM ATIVA Machado MAMP, Andreo JC. Faculdade de Odontologia de Bauru-USP O Programa de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) veio proporcionar, à Faculdade de Odontologia de Bauru-Universidade de São Paulo (FOB-USP), a possibilidade de aprimorar o processo de formação profissional nos dois cursos, Odontologia e Fonoaudiologia, enquanto qualifica o sistema local de assistência, reduzindo o distanciamento entre os mundos acadêmico e o de prestação real dos serviços de saúde. Neste projeto, um dos seus vetores salienta a necessidade de instrumentalizar estudantes e profissionais de saúde por meio da educação permanente, promovendo situações de reflexão e encontros para compartilhamento das experiências significativas. Assim, a “Proposta de reorientação da formação em Odontologia e Fonoaudiologia da FOB-USP” contempla duas disciplinas, que fazem parte do Programa de Aprendizagem Saúde Coletiva e ocorrem no segundo semestre do primeiro ano e primeiro semestre do segundo ano, voltadas para a formação conjunta das equipes de saúde da família e dos estudantes desses dois cursos. O objetivo desse trabalho é apresentar um relato de caso sobre os resultados obtidos com essa prática. Os dados epidemiológicos salientaram os problemas mais prevalentes na região: hipertensão arterial, diabetes, hábitos orais deletérios e dificuldades para amamentação da criança até os 2 anos de idade. Esses temas foram pesquisados, trabalhados em pequenos grupos acompanhados por tutores e repassados à população-alvo em visitas domiciliares e atuação em creches e escolas de ensino fundamental. Também foram elaboradas apostilas para os profissionais de saúde e folhetos para a população com os temas investigados que serão impressas e distribuídas para todas as unidades de saúde do município. Além disso, houve a criação de projetos para melhoria da qualidade de vida, referentes à coleta seletiva do lixo doméstico, adubo orgânico, horta comunitária e/ou doméstica, aproveitamento total de alimentos, formação de corais para crianças, adultos e idosos, e coleta de dentes decíduos humanos para doação ao banco de dentes humanos da FOB-USP, os quais serão implantados ao longo dos próximos dois anos com auxílio de diversas secretarias do município e, os dois últimos, com a assessoria dos estudantes. Dessa forma, houve uma prática significativa que atuou com o vetor específico, educação permanente, e, indo além, atingiu todos os vetores do eixo A.Orientação Teórica (Determinantes de saúde-doença, Pesquisa ajustada à realidade local, Educação permanente); ao menos um do eixo B.Cenários de Prática (Integração ensino-serviço e Intersetorialidade) e todos do eixo C.Orientação Pedagógica (Integração de disciplinas básicas e profissionalizantes, Análise crítica dos serviços e Aprendizagem ativa) trazendo ganhos para todos os implicados. ATENÇÃO À SAÚDE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI MIRIM: FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO. Botasso KC, Lino MAO, Cavalheiro MTP, Faria VF, Guarnieri IM. Prefeitura Municipal de Mogi Mirim Introdução: o município de mogi mirim organizou a atenção à saúde, pautada nos princípios do sus, a equipe organizou o fluxograma de atendimento, respeitando os níveis de atenção onde há a inserção do profissional fonoaudiólogo, na atenção básica e especializada. objetivo: organizar a rede de assistência à saúde. metodologia: a porta de entrada para o serviço é a unidade básica de saúde (ubs) e nesse nível de atenção são desenvolvidas várias ações como: acompanhamento pelo protocolo de observação do desenvolvimento infantil, triagens, projeto cantoterapia, orientação à gestante, saúde do escolar; usuários que são referenciados por profissionais da saúde e/ou escola ou por demanda espontânea. o profissional poderá ter como conduta na atenção básica acompanhar o paciente na ubs e/ou encaminhar para atenção especializada dependendo da individualidade e complexidade de cada caso. o fluxograma da atenção especializada inclui atendimento terapêutico, cemei (centro municipal de educação inclusiva), avaliação audiológica (audiologia clínica e serviço especializado em engenharia, saúde e medicina do trabalho - seesmt) e adot (atendimento domiciliar terapêutico), sendo que cada um segue um fluxograma de referência e contra referência que envolve tanto os profissionais da atenção básica, especializada como também do departamento da educação. resultados: a construção do fluxograma organizou a assistência á saúde, respeitando os níveis de atenção. conclusão: a integração das ações tanto da atenção básica como especializada favorecem a promoção da saúde integral do indivíduo, ações que podem ser atingidas individualmente pelo profissional ou através de ações multiprofissionais, interdisciplinares e/ou intersetoriais. a construção do fluxograma de atendimento foi considerada um dos pontos fortes para a gestão municipal após a avaliação no processo de acreditação.situação. quando há demanda para atendimento individual, os sujeitos são referenciadas para a ubs, onde são articuladas ações envolvendo equipe multiprofissional da área da saúde como médicos, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermagem, serviço social, orientação nutricional, entre outros. o acesso a cada especialidade é definido a partir da organização e funcionamento de cada serviço, definidos em protocolos e fluxograma. ocorrerá através de ações nas unidades básicas de saúde ou qualquer outro equipamento da área da saúde, dependendo de cada caso.resultados - atingiu cem por cento das unidades educacionais do município (creches e escolas), promovendo a intersetorialidade entre os profissionais da saúde e da educação.conclusão - a integração entre os sistemas de educação e de saúde pode ocorrer a partir da organização da atenção básica, entendida como espaço que centraliza e coordena as ações coletivas nas creches, escolas e outros espaços sociais, denominadas de extramuros. a possibilidade de participação de diferentes categorias profissionais, constituindo equipes multiprofissionais, interdisciplinares e intersetoriais exige planejamento e organização de ações articuladas entre a saúde e a educação. o potencial que as escolas possuem contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais saudáveis, e as diferentes especialidades da área da saúde e educação devem partilhar tempo, energia e recursos financeiros, potencializando-os. ATRASO DE LINGUAGEM: PROPOSTA DE ACOLHIMENTO DIFERENCIADO EM FILA DE ESPERA. Ribeiro MG, Friedman S. Pontíficia Universidade Católica de São Paulo Introdução: Os termos “Retardo de linguagem” e “Atraso na Aquisição da Linguagem” têm sido utilizados para classificar crianças com problemas de linguagem de natureza não-orgânica (BEFILOPES, 2004). Enfocaremos o retardo ou atraso de linguagem, compreendidos como ausência ou atraso na manifestação da linguagem na idade esperada, e marcados pela presença de alterações ou sinais lingüísticos característicos de crianças mais novas (MANDRÁ, 2008). Tfouni e Ferriolli (2001) ao relacionar o atraso de linguagem com as relações que se estabelecem entre pais e filhos destacam aspectos que influenciaram a linguagem da criança: medos, ansiedades, expectativas e atitudes dos pais como: responder pelo filho, antecipar sua fala, falar para e pela criança, mesmo quando demonstram habilidades comunicativas. Araújo et al (no prelo) analisaram a influência de orientações fonoaudiológicas às famílias de crianças com atraso na aquisição da linguagem e os resultados demonstraram que após as orientações fonoaudiológicas, houve mudança no comportamento familiar, com melhor compreensão das intenções comunicativas, melhora na comunicação e na interação pais e filhos. Crianças com atrasos na linguagem aguardam em fila de espera, podendo esperar até 5 anos para o atendimento fonoaudiológico. Para o enfrentamento desses problemas, por não haver possibilidades de atendimento imediato e na expectativa de criar um modo para minimizar os efeitos da espera é que este estudo foi proposto. Objetivo: Verificar a eficácia de um procedimento de acolhimento diferenciado a crianças com atraso na linguagem oral, que aguardam em fila de espera por atendimento fonoaudiológico. Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/SMS no Protocolo nº 325/10. Para a seleção dos sujeitos foi feito um levantamento das queixas presente na fila de espera de uma UBS na zona sul de São Paulo e verificou-se que 50% das queixas referiam-se a atraso de linguagem. Foram selecionados 4 pais em fila de espera, cujos filhos tinham idade entre 2 e 5 anos, e com queixa de atraso de linguagem. Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Entrevista Inicial, Questionário e Avaliação de Linguagem. Após a análise dos dados, foram marcados 3 encontros mensais com as famílias, quando a pesquisadora propôs ações favoráveis ao desenvolvimento oral e da linguagem. Após 3 meses houve reaplicação das ferramentas descritas, que permitiu verificar mudanças nos hábitos orais, na linguagem das crianças e nas atitudes comunicativas entre pais e filhos. Resultados: os achados finais apontam uma melhora na linguagem das crianças e na comunicação entre pais e filhos. Conclusão: Este estudo indica a relevância de programas de orientações fonoaudiológicas a pais de crianças com atraso de linguagem que aguardam em fila de espera por atendimento fonoaudiológico. ATUAÇÃO COMPARTILHADA DO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA/ESTRATÉGIA SAUDE DA FAMILIA EM GRUPOS TERAPÊUTICOS DE FONOAUDIOLOGIA COM INSERÇÃO DA PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL. Garcia GM, Aversam SV, Almeida SR. Associação Saúde da Família (ASF) – PMSP Introdução: A equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que desenvolve seu trabalho junto as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) na área de abrangência – Unidade Básica de Saúde (UBS) Reunidas II – Sapopemba – Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste, propôs e efetivou de acordo com a demanda populacional do referido território e com base em vivências anteriores de grupos terapêuticos específicos de fonoaudiologia, a ampliação das ações compartilhadas com a inserção da psicologia e do serviço social. Objetivo: Relatar a experiência de criação e ampliação da atuação compartilhada em grupos terapêuticos de Fonoaudiologia realizados pela ESF/NASF. Metodologia: Os grupos terapêuticos Clubinho da Fala (estimulação de fala e linguagem em crianças de 3 anos à 5 anos e 11 meses), Tagarela (adequação da comunicação oral em crianças a partir de 6 anos) e Contar e Aprender (adequação da comunicação gráfica em crianças a partir dos 7 anos), foram criados para as crianças/adolescentes do território com queixa de alteração de fala, linguagem e aprendizagem. No período de Maio/2009 a Março/2010, o grupo foi realizado pela fonoaudióloga e ACS’s que através de encontros semanais com atividades estratégicas, avaliaram que os pacientes alcançaram ganhos mas, que as dificuldades sócio-culturais e nas relações familiares dificultavam o processo de trabalho. Com esta leitura, na revisão do planejamento dos grupos, foram estabelecidas duas estratégias: a participação nos grupos da psicóloga (04/2010) e, posteriormente da assistente social (06/2010), semanalmente ou quinzenalmente e a participação dos responsáveis pelas crianças e adolescentes em todos os encontros. Resultados: Observa-se que com a ampliação das diferentes áreas de atuação, a troca de saberes e a aproximação com os familiares possibilitou o surgimento de uma nova concepção de estimulação e desenvolvimento da fala e da aprendizagem, além de uma maior aliança, interesse, integração e novos olhares ao desenvolvimento infanto-juvenil, tanto por parte dos pacientes/responsáveis como dos profissionais que compõem o grupo. Foi necessário, no decorrer do processo grupal, o desenvolvimento de outras estratégias de ação: como atendimentos compartilhados a algumas famílias e articulações com escolas e outros equipamentos da rede. Conclusão: As mudanças na dinâmica de funcionamento dos pacientes/familiares do grupo podem estar relacionadas a ampliação psicossocial, cultural e intelectual que se dão através das trocas e experiências vivenciadas nas atividades desenvolvidas nos grupos. Quando compreendemos e trabalhamos com o entendimento do indivíduo como um Ser biopsicossocial e respeitamos sua singularidade e o contexto em que está inserido, temos a possibilidade de nos deparar com o desenvolvimento da autonomia das crianças/adolescentes/familiares, convidando-os a serem protagonistas de sua história, através de apoio da Atenção Básica. ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NO PSF: UM OLHAR PARA ALÉM DO ESPECÍFICO. Paes CF, Malerbi FF, Greco TDM, Martins JE. NASF Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia Introdução: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde com o objetivo de apoiar as equipes de Saúde da Família (ESF), com base nas diretrizes da Estratégia de Saúde da Família . Os NASF contam com profissionais de diversas áreas que atuam juntamente com as ESF em suas reuniões para a elaboração do projeto terapêutico singular/ coletivo, os quais são norteados pelo conceito de clínica ampliada e pelo apoio matricial. As necessidades do território ou da família direcionam as ações no âmbito da prevenção, promoção ou reabilitação. A fonoaudiologia é uma das categorias inseridas nas equipes dos NASF da supervisão Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, região norte de São Paulo, em parceria com a Associação Saúde da Família. Objetivo: Refletir sobre as ações desenvolvidas pelos fonoaudiólogos dentro do PSF, em conjunto com os demais profissionais do NASF e da ESF, tendo em vista o olhar além do específico. Método: Relato e reflexão de experiências por meio de grupo de discussão das fonoaudiólogas que trabalham na Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, no período que varia de 4 meses a 2 anos.Resultados: A reflexão permitiu às profissionais atentarem para a prática fonoaudiológica na saúde coletiva. A inserção desta categoria possibilitou o melhor entendimento sobre as suas ações coletivas pelas ESF, tendo como conseqüência a co-responsabilização pelos casos discutidos e a fragmentação do foco no sintoma, permitindo uma visão holística do indivíduo. A atuação transdiciplinar do fonoaudiólogo inserido no NASF possibilita a ampliação do conhecimento para além do específico, o que qualifica o profissional pensar a prática no coletivo e no tratamento do indivíduo junto de sua família de uma forma mais completa. A ação específica da fonoaudiologia referente aos encaminhamentos para reabilitação conta com obstáculos na rede de apoio. Por este motivo, criou-se uma Comissão de Reabilitação como recurso para novas reflexões, que é composta por profissionais de outras categorias, para possibilitar e garantir um espaço de discussão com os equipamentos da rede oferecida na região norte. Conclusões: O fortalecimento do vínculo entre ESF e NASF, bem como comissões, discussões entre os profissionais que trabalham em conjunto, possibilitam a compreensão da atuação da categoria no coletivo, permitindo a construção de planos de ação para a saúde da família e comunidade, assim como contribuem para criação de estratégias para superar os entraves que as ações específicas da fonoaudiologia possuem na atenção primária desta região. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA QUANTO A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL. Pinto AGL, Lório AAM, Motta CP, Silva FCP, Lima MCMP Introdução: A promoção da saúde é uma prática significativa, fazendo parte das ações previstas do Sistema Único de Saúde, ocorre nas Unidades Básicas de Saúde - UBS, por meio de orientações, campanhas, entre outros, contudo ela não deve se restringir as Unidades, sendo as escolas um local importante de atuação, por meio de intervenções que visam à educação em saúde. Objetivo: Este trabalho objetiva descrever a atuação fonoaudiológica em um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), que ocorreu como parte da proposta da disciplina Fonoaudiologia Comunitária do terceiro ano do curso de Graduação em Fonoaudiologia na Universidade Estadual de Campinas no primeiro semestre de 2010. A CEMEI está localizada em um bairro do Distrito Norte da cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, onde existe um Centro Municipal de Saúde. A região é caracterizada, em sua maioria, por uma população de nível sócio-econômico baixo. A escola é formada por crianças com até cinco anos de idade, distribuídas em agrupamentos conforme a faixa etária. Metodologia: A atuação fonoaudiológica, tendo o objetivo de desenvolver atividades de promoção da saúde em contexto lúdico, contou com a construção e utilização de materiais como fantoches, figuras, entre outros. As atividades desenvolvidas visaram abordar questões recorrentes na escola, detectadas por meio de triagem fonoaudiológica, realizada previamente à intervenção, dentre elas saúde vocal e auditiva, hábitos deletérios, higiene oral, entre outras. A atuação ocorria semanalmente, com temas que correlacionavam Fonoaudiologia e saúde, tendo como base a proposta pedagógica da escola, com o consentimento da instituição e dos pais. Houve, ainda, um trabalho paralelo com a comunidade escolar – profissionais e pais, por meio de espaços de discussão e entrega de folhetos informativos. Resultados: Os resultados foram obtidos ao longo da intervenção, direcionando as próximas atuações, foram compilados ao relatório semestral, apresentado como devolutiva à instituição. Foi possível notar, no decorrer do semestre, que as crianças apresentavam-se satisfeitas e disposto a participar das atividades. Conclusão: Concluiu-se que houve uma aprendizagem significativa por parte das crianças, que sempre retomavam os assuntos abordados na sala de aula e em casa. Notase, também, um aumento significativo no vocabulário delas, o que mostra que a atuação se fez importante e deve ter continuidade. A intervenção tem caráter importante, uma vez que contribui para o aprendizado das crianças sobre os temas abordados, tornando-as sujeitos ativos na melhoria de sua qualidade de vida. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO BÁSICA: CASOS DE ESCRITA. Andrade JCA, Freire RM Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia PUC-SP. Introdução: É crescente o número de crianças que são encaminhadas para a atenção básica, por apresentarem algum tipo de entrave no processo de escolarização. Os erros presentes nos textos iniciais de crianças são tomados, muitas vezes, de forma equivocada, como sintomas de dificuldades na aprendizagem. Este engano afeta o professor e, pior, os próprios profissionais de saúde, entre eles, o fonoaudiólogo. Ignora-se que o percurso da criança em sua relação com a escrita passa pelo o erro para se constituir efetivamente. Objetivo: O objetivo dessa comunicação é investigar a aquisição da escrita bem como o papel do erro encontrado no período da alfabetização, no campo de uma Fonoaudiologia articulada com a Psicanálise lacaniana para diferenciar os sintomas de linguagem e os ditos “distúrbios de aprendizagem”. Metodologia: Leituras e análises de produções acadêmicas realizadas nos campos da Pedagogia e Fonoaudiologia e de estudos contemporâneos realizados pela linha de pesquisa “Linguagem e Subjetividade” – Puc/SP, serão tomadas pela revisão bilbiográfica. Para a investigação, escritas escolares de uma criança em fase de alfabetização serão analisadas com base em um modelo estruturado por um sistema multiestratificado que comporta a língua, a fala, a escrita, o sujeito, o Outro, (que, segundo Lacan, refere-se ao tesouro dos significantes em que o sujeito falante está imerso) e os processos metafóricos e metonímicos. A estrutura deste modelo implica que não há como separar corpo e linguagem, sujeito e sua fala/escrita. Resultados: A análise das escritas da criança encontrou um sistema de traços, anterior ainda a emergência de grafemas que será apresentado e discutido, à luz do modelo adotado. Conclusão: Não há como olhar apenas para o “erro” e julgá-lo inapropriado, visto que ele faz parte da constituição da escrita da criança, que já foi escrita pelo “Outro”. Por isso, o fonoaudiólogo é fundamental para contribuir na instrumentalização de agentes comunitários e professores que atuarão diretamente com estas crianças em sala de aula. A análise da linguagem escrita sob outro olhar, indica que a aquisição da linguagem não pode ser entendida como um mero “processo” provedor de “falhas”. A escrita da criança é uma forma que toma a sua subjetividade, por isso o erro da criança indicia seu caminho em sua captura pela escrita. Portanto, a clínica fonoaudiológica aqui posta caminha em direção à subjetividade, possibilitando ao terapeuta ver não só o escrito, mas interpretar para além do sintoma na escrita, para ali encontrar o sujeito. BRINCANDO COM A SEMÂNTICA. Lefevre AP, Ferreira CC, Reis P, Freire MRS, Ferrari S, Freixo DM, Bernardo VM. UnG – Universidade Guarulhos Introdução: A clínica de fonoaudiologia da Universidade de Guarulhos realiza há três anos um projeto que promove a reabilitação em grupo de crianças de até 6 anos de idade com alterações do desenvolvimento da linguagem. Estas crianças fazem parte da comunidade local e não têm condições de arcarem com tratamentos particulares. A demanda de alterações nesta faixa etária é bastante grande, tendo sido inscritos no último ano cerca de 260 novos casos na clínica escola.Objetivo: O objetivo do programa é a estimulação da linguagem por meio de interação, jogos lúdicos, estimulação das habilidades auditivas e da motricidade orofacial. As atividades em grupo relacionadas aos diversos campos semânticos, propiciam meios de estimular brincando buscando adequar o desenvolvimento da linguagem. Metodologia: Na recepção da clínica é realizada uma inscrição e após serem selecionadas e avaliadas as crianças são chamadas para iniciarem a terapia.São formadas equipes de estagiários, discentes do quarto semestre do curso de Fonoaudiologia, que são responsáveis pelo atendimento de grupos de crianças da mesma faixa etária e padrão de fala e linguagem semelhante. Num primeiro momento é realizada a anamnese com os pais, em seguida, a aplicação de protocolos de avaliação para identificação dos déficits de desenvolvimento de linguagem. Após conhecimento das crianças, estas são separadas por idade e “patologia”. Posteriormente são realizadas seis sessões de terapia de estimulação envolvendo aspectos de linguagem, habilidades auditivas e motricidade orofacial. Cada sessão tem como base um campo semântico previamente estabelecido: animais, vestuário, alimentos, meios de transporte, brinquedos e instrumentos musicais, cores e formas.Resultados Ao fim do semestre são reaplicados os questionários de avaliação para comparação.Tem se notado significante evolução dos aspectos trabalhados. Conclusão: Ao longo de três anos de projeto, concluímos que a terapia em grupo é extremamente eficiente para o desenvolvimento da linguagem de crianças até 6 anos. CAMPANHA DE TRIAGEM AUDITIVA COMPORTAMENTAL EM CRIANÇAS DE 6 A 24 MESES NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO DISTRITO DO CAPÃO REDONDO. Araujo CB, Carvalho LRL, Ferrari CSM, Geribola FC. PSF-UNASP Introdução: Para que a criança adquira e desenvolva a linguagem é preciso que ela escute, ou seja, a integridade anatomofisiológica do sistema auditivo é um pré-requisito para que a criança fale. Nos primeiros anos de vida acontece grande desenvolvimento linguístico e intelectual do indivíduo. Por isso, quanto antes ocorrer a identificação da alteração auditiva, pode-se tomar medidas que propiciem a reabilitação, melhorando o desenvolvimento da função auditiva e a qualidade de vida da criança. Northem & Dows (1978) definem triagem auditiva como um processo de se aplicar a um grande número de indivíduos medidas rápidas e simples, que irão identificar aqueles com alta probabilidade de portar um distúrbio na função auditiva. Sabe-se que existem testes eletrofisiológicos, de alta tecnologia, para realizar avaliação audiológica, mas estes não substituem a avaliação comportamental por ser de fácil aplicação e baixo custo. Objetivos: Identificar precocemente alterações auditivas em crianças de 6 a 24 meses para que estas não sofram atraso na aquisição e desenvolvimento da linguagem. Metodologia: A triagem foi realizada nas doze unidades básicas de saúde do distrito do Capão Redondo concomitante à campanha de vacinação contra poliomielite, no período de um ano (de junho/2009 a junho/2010). Primeiramente, os responsáveis pela criança responderam a uma breve anamnese. Em seguida, utilizou-se um guizo para o teste de localização sonora e um agogô para avaliação do reflexo cócleo-palpebral. Todas as crianças foram submetidas também a uma avaliação vocal, na qual se testou as habilidades de reconhecimento, discriminação e compreensão de fala. As respostas foram analisadas conforme a faixa etária de cada criança. As crianças que falharam na triagem foram encaminhadas para avaliações audiológicas mais completas. No caso das crianças que passaram na triagem, no entanto apresentaram qualquer tipo de atraso, seja de linguagem ou nos demais aspectos do desenvolvimento, foram dadas orientações aos responsáveis e agendadas avaliações individuais quando necessário. Resultados: Os dados obtidos na triagem estão dentro do esperado com base na prevalência de deficiência auditiva na região. Todas as famílias, mesmo aquelas cujas crianças passaram na triagem, receberam orientações quanto aos cuidados com a audição na infância, uma vez que grande parcela da população atendida desconhecia tais informações. Outro achado importante foi a elevada proporção de crianças com atraso de linguagem, o que pode ser explicado pela alta taxa de crianças com otites de repetição, fator desencadeante de privação auditiva temporária que pode afetar o desenvolvimento de linguagem. Conclusão: A campanha obteve êxito em identificar as crianças com atraso no desenvolvimento, tanto auditivo quanto de linguagem, propiciando a intervenção precoce nesses casos, e, ainda, a promoção da saúde de todas as crianças avaliadas. CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO DO FONOAUDIÓLOGO NO NASF – DEMANDA RECEBIDA, ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO E MODELO DE CLÍNICA. Rocco Oliveira F, Buccini GS. Instituição – APS Santa Marcelina Introdução: O processo de construção e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece como um de seus pilares conceituais, o princípio da Integralidade. Esta condição solicita ao serviço a implementação de novas áreas de conhecimento para que façam parte do serviço de atenção primária, e assim possam responder com efetividade as necessidades encontradas. Nesta perspectiva, a Fonoaudiologia, juntamente com outras categorias profissionais da saúde, adentram a agenda da saúde pública, e a área dos Distúrbios da Comunicação passam a ser um novo campo a ser explorado pela Estratégia Saúde da Família (ESF). É em 2008 que este movimento toma lugar formalizado e é institucionalizado. Com o objetivo de ampliar a efetividade das ações da atenção básica, fortalecer e complementar o trabalho da ESF, bem como sua resolubilidade e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica, iniciou-se a implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) (Brasil, 2008). Os NASFs são equipes multiprofissionais que atuam em parceria com a ESF, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes. Esses profissionais têm a função de apoiador das ESFs e, portanto, devem atuar ao lado dos deles na reflexão conjunta e na criação de estratégias coletivas de intervenção mais potentes e resolutivas. Neste trabalho conjunto, a responsabilização compartilhada entre as ESF e NASF se torna elemento chave, prevendo a revisão da prática rotineira do encaminhamento com base nos processos de referência e contra-referência, e ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal das famílias, atuando no fortalecimento de seus atributos e no papel de coordenação do cuidado no SUS. Objetivo: Mediante esse novo paradigma de clínica e atuação terapêutica, torna-se importante refletirmos sobre a inserção do fonoaudiólogo na ESF para o direcionamento da atuação e formação desta categoria profissional ao compor o NASF. Metodologia: Este trabalho é um relato de experiência sobre a vivência da fonoaudiologia no NASF, realizado por um fonoaudiólogo que compõem uma equipe NASF e outro que realiza assessoria técnica a coordenadores e profissionais NASF. Resultados: É observado no cotidiano de trabalho dos fonoaudiólogos que a maioria das queixas trazidas são relativas ao desenvolvimento e comportamento infantil, a saúde mental em todos os ciclos de vida e patologias adquiridas (agudas ou crônicas). Com relação a perspectiva clínica-terapêutica utilizada por esse profissional, percebe-se que para cada necessidade, definida entre NASF-ESF, é estabelecido um modelo diferenciado de interlocução e escuta com o sujeito e sua família, utilizando diferentes estratégias e intervenção terapêutica: consultas de acolhimento, visitas domiciliares, grupos terapêuticos específicos ou compartilhados, grupos de orientação, acompanhamentos mensais/semanais/quinzenais, atividades educativas. Conclusão: É possível verificar que para a atuação do fonoaudiólogo no NASF, espera-se que o profissional, imbuído de sua criatividade e resiliência, possa construir uma prática reflexiva e contribuir cada vez mais para a efetividade da ESF e NASF. CO-TERAPIA NO TRABALHO COM DIFICULDADES ESCOLARES, DISFONIA E GAGUEIRA Ferreira RPI, Matsumori TTM. Prefeitura Municipal de Mogi Mirim – Departamento de Saúde Introdução: Conforme o mundo evolui é necessário mudar a forma de trabalhar com as crianças. Segundo Vygotsky (1991) “o aprendizado é mais do que a aquisição da capacidade de pensar, é a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre varias coisas”. Nesse sentido, a educação deve considerar as mudanças referentes ao conceito de sujeito, suas relações com a família, escola e comunidade. É necessário também considerar as relações da criança com as funções e usos da comunicação oral e escrita. A partir desse pressuposto, iniciamos em 1999 um trabalho transdisciplinar durante três anos no espaço físico da escola pública CAIC, pois, existia na mesma o Projeto Pronaica onde a prefeitura cedia profissionais da saúde para atuarem na escola, na qual foi instalada uma Unidade Básica de Saúde. A equipe era composta por pediatra, ginecologista clinico geral, dentista, nutricionista, psicólogo e fonoaudiólogo. A partir de 2001 o trabalho passou a ser realizado no Departamento de Saúde, apenas nas áreas de fonoaudiologia e psicologia. Objetivo: Propiciar à criança, aos pais e à comunidade escolar a percepção das suas habilidades e capacidades de modo que possa aplicá-las para o desenvolvimento da boa comunicação, do processo da aprendizagem escolar e relacionamento social. Metodologia: No processo coterapêutico, as crianças se colocam livremente, comentando assuntos do dia-a-dia e então são propostos jogos ou brincadeiras, sugeridas pelas terapeutas ou pelas crianças. Após o trabalho lúdico, faz-se o registro por escrito. A atividade de leitura é realizada concomitantemente aproveitando-se da atividade lúdica (regras de jogo, material que a própria criança traz etc.). Durante o processo terapêutico ocorrem situações emocionais e/ou comportamentais relevantes trabalhados pela psicóloga. Realiza-se também orientação familiar quinzenalmente. As sessões ocorrem semanalmente, com duração de 60 minutos e os grupos possuem no mínimo 5 crianças e no máximo 8, entre 9 e 14 anos. São realizadas visitas escolares duas vezes ao ano. Nos grupos de disfonia e gagueira trabalhamos com consciência corporal, respiratória e vocal. Fazemos reflexões com as crianças e com os pais sobre a evolução terapêutica da oralidade. Resultados: Pcte Alta atendido Perdeu Manteve vaga terapia outros 2002 a 2004 106 41 - 39% 31 - 29% 19 - 18% 15 - 14% 2005 a 2006 76 19 - 25% 21 - 28% 31* - 41% 4 - 6% 2007 49 19 - 39% 9 - 18% 21 - 43% - 2008 41 14 - 34% 5 - 12% 20 - 49% 2 – 5% 2009 44 17 - 39% 4 - 9% 21 - 48% 2 - 4% Conclusão: A porcentagem de alta mostra a importância da continuidade do trabalho co-terapêutico. A porcentagem de perda de vaga mostrou que o trabalho com a conscientização da família quanto ao seu papel no processo terapêutico foi efetivo, pois houve diminuição crescente. O trabalho com a família foi efetivo, pois, manteve o paciente em terapia e diminuiu em 20% a perda da vaga. DESCRIÇÃO DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA COM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM QUADROS DE DISFAGIA NA ALTA COMPLEXIDADE Greco AM, Tanaka CK. Hospital Infantil Darcy Vargas Introdução: No ambiente hospitalar é frequente a procura pelo fonoaudiólogo para avaliar e discutir quadros de dificuldades alimentares e suspeita de disfagia em bebês e crianças. No entanto, a complexidade da atuação neste ambiente associada à gravidade relacionada a estes quadros requer um roteiro ou protocolo bem estruturado para a avaliação, conduta e discussão adequada destes casos com as demais equipes do hospital. Objetivo: Apresentar um protocolo de atuação fonoaudiológica diante de quadros de dificuldades alimentares e disfagia num hospital pediátrico de alta complexidade e discutir as especificidades desta atuação. Metodologia: A atuação diante de quadros de dificuldades alimentares e disfagia foi proposta a partir de um protocolo ou roteiro de atendimento fonoaudiológico elaborado pelas fonoaudiólogas que atuam num hospital público pediátrico de alta complexidade. O protocolo foi elaborado de acordo com as características deste hospital, considerando as especialidades médicas e suas equipes: nefrologia, urologia, oncologia, hematologia, cirurgia pediátrica, clínica geral e unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal. Resultados: Inicialmente, a rotina de trabalho dos fonoaudiólogos nas enfermarias e UTI se baseava em busca ativa realizada através de ronda. Com o passar do tempo e através da discussão dos casos captados pelo fonoaudiólogo, as solicitações de atendimento fonoaudiológico passou a aumentar, expandindo-se inclusive em questões referentes a fala e linguagem. Houve a necessidade de se concentrar o foco de atuação em disfagia e dificuldades de deglutição, pois constituiam a prioridade para a evolução dos casos. A participação sistemática da visita médica (apresentação e discussão dos casos junto a equipe multiprofissional: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, serviço social, psicologia e fonoaudiologia) propiciou a intervenção mais rápida. A partir do pedido de interconsulta realizado pelo pediatra, o fonoaudiólogo realiza contato com este profissional, com a enfermagem e realiza uma primeira análise do caso através do estudo do prontuário médico, história clínica, doença de base, complicações relacionadas ao quadro de disfagia/dificuldade alimentar e realiza a anamnese e avaliação propriamente dita. O caso passa, então, a ser discutido diariamente com equipe médica, de nutrição e enfermagem. No período de avaliação e/ou de intervenção poderá ser solicitado algum serviço diagnóstico complementar (videofluoroscopia, nasofibroscopia, etc.). Conclusão: A elaboração e aplicação do protocolo de atuação fonoaudiológica em dificuldades alimentares e disfagia tornou o fonoaudiólogo um profissional de referência nestes casos, principalmente no que diz respeito à articulação que o mesmo realiza entre as equipes médica, de enfermagem, nutrição e serviços de apoio diagnóstico. DIA INTERNACIONAL DE ATENÇÃO À GAGUEIRA 2009: EXPERIÊNCIA SÓCIO-EDUCATIVA DO CIR-HE-RIBEIRÃO. Mandrá PP, Gonçalves TC. Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Introdução: Pesquisas demonstram que 4% das crianças gaguejam em algum momento, sendo que 1% desenvolve gagueira crônica. No Brasil há quase 10 milhões de crianças que já gaguejaram e quase 2 milhões com gagueira crônica. 22 de outubro é o dia Internacional de Atenção à Gagueira e em 2009 o tema proposto pelo Instituto Brasileiro de Fluência (IBF) foi Gagueira na Escola. O Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIR-HERibeirão), é o único serviço público, de média complexidade, na DRSXIII (Ribeirão Preto, SP) que oferta atendimento especializado para pessoas com gagueira, portanto consideramos fundamental nossa participação na Campanha, como forma de estender o conhecimento a sociedade. Essas ações são uma estratégia importante para sensibilizar a sociedade sobre o que é a gagueira, sua causa, tratamento, mitos e qual sua influencia na vida pessoal, educacional, social e ocupacional das pessoas. Objetivo: descrever a experiência na elaboração e desenvolvimento da campanha sócio-educativa: Gagueira na Escola. Método: Estudo descritivo para o relato da experiência do planejamento, elaboração de material e execução da campanha sócio-educativa. Resultados: a) elaboramos script para filmagem de um vídeo institucional onde atores profissionais dramatizaram 8 cenas do cotidiano de pessoas com gagueira e ao final de cada cena o fonoaudiólogo orientava sobre a melhor maneira de propiciar uma fala mais fluente, foram editados 40 DVDs. Confeccionamos 50 camisetas brancas com logomarca da campanha e do CIR, 1000 panfletos com orientações, 50 cartazes, 2 painéis e 2 faixas; b) planejamos as ações em conformidade com o IBF, portanto nosso foco estava voltado a gagueira na escola, planejamos ações para 5 escolas municipais e 5 programas de saúde da família de Ribeirão Preto,SP; rodas de conversa no CIR e HERibeirão; oficina com fonoaudiólogos DRS XIII e distribuição do material (KIT: cópia do DVD, cartazes e folhetos) para as secretarias de saúde dos 26 municípios da DRS XIII; c) Nas escolas apresentamos o vídeo, entregamos os folhetos e refletimos com educadores e alunos sobre o tema. No CIR e HER organizamos na sala de espera rodas de conversa para apresentação do vídeo, distribuição dos panfletos e esclarecimento de dúvidas. Divulgamos as informações a população dos 26 Municípios da DRS XIII disponibilizando as secretarias de saúde, o vídeo institucional e os cartazes e panfletos para reprodução e distribuição. No dia 22 de outubro realizamos uma oficina no CIR com os fonoaudiólogos para tratar do tema. Envolvemos a mídia impressa, televisiva e radiofônica para maior divulgação do assunto e orientação à população da região. Conclusão: Sensibilizar educadores, alunos, profissionais e sociedade sobre a Gagueira é uma questão de saúde pública e fonoaudiológica, portanto os equipamentos de saúde podem ser locais de divulgação de informações e capacitação técnica em suas áreas especializadas. O CIR tem cumprido seu papel, já que compõe o complexo de saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, que preocupa-se com ensino, pesquisa e extensão. DRAMATIZAÇÃO: PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS NA INFÂNCIA COMO ESTRATÉGIA DE TRABALHO NO NASF/ESF. Cardilli D. ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL Introdução O crescimento e desenvolvimento saudáveis de uma criança dependem de uma série de fatores internos e externos a esta. No que diz respeito à alimentação, enfatiza-se a importância do aleitamento materno, no qual há a estimulação da região intra-oral propiciando uma sucção adequada. Este trabalho muscular é preparatório ao desenvolvimento da fala, pois os órgãos estimulados serão os mesmos utilizados no ato da fala e desta maneira, se exercitados de forma e por tempo adequado, estarão prontos para a nova função a que também são designados a mastigação e a deglutição até que essa se aproxime do padrão adulto. Do contrário, podem advir problemas articulatórios por má utilização dos órgãos da fala durante a alimentação. São eles decorrentes de dificuldades ao mastigar, deglutir, posicionamento de mamada (otites) ou ainda associados ao uso de hábitos orais inadequados, tais como chupeta, mamadeira, sucção digital, entre outros. Portanto, estabelece-se como estratégia lúdica, a dramatização infantil que tem como intuito a promoção no desenvolvimento motor oral, de linguagem e fala como também neuropsicomotor. Objetivo Prevenir distúrbios Fonoaudiológicos e promover o desenvolvimento de fala e linguagem. Alertar quanto às possíveis alterações Fonoaudiológicas ocasionadas pelos hábitos orais inadequados na infância. Explicar a relação entre a audição, alimentação e a fala. Orientar quanto à adequada higiene do aparelho auditivo. Proporcionar o desenvolvimento da musculatura orofacial. Auxiliar o adequado desenvolvimento da oclusão dentária. Estimular o desenvolvimento de linguagem e fala. Metodologia Dramatização realizada em encontro único, sendo primeiramente aos pais e posteriormente aos educadores com as crianças, em centros de educação infantil – CEIs e escolas municipais de educação infantil- EMEIs com duração aproximada de 60 minutos, seguida de abertura de roda de conversa para esclarecimentos de dúvidas e orientações. Resultados A realização da dramatização obteve resultados positivos, dentre as instituições infantis que receberam a atividade, pode-se observar por meio de relato de pais, responsáveis e educadores a diminuição significativa dos hábitos orais inadequados e em menor número de crianças o cessar destes. Vale ressaltar, que em sua maioria CEIs e EMEIs aboliram o uso de chupeta ou mamadeira no ambiente escolar o que veio a facilitar o desmame domiciliar para a criança, bem como para família. Conclusão Acredita-se que ações de prevenção e promoção em saúde realizadas na primeira infância, valem-se como estratégia para minimizar o número de casos e agravos de problemas de aprendizado. Dessa forma, torna-se indispensável o seguimento na conscientização e orientação aos pais, na otimização do desenvolvimento global da criança e no trabalho em parceria com as instituições de ensino infantil ELABORAÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE ENSINO A DISTÂNCIA PARA CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ÁREA DE SAÚDE AUDITIVA Alvarenga KF, Araújo ES. Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Departamento de Fonoaudiologia. Introdução: Estudos relacionados à capacitação de agentes comunitários de saúde (ACS) em saúde auditiva têm sido promissores, uma vez que estes profissionais estão distribuídos por todo o país e podem atuar com prevenção e promoção da saúde. Ferramentas de ensino a distância viabilizam levar o conhecimento aos profissionais das diversas regiões do país e que apresentam desiguais facilidades de acesso à informação. Objetivo: elaborar um cybertutor, como uma ferramenta de ensino a distância para capacitação de ACS em saúde auditiva. Metodologia: o cybertutor é um modelo interativo de ensino a distância baseado na web e foi desenvolvido em parceria com a Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP. O conteúdo programático foi validado em projeto anterior, adaptado do material da Organização Mundial de Saúde e neste estudo foi fragmentado em cinco módulos, envolvendo desde a prevenção à reabilitação da deficiência auditiva. Foram inseridas imagens estáticas, dinâmicas e vídeos ilustrativos, visando à facilitação do aprendizado. Resultados: Ao acessar o cybertutor, o ACS é orientado a responder um questionário contendo 20 questões de múltipla escolha abrangendo todo o conteúdo do cybertutor, a fim de verificar o conhecimento prévio em saúde auditiva. As respostas são encaminhadas ao banco de dados do curso e posteriormente, o ACS inicia os estudos passando pelos cinco módulos, os quais são disponibilizados numa sequência linear. Ao final de cada módulo, são apresentados exercícios para avaliação da aprendizagem. Tendo respondido corretamente, o sistema permite a continuidade dos estudos para o módulo seguinte. Caso apresente erros, o ACS é orientado a retomar os estudos para o tema cuja aprendizagem não foi adequada. Ao finalizar os estudos, é apresentado um questionário final, o mesmo aplicado no momento pré-capacitação. Por meio da comparação das respostas iniciais e finais, é possível avaliar o grau da aprendizagem fixada pelos participantes. O cybertutor já está disponibilizado para ACS no site do Programa Telessaúde Brasil – Núcleo São Paulo (www.telessaudesp.org.br). Conclusão: Esta ferramenta de ensino pode favorecer a capacitação dos ACS de todo o país, possibilitando que os mesmos atuem com eficácia na área de saúde auditiva. No entanto, ressalta-se que sua utilização deve ser analisada considerando as características de infra-estrutura do município quanto à tecnologia necessária. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PARTICIPAÇÃO DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO Pacheco AC, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP Introdução: A “Proposta de Inclusão da Fonoaudiologia na Estratégia Saúde da Família (ESF)" define os seguintes objetivos, diretrizes e atribuições deste profissional na ESF: atuar em equipe, no levantamento da situação de saúde geral da comunidade e na busca de soluções dos problemas encontrados, potencializando a resolutividade das ações; inserir dados relativos à comunicação humana no cadastro da população; identificar prevalência das alterações da comunicação humana; assegurar o acesso progressivo das famílias atendidas pela ESF às ações de promoção, proteção da saúde, bem como tratamento e reabilitação dos agravos da comunicação humana; desenvolver instrumentos para avaliação do impacto das ações em consonância com as diretrizes da ESF; realizar visitas domiciliares, conhecendo os variados determinantes que possam gerar agravos à saúde geral e da comunicação humana; atuar em equipamentos educacionais e sociais da região, entre outras. Objetivo: Neste contexto, o objetivo deste estudo é apresentar a atuação fonoaudiológica do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo na ESF. Metodologia: Este estudo baseia-se em descrição de experiência. Resultados: Durante o estágio, os alunos de graduação, num período de dois semestres, desenvolvem as seguintes atividades: 1) Reconhecimento do território local (territorialização) com a participação dos agentes comunitários em saúde (ACS) da área; 2) Reconhecimento do espaço físico e recursos humanos dos Núcleos de Saúde da Família (NSF)s; 3) Planejamento de ações preventivas a partir das necessidades identificadas pelo diagnóstico local; 3.1 Criação e/ou participação em programas de promoção em saúde já existentes junto à comunidade da área de abrangência; 3.2 Criação de grupos de otimização das habilidades comunicativas junto à comunidade; 3.3 Elaboração e entrega de materiais educativos; 3.4. Desenvolvimento de ações de educação em saúde na sala de espera dos núcleos; 4) Vivência da rotina dos NSFs, a partir da observação e/ou acompanhamento dos atendimentos feitos pela equipe fixa; 5) Observação e/ou acompanhamento da prática do acolhimento aos usuários; 6) Participação da discussão dos casos atendidos pelos NSFs, a fim de compreender a importância, possibilidades e efeitos da integralidade das ações em saúde; 7) Detecção precoce das alterações fonoaudiológicas na comunidade, a partir do agendamento de triagens a serem realizadas nos núcleos; 8) Realização de visitas domiciliares, de acordo com a necessidade dos casos a serem atendidos; 9) Assessoria às unidades escolares da área dos NSFs. Conclusão: A partir dos relatos dos alunos, da população assistida e dos membros das equipes dos NSFs, pode-se perceber que essas atividades têm beneficiado todas as partes envolvidas. Por um lado, a população dos NSFs tem recebido orientações e treinamentos que buscam o aprimoramento da comunicação. Por outro, os alunos têm tido a oportunidade de vivenciar a atuação fonoaudiológica dentro da Estratégia Saúde da Família. É importante ressaltar, no entanto, a necessidade de desenvolver ações que ampliem os dados cadastrais da população com dados referentes à comunicação humana e de utilizar instrumentos que avaliem o impacto das ações realizadas. EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) NO TERRITÓRIO DA REGIÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Meirelles AA. Introdução: Em 2008, o Ministério da Saúde criou o NASF visando qualificação da atenção integral à Estratégia Saúde da Família nas diversas linhas de cuidado. O município de São Paulo efetivou a implantação do NASF no mesmo ano. Na região central de São Paulo o NASF teve início em Fevereiro de 2009, com a contratação de duas equipes de sete profissionais. O NASF Sé apoia oito ESF da UBS Sé nas linhas de reabilitação, alimentação, saúde mental e da mulher. O NASF República apoia sete equipes, das quais quatro da UBS República e três da UBS Boracéa nas linhas de reabilitação, saúde mental e da criança, alimentação e atividade física. Profissionais de saúde mental e serviço social das três Unidades foram integrados à equipe do NASF fortalecendo as linhas de cuidado na organização do serviço. Ao longo de 2009, em função de consecutivas mudanças de territorialização da região junto à Supervisão de Saúde, o NASF Sé passou a apoiar nove equipes e o NASF República doze. A população da STS-SÉ é heterogênea e as desigualdades sócio-econômicas são acentuadas: famílias de classe média e baixa e números expressivos de pessoas que vivem em condições materiais precárias (ocupações, cortiços, situação de rua, migrantes e refugiados). O cotidiano de trabalho revela situações de violência, negligência, auto-cuidado precário, miséria, riscos habitacionais, uso abusivo de álcool e outras drogas. As condições de vida e o contexto social produzem agravos à saúde. Objetivo: Relato da implantação do NASF na região central de São Paulo, com ampliação da capacidade assistencial por meio de intervenções aplicáveis ao contexto, fortalecendo a capacidade técnica das ESF por meio do apoio matricial e equipe de referência. Metodologia: Leitura do território e mapeamento das necessidades junto as ESF, instituições da rede local e população adscrita em prol de um planejamento participativo. Resultados: As intervenções assistenciais estruturadas a partir do diagnóstico foram reuniões periódicas de representantes NASF com as ESF, atendimentos específicos individuais e em grupos e atendimentos compartilhados com ESF na UBS e domicílio. Além de ênfase em ações educação continuada e ações intersetoriais estruturadas por linha de cuidado: criança e adolescente, mulher e gestante, população em situação de rua, idosos, migrantes e refugiados, vítimas de violência, HIV e DST e pessoas com deficiência. As agendas lotadas dos generalistas com tempo restrito para consultas compartilhadas e os limites na integração dos níveis de serviço secundário e terciário são questões para enfrentamento. Mediante o Documento Parâmetros e Diretrizes do NASF construído junto a SMS há necessidade de revisão deste documento e do Documento Norteador da ESF para avanço na organização da atenção básica e singularização dos processos por território. Conclusão: O NASF como política pública traz como desafio para implementação efetiva a contribuição dos profissionais da ESF/NASF, além dos gestores, usuários e representantes da rede intersetorial, portanto, de todos atores envolvidos na atenção básica e na construção/consolidação do SUS. 44 FAMÍLIA NA ESPERA CONSCIENTIZADA Novais LAS, Ribeiro VL, Reis KAR, Muner DC, Souza RKV, Macedo PD, Lefevre AP Universidade Guarulhos Introdução: Muito já se falou sobre a importância da participação da família no processo terapêutico de crianças com distúrbios de linguagem. A Família na Espera surgiu da necessidade de incorporar os pais no processo de terapia de linguagem de crianças até 6 anos de idade na disciplina de Prática Clínica do curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos. Enquanto os pais esperam seus filhos durante a terapia, participam de orientações em grupo sobre temas de interesse e relevância para o desenvolvimento da linguagem. A cada semana os pais dos pacientes recebem orientação sobre um assunto específico, de modo dinâmico, podendo tirar dúvidas existentes.Objetivo: Este programa tem o objetivo de informar e conscientizar os pais das crianças que estão em terapia fonoaudiológica por meio de palestras e dinâmicas em grupo. Busca ainda aproximar pais e terapeutas, gerando maior confiança e colaboração, além de propiciar uma visão ampliada sobre as dificuldades e potenciais dos pacientes, a dinâmica familiar e a evolução dos casos mediante a participação dos pais durante as palestras. Estas palestras também servem para uma interação entre os pais dos diferentes pacientes que dividem suas dificuldades e compartilham experiências. Metodologia: A cada semana, enquanto as crianças participam de grupos de estimulação de linguagem, os pais são levados a uma sala de aula da Universidade para receber orientação e participar de dinâmicas de discussão. As palestras são preparadas pelos discentes do curso de Fonoaudiologia e seus temas pré-definidos no início do semestre. Cada tema é apresentado por uma dupla de alunos em sistema de rodízio. Cada dupla trabalha um tema especifico e os apresenta aos pais por meio de transparências e Data-show. Os temas abordados são: Desenvolvimento Neuropsicomotor, Aquisição de Linguagem, Desenvolvimento e cuidados com a Audição, A importância do brincar, entre outros. Após a palestra é dado aos pais à oportunidade de comentarem e esclarecerem as dúvidas. Resultados: Temos observado que a partir da primeira palestra de orientação os pais já demonstram maior interesse e se integram ao tratamento. As reuniões mostraram-se eficientes ao proporcionar aos pais um ambiente acolhedor onde os mesmos podem trocar experiências com os demais membros do grupo e sanar dúvidas pertinentes aos temas abordados, auxiliando os familiares a adotar uma postura que, através de ações simples, favorece o desenvolvimento infantil. Conclusão: Conclui-se que este trabalho com os pais dos pacientes é extremamente eficaz, pois promove o acolhimento desses familiares e promove a disseminação dessas informações, gerando uma promoção/prevenção da saúde. 45 FLUXO DE ATENDENDIMENTO EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Agostinho-Pesse RS, Campos PD, Angelo TCS, Jacob RT. Clínica de Fonoaudiologia - Faculdade de Odontologia de Bauru – USP Para atender aos princípios de integralidade, universalidade e equidade na atenção à saúde auditiva, o Ministério da Saúde reorganizou o atendimento às pessoas com deficiência auditiva nos diversos níveis de Atenção do Sistema de Saúde (atenção básica, média complexidade e alta o. complexidade) e publicou a Portaria GM n 2.073, de 28/09/2004. Para a implantação e operacionalização das Redes de Serviços de Atenção à Saúde Auditiva, a Secretaria de Atenção à o. Saúde publicou a Portaria SAS n 587, de 07/10/2004 que aponta para a necessidade de descentralizar os serviços, para o diagnóstico, adaptação de aparelho de amplificação sonora individual, acompanhamento por equipe multiprofissional e para a terapia fonoaudiológica, de acordo com o Plano Diretor de Regionalização dos Estados do Distrito Federal. A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo subdividiu o estado em 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS). A cidade de Bauru e região compõem o DRS-6. Dentre os serviços, a Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo é credenciada como alta complexidade, sendo referência no atendimento de saúde auditiva. O objetivo é apresentar a estrutura do serviço da Clinica de Fonoaudiologia. O paciente é atendido pelo médico otorrinolaringologista, assistente social e por fonoaudiólogo para avaliação audiológica convencional e caso necessário avaliação para o diagnóstico diferencial. Nos casos elegíveis para indicação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), são realizadas avaliações que definirão as características mais adequadas de amplificação. Após a adaptação o paciente retorna para atendimento psicológico e reabilitação auditiva que engloba o acompanhamento da amplificação, aconselhamento e terapia fonoaudiológica, caso necessário. Ressalta-se que os casos não elegíveis são contra-referênciados para o serviço de origem. Desta forma, a Clínica de Fonoaudiologia da USP/Bauru busca uma atuação efetiva na melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência auditiva, por meio do Sistema Único de Saúde. Os atendimentos envolvem desde o diagnóstico à reabilitação auditiva como preconiza a portaria do Ministério da Saúde. 46 FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE MENTAL ATENDIMENTO EM GRUPO A SUJEITOS INSTITUCIONALIZADOS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS. Almeida BPB, Paula Souza LA. PUC-SP Introdução: O Centro de Atenção Integral à Saúde de Santa Rita do Passa Quatro – CAIS-SR, antes chamado Hospital Psiquiátrico, tem sua história marcada pelo processo de institucionalização de portadores de transtornos mentais e pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. O encontro da Fonoaudiologia com o CAIS-SR teve início, formalmente, em 2001, com a estruturação de coral com pacientes da instituição, além de outras atividades assistenciais na área de Fonoaudiologia. O coral nomeado “Sabiá na Laranjeira” transformou-se em um dos dispositivos de maior potencial fonoaudiológico na instituição, entre 2001 e 2006. O grupo “Sabiá na Laranjeira” recebe pacientes de todas as unidades do CAIS-SR. É o único grupo, na instituição, realizado sob a coordenação de fonoaudiólogo. Objetivo: Caracterizar o trabalho fonoaudiológico no CAIS-SR, na constituição e na condução de projeto grupal de atendimento destinado à promoção da comunicação, do contato e da circulação discursiva de pacientes do grupo/coral “Sabiá na Laranjeira”. Método: O design da pesquisa é de um estudo de caso, de natureza qualitativa e descritiva. O levantamento de dados ocorreu por meio de entrevistas semidirigidas (gravadas em áudio e transcritas para análise) com pacientes e profissionais. A análise foi realizada por meio de categorias definidas aposteriori. Critérios de inclusão dos pacientes psiquiátricos no estudo: condições psíquicas e cognitivas para responder à entrevista e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Sujeitos da pesquisa: Duas categorias de sujeitos participaram da pesquisa: profissionais da equipe de saúde (enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, psicólogos, cirurgiões dentistas e fisioterapeutas) e pacientes do grupo “Sabiá na Laranjeira”. Resultados/Conclusão: O trabalho do grupo “Sabiá na Laranjeira” repercutiu de forma positiva para todos os profissionais entrevistados. A experiência do “Sabiá na Laranjeira” sugere que iniciativas como esta podem trazer ganhos em vários aspectos da vida dos sujeitos com transtornos mentais, institucionalizados ou não. Com a atividade do cantar, um conjunto de pacientes tornou-se grupo, ganhando repercussão na comunidade, criando oportunidades aos participantes de, efetivamente, não ficarem restritos ao espaço manicomial, interagindo com os próprios colegas e com a sociedade, por meio de apresentações e outras atividades realizadas com a comunidade. Na percepção dos profissionais, a participação no grupo trouxe mudanças na maneira dos moradores se relacionarem com os demais moradores do CAIS-SR e com pessoas de fora da instituição. O fato de este trabalho proporcionar encontros entre os participantes e deles com a sociedade, proporcionou experiências produtivas de relacionamento com o outro, o que, simultaneamente, se opera pela linguagem, ampliando a circulação social e discursiva dos sujeitos em sofrimento mental. Cantar no coral “Sabiá na Laranjeira” modificou positivamente a vida dos participantes, que encontraram ali espaços de inclusão. Os sentimentos referidos pelos participantes foram de alegria, prazer, amizade, diversão e 47 de valorização; sentimentos importantes para que estes sujeitos sintam-se aceitos e com possibilidades de se comunicar. O trabalho criou uma rede de comunicação e de sustentação subjetiva e social, que confirma o potencial desse tipo de projeto grupal. 48 FONOAUDIOLOGIA E INTERSETORIALIDADE: PROGRAMA DE SAÚDE ESCOLAR D’Avila RCOG, Borges CVPS, Cavalheiro MTP, Botasso KC. Prefeitura Municipal de Mogi Mirim INTRODUÇÃO - A educação, direito constitucional reafirmado pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, é dever do Estado e da Família. Entretanto, os altos índices de repetência e evasão, demonstram que este direito não está assegurado a toda população em idade escolar. Ressalta-se ainda que as condições de trabalho do educador criam um desgaste físico e psicológico que podem comprometer a qualidade de sua prática. A atuação com estes profissionais buscará otimizar as condições de trabalho, garantindo a saúde global. É fundamental que a atuação dos profissionais da saúde tenha como meta a promoção da saúde, que só será atingida pela parceria com os profissionais da educação. A questão do rendimento escolar deve ser analisada, considerando-se seus múltiplos determinantes, intra e extra-escolares e pressupõe a adoção de práticas intersetoriais, para a superação dos desafios de garantir saúde e educação de qualidade. OBJETIVO - Promover a saúde integral da comunidade escolar e Integrar a Saúde Escolar às demais ações da área da saúde. METODOLOGIA - O programa é dirigido à Comunidade escolar de creches municipais e filantrópicas, escolas municipais de ensino fundamental e um Centro Municipal de Educação Inclusiva. Ocorre como uma das atribuições das fonoaudiólogas que atuam na Atenção Básica, partindo da idéia de que as instituições educacionais são equipamentos localizados no território e, portanto, de sua responsabilidade. As fonoaudiólogas do Departamento de Saúde, desenvolvem atividades nas dez Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e em todas as unidades escolares relacionadas acima. O programa prevê atuação com equipe diretiva da escola; educadores, Individual e em grupos; com funcionários; com estudantes e com pais. A periodicidade das ações depende do interesse de cada unidade educacional, das necessidades de cada grupo e da disponibilidade dos diferentes profissionais, exigindo a definição de um cronograma para cada situação. Quando há demanda para atendimento individual, os sujeitos são referenciadas para a UBS, onde são articuladas ações envolvendo equipe multiprofissional da área da saúde como médicos, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermagem, serviço social, orientação nutricional, entre outros. O acesso a cada especialidade é definido a partir da organização e funcionamento de cada serviço, definidos em protocolos e fluxograma. Ocorrerá através de ações nas Unidades Básicas de Saúde ou qualquer outro equipamento da área da saúde, dependendo de cada caso. RESULTADOS - Atingiu cem por cento das unidades educacionais do município (creches e escolas), promovendo a intersetorialidade entre os profissionais da saúde e da educação. CONCLUSÃO - A integração entre os Sistemas de Educação e de Saúde pode ocorrer a partir da organização da Atenção Básica, entendida como espaço que centraliza e coordena as ações coletivas nas creches, escolas e outros espaços sociais, denominadas de extramuros. A possibilidade de participação de diferentes categorias profissionais, constituindo equipes multiprofissionais, interdisciplinares e intersetoriais exige planejamento e organização de ações articuladas entre a saúde e a educação. O 49 potencial que as escolas possuem contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais saudáveis, e as diferentes especialidades da área da saúde e educação devem partilhar tempo, energia e recursos financeiros, potencializando-os. 50 FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA: ORGANIZAÇÃO DE PROCESSOS DE TRABALHO EM SAÚDE E A CONSTRUÇÃO DE REDES DE CUIDADO Silva TA, Ribeiro N, Silva MFF, Giarletti BC, Santos, DA, Mendes VLF. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP INTRODUÇÃO: A disciplina “Supervisão Fonoaudiológica nos Serviços Públicos de Saúde” (SFSPS) realiza estágios obrigatórios junto a rede pública de saúde, fundamentalmente, em Unidades Básica de Saúde. Esta escolha se dá pela possibilidade de privilegiar a formação no campo da saúde coletiva com base na ação territorial e comunitária, possibilitando o desenvolvimento de práticas de reabilitação, prevenção, promoção e educação à saúde. As UBSs que trabalham dentro da Estratégia de Saúde da Família favorecem o conhecimento das condições de vida e das necessidades da população, contribuindo para a reflexão do papel técnico e social do profissional de saúde dentro do atual quadro sanitário do país. OBJETIVO: Este estudo visa descrever o processo de organização de trabalho do estagiários de Fonoaudiologia junto às Equipes de Saúde da Família (EqSF) , bem como mapear as principais demandas e recursos terapêuticos oferecidos à população adstrita, com vista à intervir sobre os fatores de risco e de vulnerabilidade social aos quais a comunidade está exposta; prestar serviços de assistência clínico-terapêutica; e realizar atividades de educação e promoção de saúde. MÉTODO: O dados foram coletados, em 2008, por um período de 10 meses, junto às sete EqSF da UBS Vila Penteado, Distrito da Brasilândia, São Paulo. A coleta de dados caracteriza-se por: a) diagnóstico territorial e análise dos Indicadores de Risco e Vulnerabilidade Social - IVS; b) registros das visitas domiciliares realizadas juntamente com os agentes comunitários de saúde; c) levantamento do número de atendimentos realizados e das principais ocorrências diagnósticas. d) registro das reuniões com as EqSF, Equipes de Saúde Bucal e de Saúde Mental. RESULTADOS: A UBS Vila Penteado pertence ao subdistrito da Brasilândia (área territorial: 21Km2; pop. 262.686 hab.; taxa crescimento 1,01% a.a.; densidade demográfica 23,51%), é responsável pelo de uma população de aproximadamente 32.000 pessoas. Quanto à ocupação do espaço urbano, temos: 11% de favelas; 49% regulares e 40% irregulares ou clandestinas. Segundo Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS, temos: 28,2 % de Média Vulnerabilidade; 2,5 % de Alta Vulnerabilidade e 13,4 % de Muito Alta Vulnerabilidade. Com relação as atividades do Estágio, temos: foram atendidos 307 pacientes e realizados 1.223 atendimentos, sendo que: 392 atendimentos em Grupos Terapêuticos; 168 em Oficinas de Linguagem; 169 em Visitas e Atendimentos Domiciliares; 129 em Atendimentos Individuais; 352 em avaliações, orientações e/ou atendimentos em situação de Altas Acompanhadas, 13 Visitas à Escolas. Quanto à ocorrência diagnóstica, 30% distúrbio articulatório, 26% distúrbio de leitura e escrita, 13% atraso de linguagem, 11% alteração de motricidade orofacial, 7% alteração vocal, 5% afasia, 3% disfagia, 3% disfluência e 2% deficiência auditiva. CONCLUSÕES: Foram realizados projetos terapêuticos em cerca de 0,87% da população adstrita da UBS. O trabalho em saúde com base no território, favorece o planejamento e a implementação de ações voltadas às necessidades da população. O Diagnóstico 51 Situacional e o Trabalho em Equipe favorecem a construção de projetos terapêuticos capazes de implicar e co-responsabilizar pessoas e comunidade na melhoria de sua qualidade de vida, diminuindo o contingente de risco e de vulnerabilidade social. 52 FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE MENTAL: ALTERAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS EM PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS INSTITUCIONALIZADOS Almeida BPB, Paula Souza LA. PUC-SP Introdução: O desafio de trabalhar as alterações fonoaudiológicas em pacientes portadores de transtornos mentais institucionalizados foi a inspiração para esta pesquisa. Ela nasce da atuação fonoaudiológica realizada no Centro de Atenção Integral à Saúde de Santa Rita do Passa Quatro, SP – CAIS-SR. Os CAISs apresentam história derivada do processo de institucionalização de portadores de transtornos mentais e da Reforma Psiquiátrica. No CAIS-SR, em particular, a Reforma Psiquiátrica se inicia, mais efetivamente, com intervenção e quase fechamento em 1.995, culminando com uma mudança de seu paradigma no atendimento aos moradores da instituição. A partir da segunda grande guerra, começa a se consolidar uma forte tendência mundial de contestação da instituição psiquiátrica tradicional. Atualmente, essas mudanças caracterizam -se por dois movimentos simultâneos: a construção de uma rede humanizada de atenção à saúde mental substitutiva ao modelo centrado na internação hospitalar, e a fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes. No Brasil, a Fonoaudiologia entra mais efetivamente nas instituições psiquiátricas a partir de 1.992, com a Portaria 224/92, na qual uma das diretrizes é a multiprofissionalidade na prestação de serviços aos doentes mentais. Caracterizar as demandas e a atuação fonoaudiológica nestes equipamentos pode demonstrar a pertinência da presença do fonoaudiólogo no trabalho multiprofissional e interdisciplinar em equipes e equipamentos de Saúde Mental. Objetivo: Caracterizar problemas fonoaudiológicos dos pacientes atendidos no CAIS-SR durante os anos de 2001 a 2006. Método: O design da pesquisa é de um estudo retrospectivo, de natureza quantitativa e descritiva. Foram coletados e tratados estatisticamente os dados de prontuários do Setor de Fonoaudiologia do CAIS-SR. Sujeitos da pesquisa: Dos 469 pacientes/moradores do CAIS-SR, foram atendidos no setor de Fonoaudiologia, entre 2001 a 2006, 150 pacientes, sendo 44 em grupos e 106 individualmente, e estes últimos configuram o universo da pesquisa. Resultados: Os 106 sujeitos possuíam média de idade de 62 anos, a maioria do sexo feminino (64,20%), e 22,4 anos de asilamento, também em média. Do total, 50% tinham diagnóstico de esquizofrenia residual, e os outros 50% transtornos mentais sem diagnóstico diferencial. Em relação às questões fonoaudiológicas, apresentavam as seguintes queixas: alterações de linguagem (58,5%); alterações de linguagem e motricidade orofacial (30,2%); motricidade orofacial (6,6%); voz (1,9%); voz e linguagem (1,9%); motricidade orofacial, linguagem e voz (0,9%). Discussão/Conclusão: O levantamento da incidência de mais de 20% do total dos moradores do CAIS com queixas e alterações fonoaudiológicas ajuda a demonstrar a pertinência do trabalho fonoaudiológico em instituições de saúde mental. O profissional fonoaudiólogo, nas equipes, além de identificar e tratar alterações fonoaudiológicas, deve trabalhar valorizando e estimulando a comunicação e as trocas simbólicas entre os pacientes e destes com 53 os familiares, bem como das equipes com os pacientes, intensificando o uso da linguagem (verbal e não-verbal) e lançando luz sobre a importância da comunicação para, entre outros aspectos: reabilitação biopsicossocial; formação de vínculos interpessoais; valorização e circulação social dos indivíduos. 54 FONOAUDIOLOGIA, EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E ALEITAMENTO MATERNO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE Bonfanti EC, Santos EM. Programa de Residência Multiprofissional em Saúde (FASM-SP) Introdução: A importância do Aleitamento Materno (AM) tem sido abordada por profissionais de diferentes áreas da saúde, sendo bastante divulgados os benefícios desta prática para o bebê, principalmente, no que diz respeito ao desenvolvimento da criança nos aspectos nutricionais, imunológicos, psicossociais. Mesmo diante de todos os benefícios que o aleitamento proporciona a saúde da criança, pesquisas demonstram ainda baixo índice AM em diferentes realidades brasileiras. Como Fonoaudióloga residente multiprofissional há um ano em uma unidade básica de saúde na zona leste do município de São Paulo, foi possível vivenciar durante visitas domiciliares e relatos em reuniões de equipe um número significativo de mães que deixavam de amamentar seus filhos antes do tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A UBS é composta por três Equipes Saúde da Família (ESF), com abrangência territorial de 11.221 moradores. Segundo dados coletados em junho deste ano, via Sistema de informação da Atenção Básica- SIAB, das 44 crianças entre 0 – 3 meses e 29 dias existente na área, 35 recebiam aleitamento exclusivo, isto é, 79% delas. Dentre as equipes existentes, a II apresentava o menor índice de AME. Das 11 crianças nesta faixa etária, apenas 8 (72%) recebiam leite materno exclusivo. Diante das vivencias supracitadas e da angústia da equipe frente aos indicadores no SIAB, viu-se a necessidade de realização de um projeto de intervenção e apoio a ESF. Objetivo: promover o AM e melhorar índice desta prática entre crianças menores de um ano pertencentes à ESF-II (equipe esta, onde estão inseridos residentes multiprofissionais em saúde da família). Método: Para alcançar tal objetivo foram pensadas ações que poderiam ampliar co-responsabilidades entre todos os profissionais da ESF, Residentes e o NASF. Seguindo esta proposta pensou-se nas seguintes ações: I-Ações Intrassetorial: a) Acompanhar 100% das gestantes, realizando-se pelo menos uma visita domiciliaria e um atendimento compartilhado com médico e enfermeiro durante pré-natal (PN) e consulta do Recém Nascido (RN). b) Realizar grupos e/ ou orientações individuais, as gestantes e primíparas sobre o tema, a fim de proporcionar segurança quanto à prática da amamentação. Esta ação deverá ocorrer em dias de consulta de PN ou RN. c) Realizar educação permanente com 100% dos profissionais da ESF-II; d) Realizar pelo menos um grupo com os “pais gestantes” e dos menores de ano para ação educativa sobre AM (em parceria com ESF II, durante consultas e ações visando a Saúde do Homem). II-Ações Intersetoriais: Realizar parcerias e sensibilizar para ações educativas com profissionais e estudantes, de um Centro Educacional Infantil e de uma escola de ensino médio, abordando temas de relevância sobre o assunto. Resultados: Este projeto iniciou-se em outubro de 2010 com aplicação prevista até setembro de 2011, com a conclusão do curso dos residentes. Considerações finais: Pretende-se que ao final das intervenções e apoio a equipe nuclear, esta possa dar continuidade as ações e também com o matriciamento do NASF promover o AM. 55 FONOAUDIOLOGIA NO MUNICÍPIO DE DIADEMA: REFLEXÃO SOBRE O LIMITE ENTRE MULTIDISCIPLINARIDADE E ESPECIFICIDADE. Oliveira FCCR. Prefeitura de Diadema Introdução. Em virtude da história da inserção da Fonoaudiologia no município de Diadema, formaram-se, na Atenção Básica, equipes de Saúde Mental, assim designadas no município, compostas por um ou dois psicólogos, um fonoaudiólogo e um assistente social. Tais equipes, lotadas nas UBS, atendiam em regime ambulatorial e se inseriam nos programas desenvolvidos pelas unidades. Este foi o formato de trabalho desenvolvido até 2008, quando foi publicada a Portaria n° 154/08, criando o NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Desde então, cada equipe de Saúde Mental vem adequando sua prática ao novo modelo proposto. Objetivo. O presente estudo tem por objetivo suscitar e ampliar a discussão acerca da atuação fonoaudiológica na equipe multidisciplinar do NASF e sobre a especificidade da profissão, a fim de contribuir para a inserção do fonoaudiólogo na estratégia de Saúde da Família de maneira efetiva, enquanto profissional responsável pela saúde da comunicação, ainda que considere o sujeito em sua integralidade. Metodologia. Levantamento das dificuldades enfrentadas na prática, em Diadema. Resultados. Em virtude da maneira como foram organizadas as equipes de Saúde Mental no município, e na medida em que se aumenta a participação dos fonoaudiólogos em espaços como reuniões de equipe e matriciamentos da saúde mental, fica evidente a dificuldade de definição, entendimento e postura dos profissionais, da gerência e da gestão, na delimitação do papel de cada profissional inserido no NASF, o que inúmeras vezes os leva à perda da sua especificidade, principalmente em virtude da grande demanda de pessoas com sofrimento psíquico e da graves situações sociais existentes no município, o que tem dificultado as reflexões e discussões sobre a atuação do fonoaudiólogo. Conclusão. Há grande necessidade da Fonoaudiologia em buscar espaços de reflexão e discussão sobre a inserção no NASF, a fim de efetuar a mudança do perfil de atuação do profissional na atenção básica, buscando a adequação à estratégia de Saúde da Família. Para tanto, é fundamental que os profissionais envolvidos, assim como a gestão local, conheçam a especificidade técnica do fonoaudiólogo e definam seu papel junto à equipe multidisciplinar. 56 FREQUÊNCIA DE FALTAS EM UM SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO Miranda RPC, Milanello PM, Pacheco AC, Anastasio ART. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Introdução: A atual proposta do Sistema Único de Saúde (aprovada na Constituição de 1988) entende que a organização dos serviços deve ser hierarquizada por níveis de complexidade (primário, secundário e terciário) e funcionar de forma integrada. O atendimento terciário é realizado por serviços de saúde que possam oferecer uma variedade de métodos de diagnóstico e possibilidades terapêuticas não disponíveis a nível primário e secundário. Portanto, cabe ao serviço garantir atendimento especializado aos seus usuários. Apesar da estrutura para a assistência à saúde oferecida à população, muitos pacientes não comparecem às consultas agendadas, sem justificá-las posteriormente. A freqüência de faltas, ou não-comparecimento às consultas, é de grande relevância, pois apresenta repercussão em vários âmbitos: paciente – através do prejuízo no seu tratamento; profissional – retratando um desgaste e um desafio a ser superado; institucional – pelo desperdício de recursos públicos, além de prejudicar o atendimento de pacientes que estão na lista de espera aguardando uma vaga. Além disso, quando se trata de um hospital-escola, o aprendizado dos alunos também fica prejudicado. Objetivo: Neste contexto, o objetivo deste estudo foi determinar a freqüência de faltas nas consultas agendadas, nos últimos três meses, no serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Metodologia: Foi realizado um levantamento, junto à secretaria do serviço de Fonoaudiologia, da quantidade de consultas agendadas e da freqüência de faltas nas mesmas, nos últimos três meses. Resultados: Nos últimos três meses, julho, agosto e setembro de 2010, 3523 consultas foram agendadas neste serviço. Entretanto, somente 68,5% dos pacientes compareceram às consultas agendadas, totalizando uma freqüência de 31,5% de faltas às consultas. Ou seja, a cada 100 pacientes que são agendados, 30 não comparecem às consultas. Esses dados demonstram que, no serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, há um alto índice de faltas que tem gerado gastos desnecessários e desperdício de recursos públicos. Conclusão: O não-comparecimento às consultas agendadas é uma questão relevante que traz reflexos significativos para os serviços de atenção à saúde. Portanto, este fenômeno deve ser mais bem explorado por todos os envolvidos, tais como a comunidade, serviço e gestão, afim de que sejam desenvolvidas estratégias para superar este problema. 57 GRUPO CRESCER BEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA UBS JARDIM D’ABRIL Ribeiro AC, Leister GO, Monteiro R, Rodrigues K, Souza V Fundação Faculdade de Medicina – USP / Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Estratégia de Saúde da Família (ESF) Introdução: A agenda de compromissos para a Saúde Integral da Criança proposta pelo Ministério da Saúde preconiza a realização de grupos educativos, abertos à comunidade, tendo como participantes mães ou responsáveis pelas crianças, visando à orientação nos vários momentos de abordagem da vida infantil. Além disto, ao considerar a Estratégia Saúde da Família-ESF como atual modelo de organização da saúde, vale citar que esta, vem trazendo benefícios para saúde da criança, aumentando a resolubilidade na atenção integral à saúde nesta faixa etária. Assim, a implantação de grupos de puericultura vem sendo uma ação programática de grande potencial para o alcance de melhores resultados na Saúde da Criança. Para tanto, faz-se necessária atuação multiprofissional, que proporcione trocas de saberes e experiências de diversas áreas e que favoreça uma ressignificação e reorientação nas práticas de saúde das mães. Para isso, deve-se conhecer e compreender a criança em seu ambiente familiar e social, além do contexto socioeconômico e cultural no qual está inserida. Considerando literatura e necessidades de saúde apontadas pelas Equipes de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde-UBS Jardim D’Abril, desenvolveu-se o grupo de puericultura “Crescer Bem”. Objetivo: Relatar a construção e implementação do grupo de puericultura “Crescer Bem”, cuja finalidade é oferecer cuidado integral à saúde da criança, fortalecer o vínculo entre família-criança-ESF e favorecer a construção do conceito de saúde da criança além do olhar clínico/biológico. Metodologia: A construção do grupo aconteceu em espaços coletivos e pactuados pelos profissionais envolvidos na condução do grupo: NASF (Fonoaudióloga, Terapeuta Ocupacional e Pediatra), Técnicos ESF (Médica, Enfermeira, Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde) e Técnico UBS (Pediatra). Foram realizados espaços de educação permanente entre os profissionais, como forma de compartilhar ferramentas de manejo de grupo e conceitos e saberes sobre o desenvolvimento infantil em sua forma mais ampla e multiprofissional. O grupo acontece semanalmente, na sala de reuniões da UBS, em formato de rodas de conversa, onde mães/cuidadores, crianças e profissionais têm a possibilidade de interagir e trocar experiências e saberes em relação ao desenvolvimento das crianças, orientações, mitos, dúvidas. As crianças são divididas de acordo com a faixa etária em três grupos: seis a onze meses, doze a dezessete meses e dezoito a vinte e quatro meses. Essa divisão foi escolhida com base nas necessidades apontadas pelas equipes de saúde da família. Resultados e Conclusão: O grupo ainda está no início e os resultados junto aos usuários ainda não puderam ser observados e analisados, entretanto, esperamos que a longo prazo esse grupo seja um elo entre a comunidade e o cuidado a criança. Os resultados iniciais junto as ESFs mostram-se bastante positivos, as trocas de experiências, conhecimentos e saberes aconteceram de forma significativa, de acordo com os relatos dos participantes. O trabalho da equipe NASF junto às ESFs nos mostra o quão ampla pode ser nossa 58 atuação se voltarmos o nosso olhar para o usuário, se nos voltarmos para a promoção de saúde e, se aceitarmos fazer parte de um espaço coletivo onde compartilhamos saberes e construímos significados. 59 GRUPO DE ESTIMULAÇÃO DE LINGUAGEM ORAL COMO ESTRATÉGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Jorge TM, Pereira TI, Marques C, Avellar CP, Giglio LD, Mandrá PP Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo INTRODUÇÃO: A primeira infância é uma etapa decisiva para o desenvolvimento da linguagem infantil, sendo uma fase adequada para a estimulação precoce. É de suma importância, juntamente com a estimulação precoce, a realização de orientação aos pais para que estes tornem-se agentes facilitadores da comunicação, e para que possam detectar precocemente alterações comunicativas em seus filhos. Na literatura, há propostas de atendimento grupal na clínica fonoaudiológica com possibilidades de intervenções preventivas, educativas, terapêuticas e de promoção de saúde, envolvendo também as famílias dos sujeitos com necessidades fonoaudiológicas específicas. OBJETIVO: Relatar a experiência de criação de um grupo de estimulação de linguagem oral em um Núcleo da Saúde da Família (NSF) em Ribeirão Preto/SP. METODOLOGIA: No segundo semestre de 2010, estagiárias do curso de graduação de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto avaliaram seis crianças com idade média de dois anos. Estas crianças apresentavam atraso na aquisição da linguagem e história familiar e ambiental que não favoreciam o processo de aquisição e desenvolvimento da oralidade. Como estratégia, foi proposto aos pais, após discussão com a equipe do NSF, um grupo semanal de estimulação da linguagem oral com duração de 50 minutos por encontro, no qual as crianças seriam estimuladas pelas estagiárias por materiais lúdicos e, simultaneamente, em outra sala, os pais receberiam orientações sobre a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral. A estimulação das crianças ocorreu a partir de atividades lúdicas que representassem situações de vida diária. Foram dispostos quatro colchonetes no chão em um espaço livre do NSF, sobre os quais foram os brinquedos. Os registros foram anotados por meio de fotos e filmagens. RESULTADOS: Foram realizados sete encontros dos quais participaram, em média, três crianças por encontro. Nos dois primeiros encontros, algumas crianças tiveram uma resistência em interagir com as estagiárias e com as crianças, sendo que as demais apresentaram atenção conjunta com as estagiárias e com as atividades simbólicas, mas não se inter-relacionaram. Estas também produziram raramente onomatopéias e verbalizações não-articuladas. Nos encontros finais, obteve-se resultados satisfatórios, pois as crianças compartilhavam da mesma atividade, o que não foi observado anteriormente, e tiveram aumento do número de produções verbais, produzindo mais onomatopéias e verbalizações não-articuladas. Os pais foram orientados pelas estagiárias quanto ao desenvolvimento e aquisição da linguagem por folhetos explicativos que continham figuras e linguagem acessível, assim como foram dadas orientações a partir das dúvidas que surgiram. As crianças permanecerão em acompanhamento fonoaudiológico periódico para estabelecer a evolução da linguagem oral e, se necessário, será realizada outra intervenção terapêutica. CONCLUSÃO: A estratégia terapêutica de grupo de estimulação de linguagem oral teve seu objetivo alcançado com a evolução das crianças envolvidas e com realização da orientação aos pais, suprindo a demanda do NSF e promovendo a saúde. 60 GRUPO DE MATERNAGEM: ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO EM SAÚDE PARA A FORMAÇÃO DE SUJEITOS SAÚDAVEIS Buccini GS, Tulha MLPA. APS Santa Marcelina Introdução: Considerando o primeiro ano de experiência do Núcleo de Apoio a Saúde da Família fez-se uma análise das principais demandas/sintomas. Na população infantil observou-se dificuldades relacionadas à linguagem, aprendizagem, comportamento e vinculação. Na população adulta, dificuldades relacionadas à autonomia no processo saúde/doença, corpo, vida e resolução de conflitos (HAS, DIA, dor crônica, depressão, ALC, drogadição). Com base nas diretrizes da Atenção Básica- clínica ampliada, prevenção e promoção da saúde- pensou-se, compartilhadamente com a Estratégia Saúde da Família, uma intervenção para lidar com as queixas provenientes dos vínculos frágeis que constituem as relações parentais, acarretando consequências para o desenvolvimento e formação dos sujeitos. Acredita-se que a sensação de segurança nas relações posteriores e a construção de autonomia têm como base esses primeiros vínculos. Para tanto, criou-se o grupo de Maternagem. Objetivo: Trabalhar o vínculo primário, para ressignificação da relação mãe-filho-família, objetivando uma reflexão da mãe e de sua responsabilidade na educação do bebê e na construção do sujeito/cidadania. Metodologia: Relato de experiência do grupo terapêutico-educativo de maternagem. Terapêutico, pois trabalha a partir da reflexão/elaboração de angústias sobre o educar (afeto/limites); modos de “ser mãe”; apoio à amamentação/alimentação infantil; desenvolvimento neuropsicomotor e da linguagem. Educativo, pois se baseia na orientação em relação às ações concretas, desenvolvidas durante o próprio grupo ou com a família. Trata-se de uma roda de conversa com mães e profissionais sentados no chão, dando continência para os bebês que ficam no centro com seus brinquedos. Grupo aberto e semanal, para mães com bebês até 2 anos, coordenado pela psicóloga e fonoaudióloga do NASF, com participação da educadora física, auxiliar de enfermagem e 2 agentes comunitárias. Resultados: Dividem-se em dois eixos: I)Mães: Mudança no posicionamento, implicação na educação e colocação de limites, elaboração de conflitos familiares, reflexão sobre sua relação com seus pais, aprimoramento da escuta e vinculação; II)Bebês: melhor vinculação, aceitação do toque materno, mais tranquilas, seguindo regras e aprimoramento das habilidades neuropsicomotoras, especialmente da linguagem oral. Conclusão: O desafio dessa intervenção é tratar de maternagem com sujeitos que pouco foram maternados, portanto extremamente vulneráveis, pouco autônomos, com dificuldade de estabelecer relações pautadas na confiança/segurança. Em muitos momentos, as mães é que são maternadas, ressignificando seus primeiros vínculos, recuperando o brincar/fantasia. Acredita-se que a mudança do sujeito-mãe possa dar-se por meio da transformação da relação mãe-bebê, o que será determinante na formação do sujeito-bebê e possibilitará a ressignificação das relações familiares. 61 GRUPO DE ADOLESCENTES DO JARDIM MARISTELA - SP Pressi VM, Padrão EMB, Ramirez MM, Sato MT SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. UBS Eduardo Romano Reschilian Introdução: A Adolescência é caracterizada por muitas mudanças biopsicossociais e estas se intensificam em comunidades carentes, onde há falta de oportunidades, escolas e diversão. Com estes problemas os adolescentes ficam mais expostos à violência, drogas e criminalidade, influenciando suas escolhas, suas expectativas no futuro e seus sonhos. Objetivo: Resgatar a autoestima, valores morais e sociais, oferecer oportunidades, melhorar o convívio familiar e reconstruir a identidade dos adolescentes participantes. Metodologia: Para início do grupo, foram realizadas reuniões para discussão sobre estes adolescentes com uma psicóloga e para desenhar a abordagem e programação do grupo. Foi estabelecido também que haveria um grupo para os pais destes adolescentes que aconteceriam a cada 2 meses. Os adolescentes foram convidados pela médica hebiatra da UBS que os atendeu e identificou algum risco biopsicossocial. O grupo acontece semanalmente com duração de duas a três horas, em que são propostas atividades lúdicas, dinâmicas em grupo, discussões de temas do interesse dos adolescentes, visitas em locais que oferecem cursos gratuitos e visitas a espaços culturais. Resultados: O grupo se caracteriza por encontros abertos, em que não há restrição de faltas e espera para participação e mesmo assim, encontramos alta freqüência dos participantes, principalmente entre os meninos. Neste período de um ano em que o grupo acontece, houve casos de adolescentes que voltaram a estudar e maior procura de auto-cuidado (busca de preservativo, anticoncepcional, maior número de consultas médicas e de outros profissionais). Quanto ao trabalho com os pais, houve aumento do comparecimento na UBS e alguns se mostraram mais interessados com os cuidados dos filhos. Conclusão: É um trabalho que a Equipe identifica como sendo necessário a essa comunidade, pois não há um espaço em que os adolescentes possam falar o que pensam e serem ouvidos. Além disso, eles são incentivados a mudar a trajetória de suas vidas, sendo motivados a estudar, nas suas habilidades e qualidades pessoais e fortalecimento de sua auto-estima, pois estão inseridos em um meio com poucas oportunidades e muitos estímulos à violência e às drogas. 62 GRUPO DE FALA - PROPOSTA TERAPÊUTICA GRUPAL COMO ESTRATÉGIA DE TRABALHO FONOAUDIOLÓGICO NO NASF Cardilli D. Associação Comunitária Monte Azul. Introdução O desenvolvimento de linguagem constitui-se por um processo inato do ser humano, diferenciando-se de um indivíduo para outro, quanto aos fatores intrínsecos e extrínsecos, tais como: o desenvolvimento neuropsicomotor, auditivo, visual, motor oral, bem como o contexto sócioeconômico e cultural, entre outros. Quando um ou mais desses fatores predominam de modo desfavorável, torna-se um possível fator causal (respiração bucal, déficit auditivo, síndromes, etc.) para a manifestação de um atraso de linguagem e/ou ainda um distúrbio de fala. Dentre as dificuldades escolares, nota-se com maior freqüência a deficiência na aquisição e desenvolvimento de linguagem e fala. Comumente, educadores, pais e profissionais ligados à área se queixam da dificuldade no domínio da linguagem oral em crianças, diante desse fato o grupo terapêutico de fala constitui-se, respondendo aos recorrentes encaminhamentos, advindo dos Centros de Educação Infantil (CEIs), Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) para Unidade Básica de Saúde/Estratégia de Saúde da Família (UBS/ESF). Objetivo Aperfeiçoar o processo de desenvolvimento de fala e linguagem. Trabalhar as trocas, omissões e distorções fonêmicas. Ampliar o vocabulário e contextualização. Trabalhar a funcionalidade da linguagem oral. Metodologia O grupo se constitui de 23 encontros quinzenais com duração de uma hora, com a presença indispensável dos pais ou responsável, sendo este fechado permanecendo, portanto, os mesmos participantes do início ao fim. Durante os encontros trabalha- se diversas habilidades, tais como: a percepção visual e auditiva fonêmica, a discriminação, a localização e reconhecimento auditivo em palavras e sílabas, discriminação fonêmica por ponto e modo articulatório, a produção isolada e silábica dos fonemas, bem como a automatização dos mesmos na língua portuguesa. Durante a atividade utiliza-se caderno, lápis, espelho, brinquedos, alfabeto móvel e lousa. Nos dois últimos encontros realiza-se a reavaliação, devolutiva e encerramento. Resultados No processo de avaliação verificou-se que os participantes já se encontravam com código oral instalado, no entanto todos apresentavam distúrbio articulatório fonético e/ou fonológico caracterizado por trocas, omissões e distorções assistemáticas sejam elas de ponto ou modo articulatório, as quais não eram esperadas para faixa etária. Atualmente, após 14 encontros, o grupo de modo geral apresenta percepção auditiva e propriocepção orofacial de sua produção oral, resultando em redução notável de ensurdecimento dos fonemas plosivos e fricativos. Sua automatização já se realiza na produção isolada, em sílabas, como também em palavras com maior facilidade em posição inicial. Vale ressaltar, que as crianças se encontram com vocabulário ampliado e melhor contextualizado. Conclusão Vale ressaltar, que a aquisição da fala é ferramenta essencial para as demais aquisições do indivíduo, pois serve como instrumento para as relações interpessoais, dessa forma otimizando o processo de desenvolvimento da linguagem e fala e dando funcionalidade a linguagem oral, contribui-se para melhoria da relação indivíduo, pais, escola e sociedade. 63 GRUPO DE GESTANTE: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO BÁSICA Miyanaga MM, Dallaqua GB, Pinto FC, Nakamura HY. Curso de Fonoaudiologia Unicamp Introdução: Os grupos de gestantes aconteceram no estágio Fonoaudiologia Comunitária II e foram desenvolvidos no CS São Marcos, Distrito de Saúde Norte no município de Campinas. Os grupos foram organizados pelos profissionais do serviço e o grupo de estagiárias sob supervisão no local. Objetivos: Organizar encontros com as gestantes que realizavam pré-natal no CS São Marcos para apresentar informações sobre a gestação, desenvolvimento do lactente e cuidados gerais. Metodologia: Foram elaborados e distribuídos cartazes pela unidade a fim de convidar as gestantes de todas as equipes. As exposições duravam duas horas entremeadas com espaço para perguntas e outras intervenções. O primeiro grupo doravante denominado grupo A foi desenvolvido nas dependências do CS, o grupo B foi realizado em uma entidade parceira do CS no território. Os temas foram divididos em: Gestação e Puericultura; Ver, Ouvir e Crescer; Estimulação de linguagem, Amamentação e Vínculo e Informações sobre direitos da gestante e do lactente. Cuidados Gerais os grupos aconteceram em quatro semanas seguidas ministrados por médicos (pediatra e ginecologista), enfermeiro e estagiários do terceiro ano de fonoaudiologia. As cadeiras eram posicionadas em semi-circulo os temas apresentados com apoio visual (datashow) e dramatizações, no final de cada encontro foi entregue um material impresso com o resumo do que foi exposto e oferecido um lanche e, no final do grupo todas as gestantes com 75% ou mais de presença recebeu um enxoval para o bebê. Resultados: No grupo (A) participaram 20 gestantes, com idade, tempo de gestação e número de filhos variável. No grupo (B) participaram 10 gestantes com características semelhantes do outro grupo. No contrato verbal estabelecido no grupo eram necessárias 75% de presença ou mais, para que o enxoval fosse entregue. Resultado: Nos espaços de discussão, as gestantes esclareceram suas dúvidas e realizaram comentários sobre os temas. No segundo encontro houve mudanças na acomodação do grupo quando estagiários, profissionais e usuários sentaram-se intercalados e, foi quando as gestantes revelaram-se mais participativas e mostraramse mais à vontade, algumas chegaram a contar experiências de outra gravidez. A confraternização no final de cada encontro tornou-se um espaço onde as gestantes se sentiram mais seguras para sanar outras dúvidas, expor alguma angustia e contar experiências vivenciadas. Considerações: O grupo se mostrou efetivo na medida em que proporcionou a troca de conhecimentos entre estagiários, profissionais e usuários ampliando a ação na unidade e ressaltou a importância e a viabilidade de uma atuação fonoaudiológica parceira na atenção básica. 64 HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS DO PROGRAMA DO LEITE DO MUNICÍPIO DE OUROESTE – SP. Silva ACP, Oliveira LQC, Souza LM, Cabello PR, Souza RL, Buosi MMB, Marcelino FCM. Faculdades Integradas de Fernandópolis, FEF Introdução: Segundo a Coordenadoria de desenvolvimento dos agronegócios – Codeagro (2008) o leite é a melhor fonte de cálcio para o organismo, sendo o alimento imprescindível e essencial para o desenvolvimento do bebê. Entre as inúmeras vantagens da amamentação estão: as questões nutricionais e metabólicas. Assim, a atuação do fonoaudiólogo no pré-natal pode resultar em um trabalho de prevenção, agindo como educador em questões específicas de orientações sobre a alimentação, audição e linguagem. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar os hábitos alimentares de crianças inscritas no Programa do leite do município de Ouroeste- SP. Metodologia: Participaram deste estudo 206 mães de crianças na faixa etária de 6 meses a 6 anos de idade, inscritas no programa do leite no município de Ouroeste–SP. As mães responderam a questionários individuais sobre hábitos e dificuldades alimentares, bem como informações a respeito da importância da amamentação e suas relações com o desenvolvimento oromiofuncional e da fala. Resultados: A partir dos dados coletados verificou-se que a maioria das crianças foi amamentada no peito por tempo maior ou igual a 6 meses de idade, o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Observou-se também que as crianças analisadas fizeram uso de mamadeira por um maior tempo quando comparado à ingestão de alimentos mais consistentes, ou seja, mais fáceis de serem mastigados, podendo acarretar alterações na musculatura orofacial. Conclusão: Desta forma, considerando-se a importância dos hábitos alimentares para o adequado desenvolvimento oromiofuncional e da fala, pôde-se concluir que as crianças que participaram da amostra têm maior probabilidade de desenvolver problemas de fala e distúrbios miofuncionais orais. 65 IMPLANTAÇÃO DE GRUPO FONOAUDIOLÓGICO Gouvêa G. SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. Programa de Atenção Básica e Saúde da Família. NASF Teotônio Vilela Introdução: A equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) da unidade básicas de saúde Teotônio Vilela, foi reintegrada em abril de 2010, por uma mudança de parceiros da prefeitura municipal de São Paulo. A equipe NASF anterior havia implantado grupos de atenção, promoção e reabilitação fonoaudiológica nesse território. Com a mudança das equipes NASF, esses grupos foram interrompidos. A demanda da equipe de Saúde da Família (ESF) e da comunidade era para que déssemos continuidade às estratégias grupais específicas. No entanto, como a equipe não conhecia o território, o funcionamento das ESF, nem as famílias, foi necessário um tempo para que essas questões centrais do apoio fossem reconhecidas pelo NASF atual. No território, há um CAPS III adulto, CAPS Álcool e Drogas e um Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR). O NIR do território conta com duas fonoaudiólogas que atendem as demandas fonoaudiológicas de grau severo, além dos serviços de fisioterapia e terapia ocupacional. Contudo, a demanda na atenção básica é fundamentalmente de crianças e adolescentes, que muitas vezes já possuem uma patologia de linguagem instalada, mas que não possuem uma lesão, uma patologia de base ou atraso neurológico. Hoje, essas patologias de linguagem podem ser reversíveis, mas e amanha? Partimos da premissa que os sintomas de linguagem são formados pelos efeitos de uma fala sobre a outra, isto é, pela sanção estabelecida entre os falantes. Do mesmo modo, se os sintomas de linguagem são formados por palavras, por palavras eles podem ser revertidos. Assim, a hipótese de atenção básica na Fonoaudiologia seria considerar que o risco para a instalação de uma patologia de linguagem estaria ligada aos efeitos patologizantes que uma fala incide sobre a fala da criança. Pois, é comum crianças falarem errado, gaguejarem, esquecerem, usarem gestos para falar, enfim, mas quando estes são tomados como fora da normalidade parece ser um indício para pensarmos a patologia. Objetivo: relatar a experiência de implantação de grupo de atenção e reabilitação fonoaudiológica do NASF. Metodologia: Foram realizadas visitas domiciliares e institucionais, com o intuito de resgatar a história de falante e avaliar os efeitos de uma fala sobre a outra, a partir da demanda da ESF, família, escola e da rede. Além disso, foi realizado mutirão com crianças, adolescentes e adultos num CEU do território, para se avaliar os efeitos de uma fala sobre a outra e os sintomas de linguagem. Outro critério de análise foi a escolaridade e o horário escolar. Os critérios de inclusão no grupo foram: disponibilidade para deslocarem até o CEU e demanda fonoaudiológica. Os critérios de exclusão foram o de não pertencerem a área de abrangência e de casos que necessitem anteriormente atendimento individualizado. Foram avaliadas aproximadamente 60 crianças, apenas 2 foram encaminhadas para o NIR. Outras 8 crianças foram encaminhadas para os serviços de otorrinolaringologia, oftalmologia, psicologia e exames complementares. Resultados: A implantação dos grupos de atenção foram construídos inicialmente pela faixa etária e pelo horário escolar. Sete encontros com as crianças e dois encontros com os pais em grupo foram propostos para se 66 (re)avaliar a demanda fonoaudiológica. Conclusão: A implantação de grupos de atenção básica na Fonoaudiologia são fundamentais para a reversibilidade de sintomas que ainda não se caracterizam como patologias. 67 IMPORTÂNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA PARA FORMAÇÃO PROFISSIONAL Melo C, Bonfanti EC, Souza J, Rocco Oliveira F. FASM – Residência Multiprofissional em Saúde da Família APS Santa Marcelina Introdução: O Curso de Especialização em Saúde da Família na modalidade de Residência Multiprofissional desenvolvido pela Faculdade Santa Marcelina é uma parceria da Instituição Santa Marcelina com o Ministério da Saúde. Tem como objetivo capacitar o profissional para atuar junto a equipe multiprofissional dentro da Estratégia de Saúde da Família (ESF) proporcionando maior vivência com o trabalho em equipe. Metodologia: Este trabalho é um relato de experiência que busca descrever o formato desta modalidade de formação profissional, apontando suas potencialidades como modelo pedagógico. A Residência Multiprofissional Saúde da Família (RMSF) tem duração de dois anos composta por uma carga horária de 60 horas semanais. O curso é estruturado por atividades teórico-práticas, sendo predominantemente práticas, em Unidades de Saúde da Família da Zona Leste da cidade de São Paulo. É formado por nove categorias profissionais: fonoaudiologia, serviço social, enfermagem, odontologia, farmácia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e nutrição. Os residentes são divididos em equipes multiprofissionais com 04 a 05 residentes de categorias diversas, alocados em diferentes unidades de saúde da família. Cada categoria profissional tem um suporte pedagógico de um preceptor e tutor específico, tutor nuclear, além de supervisões mensais com a coordenadora do curso, que auxiliam o residente na discussão e reflexão sobre a atuação profissional dentro da ESF. O cotidiano de atividade do residente fonoaudiólogo dentro desta vivencia é composta por atividades específicas e multiprofissionais, acompanhamento com a equipe NASF e ESF, além de estágios internos e externos a unidade de saúde. Resultados: A residência em seu âmbito prático proporciona ao residente uma formação mais critica e humanizada garantindo maior autonomia profissional e familiarização com os diversos cenários encontrados na rotina de trabalho da atenção primária a saúde (APS). O fato de ter a possibilidade de atuação em campo privilegia a formação uma vez que torna os residentes mais criativos e sensibilizados diante da complexidade dos problemas de saúde encontrados no cotidiano dos serviços. No que diz respeito às preceptorias e tutorias estas proporcionam discussões de casos clínicos, atuação em grupo, ações intersetoriais e de base teórica específica muito importante para formação. Considerações: É possível afirmar que a experiência obtida em uma residência multiprofissional em saúde da família norteia conhecimentos básicos para atuação na atenção básica a Saúde preparando o profissional para entrar no mercado de trabalho. Além disso, os serviços receberão futuramente profissionais formados para atuarem na ESF qualificados e melhor preparados para lidar com a complexidade dos problemas encontrados no território e nas relações profissionais quando do trabalho em equipe. 68 INTERFACE ENTRE OS NÍVEIS DE ATENÇÃO: CONSTRUINDO A REDE DE CUIDADOS Damato CFC, Pinto EV, Lourenço KAAL. AME Interlagos e NASF Três Corações. Introdução:com as ações do NASF acerca do matriciamento houve a ampliação do olhar das Equipes de Saúde da Família (ESF), sendo melhor identificadas as necessidades da população assistida pelo programa (PSF). Ações integradas entre níveis de atenção à saúde devem contribuir para construção da rede de cuidados.Objetivo:Levantar o perfil dos pacientes encaminhados pela equipe do NASF, de uma unidade do PSF ao AME, Método: Levantamento dos prontuários no AME de todos os pacientes encaminhados durante o ano de 2009, por uma unidade do PSF que conta com apoio de uma equipe do NASF. Foram levantados gênero, idade, queixa, diagnóstico fonoaudiológico, conduta e abandono de tratamento.Resultados:55 pacientes foram encaminhados para avaliação fonoaudiológica no AME.82% dos pacientes encaminhados passaram pela discussão na equipe NASF. 69% dos casos compareceram à avaliação agendada. 36% eram do gênero feminino e 74% do gênero masculino. 43% recebeu diagnóstico de distúrbio articulatório, 39% de distúrbio de linguagem, 14% de alterações do sistema sensório motor oral, 3% de disfagia. 68% foi encaminhado para atendimento fonoaudiológico no AME.7% dos casos tinha indicação para seguir o acompanhamento com o fonoaudiólogo da equipe do NASF e 25% foram encaminhados para outros serviços.Houve abandono de 36% dos pacientes que iniciaram atendimento.Conclusão:Observamos que a demanda da população assistida está relacionada às questões de fala. O gênero masculino foi o que mais apresentou alterações. A maior parte dos pacientes encaminhados recebeu atendimento no próprio AME, porém a porcentagem de abandono mostrou-se elevada. Foi observada pertinência dos casos agendados pela unidade do PSF provavelmente fato do fonoaudiólogo estar inserido na equipe NASF. 69 INVESTIGAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA DE IDOSOS Miyanaga MM, Nakamura HY. Curso de Fonoaudiologia - UNICAMP Introdução: A audição é um dos sentidos mais utilizados na comunicação e, quando prejudicada, pode levar ao comprometimento da qualidade de vida em qualquer faixa etária. A taxa de idosos vem superando, em países desenvolvidos, a taxa de crianças de de zero a quatorze anos. Havendo necessidade de promover políticas específicas para a promoção e prevenção da saúde, um envelhecimento ativo, a manutenção da qualidade devida e das atividades de vida diária. Objetivo: Promover ações em saúde auditiva com idosos do CS São Marcos, investigar seu conhecimento sobre o tema e realizar sensibilizações referentes aos cuidados com a audição. Metodologia: Iniciamos o trabalho com o contato com a gestão da unidade, participando da reunião do Conselho Local de Saúde e das reuniões de equipes. Realizamos entrevistas com 50 idosos de ambos os sexos que assinaram o TCLE que foram seguidas de orientações sobre saúde auditiva com a utilização de um álbum seriado. Resultados: Foram encontrados 72% do sexo feminino e 28% do masculino com idade média de 70 anos. 57,5% dos idosos reside com seus filhos e/ou seus companheiros, 86% trabalhou em funções em que não se exigem um alto nível escolar e 58% tem o ensino fundamental incompleto. Podemos correlacionar a presença hipertensão arterial (56%) e com a falta de praticas de atividade física (50%) nos pacientes com zumbido. Em relação à saúde auditiva dos idosos, 76% a consideram de excelente a boa, o que contrasta com a grande procura por atendimento médico e/ou fonoaudiológico (52%) e com a diminuição na percepção de fala em algum ambiente (46%). Dos idosos que referiram queixa auditiva cinco foram encaminhados para avaliação audiológica. Conclusão: A falta de conhecimento sobre a saúde auditiva pode ser observada, pois apenas três idosos referiram limpar adequadamente sua orelha e que 60% se preocupam em cuidar de sua saúde auditiva o que reforça a necessidade de se desenvolver ações de promoção da saúde auditiva na atenção básica. Segundo alguns autores presbiacusia é a principal patologia associada ao zumbido, estando frequentemente associada à hipertensão e a uma vida com pouca atividade física, social e intelectual. A devolutiva apoiada no álbum seriado, após a aplicação do questionário, abordando temas relacionados com a saúde auditiva possibilitou, através da escuta atenta, uma troca de conhecimentos. Outra demanda que surgiu no decorrer do projeto foi à participação nas reuniões das equipes o que ampliou a abrangência da discussão do tema na atenção básica. Percebemos também que as informações sobre a rede de cuidados de saúde auditiva não eram de conhecimento da população e nem dos profissionais do serviço. Dessa maneira, consideramos que a realização do projeto na atenção básica, que a nosso ver é a atenção essencial, é uma forma de aproximar o conhecimento acadêmico com o serviço a fim de propor um atendimento cada vez mais integral e integrado à população. Diante dos achados devemos ampliar da atuação do fonoaudiólogo para além da reabilitação de alterações já instaladas, e, voltada para a atenção à prevenção e à promoção de saúde. 70 MATRICIAMENTO EM FONOAUDIOLOGIA: CONQUISTAS E DESAFIOS RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE DIADEMA Oliveira FCCR. Prefeitura de Diadema Introdução. A partir da publicação da Portaria n° 154/08, que criou o NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família - o município de Diadema vem se adequando ao novo modelo proposto. Em virtude de o município contar com vinte Unidades Básicas de Saúde e apenas oito fonoaudiólogos inseridos no NASF, cada profissional tem sob sua responsabilidade, além do apoio às equipes da unidade básica onde estão lotados, o apoio às equipes das UBS onde não há fonoaudiólogo. Desta forma, os profissionais vêm trabalhando, conforme a realidade da região e das UBS a que dão suporte, pela inserção da Fonoaudiologia no NASF e pela mudança do perfil de atuação. Objetivo. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivenciada pela fonoaudióloga lotada na UBS Ernesto Che Guevara – Parque Real, responsável pelo apoio à UBS Centro, ambas em Diadema/SP, a fim de contribuir para a discussão acerca da inserção da Fonoaudiologia no NASF no Estado de São Paulo. Metodologia. Levantamento dos avanços obtidos e das dificuldades enfrentadas na prática em Diadema. Durante o período aproximado de dois anos, o apoio foi construído através de reuniões na UBS referenciada, com periodicidade inicialmente mensal, e atualmente bimestral, contando com a participação dos pediatras, enfermeiros, assistente social, psicóloga e algumas vezes da gerência da Unidade. A princípio os casos eram trazidos para a discussão apenas com o intuito de encaminhamento, seguindo o modelo ambulatorial. Porém, a cada reunião foi possível levantar dados importantes para a saúde da comunicação, abordando temas específicos como saúde auditiva, desenvolvimento normal e global, comportamentos inadequados, etc., enriquecendo a cada encontro as discussões, e possibilitando a construção do apoio matricial em Fonoaudiologia. O principal desafio tem sido a construção do vínculo co-responsável com a equipe, pois isto depende muito do perfil do profissional, do seu envolvimento com os casos e do seu entendimento acerca da estratégia de Saúde da Família, o que nem sempre acontece de maneira satisfatória. Conclusão. Esta experiência tem mostrado que, apesar das muitas dificuldades enfrentadas pela Fonoaudiologia, como a falta de profissionais, o apoio matricial tem se mostrado resolutivo. Além de auxiliar no cuidado integral dos sujeitos, e especificamente no que diz respeito à saúde da comunicação, também auxilia na divulgação da Fonoaudiologia e na educação permanente dos demais profissionais. 71 MEDIADORES E PERCEPÇÃO DE RISCO DE PAINPSE EM CRIANÇAS Knobel KAB, Lima MCMP. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas Introdução: A perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE) em crianças e adolescentes vem crescendo ao redor do mundo, especialmente por exposição voluntária a sons intensos, e já é a principal causa de perda auditiva nessa população nos EUA. Uma vez instalada, a PAINPSE não pode ser tratada e, portanto, a adoção de métodos de prevenção específica para crianças precisam ser desenvolvidas, pesquisadas e aplicadas. Atitudes e comportamentos saudáveis são construídos na infância e tanto o desenvolvimento quanto a tradução de programas de prevenção da PAINPSE devem levar em consideração a demanda, a compreensibilidade e a adequação étnico-cultural relacionadas à percepção de risco. Objetivos: Identificar mediadores da perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE) em crianças, queixas auditivas, consciência dos riscos da exposição a sons intensos e comportamentos de prevenção. Metodologia: Foram entrevistadas 263 crianças (média etária 8,3 anos, 51,7% meninas) do 2° ao 5° ano do ensino fundamental de escolas municipais e particulares da cidade de Campinas/SP. Resultados: 36,5% referiram alguma dificuldade para escutar e 24% tinham zumbido. À pergunta aberta no início da entrevista “o que pode fazer mal para o ouvido?”, 68,5% responderam “sons altos”. A maioria das crianças não gosta de lugares barulhentos (74,1%), nem de música alta (59,7%). Entretanto, dizem ir a festas com som intenso (45,6%), ficar próximas a fogos de artifício (34,6%) e ouvir música alta em casa ou no carro (30%) e com fones (17,1%), embora só 2,8% digam poder escolher o volume da música, 19,7% acreditam que crianças não têm perda auditiva e 9,5% não sabem. À pergunta aberta “como proteger seus ouvidos em lugares barulhentos?”, a maioria referiu estratégias eficientes (45,7% tampariam os ouvidos, 20,3% se afastariam, 6,9% usariam protetor auditivo), mas das 51 crianças (19,4%) que sabiam o que é protetor auditivo, apenas uma o usava. Conclusões: Crianças são expostas pelos adultos a sons intensos e têm queixas auditivas. A noção de que sons intensos fazem mal não é suficiente para evitar comportamentos de risco ou de prevenção da PAINPSE. Estes resultados serão utilizados para elaboração de um programa de conservação auditiva para crianças brasileiras. 72 MODELO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE SAÚDE E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A GESTÃO DE UM SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA DE MÉDIA COMPLEXIDADE-CIRHERP Mandrá PP, Santos CM, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE, Witt M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ. Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRPUSP. Introdução: A organização da rede de serviços, e a operacionalização de ações de regulação de serviços de saúde são fundamentais para reforçar e qualificar as funções gestoras, para otimizar os recursos de custeio da assistência, qualificar o acesso e, assim, proporcionar aos usuários melhor oferta de ações voltadas à saúde em diferentes níveis de complexidade. O acesso à saúde correlaciona-se as condições de vida dos usuários, seus hábitos e costumes, e a própria acessibilidade dos serviços. Objetivo: discutir a experiência com a gestão do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto,SP (CIRHERP). Método: estudo descritivo para o relato da experiência. Resultados: Fases de implantação: diagnóstico da organização, fluxo e acesso aos serviços de Fonoaudiologia dos 26 municípios da DRS XIII; elaboração de plano operativo CIRHER, em atenção secundária de baixa e média complexidade de acordo com critérios eletivos para regulação da demanda encaminhada pelos municípios, nas especialidades de: Linguagem Adulto e Infantil, Gagueira, Distúrbios da Audição, Motricidade Orofacial, Voz, Generalista e Audiologia. O espaço físico, os materiais e equipamentos foram estruturados para os procedimentos de diagnóstico e reabilitação com protocolos de serviço e consenso clínico. A gestão e as metas foram fundamentadas e pactuadas pela parceria entre o governo do Estado de São Paulo e Organização Social de Saúde (OSS) (FAEPA) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP), sendo parte do complexo HCFMRPUSP e administrativamente ligado ao Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Nesse modelo as metas são pactuadas e revista trimestralmente, a qualidade do serviço é medida pelo índice de satisfação dos usuários e resolutividade do serviço e estão previstas penalizações para os serviços que não cumprem suas metas. Cabe ao gestor realizar a revisão de metas e estabelecer com a equipe critérios eletivos, a regulação para o serviço, bem como os protocolos e programas do serviço. Conclusão: O modelo de gestão por OSS é um modelo atual que possibilita a adequação do equipamento de saúde para a realidade dos usuários a que presta atendimento. A gestão dos recursos financeiros baseada em metas quantitativas e qualitativas também é um diferencial do modelo. 73 NÃO USO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL PELA POPULAÇÃO ATENDIDA EM SERVIÇOS DE SAÚDE AUDITIVA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO Bevilacqua MC, Morettin M, Melo TM, Novaes BCAC, Padovani CM, Braite N, Silva, TF, Baptista RP, Lopes AC, Amantini RCB. Faculdade de Odontologia de Bauru - Departamento de Fonoaudiologia/ Universidade de São Paulo/ Campus Bauru Introdução: Atualmente, um movimento mundial busca melhorar a oferta dos serviços à população que necessita de atendimento na área da saúde auditiva, além de buscar maior racionalidade ao uso dos recursos financeiros destinados para o tratamento da deficiência auditiva. Nesse sentido, muitos profissionais discutem os motivos que levam ao não uso dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) pelos pacientes. No Brasil é garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a assistência integral à pessoa com deficiência auditiva, mas é fato que muitos pacientes atendidos nos serviços de saúde auditiva deixam de usar seus AASI após a adaptação dos mesmos. Dessa forma, torna-se necessário que os serviços do país realizem estudos exploratórios para investigar as principais queixas e motivos que levam aos usuários a rejeição da amplificação e, dessa forma, propor intervenções para que diminua tal ocorrência. Objetivo: Identificar os motivos de não uso dos AASI por usuários adaptados em sete serviços de saúde auditiva do país. Método: Trata-se de um estudo multicêntrico prospectivo longitudinal que avaliou 1343 pacientes adultos que receberam AASI em sete serviços de saúde auditiva do país (três localizados no estado de São Paulo, dois na Bahia, um no Mato Grosso do Sul e um no Rio Grande do Sul) e entraram nos critérios de inclusão da pesquisa. Após três e nove meses de adaptação, foi aplicado o questionário International Outcome Inventory for Hearing Aids (IOI-HA) durante o acompanhamento e para os pacientes que relataram não usar os AASI ou usar menos de uma hora por dia foi caracterizado os motivos de não uso dos dispositivos. Para análise descritiva dos resultados foi utilizado o programa STATA, versão 10.0. Resultados: Após três meses de adaptação, 1053 pacientes responderam o questionário IOI-HA e destes, 143 (13%) relataram não usar ou usar menos de uma hora por dia os AASI. Entre os motivos de não uso, 53% justificaram ser devido a necessidade de alterar a regulagem, 24% devido a problemas técnicos nos dispositivos e 10% devido a dificuldade de manipulação. Foi possível observar que 34 pacientes (24%) continuaram não usando seus dispositivos após nove meses de adaptação, sendo as principais queixas desse grupo: 43% por problemas técnicos nos dispositivos, 34% com necessidade de alterar a regulagem e 12% continuavam com dificuldade de manipulação. Conclusão: Os dados obtidos pelo presente estudo mostram que após a adaptação dos AASI, 13% dos pacientes não usam seus dispositivos efetivamente, sendo que nos primeiros meses a maior dificuldade está relacionada a regulagem dos AASI e após esse período, a falha técnica. É necessário que o serviço e o profissional estejam atentos aos problemas apresentados que levem ao não uso dos dispositivos eletrônicos, pois qualquer problema que interfira no uso adequado traz prejuízos biopsicossociais aos usuários não atingindo os objetivos da reabilitação auditiva. 74 NASF: Possibilidades de Atuação no Aleitamento Materno Costa PG, Almeida RZ, Stumpf TS. Introdução: Embora seja um ato natural o aleitamento materno nem sempre é fácil de ser adotado. Em nossa prática, percebemos que muitas mães precisam de apoio emocional e orientações para poder ter sucesso na amamentação. Assim, pensando na necessidade observada e na demanda crescente, o NASF, enquanto equipe de apoio, criou uma estratégia de atuação com as equipes de Saúde da Família (SF), principalmente aos ACS (Agentes Comunitários de Saúde), pois eles conseguem “estabelecer um território comum, onde os sujeitos e seus saberes se interagem e dialogam, gerando ações comuns que sustentam a existência desse espaço de encontros” (SILVA; STELET; PINHEIRO; GUIZARD, 2004, p 88), para capacitá-los, com um olhar ampliado e que leve em consideração os mitos, as relações familiares envolvidas nesse processo, as dificuldades enfrentadas, a falta de apoio familiar e informações que possam levar as recentes mães conseguirem fazer do aleitamento algo prazeroso e relacional. Desta forma, apresentaremos um trabalho realizado na região da Capela do Socorro, proposto em parceria entre o NASF e as equipes de Saúde da Família. Objetivo: Proporcionar as equipes de SF vivência e experiências que possam levá-los a reflexões pertinentes ao processo de amamentação. Amamentação não só como alimentação/nutrição, mas como experiência singular, constitutiva da relação mãe- bebê, como. Metodologia: Aula expositiva e vivencial realizada na UBS Jd Eliane, por uma enfermeira do PSF e membros do NASF (fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e pediatra). Contamos com a participação de 16 auxiliares de enfermagem, 7 enfermeiras e os agentes comunitários de saúde , que atuam nas 8 equipes de Saúde da Família pertencentes a UBS. Resultado: Contamos com a presença e a participação de todos os profissionais convidados e envolvidos na dinâmica proposta. Puderam ter um espaço de escuta, expor suas experiências pessoais e profissionais, assim como discutir sobre como as equipes lidam com esta proposta de orientação às mães com relação ao aleitamento materno. Desta conversa, gerou uma mobilização para um novo formato de pensar e realizar os grupos de gestante, visando garantir tanto a participação mais efetiva da comunidade quanto a construção de um novo olhar sobre o aleitamento materno e seus benefícios. Conclusão: Desta forma, percebemos que esta conversa possibilitará a continuidade das ações com as famílias atendidas, e que o novo olhar semeado sobre o aleitamento irá ser levado adiante. Uma de nossas equipes já está andando com o novo projeto de grupo de aleitamento. 75 O FONOAUDIOLÓGO PODE SER EFETIVAMENTE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE PÚBLICA? Moraes RA, Daniello AC, Reginato APP, Katayama ET, Setti JÁ, Maggiora MD, Rosa ME, Gonçalves PM, Carvalho R, Guedes R, Hackl SE. Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul. Introdução: A crescente procura pelo fonoaudiólogo nas Unidades de Saúde aponta para a necessidade de realização de ações dentro de um programa de atenção que privilegie a promoção e prevenção em saúde, assim como a retaguarda em atenção secundária e terciária, favorecendo a atenção fonoaudiológica integral. Este programa, em consonância com os princípios universais em Saúde Pública, deve privilegiar a Atenção Primária, propondo ações de Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças, com o objetivo de reduzir as possibilidades de instalação, evolução e agravamento do quadro, prevenindo a necessidade de atendimento em níveis secundário e terciário, e gerando maior resolutividade no sistema. Deve também propor ações de Detecção Precoce. Em nível de Atenção Secundária e Terciária, deve privilegiar o atendimento aos casos nos quais a patologia esteja instalada, permitindo a habilitação e / ou reabilitação das habilidades e funções prejudicadas, e prevenir o agravamento do quadro. Objetivo: propor um modelo de atenção fonoaudiológica, no Município de SCSul que dê conta dos três níveis de atenção em Saúde Pública, funcionando de forma integrada e coordenada; Metodologia: realizamos estudo do modelo empregado até o momento e o levantamento da procura por Hipótese Diagnóstica (casos em atendimento e triados em fila de espera); estudamos as falhas desse modelo com base na referências em Saúde Pública e a necessidade de mudanças; propusemos a descentralização dos profissionais, que ficavam em uma única unidade, facilitando o acesso da população e a realização das ações preventivas; referenciamos a entrada no sistema em uma central de agendamento de triagens, introduzimos trabalho preventivo nas escolas e UBSs e priorizamos o atendimento em grupo; estabelecemos o fluxo do serviço de fono, com as referências e contra referências, estruturado em sete categorias de unidades; instituímos reuniões de equipe para discussão e avaliação do programa e estudo de casos; propusemos a supervisão cruzada entre os profissionais da rede e definimos protocolos de avaliação para cada patologia; propusemos um estudo epidemiológico na área fonoaudiológica; resultados: o programa levou aproximadamente 1 ano para ser implantado, estando algumas ações em fase de implantação. Dificuldades: implantação do treinamento de Consciência Fonológica nas préescolas devido resistência das diretoras, confundindo-o com método tradicional de alfabetização, em oposição ao “modelo Construtivista” adotado; introdução dos fonoaudiólogos nas UBSs devido dificuldade de salas disponíveis e desconhecimento da possibilidade de atuação deste profissional em programas de promoção da saúde, em conjunto com outros profissionais; a pressão da demanda em atenção secundária e terciária, ocupando a maior parte do tempo do profissional, dificultando execução de ações primárias; o próprio desconhecimento do fonoaudiólogo quanto as possibilidades de atuação em nível primário, saindo do modelo tradicional de terapia fonoaudiológica individual. Conclusão: O fonoaudiólogo pode ser um profissional efetivamente de saúde pública, porém, esse é um saber que ainda está em construção, e 76 depende da vontade política da administração pública, em permitir mudanças na forma tradicional de entender a saúde, da formaçãop dos profissionais que ainda privilegia a habilitação e reabilitação, mas, principalmente, da vontade dos fonoaudiólogos em se permitirem novas construções no seu fazer fonoaudiológico. 77 O PROCESSO DE (RE)CONSTRUÇÃO DO OLHAR DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA REALIZAÇÃO DA OFICINA DE LINGUAGEM Costa PG, Curto IM. Introdução: Esta pesquisa trata do processo de trabalho com a Oficina de Linguagem (OL), realizada no Programa Saúde da Família (PSF) em parceria com o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), que aqui é compreendida como um dispositivo clínico e intercessor terapêutico, ao acreditar que a associação dos diversos saberes permite não deixar as práticas de saúde isoladas da vida, ou seja, significa colocar a originalidade, a singularidade “em relação permanente com outros domínios, sem submetê-lo à condição de instrumentos terapêuticos” (GALLETI, 2004, p.125). Algumas literaturas sobre Oficinas tomam o espaço como um lugar de troca e encontro interpessoal (TENÓRIO 2001), ou como uma prática de intervenção psicossocial dentro de um contexto pedagógico (AFONSO, 2006), acreditamos que a OL pode, também, ser contextualizada como um trabalho interdisciplinar, que permite um processo emancipatório do sujeito, no sentido de que a educação emancipa o indivíduo, ao tomar a saúde como melhoria na sua qualidade de vida. Objetivo: Relatar sobre a (re) construção do olhar e da escuta de duas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), que participam da OL e como elas compreendem o papel que a oficina exerce tanto na comunidade atendida como nelas mesmas. Método: A Oficina de Linguagem ocorre na a área atendida pela UBS Jd. Eliane, na região da Capela do Socorro – Zona Sul de São Paulo, semanalmente, com a coordenação de dois profissionais do NASF (fonoaudióloga e terapeuta ocupacional) e duas ACS`s com crianças entre 7 a 14 anos. Discussão: Neste momento, proporcionamos ao leitor a inserção neste universo permeado de sutilezas, pois acreditamos que os encontros entre os sujeitos e o processo dinâmico e terapêutico que se estabeleceu naquele espaço é sutil e forte ao mesmo tempo, onde apenas um olhar atento consegue enxergar aquilo que a oficina proporciona e possibilita para cada umas das crianças e profissionais envolvidos. Desde iniciado o projeto buscou-se a criação e ampliação do vínculo com quem participa, com isso contamos com a parceria das ACS`s, que trouxeram na bagagem, com suas experiências e formações pessoais, um olhar de que a OL seria um espaço de educação em saúde e reabilitação para os déficits de aprendizado ali encontrados. Conclusão: Ao longo do processo essa percepção foi se modificando, e tomando novos contornos, novas questões a serem exploradas, diferente do que pensavam inicialmente. As ACS`s puderam perceber que a oficina pode ser uma potente ferramenta de intervenção para os problemas de saúde identificados, mas que também, trata-se de um espaço que favorece a produção de respostas e alternativas para lidar com certos problemas de saúde. A vida não para independente da Oficina acontecer, ou não, o que ela permite neste momento é trazer um pouco de calma, contorno para quem participa e que "grita" por atenção, toque, afeto, nem que seja por um olhar ou uma palavra. O papel que nós profissionais de saúde ocupamos, dentre outros, é estar neste lugar de quem auxilia e permite este acolhimento, sendo isso o que as ACS puderam perceber. 78 O FONOAUDIOLÓGO PODE SER EFETIVAMENTE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE PÚBLICA? Moraes RA, Daniello AC, Reginato APP, Katayama ET, Setti JÁ, Maggiora MD, Rosa ME, Gonçalves PM, Carvalho R, Guedes R, Hackl SE. Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul. Introdução: A crescente procura pelo fonoaudiólogo nas Unidades de Saúde aponta para a necessidade de realização de ações dentro de um programa de atenção que privilegie a promoção e prevenção em saúde, assim como a retaguarda em atenção secundária e terciária, favorecendo a atenção fonoaudiológica integral. Este programa, em consonância com os princípios universais em Saúde Pública, deve privilegiar a Atenção Primária, propondo ações de Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças, com o objetivo de reduzir as possibilidades de instalação, evolução e agravamento do quadro, prevenindo a necessidade de atendimento em níveis secundário e terciário, e gerando maior resolutividade no sistema. Deve também propor ações de Detecção Precoce. Em nível de Atenção Secundária e Terciária, deve privilegiar o atendimento aos casos nos quais a patologia esteja instalada, permitindo a habilitação e / ou reabilitação das habilidades e funções prejudicadas, e prevenir o agravamento do quadro. Objetivo: propor um modelo de atenção fonoaudiológica, no Município de SCSul que dê conta dos três níveis de atenção em Saúde Pública, funcionando de forma integrada e coordenada; Metodologia: realizamos estudo do modelo empregado até o momento e o levantamento da procura por Hipótese Diagnóstica (casos em atendimento e triados em fila de espera); estudamos as falhas desse modelo com base na referências em Saúde Pública e a necessidade de mudanças; propusemos a descentralização dos profissionais, que ficavam em uma única unidade, facilitando o acesso da população e a realização das ações preventivas; referenciamos a entrada no sistema em uma central de agendamento de triagens, introduzimos trabalho preventivo nas escolas e UBSs e priorizamos o atendimento em grupo; estabelecemos o fluxo do serviço de fono, com as referências e contra referências, estruturado em sete categorias de unidades; instituímos reuniões de equipe para discussão e avaliação do programa e estudo de casos; propusemos a supervisão cruzada entre os profissionais da rede e definimos protocolos de avaliação para cada patologia; propusemos um estudo epidemiológico na área fonoaudiológica; resultados: o programa levou aproximadamente 1 ano para ser implantado, estando algumas ações em fase de implantação. Dificuldades: implantação do treinamento de Consciência Fonológica nas préescolas devido resistência das diretoras, confundindo-o com método tradicional de alfabetização, em oposição ao “modelo Construtivista” adotado; introdução dos fonoaudiólogos nas UBSs devido dificuldade de salas disponíveis e desconhecimento da possibilidade de atuação deste profissional em programas de promoção da saúde, em conjunto com outros profissionais; a pressão da demanda em atenção secundária e terciária, ocupando a maior parte do tempo do profissional, dificultando execução de ações primárias; o próprio desconhecimento do fonoaudiólogo quanto as possibilidades de atuação em nível primário, saindo do modelo tradicional de terapia fonoaudiológica individual. Conclusão: O fonoaudiólogo pode ser um profissional efetivamente de saúde pública, porém, esse é um saber que ainda está em construção, e 79 depende da vontade política da administração pública, em permitir mudanças na forma tradicional de entender a saúde, da formaçãop dos profissionais que ainda privilegia a habilitação e reabilitação, mas, principalmente, da vontade dos fonoaudiólogos em se permitirem novas construções no seu fazer fonoaudiológico. 80 O SIGNIFICADO DA FONOAUDIOLOGIA PARA A PRÁTICA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CUIDADO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Soleman, C; Ogata, M. N. Universidade Federal de São Carlos Introdução: O Programa de Saúde da Família (PSF) pode ser entendido como uma estratégia para a organização da atenção básica à saúde no país e para a realização dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) — a integralidade, a universalidade e a eqüidade. Neste contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) assume um reforço importante na construção de um novo modelo, que reintroduz uma visão ampliada do conceito de saúde. Os Agentes Comunitários de Saúde são o vínculo entre a comunidade e o SUS e, deste modo, podem atuar como atores fundamentais nas ações de promoção da saúde fonoaudiológica da população, bem como identificadores e encaminhadores (quando necessário) das alterações na comunicação e das funções orais nos indivíduos de seu território. A integração da Fonoaudiologia em uma equipe multiprofissional da Estratégia de Saúde da Família pode permitir uma construção com o ACS, a fim de prover condições para a apropriação, pelo mesmo, do instrumental adequado e necessário para lidar com os problemas fonoaudiológicos daquela comunidade. Por representar a possibilidade de trazer para dentro das equipes de saúde o olhar da população, que revela necessidades de um ponto de vista diferente e abre as portas para novas formas de intervenções, constitui-se essencial viabilizar a promoção em saúde e aprimorar a prevenção por meio de práticas educativas que possibilitem ao ACS a construção dos conhecimentos necessários e significativos para sua atuação junto às famílias e reconhecimento de suas necessidades de saúde. Objetivo: Analisar o significado do conhecimento em Fonoaudiologia para a prática dos Agentes Comunitário de Saúde no cuidado integral aos usuários de uma Unidade de Saúde da Família do município de São Carlos. Metodologia: Inicialmente, uma equipe composta por oito agentes comunitários foi submetida a uma entrevista semi-estruturada a fim de identificar o conhecimento prévio em relação à Fonoaudiologia, bem como a concepção sobre os problemas fonoaudiológicos em seu território. Em seguida foi realizada uma intervenção pedagógica objetivando potencializar os conhecimentos dos ACSs em relação à Fonoaudiologia, utilizando a metodologia ativa da Problematização. Com o objetivo de identificar mudanças na concepção e no conhecimento dos ACSs em relação à Fonoaudiologia, bem como a percepção deles em relação ao significado dos conhecimentos adquiridos na sua prática de cuidado integral ao usuário do PSF, foi realizado um Grupo Focal. Resultados: Os participantes formam um grupo heterogêneo em relação ao tempo de trabalho como ACS, idade, inibição e contato prévio com profissional fonoaudiólogo. Observou-se na entrevista inicial que os agentes, em sua maioria, já tinham alguns conhecimentos em relação à Fonoaudiologia, no entanto estes eram limitados para serem aplicados na prática. Foram identificadas três categorias que se destacaram como as principais para a análise do significado da Fonoaudiologia na prática dos Agentes Comunitários de Saúde. Conclusão: O conhecimento em Fonoaudiologia ampliou significativamente as possibilidades 81 de ação dos agentes comunitários de saúde na Estratégia de Saúde da Família, por meio do apoio matricial, empoderando-os cientificamente no cuidado integral aos usuários. 82 O USO DA CHUPETA EM CRIANÇAS DE 3 A 6 ANOS DE IDADE E OS FATORES DE ASSOCIAÇÃO EM RELAÇÃO AO HÁBITO DE SUCÇÃO Pizolato RA, Bortoleto T, Brandão GA, Pereira AC, Meneghim MC. Departamento de Odontologia Preventiva e Saúde Pública- Faculdade de Odontologia de Piracicaba(UNICAMP) Introdução: Hábitos orais de sucção podem causar danos a morfologia e função do sistema estomatognático, sendo comumente iniciados e observados na infância. Fatores sócio-econômicos, período de amamentação natural, escolaridade dos pais e fatores psico-emocionais podem contribuir para a manifestação da presença de hábitos orais de sucção de chupeta e dedo em crianças.Objetivo: Verificar fatores de associação que podem estar relacionados com a presença do hábito oral de sucção de chupeta em crianças. Material e Método: Foram avaliados 50 pais de uma amostra de 50 crianças (19 meninas e 31 meninos) com idades de 3 a 6 anos (Média 4,52 ± 0,95) em uma creche municipal localizada na cidade de Piracicaba. As mães tinham idade em média 28,68 ± 6,61 e os pais tinham idade média 30,28 ± 6,16, todos responderam um questionário sendo a maioria das questões estruturadas e algumas semi-estruturadas sobre hábitos orais deletérios na criança. Para análise dos dados foi utilizado estatística descritiva e os testes do Qui-quadrado e Exato de Fisher considerando p< 0,05. Resultados: Dentre a amostra, 48% dos pais relatou que a criança tinha o hábito de sucção de chupeta, 64% tinha o hábito de sucção de mamadeira, 17% tinha o hábito de sucção de chupeta e mamadeira e 42% não tinham nenhum hábito oral deletério. Não houve associação de escolaridade quanto ao grau entre os pais das crianças que tinham o hábito de sucção de chupeta e os daquelas que não tinham o hábito, sendo proporcionalmente distribuídos entre as categorias variando de 1º grau incompleto a 2º grau completo. Não houve diferença estatisticamente significante entre as crianças que usavam chupeta e não usavam em relação à convivência familiar com os pais (p=0,91). A presença de hábito de sucção de chupeta não teve associação estatisticamente significante com ausência de prática de amamentação nos primeiros meses de vida da criança (p=0,70). Quanto ao significado que a chupeta representa na educação da criança, 75% dos pais responderam que a chupeta é um calmante para a criança. Conclusão: A presença do hábito oral de sucção de chupeta não esteve associado à fatores de escolaridade dos pais, amamentação e tempo de convivência da criança com os pais, mas ao fator sócio-cultural. Sugere-se que medidas voltadas para a educação em saúde no ambiente escolar de creches sejam implantadas por profissionais da saúde em parceria com coordenadores, educadores e pais, para a prevenção da máoclusão e alterações miofuncionais do sistema estomatognático contra o uso de sucção oral de chupeta em crianças acima de 3 anos de idade. 83 OFICINAS DE MEMÓRIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Pacheco AC, Passos LFB, Lima MS, Pereira PM, Benedito RC, Simões JCM, Bonucci M, Lovato MER, Marino MV, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: Atualmente, os idosos constituem a população que mais cresce no mundo. Dentre as várias alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, as funções do sistema nervoso central, principalmente as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e a memória, podem comprometer o bem estar biopsicosocial do idoso, impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa. Muitos estudos indicam que intervenções envolvendo técnicas de memorização, relaxamento e atenção, podem gerar efeitos positivos e duradouros em idosos, especialmente quando empregadas em grupo. Objetivo: Apresentar a atuação fonoaudiológica em uma Oficina de Memória, desenvolvida por alunos de graduação, no contexto da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Este estudo baseia-se em descrição de experiência. Resultados: A Oficina de Memória é realizada em um Núcleo de Saúde da Família (NSF) do distrito oeste de Ribeirão Preto/SP por alunos (de graduação e de pós-graduação) e docentes do curso de Fonoaudiologia durante o estágio curricular de Atenção Primária. A oficina foi criada para atender às queixas de esquecimento da população idosa da área de abrangência do referido núcleo. Inicialmente, a proposta de criação da oficina foi apresentada, em reunião administrativa, à equipe de profissionais da unidade. Mediante o interesse e colaboração da unidade, foram elaborados convites para serem entregues aos usuários com idades iguais ou superiores a 60 anos e queixas de déficit de memória. Para o levantamento dos nomes dos usuários que seriam convidados a participar da Oficina, o grupo de alunos se reuniu com as agentes comunitárias de saúde da unidade, as quais forneceram 22 nomes. Em seguida, o convite foi feito pessoalmente aos usuários indicados. A oficina teve início com a participação de nove usuários, do gênero feminino. Atualmente, ocorre uma vez por semana, com duração de uma hora e conta com a participação de, aproximadamente, oito a dez idosos. O tempo previsto de duração das oficinas é de 10 semanas. Durante as oficinas, tem sido desenvolvidas atividades lúdicas e dinâmicas, as quais favorecem a memória e a atenção em grupo, como por exemplo: na atividade de “reprodução de seqüências de formas geométricas”, uma seqüência de figuras geométricas é projetada em uma parede branca por alguns minutos para que os idosos memorizem. Em seguida, a seqüência desaparece e eles devem montar sobre a mesa, utilizando figuras de papel, a mesma seqüência que foi projetada. Conclusão: Esta oficina tem sido muito benéfica para os idosos, uma vez que já existem relatos de diminuição de episódios de esquecimentos no dia-a-dia. Além disso, essa estratégia é importante para os alunos, que podem vivenciar o trabalho fonoaudiológico em grupo, dentro da Estratégia Saúde da Família. 84 OFICINAS DE MEMÓRIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Pacheco AC, Passos LFB, Lima MS, Pereira PM, Benedito RC, Simões JCM, Bonucci M, Lovato MER, Marino MV, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Introdução: Atualmente, os idosos constituem a população que mais cresce no mundo. Dentre as várias alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, as funções do sistema nervoso central, principalmente as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais como o aprendizado e a memória, podem comprometer o bem estar biopsicosocial do idoso, impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa. Muitos estudos indicam que intervenções envolvendo técnicas de memorização, relaxamento e atenção, podem gerar efeitos positivos e duradouros em idosos, especialmente quando empregadas em grupo. Objetivo: Apresentar a atuação fonoaudiológica em uma Oficina de Memória, desenvolvida por alunos de graduação, no contexto da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Este estudo baseia-se em descrição de experiência. Resultados: A Oficina de Memória é realizada em um Núcleo de Saúde da Família (NSF) do distrito oeste de Ribeirão Preto/SP por alunos (de graduação e de pós-graduação) e docentes do curso de Fonoaudiologia durante o estágio curricular de Atenção Primária. A oficina foi criada para atender às queixas de esquecimento da população idosa da área de abrangência do referido núcleo. Inicialmente, a proposta de criação da oficina foi apresentada, em reunião administrativa, à equipe de profissionais da unidade. Mediante o interesse e colaboração da unidade, foram elaborados convites para serem entregues aos usuários com idades iguais ou superiores a 60 anos e queixas de déficit de memória. Para o levantamento dos nomes dos usuários que seriam convidados a participar da Oficina, o grupo de alunos se reuniu com as agentes comunitárias de saúde da unidade, as quais forneceram 22 nomes. Em seguida, o convite foi feito pessoalmente aos usuários indicados. A oficina teve início com a participação de nove usuários, do gênero feminino. Atualmente, ocorre uma vez por semana, com duração de uma hora e conta com a participação de, aproximadamente, oito a dez idosos. O tempo previsto de duração das oficinas é de 10 semanas. Durante as oficinas, tem sido desenvolvidas atividades lúdicas e dinâmicas, as quais favorecem a memória e a atenção em grupo, como por exemplo: na atividade de “reprodução de seqüências de formas geométricas”, uma seqüência de figuras geométricas é projetada em uma parede branca por alguns minutos para que os idosos memorizem. Em seguida, a seqüência desaparece e eles devem montar sobre a mesa, utilizando figuras de papel, a mesma seqüência que foi projetada. Conclusão: Esta oficina tem sido muito benéfica para os idosos, uma vez que já existem relatos de diminuição de episódios de esquecimentos no dia-a-dia. Além disso, essa estratégia é importante para os alunos, que podem vivenciar o trabalho fonoaudiológico em grupo, dentro da Estratégia Saúde da Família. 85 PERFIL FONAUDIOLÓGICO DA POPULAÇÃO DE TAUBATÉ TRIADA NO PROJETO FONEM Ponsoni A. Núcleo Especializado Municipal FONEM - Prefeitura de Taubaté. Introdução: A triagem fonoaudiológica tem como objetivo detectar precocemente os distúrbios de comunicação em crianças e/ou adultos. Na prefeitura de Taubaté, o projeto Fonoaudiologia e Otorrinolaringologia Núcleo Especializado Municipal (FONEM), tem como objetivo atender crianças e/ou adultos com distúrbios da comunicação. Desta forma, o projeto FONEM é composto por cinco ambulatórios de atendimento fonoaudiológico que são: triagem, linguagem, fissura labiopalatina, voz e motricidade oral. O projeto também é composto por uma equipe de suporte para os atendimentos fonoaudiológicos, com um médico otorrinolaringologista, uma assistente social e uma psicóloga. A triagem no projeto FONEM é realizada por uma equipe multidisciplinar com os seguintes profissionais: fonoaudióloga, psicóloga, assistente social e médico otorrinolaringologista. Após a triagem de todos os profissionais, os pacientes são encaminhados para um dos ambulatórios do projeto FONEM ou encaminhados para outros projetos da prefeitura de Taubaté. Objetivo: O objetivo deste estudo é caracterizar o perfil fonoaudiológico da população de Taubaté que passaram por triagem entre julho a setembro de 2010. Metodologia: Com o levantamento dos prontuários foi identificado que 83 sujeitos foram atendidos no ambulatório de triagem entre os meses de julho a setembro 2010, sendo que 12 sujeitos triados foram encaminhados para outros projetos da prefeitura e 71 encaminhados para os ambulatórios do projeto FONEM. Resultados: Com a análise dos prontuários observa-se que 47 (66,2%) dos pacientes apresentavam alterações de linguagem oral, sendo encaminhados para o ambulatório de linguagem; 18 (25,3%) pacientes para o ambulatório de Motricidade Oral; 6 (8,4%) para o ambulatório de voz; e nesse período não houve pacientes para o ambulatório de fissura. Os dados do presente estudo demonstraram que a maior parte da população triada nesse período (66,2%) apresentavam alterações de fala e linguagem, sendo encaminhadas para o ambulatório de linguagem do projeto FONEM, com as seguintes distúrbios da comunicação: 26 crianças com desvio fonológico (55,3%); 9 pessoas com gagueira (19,1%); 1 pessoa com gagueira e taquifemia (2%); 4 pessoas com gagueira e distúrbio articulatório (8,5%); 7 pessoas com atraso de linguagem (14,9%). Conclusão: Com esse estudo pode-se analisar que a maior alteração fonoaudiológica encontrada na população que passou por triagem foi alterações de linguagem oral, sendo predominante o desvio fonológico. A Triagem em equipe multidisciplinar proporcionou a promoção do conhecimento e integração entre os profissionais, aumentando o vínculo e responsabilidade pelas ações realizadas na assistência. 86 PREVENIR HOJE PARA NÃO REMEDIAR AMANHÃ... ATUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR EM BERÇÁRIO. Costa J, Bernardi DF, Paludo L. Secretaria de Educação do Município de Bragança Paulista. Introdução: Falar a respeito da preservação da saúde é estar em consonância com os interesses governamentais ligados a saúde da população. A prevenção traz em sua fundamentação duas frentes de atuação que são indissociáveis: a promoção à saúde e a proteção específica através de ações direcionadas. A prevenção é a base que fundamenta este projeto e, para tanto, levanta-se o seguinte questionamento: “Se prevenir é melhor do que remediar, porque motivo não se trabalhar com as crianças em relação ao seu desenvolvimento global já no berçário? Em alguns casos, sabe-se que as chances de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança são maiores. Crianças que fazem parte deste grupo de risco são o foco principal de nossa atenção, uma vez que se conhecem as capacidades adaptativas de nosso cérebro pela plasticidade neuronal, estímulos direcionados e treinados são capazes de trazer determinada função a regiões cerebrais que inicialmente não seriam capazes de realizar tal responsabilidade. Objetivo: Através da prevenção, desde o início, oferecer avaliações periódicas e um ambiente propício ao desenvolvimento global destas crianças com o intuito de minimizar a detecção tardia de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Ainda, quando se inicia precocemente um trabalho de estimulação com crianças que comprovadamente tem maiores chances de desenvolver este atraso, se não se conseguir sanar o quadro deficitário, consegue-se ao mínimo uma redução significativa dos comprometimentos futuros. Metodologia:Para este propósito, duas frentes de trabalho serão utilizadas : o acompanhamento das crianças que compõe o grupo de risco e formação de agentes multiplicadores por equipe multiprofissional. Resultados: Espera-se através desta ação preventiva a diminuição da detecção tardia de crianças com atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor e minimização de quadros deficitários em crianças deficientes pela estimulação precoce. Conclusão: Como o presente trabalho apresenta foco preventivo e baseia-se em teoria de plasticidade neuronal – intensa na primeira infância – acreditamos que a mensuração de dados somente possa se dar em longo prazo. 87 PROGRAMA DE DETECÇÃO PRECOCE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM CRIANÇAS EM FASE ESCOLAR Rizzi FML, Mota CO, Monteiro DCM. Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem - ATEAL Introdução: Toda deficiência auditiva não detectada e tratada a tempo, faz com que o desenvolvimento educacional, intelectual, lingüístico, cognitivo e social da criança seja prejudicado. Para garantir este desenvolvimento e o processo de alfabetização, é importante considerar o tempo levado para se detectar uma alteração auditiva. Por isso a varredura de via aérea em escolares é considerada uma ação básica de saúde permitindo identificar precocemente crianças com sinais de perdas auditivas e orientar os pais sobre a necessidade da realização de tratamento médico adequado. A ATEAL em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e Educação de Jundiaí elaborou o “Programa de Detecção Precoce de Alterações Auditivas em Crianças na Fase Escolar”. Objetivo: Verificar precocemente a incidência das alterações auditivas, sem sintomas aparentes, das crianças em fase escolar, das escolas municipais de Jundiaí. Metodologia: Foi feito um estudo retrospectivo dos resultados encontrados, entre outubro de 2009 e setembro de 2010, considerando como critérios de inclusão os alunos matriculados regularmente, no primeiro e segundo ano do ensino fundamental, nas escolas municipais de Jundiaí, com as autorizações assinadas e anamneses respondidas pelos responsáveis. Foi usada a Unidade Móvel da Ateal (com o tratamento acústico necessário), para a varredura da via aérea, na intensidade de 20 dBNA, nas freqüências de 500, 1K, 2K, 4K e 8K Hz. O resultado para os pais foi passado por escrito, com os encaminhamentos, quando necessário. Para a escola foi fornecido um relatório final com todos os resultados encontrados. Resultados: Do total de 1096 crianças que participaram, 75,82% passaram em ambas as orelhas, 3,10% falharam em pelo menos uma das orelhas, 17,88% passaram, mas devido as queixas auditivas encontradas na anamnese foram encaminhadas para o ORL da UBS, e 3,19% não concluíram o exame. Conclusão: Foi possível detectar as alterações auditivas, que poderiam interferir no desenvolvimento educacional e social. Sendo feitos os encaminhamentos e intervenções necessárias. Logo, foi visto a grande importância da atuação da Fonoaudiologia dentro do ambiente escolar, bem como das orientações aos pais e professores para auxiliarem neste processo. 88 PROGRAMA AMIGO DO NEONATO: DESENVOLVIMENTO E ACOMPANHAMENTO (PANDA) INSERÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ASSISTÊNCIA EM UTI NEONATAL Tanaka CK, Aguiar IFV, Perracini CP, Wolle CC, Zamberlan M. HOSPITAL INFANTIL DARCY VARGAS – Secretaria de Estado de Saúde INTRODUÇÃO: Inicialmente, estudos sobre estimulação não nutritiva no atendimento ao prematuro ampliaram a visão quanto a necessidade de intervenção junto a esta população. O cuidado em relação à promoção do aleitamento materno com a manutenção da lactação e o fortalecimento de laços afetivos entre pais e bebês tiveram amplas campanhas, tal como o Método Canguru e Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Num hospital de alta complexidade referência nas áreas de cirurgia pediátrica, nefrologia, hematologia e oncologia os pacientes que necessitam ficar em UTI neonatal muitas vezes passam por diversas intercorrências que interferem no sucesso do aleitamento natural. Organizar a assistência ao neonato através de contínuas trocas inter e intraequipes e atuar através de abrangentes estratégias de atendimento humanizado é uma das prioridades da mesma. OBJETIVO: Promover amamentação, propiciar introdução segura da alimentação via oral e promover adequado desenvolvimento orofacial, de fala, de linguagem e global através de modalidades diferentes de atendimento fonoaudiológico: atendimento no leito, acolhimento em grupo de pais e seguimento ambulatorial em conjunto com equipe multidisciplinar do desenvolvimento infantil. METODOLOGIA: Na UTI neonatal, além do atendimento da dupla bebê-mãe em que se realizam: avaliação da prontidão do neonato para alimentação via oral, estimulação de sucção e introdução gradual do aleitamento natural ou artificial, também orienta-se quanto à estimulação da produção e manutenção da lactação. Paralela e conjuntamente com outros profissionais, durante o período de internação, o fonoaudiólogo realiza grupo de pais para acolhimento e orientações. No seguimento ambulatorial, os retornos são mensais e em conjunto e são orientadas aspectos da rotina diária: amamentação, higiene oral, sono, estimulação global, evitar uso de andador e de hábitos orais, limites e incentivo a projetos de vida. RESULTADOS: 37,2% recebe alta em aleitamento misto; 21,3% em aleitamento natural e 42,5% em aleitamento artificial. Continuam mamando no peito até 6 meses 25,5%; até 12 meses 14,9% e acima de 12 meses 14,9%. Os esforços para promover o aleitamento natural sofrem influência de fatores tais como: ausência de sala de amamentação ou banco de leite humano; longo período de internação; as graves intercorrências; longo período de intubação, sedação e uso de sonda e famíias com pouco apoio ou que residem em outros municípios. CONCLUSÃO: Mudar a proporção de bebês aleitados artificialmente para naturalmente é um desafio, pois ficar em UTI constitui fator de risco para a amamentação. Acompanhar desde os momentos mais críticos na UTI fortalece a relação paciente(família) e equipe. Orientações às vezes só são internalizadas pela família após muitas repetições e com estratégias que vão além do atendimento clínico, como por exemplo palestras e dinâmicas de grupo. Crianças de UTI podem evoluir para desenvolvimento sem limites ou com superproteção dos pais, por isso é importante que sejam realizadas orientações desde os primeiros retornos ambulatoriais. Este seguimento longitudinal possibilita verificar a interferência da passagem da UTI no desenvolvimento. A importância do 89 trabalho em equipe reforça um aprendizado contínuo, com trocas de olhares e saberes resultando numa visão integral do paciente e de sua família. 90 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO INTERSETORIAL: EXPERIÊNCIA CIRHER-FMRUSP. MANDRÁ PP, SANTOS CM, BÓ FR, CERA ML, MORENO NS, MOTA ALR, BRAGA GRAB, MENDONÇA RE, WITT M, GONÇALVES TC, CASSIANI RA, PINOTTI KJ Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto Introdução: A implantação de um programa de educação continuada para fonoaudiólogos da atenção básica é uma estratégia de aproximação entre serviços em diferentes níveis de complexidade tornando-se um espaço importante de reflexão sobre a prática, a atualização técnico-científica, bem como o reconhecimento dos diversos serviços que integram uma rede. A educação permanente em saúde (EPS) é uma política nacional do MS e uma das metas é a articulação entre as possibilidades de desenvolver a educação dos profissionais e a ampliação da capacidade resolutiva dos serviços de saúde. Essa política pública propõe que os processos de capacitação dos trabalhadores tomem como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde. Considerando a necessidade de aprofundamento e expansão de nossa relação com os fonoaudiólogos do serviço público dos 26 municípios que compõe a DRS XIII, com sede em Ribeirão Preto, SP, inserimos no plano operativo do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIRHER) a proposta de um programa de educação continuada para esses profissionais. Objetivo: descrever a experiência no desenvolvimento de um programa de atualização para fonoaudiólogos. Método: Estudo descritivo para o relato da experiência de uma atividade educativa desenvolvida com fonoaudiólogos da atenção básica de 26 municípios da DRSXIII. Entre novembro de 2008 a dezembro de 2009 realizamos 9 oficinas na sala de aula do CIR, os temas abordados foram definidos pelos fonoaudiólogos e os ministrantes foram docentes e colaboradores do CIR. Resultados: Nos três encontros de 2008 foram abordados a gestão do serviço, guia de referência, critérios eletivos e o fluxo da demanda para o CIR, participaram uma média de 35 profissionais/oficina. Em 2009 foram realizados 6 oficinas sobre: a) Regulação CIRHER e DRSIII, 18 participantes; b) Atendimento em grupo, 25 participantes; c) Programa de reabilitação, metas e alta, 37 participantes; d) Reabilitação Fonoaudiológica: CAS, 25 participantes; e) Gagueira, 30 participantes; f) Dia do Fonoaudiólogo e apresentação de painéis dos serviços municipais, 30 participantes, a média de fonoaudiólogos no período foi 27,5. Os encontros foram divididos em dois momentos: no primeiro momento reservado para informações sobre o serviço e discussão do fluxo, bem como esclarecimento de dúvidas, e no segundo momento era desenvolvido o conteúdo previamente selecionado, ao final oferecíamos um café. Constatamos que em alguns municípios os gestores não autorizavam a saída do profissional para as oficinas e nestes fizemos um trabalho de sensibilização junto aos colegiados da DRSXIII. Conclusão: A aproximação com os profissionais da rede básica foi fundamental para a organização de critérios e fluxo para os níveis de atenção primário, secundário e terciário, e ao mesmo tempo criou a oportunidade de oferecermos a extensão em forma de educação continuada, com cursos de curta duração. Consideramos que estamos cumprindo nosso papel de extensão universitária não só pelos atendimentos realizados no CIR, mas 91 também promovendo mecanismos de apoio e oferecendo recursos para a atualização técnicocientífica para os fonoaudiólogos participantes. 92 PROGRAMA “LER PARA CRESCER”: MEDIAÇÃO PARA ESTÍMULO DA LINGUAGEM EM BEBETECA NOS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL Barbosa LMS, Hosokawa PSB, Vieira ESM, Viola IC. Centro Interdisciplinar de Assistência Educacional (CIAE) da Secretaria Municipal da Educação de Lorena. Faculdades Integradas Teresa D´Ávila. Introdução: Este projeto, implantado em 25/02/2008, surgiu da necessidade de promover a saúde do escolar e intervir em fase de intenso desenvolvimento físico, psicológico e social. Objetivo: O programa foi desenvolvido visando introduzir o livro no cotidiano das crianças como objeto lúdico e como meio para estimular o desenvolvimento da linguagem. A mediação por meio de histórias contadas objetiva o desenvolvimento da capacidade de ouvir; o aumento de vocabulário; a exposição à modelos corretos de fala; a capacidade de sequênciar idéias; o aprendizado de noções de causalidade e tempo; a habilidade de reconhecer sinais verbais, o aumento do tempo de atenção; o desenvolvimento da imaginação e criatividade; tornar o ritmo e os sons da fala experiências de sonoridade e estabelecer relação entre oralidade e escrita. Metodologia: Participaram do programa todas as crianças com idade entre nove meses e três anos, matriculadas nas classes de berçário e maternal dos sete Centros Municipais de Educação Infantil de Lorena (CMEI), SP. Doze alunas do 2º ano de Fonoaudiologia, supervisionadas pelas fonoaudiólogas do CIAE, órgão da Secretaria da Educação, e pela professora da disciplina de Fonoaudiologia Comunitária, estimularam grupos de crianças em encontros de uma hora, semanalmente, durante oito meses. Conjuntamente foram realizadas palestras para sensibilização das gestoras e técnicas das CMEIs sobre o significado do programa, os objetivos e para a apresentação do esquema de funcionamento. As gestoras, as técnicas e os pais receberam orientações sobre o programa (objetivos e operacionalidade) para que se tornassem multiplicadores do projeto. Para sedimentar a adesão aos objetivos os pais e técnicas das CMEIs receberam folders com dicas e orientações . Para estímulo da linguagem foram escolhidos 23 livros e dois CDs indicados para a faixa etária de zero a três anos de idade, selecionados para estimular os cinco sentidos (visão, tato, audição, gustação e olfato), durante o manuseio pelas crianças. Resultados: No total 453 crianças, das 949 matriculadas nas CMEIs em 2008, participaram do programa, sendo que todas realizaram as atividades mais de cinco vezes. As dificuldades encontradas foram: a resistência do uso de livros para bebês, o envolvimento dos multiplicadores para continuar ao programa, o treinamento das mediadoras. Obtiveram-se os seguintes resultados positivos: o interesse pelos livros despertado pela familiarização precoce; o gosto por ouvir histórias; o aprendizado de novas palavras; o respeito e o cuidado com os livros; o aumento do tempo de atenção; o estimulo familiar à reflexão sobre a importância da leitura; o contato afetivo pais/criança; a possibilidade de novas situações de estimulação cognitiva, de linguagem, fala e audição. Conclusão: A implantação de Bebetecas na Rede Municipal mostrou-se um dispositivo de fácil implementação, de baixo custo, de retorno concreto, uma vez que desenvolve habilidades motoras, cognitivas, linguísticas e sócio afetivas. A aprendizagem de leitura e escrita e a prevenção 93 de distúrbios podem ser minimizadas por adultos, que propiciem o convívio com os livros e a leitura precocemente. 94 PROGRAMA EDUCACIONAL DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO Martino E, Genu AC, Souza JM, Takemoto VF, Martins JL. Universidade Guarulhos Introdução. Apesar dos avanços nas taxas de aleitamento materno observados na última década, a situação do aleitamento materno no Brasil ainda está longe da preconizada pela Organização Mundial da Saúde: amamentação exclusiva até o sexto mês e aleitamento materno com alimentos complementares até dois anos ou mais de idade. Estudos populacionais informam um padrão insatisfatório de aleitamento materno; aos trinta dias, somente 29% das crianças exclusivamente amamentadas, e aos quatro meses, apenas 4,6%. Muitos estudos também têm sido realizados com o objetivo de avaliar quais intervenções seriam mais efetivas para um aumento das práticas de amamentação. Dentre elas encontram-se os 10 passos sugeridos pela OMS. Acredita-se também na intercessão educação/saúde, como prática efetiva na promoção e incentivo ao aleitamento materno. Assim, foi elaborado um programa educacional de informação a crianças do ensino infantil e fundamental I sobre os benefícios do aleitamento materno.Objetivo. Elaborar estratégia de sensibilização aos familiares de crianças do ensino infantil e fundamental I iniciada por disseminação de informação sobre os benefícios do aleitamento materno às crianças. Colaborar para que as informações passadas, através de estratégias educacionais, culturais e de lazer,atingissem seu objetivo de sensibilização e mobilização para a prática do aleitamento materno.Metodologia. Foram selecionadas ao acaso, 04 Instituições de ensino público nos níveis infantil e fundamental I, e um Pronto Atendimento Infantil no município de Suzano.Foram distribuídos textos informativos sobre a importância e benefícios do aleitamento materno aos professores e profissionais da saúde, e solicitado que sugerissem atividades artísticas para a expressão da compreensão,por parte dos alunos e pacientes, do material socializado. Concomitante a esta ação foi apresentada peça teatral intitulada “ O bebê quer mamar” por alunos do curso de Fonoaudiologia enfatizando a relação do apego no binômio mãe/bebê e as informações contraditórias do senso popular recebidas pela mãe nas diferentes relações sociais: marido, mãe, vizinhas,.. Resultado. Foram recebidas 250 produções artísticas entre elas, frases alusivas a importância da amanentação e desenhos com temas de cuidados e práticas do aleitamento materno.Nas crianças internadas e sob cuidados no Pronto Atendimento nota-se a produção de desenhos contextualizados no ambiente hospitalar contendo a prática da amamentação pelas mães no leito.Não foi objeto desta ação a análise afetiva/emocional destas produções, embora ficasse evidente a manifestação do apego, sendo segundo a literatura ,o fator preditivo mais importante para um apego seguro , a qualidade da interação diádica na infância.Conclusão. Após as ações de informação e sensibilização sobre a importância do aleitamento materno, foram colhidos relatos de professores informando sobre a ida das crianças até os familiares, em especial às mães solicitando informações sobre o seu processo de aleitamento: impressões, tempo em que ocorreu, duração e resgates afetivo/emocionais deste período .Esta ação resultou em um movimento de questionamentos sobre informações do senso popular que em muito dificultam a continuidade do aleitamento. Esta ação com caráter educativo fez uso da crítica lúdica, 95 oferecida pela peça teatral, como forma de contrapor informações facilitadoras e formativas para uma cultura do aleitamento materno. 96 PROJETO: FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA – REORGANIZANDO AS PRÁTICAS DE GESTÃO E ATENÇÃO EM SAÚDE. Silva MV, Ribeiro C. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP. Departamento Regional de Saúde – DRS III – Araraquara. Introdução: Movimentos mais recentes através do Colegiado de Atenção Básica do DRS III Araraquara, que conta com a participação de representantes dos 24 municípios de sua abrangencia, possibilitou um olhar dirigido ao campo da Atenção Básica, que se configura problemático, uma vez que tem sido foco de análise e crítica por parte dos gestores, trabalhadores e usuários dos municípios. Revelou a necessidade de transformação das práticas de saúde realizadas, pois a forma como os serviços estão organizados, fragmenta os processos de trabalho, mantém o modelo de atenção com enfoque na doença, com trabalho em equipe praticamente inexistente, realizando um acolhimento que se reduz à recepção dos usuários, com pouco vínculo e responsabilização pela saúde da população. Identificado o cenário regional o Centro de Desenvolvimento e Qualificação para o SUS – CDQ - SUS – SES/SP iniciou uma reflexão nas reuniões dos Colegiados de Gestão Regional - CGR que compõem o DRS III, estimulando os secretários municipais de saúde para utilizarem a problematização das práticas nas unidades de saúde, como matéria prima para o levantamento de necessidades de educação permanente. Dessas reflexões o que foi apontado por gestores e trabalhadores de saúde indica a urgência de uma intervenção direta e localizada nas equipes de saúde como também o fortalecimento, transformação e revitalização da atenção básica. Objetivos: Propiciar espaço de reflexão e instrumentalização das práticas desenvolvidas pelos trabalhadores da atenção básica, visando construir soluções inovadoras para os processos de trabalho envolvendo a gestão e atenção em saúde, utilizando ferramentas das Políticas de Educação Permanente e Humanização; Possibilitar a apropriação de referenciais teóricos e metodológicos para a produção de mudança na gestão e processos de trabalho realizados nas unidades básicas de saúde/ESF; Refletir e propor soluções sobre os problemas que se apresentam no cotidiano das unidades básicas de saúde/ESF; Fortalecer as equipes para compreender a complexa dinâmica da produção da tríade saúde-doença-cuidado e intervir com soluções criativas sobre problemas de gestão dos serviços e processos de trabalho em saúde. Metodologia: A metodologia adotada foi desenvolvida no sentido de: articular as necessidades de forma descentralizada; aproximar as práticas dos serviços, com práticas de investigação e reflexão teórica; buscar a resolução de problemas, possibilitar uma aprendizagem participativa e significativa, dialógica, centrada nos processos de trabalho e com problematização das realidades locais; desenvolver e qualificar as equipes para criar condições de mudanças na gestão e na atenção, com alinhamento e reorganização das ações, ampliando e qualificando as práticas em saúde para fortalecer a Atenção Básica. Mediante três instâncias de aprendizado complementares: 06 Oficinas Gerais desenvolvida com todos os envolvidos, onde foram discutidos temas propostos; 16 Oficinas Regionais itinerantes entre os municípios que compõem os CGR(s); e, atividades de dispersão/intervenção determinada 97 pela dinâmica estabelecida nas equipes em que os trabalhadores participantes estão inseridos. Resultados: Oportunidade de participação de um trabalhador por UBS/ESF, perfazendo um total de 168 vagas disponibilizadas, sendo preenchidas por 144 trabalhadores/participantes, destes concluíram o projeto 139; O protagonismo de novos atores; Criação de espaços de conversa/reunião de equipe nas Unidades; Aproximação das ferramentas e dispositivos das Políticas de Educação Permanente e Humanização; Problematização dos processos de trabalho; Fortalecimento das Equipes da Atenção Básica; Movimentos de aproximação da Gestão e Atenção; e possibilidade de participar de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde PPSUS – SP MS/CNPq/FAPEPS/SES SP – Edital FAPESP/2009, intitulado: “Projeto de Educação Permanente em Saúde de Fortalecimento da Atenção Básica nos municípios do Departamento Regional de Saúde III – DRS III Araraquara: Análise e Perspectivas”. Conclusão: As autoras deste trabalho, fonoaudiólogas de formação, coordenaram este projeto ancoradas na tarefa de implementar as Políticas de Educação Permanente e Humanização. Reconhecem que esta experiência fortalece a ampliação do campo de atuação da fonoaudiologia e consolidam práticas ampliadas e multidisciplinares. A educação permanente e a humanização ofertam ferramentas potentes que podem ser utilizadas na prática fonoaudiológica. 98 PROJETO RE–CONHECER: CUIDANDO DO CUIDADOR Leite Praça E, Voboril, M. UBS ligadas à Associação Comunitária Monte Azul Introdução: o projeto re-conhecer está sendo realizado desde maio de 2006 junto aos profissionais que atuam no Programa Saúde da família, do distrito de saúde de M'boi Mirim da secretaria da saúde do município de São Paulo que envolve cerca de 800 profissionais da saúde e agentes comunitários. Os cuidadores, se por um lado, dizem sentir prazer e satisfação com o trabalho, por outro, sofrem com a carga psíquica demandada. O novo paradigma da salutogênese mostra uma nova direção onde a saúde é vista em todos os seus níveis: físico, emocional e espiritual. A moderna compreensão do sistema imunológico, seu papel na prevenção da doença e na recuperação, e sua íntima ligação com nossas emoções e hábitos diários nos dizem que o modo como vivemos, os hábitos físicos, emocionais e mentais exerce influência sobre a capacidade de resistir às doenças e criar mais saúde e bem-estar. Sabemos que todo ser vivo vivencia um processo cíclico que no homem caminha para o despertar da consciência. O estudo da biografia humana que utiliza a observação sistemática das fases da vida permite aos profissionais da saúde compreender melhor suas vivências e transformações bem como as do outro, tornando-se facilitadores do processo de desenvolvimento, conhecimento e de cura. A biografia humana, alicerçada nos estudos antroposóficos de Rudolf Steiner, epistemólogo austríaco, está dividida em três grandes fases: desenvolvimento físico, emocional e espiritual, cada qual possuindo suas características próprias. A fase do desenvolvimento físico é a base da biografia e se espelha de forma inconsciente na fase seguinte, a do desenvolvimento emocional. A fase do desenvolvimento espiritual reflete de forma consciente a vontade do homem e representa a fase da maturidade da existência. Por outro lado, utilizando-se o método fenomenológico de Goethe para a observação de plantas, são oferecidos subsídios para o entendimento da expressão do ser humano no mundo. Por meio da forma, cor e ciclo do desenvolvimento da planta, pode- se identificar sua relação com o modo de ser e fazer do ser humano. Com essa forma de entender verificamos que é tarefa do fonoaudiólogo melhorar o diálogo interno e externo dos indivíduos fazendo com que a expressão no mundo seja feita de forma harmoniosa e equilibrada. Objetivo: desenvolver a percepção e promover saúde física, emocional e mental aos cuidadores: médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde favorecendo melhor comunicação consigo mesmo e com o outro. Metodologia: observação das fases da vida e observação fenomenológica da natureza associando o gesto da planta e o gesto do ser humano, realizados através de vivências artísticas. Resultados e conclusão: Os resultados nos mostram que os cuidadores (1) identificam tarefas práticas de profilaxia que visam a salutogênese de si mesmo e para o grupo, (2) ampliam a percepção de si mesmo e do outro, (3) reconhecem-se como seres em eterno desenvolvimento físico, psíquico e espiritual, (4) resgatam a alegria de viver, nova motivação para a vida e para o trabalho, (5) descobrem novas potencialidades para as relações de grupo. 99 PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: RECÉM NASCIDO DE ALTA HOSPITALAR APÓS FRENECTOMIA DE LÁBIO SUPERIOR Escarpelini TG, Cruz LC, Robes A, Yamamoto S. Associação Beneficente Jesus, José e Maria - Guarulhos, SP Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), os trabalhadores da saúde devem proteger, promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo até seis meses e sua continuação até dois anos ou mais. Além dos benefícios nutricionais do leite materno para o recém nascido (RN), amamentar também traz benefícios para a mãe, além do vinculo mãe/bebê. Entretanto, o aleitamento materno nem sempre é possível, pela dificuldade emocional ou fisiológica materna; ou RN com dificuldade na fase oral: preensão (boa pega) do mamilo, pressão intraoral negativa, força e ritmo de sucção, deglutição efetiva, coordenação sucção, deglutição e respiração. Descreveremos o caso do binômio A.C.M. 16 anos, primigesta, RN sexo masculino, DN: 04/08/2010, PN: 2.900 g, apgar 9/10, IG: 39 2/7 semanas. Puérpera com ótima produção de leite, acompanhada pela sua mãe durante toda internação. Foi solicitada avaliação fonoaudiológica em 06/08/2010 devido à dificuldade de alimentação do RN. Foi diagnosticada a inserção anômala do frênulo labial superior, que reduzia sua mobilidade e dificultava a amplitude na abertura da cavidade oral, conseqüentemente à preensão do seio materno. Frênulos labiais são pregas sagitais da mucosa alveolar. De um lado à superfície interna do lábio e do outro, localizados na gengiva da linha mediana dos maxilares, entre os incisivos centrais. É uma estrutura anatômica e está sujeita as variações em sua forma, tamanho e posição. Sua função é limitar movimentos labiais, promovendo estabilização da linha média do lábio e impedindo excessiva exposição da mucosa gengival. No RN sua função é maior, auxilia o trabalho de sucção do músculo orbicular da boca. Objetivo: Promover o aleitamento materno exclusivo e garantir o aporte calórico do RN para o desenvolvimento pôndero-estatural. Metodologia: Mediante o desejo da mãe em amamentar, o apoio contínuo da avó materna e a discussão da equipe, solicitamos avaliação da Odontopediatra (contratada exclusivamente para o caso). Na avaliação foi indicada a frenectomia e executada sem intercorrências em 09/08/2010. Resultados : No período inferior a 12 horas após o procedimento, o RN já estava mamando em seio materno sob livre demanda, sem apresentar nenhum tipo de dificuldade de preensão. Mãe e RN recebem alta em 10/08/2010, peso 2.715g. Atualmente o RN é acompanhado no ambulatório de fonoaudiologia do serviço e permanece em seio materno exclusivo. Após 21 dias da alta RN com peso 3.435g (+ 720g). Conclusão: A situação era favorável para o sucesso da amamentação. Apesar da mãe ser adolescente, existia o desejo em amamentar. A hiperprodução láctea favorecia a nutrição do RN somado ao apoio constante da avó materna. Torna-se necessário aos profissionais da saúde que trabalham com o binômio maternoinfantil, ficarem atentos não só na anatomia e fisiologia da lactação, bem como, os reflexos e as estruturas da cavidade oral. Solicitar avaliação fonoaudiológica, caso identifique qualquer anomalia que interfira no processo da amamentação. Concluímos que a detecção precoce e a pronta correção 100 (frenectomia), contribuíram para o sucesso do aleitamento materno, tornando-as imperativa nestas situações. 101 PROPOSTA FONOAUDIOLÓGICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE VOLTADA AO CUIDADO AMBIENTAL E PESSOAL EM UMA COMUNIDADE ASSISTIDA PELO PSF Moura GM, Santos EJ, Ferreira K, Souza LNP, Rodrigues NCN, Rodrigues V. Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Introdução: A Saúde Coletiva é definida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (2006) como um campo voltado para elaboração de estratégias de planejamento e gestão em saúde, visando à intervenção nas políticas públicas, bem como atuação na atenção à saúde e nas esferas de promoção, prevenção, educação e intervenção. O fonoaudiólogo, portanto, se encontra frente a uma visão macro, ao desafio de gerar novas perspectivas identificando as necessidades e condições de vida das comunidades e intervindo em suas realidades. Objetivos: Como parte do Estágio Supervisionado (Módulo PSF) realizado no Centro de Saúde Escola Barra Funda com alunos do 3º ano de graduação do curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP, desenvolvemos um plano de ação fonoaudiológica com caráter educativo no Cingapura Água Branca, com a comunidade assistida pelo PSF. Este estudo tem o objetivo de apresentar a referida ação e relatar suas experiências. Metodologia: Por meio de visitas domiciliares estabelecemos contato com a área, buscando conhecer a realidade da comunidade para a proposição de ações fonoaudiológicas que se aproximassem de suas necessidades. Foi desta forma que nos deparamos com a problemática do lixo, com a falta de cuidado ambiental e pessoal que afeta a saúde geral dos moradores da região. Das discussões realizadas percebemos a correlação dos problemas advindos desta falta de cuidado com os aspectos fonoaudiológicos, entre eles: problemas respiratórios, bucais, de aprendizagem e de comunicação. Desenvolvemos, então, um material educativo em linguagem não-verbal, a fim de que a mensagem visual pudesse atingir a todos da comunidade, alfabetizados ou não. Inicialmente identificamos as famílias-alvo e elegemos aquela que apresentou maiores componentes problemáticos, de acordo com as correlações entre lixo e aspectos fonoaudiológicos, como mencionado anteriormente. Em visita subsequente apresentamos o material aos membros da família: pai, mãe e dois filhos adolescentes. Como parte da ação os mesmos foram orientados quanto à importância da higiene ambiental e pessoal para a saúde geral e fonoaudiológica e bem-estar dos moradores. Soluções práticas, sem custo ou de baixo custo foram sugeridas pela equipe sensibilizando-os para o fato de que estes cuidados são possíveis mesmo em contextos sociais desfavorecidos. Mais duas visitas foram realizadas com intervalos de 1 semana para que as orientações fossem retomadas e ajustadas. Resultados: A família destacou a importância da higiene ambiental e pessoal na melhora da sua qualidade de vida, percebendo que estes cuidados contribuem para evitar doenças e problemas respiratórios. Um dos adolescentes ressaltou que o cuidado com a casa trouxe maior envolvimento familiar e referiu melhora na disposição para os estudos devido a um ambiente físico mais saudável e propício à concentração, atenção e interação. Conclusão: A ação desenvolvida nesta comunidade nos mostrou a abrangência e o impacto que o trabalho fonoaudiológico pode ter na Saúde Pública. Permitiu-nos discutir sobre novas possibilidades neste campo de atuação, compreendendo que este trabalho está além da reabilitação de doenças, abrangendo aspectos da 102 promoção e prevenção em saúde, onde o fonoaudiólogo pode, por meio de ações educativas, contribuir na melhora da qualidade de vida dos indivíduos, com foco nos aspectos fonoaudiológicos. 103 RASTREAMENTO AUDITIVO NO IDOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DA PUC-SP Camargo N, Hayashi NY, Oliveira AP, Sobreira ACO, Gregório CM, Fanale MR, Laurindo TR, Reis RB, Trenche MCB. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. INTRODUÇÃO: : O pacto pela vida reforça no Sistema Único de Saúde (SUS) a prioridade de ações voltadas atenção ao idoso. A identificação de alterações da audição, vertigem, chiado ou zumbido no ouvido ou de qualquer outro fator que possa prejudicar o uso da comunicação e a interação social de idosos deve ser acompanhada de intervenção (orientação, encaminhamento e acompanhamento) especializada, pois esta pode resultar em importante contribuição para a qualidade de vida dessa população. OBJETIVO: Relatar uma experiência de rastreamento auditivo do idoso durante a campanha de vacinação contra influenza A (H1N1) nas UBSs Vila Ramos e Augusto Galvão realizada por estudantes do curso de Fonoaudiologia. MÉTODO: Foi utilizado um questionário de 52 perguntas relacionadas com a saúde auditiva do idoso e realizada a meatoscopia, além da observação em situação de comunicação. RESULTADOS: As equipes do PSF foram orientadas sobre aspectos indicativos de risco da saúde auditiva. Dos 184 sujeitos participantes 105 eram do sexo feminino e 79 masculino. A faixa etária variou de 61 a 83 anos. As queixas mais freqüentes foram dificuldades auditivas 98 sujeitos, zumbido 75, e que escuta mais não entende 69, com alguma queixa social 65, sendo que 20 relacionaram o ambiente de trabalho com a perda auditiva. Frente ao número alto de idosos com queixa auditiva foram feitas orientações e encaminhados para Centros de Referência da Saúde Auditiva para esse território. CONCLUSÃO: A intervenção ratifica a necessidade de atenção à saúde do idoso. Aproveitar a campanha de vacinação otimizou o deslocamento do idoso, permitindo maior abrangência da ação. Destaque deve ser feito ao envolvimento de outros profissionais e ao matriciamento de questões da saúde auditiva. A intervenção também foi considerada relevante para a formação profissional dos estudantes. 104 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA UBS – UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE - TRABALHANDO COMO NAAB – NÚCLEO DE APOIO À ATENÇÃO BÁSICA -PROPOSTA GUARULHENSE Loureiro MHA, Costa LAC, Sequeira MLS, Coco JS, Cabral CCJ. Equipe do NAAB UIRAPURU – Região de Saúde IV – Guarulhos, SP. Em 2005 Guarulhos lançou a Política Municipal de Humanização e desde então vem adotando estratégias de capacitação de recursos humanos para sua implantação e implementação. Nessa seara em meados de 2006 iniciou-se a implantação das equipes de saúde da família - compostas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, sendo modelo de Atenção Primária a Saúde e tem se colocado como a principal política para viabilizar a atenção a saúde em todo o território nacional. Paulatinamente percebeu-se a necessidade de ampliar o escopo das ações de saúde para esta população, iniciando-se então a entrada de novos profissionais – fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais - através das equipes NASF – núcleo de apoio em Saúde da Família. Dentro do município, já havia equipes de saúde formadas por um ou mais destes profissionais – fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e educadores físicos – atuando em equipamentos de saúde da Atenção Primária. Como adequar o trabalho destes profissionais, aproveitando a experiência que já dispunham no âmbito da saúde integral somadas às ações das atuais equipes NASF, mas mantendo-se em unidades de saúde tradicionais? A Secretaria de Saúde de Guarulhos lançou então em 2009 a proposta de tais profissionais atuarem como NAAB – Núcleo de Apoio à Atenção Básica - em alvitre semelhante à proposta NASF em implementação. Dentro desta proposta, os profissionais atuam em três frentes principais de trabalho: Apoio Matricial da rede de saúde primária; clínica ampliada - formulação de PTS (projetos terapêuticos singulares - individuais e coletivos) junto às equipes de saúde e aos pacientes/famílias envolvidas; orientação e/ou atendimento dos casos, preferencialmente em grupos, para a resolução das dificuldades de saúde encontradas, que se enquadrem dentro de uma UBS ou encaminhamento dos casos mais graves para outros equipamentos de saúde do município. Estas ações na saúde pública servem como instrumento de promoção e recuperação da saúde, de prevenção das doenças, de melhoria do bemestar social e da qualidade de vida. No matriciamento, ocorrem reuniões periódicas dos profissionais do NAAB com as equipes de saúde das UBS tradicionais, com o objetivo de orientar os profissionais sobre as atuações específicas dos profissionais NAAB, discutir casos dentro de uma visão multi e interdisciplinar para a adequação do atendimento de saúde para cada um destes casos e contribuir na formulação dos PTS. Vivenciar a proposta do matriciamento, de acordo com a perspectiva da clínica ampliada, implica em uma profunda mudança na própria lógica da oferta, que se propõe a operar não mais enquanto equipamento-centrado, para constituir-se em usuário-centrado, enfatizando a importância da equipe multidisciplinar e de referência, bem como seu processo de trabalho, para que os integrantes das equipes, resguardando suas especificidades, valorizem a intersecção dos conhecimentos, somando contribuições com um objetivo em comum – o paciente. 105 As equipes NAAB estão inseridas em redes de serviços em contextos sociais adversos. Dentro dessa dinâmica sua funcionalidade, eficácia e eficiência carece ser constantemente reavaliada, buscando sempre respeitar os princípios do SUS, a integralidade da atenção e a incorporação de novas tecnologias e dispositivos técnicos-assistenciais. 106 RELAÇÃO ENTRE GRAUS DE DESVIOS FONOLÓGICOS E HÁBITOS DE SUCÇÃO ATÉ 4 ANOS Maldonade IR. Prefeitura Municipal de Campinas Introdução: Na aquisição fonológica com desvios fonológicos a adequação ao sistema fonológico, não é atingida espontaneamente e/ou na mesma sequência constatada no maior número de crianças, nem na faixa etária esperada (4/5 anos). Logo, processos fonológicos são observados na fala dessas crianças depois dessas idades. Dentre as possíveis causas para tais alterações estão os hábitos orais como uso prolongado de chupetas, mamadeiras e a sucção digital. Objetivo: verificar se há diferenças entre os sistemas fonológicos de crianças com desvios fonológicos que fizeram uso de chupeta não ortodôntica até os 4 anos (grupo 1) e crianças que realizaram sucção digital até os 4 anos (grupo 2) e se tais diferenças são estatisticamente significativas. Metodologia: Foram pesquisados 20 prontuários de crianças (meninos e meninas) com 6 anos de idade distribuídos igualmente entre os dois grupos numa Policlínica em Campinas. O levantamento do quadro fonéticofonológico foi obtido por conversa espontânea. No prontuário, havia dados de anamnese e de evolução terapêutica. Foram excluídas da pesquisa crianças que apresentassem quaisquer outros tipos de alterações de outra natureza: neurológicas, emocionais, audiológicas, cognitivas, e/ou qualquer tipo de deficiência física e/ou mental. Todas as crianças apresentavam distúrbios em motricidade oral além de mordida aberta anterior. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. Resultados: As diferenças entre o grupo 1 e 2 foram significativas conforme evidenciado pelo teste qui-quadrado.Foram encontrados os seguintes processos fonológicos: simplificação de encontro consonantal, simplificação e substituição de líquidas, apagamento de coda, frontalização de palatal, ensurdecimento de fricativas e plosivas, dessonorização e plosivização de fricativas. Foram encontrados diferentes graus de severidade dos desvios: 37% de leves, 22,5% de moderados e 30,5% de severos. Entre os severos a maioria eram meninos e entre os leves a maioria eram meninas. 80% das crianças que fizeram sucção digital apresentaram desvios fonológicos severos e moderados, sendo que apenas uma criança que fez uso de chupeta não ortodôntica apresentou desvio fonológico severo e 78% das crianças que fizeram uso de chupeta não ortodôntica apresentaram desvios fonológicos leves e moderados. Conclusão: Verificou-se que há relação entre o grau de desvio encontrado e tipo de sucção realizada até os 4 anos de idade e ela é significativa, em termos estatísticos. 107 REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DA DIMENSÃO VOCAL DO QUESTIONÁRIO CONDIÇÃO DE PRODUÇÃO VOCAL DO PROFESSOR – CPV-P Esteves AAO, Giannini SPP, Latorre MRDO, Andrada e Silva MA, Ferreira LP. PUC-SP INTRODUÇÃO: no Brasil, não existem instrumentos para avaliar a condição de produção vocal do professor, devido a isto, desde 1999, vem sendo construído um instrumento, a partir das queixas destes profissionais, que se propõe a suprir esta necessidade. Para tanto, é necessário constatar a reprodutibilidade da autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do questionário denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P). Verificar se um participante ao relatar que possui sintomas como: rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz, entre outros, irá confirmar estas queixas vocais em um determinado tempo depois. OBJETIVO: avaliar a reprodutibilidade das questões referentes à dimensão vocal, que fazem parte do instrumento CPV-P. MÉTODO: foi realizado um estudo transversal observacional. A amostra foi por conveniência, recrutada de forma seqüencial, entre os professores com distúrbio de voz que procuraram tratamento fonoaudiológico em um hospital público da cidade de São Paulo. A população foi composta por 36 professoras da rede municipal de São Paulo. O questionário foi preenchido, em dois momentos, com intervalo de 15 dias entre as aplicações. As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas quanto à situação teste-reteste, por meio do teste Kappa (p <0,05), a fim de avaliar a concordância entre os resultados das duas aplicações do instrumento. RESULTADOS: como caracterização da amostra foi encontrada maioria (47,2%) casada, com escolaridade superior (91,7%), com tempo de profissão entre 11 e 20 anos (55,7%), que leciona em educação infantil (61,1%), mais de 40h semanais (27,8%), em apenas uma escola (58,3%) e com classe definida (80,6%). Em relação aos sintomas vocais, a maior medida de confiabilidade foi voz grossa (k = 0,74) e a menor rouquidão (k = 0,52). Em relação às sensações laringofaríngeas, à medida que apresentou maior índice de confiabilidade foi dor ao falar (k = 0,59) e a menor, o pigarro (k = 0,36). Em hábitos vocais no trabalho, o que apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água durante a aula (k = 0,88) e o que registrou menor medida de confiabilidade foi falar em lugar aberto (k = 0,41). Nos aspectos vocais de natureza diversa, o maior índice de confiabilidade registrado foi faltar ao trabalho por problemas de voz (k = 0,86) e o que apresentou menor índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54). CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do questionário (CPVP) obteve, no estudo de reprodutibilidade teste-reteste, nível de concordância entre regular e ótimo. A maioria dos coeficientes Kappa, para os itens analisados do questionário, foram superiores a 0,50 e os resultados indicaram que estes sintomas, sensações e hábitos vocais são confiáveis para uso em estudos epidemiológicos. 108 SATISFAÇÃO DE USUÁRIOS ATENDIDOS PELA FONOAUDIOLOGIA DO CENTRO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO (CIRHERP) Santos CM, Mandrá PP, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE, Witt M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto Introdução: O Centro Integrado de Reabilitação (CIRHERibeirão) é parte do Hospital Estadual de Ribeirão Preto, SP, sua gestão é baseada em contrato entre o governo do Estado de São Paulo e Organização Social de Saúde (OSS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP). Este modelo introduziu novos conceitos de relacionamento entre os setores, bem como a pactuação de metas de produtividade, resolutividade e avaliação da qualidade da oferta de serviços e plano semestral de aplicação de recursos financeiros. A qualidade dos serviços relaciona-se a índices de efetividade, eficiência, eqüidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade. A incorporação do usuário na avaliação tem sido valorizada como um indicador sensível da qualidade do serviço prestado e de maior adequação no uso do equipamento de saúde. Essa medida é interessante para gestores, governantes e usuários. Os métodos quantitativos, aplicação de questionários fechados com respostas escalares, são mencionados como forma de mensuração da satisfação, porque alcança uma amostra representativa da população, é de fácil aplicação, baixo custo, rápido, pode ser auto-aplicável e anônimo. Objetivo: verificar o índice de satisfação usuários dos usuários de um serviço público de Fonoaudiologia de media complexidade. Método: Foram analisados 62 questionários dirigidos com respostas escalares (Muito Ruim-MR, Ruim-R, Regular-R, Bom-B, Muito Bom-MB) preenchidos por usuários e entregues ao Serviço de Atendimento ao Usuário (SAUCIRHER), entre abril e dezembro de 2009. Realizamos a analise descritiva por freqüência relativa. Resultados: Havia a identificação em 96,75% dos questionários, 66,13% recebiam atendimento uma vez por semana e 25,08% duas vezes. O tempo de espera para conseguir o atendimento foi (MB) para 48,4%, e entre a primeira consulta e retorno (MB) para 58,6%, e na recepção (MB) para 51,6%. O agendamento feito por telefone foi (B) para 45% e por carta (MB) para 48,4%, 72,6% avaliaram como (MB) os cuidados prestados, 70,9% como (MB) a relação dos profissionais com o paciente e a família, e os esclarecimentos foram (MB) para 69,3% e o atendimento feito com alunos (MB) para 69,3%. O dia, horário e frequência estavam (MB) para 51,6%, os serviços prestados foram avaliados como (MB) por 76,7%, 90,3% consideravam que seu problema estava sendo resolvido, 96,75% indicariam o serviço e para 62,9% dos usuários o serviço estava acima da expectativa inicial. A estrutura física e o ambiente foram avaliados como (MB) 62,56% e (B) 21,6%. Esses resultados são parte de um estudo piloto de implantação do controle de qualidade do serviço. Conclusões: Consideramos que o grau de satisfação geral dos usuários nesse período foi alto, porém ressaltamos que o instrumento elaborado pela equipe deve ser avaliado e modificado para melhor avaliar o serviço. Itens como acessibilidade, informante, atendimento fonoaudiológico anterior, número de atendimentos até a entrega dos questionários e adesão são 109 importantes para análise da qualidade. É importante que esses dados sejam analisados pelo gestor, compartilhados com a equipe para planejamento de mudanças operacionais. 110 SAÚDE AUDITIVA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA ODONTOLÓGICA Santos CC, Sant´Anna NC, Lopes AC Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP Introdução: Regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde e expressa na Constituição Federal, a saúde é para o cidadão brasileiro um direito universal e dever do Estado, ainda no âmbito desse direito encontra-se a saúde do trabalhador. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS), nos últimos anos, tenha avançado muito em garantir o acesso do cidadão às ações de atenção à saúde, somente a partir de 2003 as diretrizes políticas nacionais para a área começam a ser implementadas. No caso da saúde auditiva de trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, fica evidente que a PAINPSE (perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevado) ainda não é tratada por lei a todos os trabalhadores como uma doença ocupacional. A American Dental Association, desde 1959, já recomendava avaliações audiométricas e uso de proteção auditiva em profissionais da área Odontológica, porém, pesquisas nessa área mostram a falta de informação que esses profissionais ainda apresentam quanto à exposição diária ao ruído ocupacional, à importância da prevenção e promoção de saúde auditiva. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo investigar a saúde auditiva de profissionais da área odontológica bem como realizar a medição de ruído das clínicas Odontológicas e de alguns equipamentos utilizados a fim de comparar com o nível de ruído permitido por lei pela exposição das Normas Regulamentares 15. Metodologia: Participaram 108 profissionais convidados da comunidade de Bauru - SP, subdivididos em três grupos, (G I) constituído por CirurgiõesDentistas, (G II) por auxiliares e (G III) por protéticos. Foram submetidos à entrevista, audiometria tonal e de altas freqüências, logoaudiometria, imitânciometria, emissões otoacústicas. Procedimentos realizados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB/USP. Resultados: A média de idade do GI foi de 34,05 anos, e a média dos limiares auditivos variaram de 5,68 dB a 21,59dB para OD e de 3,64 dB a 23,07 dB para OE; no G II a média de idade foi de 37,94 anos, e a média dos limiares variaram de 5,42 dB a 32,78 dB para OD e de 5,42 dB a 59,14 dB para OE; no G III a média de idade foi de 35,07 anos, e a média dos limiares variaram de 8,39 dB a 25,18 dB para OD e de 4,64 dB a 25,18 dB para OE. A comparação entre as médias dos limiares evidenciaram piora com o aumento da freqüência para os 3 grupos testados; houve correlação estatisticamente significante entre o limiar de audibilidade e a presença e/ou ausência das emissões otoacústicas. O nível de ruído das clínicas variou de 72 a 86 dB NPS, e o nível de ruído da caneta de alta rotação variou de 76 a 86 dB NPS e, do ultra-som variou de 71 a 82 dB NPS. Conclusão: A avaliação audiológica convencional não identificou exames alterados para os três grupos testados, no entanto, a avaliação audiológica complementar indicou comprometimento do sistema auditivo periférico, portanto indica maior sensibilidade na detecção precoce de alterações auditivas nessa população. O nível de pressão sonora neste ambiente de trabalho pode provocar alteração dos limiares auditivos com o decorrer dos anos de atuação na profissão. Assim, é necessário vigorar uma lei para promoção e prevenção de saúde auditiva de profissionais da área da saúde que também ficam expostos ao ruído ocupacional como os da área Odontológica. 111 RELAÇÃO ENTRE SINTOMAS VOCAIS E TRABALHO EM UM GRUPO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE Cipriano FG, Andrada e Silva MA, Ferreira LP. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Introdução: O adoecimento vocal tem levado diversas categorias profissionais a situações de afastamento e incapacidade para o trabalho, o que implica em custos financeiros, pessoais e sociais. Os trabalhadores destacados para esta pesquisa foram os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), uma vez que sua atividade laboral apresenta particularidades que os tornam mais suscetíveis ao comprometimento do bem-estar vocal. Parte-se da hipótese de que há associação entre o desenvolvimento de sintomas vocais, no ACS, e as adversidades presentes no ambiente e na organização do seu trabalho. Objetivo: Analisar a relação entre sintomas vocais e trabalho, em um grupo de ACS. Método: Participaram desta pesquisa 65 ACS atuantes na região Leste do município de São Paulo. Como instrumento para a coleta de dados, elegeu-se a adaptação do questionário Condições de Produção Vocal – Professor (CPV-P), que contou com 40 questões, divididas em quatro partes, a saber: Identificação da Unidade Básica de Saúde (questões 1 a 4); Identificação do Entrevistado (questões 5 a 9); Situação Funcional (questões 10 a 38) e Aspectos Vocais (questões 39 e 40). Os resultados foram duplamente digitados, e submetidos à análise estatística (teste paramétrico Qui-quadrado) para verificar: a frequência de sintomas vocais atuais; a associação entre os três sintomas vocais atuais mais citados e os aspectos do ambiente e da organização do trabalho. Foram considerados significativos os valores de p com nível ≤ 5% (0,050). Resultados: Os sintomas vocais atuais mais citados pelos ACS foram: garganta seca (61,5%), cansaço ao falar (53,9%) e ardor na garganta (50,8%). Houve associação significativa entre: levar trabalho para casa, roubo de objetos pessoais, intervenção da polícia, violência contra os funcionários e o sintoma vocal garganta seca; não ter tempo para desenvolver todas as atividades, levar trabalho para casa, dificuldade para sair do trabalho, móveis inadequados, esforço físico intenso, roubo de material da UBS, manifestação de racismo e o sintoma vocal cansaço ao falar; poeira, insatisfação no trabalho, estresse no trabalho, depredações, problemas com drogas e o sintoma vocal ardor na garganta. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, a hipótese inicial de associação entre o desenvolvimento de sintomas vocais entre os pesquisados e as adversidades presentes no ambiente e na organização do seu trabalho foi confirmada. Deste modo, estes trabalhadores merecem uma atenção especial, por parte do fonoaudiólogo, não somente por meio da atuação terapêutica individual, mas, principalmente, de ações que visem à promoção do bem-estar vocal e a prevenção do adoecimento da voz entre os mesmos. 112 OFICINA DE LEITURA E ESCRITA: UMA EXPERIÊNCIA NA UBS VARGINHA Vargas G, Heiderich M. Introdução: A oficina de leitura e escrita foi desenvolvida a partir de uma demanda de crianças com dificuldade de aprendizagem. Através de observações e avaliações realizadas durante os atendimentos e do contexto psicossocial de cada uma das crianças, constatamos também dificuldades de concentração e foco, organização de si e do ambiente, autocontrole, etc., todos vinculados aos déficits de aprendizagem. Buscou-se unir a proposta da leitura e escrita com espaços de viver criativo, atividades lúdicas e psicomotoras, pautado no fato de que, vivemos em uma sociedade na qual não basta ser alfabetizado, mas é necessário fazer uso da leitura e da escrita em práticas sociais diversificadas, com a premissa que a promoção de práticas discursivas contribui para a produção de nossa subjetividade, bem como para o exercício de nossa cidadania. Objetivo: Auxiliar nos processos de aprendizagem; Oferecer vivências corporais e criativas através do brincar; Trabalhar aspectos cognitivos; Estimular iniciativa, autonomia e interesse; Favorecer o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Metodologia: O presente estudo é do tipo descritivo qualitativo e para coleta de resultados foram utilizados relatórios, avaliações focais e observações realizadas em cada atendimento, tanto individual quanto grupalmente. Os atendimentos deste grupo aconteceram semanalmente, com duração de uma hora e trinta minutos cada, onde foram desenvolvidas atividades de teatro, confecção de murais com recorte e colagem, brincadeiras compartilhadas e jogos corporais, buscando ampliar possibilidades de expressão, de afeto, de motricidade e cognição. Para o desenvolvimento do letramento, houve a experimentação de diversos gêneros textuais e funcionalidades cotidianas da leitura e da escrita, sendo que as ações foram previamente contextualizadas, checando interesses. Conclusão: O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto este aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita, influência no aprendizado da linguagem escrita, assim como a consciência fonológica e a linguagem oral. Logo, podemos concluir a importância de desenvolver atividades lúdicas com objetivo de auxiliar no processo de aprendizagem integral da criança, que se torna concreto a partir de vivências corporais e criativas. 113 ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL Barros JA, Sandis GCS, Garcia AP. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. Introdução: A construção civil, uma área de trabalho em ascensão na cidade de São Paulo, apresenta ruídos variados, tanto quanto à freqüência quanto à intensidade, que podem causar alterações auditivas, psicológicas e fisiológicas nos indivíduos expostos a ele. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi verificar as queixas auditivas e não-auditivas de trabalhadores da construção civil expostos a ruído. Método: Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2008, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil, contemplando 64 trabalhadores da construção civil, com idades que variaram entre 18 e 66 anos. Os trabalhadores da obra, como engenheiros, carpinteiros, serralheiros, pedreiros, serventes e mestres de obras, foram submetidos a uma entrevista. Resultados: Obteve-se baixa prevalência dos achados auditivos como, zumbido (3,17%), otalgia (4,76%), perda auditiva (11,12%), boa compreensão de fala (100%), antecedentes familiares de problema auditivo (4,76%), tontura (3,17%); E baixo índice, também, dos achados não-auditivos, como hipertensão (14,28%), dores de cabeça (11,11%), depressão (4,76%), insônia (7,93%). Conclusão: Os indivíduos não ficam expostos a ruídos não ocupacionais, além disso, fazem uso do protetor auricular. Os achados ressaltam a importância do investimento em Assessorias fonoaudiológicas, visando à promoção de conservação auditiva particularmente voltada para o controle do ruído ocupacional e prevenção e intervenção na evolução das queixas auditivas e não auditivas geradas pela exposição ao mesmo, visando à manutenção da saúde auditiva e à diminuição dos sintomas associados. 114 UTILIZAÇÃO DO MÉTODO CANGURU NA UNIDADE BASICA DE SAÚDE Sá JT, Heiderich M. Introdução: A adolescência é um período marcado por muitas transformações, descobertas e anseios em se tornar parte definitiva e atuante da sociedade. Observa-se que a iniciação sexual está cada vez mais precoce, o número de gestações em adolescentes vem aumentando, com maior risco do bebê nascer com baixo peso e prematuro, além de uma maior probabilidade de morte materna. Objetivo: Ilustrar os benefícios do Método Canguru na Atenção Primária com mãe adolescente. Método: O presente estudo relata sobre caso clínico na UBS Varginha. Descrição do Caso: Foi acompanhado o caso de J. puerpera adolescente, e seu recém-nascido (RN) prematuro, com 2,305 kg e estatura de 46 cm, passou por internação, orientada ao aleitamento materno exclusivo e alta com peso de 2,120 kg. Ao ser atendida por enfermagem na UBS, mãe orientada a manter o aleitamento materno exclusivo, posições de mamadas e retorno à maternidade, quando passou por novo processo de internação. De volta à UBS, a Enfermeira observou que o RN não apresentava boa pega e sucção, com peso de 2.090 kg, risco de desmame precoce e baixa resposta aos estímulos oferecidos. Em consulta compartilhada com a Fonoaudióloga do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) mãe foi orientada a estimular RN. Após três dias, J. retorna com RN, sendo que este apresentava ganho ponderal (GP) 10g, sem pega e força ao tentar sucção. A Fonoaudióloga sugere o Método-Canguru, que é definido como o contato pele-a-pele entre a mãe e seu RN de baixo peso, durante 24 horas por dia, onde o bebê é colocado em posição supina, semidespido, entre os seios da mãe, inclusive durante o sono materno em posição semi-sentada. A proximidade íntima com a mãe são estímulos para o bebê, e esse contato contínuo, cálido e estreito desenvolve o vínculo e o apego. Durante todo o período, alimentação do bebê exclusivamente ao leite materno e acompanhado pelos profissionais de saúde. A enfermeira orienta à mãe sobre GP e a procurar Pronto Socorro caso a criança não melhore. Resultados: Após um final de semana, J. retorna com seu RN, que apresentou GP de 15 grama/dia, boa pega e coordenação sucção-deglutição-respiração ao seio materno. Mantida a conduta a média do GP da criança foi de 30 grama/dia. Conclusão: A criança obteve uma melhora notável de seu estado geral e na relação mãe-filho J. passou a ter mais segurança no manejo com seu RN. O método Mãe-Canguru foi eficaz, pois promoveu o aleitamento materno, vínculo mãe-filho, estimulação sensorial, crescimento adequado, controle térmico, sem necessitar de tecnologia sofisticada. 115 INDICADORES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO DE FONOAUDIOLOGIA – ESTUDO DE CASO DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA EM JUNDIÁÍ. Rizzi FML, Ferreira MBRV, Marquesin DFB. Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem (ATEAL). Introdução: Com a necessidade crescente de planejamento e estruturação de recursos humanos e materiais para prestação de serviços, faz-se necessária uma análise de atendimento a requisitos de qualidade no atendimento de pessoas. Atualmente nos deparamos com a grande variedade de serviço de saúde prestados por clínicas especializadas, dessa forma, é importante a quantificação de parâmetros que reflitam ao cliente a expectativa de um bom serviço prestado. Objetivo: Apresentar e analisar os indicadores de qualidade dos atendimentos clínicos de Fonoaudiologia em uma Instituição filantrópica no município de Jundiaí. Metodologia: Levantamento dos índices de atendimento e qualidade no período de jan/2009 a dez/2009, dos pacientes adultos e crianças de ambos os sexos, que realizaram atendimentos particulares ou pelo SUS, registrados pela clínica de fonoaudiologia. Resultados: Frente aos dados disponíveis foram elaboradas categorias de análise para estudo de determinados indicadores. Essas categorias baseiam-se nos conceitos apresentados por Carvalho & Paladini(2005) adaptados pelas autoras a clinica de reabilitação. As categorias levantadas foram: a métrica de qualidade, ferramentas de controle, folha de registro e indicadores de qualidade. Cada uma destas classes é apresentada no trabalho em questão e usada como base para avaliação do atendimento realizado. Conclusão: Diferentes indicadores foram considerados e os resultados demonstraram que o atendimento durante o período foi bem sucedido na instituição. 116 TEATRO JOVEM: UMA PROPOSTA DE GRUPO EDUCATIVO PARA ADOLESCENTES Carvalho LRL. PSF-UNASP Introdução: Além da formação de atores, o ensino de teatro tem como objetivos o desenvolvimento individual e em grupo no que compete: a ampliação da expressão oral e corporal; o autoconhecimento; a estimulação dos sentidos (visão, tato e audição); o incentivo à criatividade, raciocínio e memorização; apresentação de técnicas que auxiliam na interpretação e representação de sentenças orais e escritas; e, o aprimoramento da comunicação e do relacionamento interpessoal. Tais habilidades são de fundamental importância para o desenvolvimento acadêmico e profissional do jovem, de modo que as vivências propiciadas pelo grupo estimulam a autonomia do aluno e o capacitam para o estudo e o mercado de trabalho. Objetivos: Visando os objetivos acima citados, os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de três unidades básicas de saúde do distrito do Capão Redondo desenvolveram um projeto de ensino de teatro para os adolescentes da comunidade. Tal proposta teve o apoio das escolas da região, que disponibilizaram o local para realização do grupo e convidaram seus alunos a participar do projeto. Metodologia: Trata-se de um grupo aberto, de caráter transdisciplinar, o qual é coordenado pela fonoaudióloga, no entanto conta com a participação de todos os profissionais da equipe (educador físico, pediatra, psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista e psiquiatra). O grupo possui ainda a um ator, o qual trabalha em uma das unidades de saúde como auxiliar técnico administrativo e dá suporte no planejamento e execução das atividades. A freqüência do grupo é semanal, e dele participam cerca de 10 a 20 adolescentes. Resultados: Por meio de dramatizações e vivências, foram abordados diversos temas emergentes no grupo, tais como ‘bulling’, drogas e gravidez na adolescência. Tais abordagens visaram aproximar os adolescentes das unidades de saúde, desmistificando tabus e eliminando preconceitos, a fim de proporcionar uma linha direta de comunicação desta população com os profissionais de saúde. Conclusão: O grupo teve início há cerca de cinco meses, e tal experiência já evidencia resultados positivos, como a melhora do rendimento escolar e da socialização de diversos alunos e também a criação de espaços comuns para o diálogo entre os profissionais do posto de saúde e os adolescentes, que tradicionalmente não freqüentam a unidade básica de saúde, rompendo importantes barreiras a caminho da prevenção e promoção em saúde coletiva. 117 SAHOS e SAÙDE COLETIVA: ESTUDO PRELIMINAR Damato CFC, Spadim GB, Montenegro-Rodrigues R, Muniz EG, Oliveira EM, Lourenço KAL, Carlesse AA. AME Interlagos Introdução: A síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono (SAHOS) é a apresentação de um conjunto de distúrbios do sono de etiologia multifatorial, que atinge de 3% a 7% da população mundial, aumentando esse índice para 30% em pessoas acima de 50 anos. Objetivo: caracterizar um grupo de mulheres usuárias do Grupo do Sono de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Metodologia: Foram levantados dos prontuários dados como: idade, diagnóstico da polissonografia, densitometria óssea, índice de massa corporal (IMC), circunferência cervical (CC), circunferência abdominal(CA)Foram incluídas na pesquisa 20 mulheres acima de 50 anos, hipertensas, SAHOS Grave e moderada. Resultados: A média de idade do grupo estudado foi de 58,31 anos (DP ±7,62). As médias de CC e de CA foram de 38,90cm (DP ±3,75) e 106cm (DP ±11,94), respectivamente. Quanto ao IMC a média foi de 31,68 (DP ±3,79), sendo que 35% das pacientes apresentam SAHOS grave e 65% SAHOS Moderada. Foi diagnosticada osteopenia em 45% e osteoporose em outros 45% da amostra. Conclusão: Mesmo com amostra reduzida, observamos índices de IMC, CA, CC, acima dos índices considerados saudáveis. Chama atenção também a porcentagem de doenças ósseas encontradas na amostra. Assim, além do tratamento adequado aos pacientes com diagnóstico de SAHOS, há a necessidade de criarmos estratégias de promoção da saúde e prevenção dos agravos da maneira ampla, universal e desfragmentada, para ampliarmos o olhar em relação à saúde visando minimizar a ocorrência de novos casos da doença e contribuir para a qualidade de vida da população. 118 SATISFAÇÃO DE USUÁRIOS ATENDIDOS PELA FONOAUDIOLOGIA DO CENTRO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO (CIRHERP) Santos CM, Mandrá PP, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE, Witt M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ. Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRPUSP. Introdução: O Centro Integrado de Reabilitação (CIRHERibeirão) é parte do Hospital Estadual de Ribeirão Preto, SP, sua gestão é baseada em contrato entre o governo do Estado de São Paulo e Organização Social de Saúde (OSS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP). Este modelo introduziu novos conceitos de relacionamento entre os setores, bem como a pactuação de metas de produtividade, resolutividade e avaliação da qualidade da oferta de serviços e plano semestral de aplicação de recursos financeiros. A qualidade dos serviços relaciona-se a índices de efetividade, eficiência, eqüidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade. A incorporação do usuário na avaliação tem sido valorizada como um indicador sensível da qualidade do serviço prestado e de maior adequação no uso do equipamento de saúde. Essa medida é interessante para gestores, governantes e usuários. Os métodos quantitativos, aplicação de questionários fechados com respostas escalares, são mencionados como forma de mensuração da satisfação, porque alcança uma amostra representativa da população, é de fácil aplicação, baixo custo, rápido, pode ser auto-aplicável e anônimo. Objetivo: verificar o índice de satisfação usuários dos usuários de um serviço público de Fonoaudiologia de media complexidade. Método: Foram analisados 62 questionários dirigidos com respostas escalares (Muito Ruim-MR, Ruim-R, Regular-R, Bom-B, Muito Bom-MB) preenchidos por usuários e entregues ao Serviço de Atendimento ao Usuário (SAUCIRHER), entre abril e dezembro de 2009. Realizamos a analise descritiva por freqüência relativa. Resultados: Havia a identificação em 96,75% dos questionários, 66,13% recebiam atendimento uma vez por semana e 25,08% duas vezes. O tempo de espera para conseguir o atendimento foi (MB) para 48,4%, e entre a primeira consulta e retorno (MB) para 58,6%, e na recepção (MB) para 51,6%. O agendamento feito por telefone foi (B) para 45% e por carta (MB) para 48,4%, 72,6% avaliaram como (MB) os cuidados prestados, 70,9% como (MB) a relação dos profissionais com o paciente e a família, e os esclarecimentos foram (MB) para 69,3% e o atendimento feito com alunos (MB) para 69,3%. O dia, horário e frequência estavam (MB) para 51,6%, os serviços prestados foram avaliados como (MB) por 76,7%, 90,3% consideravam que seu problema estava sendo resolvido, 96,75% indicariam o serviço e para 62,9% dos usuários o serviço estava acima da expectativa inicial. A estrutura física e o ambiente foram avaliados como (MB) 62,56% e (B) 21,6%. Esses resultados são parte de um estudo piloto de implantação do controle de qualidade do serviço. Conclusões: Consideramos que o grau de satisfação geral dos usuários nesse período foi alto, porém ressaltamos que o instrumento elaborado pela equipe deve ser avaliado e modificado para melhor avaliar o serviço. Itens como acessibilidade, informante, atendimento 119 fonoaudiológico anterior, número de atendimentos até a entrega dos questionários e adesão são importantes para análise da qualidade. É importante que esses dados sejam analisados pelo gestor, compartilhados com a equipe para planejamento de mudanças operacionais. 120 SAÚDE AUDITIVA: ATUAÇÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Bonaldo RDK, Nakamura HY. Curso de Fonoaudiologia - UNICAMP Introdução: A OMS calcula que 10% da população mundial apresentam algum tipo de perda auditiva, no último censo, 3,3% brasileiros declararam apresentar algum tipo de problema auditivo. A perda auditiva, potencialmente, pode debilitar a qualidade de vida dos sujeitos, pois à audição desempenha grande papel na linguagem, sendo essa uma das nossas janelas de oportunidades que permite o acesso ao mundo. Do nascimento à senilidade estamos susceptíveis a fatores que podem prejudicar nossa audição. No Brasil ao ser instituído, em 2004, a Política Nacional de Saúde Auditiva, foi ressaltada a importância de garantir o desenvolvimento de estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades. Ações em saúde voltadas para o objetivo educacional podem ser apontadas como estratégias que permitem aos sujeitos adquirirem as informações de forma significativa, dando-lhes recursos, o que amplia suas escolhas, e o faz agente de saúde. Este trabalho versa sobre uma experiência educativa em saúde auditiva em um Centro de Saúde (CS), no interior de SP, pautada nas políticas de promoção da saúde e política nacional de atenção à saúde auditiva. Objetivo: Trata-se de uma pesquisa-ação cujos objetivos são discutir a saúde auditiva na atenção básica e identificar o conhecimento que os usuários do CS têm sobre o tema. Metodologia: Realizado um diagnóstico situacional do território e entrevista, enquanto o usuário aguardava atendimento, com roteiro semi-estruturado, elaborado pelos autores. Qualificouse o sujeito e foram questionados hábitos de exposições sonoras e a agentes (físicos e/ou químicos) que interferem na audição e, realizada associação livre com as palavras saúde e audição. Resultados: O CS localiza-se em um bairro predominantemente residencial (casas simples e condomínios de classe média) com infra-estrutura completa . Foram entrevistados 24 sujeitos, de ambos os sexos, com média de idade de 38 anos, a maioria do sexo feminino (87,5%). Destes, 75% são trabalhadores com vínculo empregatício e 55% referem exposição tanto no trabalho como no lazer a agentes potencialmente prejudiciais à audição. Através do método da analise do discurso dos sujeitos em relação às concepções de saúde e audição, notamos que o entendimento do conceito saúde é ampliado, aproximando-se do campo emocional, social, sócio-econômico e biológico caracterizando uma visão bio-pisco-social. A audição foi entendida como um sentido importante para a comunicação e para vida, situando-se na esfera social e afetiva dos sujeitos, também foi enfatizado a importância do cuidado com esse sentido. Conclusão: Consideramos que o trabalho permitiu uma aproximação do saber que os sujeitos têm sobre a temática em encontros com tempo para uma escuta atenta o que oportunizou discutir dúvidas e crenças sobre o assunto, proporcionando, dessa forma, a co-construção do conhecimento, de forma dialógica. 121 SEMANA DO IDOSO 2010: RELATO DE EXPERIÊNCIA SÓCIO-EDUCATIVA REALIZADA NO CENTRO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO (CIRHERibeirão). Cera ML, Rampazo-Mancin FM, Zubieta LP, Santos CAV, Silva P, Botelho PFFB, Santana CS, Araújo JE, Mandrá PP. CIRHE-Ribeirão Preto. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Introdução: O dia internacional do idoso é 27 de setembro. Segundo o IBGE, o envelhecimento da população está se acentuando: em 2000, a população com mais de 65 anos era de 5% e estima-se que em 2050 será de 18%, com expectativa de vida de 81,3 anos. O Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual (CIRHERibeirão) conta com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas especializados em gerontologia, e oferta atendimentos a essa população, para tal conta com uma equipe de apoio (auxiliares de enfermagem, enfermeiro, médicos, psicólogo e assistente social). O aumento da expectativa de vida ocasionou maior incidência e prevalência de doenças, como demências e alterações por quedas, casos frequentemente atendidos no CIRHERibeirão. Campanhas sócio-educativas são uma estratégia efetiva para sensibilização e conscientização da população sobre os riscos destas alterações, sua prevenção e reabilitação. Objetivo: Descrever a experiência com a realização da ação sócio-educativa e cultural da Semana do Idoso. Metodologia: No período de 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 foram realizadas atividades com quatro temas que envolvem aspectos motores, cognitivos e sociais: risco de quedas, demência, sexualidade no idoso e dança. As atividades realizadas para usuários e acompanhantes foram palestras, rodas de conversa, dança sênior, exposição de filmes (educativos e entretenimento) sobre os temas selecionados e exposição de fotos antigas. A divulgação foi feita com dois cartazes expostos no serviço e 25 camisetas elaboradas para a campanha usadas pelos profissionais durante a semana do evento, além da distribuição de 100 folders com a programação completa das atividades. Resultados: Durante os cinco dias de evento, foram realizadas três atividades em cada período de funcionamento do serviço (manhã ou tarde) que abordavam um dos temas previamente selecionados. Os usuários e seus acompanhantes participaram ativamente da campanha, com média de 5 (2-15) participantes por atividade (palestra/filme/roda de conversa). Na recepção, houve maior média de participantes que assistiram os filmes, porém não houve registrado de presença. Em geral, os participantes foram aqueles que estavam em horários de atendimentos neste serviço, no entanto, alguns compareceram fora de seus horários de reabilitação. Quanto às palestras, filmes e rodas de conversa sobre as temáticas abordadas, observou-se que as discussões e participações não foram restritas apenas aos idosos ou cuidadores, mas também àqueles que se interessaram pelas temáticas para prevenção de fatores de riscos e busca de melhor qualidade de vida. Os participantes trouxeram muitas experiências de vida e dúvidas. Esta participação nos mostra a importância de estratégias de prevenção e promoção da saúde para toda população, já que mesmo usuários frequentadores de um centro de saúde, que têm orientações de profissionais constantemente, apresentaram interesse. Além disso, a possibilidade de discurso dialógico e o direcionamento das 122 discussões de acordo com a necessidade do usuário facilitam a compreensão e ampliação do conhecimento. Conclusão: As ações sócio-educativas e culturais em saúde são estratégias eficientes para melhorar a qualidade de vida da população. Para que elas ocorram é necessário o apoio dos gestores e a participação efetiva dos colaboradores para o planejamento e execução. 123 ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NO PSF: UM OLHAR PARA ALÉM DO ESPECÍFICO. Paes CF, Malerbi FF, Greco TDM, Martins JE. NASF Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia Introdução: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde com o objetivo de apoiar as equipes de Saúde da Família (ESF), com base nas diretrizes da Estratégia de Saúde da Família . Os NASF contam com profissionais de diversas áreas que atuam juntamente com as ESF em suas reuniões para a elaboração do projeto terapêutico singular/ coletivo, os quais são norteados pelo conceito de clínica ampliada e pelo apoio matricial. As necessidades do território ou da família direcionam as ações no âmbito da prevenção, promoção ou reabilitação. A fonoaudiologia é uma das categorias inseridas nas equipes dos NASF da supervisão Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, região norte de São Paulo, em parceria com a Associação Saúde da Família. Objetivo: Refletir sobre as ações desenvolvidas pelos fonoaudiólogos dentro do PSF, em conjunto com os demais profissionais do NASF e da ESF, tendo em vista o olhar além do específico. Método: Relato e reflexão de experiências por meio de grupo de discussão das fonoaudiólogas que trabalham na Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, no período que varia de 4 meses a 2 anos.Resultados: A reflexão permitiu às profissionais atentarem para a prática fonoaudiológica na saúde coletiva. A inserção desta categoria possibilitou o melhor entendimento sobre as suas ações coletivas pelas ESF, tendo como conseqüência a co-responsabilização pelos casos discutidos e a fragmentação do foco no sintoma, permitindo uma visão holística do indivíduo. A atuação transdiciplinar do fonoaudiólogo inserido no NASF possibilita a ampliação do conhecimento para além do específico, o que qualifica o profissional pensar a prática no coletivo e no tratamento do indivíduo junto de sua família de uma forma mais completa. A ação específica da fonoaudiologia referente aos encaminhamentos para reabilitação conta com obstáculos na rede de apoio. Por este motivo, criou-se uma Comissão de Reabilitação como recurso para novas reflexões, que é composta por profissionais de outras categorias, para possibilitar e garantir um espaço de discussão com os equipamentos da rede oferecida na região norte. Conclusões: O fortalecimento do vínculo entre ESF e NASF, bem como comissões, discussões entre os profissionais que trabalham em conjunto, possibilitam a compreensão da atuação da categoria no coletivo, permitindo a construção de planos de ação para a saúde da família e comunidade, assim como contribuem para criação de estratégias para superar os entraves que as ações específicas da fonoaudiologia possuem na atenção primária desta região. 124 VIVÊNCIAS DA FONOAUDIOLOGIA NAS UBS DE SAUDE DA REGIÃO PERUS NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM CRUZ KP. NASF Morada do Sol Introdução: Conforme Portaria GM 154, de 24 de Janeiro de 2008, cria o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) que visa apoiar a Estratégia Saúde da Família (ESF) na efetivação da rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária a Saúde (APS), bem como sua resolubilidade. A Equipe NASF Morada do Sol é composta pelos profissionais Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Ginecologia, Psicologia, Psiquiatria e Serviço Social, dando cobertura para dezoito Equipes de Saúde distribuídas em quatro UBS, sob supervisão técnica de saúde Pirituba/Perus. Neste trabalho minha escolha foi em relatar as vivencias da área de Fonoaudiologia, nos diversos casos compartilhados com a equipe NASF pela Equipe de Saúde da Família, onde a maior demanda de dificuldade de aprendizagem que chegam das escolas públicas solicitam o profissional Fonoaudiólogo. Objetivo: O objetivo deste trabalho propõe a reflexão das vivências Fonoaudiologicas nas Unidades de Saúde Recanto dos Humildes, Jardim Rosinha, Morada do Sol e Morro Doce, da região Perus, onde o maior índice de encaminhamento das escolas públicas do território, referem sobre as dificuldades de aprendizagem. Metodologia: Diante da grande demanda para o profissional fonoaudiólogo, foi realizado um grupo onde foram desenvolvidas atividades, nas quais o profissional em questão verificou a leitura e a escrita dos pacientes encaminhados pela escola. Resultados Alcançados: A maioria dos pacientes que participaram do grupo, com queixa de problemas de aprendizagem, não necessitam de avaliações ou intervenções clínicas específicas, pois a demanda destas dificuldades são falhas no processo de alfabetização. Conclusões: Os problemas de alfabetização, em nosso país,,estão estigmatizando crianças, a um adoecimento que não se tem, deixando marcas na sociedade de um ensino educacional falho. A Fonoaudiologia no âmbito da saúde publica, deve realizar propostas de ações coletivas e educativas que permitam atender as necessidades identificadas pelo profissional fonoaudiólogo e Educadores, e assim, o fonoaudiólogo poderá contribuir de maneira eficaz para a prevenção de problemas futuros na educação. 125 SAÚDE AUDITIVA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA ODONTOLÓGICA Santos, CC; Sant´Anna, NC; Lopes, AC Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP Introdução: Regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde e expressa na Constituição Federal, a saúde é para o cidadão brasileiro um direito universal e dever do Estado, ainda no âmbito desse direito encontra-se a saúde do trabalhador. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS), nos últimos anos, tenha avançado muito em garantir o acesso do cidadão às ações de atenção à saúde, somente a partir de 2003 as diretrizes políticas nacionais para a área começam a ser implementadas. No caso da saúde auditiva de trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, fica evidente que a PAINPSE (perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevado) ainda não é tratada por lei a todos os trabalhadores como uma doença ocupacional. A American Dental Association, desde 1959, já recomendava avaliações audiométricas e uso de proteção auditiva em profissionais da área Odontológica, porém, pesquisas nessa área mostram a falta de informação que esses profissionais ainda apresentam quanto à exposição diária ao ruído ocupacional, à importância da prevenção e promoção de saúde auditiva. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo investigar a saúde auditiva de profissionais da área odontológica bem como realizar a medição de ruído das clínicas Odontológicas e de alguns equipamentos utilizados a fim de comparar com o nível de ruído permitido por lei pela exposição das Normas Regulamentares 15. Metodologia: Participaram 108 profissionais convidados da comunidade de Bauru - SP, subdivididos em três grupos, (G I) constituído por Cirurgiões-Dentistas, (G II) por auxiliares e (G III) por protéticos. Foram submetidos à entrevista, audiometria tonal e de altas freqüências, logoaudiometria, imitânciometria, emissões otoacústicas. Procedimentos realizados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB/USP. Resultados: A média de idade do GI foi de 34,05 anos, e a média dos limiares auditivos variaram de 5,68 dB a 21,59dB para OD e de 3,64 dB a 23,07 dB para OE; no G II a média de idade foi de 37,94 anos, e a média dos limiares variaram de 5,42 dB a 32,78 dB para OD e de 5,42 dB a 59,14 dB para OE; no G III a média de idade foi de 35,07 anos, e a média dos limiares variaram de 8,39 dB a 25,18 dB para OD e de 4,64 dB a 25,18 dB para OE. A comparação entre as médias dos limiares evidenciaram piora com o aumento da freqüência para os 3 grupos testados; houve correlação estatisticamente significante entre o limiar de audibilidade e a presença e/ou ausência das emissões otoacústicas. O nível de ruído das clínicas variou de 72 a 86 dB NPS, e o nível de ruído da caneta de alta rotação variou de 76 a 86 dB NPS e, do ultra-som variou de 71 a 82 dB NPS. Conclusão: A avaliação audiológica convencional não identificou exames alterados para os três grupos testados, no entanto, a avaliação audiológica complementar indicou comprometimento do sistema auditivo periférico, portanto indica maior sensibilidade na detecção precoce de alterações auditivas nessa população. O nível de pressão sonora neste ambiente de trabalho pode provocar alteração dos limiares auditivos com o decorrer dos anos de atuação na profissão. Assim, é necessário 126 ATIVIDADES DOS GRUPOS DE TRABALHOS Os grupos foram compostos de forma a contemplar discussões nas seguintes áreas: Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Educação e Saúde, Gestão, Saúde Mental e Saúde do Trabalhador. A partir dos relatórios produzidos pelos diversos grupos, a comissão organizadora apresenta o produto das discussões. Grupo temático “Atenção Básica” Coordenadora : Fga. Maria Teresa Pereira Cavalheiro Relatora: Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso Mediadoras: Fgas Érica Veneroni Pinto e Ana Cristina Viana da Silva Número de participantes: 60 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Atenção Básica?” Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - Ampliação do número de fonoaudiólogos na Atenção Básica; - Ampliação do número de unidades que contam com fonoaudiólogos em suas equipes; - Visão ampliada, por parte dos usuários, quanto às possíveis contribuições da atuação fonoaudiológica; - Reconhecimento do trabalho do fonoaudiólogo – pela população, pela gestão e por outras categorias; - Reorientação da formação profissional, por meio de programas como Pró Saúde e Pet Saúde; - Acréscimo da demanda espontânea para atendimento fonoaudiológico; - Valorização, pelos fonoaudiólogos, da atuação na Atenção Básica; - Valorização do saber fonoaudiológico, não dependendo exclusivamente da tecnologia dura. Foi discutido no grupo o conceito de tecnologia dura, leve-dura e leve, que deveria ser priorizada na Atenção Básica. - Promoção de eventos desta natureza, que possibilitam trocas de experiências e discussões sobre a atuação do fonoaudiólogo na Atenção Básica; - Reestruturação da Rede, através da definição dos processos de trabalho do fonoaudiólogo; - Ressignificação, por parte do fonoaudiólogo, dos conceitos de “saúde” e “cuidado”; - Aumento da resolutividade na Atenção Básica. 127 Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - Apropriação, pelos fonoaudiólogos, das políticas públicas relacionadas à saúde e educação; - Identificação das diferentes características de “Cuidado Integral” e “Atendimento Específico”; - Produção de pesquisas que contribuam para estabelecer a relação fonoaudiólogo/nº de habitantes; - Identificar as características populacionais, utilizando-se da Epidemiologia e diversos indicadores; - Ampliação da inserção do fonoaudiólogo na atenção básica, particularmente em cidades de “pequeno porte”, - Utilização dos sistemas de informação, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, como instrumento de trabalho, que contribuem para a organização do serviço; - Padronização de forma / materiais para registro da atuação fonoaudiológica na Atenção Básica; - Aperfeiçoamento e Valorização do registro de atendimento em grupo e demais procedimentos da Atenção Básica; - Realização de debate para definição de forma de registro dos procedimentos das equipes de NASF (por unidade cadastrada; por unidade de referência, etc.); - Obtenção de noções básicas sobre o financiamento do SUS; - Ampliação das atividades na Atenção Básica, durante a graduação, incluindo experiências como organização dos serviços na Rede SUS, atenção à saúde, gestão, registros de procedimentos, controle social, entre outras. - Contribuir para qualificar o sistema de referência e contra-referência na Rede; - Valorização e utilização das tecnologias leves, que envolvem relação e escuta do outro, como dispositivo para ampliar a resolutividade da Atenção Básica. Finalizando, o grupo apresentou a seguinte sugestão: promover a III Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica, no primeiro semestre de 2011, contemplando temas como: sistemas de informação, contra-referência, NASF, etc; Grupo temático “Média e Alta Complexidade” Coordenadora : Fga. Altair Cadrobbi Pupo Relatora: Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano 128 Número de participantes: 28 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na “Média e Alta Complexidade”? Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - reconhecimento da “Fonoaudiologia”, sob o olhar dos diversos profissionais que compõem a rede de saúde no serviço público; - valorização da atuação fonoaudiológica em todos os ciclos de vida; - publicação pelo Ministério da Saúde da “Política Nacional de Saúde Auditiva”, que determina, entre outros aspectos, a obrigatoriedade de fonoaudiólogos especialistas para cadastramento dos serviços; - publicação de leis de âmbito municipal, estadual e federal que estabelecem a obrigatoriedade da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU); - ampliação do acesso à informação, relativa à atuação do Fonoaudiólogo, por parte de usuários e profissionais de outras áreas. Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - efetivação do trabalho em equipes multiprofissionais; - priorização da abordagem que atenda o indivíduo de forma integral; - inserção do fonoaudiólogo em diferentes políticas públicas de cuidado à saúde, como por exemplo: saúde mental, paciente crítico, oncologia, etc; - construção das redes de cuidado, com fluxos de referência e contra-referência definidos; - necessidade de fomentar políticas de educação permanente aos fonoaudiólogos inseridos na média e alta complexidade; - implantação e consolidação da telessaúde como ferramenta de capacitação e atendimento à distância; - construção dos balizadores de tempo médio dos procedimentos fonoaudiológicos e de duração de tratamentos na média e alta complexidade; - garantia na regulamentação da TANU e implantação de procedimentos/ acompanhamentos/monitoramentos adequados. - valorização do trabalho do fonoaudiólogo por meio de uma melhor remuneração; - estruturação e delimitação das diferentes áreas de atuação do fonoaudiólogo nos diversos níveis de atenção; 129 - garantia da terapia fonoaudiológica aos deficientes auditivos nos serviços, conforme Portaria que dispõe sobre a Política de Atenção à Saúde Auditiva. Grupo temático “Educação e Saúde” Coordenadora : Fga. Luciana Tavares Sebastião Relatora: Fga. Cibele Siqueira Número de participantes: 27 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Educação e Saúde?” Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - maior reconhecimento da Fonoaudiologia na Educação; - aumento das solicitações de acompanhamento fonoaudiológico por parte de pais e/ou profissionais da Educação - publicação, pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região, do documento norteador “Fonoaudiologia na Educação: Políticas Públicas e Atuação do Fonoaudiólogo”; - aumento das contratações de fonoaudiólogos por diversas Secretarias Municipais de Educação do Estado de São Paulo; - maior reconhecimento por parte dos profissionais da Educação sobre a atuação do fonoaudiólogo nesta área, enquanto promotor de saúde e facilitador do processo de aprendizagem. Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - ampliar e fortalecer a integração entre os setores saúde e educação; - ampliar a participação do fonoaudiólogo na educação permanente/formação continuada dos professores; - promover e fortalecer o trabalho em parceria entre fonoaudiólogos e equipe escolar; - promover e fortalecer a integração entre os fonoaudiólogos lotados nas Secretarias de Saúde e Educação. - inserção de conteúdos, na formação do fonoaudiólogo, relativos à Educação e Políticas Públicas (saúde e educação); - inserção de conteúdos relativos à Fonoaudiologia na formação do educador; - posicionamento oficial da Fonoaudiologia quanto ao fenômeno da medicalização na Educação, de forma a acompanhar e participar das discussões do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade; 130 - ampliar o debate na Fonoaudiologia sobre as concepções e exercício profissional na área da linguagem (oral e escrita), uma vez que tais concepções embasam ações do fonoaudiólogo na área da Educação. Grupo temático “Gestão” Coordenadora : Fga. Maria Aparecida Miranda de Paula Machado Relatora: Fga. Kátia de Cássia Botasso Número de participantes: 25 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Gestão”? Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - aumento gradativo da utilização, pelo fonoaudiólogo, do perfil epidemiológico da demanda para conscientizar gestores quanto à necessidade da inserção do profissional nos diversos níveis de atenção; - utilização do perfil epidemiológico para a implantação das ações considerando as necessidades do usuário; - maior reconhecimento por parte do usuário quanto à contribuição da Fonoaudiologia no cuidado integral à saúde; - em alguns municípios, o gerenciamento das vagas para atendimento fonoaudiológico é realizado através de uma central de vagas, o que facilita o acesso do usuário ao sistema; - crescimento do apoio dos gestores (diretores e secretários) frente à importância da Fonoaudiologia na implementação das políticas públicas. - maior capacitação dos fonoaudiólogos para realização de trabalhos em grupo; - alguns municípios já contam com indicadores pactuados referentes às ações fonoaudiológicos. Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - capacitação do fonoaudiólogo para que exerça suas ações de acordo com o nível de atenção em que está inserido; - fonoaudiólogo ter noções sobre faturamento, financiamento e fluxos do sistema no qual está inserido; -executar a gestão tendo em vista a prática de humanização, - fonoaudiólogos conhecerem as políticas públicas e aplicá-las independente do cargo que 131 se ocupam. - fortalecer a integralidade na atenção à saúde. Grupo temático “Saúde Mental” Coordenadora : Fga. Elaine Herrero Relatora: Fga. Cristiana B. Lykouropoulos Número de participantes: 18 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Saúde Mental?” Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - inclusão de fonoaudiólogos nas equipes multiprofissionais de CAPS Adulto; - fonoaudiólogos atuando como gestores de serviços que compõem a rede de saúde mental; - atuação fonoaudiológica voltada para a expressão do sujeito enquanto interlocutor efetivo, independente da doença mental; - ampliação de espaços para discutir a atuação fonoaudiológica nesta área, como por exemplo, esta “Mostra” e Congressos; - participação ativa do fonoaudiólogo em equipes interdisciplinares e desenvolvimento de trabalhos em grupos. Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - rever a formação do fonoaudiólogo na graduação, de forma a garantir condições para que o profissional atue na área de saúde mental; - ampliar a perspectiva da atuação fonoaudiológica para além das patologias, com enfoque na comunicação em sentido amplo; - potencializar o trabalho do fonoaudiólogo com vistas a contribuir para a inclusão social; - consolidar argumentos, na categoria, que sustentem o trabalho fonoaudiológico em saúde mental; - ampliar a inserção do fonoaudiólogo nos serviços de saúde mental, através do fortalecimento de relações interdisciplinares e de âmbito político; - ampliar a participação do fonoaudiólogo em instâncias de controle social relacionadas à saúde mental. 132 Grupo temático “Saúde do Trabalhador” Coordenadora : Fga. Ana Claudia Fiorini Relatora: Fga. Mariene Terumi U. Hidaka Número de participantes: 15 Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica na Saúde do Trabalhador”? Conclusões Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - avanços decorrentes da implantação da RENAST com inserção da Fonoaudiologia nos vários níveis de atenção à saúde do trabalhador; - avanços em pesquisas com uso de agentes otoprotetores para prevenção de perdas auditivas induzidas por ruído - avanços das pesquisas na área de Fonoaudiologia relacionadas à saúde do trabalhador; - realização de estudos epidemiológicos sobre os distúrbios da voz relacionados ao trabalho; - organização da área de saúde do trabalhador de forma intersetorial, com participação dos Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego e Previdência Social; - instituição e divulgação do comitê de voz profissional, com participação da Fonoaudiologia, Otorrinolaringologia e Medicina do Trabalho; - publicação do documento “Distúrbios da Voz Relacionado do Trabalho”, por fonoaudióloga do CEREST; Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes aspectos: - necessidade de reflexão e debate sobre a contribuição da Fonoaudiologia na RENAST; - necessidade de reflexão e debate quanto à postura profissional do fonoaudiólogo perante as equipes interdisciplinares; - rever a formação do fonoaudiólogo na graduação e pós-graduação, de forma a garantir condições para que o profissional atue de forma qualificada na área de saúde do trabalhador; 133 - propiciar a capacitação dos fonoaudiólogos que atuam na área de Saúde do Trabalhador; - inclusão dos distúrbios da voz relacionados ao trabalho dentre as doenças relacionadas ao trabalho, reconhecidas pelo Ministério da Saúde; - promover educação permanente dos profissionais da rede quanto à Saúde do Trabalhador; - promover a visibilidade da Fonoaudiologia no campo da Saúde do Trabalhador, com vistas a divulgar suas competências e habilidades na área; Sugestão do grupo: investigar possíveis relações entre os distúrbios da voz, audição e saúde mental e consolidar a atuação do fonoaudiólogo na área de Saúde do Trabalhador.