II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo
I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo
São Paulo, 24 de Novembro de 2010
II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo
I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo
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Promoção: Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região – 9º. Colegiado
Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC - SP
Presidente do CRFa 2ª Região: Thelma Costa
Coordenação Geral: Profa. Dra Andréa Cintra Lopes - Presidente da Comissão de Saúde do CRFa. 2ª Região
Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche – Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da PUC-SP
Comissão Organizadora:
Profa. Dra Andréa Cintra Lopes
Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche
Fga. Kátia de Cássia Botasso
Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso
Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano
Fga. Cibele Siqueira
Fga. Ariadnes Nobrega de Oliveira
Fga. Gessyka Gomes Marcandal
Comissão Científica:
Profa. Dra Andréa Cintra Lopes
Profa. Dra Maria Cecilia Bonini Trenche
Fga. Kátia de Cássia Botasso
Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso
Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano
Fga. Cibele Siqueira
Fga. Ariadnes Nobrega de Oliveira
Fga. Gessyka Marcandal
Secretária: Marta Bispo da Cruz
II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo
I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde Pública do Estado de São Paulo
Patrocinador
Nossos agradecimentos às instituições apoiadoras, abaixo listadas, pelo apoio e dedicação. Todos são
responsáveis pelo evento, que esperamos deixar gratas recordações.
Academia Brasileira de Audiologia
CURSOS DE FONOAUDIOLOGIA DA FCM DA SANTA CASA DE SÃO PAULO,
FMRP/USP, FOB/USP, PUC/CAMP, UNESP – MARÍLIA, UNG, UNICAMP - FCM – CEPRE,
UNIFESP E UNOESTE.
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Agradecimentos
Várias pessoas contribuíram com seu tempo e talento para fazer da II
Mostra de Fonoaudiologia na
Atenção Básica do Estado de São Paulo e I Encontro de Fonoaudiologia na Saúde
Pública do Estado de São Paulo um evento de sucesso. A elas reiteramos nossos sinceros agradecimentos.
Diretoria do CRFa. 2ª Região
Ana Camilla Bianchi Pizarro
Monica Petit Madrid
Silvia Tavares de Oliveira
Thelma Costa
Carta da Comissão Organizadora
É com grande satisfação que realizamos mais uma edição da Mostra de
Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São Paulo.
Neste ano, a partir das
sugestões recebidas ao final do evento realizado em 2009, foi integrado à Mostra o
Encontro, que amplia a temática de forma a contemplar a participação dos fonoaudiólogos
que atuam em outras áreas e níveis de atenção na saúde pública.
Trata-se de um momento especial a todos nós, em que podemos compartilhar e adquirir
novas experiências na busca do aprimoramento de nossos conhecimentos sobre a
Fonoaudiologia.
A Comissão Organizadora da II Mostra agradece a participação e deseja que o mesmo
contribua para o fortalecimento da Fonoaudiologia na Saúde Pública.
Comissão Organizadora
São Paulo, 24 de Novembro de 2010.
Visite nosso Site: www.fonosp.org.br
E-mail: [email protected]
É com extraordinária satisfação que realizamos a “II Mostra”
promovida pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP em
parceria com o curso de Fonoaudiologia da FCHS da PUC-SP.
Na busca de promover oportunidades de trocas de experiências e
aprendizados, novos desafios são vencidos fazendo deste Encontro um
importante evento para a Fonoaudiologia do Estado de São Paulo.
A organização de um evento como este não é uma tarefa trivial.
Quero externar aqui os meus agradecimentos à Diretoria do CRFa. 2ª
Região/SP, ABA e SBFa. pelo apoio que nos deram e por suas lutas
diárias em encarar de frente os desafios e gerir com qualidade a
Fonoaudiologia, bem como aos cursos de Fonoaudiologia
da FCM da
Santa Casa de São Paulo, FMRP/USP, FOB/USP, PUC/CAMP, UNESP – MARÍLIA, UNG,
UNICAMP - FCM – CEPRE, UNIFESP E UNOESTE,
assim como a AUDIBEL.
Agradecemos pelo apoio e por permitirem que este evento fosse
possível.
Todos são responsáveis pelo que espero seja um grande evento
que deixará gratas recordações.
Fga. Andrea Cintra Lopes
Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP
Programa
8h00 as 8h30m: Recepção dos convidados e entrega do material
8h30 as 9h00m: Abertura
Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia: Fga. Thelma Costa
Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia: Fga. Andrea Cintra
Lopes
Diretor da FaCHS –PUC-SP: Prof. Dr. Luiz Augusto de Paula Souza
9h00m as 9h40m: Palestra magna “O apoio matricial rizomático na gestão municipal de saúde”
Profa. Dra. Debora Cristina Bertussi - Doutora pelo Programa de Pós Graduação .
Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ
10h00m as 12h00: Apresentação dos trabalhos – Pôster dialogado
12h00 as 13h30m: Almoço
13h30m as 14h30m: Análise das tendências e perspectivas do trabalho da Fonoaudiologia na
Saúde Pública/Atenção Básica
Profa. Dra. Nilce Emy Tomita FOB - USP
Profa. Dra. Maria Cecília Bonini Trenche PUC-SP
14h30m as 15h00: Intervalo
15h00 as 16h30m: Atividades dos Grupos de Trabalhos
Pergunta norteadora para as discussões: “Quais são os avanços e os desafios desta área de
atuação?”
GT “Atenção Básica”
Coordenadora: Fga. Maria Teresa Cavalheiro
Relatora: Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso
GT “Média e Alta Complexidade”
Coordenadora: Fga. Altair Cadrobbi Pupo
Relatora: Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano
GT “Educação e Saúde”
Coordenadora: Fga. Luciana Tavares Sebastião
Relatora: Fga. Cibele Siqueira
GT “Gestão”
Coordenadora: Fga. Maria Aparecida Machado
Relatora: Fga. Kátia de Cássia Botasso
GT “Saúde Mental”
Coordenadora: Fga. Elaine Herrero
Relatora: Fga. Cristiana B. Lykouropoulos
GT “Saúde do Trabalhador”
Coordenadora: Fga. Ana Claudia Fiorini
Relatora: Fga. Mariene Terumi U. Hidaka
16h30m as 17h30m: Encerramento
O APOIO MATRICIAL RIZOMÁTICO NA GESTÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
Débora Bertussi1
Para iniciar este debate sobre apoio matricial, primeiramente é necessário enfatizar
que este conceito-ferramenta parte das constatações vividas historicamente no SUS, de que
os modos de organizar o trabalho na área da saúde não tem sido suficientes para
efetivamente organizar redes de serviços de saúde, nos vários espaços municipais,
estaduais e federal, tradicionalmente organizados com base em áreas técnicas, e em que a
gestão é separada da atenção e a atenção é separada da vigilância. Cada área técnica
parte dos conhecimentos acumulados e dos princípios políticos que considera mais
avançados. Organizam programas/projetos de ação e, para sua implementação, linhas de
capacitações para ―treinar os trabalhadores, que são considerados ―caixas vazias e
portanto devem ser orientados pelas normas, rotinas e protocolos construídos por cada uma
destas áreas .
Segundo essa concepção, o trabalho em saúde é organizado de maneira parcelar,
de modo que cada trabalhador é responsável apenas pela realização de uma de suas
partes, sem participação e compreensão do todo e com uma valorização moral diferenciada
do trabalho de cada profissional e, portanto ocorrendo uma subordinação de uns
trabalhadores aos outros. Considera-se que cada serviço corresponde a um todo orgânico,
constituído por diversos órgãos, cada qual com um papel e, na maioria das vezes,
completamente desarticulados. À gestão caberia manter a articulação entre as partes e o
exercício do poder coercitivo para mantê-las funcionando. Só que esse modo de operar vem
se mostrando ineficaz e incapaz de favorecer a integralidade. O gestor que orienta a
produção da gestão a partir de regimentos e portarias, não tem conseguido a adesão dos
trabalhadores para produção do cuidado com implicação e disponibilidade. Então, para
pensar a organização do trabalho em saúde é necessário deslocar-se deste conhecido jeito
de fazer gestão, em que o instituído tenta capturar e controlar o trabalho vivo em ato. Como
alternativa, reconhecendo a micropolítica e as especificidades do trabalho em saúde, o
apoio institucional matricial. Tomamos o conceito de matriz, definido por Aurélio como o
―lugar onde algo se gera e se cria e produzimos, dentro da organização, o conceito de
matricial como alternativa ao vertical, para possibilitar relações horizontais entre
profissionais de distintas áreas/projetos para endereçar problemas. A idéia fundamental é
1
Mestre em Saúde Coletiva/UEL e Doutora em Ciências da Saúde/UFRJ. Professora da
Universidade da Cidade de São Paulo e Assessora Técnica da Secretaria de Saúde de São Bernardo
do Campo.
colocar todas as partes da gestão em contato direto e articulado com o cotidiano do
trabalho, operando a seu favor e não tentando subordinar o cotidiano da produção do
cuidado às lógicas de cada departamento, coordenação ou setor do nível central.
Como reconhecemos que cada trabalhador de saúde e cada usuário operam com
uma concepção de saúde e de cuidado, que é no espaço do encontro com o usuário que se
concretiza o momento de autonomia do trabalhador para expressar e operar suas
concepções e que na unidade de saúde, portanto, há múltiplos projetos de saúde (ocultos)
operando, em disputa, tentando prevalecer sobre os demais, reconhecemos que a gestão
precisa alcançar esse espaço. Reconhecemos que para fazer gestão é necessário mediar
essa disputa, criar espaços de encontro para produzir diálogo e pactuação entre gestão e
trabalhadores, entre os trabalhadores e entre trabalhadores e usuários. O matriciamento da
gestão é uma possibilidade de chegar a este espaço, oferecendo apoio à realização do
trabalho em saúde, possibilitando que os problemas concretos agenciem as várias partes da
secretaria, que podem contribuir para seu enfrentamento; possibilitando que as agendas
técnicas se potencializem ao invés de entrarem em disputa pelo tempo, coração e braços
dos trabalhadores.
Neste sentido pensar no matriciamento na gestão e na atenção, é reconhecemos
que é necessário agregar e combinar diferentes saberes para enfrentar a complexidade das
organizações e do trabalho em saúde, bem como a complexidade e desestruturação dos
problemas de saúde, para produzir conhecimento mútuo, trocas e relações de cooperação e
solidariedade, que possibilitem respostas mais potentes e que contribuam para qualificar o
cuidado em saúde.
No desenvolvimento do apoio matricial a relação entre sujeitos com saberes, valores
e papéis distintos pode ocorrer de maneira dialógica, já que o apoiador procura construir de
maneira compartilhada com os outros interlocutores projetos de intervenção, valendo-se
tanto de ofertas originárias de seu núcleo de conhecimento, de seu lugar na gestão, de sua
experiência e visão de mundo, quanto incorporando demandas trazidas pelo outro também
em função de seu conhecimento, desejo, interesses e visão de mundo, criando espaços
coletivos protegidos que permitam a interação dessas diferenças.
Incluir o apoio como uma estratégia na produção da gestão e do cuidado é uma
novidade, que tem sido trabalhada de diferentes modos – tanto no campo da formulação,
como nas experimentações desenvolvidas em diferentes espaços de construção do SUS.
Vale a pena revisitar e colocar para conversar essas idéias/apostas/ formulações/
experiências.
Apoiar no dicionário Aurélio significa dar apoio a, aprovar, sustentar, amparar,
defender, favorecer, sustentar, firmar, encostar, fundar, fundamentar, arriscar-se, prestar
auxilio mutuo. Sabemos que o apoio pode acontecer em várias áreas como a logística,
administrativa, operacional, cultural, pedagógica, cultural, educacional, institucional,
emocional, psicológica, social, gerencial, político, etc. Enfim os campos para apoio são
muitos. Mas, aqui vamos falar sobre este movimento de apoiar as equipes de saúde
entendendo apoio como um arranjo para organização das práticas de saúde e de gestão.
Neste sentido, a pergunta chave é: o que é o apoio às equipes de saúde?
Para facilitar a compreensão, a partir do mapeamento de diferentes tipos de apoio
praticados no âmbito da saúde, construí uma discussão sobre as várias vertentes de apoios.
Um primeira vertente é o Apoio-intervenção, organizada a partir de trabalhador(es) de saúde
como representantes (emissários) da gestão para a interlocução com as equipes de
unidades de saúde; esses representantes desenvolvem o trabalho a partir das indicações
institucionais, sem – a priori - dar brecha para a produção do(s) encontro(s) em ato,
informando e transmitindo informações, conhecimentos e regras/normas a serem seguidas.
Neste caso estou me referindo à conhecida supervisão administrativo-gerencial de serviços
de saúde realizada por especialistas com base na sistematização de normas e
procedimentos técnicos preconizados, fundamentada no planejamento, organização e
avaliação de serviços, que tem sua lógica centrada no controle dos processos e resultados
obtidos segundo normas e padrões previamente estabelecidos.
Uma outra vertente teórica significativa para o desenho de diferentes modalidades de
apoio no âmbito da saúde é a Análise Institucional. Algumas correntes (inclusive na Saúde
Mental) fazem uma separação entre as melhores ferramentas e estratégias para colocar em
análise a gestão e a produção do cuidado. A metodologia Paidéia indica o Apoio
Institucional como referência para produzir processos de autoanálise dos coletivos na
gestão. Assim, o trabalhador apoiador, como parte integrante da equipe de condução,
produz o encontro com as equipes das unidades de saúde e coloca em análise seus
problemas e suas questões no campo da gestão e da condução dos processos decisórios,
num arranjo para diminuir a fragmentação do processo de trabalho e a distância da gestão
entre áreas e setores de uma organização.
No âmbito da atenção, considerando a necessidade de colocar para conversar
diferentes saberes técnicos – entre diferentes especialistas ou entre diferentes profissões da
saúde – existe a proposição, acolhida pela metodologia Paidéia, do Apoio Matricial (ou apoio
matricial temático), entendido como uma forma de promover interlocução entre profissionais
de diferentes especialidades ou entre serviços de saúde de diferentes níveis de atenção, ,
numa tentativa de aproximação e cooperação e produção de suporte ao manejo dos
projetos terapêuticos. Seria um arranjo para diminuir a fragmentação do processo de
trabalho decorrente da especialização crescente em quase todas as áreas de conhecimento
e ampliar a resolubilidade das ações em saúde, definindo responsabilidades de
coordenação e instituindo espaços de diálogo, aprendizagem e cooperação entre
profissionais de diferentes serviços.
O apoio matricial rizomático, que também conversa com as proposições da Análise
Institucional, não há separação entre clínica e gestão, e o apoio, se constitui na micropolítica
do encontro entre apoiador e as equipes de saúde, mobilizando distintas ofertas,
relacionadas à organização do processo de trabalho e à produção do cuidado, de acordo
com as necessidades das equipes, reconhecendo a mútua constitutividade entre a produção
e gestão do cuidado.
ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS
Profª Drª Nilce Tomita
Profª Drª Maria Cecilia Bonini Trenche
Mostra
Concepção: texto que se escreve contando a produção de quem trabalha. Cada profissional
ao escrever seu texto ou pôster conta e reconta refletindo sobre o que faz.
Texto que se escreve é produzido pelo coletivo que conta, reflete, discute, compartilha e
promove movimentos para mudanças na prática.
Apoio para a mudança
Política do movimento: intervir de forma deliberada com o método da roda
Estratégia
• Construir rodas
• Fazer a circulação de conhecimentos
• Incluir nas relações de poder o afeto
Planejamento
• Seleção
• Participação de todos os inscritos
• Compartilhamento das vivências (e suas dificuldades)
• Re-elaboração
E no caminho...
Exercer a crítica generosa criando condições para mudanças.
Trabalhos
Foram 95 trabalhos divididos em:
• ASSISTÊNCIA =21
• PROMOÇÃO=20
• PREVENÇÃO=15
• GESTÃO=11
• MODELO DE ATUAÇÃO NA AB =9
• FORMAÇÃO=8
• EDUCAÇÃO EM SAÚDE =7
• PERFIL FONOAUDIOLÓGICO=2
• REDE=2
Trabalhos apresentados de acordo com os níveis de atenção à saúde:
• ATENÇÃO BÁSICA = 56
• MÉDIA e ALTA COMPLEXIDADE=20
• ENSINO e SERVIÇO=19
Temas mais recorrentes:
• aleitamento
• dificuldades de aprendizagem
•
•
•
trabalho de grupo
saúde auditiva
linguagem
Faixa Etária:
• Crianças (maior proporção)
• idosos /bebês/adolescente/adultos (distribuição proporcional)
• não especificado (poucos)
Metodologias:
• oficinas
• atendimentos compartilhados
• grupos educativos grupos terapêuticos
• orientação a pais
• monitoramento de casos de risco
• pesquisa
• descrição da atuação(matriciamento, articulação entre equipes)
Apresentaram trabalhos:
• FOB, USP, PUCSP, UNICAMP, FASM,URSCARLOS, UNIFMU, SANTA CASA
•
UNG, PUC CAMPINAS , FM RIBEIRAO PRETO, FI Fernandópolis, Teresa D´Ávila
•
SMS: CAMPINAS, GARULHOS, SÃO BERNARDO, DIADEMA, MOGIMIRIM,
BRAGANÇA PAULISTA, CANOAS, São Caetano do Sul, Taubaté, Lorena ,
Departamento Regional de Saúde - DRS III – ARARAQUARA
•
OS: SPDM, ASF, UNASP, ACSCATARINA,FASM, SBIB HOSPITAL ALBERT
EINSTEIN, AC Monte Azul, SAS-SECONCI
•
NASF: DIADEMA,LAPA, MORADA DO SOL, TEOTONIO VILELA, TRES
CORAÇÕES
•
UBS: VARGINHA, V.IMPERIO II,ZONA SUL, UBS JARDIM D’ABRIL,
•
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto , AME
Interlagos , Núcleo Integrado de Saúde Auditiva (NISA) II Pirituba , NAAB
UIRAPURU
•
HOSPITAIS: DARCY VARGAS, MATERNIDADE CACHOERINHA
Apresentação dos trabalhos – Pôster dialogado
A INTERDISCIPLINARIEDADE E A INTERSETORIALIDADE ABRINDO CAMINHOS PARA UM
TRABALHO COM CRIANÇAS.
Parrado-Moran MES, Kurbhi FH.
NASF – Lapa Pinheiros – Coordenadoria Centro Oestre
Introdução: Ao receber inúmeros encaminhamentos de crianças por meio das escolas da região
Lapa-Pinheiros
e das equipes de saúde da família (ESF), nas quais trabalhamos nos vimos
envolvidas em entender o motivo dessa demanda e como poderíamos partilhar essas dificuldades
qualificando melhor esses encaminhamentos e a própria atuação dos diversos setores envolvidos. As
maiores demandas são de crianças com dificuldades na linguagem oral/escrita e ou de
comportamento e apontam para uma dificuldade das escolas envolvidas no processo de ensinoaprendizagem, das famílias e das ESF em lidar com tais situações.Objetivos: 1)Desmistificar a idéia
de que a dificuldade escolar da criança se deve a questões da ordem da saúde. 2) Desmistificar
também a idéia de que um único especialista (fonoaudiólogo e ou psicólogo) em saúde é capaz de
dar conta de uma situação tão complexa sem articulação com outros setores e profissionais
envolvidos no cuidado e na formação da subjetividade da criança.3) Aumentar a resolutividade da
questão na formação de redes de cuidado.Método: A partir da demanda escolar e ou familiar há a
discussão dos casos envolvendo o NASF e as ESF para identificar a necessidade de cuidado com a
família. Quando há abertura da escola para discussões de casos estas são feitas, na maior parte das
vezes por contatos telefônicos ou solicitados relatórios do desempenho escolar e comportamento da
criança. Sempre há um atendimento prévio da família para coleta de dados e avaliação ampliada do
problema pela fonoaudióloga e ou psicóloga do NASF. São formados grupos de atendimento
divididos por faixa etária. No momento cotamos com 3 grupos (mini, lúdico e teen), com frequencia
quinzenal, focando convivência e o livre brincar. Neles as questões trazidas pelas crianças são
trabalhadas pela dupla de profissionais, fonoaudióloga e psicóloga. São feitas reuniões mensais com
as famílias para verificar as mudanças ocorridas nas crianças e na dinâmica familiar ao longo do
processo terapêutico. Posteriormente realizamos discussões com outros setores como Conselho
tutelar, Vara da Infância e adolescência, CAPS infanto juvenil, APAE, ambulatórios de especialidades,
entre outros, para enriquecer o trabalho e ampliar os olhares sobre as questões percebidas neste
processo. Resultados e considerações finais:Temos observado a importância na articulação de redes
intersetoriais de cuidado com a criança, embora falte um ator que assuma este papel de forma
constante e sistemática.Observamos ainda, que as discussões são feitas caso a caso sem que se
pense numa proposta ampliada e coletiva de ações entre educação, saúde e famílias.Ainda se pensa
que a dificuldade escolar é do aluno e não algo no âmbito das relações e das condições
socioeconômico e culturais de uma comunidade.As diversas instancias envolvidas neste processo
estão disponíveis para o trabalho intersetorial, mas é a equipe NASF que assumiu o papel de agente
desta articulação até o presente momento.Percebemos que o trabalho em rede tem trazido evoluções
positivas para as questões de linguagem e comportamento das crianças que freqüentam nossos
grupos.
A INTERFACE NASF E EQUIPE DE SAÚDE BUCAL NO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM
ALTERAÇÕES NO SISTEMA SENSÓRIO MOTOR ORAL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA
IMPÉRIO II.
Reis DC, Pizani CC.
Unidade Básica de Saúde Vila Império II
O principal objetivo da Fonoaudiologia, no trabalho com a motricidade Orofacial, é verificar a
existência de desequilíbrios musculares e funcionais que possam interferir de maneira negativa na
funcionalidade do sistema estomatognático e, conseqüentemente, no processo de tratamentos que
venham a ser realizados, ou que já estejam em andamento, como otorrinolaringológico e/ou
odontológico/ortodôntico. Na UBS Vila Império II, através da iniciativa da fonoaudióloga do NASF e
Equipe de Saúde Bucal, iniciou-se o grupo “Mastigando e Respirando Certo, para ter um SORRISO
LEGAL”; grupo que tem como caráter geral o trabalho terapêutico fonoaudiológico com pacientes que
são encaminhados para avaliação e tratamento ortodôntico. Organizou-se o grupo com o objetivo de
prevenir a má oclusão e orientações para desenvolvimento adequado do sistema estomatognático e
funções orofaciais. O critério para inclusão no grupo foi de moradores da área de abrangência da
UBS/ PSF Vila Império II, na faixa etária de 6 a 12 anos, com alterações no sistema estomatognático
ou na função orofacial que passaram por avaliação e atendimento com a equipe de Saúde Bucal ou
casos levados para o NASF em reuniões de matriciamento que necessitavam de avaliação
ortodôntica.
Foram realizados no primeiro semestre de 2010, 26 grupos, 213 atendimentos com um total de 45
pacientes. Percebeu-se a importância da interação entre as áreas da Fonoaudiologia e Odontologia
para uma maior conscientização dos usuários, aumentando assim os cuidados com a escovação,
mastigação e respiração, bem como a melhora na fala e na estética; aumento na adesão ao
tratamento ortodôntico e otimização das vagas disponibilizadas no serviço de referência devido à
interlocução entre a Unidade Básica de Saúde e o Centro de Especialidades Odontológicas
A OCORRÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO EM BEBÊS PRÉ-TERMOS DE UMA
MATERNIDADE DE ALTO RISCO.
Bianchini NC, Trevisan NS, Simão AP, Cerruti VQ, Hirai MA.
Clínica de Fonoaudiologia da Universidade de Guarulhos e no Hospital Municipal e Maternidade
Escola Dr.M.M. Altenfelder Silva (Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha) – São Paulo
Introdução: No Brasil, a cada ano, cerca de 11% dos recém-nascidos (RN)
chegam ao mundo
prematuramente. Recém-nascido pré-termo (RNPT) é definido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como toda criança nascida viva antes de completar a 37ª semana de gestação e recémnascido de baixo peso toda e qualquer criança com menos de 2.500g, independente de sua
maturidade. Muitos RN morrem logo no início da vida, dependendo de fatores como a idade
gestacional e o baixo peso no nascimento. No caso da sobrevivência, há uma possibilidade de atraso
no desenvolvimento. Vários estudos têm mostrado o efeito protetor do leite materno contra a
mortalidade infantil, que varia de acordo com a idade da criança, a duração e o tipo de amamentação
e as características da população. O leite materno é universalmente aceito como o melhor alimento
para os bebês tanto de risco como normais, por oferecer vantagens econômicas, imunológicas,
nutricionais, endocrinológicas e emocionais, estimulando o vínculo com a mãe. É de grande
importância a inserção do fonoaudiólogo na equipe interdisciplinar para a assistência dirigida ao
recém-nascido de risco no período de hospitalização. A atuação do fonoaudiólogo está voltada aos
aspectos relacionados à prevenção e à reabilitação de distúrbios da comunicação, como, por
exemplo, a adequação da alimentação oral.Objetivo: Este trabalho tem como objetivo observar a
ocorrência do aleitamento materno em um grupo de mães de bebês pré – termos, que freqüentam um
ambulatório de acompanhamento em uma Maternidade de alto risco e, que participaram do trabalho
fonoaudiológico no processo de alimentação, durante a internação. Metodologia: Este trabalho foi
realizado através de levantamento bibliográfico de artigos e livros do ano de 1999 a 2009 e aplicação
de um questionário com 30 mães, que freqüentam o ambulatório de acompanhamento de bebês pré
– termos e foram incluídas na pesquisa mães menores e maiores de idade, que tiveram seus filhos
prematuramente, ou seja, RN abaixo de 37 semanas de idade gestacional (IG) e peso de nascimento
abaixo de 2.000g e que foram orientadas pelo trabalho fonoaudiológico no processo de alimentação
dos bebês Resultados: Em consulta ambulatorial 93% das mães relatam que o trabalho
fonoaudiológico contribuiu para a continuação do aleitamento materno, após alta hospitalar, o que
pode ser comprovado segundo o relato de 80% da população estudada.Conclusão: Através dos
resultados apresentados, foi possível identificar maior conscientização das mães sobre os dos
benefícios do aleitamento materno, que contribuiu significativamente para que os recém-nascidos
permanecessem em aleitamento após alta hospitalar.
A CRIANÇA CEGA: UMA AÇÃO MULTIDISCIPLINAR COM ENFOQUE ESCOLAR.
Costa J, Bernardi DF.
Secretaria de Educação do Município de Bragança Paulista
Introdução: O desenvolver de um trabalho pedagógico junto a uma criança demanda várias
habilidades que, quando presentes, permitem que o aprendizado ocorra de maneira natural. A
integração entre as modalidades sensoriais e as respostas neurais adequadas nos permite, após uma
vivência satisfatória anterior, ter percepção de conceitos que nos orientam questões práticas da vida
diária e escolar. A criança cega, no entanto, possui anulado um dos seus principais sentidos,
trazendo conseqüências no decorrer do seu dia-a-dia social e escolar. Objetivo: O presente trabalho
teve como objetivo, através da integração entre a ação da professora, da fisioterapeuta e da
fonoaudióloga, garantir aquisição de conceitos e habilidades necessárias ao processo de
alfabetização de crianças cegas pelo método BRAILLE. Metodologia: Os conceitos e habilidades
trabalhadas foram os de orientação espacial e temporal, reconhecimento sensitivo somestésico (tátil),
olfativo, auditivo e gustativo, reconhecimento de esquema corporal, estímulos à linguagem
associados à coordenação motora global e fina. Resultados: Após um semestre de sessões semanais
de 45 minutos com a fisioterapeuta e a fonoaudióloga, associados a orientações e troca de
informações com a professora, os alunos obtiveram respostas positivas quanto à aquisição de
conceitos importantes, principalmente relacionados às modalidades sensoriais a que foram
submetidos. Conclusão: Apresentamos nossa satisfação pelos resultados obtidos, que nos mostra a
superioridade de um trabalho multidisciplinar, além da importância da ação integrada entre as áreas
de saúde e educação dentro do serviço público.
A FORMAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA – RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Machado MAMP, Oliveira AN, Marcandal GG.
Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Introdução: A atuação do estudante de Fonoaudiologia na Atenção Básica é a construção de uma
nova práxis fonoaudiológica, que se aproxima do cotidiano do usuário e vislumbra outra forma de
atuação na Rede de Cuidados à Saúde, com objetivo maior de atender às diretrizes preconizadas
constitucionalmente pelo SUS, quais sejam da universalidade, integralidade e equidade das ações.
Tal atuação tem permitido analisar de forma crítica as políticas públicas de saúde relacionadas à
Atenção Básica, principalmente no que tange à saúde fonoaudiológica da população. A formação do
fonoaudiólogo inclui conhecimentos técnicos e práticos, sendo assim, a disciplina de Fonoaudiologia
Preventiva da Faculdade de Odontologia de Bauru, envolve alunos do último ano de graduação em
Fonoaudiologia em atividades práticas realizadas em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do
município de Bauru, atuando na prevenção de doenças, promoção da saúde e educação permanente
para os profissionais. Objetivo: Relatar a experiência de formação do Fonoaudiólogo na Atenção
Básica da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. Resultados: A inserção do estudante de
Fonoaudiologia na Atenção Básica pela disciplina de Fonoaudiologia Preventiva tem como propósito
a formação em serviço deste aluno que tem a oportunidade de trabalhar em uma equipe
multiprofissional e com diferentes tipos de atuações. O processo de formação vivenciado envolve
além das atribuições práticas, atividades teóricas que são realizadas na Universidade para discussão
de “práticas em saúde” e reflexões da atuação. As atividades realizadas na UBS envolvem triagens
fonoaudiológicas, educação permanente para os profissionais da instituição, grupos terapêuticos em
linguagem, grupos de promoção de saúde com as famílias e Educação em saúde para população em
sala de espera. Todas as atividades são planejadas anteriormente pelos próprios alunos e
supervisionado pela docente responsável. Os temas discutidos nos grupos para promoção e
educação em saúde são amplos, não se limitando à saúde fonoaudiológica, a partir dos interesses
vindos da população, sendo que a cada reunião um novo tema é sugerido pelos próprios
participantes, o que proporciona ampliação do conhecimento e mudança de comportamento. Com
isso, os alunos tem a possibilidade de ampliar o olhar frente às necessidades de saúde da população
o que influenciará significativamente em sua formação. Conclusão: No cotidiano prático desta
disciplina busca-se a construção de um processo formativo e de trabalho com olhar ampliado e
diferenciado.
Esta experiência tem proporcionado atuar a partir dos problemas da população,
determinados pelas condições de vida do território, de modo a articular teoria e prática numa
realidade concreta, e amplia o espaço de ação para além da clínica fonoaudiológica representando
assim uma estratégia potencial para esse repensar do processo de formação em saúde.
A VISÃO DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS SOBRE A ATUAÇÃO E O PAPEL DO
FONOAUDIÓLOGO NOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA.
Almeida ARF, Oliveira FC. OSS SAS-Seconci
Introdução: A atuação do fonoaudiólogo contempla a promoção, proteção e recuperação da saúde no
que se refere à comunicação humana. Nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, cabe ao
fonoaudiólogo desenvolver ações específicas e compartilhadas a fim de garantir a integralidade na
assistência e manutenção da qualidade de vida da população do território das Unidades Básicas de
Saúde, bem como oferecer capacitação e suporte às equipes. Tendo em vista a ainda recente
inserção do fonoaudiólogo na Atenção Básica, torna-se relevante divulgar as áreas de atuação do
fonoaudiólogo e suas possíveis ações no contexto da Estratégia de Saúde da Família e refletir a
cerca da compreensão dos profissionais das equipes sobre o papel do fonoaudiólogo.Objetivo:
Verificar e analisar a visão e o conhecimento dos profissionais das Unidades sobre a atuação e o
papel do fonoaudiólogo na atenção básica.Metodologia: Participaram da pesquisa 5 profissionais da
equipe NASF e 5 da equipe ESF, sendo 1 médico e 5 agentes comunitários e saúde, de uma Unidade
Básica de Saúde onde há uma fonoaudióloga há 3 meses (UBS1) e 4 profissionais da equipe NASF e
7 da equipe ESF, sendo 2 médicos, 2 enfermeiras e 3 agentes comunitários de saúde de uma
Unidade onde há uma fonoaudióloga há 1 ano e 11 meses (UBS2). Ambas estão localizadas na Zona
Leste do Município de São Paulo.
Foi entregue a cada entrevistado um questionário contendo as seguintes perguntas: 1) Qual você
considera ser o papel do fonoaudiólogo no NASF e 2) O que mudou na equipe com a entrada do
fonoaudiólogo? Não era necessário que os profissionais se identificassem. As respostas foram
analisadas qualitativamente e comparadas entre as Unidades.Resultados: Quanto ao papel do
fonoaudiólogo, apareceram nas respostas dos sujeitos de ambas as Unidades as áreas de fala,
aprendizagem, leitura e escrita e amamentação. As demais áreas de atuação do fonoaudiólogo, como
disfagia, saúde auditiva e motricidade orofacial não foram citadas, o que sugere que a imagem da
atuação do fonoaudiólogo ainda mostra-se vinculada às dificuldades de fala e linguagem. Os
participantes apontaram ações de realização de triagens, consultas, visitas domiciliares, grupos
terapêuticos, matriciamento e orientações como uma importante parte do trabalho do fonoaudiólogo.
Estes aspectos demonstram uma visão ampliada do trabalho da Equipe NASF, pois estas são
atribuições de todos os profissionais da equipe multiprofissional. Em relação às mudanças
observadas, na UBS1, os participantes citaram principalmente melhoria nas discussões de caso e
planejamentos, bem como no acesso ao serviço por parte dos usuários, enquanto na UBS2,
observaram-se maior variedade nas respostas, como diminuição e qualificação da lista de espera,
desenvolvimento de ações de educação, agilidade nos encaminhamentos, entre outros. Estes dados
sugerem que na Unidade onde o fonoaudiólogo está inserido há mais tempo existe maior
compreensão e visibilidade das ações desenvolvidas.Conclusão: É necessário que o fonoaudiólogo
das Equipes NASF contribua com a divulgação da Fonoaudiologia, ampliando a visão das equipes e
investindo na visibilidade e impacto de suas ações, em busca da melhoria da qualidade de vida da
população.
ABORDAGEM FONOAUDIOLÓGICA EM SAÚDE AUDITIVA COM ADOLESCENTES ESCOLARES
NA ATENÇÃO BÁSICA.
Melo CL.
Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (FASM-SP)
Introdução: A música na sociedade moderna é também usada como lazer e prazer, mas estudos
apontam que o uso do player portátil em alta intensidade está contribuindo para uma futura geração
de surdos. Objetivos: Aliar a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva ao Programa Saúde nas
Escolas propondo ações de prevenção á saúde auditiva em escolares adolescente da cidade
Tiradentes/SP que fazem uso dos players portáteis e frequentam ambientes com amplificação sonora
elevada. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão da literatura científica realizada através do
levantamento e análise de artigos encontrados nas bases de dados via internet (Literatura da América
Latina e Caribe – LILACS; Scientific Eletronic Library Online – SciELO e Ministério da Saúde ) no
período de abril a junho de 2010. O público alvo desta pesquisa é adolescente de ambos os sexos
estudantes de escolas públicas da cidade Tiradentes/SP. Resultados: A Cidade Tiradentes tem
217.127 mil habitantes sendo que 40.727 mil (18,7%) têm entre 10 a 19 anos. O Sistema de Ensino
no Brasil ultrapassa a casa dos 33 milhões de jovens matriculados no Ensino Fundamental e mais de
8 milhões de adolescentes e jovens são atendidos no Ensino Médio da rede pública. Na comunidade
pesquisada, 26 escolas são do ensino fundamental (5ª a 8ª série) e 10 do ensino médio. As várias
literaturas pesquisadas apontam para uma futura geração de surdos em decorrência de hábitos
inadequados à saúde auditiva. Conclusões: Ações de saúde auditiva em jovens/adolescentes
escolares é importante para prevenir perdas auditivas determinadas pela exposição a ambientes com
elevada amplificação sonora e uso inadequado de players portáteis em alta intensidade.
AÇÃO COMPARTILHADA ENTRE A FONOAUDIÓLOGA, PSICÓLOGA E AGENTE COMUNITÁRIA
DE SAÚDE – O GRUPO TERAPÊUTICO COMO ESTRATÉGIA PARA DEMANDA DE CRIANÇAS
COM ALTERAÇÃO DE FALA, ACADÊMICA E DE COMPORTAMENTO.
Namem VC, Viabone SA.
Associação Saúde da Família/ASF
Introdução: O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), referência desse trabalho, compôs a
Estratégia de Saúde da Família (ESF) na região sudeste do município de São Paulo, no período de
Novembro/2008 a Março/2010. Proporcionou cobertura a duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do
território de Sapopemba, a UBS Teotônio Vilela, onde estão locadas 7 equipes de Saúde da Família
(SF) e a UBS Humberto G. Bodra, com 5 equipes SF. Para apropriação da população adscrita,
diagnóstico do território e integração com a ESF, o NASF iniciou a participação em reuniões de
equipes, sendo os profissionais divididos em duplas de referência. No início, as entradas às reuniões
da equipe SF se davam quinzenalmente e posteriormente, por questões metodológicas, passou a
ocorrer mensalmente. Nas primeiras entradas a essas reuniões, algumas equipes SF apresentavam
listas com a demanda reprimida da UBS, que aguardavam atendimento especializado. Em tal
demanda pudemos observar que a maioria dos pacientes eram crianças com queixas escolares, de
fala e comportamento; adultos com queixas de dores físicas crônicas e de saúde mental, que
aguardavam atendimento especializado. Nesse trabalho, vamos nos ater na demanda infantil da UBS
Teotônio Vilela, onde foram desenvolvidos grupos terapêuticos compartilhados entre a fonoaudióloga,
a psicóloga e as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Objetivo: Descrever a experiência
vivenciada do trabalho em grupo terapêutico com crianças e seus responsáveis, através de ações
compartilhadas entre profissionais do NASF e da ESF. Metodologia: A partir da demanda levantada e
triagens realizadas pela fonoaudióloga e psicóloga, foi observada a necessidade da realização de 2
grupos terapêuticos de crianças/responsáveis. Os grupos foram divididos por patologia e faixa etária:
Grupo Tagarela (alteração de fala e comportamento, 4 a 6 anos) e Grupo Contar e Aprender
(alteração acadêmica e de comportamento, 8 a 11 anos). Os mesmos funcionavam semanalmente.
Os grupos tiveram dez meses de duração, sendo finalizado devido à saída das terapeutas da UBS.
Resultado: Puderam-se observar transformações em dois âmbitos do trabalho: na efetividade do
matriciamento nas ações compartilhadas entre ESF/NASF e, concomitantemente, através da troca de
experiências, o surgimento de novos modelos de identificação e vínculo dos profissionais, crianças e
responsáveis, o que nos revelou aparente ganho para as crianças, tanto na fala quanto na questão
comportamental. Observou-se também, maior comprometimento dos pais em auxiliar as crianças no
âmbito escolar, maior compreensão e melhor abordagem quanto à alteração de fala e melhora na
auto-estima dessas crianças Conclusão: O trabalho compartilhado entre profissionais com
conhecimentos específicos e com visão de equipe ampliada pode apresentar bons resultados, pois se
completam. A inserção do ACS e dos pais possibilitou um olhar diferenciado para o planejamento das
ações, a ampliação do olhar sob a patologia, mudanças na dinâmica de funcionamento e maior
comprometimento e co-responsabilidade, necessárias e importantes para o processo de trabalho.
ACOMPANHAMENTO NO PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: INTERFACE COM A
ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE.
Araújo ES, Alvarenga KF.
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Departamento de Fonoaudiologia.
Introdução: Embora o acompanhamento audiológico dos neonatos de risco seja indicado
insistentemente por diferentes comitês, há poucos estudos em relação ao mesmo e nenhum
relacionando-o à atuação do agente comunitário de saúde. Objetivo: Realizar o acompanhamento de
crianças que obtiveram resultado “passa” na triagem auditiva neonatal (TAN), mas apresentavam
indicadores de risco para deficiência auditiva, por meio de um instrumento de fácil aplicação por
agentes comunitários de saúde. Metodologia: Participaram 598 recém-nascidos de risco que haviam
obtido o resultado “passa” na TAN no período de junho-2007 a novembro-2008 no Programa de TAN
da Maternidade Santa Isabel – Bauru/SP. Realizou-se uma triagem telefônica por meio de um
questionário, contendo questões sobre o desenvolvimento da audição e da linguagem. Para cada
questão havia duas possibilidades de resposta “sim” ou “não” e considerou-se como resultado “falha”,
a obtenção da resposta “não” para pelo menos uma questão. Tal resultado determinava a
necessidade de avaliação audiológica. Resultados: Realizou-se a triagem telefônica com 392 famílias
(65,55% da casuística inicial), com as demais não foi obtido contato, nem por telefone e nem mesmo
por meio de cartas. Deste total, 364 (92,86%) obtiveram resultado “passa” e 28 (7,14%) responderam
“não” para pelo menos uma questão e, portanto, foram agendados para avaliação. Das 28 crianças
agendadas observou-se uma taxa de evasão de 12 crianças (42,86%) mesmo após esclarecimento
da importância da avaliação proposta e tendo sido feito em média cinco reagendamentos em horários
flexíveis à dinâmica familiar. Dentre as 16 (57,14%) que compareceram, seis apresentavam
alterações de linguagem e cinco alterações audiológicas, sendo quatro perdas auditivas condutivas e
uma sensorioneural com características de Espectro da Neuropatia Auditiva. Todas as crianças
iniciaram o tratamento necessário. Conclusão: o acompanhamento caracteriza-se por dois extremos:
a importância e as dificuldades para sua concretização. A atuação de agentes comunitários de saúde
na área de saúde auditiva infantil pode ser vista como uma opção, uma vez que estes profissionais
estão distribuídos por todo o país e poderiam inserir em sua rotina a aplicação de questionários sobre
o desenvolvimento da audição e da linguagem, favorecendo a realização do acompanhamento
audiológico.
APOIO MATRICIAL E O PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR NA EXPERIÊNCIA DO NASF LAPA PINHEIROS
Parrado-Moran MES, Serrano OF.
NASF Lapa-Pinheiros _ Coordenadoria Centro Oeste
Introdução: Com o início do NASF na Supervisão Lapa/Pinheiros, foram implantadas atividades de
apoio matricial e a construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) com os profissionais do
NASF junto as Equipes de Saúde da Família. A expectativa inicial dessas equipes era aumentar a
possibilidade de encaminhamentos para especialistas. Esse relato conta a experiência de mudança
dessa expectativa para um trabalho co-responsável e integrado. Objetivos:Conforme a portaria de
criação do NASF, o objetivo é ampliar a abrangência e o escopo das ações na Atenção Básica, a
resolutividade das ações, a responsabilidade compartilhada, assim como a revisão da prática de
encaminhamento com base nos processos de referência e contrareferência, entre outros.Metodologia:
Foram criadas duplas de referência para cada equipe de saúde da família, que contava com
profissionais de áreas distintas (saúde mental e reabilitação). Essas duplas participavam
quinzenalmente, realizando discussões sobre as famílias acompanhadas e as ações prioritárias no
território. Esse processo foi avaliado em oficinas com todos profissionais envolvidos (promovido pela
Coordenadoria Centro-Oeste), onde os principais resultados foram: a presença semanal do NASF nas
reuniões; o contato direto das equipes com todos os profissionais do NASF; a necessidade de um
instrumento de registro e organização dos PTS; ampliação das ações compartilhadas. Numa das
unidades, foi fortalecida a idéia de reuniões diárias, para a organização local e facilitar a participação
do NASF.
Resultados alcançados: As principais mudanças foram: fim dos profissionais de referência, a
participação do maior número possível de profissionais NASF nas equipes e a entrada semanal. Como
resultado qualitativo, a maioria das equipes questionou a forma de encaminhamento realizada, que
reduzia ao tratamento do sintoma pelo profissional especialista. Ficou fortalecida a idéia do PTS, em
co-responsabilidade NASF e equipes, com a visão mais integral do usuário e seu contexto familiar e
social.
Foi criada uma ficha para a organização do PTS, com os seguintes itens: dados do usuário e família;
diagnóstico; avaliações; atores envolvidos no
processo; ações e objetivos; metas; orientações
comuns; pactuação com o usuário; ocorrências e dificuldades. A partir da experimentação da ficha,
esta foi reformulada, separando o processo de diagnóstico e avaliação da situação atual e a evolução
do projeto. Foi criada uma ficha dupla, a primeiramente com: dados do usuário, a demanda e o
diagnóstico; genograma e breve histórico; dificuldades; metas; ações, atores envolvidos e objetivos.
Na segunda parte com as ações realizadas e os resultados encontrados. Conclusões:O sucesso do
trabalho do NASF e ESF depende de uma pactuação constante e do envolvimento das diferentes
instancias (coordenadoria, supervisão, gerências e equipes) para produção de processos de trabalhos
eficientes, co-responsáveis e integrados.
APRENDIZAGEM ATIVA
Machado MAMP, Andreo JC.
Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
O Programa de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) veio proporcionar, à
Faculdade de Odontologia de Bauru-Universidade de São Paulo (FOB-USP), a possibilidade de
aprimorar o processo de formação profissional nos dois cursos, Odontologia e Fonoaudiologia,
enquanto qualifica o sistema local de assistência, reduzindo o distanciamento entre os mundos
acadêmico e o de prestação real dos serviços de saúde. Neste projeto, um dos seus vetores salienta
a necessidade de instrumentalizar estudantes e profissionais de saúde por meio da educação
permanente, promovendo situações de reflexão e encontros para compartilhamento das experiências
significativas. Assim, a “Proposta de reorientação da formação em Odontologia e Fonoaudiologia da
FOB-USP” contempla duas disciplinas, que fazem parte do Programa de Aprendizagem Saúde
Coletiva e ocorrem no segundo semestre do primeiro ano e primeiro semestre do segundo ano,
voltadas para a formação conjunta das equipes de saúde da família e dos estudantes desses dois
cursos. O objetivo desse trabalho é apresentar um relato de caso sobre os resultados obtidos com
essa prática. Os dados epidemiológicos salientaram os problemas mais prevalentes na região:
hipertensão arterial, diabetes, hábitos orais deletérios e dificuldades para amamentação da criança
até os 2 anos de idade. Esses temas foram pesquisados, trabalhados em pequenos grupos
acompanhados por tutores e repassados à população-alvo em visitas domiciliares e atuação em
creches e escolas de ensino fundamental. Também foram elaboradas apostilas para os profissionais
de saúde e folhetos para a população com os temas investigados que serão impressas e distribuídas
para todas as unidades de saúde do município.
Além disso, houve a criação de projetos para
melhoria da qualidade de vida, referentes à coleta seletiva do lixo doméstico, adubo orgânico, horta
comunitária e/ou doméstica, aproveitamento total de alimentos, formação de corais para crianças,
adultos e idosos, e coleta de dentes decíduos humanos para doação ao banco de dentes humanos
da FOB-USP, os quais serão implantados ao longo dos próximos dois anos com auxílio de diversas
secretarias do município e, os dois últimos, com a assessoria dos estudantes. Dessa forma, houve
uma prática significativa que atuou com o vetor específico, educação permanente, e, indo além,
atingiu todos os vetores do eixo A.Orientação Teórica (Determinantes de saúde-doença, Pesquisa
ajustada à realidade local, Educação permanente); ao menos um do eixo B.Cenários de Prática
(Integração ensino-serviço e Intersetorialidade) e todos do eixo C.Orientação Pedagógica (Integração
de disciplinas básicas e profissionalizantes, Análise crítica dos serviços e Aprendizagem ativa)
trazendo ganhos para todos os implicados.
ATENÇÃO À SAÚDE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI MIRIM: FLUXOGRAMA DE
ATENDIMENTO.
Botasso KC, Lino MAO, Cavalheiro MTP, Faria VF, Guarnieri IM.
Prefeitura Municipal de Mogi Mirim
Introdução: o município de mogi mirim organizou a atenção à saúde, pautada nos princípios do sus, a
equipe organizou o fluxograma de atendimento, respeitando os níveis de atenção onde há a inserção
do profissional fonoaudiólogo, na atenção básica e especializada. objetivo: organizar a rede de
assistência à saúde. metodologia: a porta de entrada para o serviço é a unidade básica de saúde
(ubs) e nesse nível de atenção são desenvolvidas várias ações como: acompanhamento pelo
protocolo de observação do desenvolvimento infantil, triagens, projeto cantoterapia, orientação à
gestante, saúde do escolar; usuários que são referenciados por profissionais da saúde e/ou escola ou
por demanda espontânea. o profissional poderá ter como conduta na atenção básica acompanhar o
paciente na ubs e/ou encaminhar para atenção especializada dependendo da individualidade e
complexidade de cada caso. o fluxograma da atenção especializada inclui atendimento terapêutico,
cemei (centro municipal de educação inclusiva), avaliação audiológica (audiologia clínica e serviço
especializado em engenharia, saúde e medicina do trabalho - seesmt) e adot (atendimento domiciliar
terapêutico), sendo que cada um segue um fluxograma de referência e contra referência que envolve
tanto os profissionais da atenção básica, especializada como também do departamento da educação.
resultados: a construção do fluxograma organizou a assistência á saúde, respeitando os níveis de
atenção. conclusão: a integração das ações tanto da atenção básica como especializada favorecem a
promoção da saúde integral do indivíduo, ações que podem ser atingidas individualmente pelo
profissional ou através de ações multiprofissionais, interdisciplinares e/ou intersetoriais. a construção
do fluxograma de atendimento foi considerada um dos pontos fortes para a gestão municipal após a
avaliação no processo de acreditação.situação. quando há demanda para atendimento individual, os
sujeitos são referenciadas para a ubs, onde são articuladas ações envolvendo equipe
multiprofissional da área da saúde como médicos, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermagem,
serviço social, orientação nutricional, entre outros. o acesso a cada especialidade é definido a partir
da organização e funcionamento de cada serviço, definidos em protocolos e fluxograma. ocorrerá
através de ações nas unidades básicas de saúde ou qualquer outro equipamento da área da saúde,
dependendo de cada caso.resultados - atingiu cem por cento das unidades educacionais do
município (creches e escolas), promovendo a intersetorialidade entre os profissionais da saúde e da
educação.conclusão - a integração entre os sistemas de educação e de saúde pode ocorrer a partir
da organização da atenção básica, entendida como espaço que centraliza e coordena as ações
coletivas
nas creches, escolas e outros espaços sociais, denominadas de extramuros. a
possibilidade
de
participação
de
diferentes
categorias
profissionais,
constituindo
equipes
multiprofissionais, interdisciplinares e intersetoriais exige planejamento e organização de ações
articuladas entre a saúde e a educação.
o potencial que as escolas possuem contribui para o
desenvolvimento de cidadãos mais saudáveis, e as diferentes especialidades da área da saúde e
educação devem partilhar tempo, energia e recursos financeiros, potencializando-os.
ATRASO DE LINGUAGEM: PROPOSTA DE ACOLHIMENTO DIFERENCIADO EM FILA DE
ESPERA.
Ribeiro MG, Friedman S.
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo
Introdução: Os termos “Retardo de linguagem” e “Atraso na Aquisição da Linguagem” têm sido
utilizados para classificar crianças com problemas de linguagem de natureza não-orgânica (BEFILOPES, 2004). Enfocaremos o retardo ou atraso de linguagem, compreendidos como ausência ou
atraso na manifestação da linguagem na idade esperada, e marcados pela presença de alterações ou
sinais lingüísticos característicos de crianças mais novas (MANDRÁ, 2008). Tfouni e Ferriolli (2001)
ao relacionar o atraso de linguagem com as relações que se estabelecem entre pais e filhos
destacam aspectos que influenciaram a linguagem da criança: medos, ansiedades, expectativas e
atitudes dos pais como: responder pelo filho, antecipar sua fala, falar para e pela criança, mesmo
quando demonstram habilidades comunicativas. Araújo et al (no prelo) analisaram a influência de
orientações fonoaudiológicas às famílias de crianças com atraso na aquisição da linguagem e os
resultados demonstraram que após as orientações fonoaudiológicas, houve mudança no
comportamento familiar, com melhor compreensão das intenções comunicativas, melhora na
comunicação e na interação pais e filhos. Crianças com atrasos na linguagem aguardam em fila de
espera, podendo esperar até 5 anos para o atendimento fonoaudiológico. Para o enfrentamento
desses problemas, por não haver possibilidades de atendimento imediato e na expectativa de criar
um modo para minimizar os efeitos da espera é que este estudo foi proposto. Objetivo: Verificar a
eficácia de um procedimento de acolhimento diferenciado a crianças com atraso na linguagem oral,
que aguardam em fila de espera por atendimento fonoaudiológico. Metodologia: A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/SMS no Protocolo nº 325/10. Para a seleção dos
sujeitos foi feito um levantamento das queixas presente na fila de espera de uma UBS na zona sul de
São Paulo e verificou-se que 50% das queixas referiam-se a atraso de linguagem. Foram
selecionados 4 pais em fila de espera, cujos filhos tinham idade entre 2 e 5 anos, e com queixa de
atraso de linguagem. Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Entrevista
Inicial, Questionário e Avaliação de Linguagem. Após a análise dos dados, foram marcados 3
encontros mensais com as famílias, quando a pesquisadora propôs ações favoráveis ao
desenvolvimento oral e da linguagem. Após 3 meses houve reaplicação das ferramentas descritas,
que permitiu verificar mudanças nos hábitos orais, na linguagem das crianças e nas atitudes
comunicativas entre pais e filhos. Resultados: os achados finais apontam uma melhora na linguagem
das crianças e na comunicação entre pais e filhos. Conclusão: Este estudo indica a relevância de
programas de orientações fonoaudiológicas a pais de crianças com atraso de linguagem que
aguardam em fila de espera por atendimento fonoaudiológico.
ATUAÇÃO COMPARTILHADA DO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA/ESTRATÉGIA
SAUDE DA FAMILIA EM GRUPOS TERAPÊUTICOS DE FONOAUDIOLOGIA COM INSERÇÃO DA
PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL.
Garcia GM, Aversam SV, Almeida SR.
Associação Saúde da Família (ASF) – PMSP
Introdução: A equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que desenvolve seu trabalho
junto as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) na área de abrangência – Unidade Básica
de Saúde (UBS) Reunidas II – Sapopemba – Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste, propôs e
efetivou de acordo com a demanda populacional do referido território e com base em vivências
anteriores de grupos terapêuticos específicos de fonoaudiologia, a ampliação das ações
compartilhadas com a inserção da psicologia e do serviço social. Objetivo: Relatar a experiência de
criação e ampliação da atuação compartilhada em grupos terapêuticos de Fonoaudiologia realizados
pela ESF/NASF. Metodologia: Os grupos terapêuticos Clubinho da Fala (estimulação de fala e
linguagem em crianças de 3 anos à 5 anos e 11 meses), Tagarela (adequação da comunicação oral
em crianças a partir de 6 anos) e Contar e Aprender (adequação da comunicação gráfica em crianças
a partir dos 7 anos), foram criados para as crianças/adolescentes do território com queixa de
alteração de fala, linguagem e aprendizagem. No período de Maio/2009 a Março/2010, o grupo foi
realizado pela fonoaudióloga e ACS’s que através de encontros semanais com atividades
estratégicas, avaliaram que os pacientes alcançaram ganhos mas, que as dificuldades sócio-culturais
e nas relações familiares dificultavam o processo de trabalho. Com esta leitura, na revisão do
planejamento dos grupos, foram estabelecidas duas estratégias: a participação nos grupos da
psicóloga (04/2010)
e,
posteriormente da assistente social (06/2010), semanalmente ou
quinzenalmente e a participação dos responsáveis pelas crianças e adolescentes em todos os
encontros. Resultados: Observa-se que com a ampliação das diferentes áreas de atuação, a troca de
saberes e a aproximação com os familiares possibilitou o surgimento de uma nova concepção de
estimulação e desenvolvimento da fala e da aprendizagem, além de uma maior aliança, interesse,
integração
e
novos
olhares
ao
desenvolvimento
infanto-juvenil,
tanto
por
parte
dos
pacientes/responsáveis como dos profissionais que compõem o grupo. Foi necessário, no decorrer do
processo grupal, o desenvolvimento de outras estratégias de ação: como atendimentos
compartilhados a algumas famílias e articulações com escolas e outros equipamentos da rede.
Conclusão: As mudanças na dinâmica de funcionamento dos pacientes/familiares do grupo podem
estar relacionadas a ampliação psicossocial, cultural e intelectual que se dão através das trocas e
experiências vivenciadas nas atividades desenvolvidas nos grupos. Quando compreendemos e
trabalhamos com o entendimento do indivíduo como um Ser biopsicossocial e respeitamos sua
singularidade e o contexto em que está inserido, temos a possibilidade de nos deparar com o
desenvolvimento da autonomia das crianças/adolescentes/familiares, convidando-os a serem
protagonistas de sua história, através de apoio da Atenção Básica.
ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NO PSF: UM OLHAR PARA ALÉM DO ESPECÍFICO.
Paes CF, Malerbi FF, Greco TDM, Martins JE.
NASF Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia
Introdução: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde
com o objetivo de apoiar as equipes de Saúde da Família (ESF), com base nas diretrizes da
Estratégia de Saúde da Família . Os NASF contam com profissionais de diversas áreas que atuam
juntamente com as ESF em suas reuniões para a elaboração do projeto terapêutico singular/ coletivo,
os quais são norteados pelo conceito de clínica ampliada e pelo apoio matricial. As necessidades do
território ou da família direcionam as ações no âmbito da prevenção, promoção ou reabilitação. A
fonoaudiologia é uma das categorias inseridas
nas equipes dos NASF da supervisão
Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, região norte de São Paulo, em parceria com a
Associação Saúde da Família. Objetivo: Refletir sobre as ações desenvolvidas pelos fonoaudiólogos
dentro do PSF, em conjunto com os demais profissionais do NASF e da ESF, tendo em vista o olhar
além do específico. Método: Relato e reflexão de experiências por meio de grupo de discussão das
fonoaudiólogas que trabalham na Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, no período que
varia de 4 meses a 2 anos.Resultados: A reflexão permitiu às profissionais atentarem para a prática
fonoaudiológica na saúde coletiva. A inserção desta categoria possibilitou o melhor entendimento
sobre as suas ações coletivas pelas ESF, tendo como conseqüência a co-responsabilização pelos
casos discutidos e a fragmentação do foco no sintoma, permitindo uma visão holística do indivíduo. A
atuação transdiciplinar do fonoaudiólogo inserido no NASF possibilita a ampliação do conhecimento
para além do específico, o que qualifica o profissional pensar a prática no coletivo e no tratamento do
indivíduo junto de sua família de uma forma mais completa. A ação específica da fonoaudiologia
referente aos encaminhamentos para reabilitação conta com obstáculos na rede de apoio. Por este
motivo, criou-se uma Comissão de Reabilitação como recurso para novas reflexões, que é composta
por profissionais de outras categorias, para possibilitar e garantir um espaço de discussão com os
equipamentos da rede oferecida na região norte. Conclusões: O fortalecimento do vínculo entre ESF
e NASF, bem como comissões, discussões entre os profissionais que trabalham em conjunto,
possibilitam a compreensão da atuação da categoria no coletivo, permitindo a construção de planos
de ação para a saúde da família e comunidade, assim como contribuem para criação de estratégias
para superar os entraves que as ações específicas da fonoaudiologia possuem na atenção primária
desta região.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA QUANTO A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM CENTRO
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL.
Pinto AGL, Lório AAM, Motta CP, Silva FCP, Lima MCMP
Introdução: A promoção da saúde é uma prática significativa, fazendo parte das ações previstas do
Sistema Único de Saúde, ocorre nas Unidades Básicas de Saúde - UBS, por meio de orientações,
campanhas, entre outros, contudo ela não deve se restringir as Unidades, sendo as escolas um local
importante de atuação, por meio de intervenções que visam à educação em saúde. Objetivo: Este
trabalho objetiva descrever a atuação fonoaudiológica em um Centro Municipal de Educação Infantil
(CEMEI), que ocorreu como parte da proposta da disciplina Fonoaudiologia Comunitária do terceiro
ano do curso de Graduação em Fonoaudiologia na Universidade Estadual de Campinas no primeiro
semestre de 2010. A CEMEI está localizada em um bairro do Distrito Norte da cidade de Campinas,
no Estado de São Paulo, onde existe um Centro Municipal de Saúde. A região é caracterizada, em
sua maioria, por uma população de nível sócio-econômico baixo. A escola é formada por crianças
com até cinco anos de idade, distribuídas em agrupamentos conforme a faixa etária. Metodologia: A
atuação fonoaudiológica, tendo o objetivo de desenvolver atividades de promoção da saúde em
contexto lúdico, contou com a construção e utilização de materiais como fantoches, figuras, entre
outros. As atividades desenvolvidas visaram abordar questões recorrentes na escola, detectadas por
meio de triagem fonoaudiológica, realizada previamente à intervenção, dentre elas saúde vocal e
auditiva, hábitos deletérios, higiene oral, entre outras. A atuação ocorria semanalmente, com temas
que correlacionavam Fonoaudiologia e saúde, tendo como base a proposta pedagógica da escola,
com o consentimento da instituição e dos pais. Houve, ainda, um trabalho paralelo com a comunidade
escolar – profissionais e pais, por meio de espaços de discussão e entrega de folhetos informativos.
Resultados: Os resultados foram obtidos ao longo da intervenção, direcionando as próximas
atuações, foram compilados ao relatório semestral, apresentado como devolutiva à instituição. Foi
possível notar, no decorrer do semestre, que as crianças apresentavam-se satisfeitas e disposto a
participar das atividades. Conclusão: Concluiu-se que houve uma aprendizagem significativa por
parte das crianças, que sempre retomavam os assuntos abordados na sala de aula e em casa. Notase, também, um aumento significativo no vocabulário delas, o que mostra que a atuação se fez
importante e deve ter continuidade. A intervenção tem caráter importante, uma vez que contribui para
o aprendizado das crianças sobre os temas abordados, tornando-as sujeitos ativos na melhoria de
sua qualidade de vida.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO BÁSICA: CASOS DE ESCRITA.
Andrade JCA, Freire RM
Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia PUC-SP.
Introdução: É crescente o número de crianças que são encaminhadas para a atenção básica, por
apresentarem algum tipo de entrave no processo de escolarização. Os erros presentes nos textos
iniciais de crianças são tomados, muitas vezes, de forma equivocada, como sintomas de dificuldades
na aprendizagem. Este engano afeta o professor e, pior, os próprios profissionais de saúde, entre
eles, o fonoaudiólogo. Ignora-se que o percurso da criança em sua relação com a escrita passa pelo
o erro para se constituir efetivamente. Objetivo: O objetivo dessa comunicação é investigar a
aquisição da escrita bem como o papel do erro encontrado no período da alfabetização, no campo de
uma Fonoaudiologia articulada com a Psicanálise lacaniana para diferenciar os sintomas de
linguagem e os ditos “distúrbios de aprendizagem”. Metodologia: Leituras e análises de produções
acadêmicas realizadas nos campos da Pedagogia e Fonoaudiologia e de estudos contemporâneos
realizados pela linha de pesquisa “Linguagem e Subjetividade” – Puc/SP, serão tomadas pela revisão
bilbiográfica. Para a investigação, escritas escolares de uma criança em fase de alfabetização serão
analisadas com base em um modelo estruturado por um sistema multiestratificado que comporta a
língua, a fala, a escrita, o sujeito, o Outro, (que, segundo Lacan, refere-se ao tesouro dos
significantes em que o sujeito falante está imerso) e os processos metafóricos e metonímicos. A
estrutura deste modelo implica que não há como separar corpo e linguagem, sujeito e sua
fala/escrita. Resultados: A análise das escritas da criança encontrou um sistema de traços, anterior
ainda a emergência de grafemas que será apresentado e discutido, à luz do modelo adotado.
Conclusão: Não há como olhar apenas para o “erro” e julgá-lo inapropriado, visto que ele faz parte da
constituição da escrita da criança, que já foi escrita pelo “Outro”. Por isso, o fonoaudiólogo é
fundamental para contribuir na instrumentalização de agentes comunitários e professores que atuarão
diretamente com estas crianças em sala de aula. A análise da linguagem escrita sob outro olhar,
indica que a aquisição da linguagem não pode ser entendida como um mero “processo” provedor de
“falhas”. A escrita da criança é uma forma que toma a sua subjetividade, por isso o erro da criança
indicia seu caminho em sua captura pela escrita. Portanto, a clínica fonoaudiológica aqui posta
caminha em direção à subjetividade, possibilitando ao terapeuta ver não só o escrito, mas interpretar
para além do sintoma na escrita, para ali encontrar o sujeito.
BRINCANDO COM A SEMÂNTICA.
Lefevre AP, Ferreira CC, Reis P, Freire MRS, Ferrari S, Freixo DM, Bernardo VM.
UnG – Universidade Guarulhos
Introdução: A clínica de fonoaudiologia da Universidade de Guarulhos realiza há três anos um projeto
que promove a reabilitação em grupo de crianças de até 6 anos de idade com alterações do
desenvolvimento da linguagem. Estas crianças fazem parte da comunidade local e não têm
condições de arcarem com tratamentos particulares. A demanda de alterações nesta faixa etária é
bastante grande, tendo sido inscritos no último ano cerca de 260 novos casos na clínica
escola.Objetivo: O objetivo do programa é a estimulação da linguagem por meio de interação, jogos
lúdicos, estimulação das habilidades auditivas e da motricidade orofacial. As atividades em grupo
relacionadas aos diversos campos semânticos, propiciam meios de estimular brincando buscando
adequar o desenvolvimento da linguagem. Metodologia: Na recepção da clínica é realizada uma
inscrição e após serem selecionadas e avaliadas as crianças são chamadas para iniciarem a
terapia.São formadas equipes de estagiários, discentes do quarto semestre do curso de
Fonoaudiologia, que são responsáveis pelo atendimento de grupos de crianças da mesma faixa etária
e padrão de fala e linguagem semelhante. Num primeiro momento é realizada a anamnese com os
pais, em seguida, a aplicação de protocolos de avaliação para identificação dos déficits de
desenvolvimento de linguagem. Após conhecimento das crianças, estas são separadas por idade e
“patologia”. Posteriormente são realizadas seis sessões de terapia de estimulação envolvendo
aspectos de linguagem, habilidades auditivas e motricidade orofacial. Cada sessão tem como base
um campo semântico previamente estabelecido: animais, vestuário, alimentos, meios de transporte,
brinquedos e instrumentos musicais, cores e formas.Resultados Ao fim do semestre são reaplicados
os questionários de avaliação para comparação.Tem se notado significante evolução dos aspectos
trabalhados. Conclusão: Ao longo de três anos de projeto, concluímos que a terapia em grupo é
extremamente eficiente para o desenvolvimento da linguagem de crianças até 6 anos.
CAMPANHA DE TRIAGEM AUDITIVA COMPORTAMENTAL EM CRIANÇAS DE 6 A 24 MESES NAS
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO DISTRITO DO CAPÃO REDONDO.
Araujo CB, Carvalho LRL, Ferrari CSM, Geribola FC.
PSF-UNASP
Introdução: Para que a criança adquira e desenvolva a linguagem é preciso que ela escute, ou seja, a
integridade anatomofisiológica do sistema auditivo é um pré-requisito para que a criança fale. Nos
primeiros anos de vida acontece grande desenvolvimento linguístico e intelectual do indivíduo. Por
isso, quanto antes ocorrer a identificação da alteração auditiva, pode-se tomar medidas que
propiciem a reabilitação, melhorando o desenvolvimento da função auditiva e a qualidade de vida da
criança. Northem & Dows (1978) definem triagem auditiva como um processo de se aplicar a um
grande número de indivíduos medidas rápidas e simples, que irão identificar aqueles com alta
probabilidade de portar um distúrbio na função auditiva. Sabe-se que existem testes eletrofisiológicos,
de alta tecnologia, para realizar avaliação audiológica, mas estes não substituem a avaliação
comportamental por ser de fácil aplicação e baixo custo. Objetivos: Identificar precocemente
alterações auditivas em crianças de 6 a 24 meses para que estas não sofram atraso na aquisição e
desenvolvimento da linguagem. Metodologia: A triagem foi realizada nas doze unidades básicas de
saúde do distrito do Capão Redondo concomitante à campanha de vacinação contra poliomielite, no
período de um ano (de junho/2009 a junho/2010). Primeiramente, os responsáveis pela criança
responderam a uma breve anamnese. Em seguida, utilizou-se um guizo para o teste de localização
sonora e um agogô para avaliação do reflexo cócleo-palpebral. Todas as crianças foram submetidas
também a uma avaliação vocal, na qual se testou as habilidades de reconhecimento, discriminação e
compreensão de fala. As respostas foram analisadas conforme a faixa etária de cada criança. As
crianças que falharam na triagem foram encaminhadas para avaliações audiológicas mais completas.
No caso das crianças que passaram na triagem, no entanto apresentaram qualquer tipo de atraso,
seja de linguagem ou nos demais aspectos do desenvolvimento, foram dadas orientações aos
responsáveis e agendadas avaliações individuais quando necessário. Resultados: Os dados obtidos
na triagem estão dentro do esperado com base na prevalência de deficiência auditiva na região.
Todas as famílias, mesmo aquelas cujas crianças passaram na triagem, receberam orientações
quanto aos cuidados com a audição na infância, uma vez que grande parcela da população atendida
desconhecia tais informações. Outro achado importante foi a elevada proporção de crianças com
atraso de linguagem, o que pode ser explicado pela alta taxa de crianças com otites de repetição,
fator desencadeante de privação auditiva temporária que pode afetar o desenvolvimento de
linguagem. Conclusão: A campanha obteve êxito em identificar as crianças com atraso no
desenvolvimento, tanto auditivo quanto de linguagem, propiciando a intervenção precoce nesses
casos, e, ainda, a promoção da saúde de todas as crianças avaliadas.
CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO DO FONOAUDIÓLOGO NO NASF – DEMANDA RECEBIDA,
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO E MODELO DE CLÍNICA.
Rocco Oliveira F, Buccini GS.
Instituição – APS Santa Marcelina
Introdução: O processo de construção e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS)
estabelece como um de seus pilares conceituais, o princípio da Integralidade. Esta condição solicita
ao serviço a implementação de novas áreas de conhecimento para que façam parte do serviço de
atenção primária, e assim possam responder com efetividade as necessidades encontradas. Nesta
perspectiva, a Fonoaudiologia, juntamente com outras categorias profissionais da saúde, adentram a
agenda da saúde pública, e a área dos Distúrbios da Comunicação passam a ser um novo campo a
ser explorado pela Estratégia Saúde da Família (ESF). É em 2008 que este movimento toma lugar
formalizado e é institucionalizado. Com o objetivo de ampliar a efetividade das ações da atenção
básica, fortalecer e complementar o trabalho da ESF, bem como sua resolubilidade e o processo de
territorialização e regionalização a partir da atenção básica, iniciou-se a implantação dos Núcleos de
Apoio à Saúde da Família (NASF) (Brasil, 2008). Os NASFs são equipes multiprofissionais que atuam
em parceria com a ESF, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob
responsabilidade das equipes. Esses profissionais têm a função de apoiador das ESFs e, portanto,
devem atuar ao lado dos deles na reflexão conjunta e na criação de estratégias coletivas de
intervenção mais potentes e resolutivas. Neste trabalho conjunto, a responsabilização compartilhada
entre as ESF e NASF se torna elemento chave, prevendo a revisão da prática rotineira do
encaminhamento com base nos processos de referência e contra-referência, e ampliando-a para um
processo de acompanhamento longitudinal das famílias, atuando no fortalecimento de seus atributos
e no papel de coordenação do cuidado no SUS. Objetivo: Mediante esse novo paradigma de clínica e
atuação terapêutica, torna-se importante refletirmos sobre a inserção do fonoaudiólogo na ESF para o
direcionamento da atuação e formação desta categoria profissional ao compor o NASF. Metodologia:
Este trabalho é um relato de experiência sobre a vivência da fonoaudiologia no NASF, realizado por
um fonoaudiólogo que compõem uma equipe NASF e outro que realiza assessoria técnica a
coordenadores e profissionais NASF. Resultados: É observado no cotidiano de trabalho dos
fonoaudiólogos que a maioria das queixas trazidas são relativas ao desenvolvimento e
comportamento infantil, a saúde mental em todos os ciclos de vida e patologias adquiridas (agudas
ou crônicas). Com relação a perspectiva clínica-terapêutica utilizada por esse profissional, percebe-se
que para cada necessidade, definida entre NASF-ESF, é estabelecido um modelo diferenciado de
interlocução e escuta com o sujeito e sua família, utilizando diferentes estratégias e intervenção
terapêutica: consultas de acolhimento, visitas domiciliares, grupos terapêuticos específicos ou
compartilhados, grupos de orientação, acompanhamentos mensais/semanais/quinzenais, atividades
educativas. Conclusão: É possível verificar que para a atuação do fonoaudiólogo no NASF, espera-se
que o profissional, imbuído de sua criatividade e resiliência, possa construir uma prática reflexiva e
contribuir cada vez mais para a efetividade da ESF e NASF.
CO-TERAPIA NO TRABALHO COM DIFICULDADES ESCOLARES, DISFONIA E GAGUEIRA
Ferreira RPI, Matsumori TTM.
Prefeitura Municipal de Mogi Mirim – Departamento de Saúde
Introdução: Conforme o mundo evolui é necessário mudar a forma de trabalhar com as crianças.
Segundo Vygotsky (1991) “o aprendizado é mais do que a aquisição da capacidade de pensar, é a
aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre varias coisas”. Nesse sentido, a
educação deve considerar as mudanças referentes ao conceito de sujeito, suas relações com a
família, escola e comunidade. É necessário também considerar as relações da criança com as
funções e usos da comunicação oral e escrita. A partir desse pressuposto, iniciamos em 1999 um
trabalho transdisciplinar durante três anos no espaço físico da escola pública CAIC, pois, existia na
mesma o Projeto Pronaica onde a prefeitura cedia profissionais da saúde para atuarem na escola, na
qual foi instalada uma Unidade Básica de Saúde. A equipe era composta por pediatra, ginecologista
clinico geral, dentista, nutricionista, psicólogo e fonoaudiólogo. A partir de 2001 o trabalho passou a
ser realizado no Departamento de Saúde, apenas nas áreas de fonoaudiologia e psicologia. Objetivo:
Propiciar à criança, aos pais e à comunidade escolar a percepção das suas habilidades e
capacidades de modo que possa aplicá-las para o desenvolvimento da boa comunicação, do
processo da aprendizagem escolar e relacionamento social. Metodologia: No processo coterapêutico, as crianças se colocam livremente, comentando assuntos do dia-a-dia e então são
propostos jogos ou brincadeiras, sugeridas pelas terapeutas ou pelas crianças. Após o trabalho
lúdico, faz-se o registro por escrito. A atividade de leitura é realizada concomitantemente
aproveitando-se da atividade lúdica (regras de jogo, material que a própria criança traz etc.). Durante
o processo terapêutico ocorrem situações emocionais e/ou comportamentais relevantes trabalhados
pela psicóloga. Realiza-se também orientação familiar quinzenalmente. As sessões ocorrem
semanalmente, com duração de 60 minutos e os grupos possuem no mínimo 5 crianças e no máximo
8, entre 9 e 14 anos. São realizadas visitas escolares duas vezes ao ano. Nos grupos de disfonia e
gagueira trabalhamos com consciência corporal, respiratória e vocal. Fazemos reflexões com as
crianças e com os pais sobre a evolução terapêutica da oralidade. Resultados:
Pcte
Alta
atendido
Perdeu
Manteve
vaga
terapia
outros
2002 a 2004
106
41 - 39%
31 - 29%
19 - 18%
15 - 14%
2005 a 2006
76
19 - 25%
21 - 28%
31* - 41%
4 - 6%
2007
49
19 - 39%
9 - 18%
21 - 43%
-
2008
41
14 - 34%
5 - 12%
20 - 49%
2 – 5%
2009
44
17 - 39%
4 - 9%
21 - 48%
2 - 4%
Conclusão: A porcentagem de alta mostra a importância da continuidade do trabalho co-terapêutico.
A porcentagem de perda de vaga mostrou que o trabalho com a conscientização da família quanto ao
seu papel no processo terapêutico foi efetivo, pois houve diminuição crescente. O trabalho com a
família foi efetivo, pois, manteve o paciente em terapia e diminuiu em 20% a perda da vaga.
DESCRIÇÃO DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA COM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM
QUADROS DE DISFAGIA NA ALTA COMPLEXIDADE
Greco AM, Tanaka CK.
Hospital Infantil Darcy Vargas
Introdução: No ambiente hospitalar é frequente a procura pelo fonoaudiólogo para avaliar e discutir
quadros de dificuldades alimentares e suspeita de disfagia em bebês e crianças. No entanto, a
complexidade da atuação neste ambiente associada à gravidade relacionada a estes quadros requer
um roteiro ou protocolo bem estruturado para a avaliação, conduta e discussão adequada destes
casos com as demais equipes do hospital. Objetivo: Apresentar um protocolo de atuação
fonoaudiológica diante de quadros de dificuldades alimentares e disfagia num hospital pediátrico de
alta complexidade e discutir as especificidades desta atuação. Metodologia: A atuação diante de
quadros de dificuldades alimentares e disfagia foi proposta a partir de um protocolo ou roteiro de
atendimento fonoaudiológico elaborado pelas fonoaudiólogas que atuam num hospital público
pediátrico de alta complexidade. O protocolo foi elaborado de acordo com as características deste
hospital, considerando as especialidades médicas e suas equipes: nefrologia, urologia, oncologia,
hematologia, cirurgia pediátrica, clínica geral e unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal.
Resultados: Inicialmente, a rotina de trabalho dos fonoaudiólogos nas enfermarias e UTI se baseava
em busca ativa realizada através de ronda. Com o passar do tempo e através da discussão dos
casos captados pelo fonoaudiólogo, as solicitações de atendimento fonoaudiológico passou a
aumentar, expandindo-se inclusive em questões referentes a fala e linguagem. Houve a necessidade
de se concentrar o foco de atuação em disfagia e dificuldades de deglutição, pois constituiam a
prioridade para a evolução dos casos. A participação sistemática da visita médica (apresentação e
discussão dos casos junto a equipe multiprofissional: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem,
serviço social, psicologia e fonoaudiologia) propiciou a intervenção mais rápida. A partir do pedido de
interconsulta realizado pelo pediatra, o fonoaudiólogo realiza contato com este profissional, com a
enfermagem e realiza uma primeira análise do caso através do estudo do prontuário médico, história
clínica, doença de base, complicações relacionadas ao quadro de disfagia/dificuldade alimentar e
realiza a anamnese e avaliação propriamente dita. O caso passa, então, a ser discutido diariamente
com equipe médica, de nutrição e enfermagem. No período de avaliação e/ou de intervenção poderá
ser solicitado algum serviço diagnóstico complementar (videofluoroscopia, nasofibroscopia, etc.).
Conclusão: A elaboração e aplicação do protocolo de atuação fonoaudiológica em dificuldades
alimentares e disfagia tornou o fonoaudiólogo um profissional de referência nestes casos,
principalmente no que diz respeito à articulação que o mesmo realiza entre as equipes médica, de
enfermagem, nutrição e serviços de apoio diagnóstico.
DIA INTERNACIONAL DE ATENÇÃO À GAGUEIRA 2009: EXPERIÊNCIA SÓCIO-EDUCATIVA DO
CIR-HE-RIBEIRÃO.
Mandrá PP, Gonçalves TC.
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto.
Introdução: Pesquisas demonstram que 4% das crianças gaguejam em algum momento, sendo que
1% desenvolve gagueira crônica. No Brasil há quase 10 milhões de crianças que já gaguejaram e
quase 2 milhões com gagueira crônica. 22 de outubro é o dia Internacional de Atenção à Gagueira e
em 2009 o tema proposto pelo Instituto Brasileiro de Fluência (IBF) foi Gagueira na Escola. O Centro
Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIR-HERibeirão), é o único serviço
público, de média complexidade, na DRSXIII (Ribeirão Preto, SP) que oferta atendimento
especializado para pessoas com gagueira, portanto consideramos fundamental nossa participação na
Campanha, como forma de estender o conhecimento a sociedade. Essas ações são uma estratégia
importante para sensibilizar a sociedade sobre o que é a gagueira, sua causa, tratamento, mitos e
qual sua influencia na vida pessoal, educacional, social e ocupacional das pessoas. Objetivo:
descrever a experiência na elaboração e desenvolvimento da campanha sócio-educativa: Gagueira
na Escola. Método: Estudo descritivo para o relato da experiência do planejamento, elaboração de
material e execução da campanha sócio-educativa. Resultados: a) elaboramos script para filmagem
de um vídeo institucional onde atores profissionais dramatizaram 8 cenas do cotidiano de pessoas
com gagueira e ao final de cada cena o fonoaudiólogo orientava sobre a melhor maneira de propiciar
uma fala mais fluente, foram editados 40 DVDs. Confeccionamos 50 camisetas brancas com
logomarca da campanha e do CIR, 1000 panfletos com orientações, 50 cartazes, 2 painéis e 2 faixas;
b) planejamos as ações em conformidade com o IBF, portanto nosso foco estava voltado a gagueira
na escola, planejamos ações para 5 escolas municipais e 5 programas de saúde da família de
Ribeirão Preto,SP; rodas de conversa no CIR e HERibeirão; oficina com fonoaudiólogos DRS XIII e
distribuição do material (KIT: cópia do DVD, cartazes e folhetos) para as secretarias de saúde dos 26
municípios da DRS XIII; c) Nas escolas apresentamos o vídeo, entregamos os folhetos e refletimos
com educadores e alunos sobre o tema. No CIR e HER organizamos na sala de espera rodas de
conversa para apresentação do vídeo, distribuição dos panfletos e esclarecimento de dúvidas.
Divulgamos as informações a população dos 26 Municípios da DRS XIII disponibilizando as
secretarias de saúde, o vídeo institucional e os cartazes e panfletos para reprodução e distribuição.
No dia 22 de outubro realizamos uma oficina no CIR com os fonoaudiólogos para tratar do tema.
Envolvemos a mídia impressa, televisiva e radiofônica para maior divulgação do assunto e orientação
à população da região. Conclusão: Sensibilizar educadores, alunos, profissionais e sociedade sobre a
Gagueira é uma questão de saúde pública e fonoaudiológica, portanto os equipamentos de saúde
podem ser locais de divulgação de informações e capacitação técnica em suas áreas especializadas.
O CIR tem cumprido seu papel, já que compõe o complexo de saúde da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto-USP, que preocupa-se com ensino, pesquisa e extensão.
DRAMATIZAÇÃO: PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS NA
INFÂNCIA COMO ESTRATÉGIA DE TRABALHO NO NASF/ESF.
Cardilli D.
ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL
Introdução O crescimento e desenvolvimento saudáveis de uma criança dependem de uma série de
fatores internos e externos a esta. No que diz respeito à alimentação, enfatiza-se a importância do
aleitamento materno, no qual há a estimulação da região intra-oral propiciando uma sucção
adequada. Este trabalho muscular é preparatório ao desenvolvimento da fala, pois os órgãos
estimulados serão os mesmos utilizados no ato da fala e desta maneira, se exercitados de forma e
por tempo adequado, estarão prontos para a nova função a que também são designados a
mastigação e a deglutição até que essa se aproxime do padrão adulto. Do contrário, podem advir
problemas articulatórios por má utilização dos órgãos da fala durante a alimentação. São eles
decorrentes de dificuldades ao mastigar, deglutir, posicionamento de mamada (otites) ou ainda
associados ao uso de hábitos orais inadequados, tais como chupeta, mamadeira, sucção digital, entre
outros. Portanto, estabelece-se como estratégia lúdica, a dramatização infantil que tem como intuito a
promoção no desenvolvimento motor oral, de linguagem e fala como também neuropsicomotor.
Objetivo Prevenir distúrbios Fonoaudiológicos e promover o desenvolvimento de fala e linguagem.
Alertar quanto às possíveis alterações Fonoaudiológicas ocasionadas pelos hábitos orais
inadequados na infância. Explicar a relação entre a audição, alimentação e a fala. Orientar quanto à
adequada higiene do aparelho auditivo. Proporcionar o desenvolvimento da musculatura orofacial.
Auxiliar o adequado desenvolvimento da oclusão dentária. Estimular o desenvolvimento de linguagem
e fala. Metodologia Dramatização realizada em encontro único, sendo primeiramente aos pais e
posteriormente aos educadores com as crianças, em centros de educação infantil – CEIs e escolas
municipais de educação infantil- EMEIs com duração aproximada de 60 minutos, seguida de abertura
de roda de conversa para esclarecimentos de dúvidas e orientações. Resultados A realização da
dramatização obteve resultados positivos, dentre as instituições infantis que receberam a atividade,
pode-se observar por meio de relato de pais, responsáveis e educadores a diminuição significativa
dos hábitos orais inadequados e em menor número de crianças o cessar destes. Vale ressaltar, que
em sua maioria CEIs e EMEIs aboliram o uso de chupeta ou mamadeira no ambiente escolar o que
veio a facilitar o desmame domiciliar para a criança, bem como para família. Conclusão Acredita-se
que ações de prevenção e promoção em saúde realizadas na primeira infância, valem-se como
estratégia para minimizar o número de casos e agravos de problemas de aprendizado. Dessa forma,
torna-se indispensável o seguimento na conscientização e orientação aos pais, na otimização do
desenvolvimento global da criança e no trabalho em parceria com as instituições de ensino infantil
ELABORAÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE ENSINO A DISTÂNCIA PARA CAPACITAÇÃO DE
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ÁREA DE SAÚDE AUDITIVA
Alvarenga KF, Araújo ES.
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Departamento de Fonoaudiologia.
Introdução: Estudos relacionados à capacitação de agentes comunitários de saúde (ACS) em saúde
auditiva têm sido promissores, uma vez que estes profissionais estão distribuídos por todo o país e
podem atuar com prevenção e promoção da saúde. Ferramentas de ensino a distância viabilizam
levar o conhecimento aos profissionais das diversas regiões do país e que apresentam desiguais
facilidades de acesso à informação. Objetivo: elaborar um cybertutor, como uma ferramenta de
ensino a distância para capacitação de ACS em saúde auditiva. Metodologia: o cybertutor é um
modelo interativo de ensino a distância baseado na web e foi desenvolvido em parceria com a
Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP. O conteúdo programático foi validado
em projeto anterior, adaptado do material da Organização Mundial de Saúde e neste estudo foi
fragmentado em cinco módulos, envolvendo desde a prevenção à reabilitação da deficiência auditiva.
Foram inseridas imagens estáticas, dinâmicas e vídeos ilustrativos, visando à facilitação do
aprendizado. Resultados: Ao acessar o cybertutor, o ACS é orientado a responder um questionário
contendo 20 questões de múltipla escolha abrangendo todo o conteúdo do cybertutor, a fim de
verificar o conhecimento prévio em saúde auditiva. As respostas são encaminhadas ao banco de
dados do curso e posteriormente, o ACS inicia os estudos passando pelos cinco módulos, os quais
são disponibilizados numa sequência linear. Ao final de cada módulo, são apresentados exercícios
para avaliação da aprendizagem. Tendo respondido corretamente, o sistema permite a continuidade
dos estudos para o módulo seguinte. Caso apresente erros, o ACS é orientado a retomar os estudos
para o tema cuja aprendizagem não foi adequada. Ao finalizar os estudos, é apresentado um
questionário final, o mesmo aplicado no momento pré-capacitação. Por meio da comparação das
respostas iniciais e finais, é possível avaliar o grau da aprendizagem fixada pelos participantes. O
cybertutor já está disponibilizado para ACS no site do Programa Telessaúde Brasil – Núcleo São
Paulo (www.telessaudesp.org.br). Conclusão: Esta ferramenta de ensino pode favorecer a
capacitação dos ACS de todo o país, possibilitando que os mesmos atuem com eficácia na área de
saúde auditiva. No entanto, ressalta-se que sua utilização deve ser analisada considerando as
características de infra-estrutura do município quanto à tecnologia necessária.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PARTICIPAÇÃO DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DE
RIBEIRÃO PRETO
Pacheco AC, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Introdução: A “Proposta de Inclusão da Fonoaudiologia na Estratégia Saúde da Família (ESF)" define
os seguintes objetivos, diretrizes e atribuições deste profissional na ESF: atuar em equipe, no
levantamento da situação de saúde geral da comunidade e na busca de soluções dos problemas
encontrados, potencializando a resolutividade das ações; inserir dados relativos à comunicação
humana no cadastro da população; identificar prevalência das alterações da comunicação humana;
assegurar o acesso progressivo das famílias atendidas pela ESF às ações de promoção, proteção da
saúde, bem como tratamento e reabilitação dos agravos da comunicação humana; desenvolver
instrumentos para avaliação do impacto das ações em consonância com as diretrizes da ESF;
realizar visitas domiciliares, conhecendo os variados determinantes que possam gerar agravos à
saúde geral e da comunicação humana; atuar em equipamentos educacionais e sociais da região,
entre outras. Objetivo: Neste contexto, o objetivo deste estudo é apresentar a atuação
fonoaudiológica do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo na ESF. Metodologia: Este estudo baseia-se em descrição de
experiência. Resultados: Durante o estágio, os alunos de graduação, num período de dois semestres,
desenvolvem as seguintes atividades: 1) Reconhecimento do território local (territorialização) com a
participação dos agentes comunitários em saúde (ACS) da área; 2) Reconhecimento do espaço
físico e recursos humanos dos Núcleos de Saúde da Família (NSF)s; 3) Planejamento de ações
preventivas a partir das necessidades identificadas pelo diagnóstico local; 3.1 Criação e/ou
participação em programas de promoção em saúde já existentes junto à comunidade da área de
abrangência;
3.2 Criação de grupos de otimização das habilidades comunicativas junto à
comunidade; 3.3 Elaboração e entrega de materiais educativos; 3.4. Desenvolvimento de ações de
educação em saúde na sala de espera dos núcleos; 4) Vivência da rotina dos NSFs, a partir da
observação e/ou acompanhamento dos atendimentos feitos pela equipe fixa; 5) Observação e/ou
acompanhamento da prática do acolhimento aos usuários; 6) Participação da discussão dos casos
atendidos pelos NSFs, a fim de compreender a importância, possibilidades e efeitos da integralidade
das ações em saúde; 7) Detecção precoce das alterações fonoaudiológicas na comunidade, a partir
do agendamento de triagens a serem realizadas nos núcleos; 8) Realização de visitas domiciliares,
de acordo com a necessidade dos casos a serem atendidos; 9) Assessoria às unidades escolares da
área dos NSFs. Conclusão: A partir dos relatos dos alunos, da população assistida e dos membros
das equipes dos NSFs, pode-se perceber que essas atividades têm beneficiado todas as partes
envolvidas. Por um lado, a população dos NSFs tem recebido orientações e treinamentos que
buscam o aprimoramento da comunicação. Por outro, os alunos têm tido a oportunidade de vivenciar
a atuação fonoaudiológica dentro da Estratégia Saúde da Família. É importante ressaltar, no entanto,
a necessidade de desenvolver ações que ampliem os dados cadastrais da população com dados
referentes à comunicação humana e de utilizar instrumentos que avaliem o impacto das ações
realizadas.
EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) NO
TERRITÓRIO DA REGIÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Meirelles AA.
Introdução: Em 2008, o Ministério da Saúde criou o NASF visando qualificação da atenção integral à
Estratégia Saúde da Família nas diversas linhas de cuidado. O município de São Paulo efetivou a
implantação do NASF no mesmo ano. Na região central de São Paulo o NASF teve início em
Fevereiro de 2009, com a contratação de duas equipes de sete profissionais. O NASF Sé apoia oito
ESF da UBS Sé nas linhas de reabilitação, alimentação, saúde mental e da mulher. O NASF
República apoia sete equipes, das quais quatro da UBS República e três da UBS Boracéa nas
linhas de reabilitação, saúde mental e da criança, alimentação e atividade física. Profissionais de
saúde mental e serviço social das três Unidades foram integrados à equipe do NASF fortalecendo
as linhas de cuidado na organização do serviço. Ao longo de 2009, em função de consecutivas
mudanças de territorialização da região junto à Supervisão de Saúde, o NASF Sé passou a apoiar
nove equipes e o NASF República doze. A população da STS-SÉ é heterogênea e as
desigualdades sócio-econômicas são acentuadas: famílias de classe média e baixa e números
expressivos de pessoas que vivem em condições materiais precárias (ocupações, cortiços, situação
de rua, migrantes e refugiados). O cotidiano de trabalho revela situações de violência, negligência,
auto-cuidado precário, miséria, riscos habitacionais, uso abusivo de álcool e outras drogas. As
condições de vida e o contexto social produzem agravos à saúde. Objetivo: Relato da implantação
do NASF na região central de São Paulo, com ampliação da capacidade assistencial por meio de
intervenções aplicáveis ao contexto, fortalecendo a capacidade técnica das ESF por meio do apoio
matricial e equipe de referência. Metodologia: Leitura do território e mapeamento das necessidades
junto as ESF, instituições da rede local e população adscrita em prol de um planejamento
participativo. Resultados: As intervenções assistenciais estruturadas a partir do diagnóstico foram
reuniões periódicas de representantes NASF com as ESF, atendimentos específicos individuais e
em grupos e atendimentos compartilhados com ESF na UBS e domicílio. Além de ênfase em ações
educação continuada e ações intersetoriais estruturadas por linha de cuidado: criança e
adolescente, mulher e gestante, população em situação de rua, idosos, migrantes e refugiados,
vítimas de violência, HIV e DST e pessoas com deficiência. As agendas lotadas dos generalistas
com tempo restrito para consultas compartilhadas e os limites na integração dos níveis de serviço
secundário e terciário são questões para enfrentamento. Mediante o Documento Parâmetros e
Diretrizes do NASF construído junto a SMS há necessidade de revisão deste documento e do
Documento Norteador da ESF para avanço na organização da atenção básica e singularização dos
processos por território. Conclusão: O NASF como política pública traz como desafio para
implementação efetiva a contribuição dos profissionais da ESF/NASF, além dos gestores, usuários
e representantes da rede intersetorial, portanto, de todos atores envolvidos na atenção básica e na
construção/consolidação do SUS.
44
FAMÍLIA NA ESPERA CONSCIENTIZADA
Novais LAS, Ribeiro VL, Reis KAR, Muner DC, Souza RKV, Macedo PD, Lefevre AP
Universidade Guarulhos
Introdução: Muito já se falou sobre a importância da participação da família no processo terapêutico
de crianças com distúrbios de linguagem. A Família na Espera surgiu da necessidade de incorporar
os pais no processo de terapia de linguagem de crianças até 6 anos de idade na disciplina de Prática
Clínica do curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos. Enquanto os pais esperam seus
filhos durante a terapia, participam de orientações em grupo sobre temas de interesse e relevância
para o desenvolvimento da linguagem. A cada semana os pais dos pacientes recebem orientação
sobre um assunto específico, de modo dinâmico, podendo tirar dúvidas existentes.Objetivo: Este
programa tem o objetivo de informar e conscientizar os pais das crianças que estão em terapia
fonoaudiológica por meio de palestras e dinâmicas em grupo. Busca ainda aproximar pais e
terapeutas, gerando maior confiança e colaboração, além de propiciar uma visão ampliada sobre as
dificuldades e potenciais dos pacientes, a dinâmica familiar e a evolução dos casos mediante a
participação dos pais durante as palestras. Estas palestras também servem para uma interação
entre os pais dos diferentes pacientes que dividem suas dificuldades e compartilham experiências.
Metodologia: A cada semana, enquanto as crianças participam de grupos de estimulação de
linguagem, os pais são levados a uma sala de aula da Universidade para receber orientação e
participar de dinâmicas de discussão. As palestras são preparadas pelos discentes do curso de
Fonoaudiologia e seus temas pré-definidos no início do semestre. Cada tema é apresentado por uma
dupla de alunos em sistema de rodízio. Cada dupla trabalha um tema especifico e os apresenta aos
pais por meio de transparências e Data-show. Os temas abordados são: Desenvolvimento
Neuropsicomotor, Aquisição de Linguagem, Desenvolvimento e cuidados com a Audição, A
importância do brincar, entre outros. Após a palestra é dado aos pais à oportunidade de comentarem
e esclarecerem as dúvidas. Resultados: Temos observado que a partir da primeira palestra de
orientação os pais já demonstram maior interesse e se integram ao tratamento. As reuniões
mostraram-se eficientes ao proporcionar aos pais um ambiente acolhedor onde os mesmos podem
trocar experiências com os demais membros do grupo e sanar dúvidas pertinentes aos temas
abordados, auxiliando os familiares a adotar uma postura que, através de ações simples, favorece o
desenvolvimento infantil. Conclusão: Conclui-se que este trabalho com os pais dos pacientes é
extremamente eficaz, pois promove o acolhimento desses familiares e promove a disseminação
dessas informações, gerando uma promoção/prevenção da saúde.
45
FLUXO DE ATENDENDIMENTO EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA DO INTERIOR DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Agostinho-Pesse RS, Campos PD, Angelo TCS, Jacob RT.
Clínica de Fonoaudiologia - Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Para atender aos princípios de integralidade, universalidade e equidade na atenção à saúde
auditiva, o Ministério da Saúde reorganizou o atendimento às pessoas com deficiência auditiva nos
diversos níveis de Atenção do Sistema de Saúde (atenção básica, média complexidade e alta
o.
complexidade) e publicou a Portaria GM n
2.073, de 28/09/2004. Para a implantação e
operacionalização das Redes de Serviços de Atenção à Saúde Auditiva, a Secretaria de Atenção à
o.
Saúde publicou a Portaria SAS n
587, de 07/10/2004 que aponta para a necessidade de
descentralizar os serviços, para o diagnóstico, adaptação de aparelho de amplificação sonora
individual, acompanhamento por equipe multiprofissional e para a terapia fonoaudiológica, de
acordo com o Plano Diretor de Regionalização dos Estados do Distrito Federal. A Secretaria
Estadual de Saúde do Estado de São Paulo subdividiu o estado em 17 Departamentos Regionais de
Saúde (DRS). A cidade de Bauru e região compõem o DRS-6. Dentre os serviços, a Clínica de
Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo é credenciada
como alta complexidade, sendo referência no atendimento de saúde auditiva. O objetivo é
apresentar a estrutura do serviço da Clinica de Fonoaudiologia. O paciente é atendido pelo médico
otorrinolaringologista, assistente social e por fonoaudiólogo para avaliação audiológica convencional
e caso necessário avaliação para o diagnóstico diferencial. Nos casos elegíveis para indicação do
Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), são realizadas avaliações que definirão as
características mais adequadas de amplificação. Após a adaptação o paciente retorna para
atendimento psicológico e reabilitação auditiva que engloba o acompanhamento da amplificação,
aconselhamento e terapia fonoaudiológica, caso necessário. Ressalta-se que os casos não
elegíveis são contra-referênciados para o serviço de origem. Desta forma, a Clínica de
Fonoaudiologia da USP/Bauru busca uma atuação efetiva na melhoria da qualidade de vida das
pessoas com deficiência auditiva, por meio do Sistema Único de Saúde. Os atendimentos envolvem
desde o diagnóstico à reabilitação auditiva como preconiza a portaria do Ministério da Saúde.
46
FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE MENTAL ATENDIMENTO EM GRUPO A SUJEITOS
INSTITUCIONALIZADOS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS.
Almeida BPB, Paula Souza LA.
PUC-SP
Introdução: O Centro de Atenção Integral à Saúde de Santa Rita do Passa Quatro – CAIS-SR, antes
chamado Hospital Psiquiátrico, tem sua história marcada pelo processo de institucionalização de
portadores de transtornos mentais e pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. O encontro da
Fonoaudiologia com o CAIS-SR teve início, formalmente, em 2001, com a estruturação de coral com
pacientes da instituição, além de outras atividades assistenciais na área de Fonoaudiologia. O coral
nomeado “Sabiá na Laranjeira” transformou-se em um dos dispositivos de maior potencial
fonoaudiológico na instituição, entre 2001 e 2006. O grupo “Sabiá na Laranjeira” recebe pacientes de
todas as unidades do CAIS-SR. É o único grupo, na instituição, realizado sob a coordenação de
fonoaudiólogo. Objetivo: Caracterizar o trabalho fonoaudiológico no CAIS-SR, na constituição e na
condução de projeto grupal de atendimento destinado à promoção da comunicação, do contato e da
circulação discursiva de pacientes do grupo/coral “Sabiá na Laranjeira”. Método: O design da
pesquisa é de um estudo de caso, de natureza qualitativa e descritiva. O levantamento de dados
ocorreu por meio de entrevistas semidirigidas (gravadas em áudio e transcritas para análise) com
pacientes e profissionais. A análise foi realizada por meio de categorias definidas aposteriori.
Critérios de inclusão dos pacientes psiquiátricos no estudo: condições psíquicas e cognitivas para
responder à entrevista e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Sujeitos da
pesquisa: Duas categorias de sujeitos participaram da pesquisa: profissionais da equipe de saúde
(enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, psicólogos, cirurgiões dentistas e
fisioterapeutas) e pacientes do grupo “Sabiá na Laranjeira”. Resultados/Conclusão: O trabalho do
grupo “Sabiá na Laranjeira” repercutiu de forma positiva para todos os profissionais entrevistados. A
experiência do “Sabiá na Laranjeira” sugere que iniciativas como esta podem trazer ganhos em
vários aspectos da vida dos sujeitos com transtornos mentais, institucionalizados ou não. Com a
atividade do cantar, um conjunto de pacientes tornou-se grupo, ganhando repercussão na
comunidade, criando oportunidades aos participantes de, efetivamente, não ficarem restritos ao
espaço manicomial, interagindo com os próprios colegas e com a sociedade, por meio de
apresentações e outras atividades realizadas com a comunidade. Na percepção dos profissionais, a
participação no grupo trouxe mudanças na maneira dos moradores se relacionarem com os demais
moradores do CAIS-SR e com pessoas de fora da instituição. O fato de este trabalho proporcionar
encontros entre os participantes e deles com a sociedade, proporcionou experiências produtivas de
relacionamento com o outro, o que, simultaneamente, se opera pela linguagem, ampliando a
circulação social e discursiva dos sujeitos em sofrimento mental. Cantar no coral “Sabiá na
Laranjeira” modificou positivamente a vida dos participantes, que encontraram ali espaços de
inclusão. Os sentimentos referidos pelos participantes foram de alegria, prazer, amizade, diversão e
47
de valorização; sentimentos importantes para que estes sujeitos sintam-se aceitos e com
possibilidades de se comunicar. O trabalho criou uma rede de comunicação e de sustentação
subjetiva e social, que confirma o potencial desse tipo de projeto grupal.
48
FONOAUDIOLOGIA E INTERSETORIALIDADE: PROGRAMA DE SAÚDE ESCOLAR
D’Avila RCOG, Borges CVPS, Cavalheiro MTP, Botasso KC.
Prefeitura Municipal de Mogi Mirim
INTRODUÇÃO - A educação, direito constitucional reafirmado pela nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, é dever do Estado e da Família. Entretanto, os altos índices de repetência e evasão,
demonstram que este direito não está assegurado a toda população em idade escolar. Ressalta-se
ainda que as condições de trabalho do educador criam um desgaste físico e psicológico que podem
comprometer a qualidade de sua prática. A atuação com estes profissionais buscará otimizar as
condições de trabalho, garantindo a saúde global. É fundamental que a atuação dos profissionais da
saúde tenha como meta a promoção da saúde, que só será atingida pela parceria com os
profissionais da educação. A questão do rendimento escolar deve ser analisada, considerando-se
seus múltiplos determinantes, intra e extra-escolares e pressupõe a adoção de práticas intersetoriais,
para a superação dos desafios de garantir saúde e educação de qualidade. OBJETIVO - Promover a
saúde integral da comunidade escolar e Integrar a Saúde Escolar às demais ações da área da
saúde. METODOLOGIA - O programa é dirigido à Comunidade escolar de creches municipais e
filantrópicas, escolas municipais de ensino fundamental e um Centro Municipal de Educação
Inclusiva. Ocorre como uma das atribuições das fonoaudiólogas que atuam na Atenção Básica,
partindo da idéia de que as instituições educacionais são equipamentos localizados no território e,
portanto, de sua responsabilidade. As fonoaudiólogas do Departamento de Saúde, desenvolvem
atividades nas dez Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e em todas as unidades
escolares relacionadas acima. O programa prevê atuação com equipe diretiva da escola;
educadores, Individual e em grupos; com funcionários; com estudantes e com pais. A periodicidade
das ações depende do interesse de cada unidade educacional, das necessidades de cada grupo e
da disponibilidade dos diferentes profissionais, exigindo a definição de um cronograma para cada
situação. Quando há demanda para atendimento individual, os sujeitos são referenciadas para a
UBS, onde são articuladas ações envolvendo equipe multiprofissional da área da saúde como
médicos, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermagem, serviço social, orientação nutricional,
entre outros. O acesso a cada especialidade é definido a partir da organização e funcionamento de
cada serviço, definidos em protocolos e fluxograma.
Ocorrerá através de ações nas Unidades
Básicas de Saúde ou qualquer outro equipamento da área da saúde, dependendo de cada caso.
RESULTADOS - Atingiu cem por cento das unidades educacionais do município (creches e escolas),
promovendo a intersetorialidade entre os profissionais da saúde e da educação. CONCLUSÃO - A
integração entre os Sistemas de Educação e de Saúde pode ocorrer a partir da organização da
Atenção Básica, entendida como espaço que centraliza e coordena as ações coletivas nas creches,
escolas e outros espaços sociais, denominadas de extramuros. A possibilidade de participação de
diferentes categorias profissionais, constituindo equipes multiprofissionais, interdisciplinares e
intersetoriais exige planejamento e organização de ações articuladas entre a saúde e a educação. O
49
potencial que as escolas possuem contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais saudáveis, e
as diferentes especialidades da área da saúde e educação devem partilhar tempo, energia e
recursos financeiros, potencializando-os.
50
FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA: ORGANIZAÇÃO DE PROCESSOS DE TRABALHO EM
SAÚDE E A CONSTRUÇÃO DE REDES DE CUIDADO
Silva TA, Ribeiro N, Silva MFF, Giarletti BC, Santos, DA, Mendes VLF.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP
INTRODUÇÃO: A disciplina “Supervisão Fonoaudiológica nos Serviços Públicos de Saúde” (SFSPS)
realiza estágios obrigatórios junto a rede pública de saúde, fundamentalmente, em Unidades Básica
de Saúde. Esta escolha se dá pela possibilidade de privilegiar a formação no campo da saúde
coletiva com base na ação territorial e comunitária, possibilitando o desenvolvimento de práticas de
reabilitação, prevenção, promoção e educação à saúde. As UBSs que trabalham dentro da
Estratégia de Saúde da Família favorecem o conhecimento das condições de vida e das
necessidades da população, contribuindo para a reflexão do papel técnico e social do profissional de
saúde dentro do atual quadro sanitário do país. OBJETIVO: Este estudo visa descrever o processo
de organização de trabalho do estagiários de Fonoaudiologia junto às Equipes de Saúde da Família
(EqSF) , bem como mapear as principais demandas e recursos terapêuticos oferecidos à população
adstrita, com vista à intervir sobre os fatores de risco e de vulnerabilidade social aos quais a
comunidade está exposta; prestar serviços de assistência clínico-terapêutica; e realizar atividades de
educação e promoção de saúde. MÉTODO: O dados foram coletados, em 2008, por um período de
10 meses, junto às sete EqSF da UBS Vila Penteado, Distrito da Brasilândia, São Paulo. A coleta de
dados caracteriza-se por: a) diagnóstico territorial e análise dos Indicadores de Risco e
Vulnerabilidade Social - IVS; b) registros das visitas domiciliares realizadas juntamente com os
agentes comunitários de saúde; c) levantamento do número de atendimentos realizados e das
principais ocorrências diagnósticas. d) registro das reuniões com as EqSF, Equipes de Saúde Bucal
e de Saúde Mental. RESULTADOS: A UBS Vila Penteado pertence ao subdistrito da Brasilândia
(área territorial: 21Km2; pop. 262.686 hab.; taxa crescimento 1,01% a.a.; densidade demográfica
23,51%), é responsável pelo de uma população de aproximadamente 32.000 pessoas. Quanto à
ocupação do espaço urbano, temos: 11% de favelas; 49% regulares e 40% irregulares ou
clandestinas. Segundo Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS, temos: 28,2 % de Média
Vulnerabilidade; 2,5 % de Alta Vulnerabilidade e 13,4 % de Muito Alta Vulnerabilidade. Com relação
as atividades do Estágio, temos: foram atendidos 307 pacientes e realizados 1.223 atendimentos,
sendo que: 392 atendimentos em Grupos Terapêuticos; 168 em Oficinas de Linguagem; 169 em
Visitas e Atendimentos Domiciliares; 129 em Atendimentos Individuais; 352 em avaliações,
orientações e/ou atendimentos em situação de Altas Acompanhadas, 13 Visitas à Escolas. Quanto à
ocorrência diagnóstica, 30% distúrbio articulatório, 26% distúrbio de leitura e escrita, 13% atraso de
linguagem, 11% alteração de motricidade orofacial, 7% alteração vocal, 5% afasia, 3% disfagia, 3%
disfluência e 2% deficiência auditiva. CONCLUSÕES: Foram realizados projetos terapêuticos em
cerca de 0,87% da população adstrita da UBS. O trabalho em saúde com base no território, favorece
o planejamento e a implementação de ações voltadas às necessidades da população. O Diagnóstico
51
Situacional e o Trabalho em Equipe favorecem a construção de projetos terapêuticos capazes de
implicar e co-responsabilizar pessoas e comunidade na melhoria de sua qualidade de vida,
diminuindo o contingente de risco e de vulnerabilidade social.
52
FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE MENTAL: ALTERAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS EM
PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS INSTITUCIONALIZADOS
Almeida BPB, Paula Souza LA.
PUC-SP
Introdução: O desafio de trabalhar as alterações fonoaudiológicas em pacientes portadores de
transtornos mentais institucionalizados foi a inspiração para esta pesquisa. Ela nasce da atuação
fonoaudiológica realizada no Centro de Atenção Integral à Saúde de Santa Rita do Passa Quatro,
SP – CAIS-SR. Os CAISs apresentam história derivada do processo de institucionalização de
portadores de transtornos mentais e da Reforma Psiquiátrica. No CAIS-SR, em particular, a
Reforma Psiquiátrica se inicia, mais efetivamente, com intervenção e quase fechamento em 1.995,
culminando com uma mudança de seu paradigma no atendimento aos moradores da instituição. A
partir da segunda grande guerra, começa a se consolidar uma forte tendência mundial de
contestação da instituição psiquiátrica tradicional. Atualmente, essas mudanças caracterizam -se
por dois movimentos simultâneos: a construção de uma rede humanizada de atenção à saúde
mental substitutiva ao modelo centrado na internação hospitalar, e a fiscalização e redução
progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes. No Brasil, a Fonoaudiologia entra
mais efetivamente nas instituições psiquiátricas a partir de 1.992, com a Portaria 224/92, na qual
uma das diretrizes é a multiprofissionalidade na prestação de serviços aos doentes mentais.
Caracterizar as demandas e a atuação fonoaudiológica nestes equipamentos pode demonstrar a
pertinência da presença do fonoaudiólogo no trabalho multiprofissional e interdisciplinar em
equipes e equipamentos de Saúde Mental. Objetivo: Caracterizar problemas fonoaudiológicos dos
pacientes atendidos no CAIS-SR durante os anos de 2001 a 2006. Método: O design da pesquisa é
de um estudo retrospectivo, de natureza quantitativa e descritiva. Foram coletados e tratados
estatisticamente os dados de prontuários do Setor de Fonoaudiologia do CAIS-SR. Sujeitos da
pesquisa: Dos 469 pacientes/moradores do CAIS-SR, foram atendidos no setor de Fonoaudiologia,
entre 2001 a 2006, 150 pacientes, sendo 44 em grupos e 106 individualmente, e estes últimos
configuram o universo da pesquisa. Resultados: Os 106 sujeitos possuíam média de idade de 62
anos, a maioria do sexo feminino (64,20%), e 22,4 anos de asilamento, também em média. Do
total, 50% tinham diagnóstico de esquizofrenia residual, e os outros 50% transtornos mentais sem
diagnóstico diferencial. Em relação às questões fonoaudiológicas, apresentavam as seguintes
queixas: alterações de linguagem (58,5%); alterações de linguagem e motricidade orofacial
(30,2%); motricidade orofacial (6,6%); voz (1,9%); voz e linguagem (1,9%); motricidade orofacial,
linguagem e voz (0,9%). Discussão/Conclusão: O levantamento da incidência de mais de 20% do
total dos moradores do CAIS com queixas e alterações fonoaudiológicas ajuda a demonstrar a
pertinência do trabalho fonoaudiológico em instituições de saúde mental. O profissional
fonoaudiólogo, nas equipes, além de identificar e tratar alterações fonoaudiológicas, deve trabalhar
valorizando e estimulando a comunicação e as trocas simbólicas entre os pacientes e destes com
53
os familiares, bem como das equipes com os pacientes, intensificando o uso da linguagem (verbal
e não-verbal) e lançando luz sobre a importância da comunicação para, entre outros aspectos:
reabilitação biopsicossocial; formação de vínculos interpessoais; valorização e circulação social
dos indivíduos.
54
FONOAUDIOLOGIA, EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E ALEITAMENTO MATERNO: UMA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
Bonfanti EC, Santos EM.
Programa de Residência Multiprofissional em Saúde (FASM-SP)
Introdução: A importância do Aleitamento Materno (AM) tem sido abordada por profissionais de
diferentes áreas da saúde, sendo bastante divulgados os benefícios desta prática para o bebê,
principalmente, no que diz respeito ao desenvolvimento da criança nos aspectos nutricionais,
imunológicos, psicossociais. Mesmo diante de todos os benefícios que o aleitamento proporciona a
saúde da criança, pesquisas demonstram ainda baixo índice AM em diferentes realidades brasileiras.
Como Fonoaudióloga residente multiprofissional há um ano em uma unidade básica de saúde na
zona leste do município de São Paulo, foi possível vivenciar durante visitas domiciliares e relatos em
reuniões de equipe um número significativo de mães que deixavam de amamentar seus filhos antes
do tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A UBS é composta por três Equipes
Saúde da Família (ESF), com abrangência territorial de 11.221 moradores. Segundo dados
coletados em junho deste ano, via Sistema de informação da Atenção Básica- SIAB, das 44 crianças
entre 0 – 3 meses e 29 dias existente na área, 35 recebiam aleitamento exclusivo, isto é, 79% delas.
Dentre as equipes existentes, a II apresentava o menor índice de AME. Das 11 crianças nesta faixa
etária, apenas 8 (72%) recebiam leite materno exclusivo. Diante das vivencias supracitadas e da
angústia da equipe frente aos indicadores no SIAB, viu-se a necessidade de realização de um
projeto de intervenção e apoio a ESF. Objetivo: promover o AM e melhorar índice desta prática entre
crianças menores de um ano pertencentes à ESF-II (equipe esta, onde estão inseridos residentes
multiprofissionais em saúde da família). Método: Para alcançar tal objetivo foram pensadas ações
que poderiam ampliar co-responsabilidades entre todos os profissionais da ESF, Residentes e o
NASF. Seguindo esta proposta pensou-se nas seguintes ações: I-Ações Intrassetorial: a)
Acompanhar 100% das gestantes, realizando-se pelo menos uma visita domiciliaria e um
atendimento compartilhado com médico e enfermeiro durante pré-natal (PN) e consulta do Recém
Nascido (RN). b) Realizar grupos e/ ou orientações individuais, as gestantes e primíparas sobre o
tema, a fim de proporcionar segurança quanto à prática da amamentação. Esta ação deverá ocorrer
em dias de consulta de PN ou RN. c) Realizar educação permanente com 100% dos profissionais da
ESF-II; d) Realizar pelo menos um grupo com os “pais gestantes” e dos menores de ano para ação
educativa sobre AM (em parceria com ESF II, durante consultas e ações visando a Saúde do
Homem). II-Ações Intersetoriais: Realizar parcerias e sensibilizar para ações educativas com
profissionais e estudantes, de um Centro Educacional Infantil e de uma escola de ensino médio,
abordando temas de relevância sobre o assunto. Resultados: Este projeto iniciou-se em outubro de
2010 com aplicação prevista até setembro de 2011, com a conclusão do curso dos residentes.
Considerações finais: Pretende-se que ao final das intervenções e apoio a equipe nuclear, esta
possa dar continuidade as ações e também com o matriciamento do NASF promover o AM.
55
FONOAUDIOLOGIA NO MUNICÍPIO DE DIADEMA: REFLEXÃO SOBRE O LIMITE ENTRE
MULTIDISCIPLINARIDADE E ESPECIFICIDADE.
Oliveira FCCR.
Prefeitura de Diadema
Introdução. Em virtude da história da inserção da Fonoaudiologia no município de Diadema,
formaram-se, na Atenção Básica, equipes de Saúde Mental, assim designadas no município,
compostas por um ou dois psicólogos, um fonoaudiólogo e um assistente social. Tais equipes,
lotadas nas UBS, atendiam em regime ambulatorial e se inseriam nos programas desenvolvidos
pelas unidades. Este foi o formato de trabalho desenvolvido até 2008, quando foi publicada a
Portaria n° 154/08, criando o NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Desde então, cada
equipe de Saúde Mental vem adequando sua prática ao novo modelo proposto. Objetivo. O presente
estudo tem por objetivo suscitar e ampliar a discussão acerca da atuação fonoaudiológica na equipe
multidisciplinar do NASF e sobre a especificidade da profissão, a fim de contribuir para a inserção do
fonoaudiólogo na estratégia de Saúde da Família de maneira efetiva, enquanto profissional
responsável pela saúde da comunicação, ainda que considere o sujeito em sua integralidade.
Metodologia. Levantamento das dificuldades enfrentadas na prática, em Diadema. Resultados. Em
virtude da maneira como foram organizadas as equipes de Saúde Mental no município, e na medida
em que se aumenta a participação dos fonoaudiólogos em espaços como reuniões de equipe e
matriciamentos da saúde mental, fica evidente a dificuldade de definição, entendimento e postura
dos profissionais, da gerência e da gestão, na delimitação do papel de cada profissional inserido no
NASF, o que inúmeras vezes os leva à perda da sua especificidade, principalmente em virtude da
grande demanda de pessoas com sofrimento psíquico e da graves situações sociais existentes no
município, o que tem dificultado as
reflexões e discussões sobre a atuação do fonoaudiólogo.
Conclusão. Há grande necessidade da Fonoaudiologia em buscar espaços de reflexão e discussão
sobre a inserção no NASF, a fim de efetuar a mudança do perfil de atuação do profissional na
atenção básica, buscando a adequação à estratégia de Saúde da Família. Para tanto, é fundamental
que os profissionais envolvidos, assim como a gestão local, conheçam a especificidade técnica do
fonoaudiólogo e definam seu papel junto à equipe multidisciplinar.
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FREQUÊNCIA DE FALTAS EM UM SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA
DE RIBEIRÃO PRETO
Miranda RPC, Milanello PM, Pacheco AC, Anastasio ART.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Introdução: A atual proposta do Sistema Único de Saúde (aprovada na Constituição de 1988)
entende que a organização dos serviços deve ser hierarquizada por níveis de complexidade
(primário, secundário e terciário) e funcionar de forma integrada. O atendimento terciário é realizado
por serviços de saúde que possam oferecer uma variedade de métodos de diagnóstico e
possibilidades terapêuticas não disponíveis a nível primário e secundário. Portanto, cabe ao serviço
garantir atendimento especializado aos seus usuários. Apesar da estrutura para a assistência à
saúde oferecida à população, muitos pacientes não comparecem às consultas agendadas, sem
justificá-las posteriormente. A freqüência de faltas, ou não-comparecimento às consultas, é de
grande relevância, pois apresenta repercussão em vários âmbitos: paciente – através do prejuízo no
seu tratamento; profissional – retratando um desgaste e um desafio a ser superado; institucional –
pelo desperdício de recursos públicos, além de prejudicar o atendimento de pacientes que estão na
lista de espera aguardando uma vaga. Além disso, quando se trata de um hospital-escola, o
aprendizado dos alunos também fica prejudicado. Objetivo: Neste contexto, o objetivo deste estudo
foi determinar a freqüência de faltas nas consultas agendadas, nos últimos três meses, no serviço
de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Metodologia: Foi realizado um levantamento, junto à secretaria do serviço de Fonoaudiologia, da
quantidade de consultas agendadas e da freqüência de faltas nas mesmas, nos últimos três meses.
Resultados: Nos últimos três meses, julho, agosto e setembro de 2010, 3523 consultas foram
agendadas neste serviço. Entretanto, somente 68,5% dos pacientes compareceram às consultas
agendadas, totalizando uma freqüência de 31,5% de faltas às consultas. Ou seja, a cada 100
pacientes que são agendados, 30 não comparecem às consultas. Esses dados demonstram que, no
serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, há
um alto índice de faltas que tem gerado gastos desnecessários e desperdício de recursos públicos.
Conclusão: O não-comparecimento às consultas agendadas é uma questão relevante que traz
reflexos significativos para os serviços de atenção à saúde. Portanto, este fenômeno deve ser mais
bem explorado por todos os envolvidos, tais como a comunidade, serviço e gestão, afim de que
sejam desenvolvidas estratégias para superar este problema.
57
GRUPO CRESCER BEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA UBS JARDIM D’ABRIL
Ribeiro AC, Leister GO, Monteiro R, Rodrigues K, Souza V
Fundação Faculdade de Medicina – USP / Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Estratégia
de Saúde da Família (ESF)
Introdução: A agenda de compromissos para a Saúde Integral da Criança proposta pelo Ministério da
Saúde preconiza a realização de grupos educativos, abertos à comunidade, tendo como
participantes mães ou responsáveis pelas crianças, visando à orientação nos vários momentos de
abordagem da vida infantil. Além disto, ao considerar a Estratégia Saúde da Família-ESF como atual
modelo de organização da saúde, vale citar que esta, vem trazendo benefícios para saúde da
criança, aumentando a resolubilidade na atenção integral à saúde nesta faixa etária. Assim, a
implantação de grupos de puericultura vem sendo uma ação programática de grande potencial para
o alcance de melhores resultados na Saúde da Criança. Para tanto, faz-se necessária atuação
multiprofissional, que proporcione trocas de saberes e experiências de diversas áreas e que favoreça
uma ressignificação e reorientação nas práticas de saúde das mães. Para isso, deve-se conhecer e
compreender a criança em seu ambiente familiar e social, além do contexto socioeconômico e
cultural no qual está inserida. Considerando literatura e necessidades de saúde apontadas pelas
Equipes de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde-UBS Jardim D’Abril, desenvolveu-se o
grupo de puericultura “Crescer Bem”. Objetivo: Relatar a construção e implementação do grupo de
puericultura “Crescer Bem”, cuja finalidade é oferecer cuidado integral à saúde da criança, fortalecer
o vínculo entre família-criança-ESF e favorecer a construção do conceito de saúde da criança além
do olhar clínico/biológico. Metodologia: A construção do grupo aconteceu em espaços coletivos e
pactuados pelos profissionais envolvidos na condução do grupo: NASF (Fonoaudióloga, Terapeuta
Ocupacional e Pediatra), Técnicos ESF (Médica, Enfermeira, Auxiliares de Enfermagem e Agentes
Comunitários de Saúde) e Técnico UBS (Pediatra). Foram realizados espaços de educação
permanente entre os profissionais, como forma de compartilhar ferramentas de manejo de grupo e
conceitos e saberes sobre o desenvolvimento infantil em sua forma mais ampla e multiprofissional. O
grupo acontece semanalmente, na sala de reuniões da UBS, em formato de rodas de conversa,
onde mães/cuidadores, crianças e profissionais têm a possibilidade de interagir e trocar experiências
e saberes em relação ao desenvolvimento das crianças, orientações, mitos, dúvidas. As crianças são
divididas de acordo com a faixa etária em três grupos: seis a onze meses, doze a dezessete meses
e dezoito a vinte e quatro meses. Essa divisão foi escolhida com base nas necessidades apontadas
pelas equipes de saúde da família. Resultados e Conclusão: O grupo ainda está no início e os
resultados junto aos usuários ainda não puderam ser observados e analisados, entretanto,
esperamos que a longo prazo esse grupo seja um elo entre a comunidade e o cuidado a criança. Os
resultados iniciais junto as ESFs mostram-se bastante positivos, as trocas de experiências,
conhecimentos e saberes aconteceram de forma significativa, de acordo com os relatos dos
participantes. O trabalho da equipe NASF junto às ESFs nos mostra o quão ampla pode ser nossa
58
atuação se voltarmos o nosso olhar para o usuário, se nos voltarmos para a promoção de saúde e,
se aceitarmos fazer parte de um espaço coletivo onde compartilhamos saberes e construímos
significados.
59
GRUPO DE ESTIMULAÇÃO DE LINGUAGEM ORAL COMO ESTRATÉGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Jorge TM, Pereira TI, Marques C, Avellar CP, Giglio LD, Mandrá PP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
INTRODUÇÃO: A primeira infância é uma etapa decisiva para o desenvolvimento da linguagem infantil,
sendo uma fase adequada para a estimulação precoce. É de suma importância, juntamente com a
estimulação precoce, a realização de orientação aos pais para que estes tornem-se agentes
facilitadores da comunicação, e para que possam detectar precocemente alterações comunicativas em
seus filhos. Na literatura, há propostas de atendimento grupal na clínica fonoaudiológica com
possibilidades de intervenções preventivas, educativas, terapêuticas e de promoção de saúde,
envolvendo também as famílias dos sujeitos com necessidades fonoaudiológicas específicas.
OBJETIVO: Relatar a experiência de criação de um grupo de estimulação de linguagem oral em um
Núcleo da Saúde da Família (NSF) em Ribeirão Preto/SP. METODOLOGIA: No segundo semestre de
2010, estagiárias do curso de graduação de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto avaliaram seis crianças com idade média de dois anos. Estas crianças apresentavam atraso na
aquisição da linguagem e história familiar e ambiental que não favoreciam o processo de aquisição e
desenvolvimento da oralidade. Como estratégia, foi proposto aos pais, após discussão com a equipe
do NSF, um grupo semanal de estimulação da linguagem oral com duração de 50 minutos por
encontro, no qual as crianças seriam estimuladas pelas estagiárias por materiais lúdicos e,
simultaneamente, em outra sala, os pais receberiam orientações sobre a aquisição e o
desenvolvimento da linguagem oral. A estimulação das crianças ocorreu a partir de atividades lúdicas
que representassem situações de vida diária. Foram dispostos quatro colchonetes no chão em um
espaço livre do NSF, sobre os quais foram os brinquedos. Os registros foram anotados por meio de
fotos e filmagens. RESULTADOS: Foram realizados sete encontros dos quais participaram, em média,
três crianças por encontro. Nos dois primeiros encontros, algumas crianças tiveram uma resistência
em interagir com as estagiárias e com as crianças, sendo que as demais apresentaram atenção
conjunta com as estagiárias e com as atividades simbólicas, mas não se inter-relacionaram. Estas
também produziram raramente onomatopéias e verbalizações não-articuladas. Nos encontros finais,
obteve-se resultados satisfatórios, pois as crianças compartilhavam da mesma atividade, o que não foi
observado anteriormente, e tiveram aumento do número de produções verbais, produzindo mais
onomatopéias e verbalizações não-articuladas. Os pais foram orientados pelas estagiárias quanto ao
desenvolvimento e aquisição da linguagem por folhetos explicativos que continham figuras e
linguagem acessível, assim como foram dadas orientações a partir das dúvidas que surgiram. As
crianças permanecerão em acompanhamento fonoaudiológico periódico para estabelecer a evolução
da linguagem oral e, se necessário, será realizada outra intervenção terapêutica. CONCLUSÃO: A
estratégia terapêutica de grupo de estimulação de linguagem oral teve seu objetivo alcançado com a
evolução das crianças envolvidas e com realização da orientação aos pais, suprindo a demanda do
NSF e promovendo a saúde.
60
GRUPO DE MATERNAGEM: ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO EM SAÚDE PARA A FORMAÇÃO
DE SUJEITOS SAÚDAVEIS
Buccini GS, Tulha MLPA.
APS Santa Marcelina
Introdução: Considerando o primeiro ano de experiência do Núcleo de Apoio a Saúde da Família
fez-se uma análise das principais demandas/sintomas. Na população infantil observou-se
dificuldades relacionadas à linguagem, aprendizagem, comportamento e vinculação. Na população
adulta, dificuldades relacionadas à autonomia no processo saúde/doença, corpo, vida e resolução
de conflitos (HAS, DIA, dor crônica, depressão, ALC, drogadição). Com base nas diretrizes da
Atenção
Básica-
clínica
ampliada,
prevenção
e
promoção
da
saúde-
pensou-se,
compartilhadamente com a Estratégia Saúde da Família, uma intervenção para lidar com as queixas
provenientes dos vínculos frágeis que constituem as relações parentais, acarretando consequências
para o desenvolvimento e formação dos sujeitos. Acredita-se que a sensação de segurança nas
relações posteriores e a construção de autonomia têm como base esses primeiros vínculos. Para
tanto, criou-se o grupo de Maternagem. Objetivo: Trabalhar o vínculo primário, para ressignificação
da relação mãe-filho-família, objetivando uma reflexão da mãe e de sua responsabilidade na
educação do bebê e na construção do sujeito/cidadania. Metodologia: Relato de experiência do
grupo
terapêutico-educativo
de
maternagem.
Terapêutico,
pois
trabalha
a
partir
da
reflexão/elaboração de angústias sobre o educar (afeto/limites); modos de “ser mãe”; apoio à
amamentação/alimentação infantil; desenvolvimento neuropsicomotor e da linguagem. Educativo,
pois se baseia na orientação em relação às ações concretas, desenvolvidas durante o próprio grupo
ou com a família. Trata-se de uma roda de conversa com mães e profissionais sentados no chão,
dando continência para os bebês que ficam no centro com seus brinquedos. Grupo aberto e
semanal, para mães com bebês até 2 anos, coordenado pela psicóloga e fonoaudióloga do NASF,
com participação da educadora física, auxiliar de enfermagem e 2 agentes comunitárias.
Resultados: Dividem-se em dois eixos: I)Mães: Mudança no posicionamento, implicação na
educação e colocação de limites, elaboração de conflitos familiares, reflexão sobre sua relação com
seus pais, aprimoramento da escuta e vinculação; II)Bebês: melhor vinculação, aceitação do toque
materno, mais tranquilas, seguindo regras e aprimoramento das habilidades neuropsicomotoras,
especialmente da linguagem oral. Conclusão: O desafio dessa intervenção é tratar de maternagem
com sujeitos que pouco foram maternados, portanto extremamente vulneráveis, pouco autônomos,
com dificuldade de estabelecer relações pautadas na confiança/segurança. Em muitos momentos,
as mães é que são maternadas, ressignificando seus primeiros vínculos, recuperando o
brincar/fantasia. Acredita-se que a mudança do sujeito-mãe possa dar-se por meio da
transformação da relação mãe-bebê, o que será determinante na formação do sujeito-bebê e
possibilitará a ressignificação das relações familiares.
61
GRUPO DE ADOLESCENTES DO JARDIM MARISTELA - SP
Pressi VM, Padrão EMB, Ramirez MM, Sato MT
SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. UBS Eduardo Romano
Reschilian
Introdução: A Adolescência é caracterizada por muitas mudanças biopsicossociais e estas se
intensificam em comunidades carentes, onde há falta de oportunidades, escolas e diversão. Com
estes problemas os adolescentes ficam mais expostos à violência, drogas e criminalidade,
influenciando suas escolhas, suas expectativas no futuro e seus sonhos. Objetivo: Resgatar a autoestima, valores morais e sociais, oferecer oportunidades, melhorar o convívio familiar e reconstruir a
identidade dos adolescentes participantes. Metodologia: Para início do grupo, foram realizadas
reuniões para discussão sobre estes adolescentes com uma psicóloga e para desenhar a
abordagem e programação do grupo. Foi estabelecido também que haveria um grupo para os pais
destes adolescentes que aconteceriam a cada 2 meses. Os adolescentes foram convidados pela
médica hebiatra da UBS que os atendeu e identificou algum risco biopsicossocial. O grupo acontece
semanalmente com duração de duas a três horas, em que são propostas atividades lúdicas,
dinâmicas em grupo, discussões de temas do interesse dos adolescentes, visitas em locais que
oferecem cursos gratuitos e visitas a espaços culturais. Resultados: O grupo se caracteriza por
encontros abertos, em que não há restrição de faltas e espera para participação e mesmo assim,
encontramos alta freqüência dos participantes, principalmente entre os meninos. Neste período de
um ano em que o grupo acontece, houve casos de adolescentes que voltaram a estudar e maior
procura de auto-cuidado (busca de preservativo, anticoncepcional, maior número de consultas
médicas e de outros profissionais). Quanto ao trabalho com os pais, houve aumento do
comparecimento na UBS e alguns se mostraram mais interessados com os cuidados dos filhos.
Conclusão: É um trabalho que a Equipe identifica como sendo necessário a essa comunidade, pois
não há um espaço em que os adolescentes possam falar o que pensam e serem ouvidos. Além
disso, eles são incentivados a mudar a trajetória de suas vidas, sendo motivados a estudar, nas suas
habilidades e qualidades pessoais e fortalecimento de sua auto-estima, pois estão inseridos em um
meio com poucas oportunidades e muitos estímulos à violência e às drogas.
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GRUPO DE FALA - PROPOSTA TERAPÊUTICA GRUPAL COMO ESTRATÉGIA DE
TRABALHO FONOAUDIOLÓGICO NO NASF
Cardilli D.
Associação Comunitária Monte Azul.
Introdução O desenvolvimento de linguagem constitui-se por um processo inato do ser humano,
diferenciando-se de um indivíduo para outro, quanto aos fatores intrínsecos e extrínsecos, tais como:
o desenvolvimento neuropsicomotor, auditivo, visual, motor oral, bem como o contexto sócioeconômico e cultural, entre outros. Quando um ou mais desses fatores predominam de modo
desfavorável, torna-se um possível fator causal (respiração bucal, déficit auditivo, síndromes, etc.)
para a manifestação de um atraso de linguagem e/ou ainda um distúrbio de fala. Dentre as
dificuldades escolares, nota-se com maior freqüência a deficiência na aquisição e desenvolvimento
de linguagem e fala. Comumente, educadores, pais e profissionais ligados à área se queixam da
dificuldade no domínio da linguagem oral em crianças, diante desse fato o grupo terapêutico de fala
constitui-se, respondendo aos recorrentes encaminhamentos, advindo dos Centros de Educação
Infantil (CEIs), Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Escolas Municipais de Ensino
Fundamental (EMEFs) para Unidade Básica de Saúde/Estratégia de Saúde da Família (UBS/ESF).
Objetivo Aperfeiçoar o processo de desenvolvimento de fala e linguagem. Trabalhar as trocas,
omissões e distorções fonêmicas. Ampliar o vocabulário e contextualização. Trabalhar a
funcionalidade da linguagem oral. Metodologia O grupo se constitui de 23 encontros quinzenais com
duração de uma hora, com a presença indispensável dos pais ou responsável, sendo este fechado
permanecendo, portanto, os mesmos participantes do início ao fim. Durante os encontros trabalha- se
diversas habilidades, tais como: a percepção visual e auditiva fonêmica, a discriminação, a
localização e reconhecimento auditivo em palavras e sílabas, discriminação fonêmica por ponto e
modo articulatório, a produção isolada e silábica dos fonemas, bem como a automatização dos
mesmos na língua portuguesa. Durante a atividade utiliza-se caderno, lápis, espelho, brinquedos,
alfabeto móvel e lousa. Nos dois últimos encontros realiza-se a reavaliação, devolutiva e
encerramento. Resultados No processo de avaliação verificou-se que os participantes já se
encontravam com código oral instalado, no entanto todos apresentavam distúrbio articulatório fonético
e/ou fonológico caracterizado por trocas, omissões e distorções assistemáticas sejam elas de ponto
ou modo articulatório, as quais não eram esperadas para faixa etária. Atualmente, após 14 encontros,
o grupo de modo geral apresenta percepção auditiva e propriocepção orofacial de sua produção oral,
resultando em redução notável de ensurdecimento dos fonemas plosivos e fricativos. Sua
automatização já se realiza na produção isolada, em sílabas, como também em palavras com maior
facilidade em posição inicial. Vale ressaltar, que as crianças se encontram com vocabulário ampliado
e melhor contextualizado. Conclusão Vale ressaltar, que a aquisição da fala é ferramenta essencial
para as demais aquisições do indivíduo, pois serve como instrumento para as relações interpessoais,
dessa forma otimizando o processo de desenvolvimento da linguagem e fala e dando funcionalidade
a linguagem oral, contribui-se para melhoria da relação indivíduo, pais, escola e sociedade.
63
GRUPO DE GESTANTE: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO BÁSICA
Miyanaga MM, Dallaqua GB, Pinto FC, Nakamura HY.
Curso de Fonoaudiologia Unicamp
Introdução: Os grupos de gestantes aconteceram no estágio Fonoaudiologia Comunitária II e foram
desenvolvidos no CS São Marcos, Distrito de Saúde Norte no município de Campinas. Os grupos
foram organizados pelos profissionais do serviço e o grupo de estagiárias sob supervisão no local.
Objetivos: Organizar encontros com as gestantes que realizavam pré-natal no CS São Marcos para
apresentar informações sobre a gestação, desenvolvimento do lactente e cuidados gerais.
Metodologia: Foram elaborados e distribuídos cartazes pela unidade a fim de convidar as gestantes
de todas as equipes. As exposições duravam duas horas entremeadas com espaço para perguntas e
outras intervenções. O primeiro grupo doravante denominado grupo A foi desenvolvido nas
dependências do CS, o grupo B foi realizado em uma entidade parceira do CS no território. Os temas
foram divididos em: Gestação e Puericultura; Ver, Ouvir e Crescer; Estimulação de linguagem,
Amamentação e Vínculo e Informações sobre direitos da gestante e do lactente. Cuidados Gerais os
grupos aconteceram em quatro semanas seguidas ministrados por médicos (pediatra e
ginecologista), enfermeiro e estagiários do terceiro ano de fonoaudiologia. As
cadeiras eram
posicionadas em semi-circulo os temas apresentados com apoio visual (datashow) e dramatizações,
no final de cada encontro foi entregue um material impresso com o resumo do que foi exposto e
oferecido um lanche e, no final do grupo todas as gestantes com 75% ou mais de presença recebeu
um enxoval para o bebê. Resultados: No grupo (A) participaram 20 gestantes, com idade, tempo de
gestação e número de filhos variável. No grupo (B) participaram 10 gestantes com características
semelhantes do outro grupo. No contrato verbal estabelecido no grupo eram necessárias 75% de
presença ou mais, para que o enxoval fosse entregue. Resultado: Nos espaços de discussão, as
gestantes esclareceram suas dúvidas e realizaram comentários sobre os temas. No segundo
encontro houve mudanças na acomodação do grupo quando estagiários, profissionais e usuários
sentaram-se intercalados e, foi quando as gestantes revelaram-se mais participativas e mostraramse mais à vontade, algumas chegaram a contar experiências de outra gravidez. A confraternização
no final de cada encontro tornou-se um espaço onde as gestantes se sentiram mais seguras para
sanar outras dúvidas, expor alguma angustia e contar experiências vivenciadas. Considerações: O
grupo se mostrou efetivo na medida em que proporcionou a troca de conhecimentos entre
estagiários, profissionais e usuários ampliando a ação na unidade e ressaltou a importância e a
viabilidade de uma atuação fonoaudiológica parceira na atenção básica.
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HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS DO PROGRAMA DO LEITE DO MUNICÍPIO DE
OUROESTE – SP.
Silva ACP, Oliveira LQC, Souza LM, Cabello PR, Souza RL, Buosi MMB, Marcelino FCM.
Faculdades Integradas de Fernandópolis, FEF
Introdução: Segundo a Coordenadoria de desenvolvimento dos agronegócios – Codeagro (2008) o
leite é a melhor fonte de cálcio para o organismo, sendo o alimento imprescindível e essencial para o
desenvolvimento do bebê. Entre as inúmeras vantagens da amamentação estão: as questões
nutricionais e metabólicas. Assim, a atuação do fonoaudiólogo no pré-natal pode resultar em um
trabalho de prevenção, agindo como educador em questões específicas de orientações sobre a
alimentação, audição e linguagem. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar os hábitos
alimentares de crianças inscritas no Programa do leite do município de Ouroeste- SP. Metodologia:
Participaram deste estudo 206 mães de crianças na faixa etária de 6 meses a 6 anos de idade,
inscritas no programa do leite no município de Ouroeste–SP. As mães responderam a questionários
individuais sobre hábitos e dificuldades alimentares, bem como informações a respeito da
importância da amamentação e suas relações com o desenvolvimento oromiofuncional e da fala.
Resultados: A partir dos dados coletados verificou-se que a maioria das crianças foi amamentada no
peito por tempo maior ou igual a 6 meses de idade, o que é recomendado pela Organização Mundial
da Saúde. Observou-se também que as crianças analisadas fizeram uso de mamadeira por um
maior tempo quando comparado à ingestão de alimentos mais consistentes, ou seja, mais fáceis de
serem mastigados, podendo acarretar alterações na musculatura orofacial. Conclusão: Desta forma,
considerando-se a importância dos hábitos alimentares para o adequado desenvolvimento
oromiofuncional e da fala, pôde-se concluir que as crianças que participaram da amostra têm maior
probabilidade de desenvolver problemas de fala e distúrbios miofuncionais orais.
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IMPLANTAÇÃO DE GRUPO FONOAUDIOLÓGICO
Gouvêa G. SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. Programa de Atenção
Básica e Saúde da Família. NASF Teotônio Vilela
Introdução: A equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) da unidade básicas de saúde
Teotônio Vilela, foi reintegrada em abril de 2010, por uma mudança de parceiros da prefeitura
municipal de São Paulo. A equipe NASF anterior havia implantado grupos de atenção, promoção e
reabilitação fonoaudiológica nesse território. Com a mudança das equipes NASF, esses grupos foram
interrompidos. A demanda da equipe de Saúde da Família (ESF) e da comunidade era para que
déssemos continuidade às estratégias grupais específicas. No entanto, como a equipe não conhecia
o território, o funcionamento das ESF, nem as famílias, foi necessário um tempo para que essas
questões centrais do apoio fossem reconhecidas pelo NASF atual. No território, há um CAPS III
adulto, CAPS Álcool e Drogas e um Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR). O NIR do território conta
com duas fonoaudiólogas que atendem as demandas fonoaudiológicas de grau severo, além dos
serviços de fisioterapia e terapia ocupacional. Contudo, a demanda na atenção básica é
fundamentalmente de crianças e adolescentes, que muitas vezes já possuem uma patologia de
linguagem instalada, mas que não possuem uma lesão, uma patologia de base ou atraso neurológico.
Hoje, essas patologias de linguagem podem ser reversíveis, mas e amanha? Partimos da premissa
que os sintomas de linguagem são formados pelos efeitos de uma fala sobre a outra, isto é, pela
sanção estabelecida entre os falantes. Do mesmo modo, se os sintomas de linguagem são formados
por palavras, por palavras eles podem ser revertidos. Assim, a hipótese de atenção básica na
Fonoaudiologia seria considerar que o risco para a instalação de uma patologia de linguagem estaria
ligada aos efeitos patologizantes que uma fala incide sobre a fala da criança. Pois, é comum crianças
falarem errado, gaguejarem, esquecerem, usarem gestos para falar, enfim, mas quando estes são
tomados como fora da normalidade parece ser um indício para pensarmos a patologia. Objetivo:
relatar a experiência de implantação de grupo de atenção e reabilitação fonoaudiológica do NASF.
Metodologia: Foram realizadas visitas domiciliares e institucionais, com o intuito de resgatar a história
de falante e avaliar os efeitos de uma fala sobre a outra, a partir da demanda da ESF, família, escola
e da rede. Além disso, foi realizado mutirão com crianças, adolescentes e adultos num CEU do
território, para se avaliar os efeitos de uma fala sobre a outra e os sintomas de linguagem. Outro
critério de análise foi a escolaridade e o horário escolar. Os critérios de inclusão no grupo foram:
disponibilidade para deslocarem até o CEU e demanda fonoaudiológica. Os critérios de exclusão
foram o de não pertencerem a área de abrangência e de casos que necessitem anteriormente
atendimento individualizado. Foram avaliadas aproximadamente 60 crianças, apenas 2 foram
encaminhadas para o NIR. Outras 8 crianças foram encaminhadas para os serviços de
otorrinolaringologia, oftalmologia, psicologia e exames complementares. Resultados: A implantação
dos grupos de atenção foram construídos inicialmente pela faixa etária e pelo horário escolar. Sete
encontros com as crianças e dois encontros com os pais em grupo foram propostos para se
66
(re)avaliar a demanda fonoaudiológica. Conclusão: A implantação de grupos de atenção básica na
Fonoaudiologia são fundamentais para a reversibilidade de sintomas que ainda não se caracterizam
como patologias.
67
IMPORTÂNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA PARA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Melo C, Bonfanti EC, Souza J, Rocco Oliveira F. FASM – Residência Multiprofissional em Saúde da
Família APS Santa Marcelina
Introdução: O Curso de Especialização em Saúde da Família na modalidade de Residência
Multiprofissional desenvolvido pela Faculdade Santa Marcelina é uma parceria da Instituição Santa
Marcelina com o Ministério da Saúde. Tem como objetivo capacitar o profissional para atuar junto a
equipe multiprofissional dentro da Estratégia de Saúde da Família (ESF) proporcionando maior
vivência com o trabalho em equipe. Metodologia: Este trabalho é um relato de experiência que busca
descrever o formato desta modalidade de formação profissional, apontando suas potencialidades
como modelo pedagógico. A Residência Multiprofissional Saúde da Família (RMSF) tem duração de
dois anos composta por uma carga horária de 60 horas semanais. O curso é estruturado por
atividades teórico-práticas, sendo predominantemente práticas, em Unidades de Saúde da Família
da Zona Leste da cidade de São Paulo. É formado por nove categorias profissionais: fonoaudiologia,
serviço social, enfermagem, odontologia, farmácia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e
nutrição. Os residentes são divididos em equipes multiprofissionais com 04 a 05 residentes de
categorias diversas, alocados em diferentes unidades de saúde da família. Cada categoria
profissional tem um suporte pedagógico de um preceptor e tutor específico, tutor nuclear, além de
supervisões mensais com a coordenadora do curso, que auxiliam o residente na discussão e
reflexão sobre a atuação profissional dentro da ESF. O cotidiano de atividade do residente
fonoaudiólogo dentro desta vivencia é composta por atividades específicas e multiprofissionais,
acompanhamento com a equipe NASF e ESF, além de estágios internos e externos a unidade de
saúde. Resultados: A residência em seu âmbito prático proporciona ao residente uma formação mais
critica e humanizada garantindo maior autonomia profissional e familiarização com os diversos
cenários encontrados na rotina de trabalho da atenção primária a saúde (APS). O fato de ter a
possibilidade de atuação em campo privilegia a formação uma vez que torna os residentes mais
criativos e sensibilizados diante da complexidade dos problemas de saúde encontrados no cotidiano
dos serviços. No que diz respeito às preceptorias e tutorias estas proporcionam discussões de casos
clínicos, atuação em grupo, ações intersetoriais e de base teórica específica muito importante para
formação. Considerações: É possível afirmar que a experiência obtida em uma residência
multiprofissional em saúde da família norteia conhecimentos básicos para atuação na atenção básica
a Saúde preparando o profissional para entrar no mercado de trabalho. Além disso, os serviços
receberão futuramente profissionais formados para atuarem na ESF qualificados e melhor
preparados para lidar com a complexidade dos problemas encontrados no território e nas relações
profissionais quando do trabalho em equipe.
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INTERFACE ENTRE OS NÍVEIS DE ATENÇÃO: CONSTRUINDO A REDE DE CUIDADOS
Damato CFC, Pinto EV, Lourenço KAAL.
AME Interlagos e NASF Três Corações.
Introdução:com as ações do NASF acerca do matriciamento houve a ampliação do olhar das
Equipes de Saúde da Família (ESF), sendo melhor identificadas as necessidades da população
assistida pelo programa (PSF). Ações integradas entre níveis de atenção à saúde devem contribuir
para construção da rede de cuidados.Objetivo:Levantar o perfil dos pacientes encaminhados pela
equipe do NASF, de uma unidade do PSF ao AME, Método: Levantamento dos prontuários no
AME de todos os pacientes encaminhados durante o ano de 2009, por uma unidade do PSF que
conta com apoio de uma equipe do NASF. Foram levantados gênero, idade, queixa, diagnóstico
fonoaudiológico, conduta e abandono de tratamento.Resultados:55 pacientes foram encaminhados
para avaliação fonoaudiológica no AME.82% dos pacientes encaminhados
passaram pela
discussão na equipe NASF. 69% dos casos compareceram à avaliação agendada. 36% eram do
gênero feminino e 74% do gênero masculino. 43% recebeu diagnóstico de distúrbio articulatório,
39% de distúrbio de linguagem, 14% de alterações do sistema sensório motor oral, 3% de disfagia.
68% foi encaminhado para atendimento fonoaudiológico no AME.7% dos casos tinha indicação
para seguir o acompanhamento com o fonoaudiólogo da equipe do NASF e 25% foram
encaminhados para
outros serviços.Houve abandono de 36% dos pacientes que iniciaram
atendimento.Conclusão:Observamos que a demanda da população assistida está relacionada às
questões de fala. O gênero masculino foi o que mais apresentou alterações. A maior parte dos
pacientes encaminhados recebeu atendimento no próprio AME, porém a porcentagem de abandono
mostrou-se elevada. Foi observada pertinência dos casos agendados pela unidade do PSF
provavelmente fato do fonoaudiólogo estar inserido na equipe NASF.
69
INVESTIGAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA DE IDOSOS
Miyanaga MM, Nakamura HY.
Curso de Fonoaudiologia - UNICAMP
Introdução: A audição é um dos sentidos mais utilizados na comunicação e, quando prejudicada,
pode levar ao comprometimento da qualidade de vida em qualquer faixa etária. A taxa de idosos vem
superando, em países desenvolvidos, a taxa de crianças de de zero a quatorze anos. Havendo
necessidade de promover políticas específicas para a promoção e prevenção da saúde, um
envelhecimento ativo, a manutenção da qualidade devida e das atividades de vida diária. Objetivo:
Promover ações em saúde auditiva com idosos do CS São Marcos, investigar seu conhecimento
sobre o tema e realizar sensibilizações referentes aos cuidados com a audição. Metodologia:
Iniciamos o trabalho com o contato com a gestão da unidade, participando da reunião do Conselho
Local de Saúde e das reuniões de equipes. Realizamos entrevistas com 50 idosos de ambos os
sexos que assinaram o TCLE que foram seguidas de orientações sobre saúde auditiva com a
utilização de um álbum seriado. Resultados: Foram encontrados 72% do sexo feminino e 28% do
masculino com idade média de 70 anos. 57,5% dos idosos reside com seus filhos e/ou seus
companheiros, 86% trabalhou em funções em que não se exigem um alto nível escolar e 58% tem o
ensino fundamental incompleto. Podemos correlacionar a presença hipertensão arterial (56%) e com
a falta de praticas de atividade física (50%) nos pacientes com zumbido. Em relação à saúde auditiva
dos idosos, 76% a consideram de excelente a boa, o que contrasta com a grande procura por
atendimento médico e/ou fonoaudiológico (52%) e com a diminuição na percepção de fala em algum
ambiente (46%). Dos idosos que referiram queixa auditiva cinco foram encaminhados para avaliação
audiológica. Conclusão: A falta de conhecimento sobre a saúde auditiva pode ser observada, pois
apenas três idosos referiram limpar adequadamente sua orelha e que 60% se preocupam em cuidar
de sua saúde auditiva o que reforça a necessidade de se desenvolver ações de promoção da saúde
auditiva na atenção básica. Segundo alguns autores presbiacusia é a principal patologia associada ao
zumbido, estando frequentemente associada à hipertensão e a uma vida com pouca atividade física,
social e intelectual. A devolutiva apoiada no álbum seriado, após a aplicação do questionário,
abordando temas relacionados com a saúde auditiva possibilitou, através da escuta atenta, uma troca
de conhecimentos. Outra demanda que surgiu no decorrer do projeto foi à participação nas reuniões
das equipes o que ampliou a abrangência da discussão do tema na atenção básica. Percebemos
também que as informações sobre a rede de cuidados de saúde auditiva não eram de conhecimento
da população e nem dos profissionais do serviço. Dessa maneira, consideramos que a realização do
projeto na atenção básica, que a nosso ver é a atenção essencial, é uma forma de aproximar o
conhecimento acadêmico com o serviço a fim de propor um atendimento cada vez mais integral e
integrado à população. Diante dos achados devemos ampliar da atuação do fonoaudiólogo para além
da reabilitação de alterações já instaladas, e, voltada para a atenção à prevenção e à promoção de
saúde.
70
MATRICIAMENTO EM FONOAUDIOLOGIA: CONQUISTAS E DESAFIOS RELATO DE
EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE DIADEMA
Oliveira FCCR.
Prefeitura de Diadema
Introdução. A partir da publicação da Portaria n° 154/08, que criou o NASF – Núcleo de Apoio à
Saúde da Família - o município de Diadema vem se adequando ao novo modelo proposto. Em virtude
de o município contar com vinte Unidades Básicas de Saúde e apenas oito fonoaudiólogos inseridos
no NASF, cada profissional tem sob sua responsabilidade, além do apoio às equipes da unidade
básica onde estão lotados, o apoio às equipes das UBS onde não há fonoaudiólogo. Desta forma, os
profissionais vêm trabalhando, conforme a realidade da região e das UBS a que dão suporte, pela
inserção da Fonoaudiologia no NASF e pela mudança do perfil de atuação. Objetivo. Este trabalho
tem como objetivo relatar a experiência vivenciada pela fonoaudióloga lotada na UBS Ernesto Che
Guevara – Parque Real, responsável pelo apoio à UBS Centro, ambas em Diadema/SP, a fim de
contribuir para a discussão acerca da inserção da Fonoaudiologia no NASF no Estado de São Paulo.
Metodologia. Levantamento dos avanços obtidos e das dificuldades enfrentadas na prática em
Diadema. Durante o período aproximado de dois anos, o apoio foi construído através de reuniões na
UBS referenciada, com periodicidade inicialmente mensal, e atualmente bimestral, contando com a
participação dos pediatras, enfermeiros, assistente social, psicóloga e algumas vezes da gerência da
Unidade. A princípio os casos eram trazidos para a discussão apenas com o intuito de
encaminhamento, seguindo o modelo ambulatorial. Porém, a cada reunião foi possível levantar dados
importantes para a saúde da comunicação, abordando temas específicos como saúde auditiva,
desenvolvimento normal e global, comportamentos inadequados, etc., enriquecendo a cada encontro
as discussões, e possibilitando a construção do apoio matricial em Fonoaudiologia. O principal
desafio tem sido a construção do vínculo co-responsável com a equipe, pois isto depende muito do
perfil do profissional, do seu envolvimento com os casos e do seu entendimento acerca da estratégia
de Saúde da Família, o que nem sempre acontece de maneira satisfatória. Conclusão. Esta
experiência tem mostrado que, apesar das muitas dificuldades enfrentadas pela Fonoaudiologia,
como a falta de profissionais, o apoio matricial tem se mostrado resolutivo. Além de auxiliar no
cuidado integral dos sujeitos, e especificamente no que diz respeito à saúde da comunicação,
também auxilia na divulgação da Fonoaudiologia e na educação permanente dos demais
profissionais.
71
MEDIADORES E PERCEPÇÃO DE RISCO DE PAINPSE EM CRIANÇAS
Knobel KAB, Lima MCMP.
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas
Introdução: A perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE) em crianças
e adolescentes vem crescendo ao redor do mundo, especialmente por exposição voluntária a sons
intensos, e já é a principal causa de perda auditiva nessa população nos EUA. Uma vez instalada, a
PAINPSE não pode ser tratada e, portanto, a adoção de métodos de prevenção específica para
crianças precisam ser desenvolvidas, pesquisadas e aplicadas. Atitudes e comportamentos
saudáveis são construídos na infância e tanto o desenvolvimento quanto a tradução de programas de
prevenção da PAINPSE devem levar em consideração a demanda, a compreensibilidade e a
adequação étnico-cultural relacionadas à percepção de risco. Objetivos: Identificar mediadores da
perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE) em crianças, queixas
auditivas, consciência dos riscos da exposição a sons intensos e comportamentos de prevenção.
Metodologia: Foram entrevistadas 263 crianças (média etária 8,3 anos, 51,7% meninas) do 2° ao 5°
ano do ensino fundamental de escolas municipais e particulares da cidade de Campinas/SP.
Resultados: 36,5% referiram alguma dificuldade para escutar e 24% tinham zumbido. À pergunta
aberta no início da entrevista “o que pode fazer mal para o ouvido?”, 68,5% responderam “sons
altos”. A maioria das crianças não gosta de lugares barulhentos (74,1%), nem de música alta (59,7%).
Entretanto, dizem ir a festas com som intenso (45,6%), ficar próximas a fogos de artifício (34,6%) e
ouvir música alta em casa ou no carro (30%) e com fones (17,1%), embora só 2,8% digam poder
escolher o volume da música, 19,7% acreditam que crianças não têm perda auditiva e 9,5% não
sabem. À pergunta aberta “como proteger seus ouvidos em lugares barulhentos?”, a maioria referiu
estratégias eficientes (45,7% tampariam os ouvidos, 20,3% se afastariam, 6,9% usariam protetor
auditivo), mas das 51 crianças (19,4%) que sabiam o que é protetor auditivo, apenas uma o usava.
Conclusões: Crianças são expostas pelos adultos a sons intensos e têm queixas auditivas. A noção
de que sons intensos fazem mal não é suficiente para evitar comportamentos de risco ou de
prevenção da PAINPSE. Estes resultados serão utilizados para elaboração de um programa de
conservação auditiva para crianças brasileiras.
72
MODELO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE SAÚDE E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A GESTÃO DE
UM SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA DE MÉDIA COMPLEXIDADE-CIRHERP
Mandrá PP, Santos CM, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE, Witt
M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ.
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto- FMRPUSP.
Introdução: A organização da rede de serviços, e a operacionalização de ações de regulação de
serviços de saúde são fundamentais para reforçar e qualificar as funções gestoras, para otimizar os
recursos de custeio da assistência, qualificar o acesso e, assim, proporcionar aos usuários melhor
oferta de ações voltadas à saúde em diferentes níveis de complexidade. O acesso à saúde
correlaciona-se as condições de vida dos usuários, seus hábitos e costumes, e a própria
acessibilidade dos serviços. Objetivo: discutir a experiência com a gestão do Centro Integrado de
Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto,SP (CIRHERP). Método: estudo descritivo para o
relato da experiência. Resultados: Fases de implantação: diagnóstico da organização, fluxo e acesso
aos serviços de Fonoaudiologia dos 26 municípios da DRS XIII; elaboração de plano operativo
CIRHER, em atenção secundária de baixa e média complexidade de acordo com critérios eletivos
para regulação da demanda encaminhada pelos municípios, nas especialidades de: Linguagem
Adulto e Infantil, Gagueira, Distúrbios da Audição, Motricidade Orofacial, Voz, Generalista e
Audiologia. O espaço físico, os materiais e equipamentos foram estruturados para os procedimentos
de diagnóstico e reabilitação com protocolos de serviço e consenso clínico. A gestão e as metas
foram fundamentadas e pactuadas pela parceria entre o governo do Estado de São Paulo e
Organização Social de Saúde (OSS) (FAEPA) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRPUSP), sendo parte do complexo HCFMRPUSP e administrativamente ligado ao Hospital
Estadual de Ribeirão Preto. Nesse modelo as metas são pactuadas e revista trimestralmente, a
qualidade do serviço é medida pelo índice de satisfação dos usuários e resolutividade do serviço e
estão previstas penalizações para os serviços que não cumprem suas metas. Cabe ao gestor realizar
a revisão de metas e estabelecer com a equipe critérios eletivos, a regulação para o serviço, bem
como os protocolos e programas do serviço. Conclusão: O modelo de gestão por OSS é um modelo
atual que possibilita a adequação do equipamento de saúde para a realidade dos usuários a que
presta atendimento. A gestão dos recursos financeiros baseada em metas quantitativas e qualitativas
também é um diferencial do modelo.
73
NÃO USO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL PELA POPULAÇÃO
ATENDIDA EM SERVIÇOS DE SAÚDE AUDITIVA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO
Bevilacqua MC, Morettin M, Melo TM, Novaes BCAC, Padovani CM, Braite N, Silva, TF, Baptista RP,
Lopes AC, Amantini RCB.
Faculdade de Odontologia de Bauru - Departamento de Fonoaudiologia/ Universidade de São Paulo/
Campus Bauru
Introdução: Atualmente, um movimento mundial busca melhorar a oferta dos serviços à população
que necessita de atendimento na área da saúde auditiva, além de buscar maior racionalidade ao uso
dos recursos financeiros destinados para o tratamento da deficiência auditiva. Nesse sentido, muitos
profissionais discutem os motivos que levam ao não uso dos Aparelhos de Amplificação Sonora
Individual (AASI) pelos pacientes. No Brasil é garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a
assistência integral à pessoa com deficiência auditiva, mas é fato que muitos pacientes atendidos nos
serviços de saúde auditiva deixam de usar seus AASI após a adaptação dos mesmos. Dessa forma,
torna-se necessário que os serviços do país realizem estudos exploratórios para investigar as
principais queixas e motivos que levam aos usuários a rejeição da amplificação e, dessa forma,
propor intervenções para que diminua tal ocorrência. Objetivo: Identificar os motivos de não uso dos
AASI por usuários adaptados em sete serviços de saúde auditiva do país. Método: Trata-se de um
estudo multicêntrico prospectivo longitudinal que avaliou 1343 pacientes adultos que receberam AASI
em sete serviços de saúde auditiva do país (três localizados no estado de São Paulo, dois na Bahia,
um no Mato Grosso do Sul e um no Rio Grande do Sul) e entraram nos critérios de inclusão da
pesquisa. Após três e nove meses de adaptação, foi aplicado o questionário International Outcome
Inventory for Hearing Aids (IOI-HA) durante o acompanhamento e para os pacientes que relataram
não usar os AASI ou usar menos de uma hora por dia foi caracterizado os motivos de não uso dos
dispositivos. Para análise descritiva dos resultados foi utilizado o programa STATA, versão 10.0.
Resultados: Após três meses de adaptação, 1053 pacientes responderam o questionário IOI-HA e
destes, 143 (13%) relataram não usar ou usar menos de uma hora por dia os AASI. Entre os motivos
de não uso, 53% justificaram ser devido a necessidade de alterar a regulagem, 24% devido a
problemas técnicos nos dispositivos e 10% devido a dificuldade de manipulação. Foi possível
observar que 34 pacientes (24%) continuaram não usando seus dispositivos após nove meses de
adaptação, sendo as principais queixas desse grupo: 43% por problemas técnicos nos dispositivos,
34% com necessidade de alterar a regulagem e 12% continuavam com dificuldade de manipulação.
Conclusão: Os dados obtidos pelo presente estudo mostram que após a adaptação dos AASI, 13%
dos pacientes não usam seus dispositivos efetivamente, sendo que nos primeiros meses a maior
dificuldade está relacionada a regulagem dos AASI e após esse período, a falha técnica. É
necessário que o serviço e o profissional estejam atentos aos problemas apresentados que levem ao
não uso dos dispositivos eletrônicos, pois qualquer problema que interfira no uso adequado traz
prejuízos biopsicossociais aos usuários não atingindo os objetivos da reabilitação auditiva.
74
NASF: Possibilidades de Atuação no Aleitamento Materno
Costa PG, Almeida RZ, Stumpf TS.
Introdução: Embora seja um ato natural o aleitamento materno nem sempre é fácil de ser adotado.
Em nossa prática, percebemos que muitas mães precisam de apoio emocional e orientações para
poder ter sucesso na amamentação. Assim, pensando na necessidade observada e na demanda
crescente, o NASF, enquanto equipe de apoio, criou uma estratégia de atuação com as equipes de
Saúde da Família (SF), principalmente aos ACS (Agentes Comunitários de Saúde), pois eles
conseguem “estabelecer um território comum, onde os sujeitos e seus saberes se interagem e
dialogam, gerando ações comuns que sustentam a existência desse espaço de encontros” (SILVA;
STELET; PINHEIRO; GUIZARD, 2004, p 88), para capacitá-los, com um olhar ampliado e que leve
em consideração os mitos, as relações familiares envolvidas nesse processo, as dificuldades
enfrentadas, a falta de apoio familiar e informações que possam levar as recentes mães conseguirem
fazer do aleitamento algo prazeroso e relacional. Desta forma, apresentaremos um trabalho realizado
na região da Capela do Socorro, proposto em parceria entre o NASF e as equipes de Saúde da
Família. Objetivo: Proporcionar as equipes de SF vivência e experiências que possam levá-los a
reflexões
pertinentes
ao
processo
de
amamentação.
Amamentação
não
só
como
alimentação/nutrição, mas como experiência singular, constitutiva da relação mãe- bebê, como.
Metodologia: Aula expositiva e vivencial realizada na UBS Jd Eliane, por uma enfermeira do PSF e
membros do NASF (fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e pediatra). Contamos com a participação
de 16 auxiliares de enfermagem, 7 enfermeiras e os agentes comunitários de saúde , que atuam nas
8 equipes de Saúde da Família pertencentes a UBS. Resultado: Contamos com a presença e a
participação de todos os profissionais convidados e envolvidos na dinâmica proposta. Puderam ter
um espaço de escuta, expor suas experiências pessoais e profissionais, assim como discutir sobre
como as equipes lidam com esta proposta de orientação às mães com relação ao aleitamento
materno. Desta conversa, gerou uma mobilização para um novo formato de pensar e realizar os
grupos de gestante, visando garantir tanto a participação mais efetiva da comunidade quanto a
construção de um novo olhar sobre o aleitamento materno e seus benefícios. Conclusão: Desta
forma, percebemos que esta conversa possibilitará a continuidade das ações com as famílias
atendidas, e que o novo olhar semeado sobre o aleitamento irá ser levado adiante. Uma de nossas
equipes já está andando com o novo projeto de grupo de aleitamento.
75
O FONOAUDIOLÓGO PODE SER EFETIVAMENTE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE PÚBLICA?
Moraes RA, Daniello AC, Reginato APP, Katayama ET, Setti JÁ, Maggiora MD, Rosa ME, Gonçalves
PM, Carvalho R, Guedes R, Hackl SE.
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul.
Introdução:
A crescente procura pelo fonoaudiólogo nas Unidades de Saúde aponta para a
necessidade de realização de ações dentro de um programa de atenção que privilegie a promoção e
prevenção em saúde, assim como a retaguarda em atenção secundária e terciária, favorecendo a
atenção fonoaudiológica integral. Este programa, em consonância com os princípios universais em
Saúde Pública, deve privilegiar a Atenção Primária, propondo ações de Promoção de Saúde e
Prevenção de Doenças, com o objetivo de reduzir as possibilidades de instalação, evolução e
agravamento do quadro, prevenindo a necessidade de atendimento em níveis secundário e terciário,
e gerando maior resolutividade no sistema. Deve
também propor ações de Detecção Precoce.
Em nível de Atenção Secundária e Terciária, deve privilegiar o atendimento aos casos nos quais a
patologia esteja instalada, permitindo a habilitação e / ou reabilitação das habilidades e funções
prejudicadas, e prevenir o agravamento do quadro. Objetivo: propor um modelo de atenção
fonoaudiológica, no Município de SCSul que dê conta dos três níveis de atenção em Saúde Pública,
funcionando de forma integrada e coordenada; Metodologia: realizamos estudo do modelo
empregado até o momento e o levantamento da procura por Hipótese Diagnóstica (casos em
atendimento e triados em fila de espera);
estudamos as falhas desse modelo com base na
referências em Saúde Pública e a necessidade de mudanças; propusemos a descentralização dos
profissionais, que ficavam em uma única unidade, facilitando o acesso da população e a realização
das ações preventivas; referenciamos a entrada no sistema em uma central de agendamento de
triagens, introduzimos trabalho preventivo nas escolas e UBSs e priorizamos o atendimento em
grupo; estabelecemos o fluxo do serviço de fono, com as referências e contra referências, estruturado
em sete categorias de unidades; instituímos reuniões de equipe para discussão e avaliação do
programa e estudo de casos; propusemos a supervisão cruzada entre os profissionais da rede e
definimos protocolos de avaliação para cada patologia; propusemos um estudo epidemiológico na
área fonoaudiológica; resultados: o programa levou aproximadamente 1 ano para ser implantado,
estando algumas ações em fase de implantação. Dificuldades: implantação do treinamento de
Consciência Fonológica nas préescolas devido resistência das diretoras, confundindo-o com método
tradicional de alfabetização, em oposição ao “modelo Construtivista” adotado; introdução dos
fonoaudiólogos nas UBSs devido dificuldade de salas disponíveis e desconhecimento da
possibilidade de atuação deste profissional em programas de promoção da saúde, em conjunto com
outros profissionais; a pressão da demanda em atenção secundária e terciária, ocupando a maior
parte do tempo do profissional, dificultando execução de ações primárias; o próprio desconhecimento
do fonoaudiólogo quanto as possibilidades de atuação em nível primário, saindo do modelo
tradicional de terapia fonoaudiológica individual. Conclusão: O fonoaudiólogo pode ser um
profissional efetivamente de saúde pública, porém, esse é um saber que ainda está em construção, e
76
depende da vontade política da administração pública, em permitir mudanças na forma tradicional de
entender a saúde, da formaçãop dos profissionais
que ainda privilegia a habilitação e reabilitação,
mas, principalmente, da vontade dos fonoaudiólogos em se permitirem novas construções no seu
fazer fonoaudiológico.
77
O PROCESSO DE (RE)CONSTRUÇÃO DO OLHAR DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA
REALIZAÇÃO DA OFICINA DE LINGUAGEM
Costa PG, Curto IM.
Introdução: Esta pesquisa trata do processo de trabalho com a Oficina de Linguagem (OL), realizada
no Programa Saúde da Família (PSF) em parceria com o Núcleo de Apoio a Saúde da Família
(NASF), que aqui é compreendida como um dispositivo clínico e intercessor terapêutico, ao acreditar
que a associação dos diversos saberes permite não deixar as práticas de saúde isoladas da vida, ou
seja, significa colocar a originalidade, a singularidade “em relação permanente com outros domínios,
sem submetê-lo à condição de instrumentos terapêuticos” (GALLETI, 2004, p.125). Algumas
literaturas sobre Oficinas tomam o espaço como um lugar de troca e encontro interpessoal
(TENÓRIO 2001), ou como uma prática de intervenção psicossocial dentro de um contexto
pedagógico (AFONSO, 2006), acreditamos que a OL pode, também, ser contextualizada como um
trabalho interdisciplinar, que permite um processo emancipatório do sujeito, no sentido de que a
educação emancipa o indivíduo, ao tomar a saúde como melhoria na sua qualidade de vida. Objetivo:
Relatar sobre a (re) construção do olhar e da escuta de duas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS),
que participam da OL e como elas compreendem o papel que a oficina exerce tanto na comunidade
atendida como nelas mesmas. Método: A Oficina de Linguagem ocorre na a área atendida pela UBS
Jd. Eliane, na região da Capela do Socorro – Zona Sul de São Paulo, semanalmente, com a
coordenação de dois profissionais do NASF (fonoaudióloga e terapeuta ocupacional) e duas ACS`s
com crianças entre 7 a 14 anos. Discussão: Neste momento, proporcionamos ao leitor a inserção
neste universo permeado de sutilezas, pois acreditamos que os encontros entre os sujeitos e o
processo dinâmico e terapêutico que se estabeleceu naquele espaço é sutil e forte ao mesmo tempo,
onde apenas um olhar atento consegue enxergar aquilo que a oficina proporciona e possibilita para
cada umas das crianças e profissionais envolvidos. Desde iniciado o projeto buscou-se a criação e
ampliação do vínculo com quem participa, com isso contamos com a parceria das ACS`s, que
trouxeram na bagagem, com suas experiências e formações pessoais, um olhar de que a OL seria
um espaço de educação em saúde e reabilitação para os déficits de aprendizado ali encontrados.
Conclusão: Ao longo do processo essa percepção foi se modificando, e tomando novos contornos,
novas questões a serem exploradas, diferente do que pensavam inicialmente. As ACS`s puderam
perceber que a oficina pode ser uma potente ferramenta de intervenção para os problemas de saúde
identificados, mas que também, trata-se de um espaço que favorece a produção de respostas e
alternativas para lidar com certos problemas de saúde. A vida não para independente da Oficina
acontecer, ou não, o que ela permite neste momento é trazer um pouco de calma, contorno para
quem participa e que "grita" por atenção, toque, afeto, nem que seja por um olhar ou uma palavra. O
papel que nós profissionais de saúde ocupamos, dentre outros, é estar neste lugar de quem auxilia e
permite este acolhimento, sendo isso o que as ACS puderam perceber.
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O FONOAUDIOLÓGO PODE SER EFETIVAMENTE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE PÚBLICA?
Moraes RA, Daniello AC, Reginato APP, Katayama ET, Setti JÁ, Maggiora MD, Rosa ME, Gonçalves
PM, Carvalho R, Guedes R, Hackl SE.
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul.
Introdução:
A crescente procura pelo fonoaudiólogo nas Unidades de Saúde aponta para a
necessidade de realização de ações dentro de um programa de atenção que privilegie a promoção e
prevenção em saúde, assim como a retaguarda em atenção secundária e terciária, favorecendo a
atenção fonoaudiológica integral. Este programa, em consonância com os princípios universais em
Saúde Pública, deve privilegiar a Atenção Primária, propondo ações de Promoção de Saúde e
Prevenção de Doenças, com o objetivo de reduzir as possibilidades de instalação, evolução e
agravamento do quadro, prevenindo a necessidade de atendimento em níveis secundário e terciário,
e gerando maior resolutividade no sistema. Deve
também propor ações de Detecção Precoce.
Em nível de Atenção Secundária e Terciária, deve privilegiar o atendimento aos casos nos quais a
patologia esteja instalada, permitindo a habilitação e / ou reabilitação das habilidades e funções
prejudicadas, e prevenir o agravamento do quadro. Objetivo: propor um modelo de atenção
fonoaudiológica, no Município de SCSul que dê conta dos três níveis de atenção em Saúde Pública,
funcionando de forma integrada e coordenada; Metodologia: realizamos estudo do modelo
empregado até o momento e o levantamento da procura por Hipótese Diagnóstica (casos em
atendimento e triados em fila de espera);
estudamos as falhas desse modelo com base na
referências em Saúde Pública e a necessidade de mudanças; propusemos a descentralização dos
profissionais, que ficavam em uma única unidade, facilitando o acesso da população e a realização
das ações preventivas; referenciamos a entrada no sistema em uma central de agendamento de
triagens, introduzimos trabalho preventivo nas escolas e UBSs e priorizamos o atendimento em
grupo; estabelecemos o fluxo do serviço de fono, com as referências e contra referências, estruturado
em sete categorias de unidades; instituímos reuniões de equipe para discussão e avaliação do
programa e estudo de casos; propusemos a supervisão cruzada entre os profissionais da rede e
definimos protocolos de avaliação para cada patologia; propusemos um estudo epidemiológico na
área fonoaudiológica; resultados: o programa levou aproximadamente 1 ano para ser implantado,
estando algumas ações em fase de implantação. Dificuldades: implantação do treinamento de
Consciência Fonológica nas préescolas devido resistência das diretoras, confundindo-o com método
tradicional de alfabetização, em oposição ao “modelo Construtivista” adotado; introdução dos
fonoaudiólogos nas UBSs devido dificuldade de salas disponíveis e desconhecimento da
possibilidade de atuação deste profissional em programas de promoção da saúde, em conjunto com
outros profissionais; a pressão da demanda em atenção secundária e terciária, ocupando a maior
parte do tempo do profissional, dificultando execução de ações primárias; o próprio desconhecimento
do fonoaudiólogo quanto as possibilidades de atuação em nível primário, saindo do modelo
tradicional de terapia fonoaudiológica individual. Conclusão: O fonoaudiólogo pode ser um
profissional efetivamente de saúde pública, porém, esse é um saber que ainda está em construção, e
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depende da vontade política da administração pública, em permitir mudanças na forma tradicional de
entender a saúde, da formaçãop dos profissionais
que ainda privilegia a habilitação e reabilitação,
mas, principalmente, da vontade dos fonoaudiólogos em se permitirem novas construções no seu
fazer fonoaudiológico.
80
O SIGNIFICADO DA FONOAUDIOLOGIA PARA A PRÁTICA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE
SAÚDE NO CUIDADO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Soleman, C; Ogata, M. N.
Universidade Federal de São Carlos
Introdução: O Programa de Saúde da Família (PSF) pode ser entendido como uma estratégia para a
organização da atenção básica à saúde no país e para a realização dos princípios do Sistema Único
de Saúde (SUS) — a integralidade, a universalidade e a eqüidade. Neste contexto, o Agente
Comunitário de Saúde (ACS) assume um reforço importante na construção de um novo modelo, que
reintroduz uma visão ampliada do conceito de saúde. Os Agentes Comunitários de Saúde são o
vínculo entre a comunidade e o SUS e, deste modo, podem atuar como atores fundamentais nas
ações de promoção da saúde fonoaudiológica da população, bem como identificadores e
encaminhadores (quando necessário) das alterações na comunicação e das funções orais nos
indivíduos de seu território. A integração da Fonoaudiologia em uma equipe multiprofissional da
Estratégia de Saúde da Família pode permitir uma construção com o ACS, a fim de prover condições
para a apropriação, pelo mesmo, do instrumental adequado e necessário para lidar com os
problemas fonoaudiológicos daquela comunidade. Por representar a possibilidade de trazer para
dentro das equipes de saúde o olhar da população, que revela necessidades de um ponto de vista
diferente e abre as portas para novas formas de intervenções, constitui-se essencial viabilizar a
promoção em saúde e aprimorar a prevenção por meio de práticas educativas que possibilitem ao
ACS a construção dos conhecimentos necessários e significativos para sua atuação junto às famílias
e reconhecimento de suas necessidades de saúde. Objetivo: Analisar o significado do conhecimento
em Fonoaudiologia para a prática dos Agentes Comunitário de Saúde no cuidado integral aos
usuários de uma Unidade de Saúde da Família do município de São Carlos. Metodologia:
Inicialmente, uma equipe composta por oito agentes comunitários foi submetida a uma entrevista
semi-estruturada a fim de identificar o conhecimento prévio em relação à Fonoaudiologia, bem como
a concepção sobre os problemas fonoaudiológicos em seu território. Em seguida foi realizada uma
intervenção pedagógica objetivando potencializar os conhecimentos dos ACSs em relação à
Fonoaudiologia, utilizando a metodologia ativa da Problematização. Com o objetivo de identificar
mudanças na concepção e no conhecimento dos ACSs em relação à Fonoaudiologia, bem como a
percepção deles em relação ao significado dos conhecimentos adquiridos na sua prática de cuidado
integral ao usuário do PSF, foi realizado um Grupo Focal. Resultados: Os participantes formam um
grupo heterogêneo em relação ao tempo de trabalho como ACS, idade, inibição e contato prévio com
profissional fonoaudiólogo. Observou-se na entrevista inicial que os agentes, em sua maioria, já
tinham alguns conhecimentos em relação à Fonoaudiologia, no entanto estes eram limitados para
serem aplicados na prática. Foram identificadas três categorias que se destacaram como as
principais para a análise do significado da Fonoaudiologia na prática dos Agentes Comunitários de
Saúde. Conclusão: O conhecimento em Fonoaudiologia ampliou significativamente as possibilidades
81
de ação dos agentes comunitários de saúde na Estratégia de Saúde da Família, por meio do apoio
matricial, empoderando-os cientificamente no cuidado integral aos usuários.
82
O USO DA CHUPETA EM CRIANÇAS DE 3 A 6 ANOS DE IDADE E OS FATORES DE
ASSOCIAÇÃO EM RELAÇÃO AO HÁBITO DE SUCÇÃO
Pizolato RA, Bortoleto T, Brandão GA, Pereira AC, Meneghim MC.
Departamento de Odontologia Preventiva e Saúde Pública- Faculdade de Odontologia de Piracicaba(UNICAMP)
Introdução: Hábitos orais de sucção podem causar danos a morfologia e função do sistema
estomatognático, sendo comumente iniciados e observados na infância. Fatores sócio-econômicos,
período de amamentação natural, escolaridade dos pais e fatores psico-emocionais podem contribuir
para a manifestação da presença de hábitos orais de sucção de chupeta e dedo em
crianças.Objetivo: Verificar fatores de associação que podem estar relacionados com a presença do
hábito oral de sucção de chupeta em crianças. Material e Método: Foram avaliados 50 pais de uma
amostra de 50 crianças (19 meninas e 31 meninos) com idades de 3 a 6 anos (Média 4,52 ± 0,95) em
uma creche municipal localizada na cidade de Piracicaba. As mães tinham idade em média 28,68 ±
6,61 e os pais tinham idade média 30,28 ± 6,16, todos responderam um questionário sendo a maioria
das questões estruturadas e algumas semi-estruturadas sobre hábitos orais deletérios na criança.
Para análise dos dados foi utilizado estatística descritiva e os testes do Qui-quadrado e Exato de
Fisher considerando p< 0,05. Resultados: Dentre a amostra, 48% dos pais relatou que a criança tinha
o hábito de sucção de chupeta, 64% tinha o hábito de sucção de mamadeira, 17% tinha o hábito de
sucção de chupeta e mamadeira e 42% não tinham nenhum hábito oral deletério. Não houve
associação de escolaridade quanto ao grau entre os pais das crianças que tinham o hábito de sucção
de chupeta e os daquelas que não tinham o hábito, sendo proporcionalmente distribuídos entre as
categorias variando de 1º grau incompleto a 2º grau completo. Não houve diferença estatisticamente
significante entre as crianças que usavam chupeta e não usavam em relação à convivência familiar
com os pais (p=0,91). A presença de hábito de sucção de chupeta não teve associação
estatisticamente significante com ausência de prática de amamentação nos primeiros meses de vida
da criança (p=0,70). Quanto ao significado que a chupeta representa na educação da criança, 75%
dos pais responderam que a chupeta é um calmante para a criança. Conclusão: A presença do hábito
oral de sucção de chupeta não esteve associado à fatores de escolaridade dos pais, amamentação e
tempo de convivência da criança com os pais, mas ao fator sócio-cultural. Sugere-se que medidas
voltadas para a educação em saúde no ambiente escolar de creches sejam implantadas por
profissionais da saúde em parceria com coordenadores, educadores e pais, para a prevenção da máoclusão e alterações miofuncionais do sistema estomatognático contra o uso de sucção oral de
chupeta em crianças acima de 3 anos de idade.
83
OFICINAS DE MEMÓRIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Pacheco AC, Passos LFB, Lima MS, Pereira PM, Benedito RC, Simões JCM, Bonucci M, Lovato
MER, Marino MV, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: Atualmente, os idosos constituem a população que mais cresce no mundo. Dentre as
várias alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, as funções do sistema
nervoso central, principalmente as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais
como o aprendizado e a memória, podem comprometer o bem estar biopsicosocial do idoso,
impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa. Muitos estudos indicam que
intervenções envolvendo técnicas de memorização, relaxamento e atenção, podem gerar efeitos
positivos e duradouros em idosos, especialmente quando empregadas em grupo. Objetivo:
Apresentar a atuação fonoaudiológica em uma Oficina de Memória, desenvolvida por alunos de
graduação, no contexto da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Este estudo baseia-se em
descrição de experiência. Resultados: A Oficina de Memória é realizada em um Núcleo de Saúde da
Família (NSF) do distrito oeste de Ribeirão Preto/SP por alunos (de graduação e de pós-graduação) e
docentes do curso de Fonoaudiologia durante o estágio curricular de Atenção Primária. A oficina foi
criada para atender às queixas de esquecimento da população idosa da área de abrangência do
referido núcleo. Inicialmente, a proposta de criação da oficina foi apresentada, em reunião
administrativa, à equipe de profissionais da unidade. Mediante o interesse e colaboração da unidade,
foram elaborados convites para serem entregues aos usuários com idades iguais ou superiores a 60
anos e queixas de déficit de memória. Para o levantamento dos nomes dos usuários que seriam
convidados a participar da Oficina, o grupo de alunos se reuniu com as agentes comunitárias de
saúde da unidade, as quais forneceram 22 nomes. Em seguida, o convite foi feito pessoalmente aos
usuários indicados. A oficina teve início com a participação de nove usuários, do gênero feminino.
Atualmente, ocorre uma vez por semana, com duração de uma hora e conta com a participação de,
aproximadamente, oito a dez idosos. O tempo previsto de duração das oficinas é de 10 semanas.
Durante as oficinas, tem sido desenvolvidas atividades lúdicas e dinâmicas, as quais favorecem a
memória e a atenção em grupo, como por exemplo: na atividade de “reprodução de seqüências de
formas geométricas”, uma seqüência de figuras geométricas é projetada em uma parede branca por
alguns minutos para que os idosos memorizem. Em seguida, a seqüência desaparece e eles devem
montar sobre a mesa, utilizando figuras de papel, a mesma seqüência que foi projetada. Conclusão:
Esta oficina tem sido muito benéfica para os idosos, uma vez que já existem relatos de diminuição de
episódios de esquecimentos no dia-a-dia. Além disso, essa estratégia é importante para os alunos,
que podem vivenciar o trabalho fonoaudiológico em grupo, dentro da Estratégia Saúde da Família.
84
OFICINAS DE MEMÓRIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Pacheco AC, Passos LFB, Lima MS, Pereira PM, Benedito RC, Simões JCM, Bonucci M, Lovato
MER, Marino MV, Mandrá PP, Trawitzki LVV, Jorge TM.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: Atualmente, os idosos constituem a população que mais cresce no mundo. Dentre as
várias alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, as funções do sistema
nervoso central, principalmente as de origem neuropsicológicas envolvidas no processo cognitivo, tais
como o aprendizado e a memória, podem comprometer o bem estar biopsicosocial do idoso,
impedindo a continuidade da sua vida social de forma participativa. Muitos estudos indicam que
intervenções envolvendo técnicas de memorização, relaxamento e atenção, podem gerar efeitos
positivos e duradouros em idosos, especialmente quando empregadas em grupo. Objetivo:
Apresentar a atuação fonoaudiológica em uma Oficina de Memória, desenvolvida por alunos de
graduação, no contexto da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Este estudo baseia-se em
descrição de experiência. Resultados: A Oficina de Memória é realizada em um Núcleo de Saúde da
Família (NSF) do distrito oeste de Ribeirão Preto/SP por alunos (de graduação e de pós-graduação) e
docentes do curso de Fonoaudiologia durante o estágio curricular de Atenção Primária. A oficina foi
criada para atender às queixas de esquecimento da população idosa da área de abrangência do
referido núcleo. Inicialmente, a proposta de criação da oficina foi apresentada, em reunião
administrativa, à equipe de profissionais da unidade. Mediante o interesse e colaboração da unidade,
foram elaborados convites para serem entregues aos usuários com idades iguais ou superiores a 60
anos e queixas de déficit de memória. Para o levantamento dos nomes dos usuários que seriam
convidados a participar da Oficina, o grupo de alunos se reuniu com as agentes comunitárias de
saúde da unidade, as quais forneceram 22 nomes. Em seguida, o convite foi feito pessoalmente aos
usuários indicados. A oficina teve início com a participação de nove usuários, do gênero feminino.
Atualmente, ocorre uma vez por semana, com duração de uma hora e conta com a participação de,
aproximadamente, oito a dez idosos. O tempo previsto de duração das oficinas é de 10 semanas.
Durante as oficinas, tem sido desenvolvidas atividades lúdicas e dinâmicas, as quais favorecem a
memória e a atenção em grupo, como por exemplo: na atividade de “reprodução de seqüências de
formas geométricas”, uma seqüência de figuras geométricas é projetada em uma parede branca por
alguns minutos para que os idosos memorizem. Em seguida, a seqüência desaparece e eles devem
montar sobre a mesa, utilizando figuras de papel, a mesma seqüência que foi projetada. Conclusão:
Esta oficina tem sido muito benéfica para os idosos, uma vez que já existem relatos de diminuição de
episódios de esquecimentos no dia-a-dia. Além disso, essa estratégia é importante para os alunos,
que podem vivenciar o trabalho fonoaudiológico em grupo, dentro da Estratégia Saúde da Família.
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PERFIL FONAUDIOLÓGICO DA POPULAÇÃO DE TAUBATÉ TRIADA NO PROJETO FONEM
Ponsoni A. Núcleo Especializado Municipal
FONEM - Prefeitura de Taubaté.
Introdução: A triagem fonoaudiológica tem como objetivo detectar precocemente os distúrbios de
comunicação em crianças e/ou adultos. Na prefeitura de Taubaté, o projeto Fonoaudiologia e
Otorrinolaringologia Núcleo Especializado Municipal (FONEM), tem como objetivo atender crianças
e/ou adultos com distúrbios da comunicação. Desta forma, o projeto FONEM é composto por cinco
ambulatórios de atendimento fonoaudiológico que são: triagem, linguagem, fissura labiopalatina, voz
e motricidade oral. O projeto também é composto por uma equipe de suporte para os atendimentos
fonoaudiológicos, com um médico otorrinolaringologista, uma assistente social e uma psicóloga. A
triagem no projeto FONEM é realizada por uma equipe multidisciplinar com os seguintes
profissionais: fonoaudióloga, psicóloga, assistente social e médico otorrinolaringologista. Após a
triagem de todos os profissionais, os pacientes são encaminhados para um dos ambulatórios do
projeto FONEM ou encaminhados para outros projetos da prefeitura de Taubaté. Objetivo: O objetivo
deste estudo é caracterizar o perfil fonoaudiológico da população de Taubaté que passaram por
triagem entre julho a setembro de 2010. Metodologia: Com o levantamento dos prontuários foi
identificado que 83 sujeitos foram atendidos no ambulatório de triagem entre os meses de julho a
setembro 2010, sendo que 12 sujeitos triados foram encaminhados para outros projetos da prefeitura
e 71 encaminhados para os ambulatórios do projeto FONEM. Resultados: Com a análise dos
prontuários observa-se que 47 (66,2%) dos pacientes apresentavam alterações de linguagem oral,
sendo encaminhados para o ambulatório de linguagem; 18 (25,3%) pacientes para o ambulatório de
Motricidade Oral; 6 (8,4%) para o ambulatório de voz; e nesse período não houve pacientes para o
ambulatório de fissura. Os dados do presente estudo demonstraram que a maior parte da população
triada nesse período (66,2%) apresentavam alterações de fala e linguagem, sendo encaminhadas
para o ambulatório de linguagem do projeto FONEM, com as seguintes distúrbios da comunicação:
26 crianças com desvio fonológico (55,3%); 9 pessoas com gagueira (19,1%); 1 pessoa com gagueira
e taquifemia (2%); 4 pessoas com gagueira e distúrbio articulatório (8,5%); 7 pessoas com atraso de
linguagem (14,9%). Conclusão: Com esse estudo pode-se analisar que a maior alteração
fonoaudiológica encontrada na população que passou por triagem foi alterações de linguagem oral,
sendo predominante o desvio fonológico. A Triagem em equipe multidisciplinar proporcionou a
promoção do conhecimento e integração entre os profissionais, aumentando o vínculo e
responsabilidade pelas ações realizadas na assistência.
86
PREVENIR HOJE PARA NÃO REMEDIAR AMANHÃ... ATUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR EM
BERÇÁRIO.
Costa J, Bernardi DF, Paludo L.
Secretaria de Educação do Município de Bragança Paulista.
Introdução: Falar a respeito da preservação da saúde é estar em consonância com os interesses
governamentais ligados a saúde da população. A prevenção traz em sua fundamentação duas frentes
de atuação que são indissociáveis: a promoção à saúde e a proteção específica através de ações
direcionadas. A prevenção é a base que fundamenta este projeto e, para tanto, levanta-se o seguinte
questionamento: “Se prevenir é melhor do que remediar, porque motivo não se trabalhar com as
crianças em relação ao seu desenvolvimento global já no berçário? Em alguns casos, sabe-se que as
chances de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança são maiores. Crianças que fazem
parte deste grupo de risco são o foco principal de nossa atenção, uma vez que se conhecem as
capacidades adaptativas de nosso cérebro pela plasticidade neuronal, estímulos direcionados e
treinados são capazes de trazer determinada função a regiões cerebrais que inicialmente não seriam
capazes de realizar tal responsabilidade. Objetivo: Através da prevenção, desde o início, oferecer
avaliações periódicas e um ambiente propício ao desenvolvimento global destas crianças com o
intuito de minimizar a detecção tardia de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Ainda,
quando se inicia precocemente um trabalho de estimulação com crianças que comprovadamente tem
maiores chances de desenvolver este atraso, se não se conseguir sanar o quadro deficitário,
consegue-se ao mínimo uma redução significativa dos comprometimentos futuros. Metodologia:Para
este propósito, duas frentes de trabalho serão utilizadas : o acompanhamento das crianças que
compõe o grupo de risco e formação de agentes multiplicadores por equipe multiprofissional.
Resultados: Espera-se através desta ação preventiva a diminuição da detecção tardia de crianças
com atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor e minimização de quadros deficitários em
crianças deficientes pela estimulação precoce. Conclusão: Como o presente trabalho apresenta foco
preventivo e baseia-se em teoria de plasticidade neuronal – intensa na primeira infância –
acreditamos que a mensuração de dados somente possa se dar em longo prazo.
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PROGRAMA DE DETECÇÃO PRECOCE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM CRIANÇAS EM FASE
ESCOLAR
Rizzi FML, Mota CO, Monteiro DCM.
Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem - ATEAL
Introdução: Toda deficiência auditiva não detectada e tratada a tempo, faz com que o
desenvolvimento educacional, intelectual, lingüístico, cognitivo e social da criança seja prejudicado.
Para garantir este desenvolvimento e o processo de alfabetização, é importante considerar o tempo
levado para se detectar uma alteração auditiva. Por isso a varredura de via aérea em escolares é
considerada uma ação básica de saúde permitindo identificar precocemente crianças com sinais de
perdas auditivas e orientar os pais sobre a necessidade da realização de tratamento médico
adequado. A ATEAL em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e Educação de Jundiaí
elaborou o “Programa de Detecção Precoce de Alterações Auditivas em Crianças na Fase Escolar”.
Objetivo: Verificar precocemente a incidência das alterações auditivas, sem sintomas aparentes, das
crianças em fase escolar, das escolas municipais de Jundiaí. Metodologia: Foi feito um estudo
retrospectivo dos resultados encontrados, entre outubro de 2009 e setembro de 2010, considerando
como critérios de inclusão os alunos matriculados regularmente, no primeiro e segundo ano do ensino
fundamental, nas escolas municipais de Jundiaí, com as autorizações assinadas e anamneses
respondidas pelos responsáveis. Foi usada a Unidade Móvel da Ateal (com o tratamento acústico
necessário), para a varredura da via aérea, na intensidade de 20 dBNA, nas freqüências de 500, 1K,
2K, 4K e 8K Hz. O resultado para os pais foi passado por escrito, com os encaminhamentos, quando
necessário. Para a escola foi fornecido um relatório final com todos os resultados encontrados.
Resultados: Do total de 1096 crianças que participaram, 75,82% passaram em ambas as orelhas,
3,10% falharam em pelo menos uma das orelhas, 17,88% passaram, mas devido as queixas
auditivas encontradas na anamnese foram encaminhadas para o ORL da UBS, e 3,19% não
concluíram o exame. Conclusão: Foi possível detectar as alterações auditivas, que poderiam interferir
no desenvolvimento educacional e social. Sendo feitos os encaminhamentos e intervenções
necessárias. Logo, foi visto a grande importância da atuação da Fonoaudiologia dentro do ambiente
escolar, bem como das orientações aos pais e professores para auxiliarem neste processo.
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PROGRAMA AMIGO DO NEONATO: DESENVOLVIMENTO E ACOMPANHAMENTO (PANDA) INSERÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ASSISTÊNCIA EM UTI NEONATAL
Tanaka CK, Aguiar IFV, Perracini CP, Wolle CC, Zamberlan M.
HOSPITAL INFANTIL DARCY VARGAS – Secretaria de Estado de Saúde
INTRODUÇÃO: Inicialmente, estudos sobre estimulação não nutritiva no atendimento ao prematuro
ampliaram a visão quanto a necessidade de intervenção junto a esta população. O cuidado em
relação à promoção do aleitamento materno com a manutenção da lactação e o fortalecimento de
laços afetivos entre pais e bebês tiveram amplas campanhas, tal como o Método Canguru e Iniciativa
Hospital Amigo da Criança. Num hospital de alta complexidade referência nas áreas de cirurgia
pediátrica, nefrologia, hematologia e oncologia os pacientes que necessitam ficar em UTI neonatal
muitas vezes passam por diversas intercorrências que interferem no sucesso do aleitamento natural.
Organizar a assistência ao neonato através de contínuas trocas inter e intraequipes e atuar através
de abrangentes estratégias de atendimento humanizado é uma das prioridades da mesma.
OBJETIVO: Promover amamentação, propiciar introdução segura da alimentação via oral e promover
adequado desenvolvimento orofacial, de fala, de linguagem e global através de modalidades
diferentes de atendimento fonoaudiológico: atendimento no leito, acolhimento em grupo de pais e
seguimento ambulatorial em conjunto com equipe multidisciplinar do desenvolvimento infantil.
METODOLOGIA: Na UTI neonatal, além do atendimento da dupla bebê-mãe em que se realizam:
avaliação da prontidão do neonato para alimentação via oral, estimulação de sucção e introdução
gradual do aleitamento natural ou artificial, também orienta-se quanto à estimulação da produção e
manutenção da lactação. Paralela e conjuntamente com outros profissionais, durante o período de
internação, o fonoaudiólogo realiza grupo de pais para acolhimento e orientações. No seguimento
ambulatorial, os retornos são mensais e em conjunto e são orientadas aspectos da rotina diária:
amamentação, higiene oral, sono, estimulação global, evitar uso de andador e de hábitos orais,
limites e incentivo a projetos de vida. RESULTADOS: 37,2% recebe alta em aleitamento misto; 21,3%
em aleitamento natural e 42,5% em aleitamento artificial. Continuam mamando no peito até 6 meses
25,5%; até 12 meses 14,9% e acima de 12 meses 14,9%. Os esforços para promover o aleitamento
natural sofrem influência de fatores tais como: ausência de sala de amamentação ou banco de leite
humano; longo período de internação; as graves intercorrências; longo período de intubação,
sedação e uso de sonda e famíias com pouco apoio ou que residem em outros municípios.
CONCLUSÃO: Mudar a proporção de bebês aleitados artificialmente para naturalmente é um desafio,
pois ficar em UTI constitui fator de risco para a amamentação. Acompanhar desde os momentos mais
críticos na UTI fortalece a relação paciente(família) e equipe. Orientações às vezes só são
internalizadas pela família após muitas repetições e com estratégias que vão além do atendimento
clínico, como por exemplo palestras e dinâmicas de grupo. Crianças de UTI podem evoluir para
desenvolvimento sem limites ou com superproteção dos pais, por isso é importante que sejam
realizadas orientações desde os primeiros retornos ambulatoriais. Este seguimento longitudinal
possibilita
verificar a interferência da passagem da UTI no desenvolvimento. A importância do
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trabalho em equipe reforça um aprendizado contínuo, com trocas de olhares e saberes resultando
numa visão integral do paciente e de sua família.
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO
INTERSETORIAL: EXPERIÊNCIA CIRHER-FMRUSP.
MANDRÁ PP, SANTOS CM, BÓ FR, CERA ML, MORENO NS, MOTA ALR, BRAGA GRAB,
MENDONÇA RE, WITT M, GONÇALVES TC, CASSIANI RA, PINOTTI KJ
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto
Introdução: A implantação de um programa de educação continuada para fonoaudiólogos da atenção
básica é uma estratégia de aproximação entre serviços em diferentes níveis de complexidade
tornando-se um espaço importante de reflexão sobre a prática, a atualização técnico-científica, bem
como o reconhecimento dos diversos serviços que integram uma rede. A educação permanente em
saúde (EPS) é uma política nacional do MS e uma das metas é a articulação entre as possibilidades
de desenvolver a educação dos profissionais e a ampliação da capacidade resolutiva dos serviços de
saúde. Essa política pública propõe que os processos de capacitação dos trabalhadores tomem como
referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle
social em saúde. Considerando a necessidade de aprofundamento e expansão de nossa relação com
os fonoaudiólogos do serviço público dos 26 municípios que compõe a DRS XIII, com sede em
Ribeirão Preto, SP, inserimos no plano operativo do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital
Estadual de Ribeirão Preto (CIRHER) a proposta de um programa de educação continuada para
esses profissionais. Objetivo: descrever a experiência no desenvolvimento de um programa de
atualização para fonoaudiólogos. Método: Estudo descritivo para o relato da experiência de uma
atividade educativa desenvolvida com fonoaudiólogos da atenção básica de 26 municípios da
DRSXIII. Entre novembro de 2008 a dezembro de 2009 realizamos 9 oficinas na sala de aula do CIR,
os temas abordados foram definidos pelos fonoaudiólogos e os ministrantes foram docentes e
colaboradores do CIR. Resultados: Nos três encontros de 2008 foram abordados a gestão do serviço,
guia de referência, critérios eletivos e o fluxo da demanda para o CIR, participaram uma média de 35
profissionais/oficina. Em 2009 foram realizados 6 oficinas sobre: a) Regulação CIRHER e DRSIII, 18
participantes; b) Atendimento em grupo, 25 participantes; c) Programa de reabilitação, metas e alta,
37 participantes; d) Reabilitação Fonoaudiológica: CAS, 25 participantes; e) Gagueira, 30
participantes; f) Dia do Fonoaudiólogo e apresentação de painéis dos serviços municipais, 30
participantes, a média de fonoaudiólogos no período foi 27,5. Os encontros foram divididos em dois
momentos: no primeiro momento reservado para informações sobre o serviço e discussão do fluxo,
bem como esclarecimento de dúvidas, e no segundo momento era desenvolvido o conteúdo
previamente selecionado, ao final oferecíamos um café. Constatamos que em alguns municípios os
gestores não autorizavam a saída do profissional para as oficinas e nestes fizemos um trabalho de
sensibilização junto aos colegiados da DRSXIII. Conclusão: A aproximação com os profissionais da
rede básica foi fundamental para a organização de critérios e fluxo para os níveis de atenção
primário, secundário e terciário, e ao mesmo tempo criou a oportunidade de oferecermos a extensão
em forma de educação continuada, com cursos de curta duração. Consideramos que estamos
cumprindo nosso papel de extensão universitária não só pelos atendimentos realizados no CIR, mas
91
também promovendo mecanismos de apoio e oferecendo recursos para a atualização técnicocientífica para os fonoaudiólogos participantes.
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PROGRAMA “LER PARA CRESCER”: MEDIAÇÃO PARA ESTÍMULO DA LINGUAGEM EM
BEBETECA NOS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Barbosa LMS, Hosokawa PSB, Vieira ESM, Viola IC.
Centro Interdisciplinar de Assistência Educacional (CIAE) da Secretaria Municipal da Educação de
Lorena. Faculdades Integradas Teresa D´Ávila.
Introdução: Este projeto, implantado em 25/02/2008, surgiu da necessidade de promover a saúde do
escolar e intervir em fase de intenso desenvolvimento físico, psicológico e social. Objetivo: O
programa foi desenvolvido visando introduzir o livro no cotidiano das crianças como objeto lúdico e
como meio para estimular o desenvolvimento da linguagem. A mediação por meio de histórias
contadas objetiva o desenvolvimento da capacidade de ouvir; o aumento de vocabulário; a exposição
à modelos corretos de fala; a capacidade de sequênciar idéias; o aprendizado de noções de
causalidade e tempo; a habilidade de reconhecer sinais verbais, o aumento do tempo de atenção; o
desenvolvimento da imaginação e criatividade; tornar o ritmo e os sons da fala experiências de
sonoridade e estabelecer relação entre oralidade e escrita. Metodologia: Participaram do programa
todas as crianças com idade entre nove meses e três anos, matriculadas nas classes de berçário e
maternal dos sete Centros Municipais de Educação Infantil de Lorena (CMEI), SP. Doze alunas do 2º
ano de Fonoaudiologia, supervisionadas pelas fonoaudiólogas do CIAE, órgão da Secretaria da
Educação, e pela professora da disciplina de Fonoaudiologia Comunitária, estimularam grupos de
crianças em encontros de uma hora, semanalmente, durante oito meses. Conjuntamente foram
realizadas palestras para sensibilização das gestoras e técnicas das CMEIs sobre o significado do
programa, os objetivos e para a apresentação do esquema de funcionamento. As gestoras, as
técnicas e os pais receberam orientações sobre o programa (objetivos e operacionalidade) para que
se tornassem multiplicadores do projeto. Para sedimentar a adesão aos objetivos os pais e técnicas
das CMEIs receberam folders com dicas e orientações . Para estímulo da linguagem foram
escolhidos 23 livros e dois CDs indicados para a faixa etária de zero a três anos de idade,
selecionados para estimular os cinco sentidos (visão, tato, audição, gustação e olfato), durante o
manuseio pelas crianças. Resultados: No total 453 crianças, das 949 matriculadas nas CMEIs em
2008, participaram do programa, sendo que todas realizaram as atividades mais de cinco vezes. As
dificuldades encontradas foram: a resistência do uso de livros para bebês, o envolvimento dos
multiplicadores para continuar ao programa, o treinamento das mediadoras. Obtiveram-se os
seguintes resultados positivos: o interesse pelos livros despertado pela familiarização precoce; o
gosto por ouvir histórias; o aprendizado de novas palavras; o respeito e o cuidado com os livros; o
aumento do tempo de atenção; o estimulo familiar à reflexão sobre a importância da leitura; o contato
afetivo pais/criança; a possibilidade de novas situações de estimulação cognitiva, de linguagem, fala
e audição. Conclusão: A implantação de Bebetecas na Rede Municipal mostrou-se um dispositivo de
fácil implementação, de baixo custo, de retorno concreto, uma vez que desenvolve habilidades
motoras, cognitivas, linguísticas e sócio afetivas. A aprendizagem de leitura e escrita e a prevenção
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de distúrbios podem ser minimizadas por adultos, que propiciem o convívio com os livros e a leitura
precocemente.
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PROGRAMA EDUCACIONAL DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO
Martino E, Genu AC, Souza JM, Takemoto VF, Martins JL.
Universidade Guarulhos
Introdução. Apesar dos avanços nas taxas de aleitamento materno observados na última década, a
situação do aleitamento materno no Brasil ainda está longe da preconizada pela Organização Mundial
da Saúde: amamentação exclusiva até o sexto mês e aleitamento materno com alimentos
complementares até dois anos ou mais de idade. Estudos populacionais informam um padrão
insatisfatório de aleitamento materno; aos trinta dias, somente 29% das crianças exclusivamente
amamentadas, e aos quatro meses, apenas 4,6%. Muitos estudos também têm sido realizados com o
objetivo de avaliar quais intervenções seriam mais efetivas para um aumento das práticas de
amamentação. Dentre elas encontram-se os 10 passos sugeridos pela OMS. Acredita-se também na
intercessão educação/saúde, como prática efetiva na promoção e incentivo ao aleitamento materno.
Assim, foi elaborado um programa educacional de informação a crianças do ensino infantil e
fundamental I sobre os benefícios do aleitamento materno.Objetivo. Elaborar estratégia de sensibilização
aos familiares de crianças do ensino infantil e fundamental I iniciada por disseminação de informação
sobre os benefícios do aleitamento materno às crianças. Colaborar para que as informações passadas,
através de estratégias educacionais, culturais e de lazer,atingissem seu objetivo de sensibilização e
mobilização para a prática do aleitamento materno.Metodologia. Foram selecionadas ao acaso, 04
Instituições de ensino público nos níveis infantil e fundamental I, e um Pronto Atendimento Infantil no
município de Suzano.Foram distribuídos textos informativos sobre a importância e benefícios do
aleitamento materno aos professores e profissionais da saúde, e solicitado que sugerissem atividades
artísticas para a expressão da compreensão,por parte dos alunos e pacientes, do material socializado.
Concomitante a esta ação foi apresentada peça teatral intitulada “ O bebê quer mamar” por alunos do
curso de Fonoaudiologia enfatizando a relação do apego no binômio mãe/bebê e as informações
contraditórias do senso popular recebidas pela mãe
nas diferentes relações sociais: marido, mãe,
vizinhas,.. Resultado. Foram recebidas 250 produções artísticas entre elas, frases alusivas a importância
da amanentação e desenhos com temas de cuidados e práticas do aleitamento materno.Nas crianças
internadas e sob cuidados no Pronto Atendimento nota-se a produção de desenhos contextualizados no
ambiente hospitalar contendo a prática da amamentação pelas mães no leito.Não foi objeto desta ação a
análise afetiva/emocional destas produções, embora ficasse evidente a manifestação do apego, sendo
segundo a literatura ,o fator preditivo mais importante para um apego seguro , a qualidade da interação
diádica na infância.Conclusão.
Após as ações de informação e sensibilização sobre a importância do
aleitamento materno, foram colhidos relatos de professores informando sobre a ida das crianças até os
familiares, em especial às mães solicitando informações sobre o seu processo de aleitamento:
impressões, tempo em que ocorreu, duração e resgates afetivo/emocionais deste período .Esta ação
resultou em um movimento de questionamentos sobre informações do senso popular que em muito
dificultam a continuidade do aleitamento. Esta ação com caráter educativo fez uso da crítica lúdica,
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oferecida pela peça teatral, como forma de contrapor informações facilitadoras e formativas para uma
cultura do aleitamento materno.
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PROJETO: FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA – REORGANIZANDO AS PRÁTICAS DE
GESTÃO E ATENÇÃO EM SAÚDE.
Silva MV, Ribeiro C.
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP.
Departamento Regional de Saúde – DRS III – Araraquara.
Introdução: Movimentos mais recentes através do Colegiado de Atenção Básica do DRS III
Araraquara, que conta com a participação de representantes dos 24 municípios de sua abrangencia,
possibilitou um olhar dirigido ao campo da Atenção Básica, que se configura problemático, uma vez
que tem sido foco de análise e crítica por parte dos gestores, trabalhadores e usuários dos
municípios. Revelou a necessidade de transformação das práticas de saúde realizadas, pois a forma
como os serviços estão organizados, fragmenta os processos de trabalho, mantém o modelo de
atenção com enfoque na doença, com trabalho em equipe praticamente inexistente, realizando um
acolhimento que se reduz à recepção dos usuários, com pouco vínculo e responsabilização pela
saúde da população. Identificado o cenário regional o Centro de Desenvolvimento e Qualificação para
o SUS – CDQ - SUS – SES/SP iniciou uma reflexão nas reuniões dos Colegiados de Gestão
Regional - CGR que compõem o DRS III, estimulando os secretários municipais de saúde para
utilizarem a problematização das práticas nas unidades de saúde, como matéria prima para o
levantamento de necessidades de educação permanente. Dessas reflexões o que foi apontado por
gestores e trabalhadores de saúde indica a urgência de uma intervenção direta e localizada nas
equipes de saúde como também o fortalecimento, transformação e revitalização da atenção básica.
Objetivos: Propiciar espaço de reflexão e instrumentalização das práticas desenvolvidas pelos
trabalhadores da atenção básica, visando construir soluções inovadoras para os processos de
trabalho envolvendo a gestão e atenção em saúde, utilizando ferramentas das Políticas de Educação
Permanente e Humanização; Possibilitar a apropriação de referenciais teóricos e metodológicos para
a produção de mudança na gestão e processos de trabalho realizados nas unidades básicas de
saúde/ESF; Refletir e propor soluções sobre os problemas que se apresentam no cotidiano das
unidades básicas de saúde/ESF; Fortalecer as equipes para compreender a complexa dinâmica da
produção da tríade saúde-doença-cuidado e intervir com soluções criativas sobre problemas de
gestão dos serviços e processos de trabalho em saúde. Metodologia: A metodologia adotada foi
desenvolvida no sentido de: articular as necessidades de forma descentralizada; aproximar as
práticas dos serviços, com práticas de investigação e reflexão teórica; buscar a resolução de
problemas, possibilitar uma aprendizagem participativa e significativa, dialógica, centrada nos
processos de trabalho e com problematização das realidades locais; desenvolver e qualificar as
equipes para criar condições de mudanças na gestão e na atenção, com alinhamento e
reorganização das ações, ampliando e qualificando as práticas em saúde para fortalecer a Atenção
Básica. Mediante três instâncias de aprendizado complementares: 06 Oficinas Gerais desenvolvida
com todos os envolvidos, onde foram discutidos temas propostos; 16 Oficinas Regionais itinerantes
entre os municípios que compõem os CGR(s); e, atividades de dispersão/intervenção determinada
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pela dinâmica estabelecida nas equipes em que os trabalhadores participantes estão inseridos.
Resultados: Oportunidade de participação de um trabalhador por UBS/ESF, perfazendo um total de
168 vagas disponibilizadas, sendo preenchidas por 144 trabalhadores/participantes, destes
concluíram o projeto 139; O protagonismo de novos atores; Criação de espaços de conversa/reunião
de equipe nas Unidades; Aproximação das ferramentas e dispositivos das Políticas de Educação
Permanente e Humanização; Problematização dos processos de trabalho;
Fortalecimento das
Equipes da Atenção Básica; Movimentos de aproximação da Gestão e Atenção; e possibilidade de
participar de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde
PPSUS – SP
MS/CNPq/FAPEPS/SES SP – Edital FAPESP/2009, intitulado: “Projeto de Educação Permanente em
Saúde de Fortalecimento da Atenção Básica nos municípios do Departamento Regional de Saúde III
– DRS III Araraquara: Análise e Perspectivas”. Conclusão: As autoras deste trabalho, fonoaudiólogas
de formação, coordenaram este projeto ancoradas na tarefa de implementar as Políticas de
Educação Permanente e Humanização. Reconhecem que esta experiência fortalece a ampliação do
campo de atuação da fonoaudiologia e consolidam práticas ampliadas e multidisciplinares. A
educação permanente e a humanização ofertam ferramentas potentes que podem ser utilizadas na
prática fonoaudiológica.
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PROJETO RE–CONHECER: CUIDANDO DO CUIDADOR
Leite Praça E, Voboril, M.
UBS ligadas à Associação Comunitária Monte Azul
Introdução: o projeto re-conhecer está sendo realizado desde maio de 2006 junto aos profissionais
que atuam no Programa Saúde da família, do distrito de saúde de M'boi Mirim da secretaria da saúde
do município de São Paulo que envolve cerca de 800 profissionais da saúde e agentes comunitários.
Os cuidadores, se por um lado, dizem sentir prazer e satisfação com o trabalho, por outro, sofrem
com a carga psíquica demandada. O novo paradigma da salutogênese mostra uma nova direção
onde a saúde é vista em todos os seus níveis: físico, emocional e espiritual. A moderna compreensão
do sistema imunológico, seu papel na prevenção da doença e na recuperação, e sua íntima ligação
com nossas emoções e hábitos diários nos dizem que o modo como vivemos, os hábitos físicos,
emocionais e mentais exerce influência sobre a capacidade de resistir às doenças e criar mais saúde
e bem-estar. Sabemos que todo ser vivo vivencia um processo cíclico que no homem caminha para o
despertar da consciência. O estudo da biografia humana que utiliza a observação sistemática das
fases da vida permite aos profissionais da saúde compreender melhor suas vivências e
transformações bem como as do outro, tornando-se facilitadores do processo de desenvolvimento,
conhecimento e de cura. A biografia humana, alicerçada nos estudos antroposóficos de Rudolf
Steiner, epistemólogo austríaco, está dividida em três grandes fases: desenvolvimento físico,
emocional e espiritual, cada qual possuindo suas características próprias. A fase do desenvolvimento
físico é a base da biografia e se espelha de forma inconsciente na fase seguinte, a do
desenvolvimento emocional. A fase do desenvolvimento espiritual reflete de forma consciente a
vontade do homem e representa a fase da maturidade da existência. Por outro lado, utilizando-se o
método fenomenológico de Goethe para a observação de plantas, são oferecidos subsídios para o
entendimento da expressão do ser humano no mundo. Por meio da forma, cor e ciclo do
desenvolvimento da planta, pode- se identificar sua relação com o modo de ser e fazer do ser
humano. Com essa forma de entender verificamos que é tarefa do fonoaudiólogo melhorar o diálogo
interno e externo dos indivíduos fazendo com que a expressão no mundo seja feita de forma
harmoniosa e equilibrada. Objetivo: desenvolver a percepção e promover saúde física, emocional e
mental aos cuidadores: médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde
favorecendo melhor comunicação consigo mesmo e com o outro. Metodologia: observação das fases
da vida e observação fenomenológica da natureza associando o gesto da planta e o gesto do ser
humano, realizados através de vivências artísticas. Resultados e conclusão: Os resultados nos
mostram que os cuidadores (1) identificam tarefas práticas de profilaxia que visam a salutogênese de
si mesmo e para o grupo, (2) ampliam a percepção de si mesmo e do outro, (3) reconhecem-se como
seres em eterno desenvolvimento físico, psíquico e espiritual, (4) resgatam a alegria de viver, nova
motivação para a vida e para o trabalho, (5) descobrem novas potencialidades para as relações de
grupo.
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PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: RECÉM NASCIDO DE ALTA HOSPITALAR APÓS
FRENECTOMIA DE LÁBIO SUPERIOR
Escarpelini TG, Cruz LC, Robes A, Yamamoto S.
Associação Beneficente Jesus, José e Maria - Guarulhos, SP
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), os trabalhadores da saúde devem proteger, promover e apoiar o aleitamento
materno exclusivo até seis meses e sua continuação até dois anos ou mais. Além dos benefícios
nutricionais do leite materno para o recém nascido (RN), amamentar também traz benefícios para a
mãe, além do vinculo mãe/bebê. Entretanto, o aleitamento materno nem sempre é possível, pela
dificuldade emocional ou fisiológica materna; ou RN com dificuldade na fase oral: preensão (boa
pega) do mamilo, pressão intraoral negativa, força e ritmo de sucção, deglutição efetiva, coordenação
sucção, deglutição e respiração. Descreveremos o caso do binômio A.C.M. 16 anos, primigesta, RN
sexo masculino,
DN: 04/08/2010, PN: 2.900 g, apgar 9/10, IG: 39 2/7 semanas. Puérpera
com ótima produção de leite, acompanhada pela sua mãe durante toda internação. Foi solicitada
avaliação fonoaudiológica em 06/08/2010 devido à dificuldade de alimentação do RN. Foi
diagnosticada a inserção anômala do frênulo labial superior, que reduzia sua mobilidade e dificultava
a amplitude na abertura da cavidade oral, conseqüentemente à preensão do seio materno. Frênulos
labiais são pregas sagitais da mucosa alveolar. De um lado à superfície interna do lábio e do outro,
localizados na gengiva da linha mediana dos maxilares, entre os incisivos centrais. É uma estrutura
anatômica e está sujeita as variações em sua forma, tamanho e posição. Sua função é limitar
movimentos labiais, promovendo estabilização da linha média do lábio e impedindo excessiva
exposição da mucosa gengival. No RN sua função é maior, auxilia o trabalho de sucção do músculo
orbicular da boca. Objetivo: Promover o aleitamento materno exclusivo e garantir o aporte calórico do
RN para o desenvolvimento pôndero-estatural. Metodologia: Mediante o desejo da mãe em
amamentar, o apoio contínuo da avó materna e a discussão da equipe, solicitamos avaliação da
Odontopediatra (contratada exclusivamente para o caso). Na avaliação foi indicada a frenectomia e
executada sem intercorrências em 09/08/2010. Resultados : No período inferior a 12 horas após o
procedimento, o RN já estava mamando em seio materno sob livre demanda, sem apresentar
nenhum tipo de dificuldade de preensão. Mãe e RN recebem alta em 10/08/2010, peso 2.715g.
Atualmente o RN é acompanhado no ambulatório de fonoaudiologia do serviço e permanece em seio
materno exclusivo. Após 21 dias da alta RN com peso 3.435g (+ 720g). Conclusão: A situação era
favorável para o sucesso da amamentação. Apesar da mãe ser adolescente, existia o desejo em
amamentar. A hiperprodução láctea favorecia a nutrição do RN somado ao apoio constante da avó
materna. Torna-se necessário aos profissionais da saúde que trabalham com o binômio maternoinfantil, ficarem atentos não só na anatomia e fisiologia da lactação, bem como, os reflexos e as
estruturas da cavidade oral. Solicitar avaliação fonoaudiológica, caso identifique qualquer anomalia
que interfira no processo da amamentação. Concluímos que a detecção precoce e a pronta correção
100
(frenectomia), contribuíram para o sucesso do aleitamento materno, tornando-as imperativa nestas
situações.
101
PROPOSTA FONOAUDIOLÓGICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE VOLTADA AO CUIDADO
AMBIENTAL E PESSOAL EM UMA COMUNIDADE ASSISTIDA PELO PSF
Moura GM, Santos EJ, Ferreira K, Souza LNP, Rodrigues NCN, Rodrigues V.
Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Introdução: A Saúde Coletiva é definida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (2006) como um
campo voltado para elaboração de estratégias de planejamento e gestão em saúde, visando à
intervenção nas políticas públicas, bem como atuação na atenção à saúde e nas esferas de
promoção, prevenção, educação e intervenção. O fonoaudiólogo, portanto, se encontra frente a uma
visão macro, ao desafio de gerar novas perspectivas identificando as necessidades e condições de
vida das comunidades e intervindo em suas realidades. Objetivos: Como parte do Estágio
Supervisionado (Módulo PSF) realizado no Centro de Saúde Escola Barra Funda com alunos do 3º
ano de graduação do curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP, desenvolvemos um plano de ação
fonoaudiológica com caráter educativo no Cingapura Água Branca, com a comunidade assistida pelo
PSF. Este estudo tem o objetivo de apresentar a referida ação e relatar suas experiências.
Metodologia: Por meio de visitas domiciliares estabelecemos contato com a área, buscando conhecer
a realidade da comunidade para a proposição de ações fonoaudiológicas que se aproximassem de
suas necessidades. Foi desta forma que nos deparamos com a problemática do lixo, com a falta de
cuidado ambiental e pessoal que afeta a saúde geral dos moradores da região. Das discussões
realizadas percebemos a correlação dos problemas advindos desta falta de cuidado com os aspectos
fonoaudiológicos, entre eles: problemas respiratórios, bucais, de aprendizagem e de comunicação.
Desenvolvemos, então, um material educativo em linguagem não-verbal, a fim de que a mensagem
visual pudesse atingir a todos da comunidade, alfabetizados ou não. Inicialmente identificamos as
famílias-alvo e elegemos aquela que apresentou maiores componentes problemáticos, de acordo
com as correlações entre lixo e aspectos fonoaudiológicos, como mencionado anteriormente. Em
visita subsequente apresentamos o material aos membros da família: pai, mãe e dois filhos
adolescentes. Como parte da ação os mesmos foram orientados quanto à importância da higiene
ambiental e pessoal para a saúde geral e fonoaudiológica e bem-estar dos moradores. Soluções
práticas, sem custo ou de baixo custo foram sugeridas pela equipe sensibilizando-os para o fato de
que estes cuidados são possíveis mesmo em contextos sociais desfavorecidos. Mais duas visitas
foram realizadas com intervalos de 1 semana para que as orientações fossem retomadas e
ajustadas. Resultados: A família destacou a importância da higiene ambiental e pessoal na melhora
da sua qualidade de vida, percebendo que estes cuidados contribuem para evitar doenças e
problemas respiratórios. Um dos adolescentes ressaltou que o cuidado com a casa trouxe maior
envolvimento familiar e referiu melhora na disposição para os estudos devido a um ambiente físico
mais saudável e propício à concentração, atenção e interação. Conclusão: A ação desenvolvida nesta
comunidade nos mostrou a abrangência e o impacto que o trabalho fonoaudiológico pode ter na
Saúde Pública. Permitiu-nos discutir sobre novas possibilidades neste campo de atuação,
compreendendo que este trabalho está além da reabilitação de doenças, abrangendo aspectos da
102
promoção e prevenção em saúde, onde o fonoaudiólogo pode, por meio de ações educativas,
contribuir na melhora da qualidade de vida dos indivíduos, com foco nos aspectos fonoaudiológicos.
103
RASTREAMENTO AUDITIVO NO IDOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES DO
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DA PUC-SP
Camargo N, Hayashi NY, Oliveira AP, Sobreira ACO, Gregório CM, Fanale MR, Laurindo TR, Reis
RB, Trenche MCB.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
INTRODUÇÃO: : O pacto pela vida reforça no Sistema Único de Saúde (SUS) a prioridade de ações
voltadas atenção ao idoso. A identificação de alterações da audição, vertigem, chiado ou zumbido no
ouvido ou de qualquer outro fator que possa prejudicar o uso da comunicação e a interação social de
idosos deve ser acompanhada de intervenção (orientação, encaminhamento e acompanhamento)
especializada, pois esta pode resultar em importante contribuição para a qualidade de vida dessa
população.
OBJETIVO: Relatar uma experiência de rastreamento auditivo do idoso durante a
campanha de vacinação contra influenza A (H1N1) nas UBSs Vila Ramos e Augusto Galvão realizada
por estudantes do curso de Fonoaudiologia. MÉTODO: Foi utilizado um questionário de 52 perguntas
relacionadas com a saúde auditiva do idoso e realizada a meatoscopia, além da observação em
situação de comunicação. RESULTADOS: As equipes do PSF foram orientadas sobre aspectos
indicativos de risco da saúde auditiva. Dos 184 sujeitos participantes 105 eram do sexo feminino e 79
masculino. A faixa etária variou de 61 a 83 anos. As queixas mais freqüentes foram dificuldades
auditivas 98 sujeitos, zumbido 75, e que escuta mais não entende 69, com alguma queixa social 65,
sendo que 20 relacionaram o ambiente de trabalho com a perda auditiva. Frente ao número alto de
idosos com queixa auditiva foram feitas orientações e encaminhados para Centros de Referência da
Saúde Auditiva para esse território. CONCLUSÃO: A intervenção ratifica a necessidade de atenção à
saúde do idoso. Aproveitar a campanha de vacinação otimizou o deslocamento do idoso, permitindo
maior abrangência da ação. Destaque deve ser feito ao envolvimento de outros profissionais e ao
matriciamento de questões da saúde auditiva. A intervenção também foi considerada relevante para
a formação profissional dos estudantes.
104
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA UBS – UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE - TRABALHANDO
COMO NAAB – NÚCLEO DE APOIO À ATENÇÃO BÁSICA -PROPOSTA GUARULHENSE
Loureiro MHA, Costa LAC, Sequeira MLS, Coco JS, Cabral CCJ.
Equipe do NAAB UIRAPURU – Região de Saúde IV – Guarulhos, SP.
Em 2005 Guarulhos lançou a Política Municipal de Humanização e desde então vem adotando
estratégias de capacitação de recursos humanos para sua implantação e implementação. Nessa
seara em meados de 2006 iniciou-se a implantação das equipes de saúde da família - compostas por
médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, sendo modelo de
Atenção Primária a Saúde e tem se colocado como a principal política para viabilizar a atenção a
saúde em todo o território nacional. Paulatinamente percebeu-se a necessidade de ampliar o escopo
das ações de saúde para esta população, iniciando-se então a entrada de novos profissionais –
fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais - através das equipes NASF – núcleo de apoio em Saúde da Família. Dentro
do município, já havia equipes de saúde formadas por um ou mais destes profissionais –
fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e educadores físicos – atuando em equipamentos de
saúde da Atenção Primária. Como adequar o trabalho destes profissionais, aproveitando a
experiência que já dispunham no âmbito da saúde integral somadas às ações das atuais equipes
NASF, mas mantendo-se em unidades de saúde tradicionais? A Secretaria de Saúde de Guarulhos
lançou então em 2009 a proposta de tais profissionais atuarem como NAAB – Núcleo de Apoio à
Atenção Básica - em alvitre semelhante à proposta NASF em implementação. Dentro desta proposta,
os profissionais atuam em três frentes principais de trabalho: Apoio Matricial da rede de saúde
primária; clínica ampliada - formulação de PTS (projetos terapêuticos singulares - individuais e
coletivos) junto às equipes de saúde e aos pacientes/famílias envolvidas; orientação e/ou
atendimento dos casos, preferencialmente em grupos, para a resolução das dificuldades de saúde
encontradas, que se enquadrem dentro de uma UBS ou encaminhamento dos casos mais graves
para outros equipamentos de saúde do município. Estas ações na saúde pública servem como
instrumento de promoção e recuperação da saúde, de prevenção das doenças, de melhoria do bemestar social e da qualidade de vida. No matriciamento, ocorrem reuniões periódicas dos profissionais
do NAAB com as equipes de saúde das UBS tradicionais, com o objetivo de orientar os profissionais
sobre as atuações específicas dos profissionais NAAB, discutir casos dentro de uma visão multi e
interdisciplinar para a adequação do atendimento de saúde para cada um destes casos e contribuir
na formulação dos PTS. Vivenciar a proposta do matriciamento, de acordo com a perspectiva da
clínica ampliada, implica em uma profunda mudança na própria lógica da oferta, que se propõe a
operar não mais enquanto equipamento-centrado, para constituir-se em usuário-centrado,
enfatizando a importância da equipe multidisciplinar e de referência, bem como seu processo de
trabalho, para que os integrantes das equipes, resguardando suas especificidades, valorizem a
intersecção dos conhecimentos, somando contribuições com um objetivo em comum – o paciente.
105
As equipes NAAB estão inseridas em redes de serviços em contextos sociais adversos. Dentro dessa
dinâmica sua funcionalidade, eficácia e eficiência carece ser constantemente reavaliada, buscando
sempre respeitar os princípios do SUS, a integralidade da atenção e a incorporação de novas
tecnologias e dispositivos técnicos-assistenciais.
106
RELAÇÃO ENTRE GRAUS DE DESVIOS FONOLÓGICOS E HÁBITOS DE SUCÇÃO ATÉ 4 ANOS
Maldonade IR.
Prefeitura Municipal de Campinas
Introdução: Na aquisição fonológica com desvios fonológicos a adequação ao sistema fonológico, não
é atingida espontaneamente e/ou na mesma sequência constatada no maior número de crianças,
nem na faixa etária esperada (4/5 anos). Logo, processos fonológicos são observados na fala dessas
crianças depois dessas idades. Dentre as possíveis causas para tais alterações estão os hábitos
orais como uso prolongado de chupetas, mamadeiras e a sucção digital. Objetivo: verificar se há
diferenças entre os sistemas fonológicos de crianças com desvios fonológicos que fizeram uso de
chupeta não ortodôntica até os 4 anos (grupo 1) e crianças que realizaram sucção digital até os 4
anos (grupo 2) e se tais diferenças são estatisticamente significativas. Metodologia: Foram
pesquisados 20 prontuários de crianças (meninos e meninas) com 6 anos de idade distribuídos
igualmente entre os dois grupos numa Policlínica em Campinas. O levantamento do quadro fonéticofonológico foi obtido por conversa espontânea. No prontuário, havia dados de anamnese e de
evolução terapêutica. Foram excluídas da pesquisa crianças que apresentassem quaisquer outros
tipos de alterações de outra natureza: neurológicas, emocionais, audiológicas, cognitivas, e/ou
qualquer tipo de deficiência física e/ou mental. Todas as crianças apresentavam distúrbios em
motricidade oral além de mordida aberta anterior. Os dados obtidos foram submetidos à análise
estatística. Resultados: As diferenças entre o grupo 1 e 2 foram significativas conforme evidenciado
pelo teste qui-quadrado.Foram encontrados os seguintes processos fonológicos: simplificação de
encontro consonantal, simplificação e substituição de líquidas, apagamento de coda, frontalização de
palatal, ensurdecimento de fricativas e plosivas, dessonorização e plosivização de fricativas. Foram
encontrados diferentes graus de severidade dos desvios: 37% de leves, 22,5% de moderados e
30,5% de severos. Entre os severos a maioria eram meninos e entre os leves a maioria eram
meninas. 80% das crianças que fizeram sucção digital apresentaram desvios fonológicos severos e
moderados, sendo que apenas uma criança que fez uso de chupeta não ortodôntica apresentou
desvio fonológico severo e 78% das crianças que fizeram uso de chupeta não ortodôntica
apresentaram desvios fonológicos leves e moderados. Conclusão: Verificou-se que há relação entre o
grau de desvio encontrado e tipo de sucção realizada até os 4 anos de idade e ela é significativa, em
termos estatísticos.
107
REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DA DIMENSÃO VOCAL DO QUESTIONÁRIO CONDIÇÃO
DE PRODUÇÃO VOCAL DO PROFESSOR – CPV-P
Esteves AAO, Giannini SPP, Latorre MRDO, Andrada e Silva MA, Ferreira LP.
PUC-SP
INTRODUÇÃO: no Brasil, não existem instrumentos para avaliar a condição de produção vocal do
professor, devido a isto, desde 1999, vem sendo construído um instrumento, a partir das queixas
destes profissionais, que se propõe a suprir esta necessidade. Para tanto, é necessário constatar a
reprodutibilidade da autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do questionário denominado
Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P). Verificar se um participante ao relatar que
possui sintomas como: rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz, entre outros, irá confirmar estas
queixas vocais em um determinado tempo depois. OBJETIVO: avaliar a reprodutibilidade das
questões referentes à dimensão vocal, que fazem parte do instrumento CPV-P. MÉTODO: foi
realizado um estudo transversal observacional. A amostra foi por conveniência, recrutada de forma
seqüencial, entre os professores com distúrbio de voz que procuraram tratamento fonoaudiológico em
um hospital público da cidade de São Paulo. A população foi composta por 36 professoras da rede
municipal de São Paulo. O questionário foi preenchido, em dois momentos, com intervalo de 15 dias
entre as aplicações. As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas quanto à
situação teste-reteste, por meio do teste Kappa (p <0,05), a fim de avaliar a concordância entre os
resultados das duas aplicações do instrumento. RESULTADOS: como caracterização da amostra foi
encontrada maioria (47,2%) casada, com escolaridade superior (91,7%), com tempo de profissão
entre 11 e 20 anos (55,7%), que leciona em educação infantil (61,1%), mais de 40h semanais
(27,8%), em apenas uma escola (58,3%) e com classe definida (80,6%). Em relação aos sintomas
vocais, a maior medida de confiabilidade foi voz grossa (k = 0,74) e a menor rouquidão (k = 0,52). Em
relação às sensações laringofaríngeas, à medida que apresentou maior índice de confiabilidade foi
dor ao falar (k = 0,59) e a menor, o pigarro (k = 0,36). Em hábitos vocais no trabalho, o que
apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água durante a aula (k = 0,88) e o que registrou
menor medida de confiabilidade foi falar em lugar aberto (k = 0,41). Nos aspectos vocais de natureza
diversa, o maior índice de confiabilidade registrado foi faltar ao trabalho por problemas de voz (k =
0,86) e o que apresentou menor índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54).
CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do questionário (CPVP) obteve, no estudo de reprodutibilidade teste-reteste, nível de concordância entre regular e ótimo. A
maioria dos coeficientes Kappa, para os itens analisados do questionário, foram superiores a 0,50 e
os resultados indicaram que estes sintomas, sensações e hábitos vocais são confiáveis para uso em
estudos epidemiológicos.
108
SATISFAÇÃO DE USUÁRIOS ATENDIDOS PELA FONOAUDIOLOGIA DO CENTRO INTEGRADO
DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO (CIRHERP)
Santos CM, Mandrá PP, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE,
Witt M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto
Introdução: O Centro Integrado de Reabilitação (CIRHERibeirão) é parte do Hospital Estadual de
Ribeirão Preto, SP, sua gestão é baseada em contrato entre o governo do Estado de São Paulo e
Organização Social de Saúde (OSS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP). Este
modelo introduziu novos conceitos de relacionamento entre os setores, bem como a pactuação de
metas de produtividade, resolutividade e avaliação da qualidade da oferta de serviços e plano
semestral de aplicação de recursos financeiros. A qualidade dos serviços relaciona-se a índices de
efetividade, eficiência, eqüidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade. A incorporação do
usuário na avaliação tem sido valorizada como um indicador sensível da qualidade do serviço
prestado e de maior adequação no uso do equipamento de saúde. Essa medida é interessante para
gestores, governantes e usuários. Os métodos quantitativos, aplicação de questionários fechados
com respostas escalares, são mencionados como forma de mensuração da satisfação, porque
alcança uma amostra representativa da população, é de fácil aplicação, baixo custo, rápido, pode ser
auto-aplicável e anônimo. Objetivo: verificar o índice de satisfação usuários dos usuários de um
serviço público de Fonoaudiologia de media complexidade. Método: Foram analisados 62
questionários dirigidos com respostas escalares (Muito Ruim-MR, Ruim-R, Regular-R, Bom-B, Muito
Bom-MB) preenchidos por usuários e entregues ao Serviço de Atendimento ao Usuário
(SAUCIRHER), entre abril e dezembro de 2009. Realizamos a analise descritiva por freqüência
relativa. Resultados: Havia a identificação em 96,75% dos questionários, 66,13% recebiam
atendimento uma vez por semana e 25,08% duas vezes. O tempo de espera para conseguir o
atendimento foi (MB) para 48,4%, e entre a primeira consulta e retorno (MB) para 58,6%, e na
recepção (MB) para 51,6%. O agendamento feito por telefone foi (B) para 45% e por carta (MB) para
48,4%, 72,6% avaliaram como (MB) os cuidados prestados, 70,9% como (MB) a relação dos
profissionais com o paciente e a família, e os esclarecimentos foram (MB) para 69,3% e o
atendimento feito com alunos (MB) para 69,3%. O dia, horário e frequência estavam (MB) para
51,6%, os serviços prestados foram avaliados como (MB) por 76,7%, 90,3% consideravam que seu
problema estava sendo resolvido, 96,75% indicariam o serviço e para 62,9% dos usuários o serviço
estava acima da expectativa inicial. A estrutura física e o ambiente foram avaliados como (MB)
62,56% e (B) 21,6%. Esses resultados são parte de um estudo piloto de implantação do controle de
qualidade do serviço. Conclusões: Consideramos que o grau de satisfação geral dos usuários nesse
período foi alto, porém ressaltamos que o instrumento elaborado pela equipe deve ser avaliado e
modificado para melhor avaliar o serviço. Itens como acessibilidade, informante, atendimento
fonoaudiológico anterior, número de atendimentos até a entrega dos questionários e adesão são
109
importantes para análise da qualidade. É importante que esses dados sejam analisados pelo gestor,
compartilhados com a equipe para planejamento de mudanças operacionais.
110
SAÚDE AUDITIVA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA ODONTOLÓGICA
Santos CC, Sant´Anna NC, Lopes AC
Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP
Introdução: Regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde e expressa na Constituição Federal, a saúde
é para o cidadão brasileiro um direito universal e dever do Estado, ainda no âmbito desse direito
encontra-se a saúde do trabalhador. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS), nos últimos anos,
tenha avançado muito em garantir o acesso do cidadão às ações de atenção à saúde, somente a
partir de 2003 as diretrizes políticas nacionais para a área começam a ser implementadas. No caso
da saúde auditiva de trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, fica evidente que a PAINPSE
(perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevado) ainda não é tratada por lei a todos os
trabalhadores como uma doença ocupacional. A American Dental Association, desde 1959, já
recomendava avaliações audiométricas e uso de proteção auditiva em profissionais da área
Odontológica, porém, pesquisas nessa área mostram a falta de informação que esses profissionais
ainda apresentam quanto à exposição diária ao ruído ocupacional, à importância da prevenção e
promoção de saúde auditiva. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo investigar a saúde auditiva de
profissionais da área odontológica bem como realizar a medição de ruído das clínicas Odontológicas
e de alguns equipamentos utilizados a fim de comparar com o nível de ruído permitido por lei pela
exposição das Normas Regulamentares 15. Metodologia: Participaram 108 profissionais convidados
da comunidade de Bauru - SP, subdivididos em três grupos, (G I) constituído por CirurgiõesDentistas, (G II) por auxiliares e (G III) por protéticos. Foram submetidos à entrevista, audiometria
tonal e de altas freqüências, logoaudiometria, imitânciometria, emissões otoacústicas. Procedimentos
realizados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB/USP. Resultados: A média de idade do GI foi de
34,05 anos, e a média dos limiares auditivos variaram de 5,68 dB a 21,59dB para OD e de 3,64 dB a
23,07 dB para OE; no G II a média de idade foi de 37,94 anos, e a média dos limiares variaram de
5,42 dB a 32,78 dB para OD e de 5,42 dB a 59,14 dB para OE; no G III a média de idade foi de
35,07 anos, e a média dos limiares variaram de 8,39 dB a 25,18 dB para OD e de 4,64 dB a 25,18 dB
para OE. A comparação entre as médias dos limiares evidenciaram piora com o aumento da
freqüência para os 3 grupos testados; houve correlação estatisticamente significante entre o limiar de
audibilidade e a presença e/ou ausência das emissões otoacústicas. O nível de ruído das clínicas
variou de 72 a 86 dB NPS, e o nível de ruído da caneta de alta rotação variou de 76 a 86 dB NPS e,
do ultra-som variou de 71 a 82 dB NPS. Conclusão: A avaliação audiológica convencional não
identificou exames alterados para os três grupos testados, no entanto, a avaliação audiológica
complementar indicou comprometimento do sistema auditivo periférico, portanto indica maior
sensibilidade na detecção precoce de alterações auditivas nessa população. O nível de pressão
sonora neste ambiente de trabalho pode provocar alteração dos limiares auditivos com o decorrer dos
anos de atuação na profissão. Assim, é necessário vigorar uma lei para promoção e prevenção de
saúde auditiva de profissionais da área da saúde que também ficam expostos ao ruído ocupacional
como os da área Odontológica.
111
RELAÇÃO ENTRE SINTOMAS VOCAIS E TRABALHO EM UM GRUPO DE AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Cipriano FG, Andrada e Silva MA, Ferreira LP.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Introdução: O adoecimento vocal tem levado diversas categorias profissionais a situações de
afastamento e incapacidade para o trabalho, o que implica em custos financeiros, pessoais e sociais.
Os trabalhadores destacados para esta pesquisa foram os Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
uma vez que sua atividade laboral apresenta particularidades que os tornam mais suscetíveis ao
comprometimento do bem-estar vocal. Parte-se da hipótese de que há associação entre o
desenvolvimento de sintomas vocais, no ACS, e as adversidades presentes no ambiente e na
organização do seu trabalho. Objetivo: Analisar a relação entre sintomas vocais e trabalho, em um
grupo de ACS. Método: Participaram desta pesquisa 65 ACS atuantes na região Leste do município
de São Paulo. Como instrumento para a coleta de dados, elegeu-se a adaptação do questionário
Condições de Produção Vocal – Professor (CPV-P), que contou com 40 questões, divididas em
quatro partes, a saber: Identificação da Unidade Básica de Saúde (questões 1 a 4); Identificação do
Entrevistado (questões 5 a 9); Situação Funcional (questões 10 a 38) e Aspectos Vocais (questões 39
e 40). Os resultados foram duplamente digitados, e submetidos à análise estatística (teste
paramétrico Qui-quadrado) para verificar: a frequência de sintomas vocais atuais; a associação entre
os três sintomas vocais atuais mais citados e os aspectos do ambiente e da organização do trabalho.
Foram considerados significativos os valores de p com nível ≤ 5% (0,050). Resultados: Os sintomas
vocais atuais mais citados pelos ACS foram: garganta seca (61,5%), cansaço ao falar (53,9%) e ardor
na garganta (50,8%). Houve associação significativa entre: levar trabalho para casa, roubo de objetos
pessoais, intervenção da polícia, violência contra os funcionários e o sintoma vocal garganta seca;
não ter tempo para desenvolver todas as atividades, levar trabalho para casa, dificuldade para sair do
trabalho, móveis inadequados, esforço físico intenso, roubo de material da UBS, manifestação de
racismo e o sintoma vocal cansaço ao falar; poeira, insatisfação no trabalho, estresse no trabalho,
depredações, problemas com drogas e o sintoma vocal ardor na garganta. Conclusão: Com base nos
resultados obtidos, a hipótese inicial de associação entre o desenvolvimento de sintomas vocais entre
os pesquisados e as adversidades presentes no ambiente e na organização do seu trabalho foi
confirmada. Deste modo, estes trabalhadores merecem uma atenção especial, por parte do
fonoaudiólogo, não somente por meio da atuação terapêutica individual, mas, principalmente, de
ações que visem à promoção do bem-estar vocal e a prevenção do adoecimento da voz entre os
mesmos.
112
OFICINA DE LEITURA E ESCRITA: UMA EXPERIÊNCIA NA UBS VARGINHA
Vargas G, Heiderich M.
Introdução: A oficina de leitura e escrita foi desenvolvida a partir de uma demanda de crianças com
dificuldade de aprendizagem. Através de observações e avaliações realizadas durante os
atendimentos e do contexto psicossocial de cada uma das crianças, constatamos também
dificuldades de concentração e foco, organização de si e do ambiente, autocontrole, etc., todos
vinculados aos déficits de aprendizagem. Buscou-se unir a proposta da leitura e escrita com espaços
de viver criativo, atividades lúdicas e psicomotoras, pautado no fato de que, vivemos em uma
sociedade na qual não basta ser alfabetizado, mas é necessário fazer uso da leitura e da escrita em
práticas sociais diversificadas, com a premissa que a promoção de práticas discursivas contribui para
a produção de nossa subjetividade, bem como para o exercício de nossa cidadania. Objetivo: Auxiliar
nos processos de aprendizagem; Oferecer vivências corporais e criativas através do brincar;
Trabalhar
aspectos
cognitivos;
Estimular
iniciativa,
autonomia
e
interesse;
Favorecer
o
desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Metodologia: O presente estudo é do tipo descritivo
qualitativo e para coleta de resultados foram utilizados relatórios, avaliações focais e observações
realizadas em cada atendimento, tanto individual quanto grupalmente. Os atendimentos deste grupo
aconteceram semanalmente, com duração de uma hora e trinta minutos cada, onde foram
desenvolvidas atividades de teatro, confecção de murais com recorte e colagem, brincadeiras
compartilhadas e jogos corporais, buscando ampliar possibilidades de expressão, de afeto, de
motricidade e cognição. Para o desenvolvimento do letramento, houve a experimentação de diversos
gêneros textuais e funcionalidades cotidianas da leitura e da escrita, sendo que as ações foram
previamente contextualizadas, checando interesses. Conclusão: O letramento compreende tanto a
apropriação das técnicas para a alfabetização quanto este aspecto de convívio e hábito de utilização
da leitura e da escrita, influência no aprendizado da linguagem escrita, assim como a consciência
fonológica e a linguagem oral. Logo, podemos concluir a importância de desenvolver atividades
lúdicas com objetivo de auxiliar no processo de aprendizagem integral da criança, que se torna
concreto a partir de vivências corporais e criativas.
113
ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Barros JA, Sandis GCS, Garcia AP.
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.
Introdução: A construção civil, uma área de trabalho em ascensão na cidade de São Paulo, apresenta
ruídos variados, tanto quanto à freqüência quanto à intensidade, que podem causar alterações
auditivas, psicológicas e fisiológicas nos indivíduos expostos a ele. Objetivo: O objetivo do presente
estudo foi verificar as queixas auditivas e não-auditivas de trabalhadores da construção civil expostos
a ruído. Método: Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2008, na Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, Brasil, contemplando 64 trabalhadores da construção civil, com idades que
variaram entre 18 e 66 anos. Os trabalhadores da obra, como engenheiros, carpinteiros, serralheiros,
pedreiros, serventes e mestres de obras, foram submetidos a uma entrevista. Resultados: Obteve-se
baixa prevalência dos achados auditivos como, zumbido (3,17%), otalgia (4,76%), perda auditiva
(11,12%), boa compreensão de fala (100%), antecedentes familiares de problema auditivo (4,76%),
tontura (3,17%); E baixo índice, também, dos achados não-auditivos, como hipertensão (14,28%),
dores de cabeça (11,11%), depressão (4,76%), insônia (7,93%). Conclusão: Os indivíduos não ficam
expostos a ruídos não ocupacionais, além disso, fazem uso do protetor auricular. Os achados
ressaltam a importância do investimento em Assessorias fonoaudiológicas, visando à promoção de
conservação auditiva particularmente voltada para o controle do ruído ocupacional e prevenção e
intervenção na evolução das queixas auditivas e não auditivas geradas pela exposição ao mesmo,
visando à manutenção da saúde auditiva e à diminuição dos sintomas associados.
114
UTILIZAÇÃO DO MÉTODO CANGURU NA UNIDADE BASICA DE SAÚDE
Sá JT, Heiderich M.
Introdução: A adolescência é um período marcado por muitas transformações, descobertas e anseios
em se tornar parte definitiva e atuante da sociedade. Observa-se que a iniciação sexual está cada
vez mais precoce, o número de gestações em adolescentes vem aumentando, com maior risco do
bebê nascer com baixo peso e prematuro, além de uma maior probabilidade de morte materna.
Objetivo: Ilustrar os benefícios do Método Canguru na Atenção Primária com mãe adolescente.
Método: O presente estudo relata sobre caso clínico na UBS Varginha. Descrição do Caso: Foi
acompanhado o caso de J. puerpera adolescente, e seu recém-nascido (RN) prematuro, com 2,305
kg e estatura de 46 cm, passou por internação, orientada ao aleitamento materno exclusivo e alta
com peso de 2,120 kg. Ao ser atendida por enfermagem na UBS, mãe orientada a manter o
aleitamento materno exclusivo, posições de mamadas e retorno à maternidade, quando passou por
novo processo de internação. De volta à UBS, a Enfermeira observou que o RN não apresentava boa
pega e sucção, com peso de 2.090 kg, risco de desmame precoce e baixa resposta aos estímulos
oferecidos. Em consulta compartilhada com a Fonoaudióloga do Núcleo de Apoio a Saúde da Família
(NASF) mãe foi orientada a estimular RN. Após três dias, J. retorna com RN, sendo que este
apresentava ganho ponderal (GP) 10g, sem pega e força ao tentar sucção. A Fonoaudióloga sugere o
Método-Canguru, que é definido como o contato pele-a-pele entre a mãe e seu RN de baixo peso,
durante 24 horas por dia, onde o bebê é colocado em posição supina, semidespido, entre os seios da
mãe, inclusive durante o sono materno em posição semi-sentada. A proximidade íntima com a mãe
são estímulos para o bebê, e esse contato contínuo, cálido e estreito desenvolve o vínculo e o apego.
Durante todo o período, alimentação do bebê exclusivamente ao leite materno e acompanhado pelos
profissionais de saúde. A enfermeira orienta à mãe sobre GP e a procurar Pronto Socorro caso a
criança não melhore. Resultados: Após um final de semana, J. retorna com seu RN, que apresentou
GP de 15 grama/dia, boa pega e coordenação sucção-deglutição-respiração ao seio materno.
Mantida a conduta a média do GP da criança foi de 30 grama/dia. Conclusão: A criança obteve uma
melhora notável de seu estado geral e na relação mãe-filho J. passou a ter mais segurança no
manejo com seu RN. O método Mãe-Canguru foi eficaz, pois promoveu o aleitamento materno,
vínculo mãe-filho, estimulação sensorial, crescimento adequado, controle térmico, sem necessitar de
tecnologia sofisticada.
115
INDICADORES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO DE FONOAUDIOLOGIA – ESTUDO DE CASO
DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA EM JUNDIÁÍ.
Rizzi FML, Ferreira MBRV, Marquesin DFB.
Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem (ATEAL).
Introdução: Com a necessidade crescente de planejamento e estruturação de recursos humanos e
materiais para prestação de serviços, faz-se necessária uma análise de atendimento a requisitos de
qualidade no atendimento de pessoas. Atualmente nos deparamos com a grande variedade de
serviço de saúde prestados por clínicas especializadas, dessa forma, é importante a quantificação de
parâmetros que reflitam ao cliente a expectativa de um bom serviço prestado. Objetivo: Apresentar e
analisar os indicadores de qualidade dos atendimentos clínicos de Fonoaudiologia em uma Instituição
filantrópica no município de Jundiaí. Metodologia: Levantamento dos índices de atendimento e
qualidade no período de jan/2009 a dez/2009, dos pacientes adultos e crianças de ambos os sexos,
que realizaram atendimentos particulares ou pelo SUS, registrados pela clínica de fonoaudiologia.
Resultados: Frente aos dados disponíveis foram elaboradas categorias de análise para estudo de
determinados indicadores. Essas categorias baseiam-se nos conceitos apresentados por Carvalho &
Paladini(2005) adaptados pelas autoras a clinica de reabilitação. As categorias levantadas foram: a
métrica de qualidade, ferramentas de controle, folha de registro e indicadores de qualidade. Cada
uma destas classes é apresentada no trabalho em questão e usada como base para avaliação do
atendimento realizado. Conclusão: Diferentes indicadores foram considerados e os resultados
demonstraram que o atendimento durante o período foi bem sucedido na instituição.
116
TEATRO JOVEM: UMA PROPOSTA DE GRUPO EDUCATIVO PARA ADOLESCENTES
Carvalho LRL.
PSF-UNASP
Introdução: Além da formação de atores, o ensino de teatro tem como objetivos o desenvolvimento
individual e em grupo no que compete: a ampliação da expressão oral e corporal; o
autoconhecimento; a estimulação dos sentidos (visão, tato e audição); o incentivo à criatividade,
raciocínio e memorização; apresentação de técnicas que auxiliam na interpretação e representação
de sentenças orais e escritas; e, o aprimoramento da comunicação e do relacionamento interpessoal.
Tais habilidades são de fundamental importância para o desenvolvimento acadêmico e profissional do
jovem, de modo que as vivências propiciadas pelo grupo estimulam a autonomia do aluno e o
capacitam para o estudo e o mercado de trabalho. Objetivos: Visando os objetivos acima citados, os
profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de três unidades básicas de saúde do
distrito do Capão Redondo desenvolveram um projeto de ensino de teatro para os adolescentes da
comunidade. Tal proposta teve o apoio das escolas da região, que disponibilizaram o local para
realização do grupo e convidaram seus alunos a participar do projeto. Metodologia: Trata-se de um
grupo aberto, de caráter transdisciplinar, o qual é coordenado pela fonoaudióloga, no entanto conta
com a participação de todos os profissionais da equipe (educador físico, pediatra, psicóloga,
fisioterapeuta, nutricionista e psiquiatra). O grupo possui ainda a um ator, o qual trabalha em uma das
unidades de saúde como auxiliar técnico administrativo e dá suporte no planejamento e execução das
atividades. A freqüência do grupo é semanal, e dele participam cerca de 10 a 20 adolescentes.
Resultados: Por meio de dramatizações e vivências, foram abordados diversos temas emergentes no
grupo, tais como ‘bulling’, drogas e gravidez na adolescência. Tais abordagens visaram aproximar os
adolescentes das unidades de saúde, desmistificando tabus e eliminando preconceitos, a fim de
proporcionar uma linha direta de comunicação desta população com os profissionais de saúde.
Conclusão: O grupo teve início há cerca de cinco meses, e tal experiência já evidencia resultados
positivos, como a melhora do rendimento escolar e da socialização de diversos alunos e também a
criação de espaços comuns para o diálogo entre os profissionais do posto de saúde e os
adolescentes, que tradicionalmente não freqüentam a unidade básica de saúde, rompendo
importantes barreiras a caminho da prevenção e promoção em saúde coletiva.
117
SAHOS e SAÙDE COLETIVA: ESTUDO PRELIMINAR
Damato CFC, Spadim GB, Montenegro-Rodrigues R, Muniz EG, Oliveira EM, Lourenço KAL,
Carlesse AA.
AME Interlagos
Introdução: A síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono (SAHOS) é a apresentação de um
conjunto de distúrbios do sono de etiologia multifatorial, que atinge
de 3% a 7% da população
mundial, aumentando esse índice para 30% em pessoas acima de 50 anos. Objetivo: caracterizar um
grupo de mulheres usuárias do Grupo do Sono de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME).
Metodologia: Foram levantados dos prontuários dados como: idade, diagnóstico da polissonografia,
densitometria óssea, índice de massa corporal (IMC), circunferência cervical (CC), circunferência
abdominal(CA)Foram incluídas na pesquisa 20 mulheres acima de 50 anos, hipertensas, SAHOS
Grave e moderada. Resultados: A média de idade do grupo estudado foi de 58,31 anos (DP ±7,62).
As médias de CC e de CA foram de 38,90cm (DP ±3,75) e 106cm (DP ±11,94), respectivamente.
Quanto ao IMC a média foi de 31,68 (DP ±3,79), sendo que 35% das pacientes apresentam SAHOS
grave e 65% SAHOS Moderada. Foi diagnosticada osteopenia em 45% e osteoporose em outros 45%
da amostra. Conclusão: Mesmo com amostra reduzida, observamos índices de IMC, CA, CC, acima
dos índices considerados saudáveis. Chama atenção também a porcentagem de doenças ósseas
encontradas na amostra. Assim, além do tratamento adequado aos pacientes com diagnóstico de
SAHOS, há a necessidade de criarmos estratégias de promoção da saúde e prevenção dos agravos
da maneira
ampla, universal e desfragmentada,
para ampliarmos o olhar em relação à saúde
visando minimizar a ocorrência de novos casos da doença e contribuir para a qualidade de vida da
população.
118
SATISFAÇÃO DE USUÁRIOS ATENDIDOS PELA FONOAUDIOLOGIA DO CENTRO INTEGRADO
DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO (CIRHERP)
Santos CM, Mandrá PP, Bó FR, Cera ML, Moreno NS, Mota ALR, Braga GRAB, Mendonça RE, Witt
M, Gonçalves TC, Cassiani RA, Pinotti KJ.
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto e Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto- FMRPUSP.
Introdução: O Centro Integrado de Reabilitação (CIRHERibeirão) é parte do Hospital Estadual de
Ribeirão Preto, SP, sua gestão é baseada em contrato entre o governo do Estado de São Paulo e
Organização Social de Saúde (OSS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP). Este
modelo introduziu novos conceitos de relacionamento entre os setores, bem como a pactuação de
metas de produtividade, resolutividade e avaliação da qualidade da oferta de serviços e plano
semestral de aplicação de recursos financeiros. A qualidade dos serviços relaciona-se a índices de
efetividade, eficiência, eqüidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade. A incorporação do
usuário na avaliação tem sido valorizada como um indicador sensível da qualidade do serviço
prestado e de maior adequação no uso do equipamento de saúde. Essa medida é interessante para
gestores, governantes e usuários. Os métodos quantitativos, aplicação de questionários fechados
com respostas escalares, são mencionados como forma de mensuração da satisfação, porque
alcança uma amostra representativa da população, é de fácil aplicação, baixo custo, rápido, pode ser
auto-aplicável e anônimo. Objetivo: verificar o índice de satisfação usuários dos usuários de um
serviço público de Fonoaudiologia de media complexidade. Método: Foram analisados 62
questionários dirigidos com respostas escalares (Muito Ruim-MR, Ruim-R, Regular-R, Bom-B, Muito
Bom-MB) preenchidos por usuários e entregues ao Serviço de Atendimento ao Usuário
(SAUCIRHER), entre abril e dezembro de 2009. Realizamos a analise descritiva por freqüência
relativa. Resultados: Havia a identificação em 96,75% dos questionários, 66,13% recebiam
atendimento uma vez por semana e 25,08% duas vezes. O tempo de espera para conseguir o
atendimento foi (MB) para 48,4%, e entre a primeira consulta e retorno (MB) para 58,6%, e na
recepção (MB) para 51,6%. O agendamento feito por telefone foi (B) para 45% e por carta (MB) para
48,4%, 72,6% avaliaram como (MB)
os cuidados prestados, 70,9% como (MB) a relação dos
profissionais com o paciente e a família, e os esclarecimentos foram (MB) para 69,3% e o
atendimento feito com alunos (MB) para 69,3%. O dia, horário e frequência estavam (MB) para
51,6%, os serviços prestados foram avaliados como (MB) por 76,7%, 90,3% consideravam que seu
problema estava sendo resolvido, 96,75% indicariam o serviço e para 62,9% dos usuários o serviço
estava acima da expectativa inicial. A estrutura física e o ambiente foram avaliados como (MB)
62,56% e (B) 21,6%. Esses resultados são parte de um estudo piloto de implantação do controle de
qualidade do serviço. Conclusões: Consideramos que o grau de satisfação geral dos usuários nesse
período foi alto, porém ressaltamos que o instrumento elaborado pela equipe deve ser avaliado e
modificado para melhor avaliar o serviço. Itens como acessibilidade, informante, atendimento
119
fonoaudiológico anterior, número de atendimentos até a entrega dos questionários e adesão são
importantes para análise da qualidade. É importante que esses dados sejam analisados pelo gestor,
compartilhados com a equipe para planejamento de mudanças operacionais.
120
SAÚDE AUDITIVA: ATUAÇÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Bonaldo RDK, Nakamura HY. Curso de Fonoaudiologia - UNICAMP
Introdução: A OMS calcula que 10% da população mundial apresentam algum tipo de perda auditiva,
no último censo, 3,3% brasileiros declararam apresentar algum tipo de problema auditivo. A perda
auditiva, potencialmente, pode debilitar a qualidade de vida dos sujeitos, pois à audição desempenha
grande papel na linguagem, sendo essa uma das nossas janelas de oportunidades que permite o
acesso ao mundo. Do nascimento à senilidade estamos susceptíveis a fatores que podem prejudicar
nossa audição. No Brasil ao ser instituído, em 2004, a Política Nacional de Saúde Auditiva, foi
ressaltada a importância de garantir o desenvolvimento de estratégias de promoção da qualidade de
vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos, protegendo e
desenvolvendo a autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades. Ações em saúde voltadas
para o objetivo educacional podem ser apontadas como estratégias que permitem aos sujeitos
adquirirem as informações de forma significativa, dando-lhes recursos, o que amplia suas escolhas,
e o faz agente de saúde. Este trabalho versa sobre uma experiência educativa em saúde auditiva em
um Centro de Saúde (CS), no interior de SP, pautada nas políticas de promoção da saúde e política
nacional de atenção à saúde auditiva. Objetivo: Trata-se de uma pesquisa-ação cujos objetivos são
discutir a saúde auditiva na atenção básica e identificar o conhecimento que os usuários do CS têm
sobre o tema. Metodologia: Realizado um diagnóstico situacional do território e entrevista, enquanto
o usuário aguardava atendimento, com roteiro semi-estruturado, elaborado pelos autores. Qualificouse o sujeito e foram questionados hábitos de exposições sonoras e a agentes (físicos e/ou químicos)
que interferem na audição e, realizada associação livre com as palavras saúde e audição.
Resultados: O CS localiza-se em um bairro predominantemente residencial (casas simples e
condomínios de classe média) com infra-estrutura completa . Foram entrevistados 24 sujeitos, de
ambos os sexos, com média de idade de 38 anos, a maioria do sexo feminino (87,5%). Destes, 75%
são trabalhadores com vínculo empregatício e 55% referem exposição tanto no trabalho como no
lazer a agentes potencialmente prejudiciais à audição. Através do método da analise do discurso dos
sujeitos em relação às concepções de saúde e audição, notamos que o entendimento do conceito
saúde é ampliado, aproximando-se do campo emocional, social, sócio-econômico e biológico
caracterizando uma visão bio-pisco-social. A audição foi entendida como um sentido importante para
a comunicação e para vida, situando-se na esfera social e afetiva dos sujeitos, também foi enfatizado
a importância do cuidado com esse sentido. Conclusão: Consideramos que o trabalho permitiu uma
aproximação do saber que os sujeitos têm sobre a temática em encontros com tempo para uma
escuta atenta o que oportunizou discutir dúvidas e crenças sobre o assunto, proporcionando, dessa
forma, a co-construção do conhecimento, de forma dialógica.
121
SEMANA DO IDOSO 2010: RELATO DE EXPERIÊNCIA SÓCIO-EDUCATIVA REALIZADA NO
CENTRO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL ESTADUAL DE RIBEIRÃO PRETO
(CIRHERibeirão).
Cera ML, Rampazo-Mancin FM, Zubieta LP, Santos CAV, Silva P, Botelho PFFB, Santana CS, Araújo
JE, Mandrá PP.
CIRHE-Ribeirão Preto. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Introdução: O dia internacional do idoso é 27 de setembro. Segundo o IBGE, o envelhecimento da
população está se acentuando: em 2000, a população com mais de 65 anos era de 5% e estima-se
que em 2050 será de 18%, com expectativa de vida de 81,3 anos. O Centro Integrado de
Reabilitação do Hospital Estadual (CIRHERibeirão) conta com fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais, fisioterapeutas
especializados em gerontologia, e oferta atendimentos a essa
população, para tal conta com uma equipe de apoio (auxiliares de enfermagem, enfermeiro, médicos,
psicólogo e assistente social). O aumento da expectativa de vida ocasionou maior incidência e
prevalência de doenças, como demências e alterações por quedas, casos frequentemente atendidos
no CIRHERibeirão. Campanhas sócio-educativas são uma estratégia efetiva para sensibilização e
conscientização da população sobre os riscos destas alterações, sua prevenção e reabilitação.
Objetivo: Descrever a experiência com a realização da ação sócio-educativa e cultural da Semana do
Idoso. Metodologia: No período de 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 foram realizadas
atividades com quatro temas que envolvem aspectos motores, cognitivos e sociais: risco de quedas,
demência, sexualidade no idoso e dança. As atividades realizadas para usuários e acompanhantes
foram palestras, rodas de conversa, dança sênior, exposição de filmes (educativos e entretenimento)
sobre os temas selecionados e exposição de fotos antigas. A divulgação foi feita com dois cartazes
expostos no serviço e 25 camisetas elaboradas para a campanha usadas pelos profissionais durante
a semana do evento, além da distribuição de 100 folders com a programação completa das
atividades. Resultados: Durante os cinco dias de evento, foram realizadas três atividades em cada
período de funcionamento do serviço (manhã ou tarde) que abordavam um dos temas previamente
selecionados. Os usuários e seus acompanhantes participaram ativamente da campanha, com média
de 5 (2-15) participantes por atividade (palestra/filme/roda de conversa). Na recepção, houve maior
média de participantes que assistiram os filmes, porém não houve registrado de presença. Em geral,
os participantes foram aqueles que estavam em horários de atendimentos neste serviço, no entanto,
alguns compareceram fora de seus horários de reabilitação. Quanto às palestras, filmes e rodas de
conversa sobre as temáticas abordadas, observou-se que as discussões e participações não foram
restritas apenas aos idosos ou cuidadores, mas também àqueles que se interessaram pelas
temáticas para prevenção de fatores de riscos e busca de melhor qualidade de vida. Os participantes
trouxeram muitas experiências de vida e dúvidas. Esta participação nos mostra a importância de
estratégias de prevenção e promoção da saúde para toda população, já que mesmo usuários
frequentadores de um centro de saúde, que têm orientações de profissionais constantemente,
apresentaram interesse. Além disso, a possibilidade de discurso dialógico e o direcionamento das
122
discussões de acordo com a necessidade do usuário facilitam a compreensão e ampliação do
conhecimento. Conclusão: As ações sócio-educativas e culturais em saúde são estratégias eficientes
para melhorar a qualidade de vida da população. Para que elas ocorram é necessário o apoio dos
gestores e a participação efetiva dos colaboradores para o planejamento e execução.
123
ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NO PSF: UM OLHAR PARA ALÉM DO ESPECÍFICO.
Paes CF, Malerbi FF, Greco TDM, Martins JE.
NASF Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia
Introdução: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde
com o objetivo de apoiar as equipes de Saúde da Família (ESF), com base nas diretrizes da
Estratégia de Saúde da Família . Os NASF contam com profissionais de diversas áreas que atuam
juntamente com as ESF em suas reuniões para a elaboração do projeto terapêutico singular/ coletivo,
os quais são norteados pelo conceito de clínica ampliada e pelo apoio matricial. As necessidades do
território ou da família direcionam as ações no âmbito da prevenção, promoção ou reabilitação. A
fonoaudiologia é uma das categorias inseridas
nas equipes dos NASF da supervisão
Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, região norte de São Paulo, em parceria com a
Associação Saúde da Família. Objetivo: Refletir sobre as ações desenvolvidas pelos fonoaudiólogos
dentro do PSF, em conjunto com os demais profissionais do NASF e da ESF, tendo em vista o olhar
além do específico. Método: Relato e reflexão de experiências por meio de grupo de discussão das
fonoaudiólogas que trabalham na Cachoeirinha/Casa Verde Alta e Fó/Brasilândia, no período que
varia de 4 meses a 2 anos.Resultados: A reflexão permitiu às profissionais atentarem para a prática
fonoaudiológica na saúde coletiva. A inserção desta categoria possibilitou o melhor entendimento
sobre as suas ações coletivas pelas ESF, tendo como conseqüência a co-responsabilização pelos
casos discutidos e a fragmentação do foco no sintoma, permitindo uma visão holística do indivíduo. A
atuação transdiciplinar do fonoaudiólogo inserido no NASF possibilita a ampliação do conhecimento
para além do específico, o que qualifica o profissional pensar a prática no coletivo e no tratamento do
indivíduo junto de sua família de uma forma mais completa. A ação específica da fonoaudiologia
referente aos encaminhamentos para reabilitação conta com obstáculos na rede de apoio. Por este
motivo, criou-se uma Comissão de Reabilitação como recurso para novas reflexões, que é composta
por profissionais de outras categorias, para possibilitar e garantir um espaço de discussão com os
equipamentos da rede oferecida na região norte. Conclusões: O fortalecimento do vínculo entre ESF
e NASF, bem como comissões, discussões entre os profissionais que trabalham em conjunto,
possibilitam a compreensão da atuação da categoria no coletivo, permitindo a construção de planos
de ação para a saúde da família e comunidade, assim como contribuem para criação de estratégias
para superar os entraves que as ações específicas da fonoaudiologia possuem na atenção primária
desta região.
124
VIVÊNCIAS DA FONOAUDIOLOGIA NAS UBS DE SAUDE DA REGIÃO PERUS NAS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
CRUZ KP.
NASF Morada do Sol
Introdução: Conforme Portaria GM 154, de 24 de Janeiro de 2008, cria o Núcleo de Apoio a Saúde da
Família (NASF) que visa apoiar a Estratégia Saúde da Família (ESF) na efetivação da rede de
serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária a Saúde (APS), bem
como sua resolubilidade. A Equipe NASF Morada do Sol é composta pelos profissionais Farmácia,
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Ginecologia, Psicologia, Psiquiatria e Serviço Social, dando cobertura
para dezoito Equipes de Saúde distribuídas em quatro UBS, sob supervisão técnica de saúde
Pirituba/Perus. Neste trabalho minha escolha foi em relatar as vivencias da área de Fonoaudiologia,
nos diversos casos compartilhados com a equipe NASF pela Equipe de Saúde da Família, onde a
maior demanda de dificuldade de aprendizagem que chegam das escolas públicas solicitam o
profissional Fonoaudiólogo. Objetivo: O objetivo deste trabalho propõe a reflexão das
vivências
Fonoaudiologicas nas Unidades de Saúde Recanto dos Humildes, Jardim Rosinha, Morada do Sol e
Morro Doce, da região Perus, onde o maior índice de encaminhamento das escolas públicas do
território, referem sobre as dificuldades de aprendizagem. Metodologia: Diante da grande demanda
para o profissional fonoaudiólogo, foi realizado um grupo onde foram desenvolvidas atividades, nas
quais o profissional em questão verificou a leitura e a escrita dos pacientes encaminhados pela
escola. Resultados Alcançados: A maioria dos pacientes que participaram do grupo, com queixa de
problemas de aprendizagem, não necessitam de avaliações ou intervenções clínicas específicas, pois
a demanda destas dificuldades são falhas no processo de alfabetização. Conclusões: Os problemas
de alfabetização, em nosso país,,estão estigmatizando crianças, a um adoecimento que não se tem,
deixando marcas na sociedade de um ensino educacional falho. A Fonoaudiologia no âmbito da
saúde publica, deve realizar propostas de ações coletivas e educativas que permitam atender as
necessidades identificadas pelo profissional fonoaudiólogo e Educadores, e assim, o fonoaudiólogo
poderá contribuir de maneira eficaz para a prevenção de problemas futuros na educação.
125
SAÚDE AUDITIVA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA ODONTOLÓGICA
Santos, CC; Sant´Anna, NC; Lopes, AC
Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP
Introdução: Regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde e expressa na Constituição Federal, a
saúde é para o cidadão brasileiro um direito universal e dever do Estado, ainda no âmbito
desse direito encontra-se a saúde do trabalhador. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS),
nos últimos anos, tenha avançado muito em garantir o acesso do cidadão às ações de atenção
à saúde, somente a partir de 2003 as diretrizes políticas nacionais para a área começam a ser
implementadas. No caso da saúde auditiva de trabalhadores expostos ao ruído ocupacional,
fica evidente que a PAINPSE (perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevado)
ainda não é tratada por lei a todos os trabalhadores como uma doença ocupacional. A
American Dental Association, desde 1959, já recomendava avaliações audiométricas e uso de
proteção auditiva em profissionais da área Odontológica, porém, pesquisas nessa área
mostram a falta de informação que esses profissionais ainda apresentam quanto à exposição
diária ao ruído ocupacional, à importância da prevenção e promoção de saúde auditiva.
Objetivo: Este trabalho tem como objetivo investigar a saúde auditiva de profissionais da área
odontológica bem como realizar a medição de ruído das clínicas Odontológicas e de alguns
equipamentos utilizados a fim de comparar com o nível de ruído permitido por lei pela
exposição das Normas Regulamentares 15. Metodologia: Participaram 108 profissionais
convidados da comunidade de Bauru - SP, subdivididos em três grupos, (G I) constituído por
Cirurgiões-Dentistas, (G II) por auxiliares e (G III) por protéticos. Foram submetidos à
entrevista, audiometria tonal e de altas freqüências, logoaudiometria, imitânciometria, emissões
otoacústicas. Procedimentos realizados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB/USP.
Resultados: A média de idade do GI foi de 34,05 anos, e a média dos limiares auditivos
variaram de 5,68 dB a 21,59dB para OD e de 3,64 dB a 23,07 dB para OE; no G II a média de
idade foi de 37,94 anos, e a média dos limiares variaram de 5,42 dB a 32,78 dB para OD e de
5,42 dB a 59,14 dB para OE; no G III a média de idade foi de 35,07 anos, e a média dos
limiares variaram de 8,39 dB a 25,18 dB para OD e de 4,64 dB a 25,18 dB para OE. A
comparação entre as médias dos limiares evidenciaram piora com o aumento da freqüência
para os 3 grupos testados; houve correlação estatisticamente significante entre o limiar de
audibilidade e a presença e/ou ausência das emissões otoacústicas. O nível de ruído das
clínicas variou de 72 a 86 dB NPS, e o nível de ruído da caneta de alta rotação variou de 76 a
86 dB NPS e, do ultra-som variou de 71 a 82 dB NPS. Conclusão: A avaliação audiológica
convencional não identificou exames alterados para os três grupos testados, no entanto, a
avaliação audiológica complementar indicou comprometimento do sistema auditivo periférico,
portanto indica maior sensibilidade na detecção precoce de alterações auditivas nessa
população. O nível de pressão sonora neste ambiente de trabalho pode provocar alteração dos
limiares auditivos com o decorrer dos anos de atuação na profissão. Assim, é necessário
126
ATIVIDADES DOS GRUPOS DE TRABALHOS
Os grupos foram compostos de forma a contemplar discussões nas seguintes áreas:
Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Educação e Saúde, Gestão, Saúde Mental e
Saúde do Trabalhador. A partir dos relatórios produzidos pelos diversos grupos, a comissão
organizadora apresenta o produto das discussões.
Grupo temático “Atenção Básica”
Coordenadora : Fga. Maria Teresa Pereira Cavalheiro
Relatora: Fga. Kelly Cristiane D`Amelio Pedroso
Mediadoras: Fgas Érica Veneroni Pinto e Ana Cristina Viana da Silva
Número de participantes: 60
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na Atenção Básica?”
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- Ampliação do número de fonoaudiólogos na Atenção Básica;
- Ampliação do número de unidades que contam com fonoaudiólogos em suas
equipes;
- Visão ampliada, por parte dos usuários, quanto às possíveis contribuições da
atuação fonoaudiológica;
- Reconhecimento do trabalho do fonoaudiólogo – pela população, pela gestão e por
outras categorias;
- Reorientação da formação profissional, por meio de programas como Pró Saúde e
Pet Saúde;
- Acréscimo da demanda espontânea para atendimento fonoaudiológico;
- Valorização, pelos fonoaudiólogos, da atuação na Atenção Básica;
- Valorização do saber fonoaudiológico, não dependendo exclusivamente da
tecnologia dura. Foi discutido no grupo o conceito de tecnologia dura, leve-dura e leve, que
deveria ser priorizada na Atenção Básica.
- Promoção de eventos desta natureza, que possibilitam trocas de experiências e
discussões sobre a atuação do fonoaudiólogo na Atenção Básica;
- Reestruturação da Rede, através da definição dos processos de trabalho do
fonoaudiólogo;
- Ressignificação, por parte do fonoaudiólogo, dos conceitos de “saúde” e “cuidado”;
- Aumento da resolutividade na Atenção Básica.
127
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- Apropriação, pelos fonoaudiólogos, das políticas públicas relacionadas à saúde e
educação;
- Identificação das diferentes características de “Cuidado Integral” e “Atendimento
Específico”;
- Produção de pesquisas que contribuam para estabelecer a relação
fonoaudiólogo/nº de habitantes;
- Identificar as características populacionais, utilizando-se da Epidemiologia e
diversos indicadores;
- Ampliação da inserção do fonoaudiólogo na atenção básica, particularmente em
cidades de “pequeno porte”,
- Utilização dos sistemas de informação, disponibilizados pelo Ministério da Saúde,
como instrumento de trabalho, que contribuem para a organização do serviço;
- Padronização de forma / materiais para registro da atuação fonoaudiológica na
Atenção Básica;
- Aperfeiçoamento e Valorização do registro de atendimento em grupo e demais
procedimentos da Atenção Básica;
- Realização de debate para definição de forma de registro dos procedimentos das
equipes de NASF (por unidade cadastrada; por unidade de referência, etc.);
- Obtenção de noções básicas sobre o financiamento do SUS;
- Ampliação das atividades na Atenção Básica, durante a graduação, incluindo
experiências como organização dos serviços na Rede SUS, atenção à saúde, gestão,
registros de procedimentos, controle social, entre outras.
- Contribuir para qualificar o sistema de referência e contra-referência na Rede;
- Valorização e utilização das tecnologias leves, que envolvem relação e escuta do
outro, como dispositivo para ampliar a resolutividade da Atenção Básica.
Finalizando, o grupo apresentou a seguinte sugestão: promover a III Mostra de
Fonoaudiologia na Atenção Básica, no primeiro semestre de 2011, contemplando temas
como: sistemas de informação, contra-referência, NASF, etc;
Grupo temático “Média e Alta Complexidade”
Coordenadora : Fga. Altair Cadrobbi Pupo
Relatora: Fga. Fabiana Gonçalves Cipriano
128
Número de participantes: 28
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na “Média e Alta Complexidade”?
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- reconhecimento da “Fonoaudiologia”, sob o olhar dos diversos profissionais que
compõem a rede de saúde no serviço público;
- valorização da atuação fonoaudiológica em todos os ciclos de vida;
- publicação pelo Ministério da Saúde da “Política Nacional de Saúde Auditiva”, que
determina, entre outros aspectos, a obrigatoriedade de fonoaudiólogos especialistas para
cadastramento dos serviços;
- publicação de leis de âmbito municipal, estadual e federal que estabelecem a
obrigatoriedade da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU);
- ampliação do acesso à informação, relativa à atuação do Fonoaudiólogo, por parte
de usuários e profissionais de outras áreas.
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- efetivação do trabalho em equipes multiprofissionais;
- priorização da abordagem que atenda o indivíduo de forma integral;
- inserção do fonoaudiólogo em diferentes políticas públicas de cuidado à saúde,
como por exemplo: saúde mental, paciente crítico, oncologia, etc;
- construção das redes de cuidado, com fluxos de referência e contra-referência
definidos;
- necessidade de fomentar políticas de educação permanente aos fonoaudiólogos
inseridos na média e alta complexidade;
- implantação e consolidação da telessaúde como ferramenta de capacitação e
atendimento à distância;
- construção dos balizadores de tempo médio dos procedimentos fonoaudiológicos e
de duração de tratamentos na média e alta complexidade;
- garantia na regulamentação da TANU e implantação de procedimentos/
acompanhamentos/monitoramentos adequados.
- valorização do trabalho do fonoaudiólogo por meio de uma melhor remuneração;
- estruturação e delimitação das diferentes áreas de atuação do fonoaudiólogo nos
diversos níveis de atenção;
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- garantia da terapia fonoaudiológica aos deficientes auditivos nos serviços, conforme
Portaria que dispõe sobre a Política de Atenção à Saúde Auditiva.
Grupo temático “Educação e Saúde”
Coordenadora : Fga. Luciana Tavares Sebastião
Relatora: Fga. Cibele Siqueira
Número de participantes: 27
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na Educação e Saúde?”
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- maior reconhecimento da Fonoaudiologia na Educação;
- aumento das solicitações de acompanhamento fonoaudiológico por parte de pais
e/ou profissionais da Educação
- publicação, pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região, do documento
norteador “Fonoaudiologia na Educação: Políticas Públicas e Atuação do Fonoaudiólogo”;
- aumento das contratações de fonoaudiólogos por diversas Secretarias Municipais
de Educação do Estado de São Paulo;
- maior reconhecimento por parte dos profissionais da Educação sobre a atuação do
fonoaudiólogo nesta área, enquanto promotor de saúde e facilitador do processo de
aprendizagem.
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- ampliar e fortalecer a integração entre os setores saúde e educação;
- ampliar a participação do fonoaudiólogo na educação permanente/formação
continuada dos professores;
- promover e fortalecer o trabalho em parceria entre fonoaudiólogos e equipe escolar;
- promover e fortalecer a integração entre os fonoaudiólogos lotados nas Secretarias
de Saúde e Educação.
- inserção de conteúdos, na formação do fonoaudiólogo, relativos à Educação e
Políticas Públicas (saúde e educação);
- inserção de conteúdos relativos à Fonoaudiologia na formação do educador;
- posicionamento oficial da Fonoaudiologia quanto ao fenômeno da medicalização na
Educação, de forma a acompanhar e participar das discussões do Fórum sobre
Medicalização da Educação e da Sociedade;
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- ampliar o debate na Fonoaudiologia sobre as concepções e exercício profissional
na área da linguagem (oral e escrita), uma vez que tais concepções embasam ações do
fonoaudiólogo na área da Educação.
Grupo temático “Gestão”
Coordenadora : Fga. Maria Aparecida Miranda de Paula Machado
Relatora: Fga. Kátia de Cássia Botasso
Número de participantes: 25
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na Gestão”?
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- aumento gradativo da utilização, pelo fonoaudiólogo, do perfil epidemiológico da
demanda para conscientizar gestores quanto à necessidade da inserção do profissional nos
diversos níveis de atenção;
- utilização do perfil epidemiológico para a implantação das ações considerando as
necessidades do usuário;
- maior reconhecimento por parte do usuário quanto à contribuição da
Fonoaudiologia no cuidado integral à saúde;
- em alguns municípios, o gerenciamento das vagas para atendimento
fonoaudiológico é realizado através de uma central de vagas, o que facilita o acesso do
usuário ao sistema;
- crescimento do apoio dos gestores (diretores e secretários) frente à importância
da Fonoaudiologia na implementação das políticas públicas.
- maior capacitação dos fonoaudiólogos para realização de trabalhos em grupo;
- alguns municípios já contam com indicadores pactuados referentes às ações
fonoaudiológicos.
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- capacitação do fonoaudiólogo para que exerça suas ações de acordo com o nível
de atenção em que está inserido;
- fonoaudiólogo ter noções sobre faturamento, financiamento e fluxos do sistema
no qual está inserido;
-executar a gestão tendo em vista a prática de humanização,
- fonoaudiólogos conhecerem as políticas públicas e aplicá-las independente do cargo que
131
se ocupam.
- fortalecer a integralidade na atenção à saúde.
Grupo temático “Saúde Mental”
Coordenadora : Fga. Elaine Herrero
Relatora: Fga. Cristiana B. Lykouropoulos
Número de participantes: 18
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na Saúde Mental?”
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- inclusão de fonoaudiólogos nas equipes multiprofissionais de CAPS Adulto;
- fonoaudiólogos atuando como gestores de serviços que compõem a rede de saúde
mental;
- atuação fonoaudiológica voltada para a expressão do sujeito enquanto interlocutor
efetivo, independente da doença mental;
- ampliação de espaços para discutir a atuação fonoaudiológica nesta área, como por
exemplo, esta “Mostra” e Congressos;
- participação ativa do fonoaudiólogo em equipes interdisciplinares e
desenvolvimento de trabalhos em grupos.
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- rever a formação do fonoaudiólogo na graduação, de forma a garantir condições
para que o profissional atue na área de saúde mental;
- ampliar a perspectiva da atuação fonoaudiológica para além das patologias, com
enfoque na comunicação em sentido amplo;
- potencializar o trabalho do fonoaudiólogo com vistas a contribuir para a inclusão
social;
- consolidar argumentos, na categoria, que sustentem o trabalho fonoaudiológico em
saúde mental;
- ampliar a inserção do fonoaudiólogo nos serviços de saúde mental, através do
fortalecimento de relações interdisciplinares e de âmbito político;
- ampliar a participação do fonoaudiólogo em instâncias de controle social
relacionadas à saúde mental.
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Grupo temático “Saúde do Trabalhador”
Coordenadora : Fga. Ana Claudia Fiorini
Relatora: Fga. Mariene Terumi U. Hidaka
Número de participantes: 15
Questão Norteadora: “Quais são os avanços e desafios da atuação fonoaudiológica
na Saúde do Trabalhador”?
Conclusões
Dentre os avanços, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- avanços decorrentes da implantação da RENAST com inserção da Fonoaudiologia
nos vários níveis de atenção à saúde do trabalhador;
- avanços em pesquisas com uso de agentes otoprotetores para prevenção de
perdas auditivas induzidas por ruído
- avanços das pesquisas na área de Fonoaudiologia relacionadas à saúde do
trabalhador;
- realização de estudos epidemiológicos sobre os distúrbios da voz relacionados ao
trabalho;
- organização da área de saúde do trabalhador de forma intersetorial, com
participação dos Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego e Previdência Social;
- instituição e divulgação do comitê de voz profissional, com participação da
Fonoaudiologia, Otorrinolaringologia e Medicina do Trabalho;
- publicação do documento “Distúrbios da Voz Relacionado do Trabalho”, por
fonoaudióloga do CEREST;
Dentre os desafios, os participantes deste grupo temático destacaram os seguintes
aspectos:
- necessidade de reflexão e debate sobre a contribuição da Fonoaudiologia na
RENAST;
- necessidade de reflexão e debate quanto à postura profissional do fonoaudiólogo
perante as equipes interdisciplinares;
- rever a formação do fonoaudiólogo na graduação e pós-graduação, de forma a
garantir condições para que o profissional atue de forma qualificada na área de saúde do
trabalhador;
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- propiciar a capacitação dos fonoaudiólogos que atuam na área de Saúde do
Trabalhador;
- inclusão dos distúrbios da voz relacionados ao trabalho dentre as doenças
relacionadas ao trabalho, reconhecidas pelo Ministério da Saúde;
- promover educação permanente dos profissionais da rede quanto à Saúde do
Trabalhador;
- promover a visibilidade da Fonoaudiologia no campo da Saúde do Trabalhador,
com vistas a divulgar suas competências e habilidades na área;
Sugestão do grupo: investigar possíveis relações entre os distúrbios da voz,
audição e saúde mental e consolidar a atuação do fonoaudiólogo na área de Saúde do
Trabalhador.
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II Mostra de Fonoaudiologia na Atenção Básica do Estado de São