UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PEDAGOGIA MAELI SORATO MANARIN A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE PROCESSO CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009 MAELI SORATO MANARIN A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE PROCESSO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de licenciado no curso de Pedagogia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora: Profª. MSc. Vera Maria Silvestri Cruz CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009 Excluído: <sp> MAELI SORATO MANARIN A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE PROCESSO Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Licenciado, no Curso de Pedagogia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Teoria e Prática Pedagógica. Criciúma, 08 de Dezembro de 2009. BANCA EXAMINADORA Profª. Vera Maria Silvestri Cruz – Mestre (UNESC) - Orientadora Profª. Gislene Camargo Dassoler – Especialista (UNESC) Profª. Maria Valkíria Zanette – Mestre (UNESC) Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus pais, ao meu marido e filho, que estiveram ao meu lado me incentivando para nunca desistir. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças para que eu concluísse este trabalho. A minha família pelo apoio durante esses quatro anos de muita dedicação, para que eu conseguisse atingir meus objetivos em me tornar uma pedagoga. Ao Centro de Educação Infantil Honorata Pavei Maccari, que contribuiu para a realização de meu TCC. A todas as minhas amigas que me acompanham desde o inicio deste percurso. Em especial a Gabriela Colonetti, Maria Leonor Serra, Michele Rocha e Talita Favaro, que sempre me ajudaram quando precisei. A todos os professores do curso de Pedagogia que com sabedoria e dedicação contribuíram para a minha formação. Em especial quero agradecer à professora Vera Maria Silvestri Cruz, uma professora maravilhosa, que com sua paciência e dedicação, me orientou para que eu pudesse realizar o meu trabalho de conclusão de curso. “Avaliar é essencialmente questionar. É observar e promover experiências educativas [...] do aluno.” (HOFFMANN) RESUMO Esse estudo teve como foco principal analisar como os professores compreendem a avaliação na Educação Infantil. Foi desenvolvido adotando-se a metodologia de pesquisa de campo do tipo exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, em que se buscou direcionar o olhar investigativo sobre a questão da avaliação na Educação Infantil, a postura dos professores e os resultados de ações afirmativas sobre a aprendizagem das crianças. Os sujeitos envolvidos foram professores de um Centro de Educação Infantil do município de Morro da Fumaça - SC. Os instrumentos utilizados foram a observação e o questionário com questões abertas com o objetivo de desvelar as concepções teóricas e práticas dos professores que permeiam seu cotidiano, buscando identificar os objetivos e finalidades da avaliação, entender como conduzem suas aulas, a relação destas com a avaliação e as dificuldades para mudar a forma tradicional de avaliar. Os dados coletados foram organizados em categorias e analisados a partir do referencial teórico estudado. Observamos que os professores têm consciência da importância da avaliação no processo de ensino-aprendizagem e que percebem a distorção existente entre o principal papel da escola e a avaliação. Concluímos que, para a avaliação ser realizada de forma plena é preciso que o professor observe e registre todos os momentos das atividades da criança, pois através dessas observações que o professor cria oportunidades onde as crianças possam desenvolver suas habilidades e ajuda na formação de um cidadão crítico. Palavras- chave: Educação Infantil. Avaliação. Aprendizagem. Professor. Criança. Excluído: <sp><sp> LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEI – Centro de Educação Infantil CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas COEDI – Coordenação da Educação Infantil ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente PPP – Proposta Política Pedagógica SC – Santa Catarina TCC – Trabalho de Conclusão de Curso UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo da Vinci UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................9 2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMPREENDENDO O PERCURSO E OS CONCEITOS ................................................................................ 13 2.1 Concepção de Infância e a Função Social da Escola ..................................... 17 3 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM........................................ 19 3.1 As linhas de Avaliação ........................................................................................ 20 3.1.1 Avaliação formativa .......................................................................................... 20 3.1.2 Avaliação Classificatória ................................................................................. 22 3.2 A Avaliação na Educação Infantil ...................................................................... 24 3.3 Instrumentos de avaliação adequados à Educação Infantil: ......................... 29 3.3.1 Observação:....................................................................................................... 29 3.3.2 Registro .............................................................................................................. 30 3.3.3 Portfólio.............................................................................................................. 31 4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 33 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS........................................................ 35 5.1 Caracterização do Grupo de Pesquisa ............................................................. 35 5.2 Concepções que Norteiam a Prática Pedagógica ........................................... 36 5.3 Avaliação e o Processo de Ensino .................................................................... 39 5.4 Formação Continuada ......................................................................................... 41 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 44 APÊNDICE ................................................................................................................... 47 9 1 INTRODUÇÃO O interesse em pesquisar sobre a avaliação na Educação Infantil surgiu quando tivemos contato com as crianças nos estágios curriculares. A partir deste momento passa-se a refletir sobre como era, o que era e/ou que deveria ser avaliação, além de buscar compreender a visão das professoras de Educação Infantil em relação aos conceitos e procedimentos utilizados para que esse processo aconteça. A partir deste contato, percebe-se a necessidade de desvendar qual o significado da ação avaliativa na educação infantil. A criança, por volta dos três anos, começa a aprender o conceito das brincadeiras de faz de conta ou da imaginação, que ajudam a relacionar uma imagem ou representação com um desejo, e depois usar essa imagem para pensar. Nesta fase, a criança investe muito na medição das suas posses, limites, comportamentos onipotentes, de risco ou de oposição, a importância das regras e limites estabelecidos às e com as crianças. Aprendem também a elaborar as suas atitudes, a partir das de quem está com elas. A moral desenvolve-se por meio da tentativa de querer ser como um adulto admirado. Quanto ao nível de socialização, a criança nessa faixa etária aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os comportamentos que observa. No entanto, se verifica um aumento progressivo da autonomia: sente satisfação por estar num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a presença e disponibilidade do(s) adulto(s) de referência - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação (VIEIRA, 1993). Por isso avaliação na Educação Infantil é muito complexa, porque depende diretamente da observação das crianças. Isso exige um olhar atento da professora, que observa, estuda suas reações e confia nas suas possibilidades. Por meio de projetos e atividades planejadas, a professora precisa acompanhar e avaliar a aprendizagem das crianças. Sendo assim, a avaliação deve adotar o sentido essencial de acompanhamento do desenvolvimento infantil, de reflexão permanente sobre as crianças em seu cotidiano dando continuidade à ação pedagógica. (RABELO, 1998). Entende-se que não há como avaliar a criança de acordo com 10 expectativas preestabelecidas pelo adulto. Não é possível preencher listas, formulários ou boletins, pois isto tudo significaria comparar e medir, classificando as crianças. O registro da avaliação deve ser o registro da história vivida por ela, no período em questão. Diante de experiências nas Instituições de Educação Infantil e posteriores reflexões, verificou-se que as professoras da Educação Infantil da rede pública do município de Morro da Fumaça, apresentam dificuldades para elaborar os procedimentos de avaliação da aprendizagem nas crianças. Em contato com professores, percebemos que há diferentes conceitos de como avaliar as crianças e a necessidade de aprofundar este assunto, buscando compreender como os professores avaliam o processo de aprendizagem. Na análise de TCCs já realizados no Curso de Pedagogia da UNESC, encontramos um que aborda também este tema, a saber: “A avaliação formativa na educação infantil”, que ressalta as diferenças entre a avaliação formativa e classificatória, e, como ocorre a avaliação na educação infantil, enfatizando os procedimentos utilizados pelas professoras para realizar este processo. Nesta pesquisa buscamos compreender como ocorre a avaliação da aprendizagem na Educação Infantil com crianças de três anos, pois ampliará o nosso conhecimento como pesquisadora e professora em processo de formação, assim como, um estudo de grande relevância no aprofundamento de conhecimentos necessários para nos qualificar em um trabalho futuro, como educadora. O estudo se desenvolveu na Linha de Pesquisa “Teoria e Prática Pedagógica”, que busca refletir e problematizar as teorias e práticas pedagógicas vivenciadas nos contextos educativos, tendo como eixo temático: Processos avaliativos que investigam a contribuição dos processos avaliativos para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas em nível de sala de aula. Diante deste contexto definimos o problema de nossa pesquisa: Como se desenvolve o processo de avaliação da aprendizagem na Educação Infantil com crianças de três anos? Elegemos como questões norteadoras do trabalho: Qual a concepção de avaliação prevista no PPP da escola? Quais as concepções de avaliação que norteiam as práticas pedagógicas dos professores na Educação Infantil? Quais os instrumentos/procedimentos utilizados para avaliar a 11 aprendizagem das crianças? Os professores participam de programas de Educação Continuada que discutem esta temática? Os professores recebem orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na Educação Infantil? Definimos como objetivos: Geral: Compreender como as professoras desenvolvem o processo de avaliação da aprendizagem das crianças de três anos na Educação Infantil. Específicos: Verificar as concepções de avaliação que norteiam as práticas pedagógicas das professoras na Educação Infantil. Identificar quais instrumentos/procedimentos utilizados para avaliar a aprendizagem das crianças. Perceber se as professoras recebem orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na Educação Infantil. Verificar se as professoras participam de programa de Educação Continuada que discutem esta temática. Identificar a concepção de avaliação prevista no PPP da escola. O estudo está organizado em cinco capítulos sendo que no 1º apresentamos o trabalho, o tema e o problema, os objetivos (geral e específicos), as questões norteadoras e outros itens introdutórios. No 2º abordamos o contexto histórico da educação infantil: compreendendo o percurso e os conceitos No 3º discorremos sobre os enfoques da avaliação da aprendizagem e a caracterização da avaliação na Educação Infantil. No 4º apresentamos a metodologia adotada para a realização da pesquisa, trazendo o tipo de pesquisa, a população, a amostra e forma de apresentação de dados. 12 No capítulo 5º fazemos a apresentação e análise dos dados e sua confrontação com o referencial teórico. O trabalho segue com a conclusão, as referências e apêndice. 13 2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMPREENDENDO O PERCURSO E OS CONCEITOS A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e destina-se a crianças de zero a cinco anos. Ela não é obrigatória, mas, um direito que o Estado tem a obrigação de atender. As instituições que oferecem educação infantil integrantes dos sistemas de ensino público ou particular, são as creches e as préescolas. Para estas, a clientela divide-se pelo critério exclusivo de faixa etária (zero a três anos na creche e quatro a cinco anos na pré-escola). As particularidades da faixa etária de zero a cinco anos exigem que a educação infantil cumpra duas funções indissociáveis e complementares: cuidar e educar. Contemplar o cuidar na esfera da instituição de educação infantil significa compreendê-lo como parte integrante do educar. Hoje, o atendimento à criança de zero a cinco anos pode ser considerado não só como uma necessidade decorrente das condições de vida nos grandes centros urbanos, mas como uma realidade. As características da nossa sociedade têm imposto à necessidade das crianças frequentarem cada vez mais cedo, e num período maior de tempo, em instituições de educação infantil. O atendimento educacional na faixa etária de zero a cinco anos vem correspondendo, há alguns anos, às necessidades e modificações sociais próprias de nossa sociedade. A inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho, para garantia da sobrevivência da família em suas necessidades básicas ou na realização profissional enquanto indivíduo desencadeou a busca e a oferta por esse tipo de atendimento, tanto na rede pública como privada. Para Oliveira (1992), a história das creches corresponde às modificações do papel da mulher na sociedade e suas repercussões no âmbito da família, em especial no que diz respeito à educação dos filhos. As modificações que vêm ocorrendo nas creches ao longo dos anos devem ser compreendidas dentro de um contexto sócio-político e cultural, que inclui a expansão da industrialização e do setor de serviços, em escala crescente, decorrente da urbanização. No Brasil, a educação da criança fora do espaço doméstico e do convívio familiar, iniciou-se no final do século XIX a partir de diversos contextos de demandas, ora como forma de combate à pobreza, na perspectiva do Estado, ora 14 como salário complementar, na perspectiva da família. Segundo Kishimoto (1986); Kuhlmann Júnior (1991); Oliveira (1995) duas concepções de serviços voltados para o atendimento infantil têm sido adotada em nosso país, referindo-se assim, a duas classes sociais distintas: a chamada “assistencial” para a criança pobre em instituições como as creches, salas de asilo e escolas maternais, e a do tipo “educacional”, para a criança de classe média, nos jardins de infância e pré-escolas. A este propósito, Oliveira (2000, p.17). Assim, enquanto os filhos das camadas médias e dominantes eram vistos como necessitando um atendimento estimulador de seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, às crianças mais pobres era proposto um cuidado mais voltado para a satisfação de necessidades de guarda, higiene e alimentação. Para Vieira (1999), a trajetória das creches e escolas maternais foi marcada pela tradição assistencial, destinada às crianças das famílias pobres. Segundo essa autora, em nosso país, enquanto modalidade de guarda diária de crianças pequenas, as creches surgiram para atender às necessidades do trabalho feminino industrial, respondendo assim a questões como o abandono, a desnutrição, a mortalidade infantil, a formação de hábitos higiênicos e a moralização das famílias operárias. A concepção assistencialista de creche permeou a maioria das instituições de atendimento infantil conveniadas com órgãos de bem estar social, onde a preocupação educacional, quando existia, era secundária, essa perspectiva política do atendimento assistencialista nas creches sofreu modificações. Segundo Oliveira (2000, p.18) Apenas quando segmentos da classe média foram procurar atendimento em creche para seus filhos é que esta instituição recebeu força de pressão suficiente para aprofundar a discussão de uma proposta verdadeiramente pedagógica, compromissada com o desenvolvimento total e com a construção de conhecimentos pela criança pequena. Os primeiros jardins-de-infância no Brasil, pioneiros das pré-escolas de hoje, foram criados a partir de modelos desenvolvidos em outros países e eram destinados a crianças de famílias mais abastadas, respondiam aos objetivos de socialização e à preparação da criança de quatro a seis anos para o ensino fundamental. Os jardins de infância ou escolas infantis originaram-se no âmbito 15 público governamental com algumas iniciativas particulares. Sua expansão foi lenta e gradual até os anos 1970, apesar de um início de crescimento nos anos 1950 com a criação das classes de pré-primário, anexas aos estabelecimentos de ensino fundamental. (OLIVEIRA, 2000) Segundo Vieira (1999, p.104.) Dessa forma, pode-se considerar que, na faixa de 0 a 6 anos de idade, consolidaram-se dois tipos de atendimento paralelos: o que se convencionou chamar de creche, de cunho mais assistencial e de cuidado, e a pré-escola, ligada ao sistema educacional e refletindo suas prioridades de caráter instrucional . Nas décadas de 70 e 80, conforme Vieira (1999) movimentos operários e feministas marcaram a luta pela democratização do país e pelo combate às desigualdades sociais. Esses movimentos ampliaram o atendimento educacional infantil, em prol da democratização da escola pública brasileira. No entanto, nessa época, a luta por creches buscava apenas atender o direito da mulher trabalhadora e não o entendimento do papel educacional da creche, ou seja, a creche era vista como espaço de cuidado, assistência e guarda e não como um espaço de educação. A Constituição Brasileira de 1988 teve um papel decisivo na afirmação dos direitos da criança, pois ampliou o que a - CLT de 1942 já consagrava como direito das mulheres trabalhadoras à amamentação de seus filhos, legitimando o direito à educação da criança nos seus primeiros anos de vida. Ao definir, como direito da criança de 0 a 06 anos de idade e dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola (Art. 208, inciso IV), a Constituição criou uma obrigação para o sistema educacional, pela qual teve que se equipar para dar respostas a esta nova responsabilidade. Vemos em Rosemberg (1995, p.18) que: A subordinação do atendimento em creches e pré-escolas à área de Educação representa, pelo menos no nível do texto constitucional, um grande passo na direção da superação do caráter assistencialista predominante nos programas voltados para essa faixa etária. Para Rosemberg (1995), a década de 90 anunciou uma nova etapa, marcada pela política de educação infantil difundida pelo MEC em 1993, através da 16 Coordenação da Educação Infantil - COEDI, a qual reafirmou e operacionalizou os preceitos da Constituição de 1988. Passos significativos foram dados nos últimos dez anos para a garantia da consolidação do atendimento educacional das crianças na faixa etária de 0 a 06 anos, dentre eles o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (1990,art. 54, IV), que integra a família como parceira da escola na definição de propostas pedagógicas. A nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB, Lei n°9394 de 1996, incorporou a educação infantil no primeiro nível da educação básica. Inserida no sistema educacional, a educação infantil é desenvolvida em regime de colaboração nas diferentes instâncias União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cabe à União a coordenação da Política Nacional de Educação e ao Município o oferecimento da educação infantil em creches e pré-escolas, mas ambas as instâncias mantendo como prioridade o ensino fundamental. Ao Município compete também baixar normas complementares às leis maiores, bem como autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de seus sistemas de ensino, e aqueles mantidos por particulares. Um dos critérios de credenciamento de instituições de educação infantil é a proporção criança /educador, sendo que essa proporção expressa uma medida e contribui para a avaliação da qualidade do atendimento que, por outro lado, acentua o alto custo desse serviço. Apesar de suas conquistas, a educação infantil ainda não é obrigatória e nem prioritária aos municípios, sendo considerada uma segunda prioridade educacional. Segundo Nascimento (1999), alguns municípios privilegiaram a implantação ou aprimoramento da pré-escola e do ensino fundamental em detrimento da creche, que por suas características apresenta um custo elevado, dificultando, assim, a participação de verbas públicas na ampliação e manutenção desse atendimento. A nova LDB, promulgada em dezembro de 1996, faz referência à educação infantil quanto à finalidade deste atendimento, na seção II, Art. 29 do capítulo sobre a educação básica: A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (NASCIMENTO, 1999, p.16). Houve um aumento significativo no atendimento em creches e pré-escolas nos últimos anos, refletindo uma tendência à universalização da educação infantil 17 em contexto institucional. Reforça-se, portanto, a concepção de que a creche constitui uma conquista, um direito não só para o filho da mãe trabalhadora, mas uma instituição educacional potencialmente destinada a todas as crianças. 2.1 Concepção de Infância e a Função Social da Escola Considerando que a concepção de infância não foi sempre a mesma, isto nos leva acreditar que os significados a ela atribuídos nos diferentes tempos e espaços, também não foram sempre os mesmos. Então, ela não pode ser vista como algo estático, mas sim, com constantes modificações na forma de vê-la, em função de mudanças que ocorrem na sociedade. Conforme Santa Catarina (1998, p.19) vemos que: Trabalhar a concepção de infância em uma perspectiva histórica demanda compreendê-la como fruto das relações sociais de produção que engendram as diversas formas de ver a criança e produzem a consciência da particularidade infantil. Neste sentido, a concepção de infância varia de acordo com a cultura onde ela é concebida. Partindo da concepção de infância, do ponto de vista histórico-cultural demanda perceber a influência que o meio sociocultural determina sobre ela. Ou seja, a concepção de infância está ligada à relação do indivíduo com a sociedade em que vive e à cultura que o cerca, pois tudo passa por constantes modificações, gerando diferentes formas de ver e interpretar a infância. Por isso, se faz necessário ver a criança como um ser social e histórico que apresenta diferenças, pois o conceito de infância é constituído nas relações sociais em diferentes momentos históricos. De acordo com Santa Catarina (2005, p.51) observamos que: O conceito de infância no novo tempo perpassa pela via da contextualização, da heterogeneidade e da consideração das diferentes formas de inserção da criança na realidade; no mundo adulto, nas atividades cotidianas, nas brincadeiras e tarefas, delineia-se um conceito de infância de um novo tempo. A concepção histórico-social diz que a criança a partir das suas relações irá construir seu próprio sujeito, pois ao ingressar nas instituições de Educação Infantil, sabemos que a mesma passa a fazer parte de outro contexto social, servindo para a sua própria construção da pessoa , ou seja, como ser humano que pensa, cria e interage. 18 Assim, podemos perceber que a criança é sujeito de direitos e deveres, interage, tem sua própria identidade, construindo a criança com muita independência e autonomia. Analisando as mudanças que ocorreram durante este período, percebemos que suas concepções foram se modificando. Hoje, as instituições de Educação Infantil têm como objetivo desempenhar um papel importante na formação do indivíduo, não apenas de “cuidar”, mas de educar. Nesse sentido a instituição de educação infantil, deve dar condições materiais, pedagógicas, culturais, sociais, humanas, alimentares, espaciais, para que a criança experimente as diferenças vivências, planejando atividades que sejam de interesse da criança e que correspondam ao seu nível de desenvolvimento. Recorremos a Santa Catarina (2005, p. 49) para compreender que: O papel das instituições educacionais junto à infância é fundamental para possibilitar espaços de brincadeiras, conversas, argumentações, negociações, expressão de sentimento, idéias, sensações. Conforme este documento (2005) a função social da escola é de garantir a todos o acesso à cultura e ao conhecimento cientifico, na perspectiva da cidadania. A escola desempenhará bem seu papel, na medida em que, partindo daquilo que a criança já sabe o conhecimento que ela traz de seu cotidiano, suas idéias a respeito dos fatos e fenômenos, ela for capaz de ampliar e desafiar a construção de novos conhecimentos. Segundo Paniagua (2007, p. 11). A educação infantil deve proporcionar experiências e interações com o mundo social e físico, de forma ajustados de acordo com as suas idades, seguindo princípios pedagógicos, quando isso não ocorre às experiências educativas não são interessantes, criando dificuldades aos alunos, e, assim, não obter deles a potencialidade que possuem. A Educação Infantil é uma fase muito importante que deve ser desenvolvida a partir dos conhecimentos já adquiridos pelas crianças. Cabe ao professor a ajudar no desenvolvimento de suas habilidades, e criar condições para que se tornem autônomas que é um objetivo primordial na Educação Infantil, contextualizando o cuidar, e principalmente o educar. 19 3 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A avaliação é um tema constante em nosso dia-a-dia, na prática escolar, na interação cotidiana, em casa, em nossa trajetória profissional, durante o lazer. A avaliação sempre se faz presente e inclui um julgamento de valor sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo, sobre o resultado de trabalhos. (LUCKESI, 1999) Segundo Wikipédia, a enciclopédia livre diz que: A avaliação é um processo é uma tarefa didática necessária e permanente no trabalho do professor, ela deve acompanhar todos os passos do Processo de Ensino e Aprendizagem. É através dela que vão sendo comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar progressos, dificuldades e orientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas também na própria dinâmica e estrutura do Processo de Ensino e Aprendizagem. (WIKIPÉDIA. 2009) Atualmente a avaliação é entendida como um processo dinâmico, continuo e sistemático componente do processo de ensino – aprendizagem. Devemos buscar diferentes formas de realizar a avaliação na educação infantil, como uma maneira de acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem e ajudar as crianças em suas maiores dificuldades. Na Educação em geral há uma realidade em que quando se fala em “avaliação” vem em mente a palavra “prova”, pois a nota ainda é vista como uma “verdade” onde percebe se a criança aprendeu ou não. Devemos mudar nossa prática, avalia-la no decorrer das atividades em sala de aula e buscar novas estratégias, não usando a avaliação como sinônimo de julgar, mas sim, como sinônimo de ajudar no desenvolvimento das habilidades e dificuldades das crianças. Para Gadotti (1991, p.16) “a avaliação é essencial à educação. Inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação”. A avaliação pode ser um instrumento precioso de diagnóstico e diálogo, sendo um momento de reflexão do professor sobre o processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele para que ela possa ocorrer. Assim, caberá a 20 ele investigar sobre a adequação dos conteúdos escolhidos, sobre o tempo e ritmo imposto ao trabalho tanto quanto caberá investigar sobre as aquisições das crianças em vista de todo o processo vivido, na sua relação com os objetivos propostos. Nessa perspectiva, segundo Gadotti (1991) a avaliação não se encerra com a qualificação do estado em que está o educando. É tarefa permanente do professor, instrumento indispensável à constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças. Um educador que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido indagativo, investigativo do termo, instala sua docência em verdades absolutas, prémoldadas e terminais. Entende-se que a avaliação se faz necessária para que possamos refletir questionar e transformar nossas ações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino / aprendizagem. 3.1 As linhas de Avaliação Apresentamos a seguir as linhas de avaliação presentes na educação brasileira, como forma de contextualização para o entendimento da avaliação na Educação Infantil. 3.1.1 Avaliação formativa A avaliação formativa ocorre ao longo do ano, através de acompanhamentos ao lado da criança no decorrer de suas atitudes, nessa concepção de avaliação o professor ajuda o aluno a desenvolver suas capacidades cognitivas, detectando suas dificuldades e ajudando a superá-las fornecendo informações onde a criança utilizará ao longo de sua vida. Segundo Perrenoud (1999, p.75) A avaliação é formativa quando o professor contribui para a regulação das aprendizagens no sentido de domínio, numa concepção particular dos 21 objetivos, da aprendizagem ou da intervenção didática, não esquecendo que é preciso de um aprendiz, um professor para organizar e gerir as situações didáticas. Então, avaliar numa visão formativa não é apenas avaliar em um momento, mas é uma ação que deve ser feita no dia-a-dia no âmbito escolar, diante das atividades propostas pelo professor, onde o professor acompanhe a criança em seu desenvolvimento, conhecendo os avanços e limites no processo de aprendizagem. Vemos em Perrenoud (1999, p.78) que: Considera como formativa toda prática de avaliação contínua que pretende contribuir para melhorar as aprendizagens em curso, qualquer que seja o quadro e qualquer que seja a extensão concreta da diferenciação do ensino. Essa aplicação corre o risco, de um ponto de vista prescritivo, de fazer com que a idéia de avaliação formativa perca seu rigor, essa ampliação autoriza a dar contas das práticas correntes de avaliação como contínua sob o ângulo de sua contribuição almejada ou efetiva para a regulação das aprendizagens durante o ano escolar. Esse tipo de avaliação não tem como objetivo classificar ou selecionar a criança como a “melhor”, mas contribuir em seus processos de aprendizagens significativas. Devemos avaliar o que se ensina, encadeando a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade dos alunos. O professor deve conhecer melhor a sua criança, conhecer seus interesses e adequar o seu processo de ensino, com as informações que obtem dela durante o processo, só assim, o professor sabe o grau de conhecimento daquela criança, com isso faz sua avaliação de forma contínua, e ajudando-a quando apresenta mais dificuldades. Ao término de uma atividade, cabe ao professor fazer uma análise e reflexão sobre o sucesso alcançado em funções dos objetivos previstos em seu planejamento, verificando se esses objetivos foram alcançados pelas crianças. Perrenoud afirma que a idéia de avaliação formativa sistematiza em levar o professor a observar mais metodicamente os seus alunos, a compreender melhor suas maneiras de ser. Observamos em Brasil (1998, p. 23) que: Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para 22 o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. Para que o professor possa propiciar situações de aprendizagem, é necessária a observação, pois é muito importante o professor observar sempre o seu aluno, pois diante dessas observações, pode proporcionar um novo aprendizado. Esse processo avaliativo destina-se ao professor ser criativo, e desempenhar papéis onde forneça o progresso dos alunos, seja por meio de experiências educativas, que expressem a construção do conhecimento, e avançar no seu desenvolvimento. Segundo Brasil (1998), a avaliação formativa, não deve avaliar a criança, mas as situações de aprendizagem que foram oferecidas, percebendo se as suas aprendizagens estão vinculadas às oportunidades e experiências que foram oferecidos a ela. O professor deve fortalecer o interesse do aluno na busca de novos conhecimentos, propondo caminhos e incentivando-os para seus novos aprendizados. Perrenoud (1999, p.101) afirma que “avaliação formativa apresenta-se sob a forma de uma regulação interativa, isto é, de uma observação e de uma intervenção em tempo real, praticamente indissociáveis das intervenções didáticas propriamente ditas”. Nesta avaliação a observação é primordial, sendo a base para o professor poder ajudar a criança a aprender e se desenvolver, participando desse processo no sentido educativo. Nesta concepção de avaliação busca-se desenvolver uma educação de qualidade proporcionando oportunidades e respeitando as crianças, sendo tratados todos iguais e ajudando-as suas dificuldades e preparando-as para o futuro. 3.1.2 Avaliação Classificatória Essa concepção de avaliação é usada na escola em geral como instrumento para medir a capacidade da criança usando a “nota” para verificar se ela 23 obteve o resultado. A avaliação classificatória é uma perspectiva de avaliação onde a nota verifica a existência de padrão de rendimento no que as crianças são comparadas entre si o desempenho de cada uma. Segundo Hoffmann (2000, p.22) “a avaliação classificatória se resume à decisão de enunciar dados que comprovem a promoção ou retenção dos alunos”. Este tipo de avaliação não leva a criança a aprender para a vida, mas sim, dar importância a uma aprendizagem memorizada, onde estuda não para aprender, mas para realizar uma prova ou um trabalho. A intenção dessa concepção de avaliação é classificar a criança para aprovação ou reprovação. Conforme Melchior (1999, p. 20) No entanto, a escola exige um resultado e ele passa a preocupar-se com a avaliação apenas com a função de controle. Assim, a finalidade da avaliação fica descaracterizada. Avalia-se para atribuir um resultado e o aluno estuda para obter uma nota. A conseqüência desse ciclo é o temor que os estudantes, em geral, têm de avaliações e especialmente, de testes escolares. Pois, quando a avaliação é feita apenas com função de controle, são considerados somente os momentos avaliativos, representados por um teste, trabalhos em grupo ou individuais. Ou o que é ainda pior: o professor atribui-lhe um valor qualquer, sem uma fundamentação, sem que o aluno tenha mínima idéia de como foi avaliado. A preocupação dos professores nessa concepção não é avaliar os seus processos de aprendizagens, e verificar as suas dificuldades para uma possível mudança, mas sim, as suas preocupações são de como avaliar para atribuir uma nota de acordo com o desempenho da criança nos dias de provas e trabalhos, podendo o professor utilizar o método da observação para verificar seu aprendizado todos os dias durante o decorrer das aulas. Melchior (1999, p.20) afirma que: O professor que não se preocupa em fazer registros dos desempenhos (eu/ou dificuldades) de seus alunos, durante o processo, não terá condições de ser justo na emissão de um resultado para cada aluno. Assim, a avaliação realizada de forma desvinculada do processo, além de, não cumprir suas funções didático-pedagógicas e de diagnóstico, ainda pode cometer injustiças, atribuindo resultados que não correspondem aos desempenhos dos alunos. Se o professor faz seu registro diário, fica mais fácil verificar se a criança está aprendendo, principalmente na educação infantil. Na avaliação formativa, é utilizado o registro diário a fim de verificar se seu aluno está progredindo ou tendo 24 dificuldades para um novo aprendizado. Com base nesse método o professor tem um acompanhamento do ano inteiro de como foi o desenvolvimento das crianças suas facilidades e dificuldades. Na visão da avaliação classificatória esse método não seria utilizado, pois ela exerce uma função de controle de selecionar os alunos em “bons e ruins”. De acordo com Brasil (1998. p. 30) A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Na instituição de educação infantil, a intervenção do professor é essencial, a fim de verificar as dificuldades que os alunos se encontram, e que podem ser melhoradas, desenvolvendo suas capacidades de interagir como o meio social. Diante da avaliação classificatória, não podemos usá-la como referência, pois ela é um meio de rotular a criança, não servindo como instrumento didático, uma vez que não interfere no desenvolvimento das crianças, em seu crescimento para a autonomia. É importante pensar nas formas avaliativas, pois a maior preocupação ao desenvolver sua ação pedagógica, é conseguir com que o professor possa propiciar momentos de interação entre professor/aluno ,onde o professor possa entender e contribuir no desenvolvimento das crianças de forma significativa. 3.2 A Avaliação na Educação Infantil A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as 25 crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais com diferentes crianças e adultos, cujas percepções e compreensões da realidade também são diversas. Assim o processo ensino-aprendizagem ocorre de forma gradual contínua, cumulativa, integrativa, porém não se sabe como avaliá-lo, ou seja, como promover a verificação da aprendizagem, avaliação do educando. A autora Hoffmann é uma das poucas que teorizam sobre a avaliação na Educação Infantil e é uma referência essencial para essa discussão. Ela defende a necessidade urgente de uma prática mais reflexiva e conhecedora de como os alunos aprendem e se desenvolvem para que a avaliação na Educação Infantil, não termine por obedecer à lógica da exclusão e do julgamento precoce e descontextualizado dos alunos. Afirma que: Sem dúvida, a avaliação, na educação infantil, [...] passa a exigir [...] uma investigação dos reflexos sofridos do modelo de controle, vigente no ensino regular, que atrelado à finalidade de controle das famílias sobre a eficiência da instituição, acaba por comprometer seriamente o significado dessa prática em benefício ao processo educativo. (HOFFMANN, 2001, p. 10). A autora ainda enfatiza que a maioria dos instrumentos de avaliação privilegia um registro endereçado aos pais ou à instituição, relegando a segundo plano o sujeito aluno “[...] os resultados enunciados não têm por objetivo subsidiar a ação educativa no seu cotidiano, mas assegurar aos pais e à escola que as atividades estão se desenvolvendo e que a criança os está realizando” (HOFFMANN, 2001, p. 82). E o que ocorre na prática é que mesmo não existindo a obrigatoriedade com relação à atribuição de notas ou conceitos para as crianças pequenas o que se verifica muitas vezes há ocorrência de ações avaliativas que remetem à idéia de classificação e formalidade presentes no ensino fundamental. Esse fato é comprovado por Hoffmann (1996) onde ela aponta a existência de alguns tipos de avaliação formal na Educação Infantil. Entre eles se destacam os boletins de acompanhamento das crianças, as fichas de avaliação e outros mecanismos. Além disso, há uma grande incidência da avaliação informal, que tem como objetivo controlar e vigiar o comportamento e a disciplina das crianças via ameaças e controles variados. 26 De acordo com Esteban (1993, p. 22) já refletia sobre as práticas educativas de avaliação na Educação Infantil e escreveu um artigo instigante, através do qual usando uma analogia através do jogo de encaixe demonstra como as crianças desde a pré-escola estão sujeitas a um “padrão predeterminado de desenvolvimento, de aprendizagem e de conteúdos desejáveis” Ballester (2003, p. 61). Considera que “a grande importância da avaliação na Educação Infantil ocorre pelo papel de instrumento para ajustar continuadamente a intervenção dos professores à resposta dos alunos” Defende que na Educação Infantil encontram-se três tipos de instrumentos de avaliação, que são as do tipo abertos (diários), semi-estruturados (pauta de observação) e por fim os fechados (ficha de conduta específica). Acredita que os instrumentos são necessários e válidos, porém chamam a atenção para a importância do conhecimento dos mesmos e de como eles dizem sobre a concepção que a escola e os professores têm sobre o ato de avaliar. Para Bassedas e Sole (1999, p. 173): [...]Retratam através de suas idéias a íntima ligação entre avaliação e brinquedos parecidos com Lego, desenvolvimento infantil e destacam a avaliação nesta etapa como tendo sentido através da intervenção, servindo para tomada de decisões educativas, para observar a evolução e o progresso das crianças. Essas definições possibilitam demonstrar o que os autores que focam sua atenção na questão da avaliação nesse segmento pensam e discutem oferecendo um importante suporte para a discussão e análise acerca dos sentidos e significados que orientam a prática de avaliação do docente e alunos e suas conseqüências para o processo de aprendizagem. Vários teóricos defendem que a avaliação deve ser entendida como um importante mediador do aprendizado. Entre eles Bassedas e Sole (1999, p. 173) quando afirmam que “a avaliação pode ser um poderoso instrumento para ajudar o aluno a aprender melhor”. Porém, na prática isso nem sempre acontece. A avaliação, na educação infantil, deve privilegiar os interesses e as necessidades de cada criança, confiar em suas tentativas de aprender erro/acerto, valorizar suas descobertas. Com isto nós poderíamos dizer que realmente estamos chegando a um modelo avaliativo centrado na criança e no processo pedagógico, e que tal modelo ajudará a formar o adulto de amanhã. 27 Podemos perceber, contudo, que na Educação Infantil a avaliação se pauta basicamente pela observação e registro. Uma perspectiva de acompanhamento do processo de desenvolvimento, pode ser apontada na seguinte direção. Conforme Vasconcellos (1994, p. 59): Observação da criança fundamentada no conhecimento de suas etapas de desenvolvimento. Oportunização de novos desafios com base na observação e reflexão teórica. Registro das manifestações das crianças e de aspectos significativos de seu desenvolvimento.Diálogo freqüente e sistemático entre os adultos que lidam com a criança e os pais ou responsáveis.No caso de comunicação aos pais, é muito mais significativo o parecer descritivo (relatório) do desenvolvimento da criança, que a emissão de conceitos ou menções. Caso o professor e/ou instituição escolar consiga por em prática tal proposta, este (a), estará realmente realizando um ato avaliativo, e proporcionando o desenvolvimento integral da criança. Conforme Hoffmann (2001) avaliar vai além de olharmos as crianças como seres meramente observados, ou seja, a intenção pedagógica avaliativa dará condições para o professor ou professora criar objetivos e planejar atividades adequadas, dando assim um real ponto de partida para esta observação, torna-se clara a necessidade de se construir conhecimentos e reflexão por parte de professores educadores acerca do processo avaliativo formal na Educação Infantil. A grande importância da avaliação na educação infantil é observar o desenvolvimento das crianças, e o professor de estar revendo suas práticas pedagógicas, portando a avaliação na educação infantil é o acompanhamento na busca do desenvolvimento da criança buscando sua autonomia como ser construtivista. A importância da avaliação na educação infantil é enfatizada por Nicolau (1986 .p. 289), pois: A avaliação deve ser um instrumento para o educador reformular a ação educativa que exerce, de modo a contribuir decisivamente para o desenvolvimento integral do potencial infantil. Especialmente na pré-escola, antes de nos preocuparmos em avaliar a criança, temos de desafiá-la para que desenvolva o seu potencial. Em vez de rotular a criança a partir do que ela ainda não faz, devemos partir daquilo que já é capaz de fazer, para ajudá-la a fazer o que certamente aprenderá. É necessário que o professor repense sua prática pedagógica, sua 28 concepção de aprendizagem, buscando formas de ajudar as crianças em seu desenvolvimento. Neste contexto a avaliação deve ser formativa, pois o professor deve observar suas dificuldades no dia-a-dia e trabalhando-as suas dificuldades, criando oportunidades para a criança vai se aperfeiçoando em suas habilidades e conhecimentos. De acordo com a LDB, no art. 9º diz que: (1996) Na Educação Infantil, a avaliação não tem caráter de promoção, visa diagnosticar e acompanhar o desenvolvimento da criança em todos os seus aspectos – LDB/96. Parecer descritivo – objetivo avaliação integral da criança. Instrumento para o professor (observação, anedotário, diário de bordo, entrevista, portfólio, auto-avaliação). Observar e avaliar a nossa própria forma de atuar, estar atento ao comportamento da criança, à sua forma de pensar, os seus interesses e atuar positivamente para que ela supere as próprias dificuldades, tem muito a ver com o processo de avaliação e com a educação de boa qualidade. Nicolau (1986, p.290) nos diz que “para a criança superar as suas possíveis dificuldades, nada melhor que ser desafiada a agir e, ao mesmo tempo, ser informada acerca do seu desempenho. As sugestões apresentadas pelo educador irão oferecer pistas que ajudarão a criança a fazer, por si só, os ajustes no seu comportamento”. De acordo com Santa Catarina (2005, p. 65): Observações de escritas, trabalhos, organizações de diários coletivos, painéis, álbuns, elaboração de portfólio. Esses materiais devem se tornar meios da sistemática constante no processo educacional e deverão criar uma nova atitude, interpretada à luz da reflexão de uma prática em conjunto com o grupo de crianças educadores (as) e famílias. Além disso, vale lembrar que a avaliação precisa ser diagnosticada, processual e formativa, comprometida com uma aprendizagem inclusiva, em que todas as crianças tenham a oportunidade de aprender de fato. A importância da avaliação é a observação, verificando como as crianças estão situadas em sala de aula, e a partir de conhecimentos já adquiridos, a criança irá aprender novos conceitos, novas aprendizagens, que lhe serão úteis durante o decorrer de sua vida, cabe ao professor ampliá-lo de uma forma processual durante o ano letivo, usando métodos diversificados, pois o professor deve criar condições para que as crianças aprendam novos conhecimentos, deve também observar 29 atentamente seus gestos e atitudes, temos que prepará-los para o futuro, intervindo em suas práticas pedagógicas. O “avaliar” significa perceber, identificar onde “eu” o professor posso melhorar para que minha criança tenha um melhor entendimento, qual método ela se identifica mais, cabendo o professor buscar essas práticas pedagógicas diversificadas para uma melhor qualidade na educação de nossas crianças. Na Educação Infantil haverá momentos em que o professor encontrará dificuldades em realizar a avaliação da criança no seu processo de aprendizagem, ele deve buscar maneiras que possibilitem uma melhor análise do desenvolvimento da criança. Para isso o professor adota algumas ferramentas para realizar esse tipo de avaliação, como: a observação, o registro, o portfólio, veremos a seguir como introduzir esses métodos no cotidiano na educação infantil. 3.3 Instrumentos de avaliação adequados à Educação Infantil: 3.3.1 Observação: A observação é um meio de avaliação muito importante na educação infantil, pois através dela o professor acompanha o desenvolvimento da criança no seu cotidiano, com a observação diária o professor identifica se a criança está atingindo os objetivos esperados para aquela determinada atividade, se os resultados foram alcançados e se há pontos a serem reformulados. Partindo da observação das atividades proporcionadas a elas, o professor deve criar oportunidades onde as crianças irão desenvolver novos aprendizados, criando possibilidades através da brincadeira, assim no espaço na qual a criança brinca o professor pode observar suas atitudes e através da observação, criar momentos de prazer onde à criança desenvolve novas habilidades, partindo daquilo que a criança já sabe o professor amplia esse conhecimento, enriquecendo sua identidade. Conforme vemos em Melchior (1999, p. 76) O conhecimento que um professor desenvolve ao trabalhar com um grupo de crianças incorpora, necessariamente, elementos de, outros domínios de sua vida. E a observação, o professor pode constatar dados não apenas 30 aspectos cognitivos – as dificuldades e as possibilidades de cada um – mas também dos aspectos afetivo e psicomotor. O professor de educação infantil deve partir de uma rica observação na sala de aula onde é feita diariamente, enquanto elas realizam suas atividades. Para a observação o professor requer muita atenção e paciência, pois não é possível observar em um momento, mas sim criar oportunidades onde o professor possa observar o aprendizado de todos. O professor deve observar não apenas o seu aprendizado, mas suas dificuldades e seu estado emocional, pois cada criança dependendo de sua afetividade com pais e professores podem ajudar ou prejudicar em seu desenvolvimento. Melchior (1999, p. 76) nos diz que: A importância da observação como técnica que permite ao professor acompanhar o desenvolvimento do aluno em todos os momentos, impedindo que se formem idéias preconcebidas sobre a capacidade e o desenvolvimento de cada um. O acompanhamento do desenvolvimento do aluno é muito importante, pois o professor verifica como cada criança aprende, pois cada um tem o seu processo de aprendizado, cabe ao professor criar condições para que a criança desenvolva sua personalidade e não apenas adquirir conhecimento. 3.3.2 Registro O registro é um acompanhamento da observação, pois através da observação o professor deve registrar tudo que acontece em sua sala de aula. O registro pode ser feito de diversas maneiras como: escrita, fotografias, vídeos, gravação de áudio e outros. É muito importante esse registro diário, pois não podemos confiar em nossa memória, o professor pode esquecer algum detalhe importante que seja fundamental na hora de fazer o parecer descritivo da criança. Esse instrumento serve para comparar as anotações do início do ano com os dados mais recentes para perceber o que a criança já realiza com autonomia e o que ainda precisa de acompanhamento. De acordo com Melchior (1999, p. 76): 31 É necessário que o professor registre as observações realizadas durante todo o processo, para ter condições de ir redirecionado seu trabalho no sentido de ajudar os alunos a construírem novos conhecimentos. Os registros de cada dia servirão de subsídios para o professor planejar o dia seguinte. A prática do registro permite ao professor o exercício e o resgate do compromisso da sua competência, pois com o registro diário ele tem em mãos todo o processo de crescimento de suas crianças, suas habilidades, suas dificuldades. Só assim saberá o que planejar para o dia seguinte. É essencial esse conhecimento, para desenvolver uma prática pedagógica mais significativa. Conforme Ostetto (2002, p. 20): No espaço educacional o registro é, para o educador, uma espécie de diário, que pode bem lembrar os diários de bordo ou diários de adolescentes, nos quais são anotados fatos vividos, sentimentos, impressões, confissões.[...] aqueles diários tem como principal característica a descrição dos acontecimentos, organizados de forma cronológica. Quanto ao diário do professor, no âmbito da prática pedagógica do educador, constitui-se em lugar de reflexões sistemáticas; constantes; um espaço onde o professor conversa consigo mesmo; avalia atividades realizadas; documenta o percurso de sua classe. Segundo Ostetto (2002), o registro traz aspectos descritivos e analíticos, pois não é só para contar o que aconteceu na sala de aula, mas sim, tentar compreender o acontecido, analisá-lo para poder melhorar, e aprender com o que já foi vivenciado. A função do registro é verificar o conhecimento já construído, pois se a criança não sabe num dia, com a intermediação do professor no outro ela pode saber, isso tudo para que possa prosseguir no seu processo de construção. 3.3.3 Portfólio O portfólio é uma ferramenta pedagógica, um conjunto de atividades realizadas pelas crianças no decorrer do ano escolar que serve de suporte para o professor observar e respeitar o ritmo delas. O portfólio deve ser organizado e planejado com atividades realizadas ao longo de um determinado período, não sendo um deposito de trabalhos apenas para mostrar aos pais, mas um instrumento 32 que ajuda na construção da criança. Segundo Frison (2008, p.214) considera o portfólio como: Uma forma de organizar as atividades realizadas pelo estudante, a qual demonstra tanto o processo de aprendizagem como os resultados obtidos, a serem avaliados conjuntamente pelo professor e pelo próprio aluno. O portfólio não é apenas uma forma de organizar os materiais, mas equivale aos processos que são utilizados, às realizações e aos resultados do desenvolvimento das competências que vão evoluindo, à medida que os alunos comprometem se, crescem cognitivamente e auto-regulam as aprendizagens. A educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, e nesta etapa a criança precisa ter a oportunidade de desenvolver suas habilidades e competências, favorecendo o desenvolvimento de suas capacidades. E o portfólio é utilizado para registrar essas etapas dos trabalhos das crianças, as etapas do seu desenvolvimento, procurando trabalhar seus interesses, pois trará resultados positivos tanto para o professor quanto para o aluno. De acordo com Frison (2008, p. 224) observamos que: Cada portfólio é único e pessoal. Algumas crianças conseguem registrar e completar todo trabalho planejado, pois estão sempre presentes em aula, retomando várias vezes cada uma das atividades vividas, fazendo e refazendo suas análises. Alguns portfólios, no entanto, ficam incompletos, pois há alunos que freqüentemente faltam às aulas, o que dificulta muito seu acompanhamento. Alguns professores ainda entendem que o portfólio, é apenas algo para “guardar” atividades das crianças para expor aos pais o que ela desenvolve em sala de aula, consideram como mero instrumento de avaliação e não de acompanhamento das aprendizagens construídas. Os professores que trabalham com portfólio têm mais segurança em realizar os pareceres das crianças. O professor deve usar estratégias para acompanhar o desenvolvimento de suas crianças. 33 4 METODOLOGIA Esta pesquisa foi desenvolvida dentro de uma perspectiva qualitativa para melhor análise do problema. Este tipo de pesquisa busca compreender com maior profundidade o fenômeno a ser estudado. A pesquisa qualitativa tem como objetivo principal interpretar o fenômeno observado. Conforme Godoy (1995, p.57): Na pesquisa qualitativa não existe hipóteses pré-concebidas, suas hipóteses são construídas após a observação, ou seja, nela não existe suposta certeza do método experimental. Nesse sentido, quem observa ou interpreta influência e é influenciado pelo fenômeno pesquisado. A pesquisa qualitativa é indutivamente construída, ou seja, primeiro observa o fenômeno que pretende pesquisar, após hipotetizar, isto é, procura relações causais que expliquem o fenômeno. As pesquisas qualitativas têm caráter exploratório: estimulam os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito de forma espontânea. São usadas quando se busca percepções e entendimentos sobre a natureza geral de uma questão. Sendo uma pesquisa exploratório-descritiva, pois tem o objetivo de proporcionar maior familiaridade com a situação problema, explora, interroga-se, para coletar informações e descrever características da população ou fenômeno, visando torná-lo mais explícito. Uma vez definido o tema da pesquisa, não podemos negá-la como qualitativa e quantitativa Uma não substitui a outra: elas se complementam. Sendo a pesquisa quantitativa para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, utilizam instrumentos estruturados, (questionários) pois exige um número maior de entrevistados para garantir a precisão nos resultados. Vemos em Godoy (1995, p. 62) que: Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e, conseqüentemente, menos passíveis de erros de interpretação. 34 Considerou-se como universo de pesquisa os profissionais que atuam como professores em um Centro de Educação Infantil da rede pública, no município de Morro da Fumaça – SC. Os sujeitos pesquisados foram cinco professoras e dessas foi feita a observação de duas professoras para verificar como é sua prática em sala de aula, se faz ligação a sua teoria e prática. Para coletar os dados, utilizou-se um questionário composto por questões abertas solicitando as informações acerca do problema estudado para posterior análise e conclusões correspondentes aos dados coletados. Os questionários foram aplicados no mês de setembro de 2009, pela pesquisadora, no local de trabalho dos pesquisados. As respostas obtidas na pesquisa foram analisadas e interpretadas de acordo com os resultados e organizadas utilizando-se categorias de análise que serão discutidas a seguir. 35 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Apresentamos neste capítulo os dados coletados a fim de analisar as respostas das professoras a partir do referencial teórico, buscando compreender a sua concepção de avaliação na Educação Infantil. Para a identificação das mesmas caracterizamos como professoras: A, B, C, D, E. A observação foi caracterizada como professora: B e C, onde além da observação foi atribuído o questionário. A análise está organizada em quatro categorias: caracterização do grupo de pesquisa, concepções que norteiam a prática pedagógica, avaliação e o processo de ensino, e formação continuada. Com os dados coletados passa-se a analisar fazendo relação em teoria e prática, refletindo sobre a forma de avaliação na Educação Infantil, sob a visão das professoras envolvidas na pesquisa. 5.1 Caracterização do Grupo de Pesquisa Iniciamos com a caracterização, bem como a formação das professoras da pesquisa, o tempo de atuação na Educação Infantil. De acordo com o quadro abaixo: Professoras A B C D E Atuação na Educação Infantil (anos) 20 6 4 8 5 Nível de formação Pg pg g pg pg Legenda: g=graduação; pg= pós-graduação. Fonte: pesquisa realizada em agosto de 2009. Observa-se que as professoras pesquisadas possuem graduação em pedagogia. A professora A formada pela UNISUL, as professoras B e E formadas pela UDESC e as professoras C e D são graduadas pela UNIASSELVI. Percebe-se 36 que 80% possuem pós-graduação, as professoras A, B, D e E. A professora A possui especialização em Metodologia de ensino, B em séries iniciais, a professora D e E possuem especialização em Séries Iniciais, Educação Infantil e Gestão Escolar, com exceção da professora C que não possui pós-graduação. A professora A possui mais experiência com Educação Infantil trabalha há 20 anos na área, a professora B leciona 6 anos como educadora na Educação Infantil, a C leciona há 4 anos, a D há 8 anos e a professora E trabalha na Educação Infantil há 5 anos. O que levou a escolheram do caminho da Educação como professor, foi “a família” diz a professora A. As professoras D e E “por amor e acreditar que a educação é a melhor maneira de mudar o mundo”. E as professoras B e C o que levaram a escolha foi “a vocação”. Observa-se que o grupo é heterogêneo no que diz respeito ao tempo de serviço no magistério. Entendemos que esse fato permite a troca de experiências entre as professoras na busca de soluções para suas dificuldades. No entanto, para que isso ocorra há que se estabelecer na Unidade Escolar um canal de comunicação entre elas. 5.2 Concepções que Norteiam a Prática Pedagógica O questionário atribuído às professoras era composto por várias perguntas voltadas a avaliação na educação infantil. Primeiramente destaca-se o que significa a palavra avaliar. Para as professora A e B a palavra avaliar significa “verificar a aprendizagem do educando, verificar a aprendizagem do conteúdo ensinado”. As professoras C diz que “avaliar significa observar para poder planejar”. A professora D e E diz que “avaliar é um dos instrumentos que possibilita ao professor perceber se os objetivos foram alcançados, avaliando a aprendizagem do aluno em todo seu processo de aprendizagem”. Analisando as respostas, as professoras D e E não conceituaram o significado da palavra avaliação, as professoras A e B disseram que é uma forma de verificação e a professora C diz que é observar. De acordo com a observação realizada em sala de aula, muitas vezes a teoria adotada pelas professoras não está adequada com sua prática pedagógica, 37 pois deixar a criança brincar por brincar, deixá-la em sala de aula sozinha, ou com uma estagiária, mostra que as professoras nem sempre estão preocupadas em seguir sua teoria. Rabelo (1998, p.13) afirma que: A avaliação deve ser contínua, de forma a verificar os vários momentos de desenvolvimento do aluno, já que a idéia é dar ênfase também à comparação do aluno com o seu próprio desenvolvimento, ao invés de apenas comparar o seu rendimento, em um dado momento, com parâmetros externos a ele. Mas, enquanto prática, isto nem sempre acontece, verifica-se, isto sim, o contrário. A avaliação deve ser uma forma de verificar os momentos de aprendizagens dos alunos, através dos momentos de atividades e brincadeiras, o professor verifica as dificuldades e as possibilidades de mudanças que podem ajudar a criança em seu aprendizado. De acordo com a avaliação formativa a observação é fundamental nesta questão, pois através da observação o professor verifica as possibilidades de mudanças que contribuem para o aprendizado das mesmas. Definindo a avaliação da aprendizagem na Educação Infantil a professora A diz que: “avaliação na Educação Infantil é a verificação da aprendizagem cognitiva, psicomotora e afetiva da criança”. A professora B “A avaliação na Educação Infantil não requer lápis nem papel, mas verificar o seu desenvolvimento social, cognitivo e psicomotor da criança”. A professora C defende que: “avaliar através da observação as evoluções das crianças, respeitando o tempo de cada um, sendo ela uma avaliação continua e processual”. A professora D diz que: “a avaliação deve ser feita através de registros que observem se houve evolução do aluno com os projetos desenvolvidos, explorando os conteúdos propostos”. A E diz que: “A avaliação precisa se processual e contínua, ou seja, avaliar e ensinar o que realmente precisa ser aprendido na Educação Infantil”. A definição de avaliação para as professoras A e B, são de verificação da aprendizagem cognitiva, psicomotora e afetiva da criança. Nessa perspectiva conforme Brasil (1998, p. 30): O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que 38 articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. O professor deve acompanhar a criança em seu desenvolvimento, pois ele é o mediador entre essas relações: a criança e o aprendizado. Para que isto ocorra, o professor interfere nessa relação, pois são necessários estímulos motores a cada faixa etária. Cada criança é diferente uma da outra, cada uma tem seu jeito de pensar, sentir e ver, ela só aprende de maneira ativa e exercitando seus sentidos. Articulando e desenvolvendo suas capacidades afetivas, emocionais sociais e cognitivas. Segundo Hoffmann (1996, p.18) “A avaliação depende diretamente da observação das crianças em sua exploração permanente do mundo e da aproximação dos educadores com a realidade socio-cultural dessas crianças”. Mesmo auxiliando no desenvolvimento das capacidades, o professor deve estar sempre observando a evolução das mesmas, como diz a professora C, D e E, respeitando o tempo de cada um, sendo ela uma avaliação contínua e processual. Na observação as professoras realizaram o registro da observação no final do horário, anotando as atividades realizadas no dia, as dificuldades gerais e específicas de cada criança. Buscou-se verificar se as professoras pesquisadas conhecem a Proposta Política Pedagógica de sua instituição de ensino, se as mesmas seguem a concepção de avaliação prevista nesse P.P.P. As professoras A, B, D, E apenas citaram que o CEI (Centro de Atendimento Infantil) não possui P.P.P. Diz a professora C que mesmo a instituição de Educação Infantil não possuindo o P.P.P a mesma segue a proposta do município: concepção histórica – cultural, sócio – interacionista. De acordo com Rabelo (1998, p.17): Uma proposta pedagógica como um todo, incluindo a avaliação, deveria ter como objetivo desenvolver a autonomia do aluno, que é indissociavelmente social, moral e intelectual. Assim contribuindo para o pleno desenvolvimento da criança, enquanto cidadão, favorecendo o crescimento da sua capacidade de se organizar, de forma participativa em um grupo social. [...] a escola inserida num contexto sócio – cultural mais amplo, precisamos, 39 ainda, considerar a avaliação também no seu aspecto mais técnico - formal e, se necessário, explicitar também em termos de medida os resultados alcançados pelo aluno em relação à aprendizagem dos conteúdos programáticos. A professora tem que levar em conta que, ela ensina a criança para se tornar um ser independente, para viver numa sociedade, onde a criança possa ter suas próprias opiniões, tornado-se um ser autônomo. Ao observar se a concepção de avaliação prevista na proposta do município está de acordo com as práticas pedagógicas das professoras da instituição de Educação Infantil. As professoras A, B, D e E não responderam a pergunta de acordo com sua finalidade, apenas a professora C descreveu que se baseia na proposta do município. O PPP é um documento muito importante, ele é um subsídio para nossa prática pedagógica, pois ele é construído a partir de documentos que orientam como devem ser realizadas as práticas escolares. Através dele seguimos e planejamos nossa aula de acordo com a concepção prevista no PPP da escola. 5.3 Avaliação e o Processo de Ensino É importante como o professor contribui no processo de ensino – aprendizagem das crianças em sala de aula. As professoras A, B, C, D e E desenvolvem as atividades através de atividades lúdicas, conversação, hora da rodinha, mas sempre observando o desenvolvimento delas, se estão aprendendo ou não. Partindo do conhecimento que ela tem cabe ao professor ampliar esses conhecimentos. De acordo com a observação realizada numa sala de Educação Infantil, as professoras, às vezes não fazem relação entre sua teoria e prática, a professora B deu uma atividade para eles pintarem referente ao tema do projeto. Ela poderia fazer uma atividade onde desenvolvesse a criatividade das crianças e não algo reprodutivo. Mostrando que nem sempre o que o professor diz é a sua verdade aplicada em sala de aula. A professora C, neste dia passou um DVD para as crianças assistirem e após os levou para a rua, onde não houve nenhum tipo de intermediação para um aprendizado. 40 As atividades individuais são importantes, mas também as atividades coletivas no âmbito escolar, pois aprendem a socializar-se uma com as outras, criando oportunidades de se conhecerem melhor e a conviver em grupo. Segundo as professoras pesquisadas (A, B, D), aproveitam estes momentos de trabalho em grupo para observar como está sendo a socialização das crianças, através de jogos de equipes, percebendo se um ajuda o outro. E também é essencial, pois permite que elas troquem informações. As professoras C e D não oportunizam essas avaliações coletivas entre suas crianças. De acordo com Santa Catarina (1998, p 63) : A instituição deve criar um ambiente de acolhimento que dê segurança e confiança às crianças, garantido oportunidades que façam delas relacionarse progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais profissionais da instituição, demonstrando suas necessidades e interesses. Ao perceber que as crianças não atingem o objetivo numa determinada atividade, como pode ser o procedimento que o professor utiliza para reverter essa situação sem que a criança se sinta inferior. De acordo com a professora A, B, C, D, E a melhor maneira é retomar as atividades e rever os pontos que precisam ser melhorados, através da conversação em grupo. Como reconhece a professora D: jamais dizer que errou, ou que não sabe. Na observação a professora B, no final do dia conversa com as crianças sobre o que eles fizeram naquele dia, sobre o que aprenderam e percebe o que eles querem aprender. Todas as crianças devem ser orientadas nas situações que vivenciam, pois elas não possuem o conhecimento pronto, e sim em construção, conceituando suas verdades e aprendendo com o tempo e com o que lhe foi atribuído, o papel do professor é intermediar essa relação entre o ensinar e o aprender. Para realizarmos a avaliação na Educação Infantil precisamos de alguns instrumentos para auxiliar nesse processo. As professoras pesquisadas utilizam da observação e registro seus instrumentos para realizar a avaliação das crianças, pois é através do registro que faz as anotações diárias do rendimento escolar da criança. De acordo com o questionário atribuído as professoras pesquisadas citam que as dificuldades encontradas para realizar esse tipo de avaliação é a quantidade 41 de crianças na sala de aula, pois fica mais difícil observar atentamente cada criança as suas dificuldades. Apenas a professora E diz que a dificuldade encontrada é “registrar a avaliação de uma criança com muitas dificuldades de aprendizagem, pois temos que entregar o portfólio aos pais, e nele não pode conter os insucessos”. 5.4 Formação Continuada Para o professor desenvolver um bom trabalho pedagógico, ele precisa de apoio, por isso faz-se necessário cursos, programas de formação continuada que discutem esta temática para o aprimoramento dos professores e estar sempre a par da nossa educação e sempre melhorando sua prática pedagógica. As professoras da rede municipal de Morro da Fumaça, todas colocaram que não possuem cursos sobre a Educação Infantil, que raramente fazem um curso oferecido pela rede pública, mas não é da área que elas atuam. Mas que recebem orientação pedagógica quando necessário. A professora D diz que, no inicio do ano letivo a coordenação pedagógica ofereceu uma capacitação. E agora quando necessário a coordenadoria visita a escola para uma orientação. Observando as respostas das professoras percebe-se que as mesmas encontram dificuldades de avaliar a criança, conhecem a teoria, mas tem dificuldades de aplicar na prática, tendo como contexto de Educação Infantil uma forma de ajudar a criança em seu desenvolvimento, usando como recursos/instrumentos a observação e registro. Mas precisariam de cursos onde poderiam aperfeiçoar suas práticas, a fim de ajudar no desenvolvimento de suas crianças preparando-as para a formação de um cidadão crítico. 42 6 CONCLUSÃO Um dos principais objetivos deste trabalho foi compreender como as professoras desenvolvem o processo de avaliação da aprendizagem com crianças de três anos verificando as concepções de avaliação que norteiam suas práticas pedagógicas, e os instrumentos/procedimentos que utilizam para avaliar a aprendizagem das crianças. Para as professoras o significado da avaliação é a observação das crianças no ambiente escolar e a verificação dos seus conhecimentos, destacando que a avaliação é um processo muito importante no processo de aprendizagem. Por meio da observação realizada em sala de aula e dos questionários atribuídos às professoras esse tipo de avaliação nem sempre ocorre, muitas vezes as professoras não relacionam a sua prática com a teoria, apenas realizam atividades e brincadeiras por realizarem, e não com uma finalidade de educar , de ampliar o seu conhecimento. Enfatizam que a avaliação é muito importante para o desenvolvimento da criança, pois através dela o professor ajuda a criança a trabalhar suas dificuldades. Buscando identificar os instrumentos/procedimentos que as professoras utilizam para a realização da avaliação na Educação Infantil. Percebendo-se nos questionários, as professoras utilizam a observação e registro para avaliar as crianças. Não é possível avaliar uma criança se não houver observação o registro. Sendo muito importante realizar o registro diário, pois assim o professor lembra de anotar os detalhes que serão importantes para verificar o desenvolvimento da criança. A avaliação segundo as professoras é feita com freqüência, pois quase todas responderam que avaliam suas crianças todos os dias, de acordo com a avaliação formativa, pois esse tipo de avaliação é necessário o acompanhamento da criança no decorrer de suas atividades, através da criança o professor auxilia a crianças nas atividades a desenvolver suas habilidades. O portfólio também é um instrumento adotado pelas professoras pesquisadas, utilizam dele para registrar os momentos de aprendizagem das crianças através de fotos, desenhos, gravação, etc. Por meio da análise dos questionários, o portfólio nem sempre é 43 utilizado para essa finalidade, pois ele é um instrumento de registro das atividades das crianças e algumas professoras se preocupam mais em fazer o portfólio para apresentar as atividades para os pais, do que ajudar a criança em seu desenvolvimento. O Centro de Educação Infantil onde foi realizada a minha pesquisa, as professoras afirmam que o CEI não possui um PPP, mas que buscam seguir a proposta pedagógica do município. Percebendo-se que as professoras têm dificuldades de realizar a avaliação, e que, não possuem programas de orientação continuada que aprofunde mais a compreensão do processo avaliativo, a fim, que possam desempenhar a verdadeira função da avaliação e ajudar no desenvolvimento das crianças. É preciso oferecer cursos e orientações pedagógicas para as professoras sobre a avaliação na Educação Infantil, para que realmente possam avaliar a aprendizagem das crianças. 44 REFERÊNCIAS BALLESTER. M. Avaliação como apoio à aprendizagem. Porto Alegre: Art Med, 2003. BASSEDAS, E. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas,1999. BRASIL. MEC - Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Livro I, MEC/SEESP - Brasília. 1994 ECA. Estatuto da criança e do adolescente. Centro Brasileiro para a Infância e a adolescência. Ministério da Ação Social, Brasília. 1990. ESTEBAN, M. T Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p 7-29 FRISON, Lourdes M. Portfólio na Educação Infantil. Porto Alegre. 2008 GADOTTI, Moacir. Transformar o mundo. São Paulo: FTD, 1991. GODOY. Arilda S. Introdução a pesquisa qualitativa e suas possibilidades, Revista de Administração de Empresas, v 35, n.2, Mar/Abr. 1995 a, p57-63. 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Acesso em setembro de 2009. 47 APÊNDICE 48 Questionário I Parte: Dados da Professora: 1. Qual o seu grau de formação? ( ) médio ( ) superior-cursando ( ) superior completo-graduado Curso de Graduação em:_____________________________________________ Pós-Graduação:____________________________________________________ 2. O que a levou a escolher o caminho da Educação e mais especificamente ser professor (a) da Ed. Infantil? ( ) vocação ( ) outros Qual? ____________________________________________ 3 Tempo de atuação na Educação Infantil:_________________________________ II Parte: Questões específicas sobre a pesquisa: 1. O que significa para você a palavra avaliação? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Defina o que é avaliação da aprendizagem na Ed. Infantil para você? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. Como você desenvolve o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula?_______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. Quais as estratégias que são utilizadas para a aprendizagem dos alunos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 49 5. Como você avalia a aprendizagem dos seus alunos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Você costuma oportunizar avaliações coletivas entre os seus alunos? Como?______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7. Lidar com o sucesso é simples e gostoso. Resultados “ruins” merecem atenção mais delicada, neste intuito como você trabalha a questão do “erro” com os seus alunos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. Quais os instrumentos/procedimentos que você utiliza para promover a avaliação na Ed. Infantil? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. Quais as dificuldades que você encontra para realizar a avaliação na Educação Infantil? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 Qual a concepção de avaliação prevista no do PPP da sua escola? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11 Quais as concepções de avaliação que norteiam as suas práticas pedagógicas na Educação Infantil? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12 Você participa de programas de Formação Continuada que discutem esta temática? Se sim, enumere quais. ___________________________________________________________________ 50 ___________________________________________________________________ 13 Você recebe orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na Educação Infantil? Se sim, indique quem a orienta e quais são as orientações? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________