UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PEDAGOGIA
MAELI SORATO MANARIN
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE
PROCESSO
CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
MAELI SORATO MANARIN
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE
PROCESSO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
para obtenção do grau de licenciado no curso
de Pedagogia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.
Orientadora:
Profª. MSc. Vera Maria Silvestri Cruz
CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009
Excluído: <sp>
MAELI SORATO MANARIN
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE REFLETE ESSE
PROCESSO
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela
Banca Examinadora para obtenção do Grau de
Licenciado, no Curso de Pedagogia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC, com Linha de Pesquisa em Teoria e
Prática Pedagógica.
Criciúma, 08 de Dezembro de 2009.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Vera Maria Silvestri Cruz – Mestre (UNESC) - Orientadora
Profª. Gislene Camargo Dassoler – Especialista (UNESC)
Profª. Maria Valkíria Zanette – Mestre (UNESC)
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos
meus pais, ao meu marido e filho, que estiveram
ao meu lado me incentivando para nunca
desistir.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças para que eu
concluísse este trabalho.
A minha família pelo apoio durante esses quatro anos de muita
dedicação, para que eu conseguisse atingir meus objetivos em me
tornar uma
pedagoga.
Ao Centro de Educação Infantil Honorata Pavei Maccari, que contribuiu
para a realização de meu TCC.
A todas as minhas amigas que me acompanham desde o inicio deste
percurso. Em especial a Gabriela Colonetti, Maria Leonor Serra, Michele Rocha e
Talita Favaro, que sempre me ajudaram quando precisei.
A todos os professores do curso de Pedagogia que com sabedoria e
dedicação contribuíram para a minha formação.
Em especial quero agradecer à professora Vera Maria Silvestri Cruz, uma
professora maravilhosa, que com sua paciência e dedicação, me orientou para que
eu pudesse realizar o meu trabalho de conclusão de curso.
“Avaliar é essencialmente questionar. É observar
e promover experiências educativas [...] do
aluno.” (HOFFMANN)
RESUMO
Esse estudo teve como foco principal analisar como os professores compreendem a
avaliação na Educação Infantil. Foi desenvolvido adotando-se a metodologia de
pesquisa de campo do tipo exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, em
que se buscou direcionar o olhar investigativo sobre a questão da avaliação na
Educação Infantil, a postura dos professores e os resultados de ações afirmativas
sobre a aprendizagem das crianças. Os sujeitos envolvidos foram professores de um
Centro de Educação Infantil do município de Morro da Fumaça - SC. Os
instrumentos utilizados foram a observação e o questionário com questões abertas
com o objetivo de desvelar as concepções teóricas e práticas dos professores que
permeiam seu cotidiano, buscando identificar os objetivos e finalidades da avaliação,
entender como conduzem suas aulas, a relação destas com a avaliação e as
dificuldades para mudar a forma tradicional de avaliar. Os dados coletados foram
organizados em categorias e analisados a partir do referencial teórico estudado.
Observamos que os professores têm consciência da importância da avaliação no
processo de ensino-aprendizagem e que percebem a distorção existente entre o
principal papel da escola e a avaliação. Concluímos que, para a avaliação ser
realizada de forma plena é preciso que o professor observe e registre todos os
momentos das atividades da criança, pois através dessas observações que o
professor cria oportunidades onde as crianças possam desenvolver suas habilidades
e ajuda na formação de um cidadão crítico.
Palavras- chave: Educação Infantil. Avaliação. Aprendizagem. Professor. Criança.
Excluído: <sp><sp>
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEI – Centro de Educação Infantil
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
COEDI – Coordenação da Educação Infantil
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
PPP – Proposta Política Pedagógica
SC – Santa Catarina
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo da Vinci
UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................9
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMPREENDENDO O
PERCURSO E OS CONCEITOS ................................................................................ 13
2.1 Concepção de Infância e a Função Social da Escola ..................................... 17
3 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM........................................ 19
3.1 As linhas de Avaliação ........................................................................................ 20
3.1.1 Avaliação formativa .......................................................................................... 20
3.1.2 Avaliação Classificatória ................................................................................. 22
3.2 A Avaliação na Educação Infantil ...................................................................... 24
3.3 Instrumentos de avaliação adequados à Educação Infantil: ......................... 29
3.3.1 Observação:....................................................................................................... 29
3.3.2 Registro .............................................................................................................. 30
3.3.3 Portfólio.............................................................................................................. 31
4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 33
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS........................................................ 35
5.1 Caracterização do Grupo de Pesquisa ............................................................. 35
5.2 Concepções que Norteiam a Prática Pedagógica ........................................... 36
5.3 Avaliação e o Processo de Ensino .................................................................... 39
5.4 Formação Continuada ......................................................................................... 41
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 44
APÊNDICE ................................................................................................................... 47
9
1 INTRODUÇÃO
O interesse em pesquisar sobre a avaliação na Educação Infantil surgiu
quando tivemos contato com as crianças nos estágios curriculares. A partir deste
momento passa-se a refletir sobre como era, o que era e/ou que deveria ser
avaliação, além de buscar compreender a visão das professoras de Educação
Infantil em relação aos conceitos e procedimentos utilizados para que esse processo
aconteça. A partir deste contato, percebe-se a necessidade de desvendar qual o
significado da ação avaliativa na educação infantil.
A criança, por volta dos três anos, começa a aprender o conceito das
brincadeiras de faz de conta ou da imaginação, que ajudam a relacionar uma
imagem ou representação com um desejo, e depois usar essa imagem para pensar.
Nesta fase, a criança investe muito na medição das suas posses, limites,
comportamentos onipotentes, de risco ou de oposição, a importância das regras e
limites estabelecidos às e com as crianças. Aprendem também a elaborar as suas
atitudes, a partir das de quem está com elas. A moral desenvolve-se por meio da
tentativa de querer ser como um adulto admirado.
Quanto ao nível de socialização, a criança nessa faixa etária aprecia a
interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os
comportamentos que observa. No entanto, se verifica um aumento progressivo da
autonomia: sente satisfação por estar num grupo de crianças, necessitando apenas
de confirmar ocasionalmente a presença e disponibilidade do(s) adulto(s) de
referência - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior
dependência quando é necessária uma nova adaptação (VIEIRA, 1993).
Por isso avaliação na Educação Infantil é muito complexa, porque
depende diretamente da observação das crianças. Isso exige um olhar atento da
professora, que observa, estuda suas reações e confia nas suas possibilidades. Por
meio de projetos e atividades planejadas, a professora precisa acompanhar e avaliar
a aprendizagem das crianças. Sendo assim, a avaliação deve adotar o sentido
essencial de acompanhamento do desenvolvimento infantil, de reflexão permanente
sobre as crianças em seu cotidiano dando continuidade à ação pedagógica.
(RABELO, 1998).
Entende-se que não há como avaliar a criança de acordo com
10
expectativas preestabelecidas pelo adulto. Não é possível preencher listas,
formulários ou boletins, pois isto tudo significaria comparar e medir, classificando as
crianças. O registro da avaliação deve ser o registro da história vivida por ela, no
período em questão.
Diante de experiências nas Instituições de Educação Infantil e posteriores
reflexões, verificou-se que as professoras da Educação Infantil da rede pública do
município de Morro da Fumaça, apresentam dificuldades para elaborar os
procedimentos de avaliação da aprendizagem nas crianças. Em contato com
professores, percebemos que há diferentes conceitos de como avaliar as crianças e
a necessidade de aprofundar este assunto, buscando compreender como os
professores avaliam o processo de aprendizagem.
Na análise de TCCs já realizados no Curso de Pedagogia da UNESC,
encontramos um que aborda também este tema, a saber: “A avaliação formativa na
educação infantil”, que ressalta as diferenças entre a avaliação formativa e
classificatória, e, como ocorre a avaliação na educação infantil, enfatizando os
procedimentos utilizados pelas professoras para realizar este processo. Nesta
pesquisa buscamos compreender como ocorre a avaliação da aprendizagem na
Educação Infantil com crianças de três anos, pois ampliará o nosso conhecimento
como pesquisadora e professora em processo de formação, assim como, um estudo
de grande relevância no aprofundamento de conhecimentos necessários para nos
qualificar em um trabalho futuro, como educadora.
O estudo se desenvolveu na Linha de Pesquisa “Teoria e Prática
Pedagógica”, que busca refletir e problematizar as teorias e práticas pedagógicas
vivenciadas nos contextos educativos, tendo como eixo temático: Processos
avaliativos que investigam a contribuição dos processos avaliativos para o
aperfeiçoamento das práticas pedagógicas em nível de sala de aula.
Diante deste contexto definimos o problema de nossa pesquisa: Como se
desenvolve o processo de avaliação da aprendizagem na Educação Infantil com
crianças de três anos?
Elegemos como questões norteadoras do trabalho:
Qual a concepção de avaliação prevista no PPP da escola?
Quais as concepções de avaliação que norteiam as práticas pedagógicas
dos professores na Educação Infantil?
Quais
os
instrumentos/procedimentos
utilizados
para
avaliar
a
11
aprendizagem das crianças?
Os professores participam de programas de Educação Continuada que
discutem esta temática?
Os professores recebem orientação pedagógica sobre a forma de avaliar
as crianças na Educação Infantil?
Definimos como objetivos:
Geral:
Compreender como as professoras desenvolvem o processo de
avaliação da aprendizagem das crianças de três anos na Educação Infantil.
Específicos:
Verificar as concepções de avaliação que norteiam as práticas
pedagógicas das professoras na Educação Infantil.
Identificar quais instrumentos/procedimentos utilizados para avaliar a
aprendizagem das crianças.
Perceber se as professoras recebem orientação pedagógica sobre a
forma de avaliar as crianças na Educação Infantil.
Verificar se as professoras participam de programa de Educação
Continuada que discutem esta temática.
Identificar a concepção de avaliação prevista no PPP da escola.
O estudo está organizado em cinco capítulos sendo que no 1º
apresentamos o trabalho, o tema e o problema, os objetivos (geral e específicos), as
questões norteadoras e outros itens introdutórios.
No
2º
abordamos
o
contexto
histórico
da
educação
infantil:
compreendendo o percurso e os conceitos
No 3º discorremos sobre os enfoques da avaliação da aprendizagem e a
caracterização da avaliação na Educação Infantil.
No 4º apresentamos a metodologia adotada para a realização da
pesquisa, trazendo o tipo de pesquisa, a população, a amostra e forma de
apresentação de dados.
12
No capítulo 5º fazemos a apresentação e análise dos dados e sua
confrontação com o referencial teórico.
O trabalho segue com a conclusão, as referências e apêndice.
13
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMPREENDENDO O
PERCURSO E OS CONCEITOS
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e destina-se a
crianças de zero a cinco anos. Ela não é obrigatória, mas, um direito que o Estado
tem a obrigação de atender. As instituições que oferecem educação infantil
integrantes dos sistemas de ensino público ou particular, são as creches e as préescolas. Para estas, a clientela divide-se pelo critério exclusivo de faixa etária (zero
a três anos na creche e quatro a cinco anos na pré-escola). As particularidades da
faixa etária de zero a cinco anos exigem que a educação infantil cumpra duas
funções indissociáveis e complementares: cuidar e educar. Contemplar o cuidar na
esfera da instituição de educação infantil significa compreendê-lo como parte
integrante do educar.
Hoje, o atendimento à criança de zero a cinco anos pode ser considerado
não só como uma necessidade decorrente das condições de vida nos grandes
centros urbanos, mas como uma realidade. As características da nossa sociedade
têm imposto à necessidade das crianças frequentarem cada vez mais cedo, e num
período maior de tempo, em instituições de educação infantil. O atendimento
educacional na faixa etária de zero a cinco anos vem correspondendo, há alguns
anos, às necessidades e modificações sociais próprias de nossa sociedade. A
inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho, para garantia da
sobrevivência da família em suas necessidades básicas ou na realização profissional
enquanto indivíduo desencadeou a busca e a oferta por esse tipo de atendimento,
tanto na rede pública como privada.
Para Oliveira (1992), a história das creches corresponde às modificações
do papel da mulher na sociedade e suas repercussões no âmbito da família, em
especial no que diz respeito à educação dos filhos. As modificações que vêm
ocorrendo nas creches ao longo dos anos devem ser compreendidas dentro de um
contexto sócio-político e cultural, que inclui a expansão da industrialização e do setor
de serviços, em escala crescente, decorrente da urbanização.
No Brasil, a educação da criança fora do espaço doméstico e do convívio
familiar, iniciou-se no final do século XIX a partir de diversos contextos de
demandas, ora como forma de combate à pobreza, na perspectiva do Estado, ora
14
como salário complementar, na perspectiva da família.
Segundo Kishimoto (1986); Kuhlmann Júnior (1991); Oliveira (1995) duas
concepções de serviços voltados para o atendimento infantil têm sido adotada em
nosso país, referindo-se assim, a duas classes sociais distintas: a chamada
“assistencial” para a criança pobre em instituições como as creches, salas de asilo e
escolas maternais, e a do tipo “educacional”, para a criança de classe média, nos
jardins de infância e pré-escolas. A este propósito, Oliveira (2000, p.17).
Assim, enquanto os filhos das camadas médias e dominantes eram vistos
como necessitando um atendimento estimulador de seu desenvolvimento
afetivo e cognitivo, às crianças mais pobres era proposto um cuidado mais
voltado para a satisfação de necessidades de guarda, higiene e alimentação.
Para Vieira (1999), a trajetória das creches e escolas maternais foi
marcada pela tradição assistencial, destinada às crianças das famílias pobres.
Segundo essa autora, em nosso país, enquanto modalidade de guarda diária de
crianças pequenas, as creches surgiram para atender às necessidades do trabalho
feminino industrial, respondendo assim a questões como o abandono, a desnutrição,
a mortalidade infantil, a formação de hábitos higiênicos e a moralização das famílias
operárias.
A concepção assistencialista de creche permeou a maioria das
instituições de atendimento infantil conveniadas com órgãos de bem estar social,
onde a preocupação educacional, quando existia, era secundária, essa perspectiva
política do atendimento assistencialista nas creches sofreu modificações.
Segundo Oliveira (2000, p.18)
Apenas quando segmentos da classe média foram procurar atendimento em
creche para seus filhos é que esta instituição recebeu força de pressão
suficiente para aprofundar a discussão de uma proposta verdadeiramente
pedagógica, compromissada com o desenvolvimento total e com a
construção de conhecimentos pela criança pequena.
Os primeiros jardins-de-infância no Brasil, pioneiros das pré-escolas de
hoje, foram criados a partir de modelos desenvolvidos em outros países e eram
destinados a crianças de famílias mais abastadas, respondiam aos objetivos de
socialização e à preparação da criança de quatro a seis anos para o ensino
fundamental. Os jardins de infância ou escolas infantis originaram-se no âmbito
15
público governamental com algumas iniciativas particulares. Sua expansão foi lenta
e gradual até os anos 1970, apesar de um início de crescimento nos anos 1950 com
a criação das classes de pré-primário, anexas aos estabelecimentos de ensino
fundamental. (OLIVEIRA, 2000)
Segundo Vieira (1999, p.104.)
Dessa forma, pode-se considerar que, na faixa de 0 a 6 anos de idade,
consolidaram-se dois tipos de atendimento paralelos: o que se
convencionou chamar de creche, de cunho mais assistencial e de cuidado,
e a pré-escola, ligada ao sistema educacional e refletindo suas prioridades
de caráter instrucional .
Nas décadas de 70 e 80, conforme Vieira (1999) movimentos operários e
feministas marcaram a luta pela democratização do país e pelo combate às
desigualdades sociais. Esses movimentos ampliaram o atendimento educacional
infantil, em prol da democratização da escola pública brasileira. No entanto, nessa
época, a luta por creches buscava apenas atender o direito da mulher trabalhadora e
não o entendimento do papel educacional da creche, ou seja, a creche era vista
como espaço de cuidado, assistência e guarda e não como um espaço de
educação.
A Constituição Brasileira de 1988 teve um papel decisivo na afirmação
dos direitos da criança, pois ampliou o que a - CLT de 1942 já consagrava como
direito das mulheres trabalhadoras à amamentação de seus filhos, legitimando o
direito à educação da criança nos seus primeiros anos de vida. Ao definir, como
direito da criança de 0 a 06 anos de idade e dever do Estado, o atendimento em
creche e pré-escola (Art. 208, inciso IV), a Constituição criou uma obrigação para o
sistema educacional, pela qual teve que se equipar para dar respostas a esta nova
responsabilidade.
Vemos em Rosemberg (1995, p.18) que:
A subordinação do atendimento em creches e pré-escolas à área de
Educação representa, pelo menos no nível do texto constitucional, um
grande passo na direção da superação do caráter assistencialista
predominante nos programas voltados para essa faixa etária.
Para Rosemberg (1995), a década de 90 anunciou uma nova etapa,
marcada pela política de educação infantil difundida pelo MEC em 1993, através da
16
Coordenação da Educação Infantil - COEDI, a qual reafirmou e operacionalizou os
preceitos da Constituição de 1988. Passos significativos foram dados nos últimos
dez anos para a garantia da consolidação do atendimento educacional das crianças
na faixa etária de 0 a 06 anos, dentre eles o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (1990,art. 54, IV), que integra a família como parceira da escola na definição de
propostas pedagógicas. A nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB, Lei n°9394 de 1996,
incorporou a educação infantil no primeiro nível da educação básica. Inserida no
sistema educacional, a educação infantil é desenvolvida em regime de colaboração
nas diferentes instâncias União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Cabe à União a coordenação da Política Nacional de Educação e ao
Município o oferecimento da educação infantil em creches e pré-escolas, mas ambas
as instâncias mantendo como prioridade o ensino fundamental. Ao Município
compete também baixar normas complementares às leis maiores, bem como
autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de seus sistemas de
ensino, e aqueles mantidos por particulares. Um dos critérios de credenciamento de
instituições de educação infantil é a proporção criança /educador, sendo que essa
proporção expressa uma medida e contribui para a avaliação da qualidade do
atendimento que, por outro lado, acentua o alto custo desse serviço.
Apesar de suas conquistas, a educação infantil ainda não é obrigatória e
nem prioritária aos municípios, sendo considerada uma segunda prioridade
educacional. Segundo Nascimento (1999), alguns municípios privilegiaram a
implantação ou aprimoramento da pré-escola e do ensino fundamental em
detrimento da creche, que por suas características apresenta um custo elevado,
dificultando, assim, a participação de verbas públicas na ampliação e manutenção
desse atendimento. A nova LDB, promulgada em dezembro de 1996, faz referência
à educação infantil quanto à finalidade deste atendimento, na seção II, Art. 29 do
capítulo sobre a educação básica:
A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em
seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade (NASCIMENTO, 1999, p.16).
Houve um aumento significativo no atendimento em creches e pré-escolas
nos últimos anos, refletindo uma tendência à universalização da educação infantil
17
em contexto institucional. Reforça-se, portanto, a concepção de que a creche
constitui uma conquista, um direito não só para o filho da mãe trabalhadora, mas
uma instituição educacional potencialmente destinada a todas as crianças.
2.1 Concepção de Infância e a Função Social da Escola
Considerando que a concepção de infância não foi sempre a mesma, isto nos
leva acreditar que os significados a ela atribuídos nos diferentes tempos e espaços,
também não foram sempre os mesmos. Então, ela não pode ser vista como algo
estático, mas sim, com constantes modificações na forma de vê-la, em função de
mudanças que ocorrem na sociedade.
Conforme Santa Catarina (1998, p.19) vemos que:
Trabalhar a concepção de infância em uma perspectiva histórica demanda
compreendê-la como fruto das relações sociais de produção que
engendram as diversas formas de ver a criança e produzem a consciência
da particularidade infantil. Neste sentido, a concepção de infância varia de
acordo com a cultura onde ela é concebida.
Partindo da concepção de infância, do ponto de vista histórico-cultural
demanda perceber a influência que o meio sociocultural determina sobre ela. Ou
seja, a concepção de infância está ligada à relação do indivíduo com a sociedade
em que vive e à cultura que o cerca, pois tudo passa por constantes modificações,
gerando diferentes formas de ver e interpretar a infância. Por isso, se faz necessário
ver a criança como um ser social e histórico que apresenta diferenças, pois o
conceito de infância é constituído nas relações sociais em diferentes momentos
históricos. De acordo com Santa Catarina (2005, p.51) observamos que:
O conceito de infância no novo tempo perpassa pela via da contextualização,
da heterogeneidade e da consideração das diferentes formas de inserção da
criança na realidade; no mundo adulto, nas atividades cotidianas, nas
brincadeiras e tarefas, delineia-se um conceito de infância de um novo tempo.
A concepção histórico-social diz que a criança a partir das suas relações
irá construir seu próprio sujeito, pois ao ingressar nas instituições de Educação
Infantil, sabemos que a mesma passa a fazer parte de outro contexto social,
servindo para a sua própria construção da pessoa , ou seja, como ser humano que
pensa, cria e interage.
18
Assim, podemos perceber que a criança é sujeito de direitos e deveres,
interage, tem sua própria identidade, construindo a criança com muita independência
e autonomia.
Analisando
as
mudanças
que
ocorreram
durante
este
período,
percebemos que suas concepções foram se modificando. Hoje, as instituições de
Educação Infantil têm como objetivo desempenhar um papel importante na formação
do indivíduo, não apenas de “cuidar”, mas de educar. Nesse sentido a instituição de
educação infantil, deve dar condições materiais, pedagógicas, culturais, sociais,
humanas, alimentares, espaciais, para que a criança experimente as diferenças
vivências, planejando atividades que sejam de interesse da criança e que
correspondam ao seu nível de desenvolvimento.
Recorremos a Santa Catarina (2005, p. 49) para compreender que:
O papel das instituições educacionais junto à infância é
fundamental para possibilitar espaços de brincadeiras, conversas,
argumentações, negociações, expressão de sentimento, idéias,
sensações.
Conforme este documento (2005) a função social da escola é de garantir
a todos o acesso à cultura e ao conhecimento cientifico, na perspectiva da
cidadania. A escola desempenhará bem seu papel, na medida em que, partindo
daquilo que a criança já sabe o conhecimento que ela traz de seu cotidiano, suas
idéias a respeito dos fatos e fenômenos, ela for capaz de ampliar e desafiar a
construção de novos conhecimentos.
Segundo Paniagua (2007, p. 11).
A educação infantil deve proporcionar experiências e interações com o
mundo social e físico, de forma ajustados de acordo com as suas idades,
seguindo princípios pedagógicos, quando isso não ocorre às experiências
educativas não são interessantes, criando dificuldades aos alunos, e,
assim, não obter deles a potencialidade que possuem.
A Educação Infantil é uma fase muito importante que deve ser
desenvolvida a partir dos conhecimentos já adquiridos pelas crianças. Cabe ao
professor a ajudar no desenvolvimento de suas habilidades, e criar condições para
que se tornem autônomas que é um objetivo primordial na Educação Infantil,
contextualizando o cuidar, e principalmente o educar.
19
3 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A avaliação é um tema constante em nosso dia-a-dia, na prática escolar,
na interação cotidiana, em casa, em nossa trajetória profissional, durante o lazer. A
avaliação sempre se faz presente e inclui um julgamento de valor sobre nós
mesmos, sobre o que estamos fazendo, sobre o resultado de trabalhos. (LUCKESI,
1999)
Segundo Wikipédia, a enciclopédia livre diz que:
A avaliação é um processo é uma tarefa didática necessária e permanente
no trabalho do professor, ela deve acompanhar todos os passos do
Processo de Ensino e Aprendizagem. É através dela que vão sendo
comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do
professor e dos alunos, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar
progressos, dificuldades e orientar o trabalho para as correções
necessárias. A avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas
também na própria dinâmica e estrutura do Processo de Ensino e
Aprendizagem. (WIKIPÉDIA. 2009)
Atualmente a avaliação é entendida como um processo dinâmico,
continuo e sistemático componente do processo de ensino – aprendizagem.
Devemos buscar diferentes formas de realizar a avaliação na educação
infantil, como uma maneira de acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem e
ajudar as crianças em suas maiores dificuldades.
Na Educação em geral há uma realidade em que quando se fala em
“avaliação” vem em mente a palavra “prova”, pois a nota ainda é vista como uma
“verdade” onde percebe se a criança aprendeu ou não. Devemos mudar nossa
prática, avalia-la no decorrer das atividades em sala de aula e buscar novas
estratégias, não usando a avaliação como sinônimo de julgar, mas sim, como
sinônimo de ajudar no desenvolvimento das habilidades e dificuldades das crianças.
Para Gadotti (1991, p.16) “a avaliação é essencial à educação. Inerente e
indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão
sobre a ação”.
A avaliação pode ser um instrumento precioso de diagnóstico e diálogo,
sendo um momento de reflexão do professor sobre o processo de aprendizagem e
sobre as condições oferecidas por ele para que ela possa ocorrer. Assim, caberá a
20
ele investigar sobre a adequação dos conteúdos escolhidos, sobre o tempo e ritmo
imposto ao trabalho tanto quanto caberá investigar sobre as aquisições das crianças
em vista de todo o processo vivido, na sua relação com os objetivos propostos.
Nessa perspectiva, segundo Gadotti (1991) a avaliação não se encerra
com a qualificação do estado em que está o educando. É tarefa permanente do
professor, instrumento indispensável à constituição de uma prática pedagógica e
educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças.
Um educador que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido
indagativo, investigativo do termo, instala sua docência em verdades absolutas, prémoldadas e terminais.
Entende-se que a avaliação se faz necessária para que possamos refletir
questionar e transformar nossas ações. Acreditar em um processo avaliativo mais
eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar
o ensino / aprendizagem.
3.1 As linhas de Avaliação
Apresentamos a seguir as linhas de avaliação presentes na educação
brasileira, como forma de contextualização para o entendimento da avaliação na
Educação Infantil.
3.1.1 Avaliação formativa
A
avaliação
formativa
ocorre
ao
longo
do
ano,
através
de
acompanhamentos ao lado da criança no decorrer de suas atitudes, nessa
concepção de avaliação o professor ajuda o aluno a desenvolver suas capacidades
cognitivas, detectando suas dificuldades e ajudando a superá-las fornecendo
informações onde a criança utilizará ao longo de sua vida.
Segundo Perrenoud (1999, p.75)
A avaliação é formativa quando o professor contribui para a regulação das
aprendizagens no sentido de domínio, numa concepção particular dos
21
objetivos, da aprendizagem ou da intervenção didática, não esquecendo
que é preciso de um aprendiz, um professor para organizar e gerir as
situações didáticas.
Então, avaliar numa visão formativa não é apenas avaliar em um
momento, mas é uma ação que deve ser feita no dia-a-dia no âmbito escolar, diante
das atividades propostas pelo professor, onde o professor acompanhe a criança em
seu desenvolvimento, conhecendo os avanços e limites no processo de
aprendizagem.
Vemos em Perrenoud (1999, p.78) que:
Considera como formativa toda prática de avaliação contínua que pretende
contribuir para melhorar as aprendizagens em curso, qualquer que seja o
quadro e qualquer que seja a extensão concreta da diferenciação do ensino.
Essa aplicação corre o risco, de um ponto de vista prescritivo, de fazer com
que a idéia de avaliação formativa perca seu rigor, essa ampliação autoriza
a dar contas das práticas correntes de avaliação como contínua sob o
ângulo de sua contribuição almejada ou efetiva para a regulação das
aprendizagens durante o ano escolar.
Esse tipo de avaliação não tem como objetivo classificar ou selecionar a
criança como a “melhor”, mas contribuir em seus processos de aprendizagens
significativas. Devemos avaliar o que se ensina, encadeando a avaliação no mesmo
processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento da
capacidade dos alunos. O professor deve conhecer melhor a sua criança, conhecer
seus interesses e adequar o seu processo de ensino, com as informações que
obtem dela durante o processo, só assim, o professor sabe o grau de conhecimento
daquela criança, com isso faz sua avaliação de forma contínua, e ajudando-a
quando apresenta mais dificuldades. Ao término de uma atividade, cabe ao
professor fazer uma análise e reflexão sobre o sucesso alcançado em funções dos
objetivos previstos em seu planejamento, verificando se esses objetivos foram
alcançados pelas crianças.
Perrenoud afirma que a idéia de avaliação formativa sistematiza em levar
o professor a observar mais metodicamente os seus alunos, a compreender melhor
suas maneiras de ser.
Observamos em Brasil (1998, p. 23) que:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para
22
o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da
realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o
desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das
potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na
perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.
Para que o professor possa propiciar situações de aprendizagem, é
necessária a observação, pois é muito importante o professor observar sempre o
seu aluno, pois diante dessas observações, pode proporcionar um novo
aprendizado. Esse processo avaliativo destina-se ao professor ser criativo, e
desempenhar papéis onde forneça o progresso dos alunos, seja por meio de
experiências educativas, que expressem a construção do conhecimento, e avançar
no seu desenvolvimento.
Segundo Brasil (1998), a avaliação formativa, não deve avaliar a criança,
mas as situações de aprendizagem que foram oferecidas, percebendo se as suas
aprendizagens estão vinculadas às oportunidades e experiências que foram
oferecidos a ela. O professor deve fortalecer o interesse do aluno na busca de novos
conhecimentos,
propondo
caminhos
e
incentivando-os
para
seus
novos
aprendizados.
Perrenoud (1999, p.101) afirma que “avaliação formativa apresenta-se
sob a forma de uma regulação interativa, isto é, de uma observação e de uma
intervenção em tempo real, praticamente indissociáveis das intervenções didáticas
propriamente ditas”.
Nesta avaliação a observação é primordial, sendo a base para o professor
poder ajudar a criança a aprender e se desenvolver, participando desse processo no
sentido educativo.
Nesta concepção de avaliação busca-se desenvolver uma educação de
qualidade proporcionando oportunidades e respeitando as crianças, sendo tratados
todos iguais e ajudando-as suas dificuldades e preparando-as para o futuro.
3.1.2 Avaliação Classificatória
Essa concepção de avaliação é usada na escola em geral como
instrumento para medir a capacidade da criança usando a “nota” para verificar se ela
23
obteve o resultado. A avaliação classificatória é uma perspectiva de avaliação onde
a nota verifica a existência de padrão de rendimento no que as crianças são
comparadas entre si o desempenho de cada uma.
Segundo Hoffmann (2000, p.22) “a avaliação classificatória se resume à
decisão de enunciar dados que comprovem a promoção ou retenção dos alunos”.
Este tipo de avaliação não leva a criança a aprender para a vida, mas sim,
dar importância a uma aprendizagem memorizada, onde estuda não para aprender,
mas para realizar uma prova ou um trabalho. A intenção dessa concepção de
avaliação é classificar a criança para aprovação ou reprovação.
Conforme Melchior (1999, p. 20)
No entanto, a escola exige um resultado e ele passa a preocupar-se com a
avaliação apenas com a função de controle. Assim, a finalidade da
avaliação fica descaracterizada. Avalia-se para atribuir um resultado e o
aluno estuda para obter uma nota. A conseqüência desse ciclo é o temor
que os estudantes, em geral, têm de avaliações e especialmente, de testes
escolares. Pois, quando a avaliação é feita apenas com função de controle,
são considerados somente os momentos avaliativos, representados por um
teste, trabalhos em grupo ou individuais. Ou o que é ainda pior: o professor
atribui-lhe um valor qualquer, sem uma fundamentação, sem que o aluno
tenha mínima idéia de como foi avaliado.
A preocupação dos professores nessa concepção não é avaliar os seus
processos de aprendizagens, e verificar as suas dificuldades para uma possível
mudança, mas sim, as suas preocupações são de como avaliar para atribuir uma
nota de acordo com o desempenho da criança nos dias de provas e trabalhos,
podendo o professor utilizar o método da observação para verificar seu aprendizado
todos os dias durante o decorrer das aulas.
Melchior (1999, p.20) afirma que:
O professor que não se preocupa em fazer registros dos desempenhos
(eu/ou dificuldades) de seus alunos, durante o processo, não terá
condições de ser justo na emissão de um resultado para cada aluno.
Assim, a avaliação realizada de forma desvinculada do processo, além de,
não cumprir suas funções didático-pedagógicas e de diagnóstico, ainda
pode cometer injustiças, atribuindo resultados que não correspondem aos
desempenhos dos alunos.
Se o professor faz seu registro diário, fica mais fácil verificar se a criança
está aprendendo, principalmente na educação infantil. Na avaliação formativa, é
utilizado o registro diário a fim de verificar se seu aluno está progredindo ou tendo
24
dificuldades para um novo aprendizado. Com base nesse método o professor tem
um acompanhamento do ano inteiro de como foi o desenvolvimento das crianças
suas facilidades e dificuldades. Na visão da avaliação classificatória esse método
não seria utilizado, pois ela exerce uma função de controle de selecionar os alunos
em “bons e ruins”.
De acordo com Brasil (1998. p. 30)
A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de
educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou
sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos
códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e
comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da
elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e
brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as
singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade
de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as
quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de
socialização.
Na instituição de educação infantil, a intervenção do professor é
essencial, a fim de verificar as dificuldades que os alunos se encontram, e que
podem ser melhoradas, desenvolvendo suas capacidades de interagir como o meio
social.
Diante da avaliação classificatória, não podemos usá-la como referência,
pois ela é um meio de rotular a criança, não servindo como instrumento didático,
uma vez que não interfere no desenvolvimento das crianças, em seu crescimento
para a autonomia.
É importante pensar nas formas avaliativas, pois a maior preocupação ao
desenvolver sua ação pedagógica, é conseguir com que o professor possa propiciar
momentos de interação entre professor/aluno ,onde o professor possa entender e
contribuir no desenvolvimento das crianças de forma significativa.
3.2 A Avaliação na Educação Infantil
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas,
emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de
interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu
ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as
25
crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender,
nas trocas sociais com diferentes crianças e adultos, cujas percepções e
compreensões da realidade também são diversas.
Assim o processo ensino-aprendizagem ocorre de forma gradual
contínua, cumulativa, integrativa, porém não se sabe como avaliá-lo, ou seja, como
promover a verificação da aprendizagem, avaliação do educando.
A autora Hoffmann é uma das poucas que teorizam sobre a avaliação na
Educação Infantil e é uma referência essencial para essa discussão. Ela defende a
necessidade urgente de uma prática mais reflexiva e conhecedora de como os
alunos aprendem e se desenvolvem para que a avaliação na Educação Infantil, não
termine por obedecer à lógica da exclusão e do julgamento precoce e
descontextualizado dos alunos. Afirma que:
Sem dúvida, a avaliação, na educação infantil, [...] passa a exigir [...] uma
investigação dos reflexos sofridos do modelo de controle, vigente no ensino
regular, que atrelado à finalidade de controle das famílias sobre a eficiência
da instituição, acaba por comprometer seriamente o significado dessa
prática em benefício ao processo educativo. (HOFFMANN, 2001, p. 10).
A autora ainda enfatiza que a maioria dos instrumentos de avaliação
privilegia um registro endereçado aos pais ou à instituição, relegando a segundo
plano o sujeito aluno “[...] os resultados enunciados não têm por objetivo subsidiar a
ação educativa no seu cotidiano, mas assegurar aos pais e à escola que as
atividades estão se desenvolvendo e que a criança os está realizando”
(HOFFMANN, 2001, p. 82).
E o que ocorre na prática é que mesmo não existindo a obrigatoriedade
com relação à atribuição de notas ou conceitos para as crianças pequenas o que se
verifica muitas vezes há ocorrência de ações avaliativas que remetem à idéia de
classificação e formalidade presentes no ensino fundamental. Esse fato é
comprovado por Hoffmann (1996) onde ela aponta a existência de alguns tipos de
avaliação formal na Educação Infantil. Entre eles se destacam os boletins de
acompanhamento das crianças, as fichas de avaliação e outros mecanismos. Além
disso, há uma grande incidência da avaliação informal, que tem como objetivo
controlar e vigiar o comportamento e a disciplina das crianças via ameaças e
controles variados.
26
De acordo com Esteban (1993, p. 22) já refletia sobre as práticas
educativas de avaliação na Educação Infantil e escreveu um artigo instigante,
através do qual usando uma analogia através do jogo de encaixe demonstra como
as crianças desde a pré-escola estão sujeitas a um “padrão predeterminado de
desenvolvimento, de aprendizagem e de conteúdos desejáveis”
Ballester (2003, p. 61). Considera que “a grande importância da avaliação
na Educação Infantil ocorre pelo papel de instrumento para ajustar continuadamente
a intervenção dos professores à resposta dos alunos” Defende que na Educação
Infantil encontram-se três tipos de instrumentos de avaliação, que são as do tipo
abertos (diários), semi-estruturados (pauta de observação) e por fim os fechados
(ficha de conduta específica). Acredita que os instrumentos são necessários e
válidos, porém chamam a atenção para a importância do conhecimento dos mesmos
e de como eles dizem sobre a concepção que a escola e os professores têm sobre o
ato de avaliar.
Para Bassedas e Sole (1999, p. 173):
[...]Retratam através de suas idéias a íntima ligação entre avaliação e
brinquedos parecidos com Lego, desenvolvimento infantil e destacam a
avaliação nesta etapa como tendo sentido através da intervenção, servindo
para tomada de decisões educativas, para observar a evolução e o
progresso das crianças.
Essas definições possibilitam demonstrar o que os autores que focam sua
atenção na questão da avaliação nesse segmento pensam e discutem oferecendo
um importante suporte para a discussão e análise acerca dos sentidos e significados
que orientam a prática de avaliação do docente e alunos e suas conseqüências para
o processo de aprendizagem.
Vários teóricos defendem que a avaliação deve ser entendida como um
importante mediador do aprendizado. Entre eles Bassedas e Sole (1999, p. 173)
quando afirmam que “a avaliação pode ser um poderoso instrumento para ajudar o
aluno a aprender melhor”. Porém, na prática isso nem sempre acontece.
A avaliação, na educação infantil, deve privilegiar os interesses e as
necessidades de cada criança, confiar em suas tentativas de aprender erro/acerto,
valorizar suas descobertas. Com isto nós poderíamos dizer que realmente estamos
chegando a um modelo avaliativo centrado na criança e no processo pedagógico, e
que tal modelo ajudará a formar o adulto de amanhã.
27
Podemos perceber, contudo, que na Educação Infantil a avaliação se
pauta
basicamente
pela
observação
e
registro.
Uma
perspectiva
de
acompanhamento do processo de desenvolvimento, pode ser apontada na seguinte
direção. Conforme Vasconcellos (1994, p. 59):
Observação da criança fundamentada no conhecimento de suas etapas de
desenvolvimento. Oportunização de novos desafios com base na
observação e reflexão teórica. Registro das manifestações das crianças e
de aspectos significativos de seu desenvolvimento.Diálogo freqüente e
sistemático entre os adultos que lidam com a criança e os pais ou
responsáveis.No caso de comunicação aos pais, é muito mais significativo
o parecer descritivo (relatório) do desenvolvimento da criança, que a
emissão de conceitos ou menções.
Caso o professor e/ou instituição escolar consiga por em prática tal
proposta, este (a), estará realmente realizando um ato avaliativo, e proporcionando o
desenvolvimento integral da criança.
Conforme Hoffmann (2001) avaliar vai além de olharmos as crianças
como seres meramente observados, ou seja, a intenção pedagógica avaliativa dará
condições para o professor ou professora criar objetivos e planejar atividades
adequadas, dando assim um real ponto de partida para esta observação, torna-se
clara a necessidade de se construir conhecimentos e reflexão por parte de
professores educadores acerca do processo avaliativo formal na Educação Infantil.
A grande importância da avaliação na educação infantil é observar o
desenvolvimento das crianças, e o professor de estar revendo suas práticas
pedagógicas, portando a avaliação na educação infantil é o acompanhamento na
busca do desenvolvimento da criança buscando sua autonomia como ser
construtivista.
A importância da avaliação na educação infantil é enfatizada por Nicolau
(1986 .p. 289), pois:
A avaliação deve ser um instrumento para o educador reformular a ação
educativa que exerce, de modo a contribuir decisivamente para o
desenvolvimento integral do potencial infantil. Especialmente na pré-escola,
antes de nos preocuparmos em avaliar a criança, temos de desafiá-la para
que desenvolva o seu potencial. Em vez de rotular a criança a partir do que
ela ainda não faz, devemos partir daquilo que já é capaz de fazer, para
ajudá-la a fazer o que certamente aprenderá.
É necessário que o professor repense sua prática pedagógica, sua
28
concepção de aprendizagem, buscando formas de ajudar as crianças em seu
desenvolvimento. Neste contexto a avaliação deve ser formativa, pois o professor
deve observar suas dificuldades no dia-a-dia e trabalhando-as suas dificuldades,
criando oportunidades para a criança vai se aperfeiçoando em suas habilidades e
conhecimentos.
De acordo com a LDB, no art. 9º diz que: (1996)
Na Educação Infantil, a avaliação não tem caráter de promoção, visa
diagnosticar e acompanhar o desenvolvimento da criança em todos os seus
aspectos – LDB/96. Parecer descritivo – objetivo avaliação integral da
criança. Instrumento para o professor (observação, anedotário, diário de
bordo, entrevista, portfólio, auto-avaliação).
Observar e avaliar a nossa própria forma de atuar, estar atento ao
comportamento da criança, à sua forma de pensar, os seus interesses e atuar
positivamente para que ela supere as próprias dificuldades, tem muito a ver com o
processo de avaliação e com a educação de boa qualidade.
Nicolau (1986, p.290) nos diz que “para a criança superar as suas
possíveis dificuldades, nada melhor que ser desafiada a agir e, ao mesmo tempo,
ser informada acerca do seu desempenho. As sugestões apresentadas pelo
educador irão oferecer pistas que ajudarão a criança a fazer, por si só, os ajustes
no seu comportamento”.
De acordo com Santa Catarina (2005, p. 65):
Observações de escritas, trabalhos, organizações de diários coletivos,
painéis, álbuns, elaboração de portfólio. Esses materiais devem se tornar
meios da sistemática constante no processo educacional e deverão criar
uma nova atitude, interpretada à luz da reflexão de uma prática em conjunto
com o grupo de crianças educadores (as) e famílias. Além disso, vale
lembrar que a avaliação precisa ser diagnosticada, processual e formativa,
comprometida com uma aprendizagem inclusiva, em que todas as crianças
tenham a oportunidade de aprender de fato.
A importância da avaliação é a observação, verificando como as crianças
estão situadas em sala de aula, e a partir de conhecimentos já adquiridos, a criança
irá aprender novos conceitos, novas aprendizagens, que lhe serão úteis durante o
decorrer de sua vida, cabe ao professor ampliá-lo de uma forma processual durante
o ano letivo, usando métodos diversificados, pois o professor deve criar condições
para que as crianças aprendam novos conhecimentos, deve também observar
29
atentamente seus gestos e atitudes, temos que prepará-los para o futuro, intervindo
em suas práticas pedagógicas. O “avaliar” significa perceber, identificar onde “eu” o
professor posso melhorar para que minha criança tenha um melhor entendimento,
qual método ela se identifica mais, cabendo o professor buscar essas práticas
pedagógicas diversificadas para uma melhor qualidade na educação de nossas
crianças.
Na Educação Infantil haverá momentos em que o professor encontrará
dificuldades em realizar a avaliação da criança no seu processo de aprendizagem,
ele deve buscar maneiras que possibilitem uma melhor análise do desenvolvimento
da criança. Para isso o professor adota algumas ferramentas para realizar esse tipo
de avaliação, como: a observação, o registro, o portfólio, veremos a seguir como
introduzir esses métodos no cotidiano na educação infantil.
3.3 Instrumentos de avaliação adequados à Educação Infantil:
3.3.1 Observação:
A observação é um meio de avaliação muito importante na educação
infantil, pois através dela o professor acompanha o desenvolvimento da criança no
seu cotidiano, com a observação diária o professor identifica se a criança está
atingindo os objetivos esperados para aquela determinada atividade, se os
resultados foram alcançados e se há pontos a serem reformulados.
Partindo da observação das atividades proporcionadas a elas, o professor
deve criar oportunidades onde as crianças irão desenvolver novos aprendizados,
criando possibilidades através da brincadeira, assim no espaço na qual a criança
brinca o professor pode observar suas atitudes e através da observação, criar
momentos de prazer onde à criança desenvolve novas habilidades, partindo daquilo
que a criança já sabe o professor amplia esse conhecimento, enriquecendo sua
identidade.
Conforme vemos em Melchior (1999, p. 76)
O conhecimento que um professor desenvolve ao trabalhar com um grupo
de crianças incorpora, necessariamente, elementos de, outros domínios de
sua vida. E a observação, o professor pode constatar dados não apenas
30
aspectos cognitivos – as dificuldades e as possibilidades de cada um – mas
também dos aspectos afetivo e psicomotor.
O professor de educação infantil deve partir de uma rica observação na
sala de aula onde é feita diariamente, enquanto elas realizam suas atividades. Para
a observação o professor requer muita atenção e paciência, pois não é possível
observar em um momento, mas sim criar oportunidades onde o professor possa
observar o aprendizado de todos. O professor deve observar não apenas o seu
aprendizado, mas suas dificuldades e seu estado emocional, pois cada criança
dependendo de sua afetividade com pais e professores podem ajudar ou prejudicar
em seu desenvolvimento.
Melchior (1999, p. 76) nos diz que:
A importância da observação como técnica que permite ao professor
acompanhar o desenvolvimento do aluno em todos os momentos,
impedindo que se formem idéias preconcebidas sobre a capacidade e o
desenvolvimento de cada um.
O acompanhamento do desenvolvimento do aluno é muito importante, pois
o professor verifica como cada criança aprende, pois cada um tem o seu processo
de aprendizado, cabe ao professor criar condições para que a criança desenvolva
sua personalidade e não apenas adquirir conhecimento.
3.3.2 Registro
O registro é um acompanhamento da observação, pois através da
observação o professor deve registrar tudo que acontece em sua sala de aula. O
registro pode ser feito de diversas maneiras como: escrita, fotografias, vídeos,
gravação de áudio e outros. É muito importante esse registro diário, pois não
podemos confiar em nossa memória, o professor pode esquecer algum detalhe
importante que seja fundamental na hora de fazer o parecer descritivo da criança.
Esse instrumento serve para comparar as anotações do início do ano com os dados
mais recentes para perceber o que a criança já realiza com autonomia e o que ainda
precisa de acompanhamento.
De acordo com Melchior (1999, p. 76):
31
É necessário que o professor registre as observações realizadas durante
todo o processo, para ter condições de ir redirecionado seu trabalho no
sentido de ajudar os alunos a construírem novos conhecimentos. Os
registros de cada dia servirão de subsídios para o professor planejar o dia
seguinte.
A prática do registro permite ao professor o exercício e o resgate do
compromisso da sua competência, pois com o registro diário ele tem em mãos todo
o processo de crescimento de suas crianças, suas habilidades, suas dificuldades. Só
assim saberá o que planejar para o dia seguinte. É essencial esse conhecimento,
para desenvolver uma prática pedagógica mais significativa.
Conforme Ostetto (2002, p. 20):
No espaço educacional o registro é, para o educador, uma espécie de
diário, que pode bem lembrar os diários de bordo ou diários de
adolescentes, nos quais são anotados fatos vividos, sentimentos,
impressões, confissões.[...] aqueles diários tem como principal característica
a descrição dos acontecimentos, organizados de forma cronológica. Quanto
ao diário do professor, no âmbito da prática pedagógica do educador,
constitui-se em lugar de reflexões sistemáticas; constantes; um espaço
onde o professor conversa consigo mesmo; avalia atividades realizadas;
documenta o percurso de sua classe.
Segundo Ostetto (2002), o registro traz aspectos descritivos e analíticos,
pois não é só para contar o que aconteceu na sala de aula, mas sim, tentar
compreender o acontecido, analisá-lo para poder melhorar, e aprender com o que já
foi vivenciado.
A função do registro é verificar o conhecimento já construído, pois se a
criança não sabe num dia, com a intermediação do professor no outro ela pode
saber, isso tudo para que possa prosseguir no seu processo de construção.
3.3.3 Portfólio
O portfólio é uma ferramenta pedagógica, um conjunto de atividades
realizadas pelas crianças no decorrer do ano escolar que serve de suporte para o
professor observar e respeitar o ritmo delas. O portfólio deve ser organizado e
planejado com atividades realizadas ao longo de um determinado período, não
sendo um deposito de trabalhos apenas para mostrar aos pais, mas um instrumento
32
que ajuda na construção da criança.
Segundo Frison (2008, p.214) considera o portfólio como:
Uma forma de organizar as atividades realizadas pelo estudante, a qual
demonstra tanto o processo de aprendizagem como os resultados obtidos, a
serem avaliados conjuntamente pelo professor e pelo próprio aluno. O
portfólio não é apenas uma forma de organizar os materiais, mas equivale
aos processos que são utilizados, às realizações e aos resultados do
desenvolvimento das competências que vão evoluindo, à medida que os
alunos comprometem se, crescem cognitivamente e auto-regulam as
aprendizagens.
A educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, e nesta etapa
a criança precisa ter a oportunidade de desenvolver suas habilidades e
competências, favorecendo o desenvolvimento de suas capacidades. E o portfólio é
utilizado para registrar essas etapas dos trabalhos das crianças, as etapas do seu
desenvolvimento, procurando trabalhar seus interesses, pois trará resultados
positivos tanto para o professor quanto para o aluno.
De acordo com Frison (2008, p. 224) observamos que:
Cada portfólio é único e pessoal. Algumas crianças conseguem registrar e
completar todo trabalho planejado, pois estão sempre presentes em aula,
retomando várias vezes cada uma das atividades vividas, fazendo e
refazendo suas análises. Alguns portfólios, no entanto, ficam incompletos,
pois há alunos que freqüentemente faltam às aulas, o que dificulta muito
seu acompanhamento.
Alguns professores ainda entendem que o portfólio, é apenas algo para
“guardar” atividades das crianças para expor aos pais o que ela desenvolve em sala
de
aula,
consideram
como
mero
instrumento
de
avaliação
e
não
de
acompanhamento das aprendizagens construídas. Os professores que trabalham
com portfólio têm mais segurança em realizar os pareceres das crianças. O
professor deve usar estratégias para acompanhar o desenvolvimento de suas
crianças.
33
4 METODOLOGIA
Esta pesquisa foi desenvolvida dentro de uma perspectiva qualitativa para
melhor análise do problema. Este tipo de pesquisa busca compreender com maior
profundidade o fenômeno a ser estudado. A pesquisa qualitativa tem como objetivo
principal interpretar o fenômeno observado.
Conforme Godoy (1995, p.57):
Na pesquisa qualitativa não existe hipóteses pré-concebidas, suas
hipóteses são construídas após a observação, ou seja, nela não existe
suposta certeza do método experimental. Nesse sentido, quem observa ou
interpreta influência e é influenciado pelo fenômeno pesquisado.
A pesquisa qualitativa é indutivamente construída, ou seja, primeiro
observa o fenômeno que pretende pesquisar, após hipotetizar, isto é, procura
relações causais que expliquem o fenômeno.
As pesquisas qualitativas têm caráter exploratório: estimulam os
entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito de
forma espontânea. São usadas quando se busca percepções e entendimentos sobre
a natureza geral de uma questão.
Sendo uma pesquisa exploratório-descritiva, pois tem o objetivo de
proporcionar maior familiaridade com a situação problema, explora, interroga-se,
para coletar informações e descrever características da população ou fenômeno,
visando torná-lo mais explícito.
Uma vez definido o tema da pesquisa, não podemos negá-la como
qualitativa e quantitativa Uma não substitui a outra: elas se complementam.
Sendo a pesquisa quantitativa para apurar opiniões e atitudes explícitas e
conscientes dos entrevistados, utilizam instrumentos estruturados, (questionários)
pois exige um número maior de entrevistados para garantir a precisão nos
resultados.
Vemos em Godoy (1995, p. 62) que:
Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus
dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu
objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são
mais concretos e, conseqüentemente, menos passíveis de erros de
interpretação.
34
Considerou-se como universo de pesquisa os profissionais que atuam
como professores em um Centro de Educação Infantil da rede pública, no município
de Morro da Fumaça – SC. Os sujeitos pesquisados foram cinco professoras e
dessas foi feita a observação de duas professoras para verificar como é sua prática
em sala de aula, se faz ligação a sua teoria e prática.
Para coletar os dados, utilizou-se um questionário composto por questões
abertas solicitando as informações acerca do problema estudado para posterior
análise e conclusões correspondentes aos dados coletados.
Os questionários foram aplicados no mês de setembro de 2009, pela
pesquisadora, no local de trabalho dos pesquisados. As respostas obtidas na
pesquisa foram analisadas e interpretadas de acordo com os resultados e
organizadas utilizando-se categorias de análise que serão discutidas a seguir.
35
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Apresentamos neste capítulo os dados coletados a fim de analisar as
respostas das professoras a partir do referencial teórico, buscando compreender a
sua concepção de avaliação na Educação Infantil.
Para a identificação das mesmas caracterizamos como professoras: A, B,
C, D, E.
A observação foi caracterizada como professora: B e C, onde além da
observação foi atribuído o questionário.
A análise está organizada em quatro categorias: caracterização do grupo
de pesquisa, concepções que norteiam a prática pedagógica, avaliação e o processo
de ensino, e formação continuada.
Com os dados coletados passa-se a analisar fazendo relação em teoria e
prática, refletindo sobre a forma de avaliação na Educação Infantil, sob a visão das
professoras envolvidas na pesquisa.
5.1 Caracterização do Grupo de Pesquisa
Iniciamos com a caracterização, bem como a formação das professoras
da pesquisa, o tempo de atuação na Educação Infantil.
De acordo com o quadro abaixo:
Professoras
A
B
C
D
E
Atuação na Educação Infantil
(anos)
20
6
4
8
5
Nível de formação
Pg
pg
g
pg
pg
Legenda: g=graduação; pg= pós-graduação.
Fonte: pesquisa realizada em agosto de 2009.
Observa-se que as professoras pesquisadas possuem graduação em
pedagogia. A professora A formada pela UNISUL, as professoras B e E formadas
pela UDESC e as professoras C e D são graduadas pela UNIASSELVI. Percebe-se
36
que 80% possuem pós-graduação, as professoras A, B, D e E. A professora A
possui especialização em Metodologia de ensino, B em séries iniciais, a professora
D e E possuem especialização em Séries Iniciais, Educação Infantil e Gestão
Escolar, com exceção da professora C que não possui pós-graduação.
A professora A possui mais experiência com Educação Infantil trabalha há
20 anos na área, a professora B leciona 6 anos como educadora na Educação
Infantil, a C leciona há 4 anos, a D há 8 anos e a professora E trabalha na Educação
Infantil há 5 anos.
O que levou a escolheram do caminho da Educação como professor, foi
“a família” diz a professora A. As professoras D e E “por amor e acreditar que a
educação é a melhor maneira de mudar o mundo”. E as professoras B e C o que
levaram a escolha foi “a vocação”.
Observa-se que o grupo é heterogêneo no que diz respeito ao tempo de
serviço no magistério. Entendemos que esse fato permite a troca de experiências
entre as professoras na busca de soluções para suas dificuldades. No entanto, para
que isso ocorra há que se estabelecer na Unidade Escolar um canal de
comunicação entre elas.
5.2 Concepções que Norteiam a Prática Pedagógica
O questionário atribuído às professoras era composto por várias
perguntas voltadas a avaliação na educação infantil. Primeiramente destaca-se o
que significa a palavra avaliar. Para as professora A e B a palavra avaliar significa
“verificar a aprendizagem do educando, verificar a aprendizagem do conteúdo
ensinado”. As professoras C diz que “avaliar significa observar para poder planejar”.
A professora D e E diz que “avaliar é um dos instrumentos que possibilita ao
professor perceber se os objetivos foram alcançados, avaliando a aprendizagem do
aluno em todo seu processo de aprendizagem”. Analisando as respostas, as
professoras D e E não conceituaram o significado da palavra avaliação, as
professoras A e B disseram que é uma forma de verificação e a professora C diz que
é observar.
De acordo com a observação realizada em sala de aula, muitas vezes a
teoria adotada pelas professoras não está adequada com sua prática pedagógica,
37
pois deixar a criança brincar por brincar, deixá-la em sala de aula sozinha, ou com
uma estagiária, mostra que as professoras nem sempre estão preocupadas em
seguir sua teoria.
Rabelo (1998, p.13) afirma que:
A avaliação deve ser contínua, de forma a verificar os vários momentos de
desenvolvimento do aluno, já que a idéia é dar ênfase também à
comparação do aluno com o seu próprio desenvolvimento, ao invés de
apenas comparar o seu rendimento, em um dado momento, com
parâmetros externos a ele. Mas, enquanto prática, isto nem sempre
acontece, verifica-se, isto sim, o contrário.
A avaliação deve ser uma forma de verificar os momentos de
aprendizagens dos alunos, através dos momentos de atividades e brincadeiras, o
professor verifica as dificuldades e as possibilidades de mudanças que podem
ajudar a criança em seu aprendizado.
De acordo com a avaliação formativa a observação é fundamental nesta
questão, pois através da observação o professor verifica as possibilidades de
mudanças que contribuem para o aprendizado das mesmas.
Definindo a avaliação da aprendizagem na Educação Infantil a professora
A diz que: “avaliação na Educação Infantil é a verificação da aprendizagem
cognitiva, psicomotora e afetiva da criança”. A professora B “A avaliação na
Educação Infantil não requer lápis nem papel, mas verificar o seu desenvolvimento
social, cognitivo e psicomotor da criança”. A professora C defende que: “avaliar
através da observação as evoluções das crianças, respeitando o tempo de cada um,
sendo ela uma avaliação continua e processual”. A professora D diz que: “a
avaliação deve ser feita através de registros que observem se houve evolução do
aluno com os projetos desenvolvidos, explorando os conteúdos propostos”. A E diz
que: “A avaliação precisa se processual e contínua, ou seja, avaliar e ensinar o que
realmente precisa ser aprendido na Educação Infantil”.
A definição de avaliação para as professoras A e B, são de verificação da
aprendizagem cognitiva, psicomotora e afetiva da criança.
Nessa perspectiva conforme Brasil (1998, p. 30):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento,
organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que
38
articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e
cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos
conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na
instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro
mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um
ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências
educativas e sociais variadas.
O professor deve acompanhar a criança em seu desenvolvimento, pois
ele é o mediador entre essas relações: a criança e o aprendizado. Para que isto
ocorra, o professor interfere nessa relação, pois são necessários estímulos motores
a cada faixa etária. Cada criança é diferente uma da outra, cada uma tem seu jeito
de pensar, sentir e ver, ela só aprende de maneira ativa e exercitando seus sentidos.
Articulando e desenvolvendo suas capacidades afetivas, emocionais sociais e
cognitivas.
Segundo Hoffmann (1996, p.18) “A avaliação depende diretamente da
observação das crianças em sua exploração permanente do mundo e da
aproximação dos educadores com a realidade socio-cultural dessas crianças”.
Mesmo auxiliando no desenvolvimento das capacidades, o professor deve
estar sempre observando a evolução das mesmas, como diz a professora C, D e E,
respeitando o tempo de cada um, sendo ela uma avaliação contínua e processual.
Na observação as professoras realizaram o registro da observação no
final do horário, anotando as atividades realizadas no dia, as dificuldades gerais e
específicas de cada criança.
Buscou-se verificar se as professoras pesquisadas conhecem a Proposta
Política Pedagógica de sua instituição de ensino, se as mesmas seguem a
concepção de avaliação prevista nesse P.P.P.
As professoras A, B, D, E apenas citaram que o CEI (Centro de
Atendimento Infantil) não possui P.P.P. Diz a professora C que mesmo a instituição
de Educação Infantil não possuindo o P.P.P a mesma segue a proposta do
município: concepção histórica – cultural, sócio – interacionista.
De acordo com Rabelo (1998, p.17):
Uma proposta pedagógica como um todo, incluindo a avaliação, deveria ter
como objetivo desenvolver a autonomia do aluno, que é indissociavelmente
social, moral e intelectual. Assim contribuindo para o pleno desenvolvimento
da criança, enquanto cidadão, favorecendo o crescimento da sua
capacidade de se organizar, de forma participativa em um grupo social. [...]
a escola inserida num contexto sócio – cultural mais amplo, precisamos,
39
ainda, considerar a avaliação também no seu aspecto mais técnico - formal
e, se necessário, explicitar também em termos de medida os resultados
alcançados pelo aluno em relação à aprendizagem dos conteúdos
programáticos.
A professora tem que levar em conta que, ela ensina a criança para se
tornar um ser independente, para viver numa sociedade, onde a criança possa ter
suas próprias opiniões, tornado-se um ser autônomo.
Ao observar se a concepção de avaliação prevista na proposta do
município está de acordo com as práticas pedagógicas das professoras da
instituição de Educação Infantil. As professoras A, B, D e E não responderam a
pergunta de acordo com sua finalidade, apenas a professora C descreveu que se
baseia na proposta do município.
O PPP é um documento muito importante, ele é um subsídio para nossa
prática pedagógica, pois ele é construído a partir de documentos que orientam como
devem ser realizadas as práticas escolares. Através dele seguimos e planejamos
nossa aula de acordo com a concepção prevista no PPP da escola.
5.3 Avaliação e o Processo de Ensino
É importante como o professor contribui no processo de ensino –
aprendizagem das crianças em sala de aula. As professoras A, B, C, D e E
desenvolvem as atividades através de atividades lúdicas, conversação, hora da
rodinha, mas sempre observando o desenvolvimento delas, se estão aprendendo ou
não. Partindo do conhecimento que ela tem cabe ao professor ampliar esses
conhecimentos.
De acordo com a observação realizada numa sala de Educação Infantil,
as professoras, às vezes não fazem relação entre sua teoria e prática, a professora
B deu uma atividade para eles pintarem referente ao tema do projeto. Ela poderia
fazer uma atividade onde desenvolvesse a criatividade das crianças e não algo
reprodutivo. Mostrando que nem sempre o que o professor diz é a sua verdade
aplicada em sala de aula. A professora C, neste dia passou um DVD para as
crianças assistirem e após os levou para a rua, onde não houve nenhum tipo de
intermediação para um aprendizado.
40
As atividades individuais são importantes, mas também as atividades
coletivas no âmbito escolar, pois aprendem a socializar-se uma com as outras,
criando oportunidades de se conhecerem melhor e a conviver em grupo. Segundo
as professoras pesquisadas (A, B, D), aproveitam estes momentos de trabalho em
grupo para observar como está sendo a socialização das crianças, através de jogos
de equipes, percebendo se um ajuda o outro. E também é essencial, pois permite
que elas troquem informações. As professoras C e D não oportunizam essas
avaliações coletivas entre suas crianças.
De acordo com Santa Catarina (1998, p 63) :
A instituição deve criar um ambiente de acolhimento que dê segurança e
confiança às crianças, garantido oportunidades que façam delas relacionarse progressivamente com mais crianças, com seus professores e com
demais profissionais da instituição, demonstrando suas necessidades e
interesses.
Ao perceber que as crianças não atingem o objetivo numa determinada
atividade, como pode ser o procedimento que o professor utiliza para reverter essa
situação sem que a criança se sinta inferior. De acordo com a professora A, B, C, D,
E a melhor maneira é retomar as atividades e rever os pontos que precisam ser
melhorados, através da conversação em grupo. Como reconhece a professora D:
jamais dizer que errou, ou que não sabe.
Na observação a professora B, no final do dia conversa com as crianças
sobre o que eles fizeram naquele dia, sobre o que aprenderam e percebe o que eles
querem aprender.
Todas as crianças devem ser orientadas nas situações que vivenciam,
pois elas não possuem o conhecimento pronto, e sim em construção, conceituando
suas verdades e aprendendo com o tempo e com o que lhe foi atribuído, o papel do
professor é intermediar essa relação entre o ensinar e o aprender.
Para realizarmos a avaliação na Educação Infantil precisamos de alguns
instrumentos para auxiliar nesse processo. As professoras pesquisadas utilizam da
observação e registro seus instrumentos para realizar a avaliação das crianças, pois
é através do registro que faz as anotações diárias do rendimento escolar da criança.
De acordo com o questionário atribuído as professoras pesquisadas citam
que as dificuldades encontradas para realizar esse tipo de avaliação é a quantidade
41
de crianças na sala de aula, pois fica mais difícil observar atentamente cada criança
as suas dificuldades. Apenas a professora E diz que a dificuldade encontrada é
“registrar a avaliação de uma criança com muitas dificuldades de aprendizagem, pois
temos que entregar o portfólio aos pais, e nele não pode conter os insucessos”.
5.4 Formação Continuada
Para o professor desenvolver um bom trabalho pedagógico, ele precisa
de apoio, por isso faz-se necessário cursos, programas de formação continuada que
discutem esta temática para o aprimoramento dos professores e estar sempre a par
da nossa educação e sempre melhorando sua prática pedagógica.
As professoras da rede municipal de Morro da Fumaça, todas colocaram
que não possuem cursos sobre a Educação Infantil, que raramente fazem um curso
oferecido pela rede pública, mas não é da área que elas atuam. Mas que recebem
orientação pedagógica quando necessário. A professora D diz que, no inicio do ano
letivo a coordenação pedagógica ofereceu uma capacitação. E agora quando
necessário a coordenadoria visita a escola para uma orientação.
Observando as respostas das professoras percebe-se que as mesmas
encontram dificuldades de avaliar a criança, conhecem a teoria, mas tem
dificuldades de aplicar na prática, tendo como contexto de Educação Infantil uma
forma
de
ajudar
a
criança
em
seu
desenvolvimento,
usando
como
recursos/instrumentos a observação e registro. Mas precisariam de cursos onde
poderiam aperfeiçoar suas práticas, a fim de ajudar no desenvolvimento de suas
crianças preparando-as para a formação de um cidadão crítico.
42
6 CONCLUSÃO
Um dos principais objetivos deste trabalho foi compreender como as
professoras desenvolvem o processo de avaliação da aprendizagem com crianças
de três anos verificando as concepções de avaliação que norteiam suas práticas
pedagógicas, e os instrumentos/procedimentos que utilizam para avaliar a
aprendizagem das crianças.
Para as professoras o significado da avaliação é a observação das
crianças no ambiente escolar e a verificação dos seus conhecimentos, destacando
que a avaliação é um processo muito importante no processo de aprendizagem.
Por meio da observação realizada em sala de aula e dos questionários
atribuídos às professoras esse tipo de avaliação nem sempre ocorre, muitas vezes
as professoras não relacionam a
sua prática com a teoria, apenas realizam
atividades e brincadeiras por realizarem, e não com uma finalidade de educar , de
ampliar o seu conhecimento.
Enfatizam que a avaliação é muito importante para o desenvolvimento da
criança, pois através dela o professor ajuda a criança a trabalhar suas dificuldades.
Buscando identificar os instrumentos/procedimentos que as professoras
utilizam para a realização da avaliação na Educação Infantil. Percebendo-se nos
questionários, as professoras utilizam a observação e registro para avaliar as
crianças. Não é possível avaliar uma criança se não houver observação o registro.
Sendo muito importante realizar o registro diário, pois assim o professor lembra de
anotar os detalhes que serão importantes
para verificar o desenvolvimento da
criança.
A avaliação segundo as professoras é feita com freqüência, pois quase
todas responderam que avaliam suas crianças todos os dias, de acordo com a
avaliação formativa, pois esse tipo de avaliação é necessário o acompanhamento da
criança no decorrer de suas atividades, através da criança o professor auxilia a
crianças nas atividades a desenvolver suas habilidades.
O portfólio também é um instrumento adotado pelas professoras
pesquisadas, utilizam dele para registrar os momentos de aprendizagem das
crianças através de fotos, desenhos, gravação, etc.
Por meio da análise dos questionários, o portfólio nem sempre
é
43
utilizado para essa finalidade, pois ele é um instrumento de registro das atividades
das crianças e algumas professoras se preocupam mais em fazer o portfólio para
apresentar as atividades para os pais, do que ajudar a criança em seu
desenvolvimento.
O Centro de Educação Infantil onde foi realizada a minha pesquisa, as
professoras afirmam que o CEI não possui um PPP, mas que buscam seguir a
proposta pedagógica do município.
Percebendo-se que as professoras têm dificuldades de realizar a
avaliação, e que, não possuem programas de orientação continuada que aprofunde
mais a compreensão do processo avaliativo, a fim, que possam desempenhar a
verdadeira função da avaliação e ajudar no desenvolvimento das crianças.
É preciso oferecer cursos e orientações pedagógicas para as professoras
sobre a avaliação na Educação Infantil, para que realmente possam avaliar a
aprendizagem das crianças.
44
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2003.
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45
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46
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WIKIPÉDIA, Avaliação. Disponível em http://pt.wikipedia.org. Acesso em setembro
de 2009.
47
APÊNDICE
48
Questionário
I Parte: Dados da Professora:
1. Qual o seu grau de formação?
( ) médio ( ) superior-cursando ( ) superior completo-graduado
Curso de Graduação em:_____________________________________________
Pós-Graduação:____________________________________________________
2. O que a levou a escolher o caminho da Educação e mais especificamente ser
professor (a) da Ed. Infantil?
( ) vocação ( ) outros Qual? ____________________________________________
3 Tempo de atuação na Educação Infantil:_________________________________
II Parte: Questões específicas sobre a pesquisa:
1. O que significa para você a palavra avaliação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2. Defina o que é avaliação da aprendizagem na Ed. Infantil para você?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Como você desenvolve o processo de ensino-aprendizagem em sala de
aula?_______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4. Quais as estratégias que são utilizadas para a aprendizagem dos alunos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
49
5. Como você avalia a aprendizagem dos seus alunos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6. Você costuma oportunizar avaliações coletivas entre os seus alunos?
Como?______________________________________________________________
___________________________________________________________________
7. Lidar com o sucesso é simples e gostoso. Resultados “ruins” merecem atenção
mais delicada, neste intuito como você trabalha a questão do “erro” com os seus
alunos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Quais os instrumentos/procedimentos que você utiliza para promover a avaliação
na Ed. Infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. Quais as dificuldades que você encontra para realizar a avaliação na Educação
Infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10 Qual a concepção de avaliação prevista no do PPP da sua escola?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
11 Quais as concepções de avaliação que norteiam as suas práticas pedagógicas
na Educação Infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12 Você participa de programas de Formação Continuada que discutem esta
temática? Se sim, enumere quais.
___________________________________________________________________
50
___________________________________________________________________
13 Você recebe orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na
Educação Infantil? Se sim, indique quem a orienta e quais são as orientações?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Download

a avaliação na educação infantil: o que reflete esse processo