UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ CURSO: Matemática – 2º Período – 2º Sem./2013 DISCIPLINA: Trigonometria e Números Complexos PROFESSORA: Cláudia Maria Grando Trigonometria na Circunferência Já definimos seno, cosseno e tangente como uma razão trigonométrica obtida envolvendo os lados e ângulos do triângulo retângulo. Vamos ampliar o estudo para quaisquer ângulos, inclusive maiores ou iguais a 90º. a) Circunferência trigonométrica ou Ciclo trigonométrico Características O centro da circunferência (ponto O) coincide com a origem do sistema cartesiano. y O raio é unitário (r = 1). B Os pontos de intersecção da circunferência com os eixos cartesianos tem coordenadas A(1,0), B(0,1), C(-1,0) e D(0, -1). Convenciona-se que o ponto A é a origem dos arcos. P C Os arcos percorridos no sentido anti-horário, a partir de A, têm medida positiva. Os arcos percorridos no sentido horário, a partir de A, têm medida negativa. Cada ponto dessa circunferência será a extremidade de um arco AP, de medida igual à do ângulo central . O A x D Os pontos A, B, C e D dividem a circunferência trigonométrica em quatro partes denominadas quadrantes. b) Arcos côngruos Toda vez que o ponto P da circunferência trigonométrica é extremidade de dois (ou mais) arcos diferentes e de mesma origem, chamamos esses arcos de arcos côngruos ou arcos congruentes. Exemplos: a) Os arcos de 800º e 80º são côngruos, pois a origem e a extremidade do arco de 800º é a mesma do arco de 80º. Podemos fazer: 800º 360º - 720º 2 voltas 800º = 80º + 2 360º 80º b) Os arcos de medida 3 rad e rad são côngruos, pois têm a 2 2 mesma origem e a mesma extremidade. Podemos fazer: 2 3 4 3 2 2 2 3 1 2 rad 2 2 c) Os arcos 7 13 3 , 3 , 3 , 5 ,... são congruentes. 3 Podemos ver que: 7 1 2 (mais uma volta completa) 3 3 13 2 2 (mais duas voltas completas) 3 3 5 1 2 (uma volta no sentido horário) 3 3 Expressão geral dos arcos côngruos Se um arco mede , os arcos côngruos podem ser dados pela expressão: k 2 rad ou k 360º , com k Z Como a cada ponto da circunferência podem estar associados infinitos arcos côngruos, dizemos que (entre 0 e 2 rad ou 0º e 360º), associado a um ponto da circunferência, é a primeira determinação não-negativa ou menor determinação não-negativa ou determinação principal de qualquer arco côngruo associado ao mesmo ponto. Exercícios: 1. Qual é a expressão geral dos arcos côngruos de: 3 a) 45º b) rad 4 c) 120º d) 6 rad 2. Indique a medida de vários arcos com a mesma origem e a mesma extremidade que o arco de: a) 192º b) – 140º c) 3 rad 3. Qual é o menor arco não negativo côngruo ao arco de: 47 a) 1320º? b) c) – 4550º? rad ? 6 d) - 33 rad? 4. Indique em que quadrante está situada a extremidade do arco que mede: 11 13 a) 110º b) –110º c) 480 d) –300º e) –940º f) g) rad rad 4 6 Atividades 1. Construir, na folha de papel milimetrado de tamanho A3, um ciclo trigonométrico cujo centro da circunferência deve estar no cruzamento de duas linhas fortes e próximo ao centro da folha e deve ter 1 dm para a medida do raio. 2. Meça, usando o transferidor, e marque a extremidade dos arcos, a partir de 0º até 360º, que são múltiplos de 30º e de 45º. 3. Indique também a medida dos arcos em radianos e complete na tabela a seguir. 0º 30º 45º 60º 90º 120º 135º 150º 180º 210º 225º 240º 270º 300º 315º 330º 360º (graus) ( rad) c) Relações trigonométricas na circunferência Com a utilização do ciclo trigonométrico podemos fazer o estudo das relações trigonométricas para arcos de 0º a 360º. y Seno e Cosseno B Tomemos no ciclo trigonométrico um ponto P(xp, yp), extremidade de um arco AP. P yP Sabendo que o raio do ciclo trigonométrico é 1, temos: C O 1 xP A x yp D xp sen = yp cat . opostoao sen sen y p O seno de é a ordenada do ponto P. hipotenusa 1 cos = xp cat . adjac. ao cos cos x p O cosseno de é a abscissa do ponto P. hipotenusa 1 Atividades 1. Utilizando o ciclo trigonométrico que você construiu no papel milimetrado, determine a medida do seno e cosseno dos arcos assinalados, indicando-as no ciclo e anotando na tabela anterior. 2. Relacione os valores aproximados oriundos da atividade experimental com os valores exatos obtidos anteriormente, registrando ambos no ciclo trigonométrico. 3. Construa o gráfico da função y = sen e da função y = cos , utilizando os valores da tabela. 4. Determine o domínio, a imagem e o período de cada uma das funções que você representou. 5. Determine a variação (valor e sinal) do seno e cosseno, em cada um dos quadrantes. 6. Verifique como se comporta a função seno e cosseno em relação ao seu crescimento em cada quadrante. Sinal e variação do Seno No primeiro quadrante, sen α tem sinal positivo. 1º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de sen α também aumenta (é crescente). Seu valor varia de 0 a 1. No segundo quadrante, sen α tem sinal positivo. 2º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de sen α diminui (é decrescente). Seu valor varia de 1 a 0. No terceiro quadrante, sen α tem sinal negativo. 3º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de sen α diminui (é decrescente). Seu valor varia de 0 a -1. No quarto quadrante, sen α tem sinal negativo. 4º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de sen α também aumenta(é crescente). Seu valor varia de -1 a 0. Enquanto o ponto P percorre toda a circunferência trigonométrica, sen α assume valores reais no intervalo [-1, 1]. O sinal e a variação do seno também podem ser observados no gráfico de sua função. A curva obtida é denominada senóide. Seu período é p 2 pois pode ser repetida a cada intervalo k 2 , k 1 2π , k Z . Deste modo, temos D(sen) = R e Im(sen) = [-1, 1]. Sinal e variação do Cosseno No primeiro quadrante, cos α tem sinal positivo. 1º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de cos α diminui (é decrescente). Seu valor varia de 1 a 0. No segundo quadrante, cos α tem sinal negativo. 2º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de cos α diminui (é decrescente). Seu valor varia de 0 a -1. No terceiro quadrante, cos α tem sinal negativo. 3º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de cos α também aumenta (é crescente). Seu valor varia de -1 a 0. No quarto quadrante, cos α tem sinal positivo. 4º Quadrante A medida que o arco AP aumenta, o valor de cos α também aumenta(é crescente). Seu valor varia de 0 a 1. Enquanto o ponto P percorre toda a circunferência trigonométrica, cos α assume valores reais no intervalo [-1, 1]. O sinal e a variação do cosseno também podem ser observados no gráfico de sua função. A curva obtida é denominada cossenóide. Seu período é p 2 pois pode ser repetida a cada intervalo k 2 , k 1 2π , k Z . Deste modo, temos D(cos) = R e Im(cos) = [-1, 1]. Exercícios: 5. Verifique qual é o sinal do produto: a) y = cos 50º sen 70º b) y = cos 110º sen 130º c) y = sen 200º cos 190º d) y = sen 300º cos 330º e) y = cos 4 sen f) y = sen 4 2 cos 3 2 3 6. Determine , 0 rad 2 rad, de modo que sejam satisfeitas cada uma das igualdades: a) sen cos 0 b) sen cos < 0 7. Calcule o valor de y; a) y cos 0º sen 0º cos 90º sen 90º sen 270º c) y cos sen y sen 2 cos 2 b) y 3 cos 0 - sen 2 2 cos cos 180º sen 270º sen 90º cos 270º sen 2 360º cos 2 360º d) 3 sen 2 cos 2 2 Relação Trigonométrica Fundamental Considerando o Ciclo Trigonométrico onde sabemos que y p sen e que x p cos , e aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo OPQ, indicado na figura ao lado, podemos determinar a seguinte Relação Trigonométrica Fundamental: sen 2 cos 2 1 Lembre que já determinamos outra relação trigonométrica fundamental a partir de generalizações feitas com a trigonometria no triângulo retângulo: tg sen cos Exemplo: 1. Sabendo que senx 2 e x 2º quadrante, calcular tg x. 3 Exercícios: 1. Calcule cos , sabendo que sen 2. Sabendo que senx 2 3 rad < < 2 rad . e que 2 2 3 e x 4º quadrante, calcular tg x. 5 Redução ao 1º quadrante Temos uma tabela de razões trigonométricas que fornece valores exatos para ângulos de 0º a 90º. 30º 0º 45 º 60º 90º sen 0 1 2 2 2 3 2 1 cos 1 3 2 2 2 1 2 0 tg 0 3 3 1 3 não é definida Esses valores exatos podem ser considerados para ângulos simétricos aos ângulos notáveis que constam na tabela, considerando os sinais do seno e cosseno em cada um dos quadrantes do ciclo trigonométrico. Observe as simetrias indicadas nas figuras abaixo: - - 180º Exercícios: 1. Identifique em que quadrante está a extremidade de cada arco e determine o valor exato do seno e cosseno dos seguintes arcos em função de um arco do primeiro quadrante (observe a simetria e use a Redução ao primeiro quadrante): 3 11 a) 210º b) c) 150º d) rad rad 4 6 2. Determine cos , sabendo que sen 1 e que corresponde a um arco do segundo quadrante. 3 3. Determine sen , sabendo que cos 3 e que corresponde a um arco do quarto quadrante. 5 4. Determine cos , sabendo que sen 5. Sabendo que cos 3 e que 180º < < 270º. 4 5 e que 90º < < 180º, calcule sen . 13 6. Calcule sen , sabendo que corresponde a um arco do 1º quadrante e que cos 3 . 2 Tangente Considere na circunferência trigonométrica um ponto P, extremidade de um arco AP com origem em A. Tracemos a reta t (com orientação idêntica ao eixo das ordenadas e com origem em A), tangente à circunferência pelo ponto A. Prolongando o segmento OP até encontrar a reta t, determinamos o ponto T. y t T P A O x Para o triângulo retângulo OAT, vale a seguinte relação: tg cat. oposto TA TA tg TA cat. adjacente OA 1 Isto sugere que o valor de tg poderá ser lido sobre a reta t. Podemos definir que a tangente de é a ordenada do ponto T (1, tg ). Cotangente Considere na circunferência trigonométrica um ponto P, extremidade de um arco AP com origem em A. Tracemos a reta t’ (com orientação idêntica ao eixo das abscissas e com origem em B), tangente à circunferência pelo ponto B. Prolongando o segmento OP até encontrar a reta t’, determinamos o ponto T’. y B t’ T’ P O Q x Como os triângulos PQO e OBT’ são semelhantes, vale a seguinte relação: OQ cos cos sen cos PQ sen BT ' BT ' 1 sen BO 1 OQ PQ BT ' BO A essa razão cos damos o nome de cotangente de : sen cotg = cos sen ou cotg = 1 tg Adotaremos a reta t’ como eixo para leitura da cotangente. Podemos definir que a cotangente de é a abscissa do ponto T’ (cotg , 1). Atividades 1. Utilizando o ciclo trigonométrico que você construiu no papel milimetrado, complete a tabela anterior, acrescentando os valores da tangente e cotangente, para cada um dos ângulos indicados. 2. A calculadora possui as funções tangente e cotangente? Como podemos determinar o valor da cotangente de um ângulo usando a calculadora? 3. Faça a conferência dos valores obtidos, a partir do ciclo trigonométrico construído, com os valores fornecidos pela calculadora. 4. Relacione os valores aproximados oriundos da atividade experimental com os valores exatos obtidos anteriormente para os ângulos notáveis, registrando ambos no ciclo trigonométrico. 5. Identifique relações entre o valor da tangente e cotangente de arcos do primeiro quadrante com os de arcos de cada um dos outros quadrantes. 6. Determine a variação (valor e sinal) da tangente e da cotangente, em cada um dos quadrantes. 7. Construa o gráfico das funções y = tg e y = cotg , utilizando os valores da tabela. 8. Determine o domínio, a imagem e o período das funções que você representou graficamente. 9. Verifique como se comporta a função tangente e a função cotangente em relação ao seu crescimento.